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MARINHA DO BRASIL

CAPITANIA DOS PORTOS DE SÃO PAULO

SUM
ÁRI
UNIDADE DE ENSINO Nº 06

ETSP
CURSO ESPECIAL PARA TRIPULAÇÃO DE EMBARCAÇÕES DE ESTADO NO SERVIÇO PÚBLICO (ETSP)

SUMÁRIO

SEGURANÇA E SOBREVIVÊNCIA PESSOAL

1- Prática de primeiros socorros:

- Importância dos primeiros socorros a bordo, ABCD da vida;

2- Funções vitais responsáveis pela manutenção da vida;

5- Tipos de fraturas que podem ocorrer a bordo;

6- Tipos de hemorragias e suas complicações;

7- Tipos de lesões provocadas por queimaduras e choque elétrico;

8- Parada cardiopulmonar:
- Causas, sinais e sintomas; respiração artificial e a massagem cardíaca;

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICAS

Todas referências bibliográficas são de publicações da Marinha do Brasil e da web, assim


como todas imagens.

1ºSG-MO Fabio Alves de Oliveira

Coordenador Pedagógico

ALVES, FABIO – Organizador da Apostila

Conteúdo atualizado em 18/08/2021

FLAVIANO DE OLIVEIRA CARVALHO


Capitão de Corveta (T)
Chefe do Departamento do Ensino Profissional Marítimo

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CURSO ESPECIAL PARA TRIPULAÇÃO DE EMBARCAÇÕES DE ESTADO NO SERVIÇO PÚBLICO (ETSP)

06 SEGURANÇA E SOBREVIVÊNCIA PESSOAL 04 HORAS

INTRODUÇÃO

A bordo de uma embarcação sempre existe a possibilidade de nos depararmos com


situações de emergência, em que seja necessária a nossa atuação para salvar uma
pessoa ou para evitar que o seu estado piore após um acidente. Alguns deles são mais
comuns de ocorrer a bordo do que em terra, tais como, quedas por escorregões no
convés, batidas com a cabeça, queimaduras em motores, choques elétricos, insolação,
enjoo, etc. Esses acidentes podem ter por consequências fraturas, queimaduras,
sangramentos, além da necessidade de transportar corretamente o acidentado para outro
local mais apropriado a bordo. Vamos visualizar alguns procedimentos de socorro para
que, em uma situação de emergência, possamos transmitir segurança, tranquilidade e
agilidade nas técnicas empregadas perante a vítima. Um socorro bem-feito e em curto
espaço de tempo aumenta muito a sobrevida da vítima. A grande maioria dos acidentes
poderia ser evitada, porém, quando eles ocorrem, alguns conhecimentos simples podem
diminuir o sofrimento, evitar complicações futuras e, até mesmo, salvar vidas.

O que são primeiros socorros? Como o próprio nome sugere, são os procedimentos de
emergência que devem ser aplicados a uma pessoa em perigo de vida, visando a manter
os sinais vitais e evitando o agravamento do quadro, até que ela receba assistência
definitiva.

Primeiras atitudes Geralmente os acidentes ocorrem por vários fatores e é comum quem
os presencia, ou quem chega ao acidente logo que este aconteceu, deparar com cenas
de sofrimento, nervosismo, pânico, pessoas inconscientes e outras situações que exigem
providências imediatas. A bordo de uma embarcação, de um modo geral, você não
contará com o auxílio de outras pessoas quando tiver que prestar socorro a quem tenha
se acidentado. Além disso, os recursos existentes a bordo de uma embarcação são
poucos em relação aos que existem em terra ou em grandes navios. Independente da
gravidade da situação, devemos agir com calma, evitar o pânico e seguir algumas regras
básicas ao prestar os primeiros socorros: transmita confiança, tranquilidade, alívio e
segurança aos acidentados que estiverem conscientes, informando que o auxílio já está a

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caminho; Adote os procedimentos universais de segurança (local seguro, socorrista


seguro, vítima segura) e peça apoio; aja rapidamente, porém dentro dos seus limites;
use os conhecimentos básicos de primeiros socorros; e às vezes, é preciso saber
improvisar.

1- Análise primária de um acidentado.

Observe o nível de consciência, a sensibilidade e a capacidade de movimentação


muscular do acidentado, na seqüência do ABC da vida:

A - Estabilize a coluna cervical manualmente, constate o estado de consciência, libere


as vias AÉREAS;

B –Verifique a respiração (ver, ouvir, sentir); se não há respiração, insufle BOCA-A-


BOCA duas vezes;

C – Verifique os sinais de CIRCULAÇÃO;(retorno da respiração, movimentos


musculares, tosse, pulso), e
Localize grandes hemorragias. Veja as figuras abaixo:

A B

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2- Análise secundária de um acidentado.

