Via Sacra

Meditações de cada Estação, 24 de fevereiro de 2023
Cântico Inicial
Taizé
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V. Nós te adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R. Que pela tua santa cruz redimiste o mundo.
Leitura
Do Evangelho segundo São João
“Disse-lhe, então, Pilatos: «Portanto, Tu és rei?». Respondeu-lhe Jesus: «Tu dizes que sou rei. Eu
para isto nasci e para isto vim ao mundo: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é
da verdade escuta a minha voz». Disse-lhe Pilatos: «O que é a verdade?».
E tendo dito isto, saiu novamente ao encontro dos judeus e disse-lhes: «Eu não encontro nele
culpa alguma. Mas é vosso costume que eu vos liberte alguém na Páscoa. Quereis que vos liberte
o rei dos judeus?». Gritaram, então, novamente, dizendo: «Esse não, mas Barrabás!». Barrabás
era um salteador.” (Jo 18, 37-40)
Meditação
Pilatos não encontra em Jesus motivo de condenação, tal como não se opõe quando os judeus
O condenam. No diálogo com Jesus, Pilatos é confrontado com a Verdade, “Eu sou o Caminho, a
Verdade e a Vida” (Jo 14,6), e interroga-se por essa Verdade. Mas, imediatamente, o seu coração
endurece-se e permanece surdo à Palavra de Cristo, não compreende que tem diante de si
Aquele que Tudo pode. “A Verdade vos tornará livres” (Jo 8, 32). Pilatos não é livre, embora a
Verdade o tenha inquietado. Apesar de não ver em Jesus culpa alguma, não foi capaz de se
decidir por Cristo, e deixou que outros O condenassem. A voz da multidão prevaleceu sobre a
Palavra que ressoava dentro do seu coração.
Nós, jovens, tantas vezes, somos interpelados por Cristo a decidirmo-nos por Ele! E, tantas vezes,
a nossa resposta é como a de Pilatos: vazia; porque nos deixamos acomodar, condicionar pelo
que está de fora, pelas multidões. Talvez porque confrontados com as nossas fragilidades, com
medos, incertezas, talvez pela facilidade de ir com a corrente, não ouvimos a voz do Senhor, uma
voz exigente, mas libertadora e terna, que nos convida ao compromisso verdadeiro e sincero, a
sermos testemunhos d’Ele nos vários ambientes do nosso dia-a-dia: escola, faculdade, trabalho,
família, amigos, namoro.
Foi por mim que Cristo foi entregue. Cristo não fugiu da Cruz; escolheu-a; tal como me escolheu
a mim, com os meus defeitos, pecados, fragilidades e inseguranças.
Oração
Senhor, que nesta Via Sacra e na minha vida, me deixe amar por Ti, reconhecendo a Verdade do
Teu coração. Que nunca Te deixe sozinho e que o exemplo de tantos Jovens com quem vou estar
na Jornada Mundial da Juventude me ajude a decidir sempre por Ti, Meu Deus.
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Cântico 1ª Estação
Mafalda Oliveira Martins
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Leitura
Do Evangelho segundo São Marcos
Então Pilatos, querendo contentar a multidão, libertou-lhes Barrabás e entregou Jesus, depois de
o mandar flagelar, para ser crucificado. Os soldados levaram-no para dentro do pátio, isto é, para
o pretório, e convocaram toda a corte. Revestiram-no de púrpura, puseram-lhe uma coroa de
espinhos que tinham entrelaçado e começaram a saudá-lo: «Salve, ó rei dos judeus!». Batiam-lhe
na cabeça com uma cana, cuspiam-lhe e, pondo-se de joelhos, prostravam-se diante dele. Depois
de terem escarnecido dele, despiram-lhe a púrpura e vestiram-lhe as suas vestes. E levaram-no
para fora, para o crucificarem. (Mc 15, 15-20)
Meditação
Jesus, que pelo nascimento foi agraciado com ouro, é agora coroado de espinhos. Ele que foi recebido
de forma triunfante em Jerusalém, é escarnecido e desprezado. A púrpura, a coroa de espinhos e a
atitude reverencial dos soldados, embora proclamando a realeza de Cristo, manifestam a perversão
do coração do ser humano. Quando maltratamos alguém e desrespeitamos a sua dignidade, estamos
a tecer-lhe uma coroa de espinhos e a troçar da sua identidade mais autêntica.
