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http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_de_Portugal
Pensa-se que a Península Ibérica foi habitada primordialmente por povos autóctones que
vieram a ser conhecidos como Iberos. Entre eles estão os Tartessos.
Península Ibérica
A Península Ibérica fica situada no Sudoeste da Europa. Politicamente, três países
localizam-se nesta península: Portugal, Espanha e Andorra, além de um enclave
território britânico ultramarino, Gibraltar.
Com uma altitude média bastante elevada, apresenta predomínio de planaltos rodeados
por cadeias de montanhas, e que são atravessados pelos principais rios. Os mais
importantes são o rio Tejo, o rio Douro, o rio Guadiana e o rio Guadalquivir, que
desaguam no oceano Atlântico, e o rio Ebro, que, por sua vez, desagua no mar
Mediterrâneo.
Iberos
Os Iberos eram um povo que habitou o Sul e o Este da Península Ibérica na
antiguidade. A respeito da sua origem, há duas teorias:
Alternativamente, outra teoria sugere que eram originários do Norte da África, de onde
emigraram provavelmente no século VI a.C. para a Península Ibérica (à qual cederam o
nome), onde ocuparam uma faixa de terra entre a Andaluzia e o Languedoc (na França).
Foram parceiros comerciais dos Fenícios, os quais fundaram dentro do território dos
Iberos várias colônias comerciais, como Cádiz, Eivíssia e Empúries. Foram assimilados
pelos Celtas no século I a.C. formando o povo conhecido como Celtiberos.
As ondas de emigração de povos Célticos que desde o século VIII a.C. até o século VI
a.C. entraram em massa no noroeste e zona centro da actual Espanha, penetraram
também em Portugal e Galiza, mas deixaram intactos os povos indígenas da Idade do
Bronze Ibérica no Sul e Este da península.
Foi encontrada cerâmica ibérica no sul da França, Sardenha, Sicília, e África e eram
frequentes as importações gregas como a esplêndida Dama de Elche, um busto com
características que mostram forte influência clássica grega. A economia Ibérica tinha
uma agricultura rica, forte exploração mineira e uma metalurgia desenvolvida.
A língua Ibérica era uma língua não Indo-europeia, e continuou a ser falada durante a
ocupação romana. Ao longo da costa Este, utilizou-se uma escrita Ibérica, um sistema
de 28 sílabas e caracteres alfabéticos, alguns derivados dos sistemas fenício e grego,
mas de origem desconhecida. Ainda sobrevivem muitas inscrições dessa escrita, mas
poucas palavras são compreendidas, excepto alguns nomes de locais e cidades do século
III, encontradas em moedas.
Tartessos
Tartessos (Τάρτησσος) era o nome pelo qual os gregos conheciam a primeira
civilização do Ocidente. Herdeira da cultura megalítica andaluza, que se desenvolveu no
triângulo formado pelas actuais cidades de Huelva, Sevilha e São Fernando (Cádiz),
pela costa sudoeste da Península Ibérica, teve por linha central o rio Tartessos, que os
romanos chamaram logo de Baetis e os árabes Guadalquivir. Os tartessos
desenvolveram uma língua e escrita distinta a dos povos vizinhos, e tiveram influências
culturais de egípcios e fenícios.
Não é certo que tenha existido uma cidade com este nome, dado que ainda não se
encontrou sua localização, ainda que estejam perfeitamente documentados outros
povoados ao longo do vale do Guadalquivir, território de expansão da civilização dos
Tartessos. A sua provável capital talvez fosse Turpa, no lugar que hoje ocupa o porto de
Santa Maria, na desembocadura do Guadalete, de cuja raiz “tr” sairiam todas as formas
de Tartessos. Provavelmente, a cidade e a civilização já existiam antes de 1000 a.C.,
dedicadas ao comércio, a metalurgia e a pesca. A posterior chegada dos fenícios e seu
establecimento em Gadir (actual Cádis), talvez tenha estimulado o seu imperialismo
sobre as terras e cidades ao seu redor, a intensificação da exportação das minas de cobre
e prata (Os Tartessos converteram-se nos principais provedores de bronze e prata do
Mediterrâneo), assim como a navegação até às ilhas Casitérides (Ilhas Britânicas ou
mais concretamente as ilhas da Sicília), de onde importaram o estanho necessário para a
produção de bronze, ainda que também o obtivessem pela lavagem de areias que
continham estanho.
A sua forma de governo era a monarquia, e possuiam leis escritas em tábuas de bronze.
Heródoto fala de 6.000 anos.
