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MARINHA DO BRASIL

CAPITANIA DOS PORTOS DE SÃO PAULO

SUM
ÁRI
UNIDADE DE ENSINO Nº 05

ETSP
CURSO ESPECIAL PARA TRIPULAÇÃO DE EMBARCAÇÕES DE ESTADO NO SERVIÇO PÚBLICO (ETSP)

SUMÁRIO

NAVEGAÇÃO

1- Princípios básicos de navegação;

2- Tipos de navegação;

3- Coordenadas geográficas, rumos, marcações e distâncias, nó e milha náutica,


utilização das cartas náuticas;

4- Funcionamento dos equipamentos utilizados na navegação:

- Agulha magnética, agulha giroscópica, ecobatímetro, odômetro, radar e GPS;

5- apresentar o sistema de balizamento IALA B;

6- Publicações básicas de auxílio à navegação:

- Lista de faróis, avisos aos navegantes, roteiro, tábua das marés e publicação 12000
(símbolos e abreviaturas); e

6-Traçar pequenas derrotas na carta náutica.

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICAS

Todas referências bibliográficas são de publicações da Marinha do Brasil e da web, assim


como todas imagens.

1ºSG-MO Fabio Alves de Oliveira

Coordenador Pedagógico

ALVES, FABIO – Organizador da Apostila

Conteúdo atualizado em 18/08/2021

FLAVIANO DE OLIVEIRA CARVALHO


Capitão de Corveta (T)
Chefe do Departamento do Ensino Profissional Marítimo

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CURSO ESPECIAL PARA TRIPULAÇÃO DE EMBARCAÇÕES DE ESTADO NO SERVIÇO PÚBLICO (ETSP)

05 NAVEGAÇÃO 06 HORAS

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE NAVEGAÇÃO

“A navegação é a ciência e a arte que ensina a conduzir com segurança a embarcação de


um ponto a outro, sobre a superfície das águas, pelo caminho desejado”.

Para que isto seja conseguido, é necessário um estudo prévio da derrota, isto é, do
caminho a ser seguido, que deverá ser o mais livre de perigos e o mais curto possível.

O caminho mais curto representa menor gasto de combustível e viagem mais rápida.

TIPOS DE NAVEGAÇÃO

Podemos classificar a navegação de diversas formas, mas, nesta unidade de ensino, a


classificaremos conforme o método utilizado para se determinar a posição e também pela
distância de terra (da costa) que se encontra a embarcação.

Navegação em águas Restritas

É a navegação que se pratica em portos ou em suas proximidades, em baías, canais, rios


e lagos. É utilizada quando se navega a menos de 3 milhas da costa, onde a
profundidade média é de 20 metros ou menos. É o tipo de navegação que maior precisão
exige.

Navegação Costeiras
É aquela feita à vista da terra, valendo-se o navegante de acidentes naturais e artificiais
tais como: montanhas, pontas, cabos, ilhas, faróis, torres, edifícios, etc, existentes ou
dispostos, adequadamente, em terra, para determinar a posição no mar. É realizada,
normalmente, quando a embarcação se encontra entre 3 e 50 milhas da costa.

Navegação Estimada

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É aquela feita à vista de terra ou não. É utilizada quando a posição da embarcação é


determinada em função de outra previamente conhecida, podendo ser uma posição
visual, astronômica ou eletrônica. É realizada em qualquer fase da navegação sempre
que não se tem a posição definida com precisão.

Navegação Astronômica

É aquela que se vale da observação dos corpos celestes (Sol, Lua, planetas, estrelas)
para a determinação da posição da embarcação. Normalmente, só é utilizada em alto-
mar e a mais de 50 milhas da costa.

Navegação Eletrônica

Para cada tipo de navegação existem certos requisitos a serem observados; a tabela a
baixo os resumem:

PRECISÃO REQUERIDA E INTERVALO DE


TEMPO ENTRE POSIÇÕES

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Latitude e Longitude

Qualquer posição na superfície da Terra é determinada pelas Coordenadas Geográficas,


que utilizam como referência a linha do equador (00º) e o meridiano de Greenwich –
GW , (000º), e são chamadas de latitude e longitude, como veremos a seguir:

As Latitudes têm como símbolo a letra grega Phi (lê-se “fi”) (φ) e vão de 0 a
90 graus, para Norte (N) e para Sul (S).

Latitude Longitude

As Longitudes têm como símblo a letra grega Lâmbda (λ) e vão de 0 a 180
graus, para Leste (E) e para Oeste (W).

Lembre-se: se desejamos ir a casa de alguém é necessario que saibamos a


suas “coordenadas”, ou seja, se endereço composto por nome da rua e
numero. Assim a Latitude e a Logitude constituem o “endereço” de um
ponto da superfície da terra.