Em Cristo escarnecido reconhecemos, hoje, as vítimas de qualquer tipo de abuso: as crianças feridas
na sua intimidade, os refugiados a quem é vedado o acesso a uma pátria, os excluídos das nossas
mesas abundantes, os povos em guerra destruídos pela soberba. Como é possível que, ainda hoje, em
nome de Deus se cometam as maiores atrocidades contra a dignidade da pessoa humana?
Muitas vezes, também nós jovens, procuramos viver uma vida cómoda, como os soldados, não nos
preocupando com as injustiças que grassam à nossa volta. A cultura do descarte e da indiferença
opõem-se ao olhar samaritano de Jesus diante dos seus opressores.
Oração
Senhor, que nesta Via Sacra e na minha vida, eu não tenha medo receber-Te e amar-Te em todos os
que sofrem, particularmente nos jovens vítimas da injustiça social e das consequências do mau uso dos
bens da terra.
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Leitura
Do Evangelho segundo São Mateus
“Vinde a mim, todos os que estais fatigados e oprimidos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre
vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso
para as vossas vidas, pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” (Mt 11, 28-30)
Meditação
Jesus, no caminho, no meio da multidão, cai por terra, sob o peso da Cruz, sob o grito e murmúrio
da multidão. Depois de ter caído, Jesus levanta-se e procura continuar a subida até ao monte
do Calvário onde sabia que iria ser crucificado na cruz, que, tão pesada, O fez cair.
Nesta primeira queda, Jesus deixa-nos um convite, aponta-nos um caminho, um modo de estar e
de agir. Propõe-nos um caminho de verdadeira humildade, o caminho que leva à ressurreição, o
caminho que nos permite reconhecer a nossa impotência e tocar a potência de Deus, e dizer como
São Paulo: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo que vive em mim” (Gálatas 2,20).
Oração
Senhor, que eu Te acompanhe nas quedas e não Te abandone. Ajuda-me a reconhecer-me
pequeno e impotente, sabendo que és Tu quem Tudo pode. Ajuda-me a aceitar que os frutos
da JMJ dependem mais das Tuas forças do que nas minhas.
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Taizé
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Leitura
“Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: «Eis que Ele está aqui para a queda e o
ressurgir de muitos em Israel e para ser um sinal de contradição – e uma espada trespassará
a tua própria alma – a fim de se revelarem os pensamentos de muitos corações». Sua mãe
conservava todas estas palavras no seu coração.” (Lucas 2, 34-35, 51)
Meditação
Nosso Senhor Jesus Cristo, no meio do tormento, da dor, e do sofrimento, encontra a sua Mãe,
Maria.No meio da multidão os seus olhares cruzam-se, e com eles o céu e a terra. Por instantes
Jesus sente-Se acolhido, consolado, no meio de tanta dor. Ele reconhece a presença, o amor e a
entrega de sua Mãe.
Por outro lado, a Mãe de Jesus, o Deus menino que Ela viu nascer, contempla agora, como
Senhora das Dores, o seu filho ser condenado. Maria acompanha Jesus no caminho,
permanecendo de pé junto à Cruz.
Desde o momento em que disse “sim”, Maria revela-se com uma firmeza, uma confiança, uma
audácia, atitudes que marcam também o carácter próprio da juventude, e espelha uma Igreja
jovem. Ela soube permanecer e acolher a dor. A juventude não é irresponsabilidade, não é
leviandade, não é volatilidade; é ser-se por inteiro, com a força da paixão de quem não desiste.
Neste encontro, Nossa Senhora vê o seu Filho com a Cruz, a carregar-me aos seus ombros, a
salvar-me. Como Mãe atenta e solícita, ela olha também para cada um dos seus filhos, querendo-
nos levar ao seu colo.
Oração
Senhor, que saiba ser sinal de esperança e de acolhimento com aqueles que se cruzam comigo.
Que no meio dos desafios da juventude, a JMJ possa ser fonte de luz e refúgio para tantos
Jovensque Te procuram.
