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Pandur II
O VBTP-MR Guarani (Viatura Blindada de Transporte de Pessoal Médio sobre Rodas - Guarani)
é uma família de veículos militares blindados de combate, desenvolvida no Brasil pelo
Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército Brasileiro, que contratou a filial brasileira da
montadora italiana Iveco para sua produção. O Guarani é baseado no Iveco SuperAV 8x8 e foi
pensado como sucessor do tradicional veículo nacional EE-11 Urutu, sendo denominado
inicialmente como Urutu-3.
VBTP-MR Guarani
História operacional
Em serviço 2012–presente
Utilizadores Brasil
Líbano
Filipinas
Gana
Histórico de produção
Fabricante Iveco
Especificações
Peso 14.3 t
Comprimento 6.91 m
Largura 2,7 m
Altura 2.34 m
Tripulação 11 tripulantes
Desenvolvimento
Os estudos de concepção do que viria a ser o Guarani remontam ao final da década de 1990,
ainda com nome de NFBR - Nova Família de Blindados sobre Rodas, posteriormente sendo
apelidado de Urutu III. Em diversos documentos emitidos pelo Exército, eram discutidas as
versões que integrariam sua família, que seriam nas configurações 6x6 com ao menos uma 8x8,
falando-se também em uma 4x4 leve. Previa-se, para as versões 6x6 e 8x8, a utilização de
canhões 90 mm e 105 mm.
Em 1999, o Exército Brasileiro emitiu um pedido (ROB # 09/99) para uma nova família de veículos
blindados de combate com capacidade anfíbia, capaz de substituir os EE-9 Cascavel e EE-11
Urutu, desenvolvidos na década de 1970. A principal característica desta nova família é o design
modular, permitindo a incorporação de diferentes torres, armas, sensores e sistemas de
comunicações para o mesmo carro, incluindo uma versão de comunicações, uma versão
ambulância e versões diferentes de apoio de fogo, armados com morteiros de grosso calibre e
sistemas de armas.
O desenho conceitual do veículo foi apresentado na Inovatec 2007, em São Paulo. Em 12 de
abril do mesmo ano, ocorreu uma reunião no Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT),
no Rio de Janeiro, para a solicitação formal às empresas Agrale, Avibras, EDAG, Fiat e IESA que
elaborassem propostas financeiras. As empresas tiveram um prazo máximo de 80 dias para a
entrega de informações e documentações necessárias à elaboração da proposta financeira, de
onde sairia um vencedor com o objetivo de elaborar um protótipo de veículo blindado de
transporte de tropas médio sobre rodas (VBTP-MSR).
Produção
A produção do Guarani é realizada na fábrica da Iveco em Sete Lagoas (MG), construída com
investimento de R$ 55 milhões, gerando 200 empregos diretos e 1400 indiretos. A expectativa é
produzir 115 unidades por ano, mas tendo capacidade para 200. Possui cerca de 90% de
componentes brasileiros.
O aço da blindagem é fabricado no Brasil pela Usiminas, no centro de pesquisa e
desenvolvimento, mantido em Ipatinga para produzir aço balístico.
Descrição
O Guarani tem um chassi formado por duas longarinas na base do veículo, o qual abriga toda a
suspensão, os elementos de transmissão com sua respectiva caixa e dois diferenciais, um
dianteiro e outro traseiro. Sobre este conjunto foi montado a estrutura blindada do veículo, em
forma de V capaz de resistir a minas de até 6 kg.
Com a finalidade de atender às exigências do Exército Brasileiro, e também em função dos
custos, optou-se por incorporar ao projeto o maior número possível de componentes que já
existissem no mercado automotivo de caminhões, como forma de baratear a manutenção e ao
mesmo tempo manter um veículo moderno. Devido a isto, foram utilizados os elementos
mecânicos da série TRAKKER, que é a linha de produção no Brasil para caminhões civis
comercializados pela Iveco, sendo este o princípio do chassi pouco comum do Guarani.
Em sua configuração padrão, a versão 6x6 possui um motor FPT Industrial Cursor 9F2C de 383
cv, transmissão automática ZF Friedrichshafen 6HP602S, propulsão aquática Bosch Rexroth
A2FM80, sistemas pneumáticos centrais Téléflow, sistema de proteção QBN (química, biológica e
nuclear) Aero Sekur, sensor de fogo automático e supressão Martec, painel digital do motorista,
sistema elétrico CANBUS tipo 24V, assentos com absorção de choque, câmeras de motorista da
Orlaco Products, sistema de ar condicionado da Euroar, sistema de runflat Hutchinson, eixos
motrizes Dana, e caixa de transferência e suspensão da Iveco. O sistema de comando e controle
é composto por dois rádios Harris Falcon III com GPS integrado, um intercomunicador Thales
SOTAS, um computador Geocontrol CTM1-EB e software GCB (Gerenciador do Campo de
Batalha), desenvolvido pelo Centro de Desenvolvimento de Sistemas do Exército.
Armamento
Torre UT-30BR criada pela AEL Sistemas para canhão automático de 30 mm ou
REMAX (Reparo de Metralhadora automatizada X) para metralhadora
de 7,62x51mm e 12,7x99mm NATO ou
possivelmente um morteiro de 120 mm raiado, na versão porta-morteiros.
Variantes
14. Viatura Blindada Especial Observador Avançado - Leve de Rodas (VBE OA LR)
15. Viatura Blindada de Combate Morteiro - Leve de Rodas (VBC Mrt LR)
16. Viatura Blindada Especial Radar - Leve de Rodas (VBE Rdr LR)
17. Viatura Blindada Especial Posto de Comando - Leve de Rodas (VBEPC LR)
Operadores
Filipinas: 28 unidades, no valor total de US$ 47 milhões. Essa venda foi intermediada
por Israel, que está vendendo um pacote maior de blindados e sistemas C2 para o Exército
Filipino. No total, o Exército emitiu proposta para 114 APCs, dos quais 28 unidades serão o
Guarani selecionado. Existe a possibilidade de que os 86 APCs faltantes sejam um novo lote de
VBTP Guarani. A negociação estava em curso desde 2020, porém somente esse ano foi
oficializada pelo governo Filipino.
Operadores potenciais
Argentina: Quantidade não revelada. Em outubro de 2020, o então ministro da defesa
da Argentina, Fernando Azevedo, visitou a fábrica da IVECO e manifestou a possibilidade de
aquisição de uma quantidade não revelada de veículos para o Exército Argentino. No dia 4 de
junho de 2021, seu sucessor, Agustín Rossi, declarou que a “A possibilidade de nosso Exército
adquirir o mesmo veículo blindado Guarani que o Brasil possui e produz é um condimento
geopoliticamente estratégico”. Em junho do mesmo ano, um exemplar do blindado foi emprestado
aos argentinos para testes de campo, por 30 dias. Estima-se a compra de 180 veículos, por 300
milhões de dólares, podendo ser incluída na negociação a fabricação de partes do blindado na
unidade da Iveco, em Córdoba, além de serviços pós-venda.
Malásia: Ciro Nappi informou que o Guarani participará de um concurso para substituir
o Condor e o SIBMAS AFSV90 contra o K806, Anoa 2, LAVII e o FNSS Pars.
Características
Capacidade para transporte da guarnição e de um GC
Autonomia de 600 km