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Saque de Roma pelos vândalos em 455
Entalhe e policromia em aço de Heinrich Leutemann (c. 1860–1880)
Etimologia
Supostamente do alemão antigo wandeln, "vagar".[4] Uma das várias teorias
sobre a origem do nome Andaluzia está ligado aos vândalos, que ocuparam a
região (Alandalus sob o domínio muçulmano), na Península
Ibérica temporariamente antes de migrarem para a África. [5]
História
Origens
Norte da Europa e Báltico no século III
Cultura Debczyn
Cultura Przeworsk
Cultura Wielbark (godos)
Cultura báltica (Aesti?)
Império Romano
A primeira referência conhecida aos vândalos foi feita por Tácito, no ano de 98,
assinalando a presença dos "Vandilios" na região entre os rios Oder e Vístula,
na Germânia. Jordanes, no século VI, acrescentou que os vândalos e
os rúgios tinham sido deslocados pela chegada dos godos.[6][7][8]
“ ”
Quidam, ut in licentia vetustatis, pluris deo ortos plurisque gentis appellationes,
Marsos Gambrivios Suebos Vandilios adfirmant, eaque vera et antiqua nomina.
Embora não haja provas históricas, a similaridade de nomes tem sido usada
para sugerir como terras natais para os
vândalos Hallingdal na Noruega, Vendel na Suécia e Vendsyssel na Dinamarca
. Segundo essas ideias, há quem suponha que os vândalos teriam cruzado
o mar Báltico e entrado nos territórios da atual Polônia em algum momento
do século II a.C., e se teriam fixado na Silésia por volta de 120 a.C..
Esta tradição apoia a identificação dos vândalos com a cultura Przeworsk,
no século III, e desde então a cultura Wielbark gótica teria substituído um braço
daquela cultura. Controvérsias envolvem as potenciais conexões entre os
vândalos e outra possivelmente tribo germânica, os lúgios. Alguns acadêmicos
acreditam que ou lúgios era um antigo nome dos vândalos ou os vândalos
eram parte da confederação lígia.
Na Idade Média, havia uma crença popular de que os vândalos eram
ancestrais dos poloneses. Essa crença teve origem provavelmente devido a
dois fatores: o primeiro, por se confundir os vênedos com os vândalos, e o
segundo, porque tanto vândalos como vênedos nos tempos antigos viviam nas
áreas depois ocupadas pelos poloneses.
Migração dos vândalos
Declínio
Fim turbulento
Ver artigo principal: Guerra Vândala
O imperador bizantino Justiniano I declarou guerra aos vândalos. A ação foi
liderada por Belisário. Tendo ouvido que a maior parte da frota vândala estava
em combate numa revolta na Sardenha, ele desembarcou em solo tunisiano e
avançou em direção a Cartago. No final do verão de 533, o rei Gelimero
encontrou Belisário a dezesseis quilômetros ao sul de Cartago na Batalha de
Cartago. Os vândalos estavam vencendo a batalha, mas quando o sobrinho de
Gelimero, Gibamundo, caiu na batalha, os vândalos desistiram e fugiram.
Belisário tomou Cartago enquanto os vândalos sobreviventes ainda lutavam.
Em 15 de dezembro de 533, Gelimero e Belisário novamente se enfrentaram
em Tricamaro, a cerca de 32 quilômetros ao sul de Cartago. Novamente, os
vândalos estavam vencendo mas falharam, desta vez quando Tzazo, o irmão
de Gelimero, caiu na batalha. Belisário avançou para Hipona (atual Annaba, na
Argélia), segunda cidade em importância do reino vândalo. Em 534, Gelimero
se rendeu ao conquistador romano, pondo fim ao reino dos vândalos.
Lista de reis
Lista de reis dos vândalos, segundo Nicolas Lenglet-Dufresnoy[18]
Os vândalos entraram na Hispânia em 409, e na África em 429.
Godigisel
406 - Gunderico, por 22 anos
429 - Genserico, por 37 anos e 3 meses
476 - Hunerico, por 7 anos e 10 meses
484 - Guntamundo, por 11 anos e 9 meses
496 - Trasamundo, por 16 anos e 8 meses
523 - Hilderico, por 7 anos e 3 meses
530 - Gelimero, por 4 anos
Em 534, Gelimero foi derrotado e capturado por Belisário, general
de Justiniano. A África se tornou província do Império Romano do
Oriente até o século VII.[18]
Língua vândala
Muito pouco é conhecido sobre a língua vândala em si, que era do ramo
linguístico da língua germânica. Os godos deixaram para trás apena
um corpus de texto do tipo da língua germânica do leste: uma tradução de
Evangelhos do século IV.[19]
Legado
Ver artigo principal: Vandalismo
O termo "vandalismo" como sinônimo de espírito de destruição foi cunhado
no final do século XVIII,[20] em janeiro de 1794,[21] por Henri Grégoire,[22]
[23]
bispo constitucional de Blois; ele cunhou o termo e o tornou comum
através de uma série de relatórios para a Convenção, denunciando a
destruição de artefatos culturais como monumentos, pinturas, livros que
estavam sendo destruídos como símbolo de um ódio ao passado
de feudalismo, "tirania da realeza" e "preconceito religioso", durante
o Reino do Terror.[21] Em seu livro Memoirs, ele escreveu: "Inventei a palavra
para abolir o ato".[24]
O termo "vândalo" torna-se uma adjetivação negativa, enquanto isso não
acontece com outros povos germânicos. Essa construção tem influência da
história eclesiástica, sobretudo de Próspero de Aquitânia. O autor, que
estava na cidade durante o saque de Roma de 455, contribuiu para a
negativação por meio de suas descrições que ressaltam os "barbarismos".
