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ALTERNATIVAS PARA VIABILIZAR A NAVEGAÇÃO EM PERÍODO DE ESTIAGEM -

FORNECIMENTO DE ENERGIA FOTOVOLTAICA PELAS USINAS HIDRELÉTRICAS


Autor(res)
ANTONIO EDUARDO ASSIS AMORIM
LÍRIA BAPTISTA DE REZENDE
PAULO ROBERTO RODRIGUES FREIRE
WANDERLEY RODRIGUES DA SILVA

Categoria do Trabalho
Iniciação Científica

Instituição
FATEC - CENTRO PAULA SOUZA

Introdução
Em longos percursos, o modal hidroviário é mais competitivo e é o que emite menos dióxido de carbono (CO2) segundo
Confederação Nacional de Transporte, CNT (2014a) e CNT (2014b). Roso et al. (2020) apontam os benefícios ambientais
através da redução do congestionamento e do menor impacto ambiental. No Brasil a principal fonte de energia elétrica, mais de
68%, advém das usinas hidrelétricas (EPE, 2017). Porém, com as mudanças climáticas e períodos de estiagem cada vez mais
rigorosos, o rebaixamento do nível de água nos reservatórios impactam negativamente no setor elétrico brasileiro e
prejudicando a navegação (Huback et al., 2016). Discute-se o potencial de geração de energia fotovoltaica em substituição total
ou parcial da energia produzida pelas usinas hidrelétricas na hidrovia Tietê-Paraná, visando ao desenvolvimento econômico e
social a partir do uso da incidência solar abundante em todo o país.

Objetivo
O objetivo deste projeto, é discutir e verificar a alternativa das usinas produtoras de energia, substituírem o uso hídrico pelo
solar, para garantir a continuidade da navegação em épocas de estiagem, preservando a profundidade necessária do rio a fim
de viabilizar a navegação.

Material e Métodos
Inicialmente foi acessado o Atlas Solar Global para coletar as informações de radiação solar sobre cada eclusa da hidrovia Tietê
e o tempo de insolação. Com base nos dados fornecidos pela potência fiscalizada da ANEEL, tem-se a potência gerada por
cada eclusa. Com base nestes dados, estima-se a quantidade de placas solares flutuantes de larga escala – FLS necessárias
com capacidade instalada de 1000 kWp para suprir a energia necessária durante a estiagem, com uma demanda solar de 6
horas.

Resultados e Discussão
Pelos dados da ANEEL tem-se a potência fiscalizada de cada usina, em MW.
Barra Bonita - 140,76
Bariri - 143,1
Ibitinga - 131,49
Nova Avanhandava - 374,4
Promissão - 264

Usou-se os dados do Atlas Solar Global e obteve-se a potência gerada por cada placa, obtendo assim a quantidade de unidades
Barra Bonita 131
Bariri 141
Ibitinga 129
Nova Avanhandava 337
Promissão 256

O dimensionamento é muito crítico em uma instalação fotovoltaica, sendo empregado, para a estimativa um período de
insolação intensa de 6 horas diárias, com dias limpos, sem nuvens. Considera-se que cada unidade fornecerá a mesma
potência para todos os painéis solares. A quantidade de unidades, requer um grande espaço para acomodação das placas
solares a montante das eclusas, tendo em vista que esta placa fornece a maior potência com as menores dimensões.

Conclusão
As placas fotovoltaicas estão dispostas em módulos e podem ser expandidas na medida das necessidades, podendo ser
instaladas à montante das eclusas sem afetar a navegação, preservando o nível do rio. O sistema FLS é o que fornece maior
energia ocupando menor espaço e sua instalação supre a oferta de energia considerando dias limpas e 6 horas diárias de
insolação máxima.

Referências
CNT – Confederação Nacional do Transporte. CNT - Transporte Atual. Boletim Ambiental. Ano XX Número 230. Novembro
2014a.
______. CNT - Transporte Atual. Boletim Estatístico. Ano XX Número 230. Novembro 2014b.
EPE – EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Balanço Energético Nacional 2017: Ano base 2016. Rio de Janeiro: EPE,
2017.
HUBACK, V. et al. Mudanças climáticas e os impactos sobre o setor de energia elétrica: uma revisão da bibliografia. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE PLANEJAMENTO ENERGÉTICO, 10., 2016, Gramado, Rio Grande do Sul. Anais... CBPE:
Gramado, 2016. Disponível em: https://bit.ly/2On7Umq
ROSO, V; C. VURAL, A.; ABRAHAMSSON, A.; ENGSTRÖM, M.; ROGERSON, S; SANTEN, V. Drivers and Barriers for Inland
waterway transportation. Operations and supply chain management. pp. 406 – 417. 2020.

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