Na análise secundária deve se ater em um exame físico detalhado, uma visualização da


cabeça aos pés, e definir os parâmetros de frequência cardíaca e respiratória e se
possível pressão arterial e a temperatura, e as condições em que se encontram as partes
do corpo, fratura e hemorragia. Lembre-se sempre que:

Ao socorrer vítimas envolvidas em acidentes, atente-se aos riscos que podem ocorrer ao
removê-las do local de forma inadequada.

Nessa avaliação consiste na verificação no quadro abaixo:

Nível de consciência. 4 sinais vitais 3 Sinais Diagnósticos Exame físico


1-Pulso 1-Tamanho das pupilas -Pescoço - Cabeça
-Tórax- Abdômen
2-Respiração 2 - Enchimento capilar - Pelve
- Membros Inferiores -
(perfusão sanguínea das
3-Pressão arterial (PA) extremidades) -Membros Superiores e
quando possível e Dorso.
4-Temperatura. 3-Cor da pele.

Ressuscitação Cardiopulmonar

A ressuscitação cardiopulmonar, ou RCP, é o conjunto de medidas emergenciais que


possibilitam o salvamento de um paciente que esteja enfrentando um quadro de falência
cardiovascular e/ou respiratória. Essa situação é gravíssima, já que as células do cérebro
morrem em 10 minutos sem oxigenação e lesões irreversíveis começam a ocorrer após a
parada cardiorrespiratória.

Para evitar que o pior aconteça, a ressuscitação cardiopulmonar deve entrar em cena.
A ressuscitação cardiopulmonar, também chamada de reanimação cardiorrespiratória,
combina técnicas que incluem compressões torácicas, visando bombear o coração,
melhorar o fluxo sanguíneo e, assim, fornecer oxigênio ao cérebro até que haja
atendimento médico.

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Quais são as causas da parada cardiorrespiratória?


A parada cardiorrespiratória é multifatorial e pode ser causada por asfixia, intoxicação,
traumatismos, eletrocussão, afogamento, estado de choque, sufocamento e diversas
doenças, incluído doenças cardíacas e pulmonares.

O que acontece com a pessoa que sofre a parada?


A parada cardiorrespiratória se manifesta através da perda de consciência, ausência dos
movimentos de respiração, inexistência de pulso, pupilas dilatadas e sem reação à luz,
pele, lóbulo da orelha, língua e base das unhas arroxeadas. Diante dessas
manifestações, a ressuscitação cardiopulmonar deve ser iniciada.

O que fazer antes da ressuscitação cardiopulmonar?


Primeiramente, verifique o estado de consciência da pessoa, perguntando em voz alta se
você pode ajudá-la. Não faça muitas perguntas nesse momento. Mas, verifique se a
vítima está respirando e se tem pulso. Em caso negativo, comece imediatamente o
protocolo de RCP para restabelecer a respiração e batimentos cardíacos.

Como realizar a RCP?

Deite a vítima de barriga para cima sobre uma superfície firme. Confira se as vias aéreas
estão desobstruídas aplicando duas insuflações de ar via boca-a-boca. Coloque as duas
mãos sobre o centro do tórax do indivíduo, deixe os seus braços esticados e os dedos
cruzados. Feito isso, comprima o tórax da vítima com o peso do seu corpo, sempre de
maneira rápida e profunda. Devem ser realizadas entre 80 e 100 compressões por
minuto.
Não interrompa o procedimento nem mesmo durante o eventual transporte da vítima. A
propósito, vale ressaltar que em crianças a compressão deve ser feita com as pontas dos
dedos e em adolescentes, apenas com uma das mãos.

Transporte seguro de um acidentado

A remoção ou movimentação de um acidentado deve ser feita com um máximo de


cuidado a fim de não agravar as lesões existentes. Antes da remoção da vítima, deve-se
tomar as seguintes providências:

Se houver suspeita de fraturas no pescoço e nas costas, evite mover a pessoa; para
puxá-la para um local seguro, mova-a de costas, no sentido do comprimento, com o
auxílio de um casaco ou cobertor, conforme figuras abaixo:

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Para erguê-la, você e mais duas pessoas devem apoiar todo o corpo e colocá-la numa tábua, maca ou prancha
longa, lembrando que a prancha é o melhor jeito de se transportar uma vítima. Se precisar
improvisar, use pedaços de madeira, amarrando cobertores ou paletós; apoie sempre a cabeça, impedindo-a
de cair para trás. Vejamos alguns tipos de pegadas:

