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Aula 11
TESTE DE ESTERILIDADE
Os testes de esterilidade aplicam-se a insumos farmacêuticos, medicamentos e produtos para
saúde que, de acordo com a Farmacopeia, devem ser estéreis, sendo adequados para revelar a
presença de bactérias e fungos.
Contudo, um resultado satisfatório indica que não foi encontrado micro-organismo contaminante
somente na amostra examinada. A extensão desse resultado ao restante do lote requer a segurança
de que todas as unidades do mesmo lote tenham sido preparadas de modo a garantir grande
probabilidade de que todo o lote passaria pelo teste. Obviamente, isso depende das precauções
tomadas durante os processos operacionais de fabricação, de acordo com as Boas Práticas de
Fabricação.
PADRONIZAÇÃO DO INÓCULO
Usualmente, são necessários ajustes para se obter densidade específica de células microbianas
viáveis (não mais que 100 UFC) no meio de cultura. Para estabelecer um volume que contenha
a densidade recomendada de células, diluições em série devem ser realizadas a partir de uma
suspensão estoque, procedendo-se a contagem em placas para determinar a densidade
microbiana obtida com cada diluição.
Se o procedimento estiver bem padronizado, é possível reproduzir os resultados com a mesma
cepa microbiana. É recomendável a utilização de subculturas de microorganismos até no máximo
5 transferências, a partir da cultura original.
ESTERILIDADE
Confirmar a esterilidade de cada lote de meio esterilizado incubando todos os frascos dos meios
nas condições especificadas por 14 dias. Não deve ocorrer crescimento microbiano.
➔ A ocorrência de crescimento microbiano inutiliza o lote de meio para o teste de
esterilidade.
PROMOÇÃO DE CRESCIMENTO
Cada lote de meio de cultura esterilizado deve ser testado quanto à sua capacidade em promover
o crescimento de micro-organismos. Inocular, separadamente, em duplicata, tubos de cada meio
com volume de inóculo contendo não mais que 100 UFC de cada cepa microbiana listada na
Tabela 1 e incubar conforme as condições especificadas para cada meio.
O teste de promoção de crescimento é considerado válido se houver evidência de crescimento
microbiano, visualizado pela turvação e/ou por métodos microscópicos, após 3 dias de incubação
dos meios inoculados com bactérias e após 5 dias de incubação dos meios inoculados com fungos.
Aula 12
PIROGÊNIOS
O teste de pirogênios fundamenta-se na medida do aumento da temperatura corporal de coelhos,
após injeção intravenosa da solução estéril em análise. Para produtos bem tolerados pelos animais,
utilizar uma dose que não exceda 10 mL/kg, injetada em tempo não superior a 10 minutos. Para
os produtos que necessitem preparação preliminar ou condições especiais de administração,
seguir as recomendações estabelecidas na monografia.
CONDIÇÕES GERAIS
Usar coelhos do mesmo sexo, adultos, sadios, preferencialmente da mesma raça, pesando, no
mínimo, 1,5 kg. Após a seleção, manter os animais em gaiolas individuais em sala com
temperatura uniforme entre 20 e 23 ºC livre de perturbações que possam estressá-los. A
temperatura selecionada pode variar até ± 3 ºC.
Realizar condicionamento para determinação da temperatura dos animais, pelo menos uma vez,
até sete dias antes de iniciar o teste. Os animais deverão ser condicionados segundo o mesmo
procedimento do teste apenas sem inoculação do produto.
➔ Animais que apresentarem elevação de temperatura igual ou superior a 0,5 ºC, em relação
à temperatura inicial, não deverão ser utilizados no teste.
➔ Quando da realização do teste, usar apenas animais com temperatura igual ou inferior a
39,8 oC e que não apresentem, de um para o outro, variação superior a 1,0 ºC.
REGISTRO DA TEMPERATURA
Usar termômetro clínico calibrado com precisão de ± 0,1 ºC ou qualquer outro dispositivo de
registro de temperatura calibrado de igual sensibilidade. Introduzir o termômetro no reto do
animal em profundidade aproximada de 6 centímetros. Se for utilizado dispositivo registrador,
que deva permanecer no reto durante o período do teste, conter os coelhos de maneira que fiquem
em postura natural de repouso. Quando se empregar termômetro clínico, deixar transcorrer o
tempo necessário (previamente determinado) para que alcance a temperatura máxima, antes de
proceder à leitura.
Material
As seringas, agulhas e vidrarias estéreis e apirogênicas. Os diluentes e soluções extratoras ou de
lavagem devem, também, ser estéreis e apirogênicos.
Procedimento
Executar o teste em área especialmente destinada para o teste, sob condições ambientais
controladas, livre de perturbações que possam estressar os coelhos. Nas duas horas precedentes e
durante o teste, suprimir a alimentação. O acesso à água é permitido, mas pode ser restringido
durante o teste.
