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Copyright © Agosto/2019 por Jafet Numismática. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução parcial ou total desse e-book sem autorização expressa do autor.
econômica, Diocleciano compreendeu, quando se tor-
nou imperador em 284 d.C., que o imenso Império Roma-
no poderia ser (como muitas vezes tinha sido) tomado por
qualquer general que escolhesse assassinar o imperador.
Apesar de ter durado apenas 20 anos (de 293 a 313 d.C.) essa
e outras reformas promovidas no governo de Diocleciano
contribuíram para adiar a queda do Império Romano do Oci-
dente e criaram as bases do Império Bizantino, que só veio a
ruir em 1453!
Boa leitura!
1
Nascido na região da Dalmácia
(atual Croácia) por volta do ano
de 244 d.C., Diocleciano (Diocle-
tianus) tinha origem modesta. Fez
carreira militar, que lhe proporcio-
nou o cargo de comandante da
escolta do imperador Caro. Após
a morte de Caro e de seu herdeiro
Numeriano, Diocleciano foi procla-
mado imperador em 284 d.C.
2
Com o reinado de Diocleciano, deu-se início uma nova for-
ma de governo, o dominato – uma monarquia despótica e
militar. O dominato substituiu o principado, que tinha sido
iniciado no governo do imperador Augusto, em 27 a.C.!
No principado, por mais que os imperadores tivessem sido
extremamente poderosos e até divinizados após a morte,
durante a vida seu status – pelo menos na teoria – era de
“primeiro cidadão” de Roma.
Confira as moedas da
1ª Dinastia do Império Romano
3
Busto de Maximiano, abrigado hoje
no Museu Arqueológico de Milão.
4
Antoniniano cunhado em 288-289 d.C. Traz o imperador Diocleciano com
coroa radiada no anverso. No reverso, traz Diocleciano e Maximiano segu-
rando cetros e apertando as mãos com a deusa Vitória em pé atrás deles.
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Busto do imperador Galério
(césar de Diocleciano).
6
A capital tetrárquica de Diocleciano era Nicomédia (at-
ual Izmit, na Turquia). Seu césar Galério ficou com a
região de Sirmio (atual Sremska Mitrovica, na Sérvia).
Já o augusto Maximiano instalou suas bases na capi-
tal Mediolano (atual Milão, na Itália) e Constâncio Clo-
ro tinha Augusta dos Tréveros (atual Tréveris, na Ale-
manha) como capital tetrárquica.
7
E essa hierarquização fazia sentido de certa forma: de
acordo com os historiadores, a lealdade consistente
de Maximiano a Diocleciano e o respeito dos impera-
dores césares foram cruciais para o sucesso inicial da
Tetrarquia!
8
Dessa forma, os 4 governantes apareciam iguais em
todos os retratos oficiais. Isso afetou também a cun-
hagem de moedas: as peças apresentavam os tetrar-
cas com características idênticas – apenas a inscrição
gravada na moeda identificava qual dos imperadores
estava sendo mostrado na peça! Como as moedas
abaixo, cunhadas em 294-295:
9
Além do regime da tetrarquia, Diocleciano promoveu
inúmeras reformas durante seu governo. Ele limitou o
poder do Senado, ampliou e fortaleceu o exército im-
perial e tornou obrigatório o culto a Júpiter.
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Argento de Diocleciano datado de 295-296 d.C.
Mostra no reverso um portão de acampamento
militar com três torres.
Áureo = 24 argentos
Argento = 5 fólis
Fólis = 5 antoninianos
Antoniniano = 2 denários
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Com a tendência ao absolutismo, Diocleciano tam-
bém estimulou cerimônias públicas e construções ar-
quitetônicas imponentes. O crescimento burocrático e
militar, as campanhas constantes e os projetos de con-
strução aumentaram as despesas do estado e exigiram
uma reforma tributária abrangente. A partir de 297, os
impostos foram elevados.
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Com essas reformas sociais e tributárias, o império se
viu num caos econômico e social. Nessa época, o movi-
mento cristão ganhava cada vez mais adeptos, já que o
cristianismo oferecia à população esperança e conforto
num momento de crise.
Para os tetrarcas, a solução desse caos instalado era
reestabelecer as religiões do Estado e perseguir os
cristãos culpando-os pela instabilidade! Assim, em
303 d.C., Diocleciano emitiu um decreto, dando início
ao último grande período de perseguição aos cristãos.
13
A perseguição se tornou um espetáculo para a so-
ciedade romana, já que os cristãos além de presos,
podiam ser jogados em arenas com leões e ursos ou
obrigados a lutar contra gladiadores – uma prática
que já havia começado muito antes, no governo do
imperador Nero (54 a 68 d.C.).
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Em 305, Diocleciano decide abdicar do título
de imperador. Um ano antes ele havia passado
por momentos difíceis com uma doença que
quase lhe tirou a vida.
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Após a abdicação dos dois tetrarcas augustos,
seus dois césares, Galério e Constâncio Cloro, as-
sumiram como imperadores augustos e nomear-
am novos césares. Maximino Daia foi a escolha de
Galério, e Severo II, a de Constâncio Cloro.
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A morte de Constâncio Cloro, em 306, foi o primeiro
baque no regime da Tetrarquia. Constantino (seu filho)
foi elevado a posição de imperador por suas tropas em
Iorque. Constantino almejava ser augusto e queria que
seu direito como filho de Constâncio Cloro lhe garan-
tisse o título. Porém, Galério lhe deu o título de césar,
ascendendo Severo II como augusto!
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Em 308, Maximiano tentou dar um golpe em seu filho
Magêncio, mas fracassou e precisou se refugiar na corte
de Constantino na região da Gália. Nesse mesmo ano,
Galério convocou uma conferência na qual destituiu
oficialmente Maximiano como augusto do Ocidente e
escolheu seu braço direito, Licínio, para ocupar o lugar!
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Em 313, foi a vez de Maximino Daia tentar se tor-
nar o imperador supremo no oriente. Foi derrota-
do por Licínio e Constantino, que governaram o
império juntos até 324.
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A Crise do 3º Século (235 a 284 d.C.)
Após a morte do último imperador
da Dinastia Severa, Roma se afundou
em instabilidade política e econômi-
ca. A população ainda sofreu com uma
peste, invasão pelos povos bárbaros e
guerra civil, que dividiu o império ro-
mano em 3 estados!
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