Quando o viajante Pausanias visitou a Grécia no século II a.C. (Paus. Desc. 6.XIX.3)
viu duas câmaras num santuário de Olímpia, que a gente de Elis afirmava realizadas con
bronze tartesso.
«Dizem que Tartessos é um rio na terra dos Iberos, chegando ao mar por duas
desembocaduras e que entre esses dois locais se encontra uma cidade desse mesmo
nome. O rio, que é o mais longo da Ibéria, e tem marés, chamado em dias mais
recentes Baetis, e há alguns que pensam que Tartessos foi o nome antigo de Carpia,
uma cidade dos Iberos»
"De facto, o Rei Salomão tinha naves de Tarsis no mar junto com as naves de Hirão. As
naves de Tarsis vinham uma vez a cada três anos e traziam ouro, prata, marfim, bugios e
pavões." Antigo Testamento, Livro dos Reis I, 10-22
Este lugar se tem relacionado com Tartessos, ainda que exista uma árdua discussão
sobre o assunto.
Reis de Tartessos
Através de gerações nos chegaram documentos que falam dos lendários líderes de
Tartessos.
Indo-europeus
O termo indo-europeus pode aplicar-se a:
Celtas
Celtas é a designação dada a um conjunto de povos, organizados em múltiplas tribos,
pertencentes à família linguística indo-europeia que se espalhou pela maior parte do
noroeste da Europa a partir do segundo milénio a.C.. A primeira referência literária aos
celtas (Κελτοί) foi feita pelo historiador grego Hecateu de Mileto no século VI a.C..
Boa parte da população da Europa ocidental pertencia às etnias celtas até a eventual
conquista daqueles territórios pelo Império Romano; organizavam-se em tribos, que
ocupavam o território desde a península Ibérica até a Anatólia. A maioria dos povos
celtas foi conquistada, e mais tarde integrada, pelos Romanos, embora o modo de vida
celta tenha, sob muitas formas e com muitas alterações resultantes da aculturação
devida aos invasores e à posterior cristianização, sobrevivido em grande parte do
território por eles ocupado.
Existiam diversos grupos celtas compostos de várias tribos, entre eles os bretões, os
gauleses, os escotos, os eburões, os batavos, os belgas, os gálatas, os trinovantes e os
caledônios. Muitos destes grupos deram origem ao nome das províncias romanas na
Europa, as quais que mais tarde batizaram alguns dos estados-nações medievais e
modernos da Europa.
A influência cultural celta, que jamais desapareceu, tem mesmo experimentado um ciclo
de expansão em sua antiga zona de influência, com o aparecimento de música de
inspiração celta e no reviver de muitos usos e costumes.
Celtiberos
Os celtiberos são o povo que resultou, segundo alguns autores, da fusão das culturas do
povo celta e do povo ibero, nativo da península Ibérica. Habitavam a Península Ibérica,
nas regiões montanhosas onde nascem os rios Douro, Tejo e Guadiana, desde o século
VI a.C.. Não há, contudo, unanimidade quanto à origem destes povos entre os
historiadores. Para outros autores, tratar-se-ia de um povo celta que adaptou costumes e
tradições iberas. Estavam organizados em gens, uma espécie de clã familiar que ligava
as tribos, embora cada uma destas fosse autónoma, numa espécie de federação. Esta
organização social e a sua natural belicosidade, permitiram a estes povos resistir
tenazmente aos invasores Romanos até cerca de 133 a.C., com a Queda de Numância.
Lusitanos
Os lusitanos constituíam um conjunto de povos de origem indo-europeia, habitando a
porção oeste da Península Ibérica (hoje grande parte de Portugal e da Extremadura
espanhola).
A figura mais notável entre os lusitanos foi Viriato, um dos seus líderes no combate aos
romanos. Outros líderes conhecidos eram Punicus, Cæsarus, Caucenus, Curius,
Apuleius, Connoba e Tantalus.
Origem
Os antepassados dos lusitanos compunham um mosaico de diferentes tribos que
habitaram Portugal e a Extremadura espanhola desde o Neolítico. Não se sabe ao certo a
origem destas tribos, mas é provável que fossem oriundas dos alpes suíços ou mesmo
nativas de Portugal. Miscigenaram-se parcialmente com os invasores celtas, dando
origem aos lusitanos.
Tribos
Povos (populi) que constituíam os Lusitanos (Lusitani):
Igaeditani
Lancienses Oppidani
Tapori
Coilarni ou Colarni
Lancienses Transcudani
Aravi
Meidubrigenses
Arabrigenses
Paesures
OILAM TREBOPALA
REVE TRE[...]»
