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CURSO DE ENGENHARIA DE PROCESSAMENTO MINERAL

BIOLIXIVIAÇÃO

4oAno; Turma única.

Estudante: Anedito de Altina Armando.

Docente: MSc. Leandro Peres.

RESUMO

Actividade mineira tanto como a maioria de outras atividades industriais, causam desequilibrio
ecologico por conta dos processos químicos que são muito utilizados, e como consequencia,
geram quantidades enormes de poluentes. Hoje, se têm buscado muitas alternativas para
minimizar essas quantidades de poluentes gerados e, na mineração, uma dessas alternativas é a
biolixiviação. Presente trabalho apresenta conteudos em torno da biolixiviação o qual é um
método convencional e ambientalmente correto para a recuperação de metais através do uso de
microrganismos. A extração microbiana de metais é feita através de lixiviação por bactérias
acidófilas que realizam a oxidação de enxofre e oxidação de ferro.

Palavras-chave: mineração. biolixiviação.

INTRODUÇÃO

O uso da biotecnologia na indústria mineira tem sido objecto de estudo em várias organizações
de pesquisa e indústrias dentro de um grande número de países nos últimos 40 anos.
Actualmente, várias tecnologias têm sido exploradas comercialmente em sistemas de engenharia
bem mecanizados. Estes podem ser agrupados sob o termo biohidrometalurgia, na qual, se
resume na interação entre os metais e os microrganismos.

A aplicação da tecnologia microbiana na indústria de mineração tem mostrado um


desenvolvimento progressivo na extração de metal durante o século XX. Este processo é

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comumente referido como biolixiviação. A extração microbiana de metais é feita através de
lixiviação por bactérias acidófilas que realizam a oxidação de enxofre e oxidação de ferro

OBJETIVOS

 Descrever o processo de biolixiviação na mineração e as suas aplicações em diferentes


situações;
 Conceituar de forma geral a biolixiviação;
 Conhecer mecanismos de biolixiviação;
 Apresentar aplicações da biolixiviação em diferentes tipos de minerais de interesse.

BIOLIXIVIAÇÃO

A biolixiviação, ou lixiviação bio-assistida, pode ser definida como um processo natural de


dissolução de sulfetos, resultante da ação de um grupo de bactérias que oxidam minerais
sulfetados disponibilizando os metais presentes em suas formas iônicas solúveis (Rojas, 1998,
apud Lima, 2006). O que torna a técnica da biolixiviação uma alternativa muito interessante, na
substituição dos processos convencionais, é a capacidade de certas bactérias oxidantes de ferro
ou enxofre, como as dos gêneros Acidithiobacillus e Leptospirillum, crescerem em ambientes
altamente ácidos e em presença de metais pesados. (Gibbs et al, 1985, apud Lima,2006).

As características que fazem com que um organismo seja atuante na lixiviação/oxidação de um


mineral são: a possibilidade de atuação numa faixa expandida de temperatura (de 30 a 70°C),
faixa de pH ácido (1,8 a 2,2) e alta relação dos íons Fe3+/Fe2+ (Suzuki, 2001, apud Lima, 2006).

Por isso, é necessário iniciar o processo de biolixiviação em condições ótimas de umidade, pH,
temperatura, fontes de energia e nutrientes, como também a ausência de possíveis inibidores que
possam afetar o crescimento dos microrganismos. Além disso, deve-se levar em consideração as
condições físico-químicas do sistema, como por exemplo: granulometria das partículas do
minério, acesso de oxigênio e umidade para a superfície do minério, consumo de ácido e
presença de sulfetos suscetíveis à oxidação bacteriana (Lima, 2006).

MECANISMOS DE BIOLIXIVIAÇÃO

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É bem conhecido que a temperatura, velocidade de agitação, tamanho de partícula (área
superficial), acidez, nutrientes e aditivos afetam a velocidade de dissolução dos minerais
sulfetados por via microbiana. Há dois mecanismos envolvidos no ataque bacteriano desses
sulfetos: o ataque direto e o indireto. No mecanismo direto, a bactéria atua diretamente no
mineral sulfetado já no mecanismo indireto, a bactéria converte, simplesmente, Fe2+ a Fe3+ e
enxofre elementar em sulfato, enquanto os íons Fe3+ atuam diretamente na oxidação do mineral
sulfetado (Smith & Misra, 1991, apud Lima, 2006), como mostrado a seguir utilizando-se a
biolixiviação da calcopirita como exemplo: Inicialmente, a calcopirita é oxidada pelo ar:

O sulfato ferroso produzido é rapidamente oxidado pelo oxigênio na presença de bactérias:

O sulfato férrico produzido ataca a calcopirita formando, ainda, mais sulfato ferroso que repete o
ciclo de oxidação:

O enxofre elementar, formado pela dissolução indireta da calcopirita, é oxidado por atividade
biológica formando o ácido sulfúrico que mantém o ferro em solução:

No mecanismo direto, o microrganismo aderido à superfície do mineral realiza a dissolução do


mesmo, por meio de reações envolvendo enzimas produzidas pela bactéria. Portanto, uma alta
taxa de dissolução está associada a uma elevada concentração de microrganismos na superfície
do mineral. (Pina, 2006).

No mecanismo Indireto, o mineral é atacado quimicamente pelo íon férrico presente na solução
e por prótons (H+), dependendo da sua composição química. Durante a oxidação do mineral, o
íon férrico é transformado em íon ferroso. A função do microrganismo, neste caso, é oxidar o íon
ferroso a íon férrico, regenerando, desta forma, o agente oxidante (Pina, 2006).

Aplicação da Biolixiviação iclue a extração de metais tais como: sulfetos secundários de cobre
(calcocita, covelita e bornita), minério de cobalto, minérios sulfetados de níquel, minérios de
urânio.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

1. LIMA, R. B. Biolixiviação de Concentrado de Flotação de Sulfetos de Cobre.


Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos) –
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola de Química, Rio de Janeiro, 2006.
2. PINA, P. S. Estudo da biolixiviação e da lixiviação química de um concentrado sulfetado
de zinco. Dissertação (ProGrama de Pós-Graduação da Rede Temática em Engenharia de
Materiais – REDEMAT), Ouro Preto, 2006.
3. RAWLINGS D.E.; SILVER. S. Mining with microbes. Bio/Technology, v. 13, 1995.
4. ROSSI, G. Biohydrometallurgy. New York: McGraw-Hill, 1990.
5. SANTOS, L. R. G. Biolixiviação de um concentrado sulfetado complexo de níquel e de
ferro e caracterização dos produtos de oxidação. Dissertação (ProGrama de Pós-
Graduação da Rede Temática em Engenharia de Materiais – REDEMAT), Ouro Preto,
2006.

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