➔ No máximo 40 minutos antes da injeção da dose do produto a ser testado, registrar a
temperatura de cada animal mediante duas leituras efetuadas com intervalo de 30
minutos. A média das duas leituras será adotada como temperatura de controle
necessária para avaliar qualquer aumento individual de temperatura subseqüente à injeção
da amostra. Preparar o produto a ser testado conforme especificado na monografia e
aquecer a 37 ± 2 ºC.
Para o teste de pirogênios de materiais de uso hospitalar lavar, com solução fisiológica estéril, as
superfícies do material que entram em contato com o produto, local de injeção ou tecido interno
do paciente. Efetuar os procedimentos assegurando que a solução não seja contaminada. Injetar
pela veia marginal da orelha de três coelhos não menos do que 0,5 mL nem mais que 10 mL da
solução por kg de peso corporal ou a quantidade indicada na monografia.
A injeção não deve durar mais que 10 minutos, a menos que na monografia se especifique tempo
diferente. Registrar a temperatura de cada animal em intervalos de 30 minutos durante 3 horas
após a injeção → 6 resultados para cada animal.
Interpretação
Não considerar os decréscimos de temperatura apresentados pelos animais durante o teste. O
aumento de temperatura é verificado pela diferença entre a maior temperatura apresentada pelo
coelho durante o teste e a sua temperatura de controle.
➔ Se nenhum dos três coelhos apresentar aumento individual da temperatura igual ou
superior a 0,5 oC, em relação às suas respectivas temperaturas controle, o produto cumpre
com os requisitos do teste de pirogênios.
➔ Se algum coelho apresentar aumento da temperatura igual ou superior a 0,5 oC, repetir o
teste utilizando outros cinco animais.
Aula 13
ENDOTOXINAS BACTERIANAS
O teste de endotoxina bacteriana é usado para detectar ou quantificar endotoxinas de bactérias
gram negativas presentes em amostras para qual o teste é preconizado. Utiliza-se o extrato aquoso
dos amebócitos circulantes do Limulus polyphemus ou do Tachypleus tridentatus preparado e
caracterizado como reagente LAL.
Há duas técnicas com sensibilidade diferente para este teste:
1. MÉTODO DE COAGULAÇÃO EM GEL: baseado na formação de coágulo ou gel (método
semi-quantitativo)
2. MÉTODOS FOTOMÉTRICOS quantitativos que incluem:
O MÉTODO TURBIDIMÉTRICO, (baseado no desenvolvimento de turbidez após quebra de um
substrato endógeno);
O MÉTODO CROMOGÊNICO (baseado no desenvolvimento de cor após quebra de um
complexo peptídeo sintético cromógeno).
Qualquer um destes procedimentos pode ser realizado, a menos que indicado contrário na
monografia. No método de coagulação em gel, a determinação do ponto final da reação é feita a
partir de diluições da substância sob teste em comparação direta com diluições paralelas da
endotoxina padrão. As quantidades de endotoxinas são expressas em unidades de endotoxina
(UE) definidas.
O reagente LAL (lisado de amemócito de Limulus sp.) é preparado para as leituras turbidimétricas
ou colorimétricas e estes procedimentos podem ser utilizados se cumprirem os requisitos dos
métodos.
Para sua calibração é necessária a elaboração de uma curva padrão obtendo-se a sua regressão
linear, na qual se determina, por interpolação, a concentração de endotoxina da substância sob
teste.
O procedimento inclui incubação da endotoxina padrão para obtenção de uma curva de calibração
e das soluções controle com reagente LAL, por tempo pré-determinado e leitura
espectrofotométrica no comprimento de onda adequado.
No caso do procedimento do método turbidimétrico, a leitura é feita imediatamente após período
final de incubação, e para o procedimento colorimétrico a reação enzimática é interrompida no
final do tempo pré-determinado pela adição do reagente, antes das leituras.
Para os procedimentos cinéticos turbidimétricos e colorimétricos os valores de absorvância
medida durante o período da reação e valores de velocidades são determinados para aquelas
leituras.
PREPARAÇÃO DA ENDOTOXINA PADRÃO DE REFERÊNCIA E DO PADRÃO DE
ENDOTOXINA
O padrão de endotoxina de referencia tem uma potência definida de 10.000 UE (unidades de
endotoxina) por frasco. Reconstitua o frasco com 5 mL de agua grau reagente LAL (livre de
pirogênio) e agite em vórtex intermitentemente por 30 minutos. Use esta solução concentrada
(conservada em refrigerador por não mais que 14 dias) para fazer diluições seriadas. Agite
vigorosamente antes do uso por pelo menos 3 minutos e proceda às diluições seriadas, agitando
no mínimo 30 segundos antes das próximas diluições. Após o uso desprezar as diluições devido
à perda de atividade por adsorção. Para a preparação do padrão de endotoxina (siga as orientações
do fornecedor, certificados no laudo de endotoxina).