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O território latino, é uma pequena planície de forma triangular nitidamente delimitada a sul
pelo mar mediterrâneo e a oeste pelo curso inferior do Tibre, a oeste não existe uma fronteira
natural e a demarcação da mesma é confusa.
O golfo ancestral, esta em parte coberto pelas cinzas vulcânicas dos montes albanos. A zona do
Lácio oferece também solos de mediana aptidão agrícola, mas que estão muitos propícios á
criação de gado por causa da sua humidade. O subsolo proporciona uma pedra fácil de talhar.
Distingue-se também a parte oriental do território, onde um vigoroso perfil vulcânico assegura
uma boa drenagem e notáveis pontos defensivos fixados nos bordados das crateras: como Alba
Longa e o Túsculo. A esta região de natureza selvagem opõem- se uma planície latina que por
vezes é pantanosa sobretudo junto á costa.
Necessário sublinhar a importância do Tibre, cujo as aguas seriam muito mais abundantes e
regulares do que as que são atualmente e constituíam também um curso de agua difícil de
transpor. Era também um eixo de circulação desde cedo utilizado para trocas com os
montanheses (próprio do habitante da montanha), onde se fazia trafico de sal daí o nome Via
Salaria.
O lácio estava no centro da península, uma encruzilhada importante.
O sitio de Roma, Cícero no De Republica afirma que Roma seria um sitio excelente, com
colinas de tufo caprichosamente recortadas, algumas isoladas e abruptas como o palatino,
capitólio e Aventino, e cercadas por depressões húmidas como o Foro, o Velabro e o vale
múrcio. Não é de todo um território agradável, mas sim um ótimo sítio para defender.
A fundação da urbs
As fontes
É um dado adquirido que os escritores antigos não tinham documentos da época sobre as
origens da Urbs.Uma vez que se perderam para nós ao antigos analistas, teremos que utilizar
dois textos da época de augusto, o livro I de Tito Lívio, escrito por volta de 30 a.c e o poema
da Eneia que Virgilio deixou inacabado..A tradição oral poderia ser apenas ser portadora de
uma mensagem pouco fiável.Sobre o período monárquico utilizaremos o Livro II do Re publica
de Cícero e os gregos Dionísio de Halicarnasso e Plutarco.
A narrativa lendária
Na Eneida de Virgílio e na Ab Urbe condita libri de Tito Lívio, Eneias, filho da deusa Vênus,
foge de Troia com seu pai Anquises, seu filho Ascânio, e os sobreviventes da cidade. Com este
realiza diversas peregrinações que o levam, por fim, ao Lácio, na península Itálica. Lá ele é
recebido pelo rei local, Latino, que oferece a mão de sua filha, Lavínia. Isto provoca a fúria do
rei dos rútulos, Turno, um poderoso monarca itálico que havia se interessado por ela. Uma
terrível guerra entre as populações da península eclode e, como resultado, Turno é morto.
Eneias, agora casado, funda a cidade de Lavínio em homenagem à sua esposa. Seu filho Ascânio
governa na cidade por trinta anos até que resolve se mudar e fundar sua própria cidade, Alba
Longa.
Cerca de 400 anos depois, o filho e legítimo herdeiro do décimo-segundo rei de Alba Longa,
Numitor, é deposto por um estratagema de seu irmão Amúlio. Para garantir o trono, Amúlio
assassina os descendentes varões de Numitor e obriga sua sobrinha Reia Sílvia a tornar-se vestal
(sacerdotisa virgem, consagrada à deusa Vesta),[33] no entanto esta engravida do deus Marte e
desta união foram gerados os irmãos Rômulo e Remo (nascidos em março de 771 a.C.).Como
punição, Amúlio prende Reia em um calabouço e manda jogar seus filhos no rio Tibre. Como
por um milagre, o cesto onde estavam as crianças acaba atolando-se em uma das margens do
rio no sopé do monte Palatino, onde são encontrados por uma loba que os amamenta; perto
das crianças estava um pica-pau, ave sagrada para os latinos e para o deus Marte, que os protege.
Tempos depois, um pastor de ovelhas chamado Fáustulo encontra os meninos próximo à
Figueira Ruminal (Ficus Ruminalis), na entrada de uma caverna chamada Lupercal. Ele os
recolhe e leva para sua casa, onde são criados por sua mulher Aca Larência.