Esta inscrição traduz-se habitualmente como: "[é sacrificada] uma ovelha a Trebopala, e
um porco a Laebo, oferenda a Iccona Luminosa, uma ovelha de um ano a Trebaruna e
um touro semental a Reve Tre[baruna(?)]".
Para estes autores, o lusitano mais do que uma língua descendente do celta comum
,seria uma língua aparentada ao celta comum, ou seja, uma variante separada do celta
mas com muita relação a ele.
As lutas dos lusitanos contra os romanos começaram em 193 a.C.. Em 150 a.C. o pretor
Sérvio Galba, após ter infligido grandes punições aos lusitanos, aceitou um acordo de
paz com a condição de entregarem as armas, aproveitando depois para os chacinar. Isto
fez lavrar ainda mais a revolta e durante oito anos, os romanos sofreram pesadas baixas.
Esta luta só acabou com o assassínio traiçoeiro de Viriato por três companheiros
tentados pelo ouro romano. Mas a luta não parou e para tentar acabá-la mandou Roma à
Península o cônsul Décimo Júnio Bruto, que fortificou Olisipo, estabeleceu a base de
operações em Méron próximo de Santarém, e marchou para o Norte, matando e
destruindo tudo o que encontrou até à margem do Rio Lima. Mas nem assim Roma
conseguiu a submissão total e o domínio do norte da Lusitânia só foi conseguido com a
tomada de Numância, na Celtibéria que apoiava os castros de Noroeste.
Em 60 a.C. Júlio César dá o golpe de misericórdia aos lusitanos.
Cerca de 1000 a.C. mas provavelmente ainda antes, a região passou a ser habitada por
povos Indo-Europeus, de origem Celta que coexistiram com os povos Iberos, habitando
regiões distintas da Peninsula Ibérica. Na zona Leste da meseta Central, os povos Celtas
mesclaram-se com os povos Iberos dando origem aos Celtiberos, que não se devem
confundir com os Celtas Ibéricos (Celtas da Península Ibérica) que em Inglês se
denominam de Celtiberians.
Rufo Avieno no seu poema Ode Marítima (século IV d.C.) relata as aventuras de um
navegador grego nos finais do século VI a.C., que descreve a existência de várias etnias
na costa meridional atlântica que já praticavam a cultura megalítica e seriam,
provavelmente, os responsáveis pelo comércio com o atlântico norte — os Estrímnios e
os Cinetes (ou Cónios). São os Celtas, os responsáveis pelos sufixos dunuum e briga em
nomes de cidades, como Conímbriga (que viria a dar o nome à cidade de Coimbra), ou
Miróbriga (Santiago do Cacém), Caetóbriga (Setúbal) e Lacóbriga (Lagos). Os Celtas
viviam principalmente na zona Norte e Ocidental da Peninsula enquanto que os Iberos
viviam na zona Sul e Leste da mesma.
História de Portugal
A compreensão de Portugal e da sua História como problema é uma constante da
Historiografia e do Pensamento portugueses pelo menos desde o início do século XIX.
As condições que tornaram possível a autonomização de Portugal da força centrípeda de
Leão e Castela e, depois, lhe permitiram construir e manter uma identidade na Península
e no mundo são temas que estiveram no cerne da análise e da reflexão de historiadores e
pensadores como Herculano, Oliveira Martins, Antero, Sampaio Bruno, Jaime Cortesão,
António Sérgio e Joel Serrão, para citar apenas alguns nomes. E, independentemente da
variedade dos caminhos propostos, um factor específico avulta, entre os que
contribuíram para a construção da Nação Portuguesa: território situado no extremo
sudoeste da Europa, com uma área de cerca de 90 000 Km2 (3 vezes a Bélgica mas 1/5
da Espanha) e uma fachada atlântica de cerca de 840 km, Portugal tem, pelas sua
posição geográfica, acentuada ainda pelas características geomorfológicas do seu
território, uma posição excêntrica relativamente à Europa. A posição atlântica de
Portugal, prolongada, desde o início do Séc. XV, pelos dois arquipélagos atlânticos
descobertos e povoados por Portugueses, o dos Açores e o da Madeira, foi a chave da
sua História e da sua identidade nacional. O Atlântico selou o destino histórico de
Portugal: encravado entre um poderoso vizinho e o mar, os Portugueses souberam tirar
partido da sua situação estratégica, quer construindo no mar um poderio militar, quer
aliando-se à potência naval dominante (aliança inglesa), assegurando a sua
sobrevivência face às pretensões hegemónicas das potências europeias. Com razão
escreve Veríssimo Serrão (História de Portugal, vol. 1) : «em face de uma Espanha
superior em dimensão cinco vezes, não houve milagre no caso português, mas somente