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Leitura
“Quando o levaram, agarraram um certo Simão, de Cirene, que vinha do campo, e puseram-lhe a
cruz em cima para a levar atrás de Jesus.” (Lucas 23, 26)
Meditação
Simão de Cirene é descrito como um homem simples do campo, pai de Alexandre e de Rufo. Por
se encontrar num tempo e lugar determinado, foi o escolhido para ajudar Jesus a carregar a
cruz. O Cireneu recebeu naquele dia o madeiro da Cruz de Cristo! Quantas vezes parece
constrangedor receber e carregar uma Cruz que não é minha, que não me pertence!
No entanto, a Cruz de Jesus e a cruz dos nossos irmãos é, também, a nossa cruz. Desde o dia do
nosso Batismo, em que recebemos o sinal da Cruz, é nossa missão ser requisitado para ajudar a
carregar as cruzes deste mundo.
Aprendemos com Simão de Cirene a obediência e a caridade ao Mestre. Simão aceitou deixar “os
seus” e as“suas seguranças” e foi Ter com Jesus, para o meio do caos, do medo, da injustiça.
Para Simão, a cruz de Jesus surge como um imprevisto. Também na nossa vida assim o acontece
tantas vezes: a disciplina do curso da faculdade que não passámos, o emprego que não
arranjamos, a vocação que nos inquieta, a doença que surgiu. Em todas as circunstâncias ecoa
a voz do mestre: “Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.
Quem quiser salvar a sua vida, há de perdê-la; mas quem quiser perder a vida por causa de Mim,
há de encontrá-la.” (MT 16, 25)
Oração
Senhor, quando a vida nos trouxer uma cruz difícil de carregar, de compreender e aceitar, que
não nos fechemos em nós mesmos, nem protestemos. Ajuda-nos a encontrar-Te nesses
momentos e a abraçar a nossa cruz com amor. Que os desafios desta JMJ sirvam para ficarmos
cada vez mais perto de Ti e dos outros.
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Taizé
(excerto)
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Leitura
Do livro de Isaías
“Era desprezado e rejeitado pelos homens, homem de dores, experimentado no sofrimento,
como alguém diante de quem se esconde a cara, tão desprezado que não tínhamos consideração
por ele.” (Is 53,3)
Meditação
Naquele momento olhávamos um homem transfigurado, marginalizado, condenado, face ao qual o
instinto é virar a cara, desviando-nos de um encontro face a face. Seria melhor não ver, de modo a que
a nossa consciência ficasse tranquila e continuasse a permitir a desumanização de Jesus.
Pelo contrário Verónica não rejeita ver o rosto desfigurado de Jesus. Com gestos de delicadeza e
amor, não recusa sujar as próprias mãos, limpando o rosto ensanguentado do seu mestre. Nesse
gesto, ela ensina-nos a “pressa” do cuidado pelo outro. Só a consolação pode trazer de volta o rosto
do outro, fazendo que ele fique marcado em nós para sempre.
O amor não advém de características físicas, capacidades psico-motoras ou de condições

económicas, mas unicamente da factualidade de se nascer pessoa, de se ser amado por Deus
Pai e ter sido criado à sua imagem e semelhança.
Oração
Senhor, que a JMJ seja ocasião para vermos nos pobres, nos doentes, nos que estão sós, o teu
rosto que vem ao nosso encontro!
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Rui Fernandes, sj
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Leitura
Da primeira carta de São Pedro
“Cristo sofreu por vós, deixando-vos o exemplo, para que sigais os seus passos. Ele não cometeu
pecado algum, nem na sua boca foi encontrada falsidade. Insultado, não respondia com insultos;
maltratado, não respondia com ameaças, mas entregava-se Àquele que julga com justiça. Ele
carregou os nossos pecados no seu corpo, sobre o madeiro da cruz, para que, mortos para o
pecado, vivamos para a justiça. Pelas suas chagas fostes curados.” (2 Ped, 21b-24)
Meditação
Jesus volta a cair. Jesus cai não só pelas pedras e obstáculos do caminho que pisava e pelo
cansaço que já se fazia sentir, mas acima de tudo pelo peso da Cruz que carregava, onde estão
representadas as enfermidades da natureza humana.
