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NOME: Ana Clara Da Silva Pinto

O Saber Psiquiátrico

No iniciar do século XIX (1801) breves apontamentos sobre a emergência da Psiquiatria e da


psicologia fazia ecoar o anúncio de novos tempos, as ideias de liberdade, igualdade e
fraternidade, promulgados pela revolução francesa, garantiriam as mais favoráveis condições
para o advento científico. O ideal progressista exigia a reinvenção do mundo.
A obra escrita por Philippe Pinel “O Tratado Médico-Filosófico sobre a Alienação Mental ou a
Mania” garantiu à loucura uma apreensão pelo discurso científico. Pinel acaba por organizar as
primeiras categorias clínicas, o que permitiu a assimilação da loucura como uma condição
médica.
Assim Pinel, Freud também desejava, a construção de um aparato teórico conceitual que,
amparado por critérios científicos, viabilizasse a diagnóstico e o tratamento dos males mentais.
No ano de 1901 Freud escreve “Sobre a Psicopatologia da Vida Cotidiana” no texto ele
problematiza a submissão do funcionamento mental e do sofrimento humano ao binômio
saúde/doença. Sem recursar-se à reflexão diagnóstica, ele reafirma a importância do
diagnóstico para a direção do tratamento, mas não a faz em uma perspectiva de cura. Era
proposto uma a interpretação do sintoma e a elaboração de novas saídas frente aos limites
próprios da vida social.
A definição das patologias metais é pontuado por
Michel Foucault em “História da Loucura: na Idade Clássica” que esta é sempre valorativa e
arbitrária. Ainda nesta obra, o autor afirma que o conceito de loucura varia de acordo com as
mudanças ocorridas na sociedade que o legitima. Ou seja, a definição de loucura é situada no
tempo e no espaço em uma determinada cultura.
No ano de 1893 foi estabelecida a primeira CID (Classificação Internacional de Doenças) no ano
de 1948 na 6ª revisão que a CID estabeleceu pela primeira vez uma categoria diagnóstica para
o Homossexualismo, e por sua vez foi revista com algumas alterações mas somente em em 21
de Maio de 2019, dada a conclusão da 72a Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra, a
Organização Mundial de Saúde (OMS) comunicou a retirada da Transexualidade da categoria
dos Transtornos Mentais. Após 28 anos da retirada do Homossexualismo desta mesma
categoria, a transexualidade será classificada como Incongruência de Gênero e pertencerá ao
hall das Condições Relacionadas à Saúde Sexual. Ainda de acordo com a organização, a 11o
Revisão substituirá a edição atual em 1o de janeiro de 2022.
No ano de 1952 o “Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais” foi publicado
pela American Psychiatric Association (APA), trabalho de classificação e categorização clínica
data de 1840, quatro décadas após a publicação do “Tratado Médico-Filosófico sobre a
Alienação Mental ou a Mania” (1801), por Philippe Pinel.
Em 1880, após a realização de um trabalho consultivo nas instituições psiquiátricas norte-
americanas, foram descritas sete formas de insanidade: melancolia, mania, monomania,
demência, dipsomania, paresia e epilepsia. A atual versão deste manual, o DSM – 5 (2014)
mantêm em suas categorias a vivência transexual e apresenta os critérios para sua correta
classificação.
Segundo Silva (2008), estamos habituados a uma compreensão da organização social como um
conjunto e, como tal, ele é estabelecido em relação a algo que está fora. Há um jogo de
dentro-fora, pertencimento-não pertencimento, adequado-não adequado. Para ela, poder-se-
ia dizer que, em termos sociais, é estabelecida uma regra e uma transgressão.
Se o movimento da reforma psiquiátrica é resultante de múltiplas forças convergentes e, por
isso mesmo, responde a uma trajetória não apenas teórica, mas também política, econômica e
social, o desenvolvimento da psiquiatria nos hospitais gerais não se dá de forma diferente.
Foram também as transformações políticas, econômicas e sociais – dada as revoluções
industrial e francesa - que permitiram uma explicação médica para a loucura.

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