Rômulo e Remo crescem junto dos pastores da região praticando caça, corrida e exercícios
físicos; saqueavam as caravanas que passavam pela região à procura de espólio. Em um dos
assaltos, Remo é capturado e levado para Alba Longa. Fáustulo, então, revela a Rômulo a
história de sua origem. Este parte para a cidade de seus antepassados, liberta seu irmão, mata
Amúlio, devolve Numitor ao trono e dá à sua mãe todas as honrarias que lhe eram devidas.Ao
perceber que não teriam futuro na cidade, os gêmeos decidem partir, junto com todos os
indesejáveis, para então fundar uma nova cidade no local onde foram abandonados.Rômulo
queria chamá-la Roma e edificá-la no Palatino, enquanto Remo
desejava nomeá-la Remora e fundá-la sobre o Aventino. Como forma
de decidir foi estabelecido que se deveria indicar, através dos
auspícios, quem seria escolhido para dar o nome à nova cidade e
reinar depois da fundação. Isto gerou divergência entre os
espectadores e uma acirrada discussão entre os irmãos, que terminou
com a morte de Remo.Uma versão alternativa afirma que, para
surpreender o irmão, Remo teria escalado o recém-construído
pomério quadrangular da cidade e,tomado em fúria, Rômulo o teria
assassinado.
A figura de Rómulo-
Vai ser uma figura extremamente importante na
história política romana, naquilo a que podemos
chamar o imaginário coletivo de Roma, porque é uma
personagem que é tão importante que é uma mistura,
representa uma espécie de síntese do rei sacerdote,
uma mistura de várias coisas e portanto esta figura de
Rômulo é transformada durante toda a época romana numa figura muitíssimo importante
naquilo que podemos chamar o imaginário político Romano ou consciência coletiva romana,
Memória coletiva romana (podemos chamar isso tudo). o que é importante perceber é que esta
figura, o Rómulo, o fundador a que os romanos vão chamar o pater patriae (pai da pátria), no
sentido de grande fundador, do pai fundador.
Esta figura que representa uma síntese de várias coisas, e ele é simultaneamente legislador,
guerreiro, sacerdote, etc.
A história na mitologia ligada a Rómulo, e a todas as histórias que se contam de Rómulo, não
se fala da morte de Rómulo (por exemplo), o que se fala é no desaparecimento de Rómulo.
Primeiro imperador, Augusto, vai incluir no seu nome o título de pater patriae, o que significa
que Augusto quando quer justificar o seu poder uma das coisas que vai fazer é ir buscar, Tomar
para ele, uma espécie de papel de um 2º pai fundador e onde isto se reflete é na introdução no
seu nome que só tinha sido dada até aí a Rómulo e serve também como propaganda politica.
Conclui se que nada que foi descoberto no Palatino se assemelhasse a uma Tornar- se necessário distinguir dois períodos
cidade, porém: na fundação de Roma. O período das cabanas
-Vestígios bem anteriores à data lendária de fundação revelam a presença de de 750 até cerca de 600 a.c. Mas conclui-se que
uma comunidade desde o século IX não existiu uma cidade de Rómulo no Palatino;
-A descoberta de 3 muralhas sucessivas no sopé do Palatino permitiu no máximo, simples aldeias de pastores; pode
demonstrar a existência de um povoado fortificado nesta zona desde o século simplesmente afirmar-se que o palatino, possui
VIII a.C.
uma relativa antiguidade em relação ás outras
-Inscrições datadas do século VI a.C. mencionam a existência dos reis aldeias.
-O Palatino conserva durante a República e o Império essa preeminência no O nascimento da cidade é no Foro que se
seio de Roma
concretiza de acordo com dois eixos que são:
-Com o domínio Etrusco Roma passa a ser um autêntico centro urbano: no sentido norte-sul. Foi no cruzamento destes
o Recinto sagrado (pomoerium) dois eixos que surgiram os templos de Vesta(é
o Muralha uma construção da Roma Antiga dedicada ao
o Pequeno forum culto da deusa Vesta pelas sacerdotisas Vestais)
e a Regia (Segundo a tradição, era residência
o Santuário da tríade Júpiter/Juno/ Minerva que substitui
Júpiter/Marte/Quirino do segundo rei Numa Pompílio (r.
715–673 a.C.), e o edifício do qual
hoje só se conservam as fundações, em formato irregular, foi reconstruído
diversas vezes durante a República, preservando seu formato durante o
Principado.
A fundação de Roma e a mitologia comparada
Os Romanos não se sabendo exprimir-se pelo mito com os gregos, substituem-no por narrativas
que encobrem de facto uma realidade sociocultural que o estudioso pode explorar, de tal modo
que se torna possível compará-las com os elementos fornecidos por outros povos indo-europeus.
Esta tarefa parte do pressuposto evidente que os latinos herdaram não apenas uma línguas, mas
também as estruturas mentais dos indo-europeus.
As três castas funcionais
A tríade divina Júpiter-Marte-Quirino, venerada na religião romana mais arcaica. Tres
categorias funcionais que se encontram na Índia Védica: os sacerdotes, os guerreiros e os
produtores. Esta tripartição primitiva subsistiu, em numerosos vestígios que julgam-se ser
encontrados nas três tribos arcaicas de Roma, nas diversas formulas sagradas e mesmo nos
textos literários como na elegia de Propércio.
O espírito concreto dos Romanos recobre esta velha estrutura de uma aparência étnica- Os
Latinos, piedosos; os Etruscos, guerreiros; Sabinos, criadores de gado e agricultores. Leia-se de
uma repartição topográfica no quadro das Urbs (romanos do Palatino, etruscos do Célio,
sabinos do Capitólio ou do Esquilino.
Além disso acredita-se que os reis anteriores ao Tarquínios não são mais do que mitos que
refletem a tripartição primitiva das sociedades indo-europeias. Tudo Hostílio incarna o frenesim
guerreiro de Marte, Tito Tácio é o senhor dos cultos agrários, quanto Rómulo e a Numa formam
uma dupla divina que associa o mágico ao legislador e que preside á casta sacerdotal
Conclusões
O aspeto factual das origens de Roma continua obscuro, pode tentar-se uma melhor definição
do quadro económico, social e cultural do seu nascimento. Um substrato mediterrânico
penetrado por elementos setentrionais, pastores nas suas cabanas primitivas, contactos culturais
com os montanheses, sobretudo comos Etruscos, tal é a situação quando se começa a definir a
cidade de Roma, na primeira metade do século VI. Nada há de mais errado do que a ideia de
Roma a nascer da geração espontânea num Lácio fechado e isolado. Roma e o Lácio são, bem
pelo contrário, parte integrante do mundo itálico.
Os Etruscos em Roma
Vários problemas se nos colocam: por que chegam os Etruscos a Roma, como a fundam,
quem são os Tarquínios, quanto tempo ficam na cidade?
Os reis etruscos
Os frescos dos túmulos François de Vulcos , datado do final do século IV a.c, mostra-
nos uma cena patética:um tal de CHeve Tarchu Rumach (Gneu Tarquinio de Roma)
derrotado pelos irmaos Vipena que vieram libertar o seu aliado Mastarna, prisioneiro
de Tarquínio. Ora sabemos pelo imperador Cláudio que Mastarna era o nome etrusco
do rei Sérvio Túlio.
Varrão e Tácito falam.nos de Célio Vibena, que veio em data incerta prestar uma grande
ajuda aos Romanos contra os inimigos, deixando o seu nome na colina do Célio.
Quanto ao seu irmão Aulo Vibena,encontrou-se uma grande ajuda aos Romanos contra
os inimigos,deixando o seu nome na colina do Célio.
Para estes rudes aventureiros toscanos entrar em confronto por causa dos domínios das
aventureiros toscanos entrar em confronto por causa do domínio das cidades, como um
pouco os condottieri:Vulcos,Veios e por fim Roma foram, de acordo com a sua
importância estratégica, objeto da escolha das suas ambições.
A retirada dos etruscos
Segundo a tradição, foi em 509 que o Tarquínio o Soberbo foi expulso de Roma depois
de um odioso reinando. Os etruscos ocuparam e dominiram até meados do século V.
Em qualquer dos casos, a retirada teve causas mais gerais do que a virtude de Lucrécia
ou a coragem de Bruto.O século V marca com efeito o inicio do declínio da Etrúria
perante os ataques do helenismo. A evacuação
de Roma esta seguramente ligada a estas
ofensivas da primeira metade do século V e
os Romanos conseguiram-no sem muito
esforço. Ao retiram-se, os Etruscos deixam,
em lugar de uma vaga liga de aldeias e uma
bela e grande cidade, após um pouco mais de
um seculo de ocupação.
Os quadros gentílicos
Trata-se das três tribos primitivas: Tities, Ramnes e Luceres. Representaria, a tripartição
primitiva das sociedades indo-europeias, ou uma divisão étnica(respetivamente
Sabinos, Latinos e Etruscos.
Desde logo, a instituição foi oficializada pelos Etruscos, uma vez que os três nomes tem
ressonâncias etruscas. As tribos, as cúrias e as gentes(isto é as famílias patriarcais que
são a base do sistema) são grupos humanos fundados sobre uma comunidade de sangue
e sobre os cultos familiares.
As gentes, em Roma parecem maioritariamente de origem latina, mas há igualmente
sabinas entre as mais antigas e até mesmo etruscas. Naturalmente que os gentiles(isto
é todos o que se ligavam a uma gens, portanto a uma cúria e a uma tribo)não
representavam a totalidade da população romana, mas em relação aos outros habitantes
assumiam uma posição de superioridade.