Muito bem, agora podemos concluir que, com as coordenadas geográficas, isto é, com a
latitude e a longitude, conseguiremos determinar a posição de qualquer ponto na
superfície da Terra e, sem dúvida, isto é de fundamental importância para o navegador.

Pontos Cardeais

Observando a natureza, o homem percebeu que o Sol nasce, todas as manhãs,


aproximadamente, no mesmo lado do horizonte e se põe, ao entardecer, no lado oposto.

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Assim sendo, tomou este lado, ou seja, o lado no qual o Sol nasce como referência para
criar os pontos cardeais.

O lado no qual o Sol nasce foi denominado de LESTE, que tem como abreviatura a letra
E; o lado onde o Sol se põe denominou-se de OESTE, cuja abreviatura é a letra W.
Conhecidos esses dois pontos (onde o Sol nasce e onde ele se põe), foram criados mais
dois outros: o NORTE, com abreviatura a N, e o SUL com abreviatura S.
Pois bem, esses quatro pontos são denominados de pontos cardeais. Observe a figura
abaixo e veja como é simples determinar os pontos cardeais.

Orientação pelo Sol.

Para se localizar em qualquer lugar que você esteja, estenda o braço direito na direção
em que o sol nasce, este é o lado Leste (E); o braço esquerdo estendido para o lado
oposto, onde o sol se põe, é o lado Oeste (W). Na frente estará o Norte (N) e atrás o Sul
(S).

PONTOS LATERAIS E COLATERAIS

Você deve ter percebido que os pontos cardeais nos dão apenas 4 direções (Norte, Sul,
Leste e Oeste). Entretanto, entre estas, existem outras direções. Em vista disso, foram
criadas, entre os pontos cardeais, direções que foram denominadas de pontos laterais.

Nordeste (NE) – localiza-se entre o norte e o leste;


Sudeste (SE) – localiza-se entre o sul e o leste;
Sudoeste (SW) – localiza-se entre o sul e o oeste; e
Noroeste (NW) – localiza-se entre o norte e o oeste.

E, ainda, entre os pontos laterais foram estabelecidos os pontos colaterais, de modo a


nomear, ainda mais, as direções.

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Nor-nordeste (NNE) – localizado entre o N e o NE;


Es-nordeste (ENE) – localizado entre o E e o NE;
Es-sudeste (ESE) – localizado entre o E e o SE;
Su-sudeste (SSE) – localizado entre o S e o SE;

Oes-sudoeste (WSW) – localizado entre o W e o SW;


Oes-noroeste (WNW) – localizado entre o W e o NW; e
Nor-noroeste (NNW) – localizado entre o N e o NW.

Para concluir, podemos dizer que o conjunto formado pelos pontos cardeais, laterais e
colaterais formará a rosa dos ventos, também conhecida como rosa dos rumos, ou
ainda rosa circular.

Rosa dos ventos Rosa dos ventos graduada.

É a rosa dos ventos que fornece ao navegante as direções de que ele necessita para
executar a navegação.

Para permitir a navegação em qualquer direção, inclusive as intermediárias, é que a rosa


dos ventos, apresenta-se graduada de 0º a 360º graus, ou seja, é dividida em ângulos, de
grau em grau.

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FUNCIONAMENTO DOS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA NAVEGAÇÃO

1- Agulha magnética, agulha giroscópica

Agulha ou bússola - é o instrumento que, apontando sempre na mesma direção fixa,


relativa a um observador na superfície da Terra, fornece a referência (o norte) para
obtenção de rumos e marcações.

Tipos Agulha

Existem, basicamente, dois tipos de agulhas náuticas: agulhas magnéticas e agulhas


giroscópicas.

Nos navios, a agulha Giroscópica (Giro) é o instrumento normalmente utilizado como


fonte principal para obter as direções, mas as agulhas magnéticas existirão sempre para
atender às situações de emergência.

Nas embarcações menores, com poucos recursos de energia elétrica, só existe a


agulha magnética..

A agulha giroscópica é uma agulha eletrônica moderna, mais precisa e de fácil utilização.
São as agulhas que indicam os rumos, e com elas são tomadas as marcações veja as
figuras abaixo:

Agulha magnética Agulha giroscópica

Rumo: é o ângulo formado entre a direção de referência e a direção a ser seguida pelo
navio Sendo a direção de referência o norte e a direção a ser seguida a indicada pela
proa da embarcação.

Marcação: é a direção horizontal de um ponto com referência a outro, medida em relação


a uma direção fixa de referência. Essa direção fixa pode ser o norte ou a proa da
embarcação.