Jesus carrega a cruz voluntariamente e abraça-a, ensinando-nos a abraçá-la também. Jesus

cai pela segunda vez, mas não se fica pelo caminho e volta a levantar-se.
Quantas vezes, nós jovens, diante de um fracasso caímos e desistimos, achando que já não vale
a pena lutar. Muitas vezes são os outros, os nossos pais, familiares e amigos que nos dão ânimo
para nos levantarmos de novo. O exemplo de Jesus mostra-nos a luz da esperança que brota
de uma vida unida a Ele.
Oração
Senhor, ensina-nos, apesar das quedas, apesar do pecado, a voltarmos sempre para Ti, a
recomeçar. Que a JMJ ajude os jovens de Todo o mundo a redescobrir a beleza do Sacramento
daReconciliação onde vemos o rosto da Misericórdia.
16
Taizé
17
Leitura
Do Evangelho Segundo São Lucas
“Seguia-o uma grande multidão do povo e de mulheres que batiam no peito e se lamentavam por
Ele. Mas Jesus, voltando-se para elas, disse: «Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai
antes por vós mesmas e pelos vossos filhos, porque eis que vêm dias em que dirão: "Felizes as
estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram". Começarão, então, a
dizer aos montes: "Caí sobre nós", e às colinas: "Escondei-nos". Porque se fazem isto com o madeiro
verde, o que acontecerá com o seco?».” (Lc 23, 27-31)
Meditação
Jesus encontra as mulheres de Jerusalém que choram e se lamentam por Ele. Dirigindo-lhes a
palavra, Jesus anuncia a causa maior da sua paixão, ou seja, a sua entrega pelos nossos pecados
e para nossa salvação. Jesus está consciente que está a cumprir a vontade do Pai e pede que
choremos por nós que, tantas vezes nos desviamos daquilo que Deus nos pede, nem fazemos a
sua vontade.
Jesus vive a sua vocação em liberdade e desafia-nos a descobrir que a nossa vocação se realiza
quando escutamos a voz de Deus e lhe respondemos com generosidade. Lembremo-nos de
tantos homens e mulheres santos que, seguindo os passos de Cristo, encontraram a sua
felicidade em fazer a vontade de Deus.
Também nós, jovens, somos chamados a fazer escolhas para toda a vida, sem medo de arriscar.
O Senhor chama-nos a uma entrega total, por inteiro. O matrimónio, a vida consagrada,
sacerdotal ou missionária são caminhos abertos onde o Senhor chama cada um de nós.
Oração
Senhor, Tu que me amas pelo que sou, como sou, como ser único e com uma missão única,
ajuda-me a aproveitar a JMJ para descobrir e viver melhor a vocação que me deste. É aí que
serei verdadeiramente feliz. Ajuda-me a confiar em Ti, aumenta a minha fé.
18
Taizé
19
Leitura
Do Livro das Lamentações
“É bom para o homem carregar o jugo, desde a sua juventude. Que se recolha em silêncio,
quando o Senhor o põe à prova; que ponha a sua boca na cinza, talvez encontre esperança; que
apresente a face a quem o fere, e suporte as afrontas. Porque o Senhor não rejeita ninguém
para sempre. Embora castigue, tem compaixão, porque é grande o seu amor.” (Lm 3, 27-32)
Meditação
Jesus volta a cair, é a Terceira vez. Não aguentamos mais. Viramos a cara, escondemos o rosto.
Não conseguimos ver Jesus caído mais uma vez no chão.
O Menino que muitos visitaram em Belém, que cresceu com Maria e José; aquele que fez
milagres, que pregava às multidões, está agora no chão, pela terceira vez, a carregar um
madeiro, a ser maltratado e marginalizado.
As três quedas de Jesus e todo este caminho até ao Calvário pertencem ao mistério da
redenção. Nosso Senhor procura-nos na nossa pequenez, na nossa condição humana: débil, frágil;
“desce” até nós para nos elevar até Ele. Caído no chão: fraco, cansado, Jesus compadece-se
das nossas fraquezas e mostra-nos o modo de passar pelas provações das nossas vidas:
permanecendo n’Ele.
