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A confusão entre os
formatos de tela widescreen...
Lentes anamórficas de qualidade podem custar mais de R$ 100 mil reais cada!
Até meados da década de 1950 o formato 4:3 ou 1.375:1 (Academy Ratio) foi usado
na maioria das produções cinematográficas. O meio de captação era o negativo de
35mm. Mas com o lançamento do formato Cinemascope (1953) com sua tela larga, na
proporção de 2,35:1, houve uma tendência a se adotar um padrão que fosse
visualmente análogo ao Cinemascope, porém sem os altos custos de produção deste
último. A partir de então a maioria dos filmes em película 35mm foram captados no
formato 1.85:1 que se tornou o novo Academy Ratio.
Para aumentar a largura do quadro captado pelas câmeras tradicionais de película e a
consequente exibição em telas de cinema com o dobro da largura normal, mas sem
aumentar os custos de produção, envolvendo troca de equipamentos, uso de filmes
especiais (como os de 70mm) e de lentes dedicadas, o Cinemascope adotou o uso da
mesma película 35mm. Com o uso de lentes anamórficas, que “comprimiam” a
imagem na largura, um campo visual maior podia ser captado na mesma largura do
negativo tradicional. Posteriormente, na exibição, o uso das mesmas lentes
anamórficas, nos projetores das salas de cinema, descompactavam a imagem, criando
uma janela de exibição com o formato 2.35:1 (bem mais largo que o formato Academy
Ratio1.85:1tradicional). E são exatamente essas lentes que alguns diretores de
fotografia vem experimentando para uso com câmeras digitais.
Para os amantes da cinematografia experimental, felizmente existem modelos de lentes anamórficas como a Sankor 16C que
podem ser adaptados a lentes comuns com qualidade razoável de imagem. Mas não espere jamais o desempenho de uma lente
profissional. Esse tipo de lente pode ser encontrada no mercado de equipamentos usados por preços variando entre R$ 1 mil a
R$ 3 mil reais, dependendo do estado de conservação e acessórios inclusos.
O formato de vídeo HD
Mas afinal de contas existe um padrão para os atuais filmes produzidos com
equipamentos digitais para apresentação em salas de cinema? E como ficam as
diversas resoluções das câmeras de alta definição? Para citarmos alguns modelos
mais conhecidos, podemos montar a seguinte tabela de formatos 2K:
Tamanho do Quadro
Fabricante Modelo
(pixel) (L) x (A)
Como pode ser visto na tabela acima, cada fabricante/modelo conta com um tamanho
de quadro próprio, não existindo entre os fabricantes de equipamentos uma
padronização exata para definir o formato 2K (o mesmo acontecendo com o formato
4K). Mas o consórcio mundial de exibidores - DCI ou Digital Cinema Initiative – acabou
padronizando, a partir de 2005 os formatos para exibição, para salas de cinema digital,
na proporção de 1.89:1 que seguiu, com pouquíssima diferença, o padrão Academy
Ratio original para filmes em película que era de 1.85:1. E os fabricantes de
projetores, como a Barco e a Sony, também seguiram essas especificações. Então,
quanto ao formato de exibição, temos:
Formato Tamanho de Quadro
2K 2048x1080 (1.85:1)
4K 4096x2160 (1.85:1)
Abaixo temos alguns exemplos de formatos de captura e exibição citados nesse texto.
Para efeito de comparação foram respeitadas as escalas de tamanho e proporção:
Frame de vídeo HD 1920 x 1080 captado com Canon 5DMKII, lentes 135mm mais
lente anamórfica Sankor 16C (3,5X) sem correção de aspecto:
Mesmo frame após correção de aspecto no Premiere CS6 para o formato HD 1920 x
1080:
Exemplo de frame capturado com uma Blackmagic Cinema Camera @ 2K e o formato
final de exibição padronizado pela DCI para Cinema Digital 2K. Fica a critério do
diretor cortar a imagem excedente, com novo enquadramento, ou executar
o downscaling para o tamanho padronizado, aproveitando todo o quadro capturado.
Esse artigo é um breve resumo de alguns aspectos dos formatos de vídeo e cinema
convencional e digital. Para se aprofundar mais no assunto sugerimos leituras específicas
disponíveis na web, sobre cada um dos temas abordados.