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UNIDADES DE MEDIDA USADAS NA NAVEGAÇÃO

Em navegação três são as unidades básicas: distância, velocidade e tempo. Veja a figura
abaixo:

Unidade de distância

É a milha náutica. Como é fácil compreender, a menor distância entre dois pontos
quaisquer na superfície terrestre pode ser medida sobre o grande círculo que passa por
esses pontos. É lógico, portanto, que a unidade de arco, o minuto, seja a unidade padrão
para a medida de distância.

A milha náutica (ou marítima) mede 1852 metros. Esse valor foi adotado pelo Bureau
Hidrográfico Internacional em 1929 como o seu valor padrão internacional.

Para todos os propósitos práticos,, um minuto de latitude, é igual a uma milha náutica.

Unidade de Velocidade

É o Nó, que é a velocidade desenvolvida pela embarcação em milhas por hora. Ou seja, é
a distância em milhas percorridas pela embarcação no intervalo de uma hora.
Unidade de Tempo

A unidade de tempo é a hora, que, como sabemos, tem 60 minutos, e cada minuto, 60
segundos.

USO DA CARTA NÁUTICA

Para usar as cartas náuticas é necessário que se disponha da régua de paralelas,


compasso, lápis macio e borracha. Qualquer traço na carta (rumo ou plotagem) deve ser
feito somente a lápis, e sem forçar o risco, pois desta forma poderá ser apagado e a carta
reutilizadas várias vezes.

Régua paralela e compasso de navegação

A régua de paralelas constitui a ferramenta tradicional do navegante para determinar a


direção de qualquer linha traçada na carta náutica e para traçar uma linha em uma
direção especificada. Compõem-se de duas réguas ligadas entre si por duas pequenas
barras, de tal forma que em qualquer posição, aberta ou fechada, as faces exteriores das
réguas estejam sempre paralelas uma à outra.

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Para determinar a direção de uma linha traçada na carta, a régua de paralelas deve ser
deslocada para uma das rosas dos ventos, representada na carta náutica, com o cuidado
de mantê-la sempre paralela à direção de referência.

Para movimentá-la, fixe uma das réguas com uma das mãos e com a outra movimente-a
de forma a abri-la e fechá-la. Desta forma, você poderá caminhar com a régua de
paralelas para qualquer ponto da carta, transportando a direção (rumo ou marcação) para
o ponto desejado. Veja a figura abaixo:

Compasso de navegação

Os compassos são instrumentos essenciais na navegação para medida de distâncias


sobre a carta náutica, para cartear posições, para plotagem da posição estimada, para o
traçado de linhas de posição e assinalar alcance de faróis e de outros auxílios à
navegação.

Medida de direções

A medida de qualquer direção na carta (rumo ou marcação) é feita, aplicando a régua de


paralelas à direção traçada, cujo valor angular você deseja saber, fazendo que ela seja
deslocada paralelamente, desde a direção traçada até atingir o centro de uma rosa-dos
ventos existentes nas cartas náuticas.

A régua, ao atingir essa posição, cortará a rosa-dos-ventos, em dois pontos: um deles é o


valor angular da direção, e o outro o valor angular da recíproca.

Uma direção e sua recíproca sempre são diferenciadas de 180º. (no exemplo são 60º e
240º)

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A leitura do valor angular da direção será feita na rosa-dos-ventos, levando-se em


consideração a direção do movimento da embarcação, a partir do centro da rosa. Essa
medida é dada em graus de 000º a 360º.

Para traçar uma linha de rumo ou marcação em uma determinada direção, parte-se da
rosa dos ventos e desloca-se a régua de paralelas para a posição desejada, com o
cuidado de mantê-la sempre paralelas à direção de referência.

Medida de velocidade

Velocidade é a distância percorrida na unidade de tempo ( hora) e é expressa em nós.


A velocidade é calculada, dividindo-se a distância navegada, em milhas, pelo tempo de
viagem, em horas e décimos de hora.

A agulha magnética é um dos instrumentos mais antigos da navegação, e seu


funcionamento depende única e exclusivamente de um fenômeno natural: o magnetismo.
Portanto, antes de falarmos sobre agulhas magnéticas, precisamos ter noções do que
vem a ser o magnetismo.

Noções de magnetismo

Desde a mais remota Antiguidade, observou-se que certos corpos têm a propriedade de
atraírem e serem atraídos ou repelidos por outros corpos que se encontrem nas suas
vizinhanças. Essa propriedade ficou conhecida como magnetismo. Os minerais que
possuem essa propriedade são denominados de ímãs ou magnetos.