Oração
Senhor, que a JMJ anime os jovens que andam mais cansados e sem esperança, a voltar para
Ti. Caíste para que nos levantemos! Ajuda-me também a mim a permanecer fiel a Ti e a
abandonar-metotalmente ao teu amor.
20
Taizé
21
Leitura
“Os soldados, depois de crucificarem Jesus, tomaram as suas vestes e fizeram quatro partes –
uma parte para cada soldado – e tomaram também a túnica. A túnica era sem costura, tecida num
todo, de alto a baixo. Disseram, então, uns aos outros: «Não a rasguemos, mas tiremos à sorte
quem ficará com ela»; isto para que se cumprisse a Escritura, que diz: Dividiram as minhas vestes
entre si e sobre a minha túnica lançaram sortes. Ora, foi o que fizeram os soldados.” (Jo 19,23-24)
Meditação
No meio da perversão e atrocidades que os soldados provocaram e infligiram em Jesus, só se
importaram com as Suas vestes. No meio da destruição da Vida, foi algo tão insignificante como
asvestes que lhes ocupou o tempo e para onde se dirigiu a vontade.
Muitas são as vezes em que no meio da escuridão desistimos de lutar por mais e sucumbimos aos
prazeres do momento.
Nós jovens, somos diariamente tentados a ceder aos facilitismos da tecnologia, do consumismo
e tantos outros prazeres, esquecendo-nos que Jesus morreu por nós de uma vez para sempre e
que essa oferta nos alcança cada vez que celebramos o memorial da sua paixão, morte e
ressurreição na celebração da Eucaristia.
Perdemos demasiado tempo em busca de ocupação, de entretenimento, completamente cegos

e impedidos de procurar o nosso caminho de felicidade. também nós saibamos largar-nos da
superficialidade e aprendamosa focar-nos no essencial.
Oração
Senhor, que todos nós, peregrinos da JMJ, sejamos exemplo de generosidade e entrega aos
outros. Que esvaziemos o nosso coração de tudo o que é supérfluo para que Jesus seja o único
que o pode preencher.
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23
Leitura
“Carregando a cruz, [Jesus] saiu para o chamado «Lugar da Caveira», que em hebraico se diz
«Gólgota», onde o crucificaram, e, com Ele, outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio.
Pilatos escreveu também um letreiro e colocou-o sobre a cruz; estava escrito: «Jesus, o nazareno,
o rei dos judeus». Muitos dos judeus leram este letreiro, porque o lugar onde Jesus foi crucificado
era perto da cidade; e estava escrito em hebraico, latim e grego. Diziam, então, a Pilatos os chefes
dos sacerdotes dos judeus: «Não escrevas: "O rei dos judeus", mas que Ele disse: "Sou rei dos
judeus"». Respondeu Pilatos: «O que escrevi, escrevi».” (Jo 19, 17-22)
Meditação
Jesus é crucificado. O letreiro que Pilatos mandara colocar no alto da cruz confirma a profundidade
do Mistério da vida de Cristo. Jesus é Rei, e a cruz é o seu trono.
A realeza de Jesus não é deste mundo, é uma realeza com uma Verdade e uma mensagem
universal,escrita para todos, entregue por todos, para o pobre e poderoso, para o crente e para
quem O abandona e O condena: Jesus ama todos, escolhe todos, e entregou-se naquela Cruz
por todos.
Contemplar Jesus crucificado é uma experiência de Amor, é experimentarmos o sentido

profundo do amor de Deus por cada um de nós. Um amor sem limites. O amor de Cristo é amar
sem medida.
Aprendamos de Jesus este amor sem reservas. Quantas vezes, quando impelidos a amar, caímos
no calculismo, atrasamos a entrega? Mas quando Jesus nos chama a amá-lo pede-nos uma
entrega Total e sem medida. Não esperemos um “futuro em que tudo esteja bem”, pois Jesus
chama-nos no presente. Quer fazer história connosco agora; é hoje que Cristo pede o meu e o
teu coração!
Oração
Senhor Jesus, que este caminho até à JMJ me ensine a ter o coração colocado no alto, a
ver que a verdadeira realeza está em servir a Deus Pai, como Tu o fizeste. Meu Deus, que eu
possa dizer: Souinteiramente teu!
