Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
126 línguas
Artigo
Discussão
Ler
Editar
Ver histórico
Ferramentas
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Esta página cita fontes, mas que não cobrem todo o conteúdo. Ajude
a inserir referências. Conteúdo não verificável pode ser removido.—
Encontre fontes: ABW • Google (N • L • A) (Junho de 2019)
Constantino I
Imperador Romano
Reinado 25 de julho de 306
a 22 de maio de 337
Predecessores Constâncio I
Galério
Sucessores Constantino II
Constâncio II
Constante I
Coimperadores Galério (306–311)
ou rivais Valério Severo (306–307)
Magêncio (306–312)
Maximiano (306–308)
Licínio (308–324)
Maximino II (310–313)
Morte 22 de maio de 337 (65 anos)
Nicomédia, Bitínia, Império Romano do Oriente
Esposas Minervina
Fausta
Descendência Crispo
Constantino II
Constâncio II
Constantina
Constante I
Helena
Dinastia Constantiniana
Pai Constâncio I
Mãe Helena
Religião Cristianismo
(anteriormente politeísmo romano)
Fontes
Constantino era um governante de grande importância histórica e sempre foi
uma figura controversa.[3] As flutuações na reputação de Constantino refletem a
natureza das fontes antigas de seu reinado. Estas são abundantes e
detalhadas,[4] mas foram fortemente influenciadas pela propaganda oficial do
período,[5] e são muitas vezes unilaterais.[6] Não há histórias de sobreviventes ou
biografias que lidaram com a vida de Constantino e do Estado. [7] Os mais
próximos subsídios são a Vida de Constantino de Eusébio de Cesareia, uma
obra que é uma mistura de elogio e hagiografia.[8] Escrito entre 335 e cerca de
339,[9] a Vita exalta virtudes morais e religiosas de Constantino.[10] A Vita cria
uma imagem tendenciosamente positiva de Constantino, [11] que os historiadores
modernos vêm frequentemente contestando a sua fiabilidade. [12] A mais
completa vita secular de Constantino é do anónimo Origo Constantini.[13] Uma
obra de data incerta,[14] o Origo concentra-se em acontecimentos militares e
políticos, em detrimento de assuntos culturais e religiosos. [15]
Nos dezoito anos seguintes, combateu uma série de batalhas e guerras que o
fizeram o governador supremo do Império Romano. Como Maximiano desejava
retomar a sua posição de augusto, da qual se havia afastado a contragosto
juntamente com Diocleciano, Constantino recebeu-o na sua corte e aliou-se a
ele por um casamento em 307 com a filha de sete anos de Maximiano, Fausta,
[a]
o que lhe permitiu ser reconhecido tacitamente como Augusto em 308 por
Galério numa conferência tetrárquica em Carnunto (atual Petronell-
Carnuntum na Áustria). Em 309, no entanto, Constantino enfrentaria o seu
sogro, que tentava recuperar abertamente o poder, capturando-o
em Marselha e mandando assassiná-lo. Em 310, Constantino seria
formalmente reconhecido como Augusto por Galério. [19] Severo havendo sido
entrementes eliminado, em 307, por Magêncio, filho de Maximiano que se
havia proclamado imperador em Roma, Constantino deveria acabar por
enfrentar o seu cunhado para conseguir o domínio completo do Ocidente
romano. Após uma série de mediações fracassadas e lutas confusas,
Constantino, após apoiar o usurpador africano Lúcio Domício Alexandre,
cortando o fornecimento de trigo de Roma, de 308 a 309, desceu em 312 até
Itália para eliminar Magêncio.
Essas guerras civis constantes e prolongadas fizeram de Constantino, antes de
mais nada, um reformador militar, que, para aumentar o número de tropas à
sua disposição imediata, constituiu o cortejo militar do imperador (comitatus)
num corpo de tropas de elite autossuficiente - um verdadeiro exército de
campanha — principalmente pelo recrutamento de grande número de
germanos que se apresentavam ao exército romano nos termos de diversos
tratados de paz, a começar pelo rei alamano Croco II, que teve um papel
decisivo na aclamação de Constantino como Augusto. [20]
Religião
Fólis de Constantino, cunhada em Lugduno, na Gália, por volta de 310, com o Deus Sol Invicto
Constantino: mosaico em Santa Sofia
bizantino, isto é, tutela absoluta da Igreja por parte do imperador. Bem mais, a
forma do concílio imperial era tão nova quanto era novo o fato de um imperador
amigo dos cristãos ser soberano do Império".
Constantino só foi batizado e cristianizado no final da vida. Ironicamente,
Constantino poderá ter favorecido o lado perdedor da questão ariana, uma vez
que ele foi batizado por um bispo ariano, Eusébio de Nicomédia (que não deve
ser confundido com o biógrafo do imperador, Eusébio de Cesareia). A
inclinação que Constantino e seu filho e sucessor na condição de augusto
único, Constâncio II, demonstraram pelo arianismo, é bastante explicável, na
medida em que ambos tentaram apresentar a figura do imperador como um
análogo do Cristo ariano: uma emanação divina, reflexo terreno do Verbo.[32] A
tempestuosa relação de Constantino com a Igreja da época dá conta dos
limites da sua atuação no estabelecimento da Ortodoxia: pouco antes de sua
morte, em 335, ele mandou exilar, na capital imperial de Augusta dos
Tréveros (Tréveris), o patriarca de Alexandria Atanásio, campeão da ortodoxia,
por suas violentas atitudes antiarianas, e apesar do facto de que Atanásio
continuou a ser perseguido pelos sucessores de Constantino, o abertamente
ariano Constâncio II e o pagão Juliano, o Apóstata, foi a sua visão teológica
que acabou por prevalecer.
Fundação de Constantinopla
Para resolver definitivamente o problema logístico da distância entre a capital e
as principais frentes militares da época, sem recorrer ao expediente de uma
residência imperial "interina", Constantino reconstruiu a antiga cidade grega
de Bizâncio, que dedicou em 11 de maio de 330 chamando-a de Nova Roma,
dotando-a de um senado e instituições cívicas (catorze regiões, um fórum,
distribuições de trigo, um prefeito urbano) semelhantes aos da antiga Roma.
Tratava-se, no entanto, de uma cidade puramente cristã, dominada pela Igreja
dos Santos Apóstolos, junto à qual se encontrava o mausoléu onde
Constantino seria sepultado.[36] Os templos pagãos de Bizâncio foram nela
preservados, mas neles foram proibidos os sacrifícios e o culto das imagens
dos deuses.[37] Após a morte de Constantino, Bizâncio foi
renomeada Constantinopla, tendo-se gradualmente tornado a capital
permanente do império. A fundação de Constantinopla foi complementada pelo
tratado (foedus) realizado entre Constantino e seus descendentes com
os godos, que, a partir de 332, passaram a defender a fronteira do Danúbio e
fornecer homens ao exército romano, em troca de abastecimentos. [38] A
mudança da capital imperial enfraqueceu a influência do papado de Roma e
fortaleceu a influência do bispo de Constantinopla sobre o Oriente, um dos
eventos notáveis que provocariam futuramente o Grande Cisma do Oriente.
Sucessão
Um ano depois do Primeiro Concílio de Niceia, em 326, portanto, durante uma
viagem solene a Roma para a comemoração dos seus vinte anos de reinado,
Constantino mandou matar o seu próprio filho e sucessor designado Crispo, um
general competente que provavelmente foi suspeito de intrigar para derrubar o
pai. Pouco depois, sufocaria a sua segunda mulher Fausta num banho
sobreaquecido, provavelmente por suspeitar que ela tivesse intrigado contra o
seu enteado Crispo. Mandou também estrangular o cunhado Licínio, que se
havia rendido em troca da vida e chicotear até à morte o seu filho (e sobrinho
do próprio Constantino). Foi sucedido pelos seus três filhos com
Fausta: Constantino II, Constante I e Constâncio II, os quais dividiram entre si a
administração do império até que, depois de uma série de lutas confusas,
Constâncio II emergiu como augusto único.
Morte
Na Páscoa de 337 Constantino havia percebido que a sua morte chegaria em
breve. Dessa forma chamou Eusébio de Nicomédia e pediu-lhe os
sacramentos.[39] Morreu em Ancirona, nos subúrbios de Nicomédia (atual cidade
turca de Izmit), ao sul do Mar de Mármara.[40]
Apreciações póstumas
Constantino foi uma figura controversa já na sua época: o último imperador
pagão, seu sobrinho Juliano, dizia que ele era atraído pelo dinheiro e que
buscou acima de tudo, enriquecer-se e aos seus partidários [41] — traço este (de
saber enriquecer os seus amigos) que também foi reconhecido pelo
historiador Eutrópio e pelo próprio Eusébio de Cesareia.[42] O historiador
pagão Zósimo criticou severamente as suas reformas militares.[43] Mas como
primeiro imperador «cristão», Constantino foi reverenciado durante toda
a Idade Média, seja pela cristandade oriental, que o tinha como fundador
do Império Bizantino — e a Igreja Ortodoxa acabou por canonizá-lo — seja
pela ocidental, que, sem lhe atribuir o status de santo, considerava haver ele
criado os Estados Papais, territórios doados ao Papa pela chamada Doação de
Constantino. Só com o Iluminismo o seu legado começou a ser pesadamente
criticado, e o historiador inglês Edward Gibbon, no seu livro clássico sobre a "A
História do Declínio e Queda do Império Romano" caracteriza-o como um
general romano de velha cepa a quem o poder absoluto (e, por extensão, o
cristianismo) havia convertido num déspota oriental. [44] Com a secularização da
sociedade moderna, a apreciação de Constantino em função exclusivamente
das suas reformas religiosas perdeu acuidade - e ele passou a ser analisado
em termos da sua própria época, como um dos fundadores, juntamente
com Diocleciano, do Baixo-Império (ou Dominato), do qual ele estabeleceu as
estruturas políticas e sociais básicas.[36]
Notas
Referências
1. ↑ M. A., Linguistics; B. A., Latin. «Constantine the Great's Legacy Included
Spreading Christianity». ThoughtCo (em inglês). Consultado em 28 de
setembro de 2020
2. ↑ «Constantine I - Christianity, Life & Death -
Biography». www.biography.com. Consultado em 5 de outubro de 2020
3. ↑ Barnes, Constantine and Eusebius, 272.
4. ↑ Bleckmann, "Sources for the History of Constantine" (CC), 14; Cameron, 90–
91; Lenski, "Introduction" (CC), 2–3.
5. ↑ Bleckmann, "Sources for the History of Constantine" (CC), 23–25; Cameron,
90–91; Southern, 169.
6. ↑ Cameron, 90; Southern, 169.
7. ↑ Bleckmann, "Sources for the History of Constantine" (CC), 14;
Corcoran, Empire of the Tetrarchs, 1; Lenski, "Introduction" (CC), 2–3.
8. ↑ Barnes, Constantine and Eusebius, 265–68.
9. ↑ Drake, "What Eusebius Knew," 21.
10. ↑ Eusebius, Vita Constantini 1.11; Odahl, 3.
11. ↑ Lenski, "Introduction" (CC), 5; Storch, 145–55.
12. ↑ Barnes, Constantine and Eusebius, 265–71; Cameron, 90–92; Cameron and
Hall, 4–6; Elliott, "Eusebian Frauds in the "Vita Constantini"", 162–71.
13. ↑ Lieu and Montserrat, 39; Odahl, 3.
14. ↑ Bleckmann, "Sources for the History of Constantine" (CC), 26; Lieu and
Montserrat, 40; Odahl, 3.
15. ↑ Lieu and Montserrat, 40; Odahl, 3.
16. ↑ Cf. Jean-Michel Carrié & Aline Roussele, L'Empire romain en mutation: des
Sévéres à Constantin, 192-337, Paris Seuil,1999, ISBN 2.02.025819.6,
pgs.219/220
17. ↑ Cf. Carrié & Roussele, ibid., pg.220
18. ↑ Carrié & Roussele, ibid., pg.743
19. ↑ Carrié & Roussele, ibid., pgs. 221/222 e 744; M. Christol & D. Nony, Rome
et son Empire, Paris, Hachette, 2003,pg.236
20. ↑ M. Christol & D. Nony, ibid.,pgs.235/236
21. ↑ Christol e Nony, op.cit., pg.236
22. ↑ Christol e Nony, op.cit., pg.237
23. ↑ Carrié & Roussele, op.cit., pgs.254/255
24. ↑ Cf. Paul Veyne, Quand notre monde est devenu chrétien, Paris, Albin
Michel, 2007, pgs.111/114
25. ↑ Brown, Peter. Power and Persuasion in Late Antiquity, Madison, The
University of Wisconsin Press, 1992, pg. 100
26. ↑ Código Teodosiano, 9.16.2, citado por Peter Brown, Rise of Christendom 2a.
edição,Oxford, Blackwell Publishing, 2003, pg. 74
27. ↑ Carrié & Rousselle, op.cit., pg.258
28. ↑ Ramsey MacMullen, Le Declin de Rome et la Corruption du Pouvoir, Paris,
Les Belles Lettres,1991, pg.308
29. ↑ Arther Ferrill, A Queda do Império Romano, Rio de Janeiro,Jorge Zahar
Editor, 1989, pg.43
30. ↑ Edward N. Luttwak, The Grand Strategy of the Roman Empire, Baltimore,
The Johns Hopkins University Press,1979, pgs.178/179
31. ↑ KAUFMANN, KOTTJE, MOELLER, WOLF (Orgs.), Thomas, Raymund,
Bernd, Hubert (2012). História Ecumênica da Igreja Vol. 1. São Paulo: Paulus,
Sinodal, Loyola. p. 135
32. ↑ Christol & Nony, op.cit., pg.259
33. ↑ Christol & Nony, op.cit., pg.247
34. ↑ Carrié & Roussele, op.cit., pgs.659/660 e 658
35. ↑ Brown, Peter. op.cit., pg. 19
36. ↑ Ir para:a b Christol & Nony, op.cit., pg.240
37. ↑ Carrié & Roussele, op.cit., pg.257
38. ↑ Christol e Nony, op.cit., pg.267
39. ↑ MONTANELLI, Indro. História de Roma. 2ª ed. Trad. Luís de Moura
Barbosa. São Paulo: Imbrasa, 1966, pág. 325.
40. ↑ «Hoje na História: 337 - Morre o Imperador Constantino I, a tempo de
receber o batismo». operamundi.uol.com.br. Consultado em 21 de maio de
2021
41. ↑ Long, Jacqueline. "Julian Augustus' Julius Caesar", IN Maria Wyke,
ed., Julius Caesar in Western Culture, Blackwell, Malden, MA,2006, pg.76
42. ↑ Apud Paul Veyne, Le Pain et le Cirque, Paris, Seuil, 1976, pg.760, nota263
43. ↑ Luttwak, Edward. op.cit., pg.188
44. ↑ Gibbon, Decline and Fall of the Roman Empire, Chicago, Encyclopaedia
Britannica, 1952, V.1, pg.256
Constantino I
Dinastia Constantiniana
c. 27 de fevereiro de 272 – 22 de maio de 337
Sucedido por
Precedido por
Constantino II, Constâncio II
Galério e Constâncio I
e Constante I
Imperador Romano
25 de julho de 306 – 22 de maio
de 337
com Galério (306–311), Valério
Severo (306–307), Magêncio (306–312),
Maximiano (306–308), Licínio (308–
324) e Maximino II (310–313)
[Expandir]
Imperadores romanos
[Expandir]
Cristianismo
le de : Q8413
dade WorldCat
VIAF: 97746098
BAV: ADV12125512
BIBSYS: 92007058
BMT: 140661
BNE: XX821765
BNF: 12182910j
BRE: 2091715
CANTIC: 981058512946706706
CERL: cnp00945275
DBE: constantino-i
EBID: ID
EGAXA: vtls003557038
FAST: 1813658
GND: 118565184
ICCU: PUVV453673
ISNI: ID
LCCN: n79055925
NDL: 00960780
NLA: 53004737
NLG: 44306
NNDB: 000092164
NPG: mp86944
NTA: 069972729
NUKAT: n98006371
ODNB: 48285
openMLOL: 427456
SNAC: w6hf0558
SUDOC: 030409810
Treccani: costantino-i-imperatore-detto-il-grande
WikiTree: Rome-195
BNB: 000483480
FMIS: 16360
ULAN: 500115703
OL: OL1028630A
NLI: 000034568
AAR: 12379225
Angelicum: 84817
Angelicum: 18560
CUT: 78852
CB: 7519
DLL: A4611
EBAF: 18485
FCCOS: 648
GDC: 69488
KANTO: 000119247
NLA: 1533127
NLP: A11831662
NLW: constantine-i-emperor-of-rome-d-337
PIAC: 8237
RRL: 178889
SAIA: 5a1d4d054ab9d081344c6c92
Catálogo SHARE: 502207
SEARCH: 13228
SIR: 89610
Syriaca: 1655
URBS: 3049
UPSA: 6067
Portal de biografias
Categorias:
Nascidos em 272
Mortos em 337
Constantino, o Grande
Pessoas citadas na Divina Comédia (Paraíso)
Imperadores bizantinos
Dinastia constantiniana
Santos do Império Romano
Pessoas deificadas
Romanos antigos do século III
Romanos antigos do século IV
Aurelii
Flavii
Valerii
Iguais aos apóstolos
Dardânia (Europa)
Escritores em latim
Gótico Máximo
Romanos antigos na Britânia
Romanos antigos envolvidos nas guerras romano-sassânidas
Tetrarquia
Monarcas canonizados
Santos da Grécia
Santos da Sérvia
Filhos de Constâncio Cloro