Se tomarmos um imã sintético, em forma de barra, verificaremos o seguinte:

A força máxima do ímã encontra-se próxima de suas extremidades, sendo denominadas


polo positivo e polo negativo.

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Ao aproximar dele um outro ímã, haverá uma atração através dos polos contrários
(positivo de um e negativo do outro) e vão se repelir através dos polos iguais (positivo de
um e positivo do outro, ou negativo e negativo).Aqui para facilitar o entendimento
chamaremos os polos dos ímãs norte e sul.

Existe uma área em volta do ímã, onde a ação magnética exerce influência, que é
conhecida como campo magnético.

O campo magnético é formado por inúmeras linhas de força nas quais o magnetismo
atua. As linhas de força vão de um polo a outro do ímã.

A agulha magnética é, essencialmente, um ímã artificial especialmente


construído para apontar em uma direção particular, o norte magnético.

O MAGNETISMO TERRESTRE

A Terra, cuja constituição é formada por material magnético aleatoriamente distribuído,


comporta-se como um grande ímã, ligeiramente inclinado em relação ao polo geográfico
tendo no hemisfério norte a polaridade negativa (Polo Norte Magnético) e no hemisfério
sul a polaridade positiva (Polo Sul Magnético). (Veja a figura)

A agulha magnética se orientará através das linhas de força do campo magnético da


Terra.

ecobatímetro, odômetro, radar e GPS;

Entretanto, sabemos que a Terra comporta-se como um grande ímã de forma irregular,
este fato faz com que os meridianos magnéticos se apresentem também irregulares e que
os polos magnéticos da Terra não coincidem com os polos geográficos (polos
verdadeiros).

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ECOBATÍMETRO

O ecobatímetro, também conhecido como eco-sonda ou ecômetro, é um auxiliar valioso


utilizado para a medida das profundidades no mar. Através dele, é possível obter
indicações contínuas da profundidade.

Funcionamento do ecobatímetro

O sinal gerado no excitador é enviado ao transdutor (transmissor / receptor), onde a


energia elétrica se transforma em energia sonora e é lançada em direção ao fundo do mar
de onde é refletida. O eco sonoro resultante volta para bordo, sendo, então, captado pelo
transdutor de recepção. Nele, a energia sonora volta a ser transformada em energia
elétrica.

O funcionamento do ecobatímetro é mostrado esquematicamente na figura abaixo:

Do receptor, a energia elétrica é levada ao medidor de intervalo de tempo, que regula o


intervalo de tempo entre a emissão do pulso e a recepção do eco. Depois, transforma
este tempo em profundidade, diretamente apresentada no indicador, onde é lida sob a
forma gráfica ou digital.

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ODÔMETRO

É o equipamento que indica a distância percorrida e a velocidade da embarcação.

Os Odômetros mais comuns em embarcações de pequeno e médio porte são:

O odômetro de fundo tipo pressão utiliza um tubo de Pitot que mede a pressão dinâmica,
isto é, a pressão ocasionada pelo deslocamento da embarcação através da água. A partir
da pressão dinâmica é obtida a velocidade que, por sua vez, é convertida em distância
navegada.

O odômetro de fundo tipo eletromagnético baseia-se no princípio da produção de um


força eletromotriz (FEM) a partir da variação de um campo magnético. A FEM induzida
gerada pelo deslocamento da embarcação é proporcional à velocidade em relação à
água,que é convertida em distância navegada.

Unidade indicadora do odômetro – consiste em um relógio mostrador, constituído por


componentes eletroeletrônicos, que recebe e processa os dados fornecidos pela unidade
sensora e indica a velocidade e contabiliza as milhas navegadas. Veja as figuras baixo:

Odômetro Sensor eletromagnético

Sensor tipo Pitot

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RADAR

O nome RADAR provém da abreviatura da expressão inglesa “Radio Detection And


Range”, que, literalmente, significa: Radio Detenção e Medição de Alcance. Ele é um
sistema eletrônico que permite determinar a marcação e a distância, que determinado
alvo se encontra da nossa embarcação.

O radar usa a reflexão de ondas de rádio para detectar objetos, ou seja, é um


equipamento capaz de transmitir ondas de frequência muito elevada, em pulsos de curta
duração, e medi o intervalo de tempo entre a transmissão do pulso e a recepção do eco.

Dessa forma, apresentam-se em sua tela objetos fixos e móveis detectados pelas ondas
de rádio, a distâncias e marcações reais em relação à embarcação e dentro da escala em
que está operando.

A imagem radar necessita ser interpretada, pois nem sempre coincide com a visão real.

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O radar fornece ao navegante, distâncias e posições reais de objetos (linha da costa,


ilhas, outras embarcações, etc.) e em uma determinada escala. Logo, com o radar é
possível executar uma navegação costeira, isto é, fazer marcações e obter distâncias de
ponto notáveis que estejam identificados pelas cartas náuticas, principalmente quando
existirem dificuldades de executar uma navegação visual, como, por exemplo, quando se
está navegando muito distante da costa, quando se está navegando à noite ou em
condições adversas de tempo (temporal, nevoeiro, etc.).

Além disso, o radar é muito útil para a segurança da navegação na entrada e saída de
portos, para detetar as embarcações que estejam navegando próximo, a fim de identificar
se existem riscos de colisão.

COMPONENTES PRINCIPAIS DE UM SISTEMA DE RADAR BÁSICO.

Um sistema RADAR básico é constituído por seis componentes principais, cujas funções
podem ser vistas na figura abaixo:

Antena do Radar

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GPS

GPS é um acrônimo de Global Positioning System, também conhecido como NAVSTAR


(Navigation System by Time and Range). Ele é um sistema de navegação altamente
preciso e foi desenvolvido pelo Ministério da Defesa dos Estados Unidos. O sistema é
constituído por três partes principais:

- segmento espacial (satélites);


- segmento terrestre (monitoramento e controle); e
- segmento usuário (receptores de bordo).

As três partes operam em interação constante, proporcionando, simultânea e


continuamente dados de posicionamento tridimensional (latitude, longitude e altitude),
rumo, velocidade e tempo (hora) com alta precisão, cobrindo todo o globo terrestre sob
qualquer condição de tempo.

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TIPOS DE SINAIS DE BALIZAMENTO USADOS NO SISTEMA IALA B

O sistema de balizamento marítimo IALA B é bastante simples e de fácil memorização,


sendo composto por cinco tipos de sinais (avisos), que podem ser usados de forma
combinada. Vamos ver cada um deles detalhadamente:

Sinais Laterais

Esses sinais são utilizados em canais, entradas de portos e rios, e indicam bombordo e
boreste da rota a ser seguida. Onde um canal se bifurca, um sinal lateral modificado pode
ser usado para indicar a via preferencial. Os sinais laterais são compostos por quatro
categorias (boias e balizas).

♦ Sinal lateral de Bombordo – deve ser deixado por bombordo de quem entra nos portos
ou rios. As boias ou balizas são numeradas, sua numeração é par e cresce da barra para
o porto (do mar para a terra).

Cor: verde.
Formato: cilíndrico, pilar ou charuto.
Tope: cilindro verde.
Luz: verde. Ritmo: qualquer um, exceto Lp (2 + 1)

Sinal lateral de bombordo.

♦ Sinal lateral de Boreste – deve ser deixado por boreste de quem entra nos portos ou
rios. As boias ou balizas são numeradas, sua numeração é ímpar e cresce da barra para
o porto (do mar para terra).

Cor: encarnada Formato:


cônico, pilar ou charuto.
Tope: cone encarnado com vértice para cima.
Luz: encarnada.
Ritmo: qualquer um, exceto Lp (2 + 1).

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Sinal lateral de boreste.

CANAL PREFERENCIAL

♦ Canal Preferencial a Boreste – quando um canal se bifurca e o canal preferencial é a


boreste, o sinal lateral de bombordo, modificado, pode ser usado.

Cor: verde com uma faixa larga horizontal encarnada.


Formato: cilíndrico, pilar ou charuto.
Tope: cilindro verde.
Luz: verde.
Ritmo: Lp (2 + 1)

Canal preferencial a boreste

♦ Canal Preferencial a Bombordo – quando um canal se bifurca e o canal preferencial é


a bombordo, o sinal lateral de boreste, modificado, pode ser usado.

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Cor: encarnada com uma faixa larga horizontal verde.

Formato: cônico, pilar ou charuto.

Tope: cone encarnado com vértice para cima.

Luz: encarnada Ritmo: Lp (2 + 1)

Canal preferencial a Bombordo.

PERIGO ISOLADO

♦ Sinais de Perigo Isolado – São sinais utilizados para indicar ao navegante um perigo
isolado de tamanho limitado, cercado por águas navegáveis. Observe a figura 4.6, que
mostra os sinais (boias e balizas) que indicam perigo isolado.

Cor: preta com uma ou mais faixas largas horizontais


encarnadas.
Tope: duas esferas pretas, uma sobre a outra.
Formato: pilar ou charuto.
Luz: Branca.
Ritmo: Lp (2) B

Sinais de perigo isolado.

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Águas Seguras

♦ Sinais de Águas Seguras – são sinais que indicam que, em torno de sua posição, as
águas são navegáveis e seguras.

Cor: faixas verticais encarnadas branca.


Tope: uma esfera encarnada.
Formato: esférico; pilar ou charuto.
Luz: branca.
Ritmo: Iso. B, Oc. B, LpL. 10s ou Mo (A

Sinal de águas seguras.

SINAIS ESPECIAIS

♦ Sinais Especiais – são sinais utilizados para indicar uma área especial, que tenha sido
especificada em carta náutica ou em outro documento náutico apropriado. Os sinais
geralmente não têm o objetivo de orientar a navegação, mas sim o de indicar ao
navegante uma área onde ocorram exercícios militares, dragagem, tubulação submarina e
outras, onde se requer maior atenção e cuidado.

Cor: amarela.
Formato: opcional, mas sem conflitar com outros sinais.
Tope: um “X” amarelo.
Luz: amarela
Ritmo: qualquer um, diferindo dos ritmos dos sinais
cardinais, perigo isolado ou águas seguras.

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SINAIS CARDINAIS

♦ Sinais Cardinais – são empregados para indicar o setor onde as águas são
navegáveis. E como o próprio nome está dizendo os sinais cardinais são: Norte, Sul,
Leste e Oeste.

A principal utilização destes sinais consiste em:

- indicar que as águas mais profundas estão no quadrante designado pelo sinal;

- indicar o quadrante seguro em que o sinal deve ser deixado para ultrapassar um perigo;

- chamar a atenção para um ponto notável num canal tal como uma mudança de direção,
uma junção, uma bifurcação ou o fim de um baixio.

É importante que você entenda que o nome de um sinal cardinal (Norte, Sul,
Leste e Oeste) indica o quadrante em que o navegante deve se manter, para
ficar “safo” de um perigo.

A embarcação deverá ser mantida entre as marcações verdadeiras que limitam o


quadrante indicado pelo sinal.

Cada um dos quatros quadrantes cardinais (norte, leste, sul e oeste) é limitado por duas
das direções verdadeiras: NW-NE; NE-SE; SE-SW e SE-NW. Estas direções verdadeiras
são tomadas a partir do ponto a ser coberto pelo sinal.

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Acompanhe a descrição e formato das boias e balizas dos sinais cardinais.

Cardinal Norte:
Cor: preta sobre amarela Tope: dois cones pretos, um
sobre o outro, com os vértices para cima.
Formato: pilar ou charuto.
Luz (quando houver): branca. Ritmo: (R) rápido ou
(MR) muito rápido (intermitente).

Cardinal Leste:
Cor: preta com uma faixa larga horizontal amarela.
Tope: dois cones pretos, um sobre o outro, base a
base. Formato: pilar ou charuto. Luz (quando houver):
branca. Ritmo: (R) rápido (3) 10 segs ou (MR) muito
rápido (3) 5segs

Cardinal Sul:
Cor: amarela sobre preta. Tope: dois cones pretos, um
sobre o outro, com os vértices para baixo. Formato:
pilar ou charuto. Luz (quando houver): branca. Ritmo:
(R) rápido (6) + LpL. 15segs ou (MR) muito rápido (6) +
LpL. 10segs

Cardinal Oeste:
Cor: amarela com faixa larga horizontal preta. Tope:
dois cones pretos, um sobre o outro, ponta a ponta.
Formato: pilar ou charuto. Luz (quando houver):
branca. Ritmo: (R) rápido (9) 15segs ou (MR) muito
rápido (9) 10segs

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NOVOS PERIGOS

O termo “Novo Perigo” é usado para descrever obstruções recentemente descobertas e


ainda não indicadas em carta e documentos náuticas. Os novos perigos incluem
obstruções como bancos de areias, rochas ou perigos resultantes da ação do homem, tais
como cascos soçobrados.

Sinalização de novos perigos

Se o novo perigo oferecer risco especialmente grave à navegação, o sinal usado para
balizá-lo deverá ser duplicado por um sinal adicional exatamente igual.

Um novo perigo pode ser defendido por um sinal de racon codificado com a letra D do
código Morse, mostrando um comprimento de uma milha na tela do radar.

A seguir, são apresentados quadros ilustrativos mostrando os sinais de balizamento na


entrada de um porto de dia e à noite, da região B

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Quadro ilustrativo dos sinais na entrada de um porto, de dia e à noite (Região B).

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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E LUMINOSAS DOS SINAIS (FARÓIS, FAROLETES,


BOIAS E BALIZAS)

Além do Sistema de Balizamento, deve também ser mencionado o Sistema de Referência


que é composto por faróis, faroletes e barcas-faróis que, distribuídos ao longo da costa,
têm como principal objetivo destacar pontos notáveis, como cabos, pontas, ilhas, etc., a
fim de servirem como referência para a navegação e utilizados na determinação da
posição do navio.

Descrição dos dispositivos de sinalização do Sistema de Referência

- Farol – é toda armação ou coluna fixada em pedras ou no fundo, instalada em portos,


balas, canais etc., com luz de capacidade luminosa (alcance) superior a 10 milhas. São
normalmente construídos para orientação do navegante em mar aberto ou em aterragens.

- Farolete – normalmente tem uma construção menor do que um farol e possui luz com
alcance inferior a 10 milhas, sendo, geralmente, empregados para orientação do
navegante em águas abrigadas ou restritas.

- Radiofarol – são faróis que emitem sinais codificados em Morse (pontos e traços), e
através deles podem ser feitas marcações, determinando-se a posição da embarcação.

- Barca-Farol – são embarcações de pequeno porte, com características próprias, na


qual é construído um farol. São colocadas em pontos importantes para a navegação,
onde não se possa instalar um farol.

Os faróis e faroletes por não serem padronizados, são construídos com características
físicas próprias e sempre exibirão sinais luminosos distintos para uma melhor
identificação noturna

Faróis

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A cor da luz dos faróis pode variar de acordo com convenções:

• Branco (br) - é a cor tradicional, mais usada, na luz dos faróis

• Encarnado (e) - o vermelho é utilizado em faróis na entrada de barras, canais, rios,


portos e docas, indicando que a embarcação tem de dar bombordo à luz
• Verde (v) - o verde é utilizado em faróis na entrada de barras, canais, rios, portos e
docas, indicando que a embarcação tem de dar boreste à luz

PUBLICAÇÕES BÁSICAS DE AUXÍLIO À NAVEGAÇÃO

- Lista de faróis

A Lista de Faróis é uma publicação de auxílio à navegação, que contém todos os detalhes
sobre luzes, descrição de faróis, aerofaróis, boias de luz e sinais de cerração,

informando características das luzes, alcances, setores de visibilidade, sistema de


balizamento marítimo IALA, etc.

- Avisos aos navegantes

A publicação “Avisos aos Navegantes“ é um folheto quinzenal elaborado pela DHN.

Os Avisos aos Navegantes são de fundamental importância para o navegante. Eles


divulgam informações de interesse da navegação destinada à atualização das cartas
náuticas e publicações de auxílio à navegação, bem como outras informações gerais
importantes aos navegantes.

Essas informações chegam aos navegantes: pela transmissão de Aviso-Rádio conforme


especificado na Lista de Auxílio-Rádio; pela publicação no folheto quinzenal de Aviso aos

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Navegantes e também está disponível na INTERNET, no endereço


http://www.dhn.mar.mil.br/avgantes.htm.

- Roteiro

Esta publicação tem como propósito complementar e detalhar as informações referentes à


costa e aos rios brasileiros, que constam nas cartas náuticas, como: pontos geográficos
característicos, descrição da costa, estruturas isoladas e auxílios à navegação que
permitam identificá-los para determinar a posição da embarcação, perigos existentes nas
rotas usuais, ventos predominantes, correntes oceânicas, áreas e atividades de restrição
à navegação, rotas mais usuais e aconselhadas, fundeadouros, profundidades das barras
e canais, recursos dos portos, áreas proibidas, etc.

O Roteiro do Brasil está dividido em quatro volumes:

I – Costa Norte – da baía do Oiapoque ao cabo Calcanhar, rios Amazonas, Jari e


Trombetas e Pará;

II – Costa Leste – do cabo Calcanhar ao cabo Frio e ilhas Oceânicas;

III – Costa Sul – do cabo Frio ao Arroio Chuí, Lagoas dos Patos e Mirim; e

IV – Rio Paraguai – da Ilha Ita Piru ao Porto de Cárceres.

O Roteiro – deve ser lido acompanhando na carta náutica correspondente.

- Tábua das marés

Esta é uma das publicações mais consultadas pelo navegante.

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São tábuas que contêm a previsão das marés com horas e alturas das preamares e
baixa-mares dos principais portos e barras da costa brasileira e alguns portos
estrangeiros, para todos os dias do ano.

As informações sobre a é encontrada no endereço:

https://www.marinha.mil.br/chm/tabuas-de-mare

- Publicação 12000 (símbolos e abreviaturas)

Esta publicação, que você já conhece, relaciona todos os símbolos, abreviaturas e termos
utilizados nas cartas náuticas, ela tem por finalidade facilitar a interpretação dos símbolos,
abreviaturas e termos utilizados nas cartas náuticas e publicações editadas pela DHN e
também nas cartas náuticas estrangeiras.

