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Descrição:
A clínica no século XX conheceu várias correntes que procuraram evidenciar que as
modalidades de tratamento do sofrimento psíquico exigiam a abertura a dinâmicas de
transformação social. Cada um a sua maneira, os debates próprios a tais correntes
partiam do pressupostos de que sociedades se organizam enquanto modos de gestão do
sofrimento e de inscrição do sofrimento sob a forma de patologias e práticas
clínicas. Não há sociedade cujos modos de reprodução social não passe pela questão
de gestão e da geração de regimes de sofrimento. Isto pode nos levar a nos colocar
questões sobre o estatuto epistemológico de uma categoria clínica. Afinal, uma
categoria clínica é uma espécie caracterizada por marcadores biológicos ou ela é
uma produção social ligada a formas de reprodução material da vida? Se este é o
caso, então em que uma categoria clínica se funda na descrição negativa de uma
potência de transformação social? Nossa maneira de sofrer não indicaria formas
bloqueadas de transformação social? Tais questões merecem ser postas. Isto é o que
faremos no decorrer deste semestre, passando pelas principais correntes que
advogaram uma relação forte entre clínica e transformação social, até chegarmos às
discussões sobre o neoliberalismo como modalidade de gestão e reconfiguração do
sofrimento psíquico.
Bibliografia do módulo:
Bibliografia do módulo:
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DRIGO AGOSTINHO, Larissa; “Traversalité et institution”, La Deleuziana, n. 8 , 2018
FANON, Frantz; Escritos sobre alienação e liberdade, São Paulo: Ubu, 2020
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Bibliografia do módulo:
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FREIRE COSTA, Jurandir; Ordem médica e norma familiar, São Paulo: Graal, 1999
LAING, Ronald; The divided self: an existential study in sanity and madness,
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SOZIALISTICHE PATIENTENKOLLEKTIF; Turn illness into a weapon, Krrim, 1993
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Aula 15 (18/06): A contrarrevolução do DSM III. O fim das neuroses e a produção dos
transtornos depressivos. Leitura: FEIGHNER, John; “Diagnostic criteria for use in
psychiatric research”.
Bibliografia do módulo: