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2 BASES PARA A
ORIENTAÇÃO EM
NAVEGAÇÃO AÉREA
Tópicos de estudo
A orientação sobre a superfície Proas e rumos
terrestre Definição dos termos
Rosa dos ventos Pé de galinha
Pontos cardeais, colaterais e
subcolaterais Leitura da direção
Magnetismo terrestre
Norte magnético
Declinação magnética
Inclinação magnética
Norte bússola
Figura 2. Bússola: escala de 360 graus. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 13/05/2020.
Norte magnético
O principal instrumento de navegação é a bússola. Seu funcionamen-
to é relativamente simples: um ímã que tem a característica de apon-
tar o norte magnético. Pela diferença angular, conseguimos determinar
nossa proa.
Mas o que é exatamente esse norte magnético? Existe mais de um norte?
Sim! Em termos de navegação aérea, podemos citar três nortes: norte verdadei-
ro, norte magnético e norte bússola. O norte verdadeiro é a direção que aponta
para o norte geográfico, ponto onde se encontra o eixo de rotação da Terra. Seu
Groelândia
Figura 3. Movimentação do norte magnético ao longo dos anos. Fonte: SANDERS, 2019.
Declinação magnética
Norte verdadeiro e norte magnético, portanto, não coincidem. A diferença
angular entre os nortes verdadeiro e magnético recebe o nome de declinação
magnética (representada pela sigla Dmg). A Dmg também não é constante:
r
Núcleo da terra Equado
Norte bússola
No livro Aeronaves e motores, Jorge Homa explica detalhadamente o funcio-
namento de uma bússola:
Seu funcionamento baseia-se no ímã, que tem a propriedade de
apontar o norte magnético. Um ou mais imãs permanentes são
embutidos dentro de uma escala circular móvel chamada limbo. O
limbo está contido numa caixa transparente cheia de querosene,
que amortece as oscilações. A bússola magnética está sujeita a erros
causados por campos magnéticos espúrios, fricção do pivô e movi-
mentos do avião (HOMA, 2011, p. 123).
Alguns desses erros podem ser
minimizados a partir da utilização
de ímãs compensadores, que são
ajustados por parafusos presentes
no instrumento. Para equívocos que
não podem ser compensados, utili-
zam-se cartões de correção, como
mostra a Figura 5. Repare nas marca-
ções para W e S, que apresentam 1º
de defasagem. Figura 5. Bússola magnética. Fonte: Acervo pessoal do autor.
ASSISTA
Para demonstrações de campos magnéticos, assista a este
excelente vídeo sobre ímãs feito pelo canal Manual do Mundo:
Proas e rumos
Quando efetuamos o planejamento da navegação em cartas aeronáuti-
cas, essas são plotadas em relação ao norte verdadeiro, contudo, a orienta-
ção em voo será dada pela bússola, que se baliza pelo norte magnético. Caso
haja imprecisão no instrumento, você deverá acrescer ou descontar o desvio
bússola. Lembrando que isso é apenas o planejamento.
Em voo, a aeronave sofrerá a influência do vento. Os efeitos do ven-
to decorrem de sua velocidade e direção, e a velocidade é o indicador do
quanto o vento atuará no voo. Já a direção age diferentemente em casos
de ventos paralelos e perpendiculares à trajetória da aeronave.
Basicamente, ventos paralelos influenciarão a velocidade da ae-
ronave, e ventos perpendiculares, a proa.
Vento paralelo à trajetória, atua na cauda, ajuda no desloca-
mento e faz com que a velocidade da aeronave em relação ao solo
(VS) seja maior que a indicada no instrumento (VI). Quando atua na proa, pro-
duz justamente o contrário: dificulta o deslocamento da aeronave, fazendo
com que a VS seja menor que a VI.
Vento perpendicular à trajetória, vindo da esquerda, tenderá a jogar a aero-
nave cada vez mais para a direita da rota planejada. Nesse caso, o piloto deverá
colocar sua aeronave com a proa mais a esquerda para compensar a atuação
do vento. Deslocar a proa para a esquerda significa ajustar uma proa menor do
que a planejada. Caso o vento atuante venha da direita, a proa que compensa-
rá a atuação do vento será maior do que o planejado. A princípio pode parecer
complicado, mas iremos esclarecer minuciosamente cada parte.
EXPLICANDO
O norte de referência pode ser o verdadeiro, o magnético e o bússola.
Para cada um deles, existe uma proa específica: proa verdadeira, proa
magnética e proa bússola. A mesma regra vale para os rumos.
Pé de galinha
Pé de galinha é o nome que os pilotos mais antigos dão
à técnica de cálculos de proas, rumos e ventos. Como são
três linhas que se ligam aos nortes balizadores e uma linha
que se liga à aeronave, o desenho se assemelha ao pé de uma
galinha, que possui quatro dedos.
É um esquema muito utilizado para a explicação básica das
proas verdadeiras, magnéticas e bússola, mas, ao passo que vamos adicio-
NV
NM
22º
90º
ANV
NV
NM
20°
70°
ANV
NV NM
NB
10O
20 O
60O
ANV
NM NV NB
15º 15º
215º
ANV
PV Dmg PM DB PB
± = ± =
O esquema foi deixado com a segunda linha em branco para facilitar o seu
preenchimento. Sendo assim, apresentamos o esquema com a segunda linha
preenchida:
PV Dmg PM DB PB
EXPLICANDO
Com vento vindo da esquerda, corrige-se a tendência aproando o vento,
ou seja, aplica-se correção de proa para a esquerda (anti-horário). Estan-
do a correção no sentido anti-horário, concluímos que a proa necessária
para manter a rota será menor que a proa do planejamento. Se a correção
fosse feita no sentido horário, a proa seria maior que o planejado.
Anti-horário: Horário:
•Proas menores •Proas maiores
Transferidor para
navegação
Mod. PNA-T360CC
PV Dmg PM DB PB PV DR RV Dmg RM
PV Dmg PM DB PB PV DR RV Dmg RM
Leitura da direção
Agora que você já estudou toda a teoria, está na hora de verificá-la na
prática. Traçaremos uma navegação entre Naviraí (SSNB) e Dourados (SBDO),
ambas situadas no Mato Grosso do Sul.
Em primeiro lugar, devemos consultar o site do DECEA para verificarmos
qual carta WAC deveremos usar, e, caso tenhamos a carta já impressa, confe-
re-se se ela ainda está válida. O link para consultar as cartas WAC atualizadas
está nas referências, ao final desta unidade. Para o exemplo em questão, usa-
remos a carta de Campo Grande, a WAC 3261, cuja última atualização está na
5ª edição, de 2019.
Após adquirida a carta atualizada, vamos achar as localidades em questão
e seus respetivos aeroportos. Os círculos roxos contendo um segmento de reta
PM DR RM
320º 337º