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HÁ EXATOS 90 ANOS, CONSTANTINOPLA

MUDAVA SEU NOME PARA ISTAMBUL EM


UMA DECISÃO HISTÓRICA
No dia 28 de março de 1930, a maior cidade da Turquia mudava oficialmente seu nome
com uma bagagem cultural impressionante

JOSEANE PEREIRA PUBLICADO EM 28/03/2020, ÀS 10H00

Istambul - Getty Images

Constantinopla, antiga Bizâncio e atual Istambul, é uma cidade que


guarda lembranças de vários acontecimentos históricos ocorridos durante a
Antiguidade, Idade Média e Idade Moderna. A cidade foi fundada no ano 330
pelo imperador Constantino I por meio da tomada de Bizâncio, cidade situada
em local estratégico entre a Ásia e a Europa, com vista para o mar Mediterrâneo,
e que era fruto da expansão colonial grega por volta de 650 a.C.. Escolhendo
Bizâncio como capital do Império Romano do Oriente e dando a ela seu próprio
nome, Constantino I firmava a presença e controle de seu Império sobre outros
povos.

Durante 11 séculos, o Império Romano do Oriente (que nunca chamou a


si de Bizantino) teve forças para resistir a uma série de conflitos que ameaçavam
seu território. Roma já havia sobrevivido a mais de 20 ataques – de hunos,
búlgaros, russos, germânicos e avaros. Ainda assim, resistia. Em 6 de abril de
1453, quando o sultão Mehmet II deu início ao cerco de Constantinopla, a maioria
das pessoas acreditava que a capital sobreviveria. “A verdade, contudo, é que o
império havia sobrevivido, porém bem mais pobre e sem o apoio da Igreja
Católica”, disse Jill Diana Harries, professora de história antiga da Universidade
de St. Andrews, na Escócia.

Mesmo conseguindo se prolongar, a cada ataque o Império ficava mais


debilitado. Os recursos foram restringidos, as defesas da cidade estavam
enfraquecidas e os territórios haviam sido drasticamente reduzidos. Quando a
ameaça do Império Otomano se tornava cada vez mais próxima, o imperador
Constantino XI (1405-1453) pediu ajuda à Europa católica e recebeu promessas
que, se fossem cumpridas a tempo, poderiam ter mudado o destino do Império
Romano. Porém, as promessas não foram cumpridas.

Os presságios para os bizantinos no dia 24 de maio de 1453 eram os


piores possíveis. Nesse dia, um eclipse lunar lembrou a todos os que resistiam
ao cerco otomano, imposto pelo sultão Maomé II desde o dia 6 de abril, que uma
antiga profecia estava para se cumprir. A lenda dizia que a bela Constantinopla
(atual Istambul, na Turquia), a joia do Oriente e capital do Império Bizantino,
resistiria a seus inimigos apenas enquanto a Lua brilhasse no céu. O pavor
tomava conta da população enquanto os otomanos marchavam em direção à
cidade com um exército de quase 100 mil homens. Os bizantinos lutaram com
suas melhores armas, mas Constantinopla não resistiu aos bombardeios diários
e caiu após um cerco de mais de 50 dias, em 29 de maio de 1453. E seu último
imperador, Constantino XI, morreu com seus esforços finais para salvar a cidade.

Constantinopla se tornou a nova capital do Império Otomano durante o


longo período de 1453 até o início do século 20. Esse Império sobreviveu até
meados da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), que provocou seu
esfacelamento interno e a criação de novos Estados independentes, entre eles
a República da Turquia em 1923. Os turcos já denominavam Constantinopla
como "Istambul" desde o século 10, mas apenas em 1930 a República da
Turquia promoveu uma série de reformas no país, entre elas a renomeação
definitiva de sua capital.

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-ha-90-anos-constantinopla-
mudava-seu-nome-para-istambul-em-uma-decisao-historica.phtml - Acesso: 27/07/2023.

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