Os poderes públicos
A tradição distingue três poderes, tal como na cidade grega arcaica: o rei, o senado e a
assembleia dos gentiles.
O rei, é escolhido pela assembleia curiada com a aprovação do senado com a aprovação
do senado. O rei tem um caracter absoluto, esse imperium cujos símbolos, todos
etruscos, serão mantidos pelos magistrados romanos, e também os poderes mágicos que
este rex detém e que a República conservará, separando-os do imperium na figura de
um rex sacrorum.
O senado não tem poder político, no rigor da palavra, mas um imenso prestígio
religioso, a auctoritas, mais um conceito especificamente romano e que encontraremos
com frequência. Quanto ao populus reunido nas cúrias, toma certas resoluções, as leges,
a pedido ou pelo menos com a aprovação do senado, como o atesta a arcaica
formula”populus jussit, Patres auctores facti”
Neste domínio, tudo ou quase tudo remonta aos Etruscos. Evocamos já o templo do
capitolio que é a casa de jupiter, julo e minerva.
É uma obra tipicamente etrusca as estatuas de terracota que se erigiam sobre o telhado
e do que o Apolo de Veios nos dá uma ideia muito precisa.
Uma outra obra marcante do período dos reis é a celebre Loba de bronze, encomendada
pelos Tarquinios.
A escrita um legado dos Etruscos que embora os Romanos não tenham feito grande
uso, não mais do eu modelos artísticos propostos pela Etúria.
Patrícios e Plebeus
É simplista fazer dos plebeus os descendentes dos pré-indo europeus e dos patrícios
originários dos conquistadores latinos reforçados por alguns elementos sabinos ou até
etruscos.
Gentes dotadas de uma sólida estrutura patriarcal e ligadas por todo um conjunto de
cultos comuns, e do outro uma massa indistitinta. Oposições económicas, tendo as
gentes atribuído a si próprias a maior parte do ager Romanus.
Assim, as dezasseis tribos rústicas que existiam desde a expulsão dos reis possuem todas
elas o nome de uma gens patricia.
Os magistratos
São os herdeiros, a diversos títulos, do poder real, mas limitado no tempo(a regra geral
é a anualidade)e fraccionado pela colegialidade.As magistraturas estão hierarquizadas.
No topo das magistraturas permanentes estão os dois cônsules que dirigem todos os
negócios públicos e comandam o exercito graças ao imperium e podem chefiar o
exercito, mas ocupam-se sobretudo da justiça velando por dizer o direito .Os edis e os
questores são desprovidos de imperium: os dois edis plebeus e os dois edis curuis e os
dois edis curuis tem a tarefa do policiamento urbano, da vigilância dos mercados e dos
abastecimento, da organização dos jogos públicos; os quatro questores partilham entre
si a guarda do tesouro publico.
Ao ditador se deva associar um chefe da
cavalaria;o seu imperium prevalece sobre
todos os outros, mesmo sobre a
intercessio de um tribuno.
A ditador se deva associar um chefe da
cavalaria; o seu imperium prevalece sobre
todos os outros. Dos cônsules não tem o
imperium; eleitos de cinco em cinco anos.
Por fim os censores exercem um juízo
moral sobre os cidadãos. Chama-se as
magistraturas curuis aquelas que dispõem
de um assento honorifico herdado dos
Etruscos.
Quanto aos tribunos da plebe, não são
propriaramente magistrados.
O Senado
Foi na origem o conselho dos patres, isto é, dos chefes das gentes patrícias; os senadores,
aproximadamente em número de trezentos, são designados por toda a vida pelos
censores e que elaboram de cinco em cinco anos o álbum senatus. Este está
rigorosamente hierarquizado, tendo á cabeça o prínceps senatus, que é patricio é
geralmente antigo censor, seguido dos antigos magistrados curuis por ordem
descendente.
Na aparência, o senado não tem grandes poderes. No entanto, o senado é realmente o
poder supremo em Roma. Detém a auctoritas, que é uma sanção de caráter religioso.
Para além disso o senado tem atribuições de importância primordial. Detém do poder
financeiro. Controla a politica externa da república, designa e recebe embaixadores e
por fim exerce o magistério supremo em matéria religiosa, decidindo festividades e
cultos novos, por últimos, o poder económico representado pelos homens que são
praticamente os mais ricos de Roma
Quando se presidente dá a palavra á assembleia, segue-se extremamente esta ordem
hierárquica, começando pelos prínceps, sem falar já no facto de muitos senadores nunca
terem possibilidade de se exprimirem ou no peso que tem opinião do primeiro orador
sobre os outros.