a adequada integração dos seus naturais num quadro político que lhe assegurou a
existência autónoma que qualquer periferia marítima amplamente favorece.» A leitura
da História de Portugal em termos de um ciclo de apogeu e queda, de potência mundial
à irrelevância geopolítica, é uma leitura marcadamente oitocentista, e que deve situar-se
no contexto da reflexão política de finais do século XIX. A ideia de que certos factores
como a União dinástica com a Espanha, em que Portugal perdeu a sua dinastia e por
isso a sua independência política (dinastia filipina: 1580-1640), o Terramoto de 1755, as
invasões francesas (Guerras Napoleónicas), a independência do Brasil em 1822
determinaram a "decadência" de Portugal releva mais de um certo inconsciente
colectivo do que da necessária contextualização histórica. A Revolução Republicana de
1910 iria dar uma feição modernizadora a Portugal, dando porém origem a um regime
parlamentar instável, marcado por frequentes revoltas militares e pela trágica
intervenção no teatro da Primeira Guerra Mundial. A ditadura do Estado Novo,
instaurada na sequência da Revolução militar de 1926 (Salazarismo), marcou o Século
XX português pela sua excepcional duração (48 anos). Em 25 de Abril de 1974 eclodiu
um golpe militar organizado pelo Movimento das Forças Armadas (Revolução dos
Cravos), maioritariamente constituído por capitães do exército ("Capitães de Abril") que
derrubou a ditatura. Portugal entrou, após um conturbado período revolucionário, no
caminho da Democracia Parlamentar, ao mesmo tempo que procedia à descolonização
de todas as suas colónias. Membro fundador da NATO, o Portugal democrático
reforçou a sua modernização e a sua inserção no espaço europeu com a sua adesão, em
1986, à Comunidade Económica Europeia (CEE).
Antes de Portugal
A região que corresponde actualmente a Portugal começou a ser habitada há cerca de
quinhentos mil anos, primeiro pelos Neandertais e, mais tarde, pelo Homem moderno.
Entre 20 000 a.C. e 10 000 a.C., a Península Ibérica começou a ser colonizada por
grupos humanos Cro-Magnon e, milénios mais tarde, passou a abrigar outros povos,
autóctones e sem parentesco aparente com quaisquer outros povos conhecidos. Entre
eles, estavam os iberos, na costa mediterrânica de Espanha, os tartessos (relacionados
aos turdetanos, túrdulos e cónios), no extremo sul de Portugal (regiões do Algarve e
Alentejo) e os aquitanos e vascones (prováveis antepassados dos actuais bascos), na
região dos Pireneus. A hipótese de todos serem de origem berbere, do norte da África
(citada na teoria do Vascoiberismo), hoje é amplamente desacreditada, embora o
parentesco entre iberos e bascos ainda continue a ser investigado. Porém, segue-se a
crença de que todos eram povos distintos etnicamente entre si.
No século VII a.C., a região passou a ser habitada por povos indo-europeus, sendo estes
tribos proto-célticas e celtas. As tribos iberas e algumas vagas celtas misturaram-se,
dando origem aos celtiberos, em partes de Espanha. Outras populações proto-célticas e
celtas acomodaram-se em território português, como os lusitanos, os vetões (ou
Vettones) e os galaicos (ou Gallaeci), entre outras menos significativas, tais como os
brácaros, célticos, coelernos, equesos, gróvios, interamici, leunos, luancos, límicos,
narbasos, nemetatos, pésures, quaquernos, seurbos, tamagani, taporos, zoelas, turodos).
Influências menores foram os gregos e os fenícios-cartagineses (com pequenas feitorias
comerciais costeiras semi-permanentes).
Romanização
A Citerior foi subjugada e ocupada com relativa facilidade, mas a anexação da Ulterior)
só se tornou efectiva muito depois. A conquista total da península pelos Romanos só
ocorreu no tempo do imperador Augusto.
Viriato, o líder lusitano, conseguiu conter a expansão romana durante alguns anos,
fazendo com que fosse dos últimos territórios a resistir à ocupação romana da Península
Ibérica. Erigindo-se em chefe dos Lusitanos após escapar a uma matança perpetrada à
traição pelo romano Galba, uniu à sua volta um número crescente de tribos e travou uma
guerra incansável contra os invasores. Perito em tácticas de guerrilha e em iludir o
adversário, derrotou sucessivamente os vários generais romanos enviados contra ele. No
auge da sua carreira, o Senado reconheceu-o e declarou-o "amigo do povo romano".