Próspero é claramente antiariano, antivândalo e tem muita influência no fato
de o substantivo Vândalo ter se tornado um adjetivo. [25] Nesse contexto,
o cristianismo ariano não trinitário também não foi bem visto
pelos católicos que assumiram uma postura dominante no poder e
na historiografia.[11]
Ver também
Período de migrações
Referências
1. ↑ Peter Heather, The Fall of the Roman Empire: A New History of Rome and
the Barbarians, (Oxford University Press, 2006), 378.
2. ↑ «Vandale» (em francês). Trésor de la Langue Française informatisé.
Consultado em 30 de outubro de 2018
3. ↑ *Procópio, 'The Vandalic War' in The History of the Wars, Books III & IV,
trans. H.B Dewing (Cambridge; Mass. 1916)
4. ↑ Isaac Taylor (janeiro de 2005). Words And Places Or Etymological
Illustrations of History, Ethnology And Geography. [S.l.]: Kessinger Publishing.
p. 52. ISBN 978-1-4179-7157-2
5. ↑ "Os Vândalos podem ter dado seu nome para a região de Andalusia, que de
acordo com várias teorias de sua etimologia poderia ter sido a fonte de
Alandalus - o nome em árabe da Península Ibérica." Everett C. Borders (3 de
setembro de 2010). Apart Type Screenplay. [S.l.]: Xlibris Corporation.
p. 95. ISBN 978-1-4535-5940-6 (em inglês)
6. ↑ Publius Cornelius Tacitus. «De origine et situ Germanorum
(Germania)» (em latim). Wikisource (latim). Consultado em 30 de outubro de
2018
7. ↑ Dick Harrison (2002). «Vandalerna inga vandaler» (em sueco). Forskning &
Framsteg. Consultado em 30 de outubro de 2018
8. ↑ Jordanes. «Gética». Wikisource. Consultado em 30 de outubro de 2018
9. ↑ Heather 2005, p. 195
10. ↑ UMBERTO ECO (28 de fevereiro de 2012). Idade Média – Bárbaros,
cristãos e muçulmanos. [S.l.]: Leya. p. 60. ISBN 978-972-20-4992-4
11. ↑ Ir para:a b c Feldman, Sérgio Alberto (2016). «Os visigodos: de saqueadores de
Roma a padrão de nobreza.». Dimensões, Revista de História da Ufes
12. ↑ Ir para:a b Mahjoubi, A. “O período romano”. In MOKHTAR, Gamal
(org.). História Geral da África, II. África Antiga. Brasília: UNESCO, 2010.
13. ↑ Ir para:a b c Salama, P. “O período romano”. In MOKHTAR, Gamal (org.). História
Geral da África, II. África Antiga. Brasília: UNESCO, 2010.
14. ↑ Ir para:a b c Collins 2000, p. 124
15. ↑ Ir para:a b Greenhalgh & Eliopoulos 1985, p. 21
16. ↑ Bury 1923, p. 125
17. ↑ Merrills 2004, pp. 11–12
18. ↑ Ir para:a b Nicolas Lenglet-Dufresnoy, Tablettes chronologiques de l'histoire
universelle sacrée et profane, ecclésiastique et civile, depuis la création du
monde, jusqu'à l'an 1743 ..., Histoire d'Espagne, Rois goths, p.406 (anos 369-
567), p.412 (anos 568-642) [google books]
19. ↑ Mallory & Adams 1997, pp. 217, 301
20. ↑ Editor Gamal Mokhtar (2010). História Geral da África – Vol. II – África
antiga. [S.l.]: UNESCO. p. 548. ISBN 978-85-7652-124-2
21. ↑ Ir para:a b François Furet; Mona Ozouf (1 de janeiro de 1989). A Critical
Dictionary of the French Revolution. [S.l.]: Harvard University Press. pp. 860–
865. ISBN 978-0-674-17728-4 (em inglês) Erro de citação:
Código <ref> inválido; o nome "FuretOzouf1989f" é
definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
22. ↑ Françoise Choay (2001). A alegoria do patrimônio. [S.l.]: UNESP.
p. 95. ISBN 978-85-7448-030-5
23. ↑ "...foi Gregòire quem primeiro uso o termo vandalismo para se referir a
destruição de coisas belas."Ellen Judy Wilson; Peter Hanns Reill
(2004). Encyclopedia Of The Enlightenment. [S.l.]: Infobase Publishing.
p. 246. ISBN 978-0-8160-5335-3 (em inglês)
24. ↑ Rebecca Knuth (1 de janeiro de 2006). Burning Books And Leveling
Libraries: Extremist Violence And Cultural Destruction. [S.l.]: Greenwood
Publishing Group. p. 4. ISBN 978-0-275-99007-7
25. ↑ WOLF, 1999, p.4