24
25
Leitura
“Depois disto, sabendo Jesus que já tudo estava consumado, para que fosse consumada a
Escritura, disse: «Tenho sede!». Estava ali um vaso cheio de vinagre; pondo, então, uma esponja
cheia de vinagre num ramo de hissopo, levaram-lha à boca. Quando tomou o vinagre, Jesus disse:
«Está consumado!». E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.” (Jo 19, 28-30)
Meditação
Senhor, nesta estação são vãs as palavras e impõem-se o silêncio.
Tu que vieste para me salvar, Tu que morres, Tu que me salvas, Tu que me seguras.
Senhor, eu que choro, eu que quero permanecer, eu que quero caminhar ao Teu encontro, eu que
quero velar sempre por Ti.
Porque pela tua santa cruz redimiste o mundo.
Oração
Em silêncio.
26
Taizé
27
Leitura
“Vieram, então, os soldados e quebraram as pernas do primeiro e do outro que tinha sido
crucificado com ele. Mas, ao chegar a Jesus, como o viram já morto, não lhe quebraram as pernas.
No entanto, um dos soldados trespassou-lhe o lado com uma lança; e saiu imediatamente sangue
e água.
Aquele que viu dá testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro; e ele sabe que diz a verdade,
para que também vós acrediteis.
De facto, estas coisas aconteceram para que se cumprisse a Escritura: Nenhum osso lhe será
quebrado. E outra passagem da Escritura diz ainda: Olharão para aquele que trespassaram.
Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus – embora em segredo, por medo dos
judeus –, pediu a Pilatos para retirar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu-lho. Veio, então, e retirou
o seu corpo.” (João 19, 32- 38)
Meditação
E agora, depois de tudo suportar, vemos que Jesus, apesar de todo o ódio de quem O entregou,
não ficou sozinho. Junto da cruz, estavam Maria, sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria, Maria
Madalena, odiscípulo que Ele amava, João, Nicodemos e José de Arimateia, que o sepultou.
Jesus desce da Cruz, desce da escuridão da morte, o seu corpo é recolhido e novamente envolvido
num lençol nos braços de sua Mãe Maria, tal como no dia do seu nascimento, em Belém.
Maria é agora também minha Mãe e chama-me pelo meu nome! Que doce é a sua voz. Nesta
estação,estou também eu aos pés da Cruz, e fico com Nossa Senhora. A Mãe da Igreja acolheu-
me no seu regaço. Dá-me um beijo e estamos ali os Três. Jesus, Nossa Senhora e eu.
Oração
Senhor, obrigado por me teres dado Maria, Mãe da Igreja, Minha Mãe. Maria, ensina-me a ser fiel
como Tu para poder estar sempre perto do Pai. Que saiba sempre dizer “faça-se em mim” como
o disseste no dia da anunciação e o repetiste na hora da Paixão.
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29
Leitura
Do Evangelho segundo São Mateus
“Tomando o corpo, José envolveu-o num lençol puro e pô-lo no seu sepulcro novo, que tinha
escavado na rocha. Depois de rolar uma grande pedra até à entrada do sepulcro, foi-se embora.
Estavam ali Maria Madalena e a outra Maria, sentadas em frente do túmulo.” (Mt 27, 59-61)
Meditação
Após todo este longo caminho e dos tormentos da paixão depositam-no num sepulcro de pedra. Uma
morada que bem sabemos ser temporária.
Ao terceiro dia, Jesus ressuscitará, abrindo o reino dos céus e chamando-nos a
caminharmos com Ele até à eternidade. Nesse dia encher-se-ão os corações de esperança,
de alegria e de paz.
Oração
Senhor, que a JMJ dê esperança a todos os corações, mesmo aos mais endurecidos. Que
saibamosque na tua Misericórdia queres chegar a todos e queres que todos em Ti descansem.
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Taizé
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Mafalda Oliveira Martins

O amor não advém de características físicas, capacidades psico-motoras ou de condições

Jesus carrega a cruz voluntariamente e abraça-a, ensinando-nos a abraçá-la também. Jesus

Perdemos demasiado tempo em busca de ocupação, de entretenimento, completamente cegos

Contemplar Jesus crucificado é uma experiência de Amor, é experimentarmos o sentido

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