Não obstante, seria morto à traição (140 a.C.) por três companheiros de armas
comprados pelos romanos.
Desprovidos de chefe, os Lusitanos sujeitaram-se ao jugo romano, mas por pouco
tempo. Na sequência das guerras civis, o general romano Sertório, da facção derrotada,
foi convidado pelos Lusitanos a chefiá-los contra Roma. Excelente general, derrotou
mais uma vez todos os generais enviados contra ele, incluindo o célebre Pompeu.
Sertório era um hábil e carismático político. Perpena, um outro general romano que se
lhe juntou, veio a assassiná-lo traiçoeiramente. A partir daí, a romanização do território
que viria a ser português prosseguiu sem dificuldades de maior para Roma.
Os Romanos deixaram um importante legado cultural naquilo que é hoje Portugal, nos
costumes, na arte, na arquitectura, na rede viária e nas pontes, algumas das quais servem
até aos nossos dias, como a de Trajano sobre o rio Tâmega em Chaves (Aquae Flaviae)
ou a de Vila Formosa (Alter do Chão), mas pouco terão contribuido para a composição
étnica portuguesa actual. Uma variante do Latim (Latim Vulgar) passou a ser o idioma
dominante da região. Surgiram novas cidades e desenvolveram-se outras, segundo o
modelo habitual de colonização romana. No fim do século I a.C. o imperador Augusto
criou a província da Lusitânia, que correspondia a grande parte do actual território
português, embora não à sua totalidade, já que as terras a norte do rio Douro integravam
a Tarraconense. Em 74 D.C. o imperador Vespasiano concedeu o "direito latino"
(equiparação aos municípios da Itália) a grande parte dos municípios da Lusitânia,
datando dessa época um importante surto urbano. Difundiu-se também a cidadania
romana, que viria a ser atribuída a todos os súbditos (livres) do império pela chamada
Constituição Antoniniana, ou édito de Caracala (212 D.C.). Em finais do século III d.C.
o imperador Diocleciano subdividiu a Tarraconense em outras províncias, entre as quais
se achava a Callaecia, que integrava o norte do actual Portugal, a Galiza e as Astúrias.
De todos estes povos, os Suevos e os Visigodos seriam aqueles que teriam uma
presença mais duradoura no território que é hoje Portugal. Estabelecendo a capital do
seu reino em Braga, os Suevos dominam um território que também inclui a Galiza e
chegam a dominar a parte ocidental da Lusitânia. Estabelecidos na condição de
federados do Império Romano, os Suevos eram pagãos, tendo sido evangelizados por S.
Martinho de Dume e convertidos ao catolicismo. A partir de 470 crescem os problemas
do reino suevo com o vizinho reino visigodo. Em 585 o rei visigodo Leovigildo toma
Braga e anexa o reino suevo. A partir daqui toda a Península Ibérica fica unificada sob o
reino visigodo (com excepção de algumas zonas do litoral sul e levantino, controladas
pelo Império Bizantino) até à queda deste reino em 711. A estabilidade interna deste
reino foi sempre difícil, pois os visigodos eram arianos, enquanto a maioria da
população era católica. Recaredo, convertendo-se ao catolicismo, facilitou a união das
duas populações; mas questões dinásticas reacenderam os conflitos e vieram a estar na
origem do colapso final.
Ocupação Muçulmana
O nascimento de Portugal
Se rápida foi a invasão árabe, a reconquista cristã foi francamente mais lenta. Este
processo gradual originou o nascimento de pequenos reinos que iam sendo alargados à
medida que a Reconquista era bem sucedida. Primeiro, o Reino das Astúrias, que viria a
dividir-se entre os filhos de Afonso III das Astúrias quando morreu. Assim nasciam os
reinos de Leão e Galiza e, mais tarde, de Navarra e Aragão e Castela.
A luta entre D. Afonso Henriques e sua mãe desenrola-se, até que em 1128 se trava a
Batalha de São Mamede (Guimarães) e D. Teresa é expulsa da terra que dirigira durante
15 anos. Uma vez vencida, D. Afonso Henriques toma conta do condado, declarando-o
principado independente.
Nascia, pois, em 1139, o Reino de Portugal e sua primeira dinastia, com o Rei Afonso I
de Portugal (D. Afonso Henriques), e a cidade de Coimbra como a primeira capital.
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_de_Portugal_(livro)"