- Traçar pequenas derrotas na carta náutica.

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Uma derrota é uma reta que o navegador traça em uma carta náutica indicando o seu
ponto de partida e de chegada, mitigando os perigos e imprevistos.

Isto significa navegar em condições seguras com sua embarcação, com observação que
não há riscos iminentes na derrota a ser planejada e executada.
Uma reta é a distância mais curta que o navegante vai percorrer, é importantes que sejam
observados todos os obstáculos à navegação, no qual o navegador vai encontrar na
trajetória de sua derrota.

É importante traçando a derrota de forma que a sua viagem seja mais curta, consuma
menos combustível e tenha menos riscos.

Ao traçar a sua derrota deverá avaliar com antecipação as obstruções como rochas, os
baixios, cascos soçobrados, profundidades e tantos outros perigos â navegação, para isto
deve observar na carta náutica ao traçar o seu rumo, e no caso de dúvidas consultarem a
carta de nº 12000 da DHN (Símbolos, Abreviaturas e Termos Usados nas Cartas Náuticas
Brasileiras).

Por outro lado deverão observar as condições meteorológicas, as marés, as correntes


marítimas, circulação dos ventos e comportamento das ondas e outros efeitos que podem
atuar contra a sua embarcação, e para isto deve buscar informações nos boletins
meteorológicos, tábua de marés, cartas náuticas, cartas-piloto (apresentam informações
meteorológicas e oceanográficas).

O conhecimento desta carta náutica 12.000 é de suma importância de ter a bordo para
que os símbolos e abreviaturas possam auxiliar na identificação no trajeto que vai traçar
na sua derrota, para isso existe um Catálogo de Cartas e Publicações que poder
selecionar as cartas de diversas escalas que poderá utilizar em sua derrota.

Além disso, é importante ficar atento aos Avisos aos Navegantes (publicação quinzenal),
em caso de dúvidas recorrerem ao Roteiro, Lista de Faróis, Lista de Auxílios-Rádio e
Tábua de Marés.

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Uma observação importante é que ao planejar a sua navegação deve ser levada em
conta a escala da carta, que traz para aos navegantes informações mais detalhada, como
balizamento, topografia do mar, etc.

É importante observar que no traçado da derrota devem ser observadas as zonas de


separação de tráfego, e pontos de cruzamento e passagem de embarcações saindo de
portos, zonas de fundeio e área de perfuração de petróleo onde se encontram jaquetas e
plataformas, parques eólicos, etc.

Planejar uma derrota segura é uma avaliação de risco envolvendo informações oceânicas
da rota da navegação que tem pretensão, e para isto é necessário pensar e criar uma
avaliação dos riscos, e criar meios de mitigar desses riscos.

Hoje modernamente já existem equipamentos que auxiliam na questão de evitar


abalroamento, como os AIS e Radar, portanto na execução da viagem deve ser
observada a questão da segurança, e para isto devem ser seguidas as regras do RIPEAM
– Regulamento para Evitar Abalroamento no Mar.

Quando o navegador traça a sua derrota ele deve levar em conta todas estas
observações acima, traçar um plano, marcando o seu ponto de partida, a velocidade e o
rumo, e para isto o conhecimento das águas pela quais irá navegar, seja no mar , represa,
rios, lagoas, qualquer que seja deve conhecer a carta náutica para a sua segurança.

É importante frisar que podem ocorrer situações que a derrota precisa ser alterada, como
no exemplo de uma avaria, que precisa buscar reparos e no caso ter que arribar em
determinado porto, nesse caso deverá precisar estar preparado para as emergências, e
ao traçar a derrota esta possibilidade deve ser pensada também quanto a questão da
navegação se será perto ou longe da costa, se ficar longe terá maiores problemas de
obter recursos.

No caso durante a navegação em áreas sujeitas a nevoeiros, é necessário que redobre a


vigilância para evitar colisões, os riscos aumentam e provavelmente aumentarão as

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manobras, pois poderá haver necessidade de diminuição de velocidade, bem como a


utilização dos sinais visuais, auditiva como buzina de cerração.

Em uma derrota segura haverá necessidade de se manter na escuta do canal 16 do VHF,


bem como poderá ocorrer necessidade de comunicação quando houver algum risco de
colisão, cruzamento de rota, etc.

Quando se fala em derrota segura, a atenção às embarcações deve ser constante, pode
ocorrer aproximação de barcos desgovernados, com capacidade de manobra restrita,
barcos a vela e engajados na pesca, que pelas regras do RIPEAM tem sua preferência
em manobras.

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