PEGADAS EM MONOBLOCO PEGADA DE REDE

PEGADA A CAVALEIRO

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Enjoo no mar

O enjoo ou mareio é o mais comum dos problemas quando uma embarcação se faz ao
mar, pois é a consequência do balanço do mar sobre o equilíbrio das pessoas a bordo. É
importante a preparação de todos antes de enfrentar o mar; desse modo, é conveniente
que aqueles que tenham predisposição para marear tomem as devidas precauções ainda
em terra. Existem diversos medicamentos preventivos contra enjoo que podem ser
ingeridos antes de embarcar, entretanto, o efeito desses medicamentos varia de pessoa
para pessoa, podendo não ter a mesma eficácia para todas. A bordo, é fundamental
manter-se bem alimentado, evitar bebidas alcoólicas, alimentos gordurosos e cigarro e
permanecer em locais arejados para evitar, ao máximo, o enjôo. Caso ele ocorra e o
mareado vomite, é importante baixar-lhe a cabeça para evitar que ele aspire o vômito e
tenha dificuldade de respirar.

Procedimentos em caso de afogamento:

Se a vítima estiver consciente, ofereça algo que flutue para ela segurar. Nunca se
aproxime nadando sem um meio flutuante;
Se estiver inconsciente e, caso você saiba nadar, poderá retirá-la com ajuda de um
equipamento flutuador;
Se a vítima não respira, inicie a insuflação ainda na água;
Após retirá-la da água, proceda com o método ABC da vida.

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Choque elétrico

Atenção, não se aproxime sem estar protegido:

Se for possível, antes, desligue a alimentação elétrica;

Para separar a vítima da parte energizada, empurre ou puxe utilizando material não
condutor, tipo cordas e madeira seca, bastão de borracha, etc.

Se precisar usar as mãos, use luvas de borracha ou envolva as mãos com sacos de
papel ou jornal;

Após isolar os riscos, proceda ao ABC da vida, explicado na introdução desta matéria;
Cubra as queimaduras, no local de entrada e saída da corrente, com pano ou gaze
limpa;

Previna o estado de choque, cobrindo a vítima e monitore os sinais vitais até o socorro
médico.

Fraturas

São lesões com o comprometimento da continuidade do


segmento ósseo. Podem ser causadas por força direta
(traumatismo contundente) e ou indireta (contração muscular
violenta ou projeção da força).

As fraturas podem ser:

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Fechadas - quando o osso quebrado não perfura a pele.

Exposta - quando o osso se expõe pelo rompimento da pele.

O PRIMEIRO SOCORRO consiste em impedir o deslocamento da parte lesionada,


evitando assim seu agravamento. RECONHECIMENTO: - Dor e edema (inchaço) local; -
Dificuldade de movimentação; - Posição anormal da região atingida; - Sensação de atrito
das partes ósseas no local da fratura (crepitação); - Ruptura da pele com exposição do
osso fraturado (fratura exposta).

Técnica de imobilização em casos de fraturas

- Mantenha a vítima em repouso;

- Evite movimentar a região atingida;

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- Evite o estado de choque;

- Aplique compressas geladas ou saco de gelo no local lesionado,


não ultrapassando 20 minutos em cada aplicação;
- Estanque a HEMORRAGIA (fratura exposta);

- Faça um curativo protetor sobre o ferimento, usando compressas, lenço


ou pano limpo (fratura exposta); - Imobilize o local;

- Proteja a região lesionada;

- Faça a imobilização de modo a atingir as duas articulações próximasa lesão;

- Amarre as talas com ataduras ou tiras de pano limpo, SEM APERTAR,


em 4 pontos:

- ACIMA e ABAIXO DO LOCAL DA LESÃO;

- ACIMA e ABAIXO das articulações próximas à região lesionada;

- Avalie o pulso distal e perfusão capilar, antes e após a imobilização;

- Remova a vítima para o hospital mais próximo.

IMPORTANTE: Não tente reduzir a fratura (colocar o osso no lugar);


NA DÚVIDA, IMOBILIZE.

Luxações e Entorses

Diferentemente da fratura, é o comprometimento da base de articulação óssea, com lesão


de vários componentes estruturais locais (cartilagens, músculos, vasos e nervos). A
luxação e o entorse ocorrem nas articulações, porém na luxação ocorre a desarticulação
total e no entorse apenas a lesão estrutural. Ambos devem ser encarados como
igualmente graves e imobilizados até o socorro médico.

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COMO SE MANIFESTA

- Dor violenta;

- Edema local;

- Deformação visível da articulação; e

- Impossibilidade de movimentação.

IMPORTANTE: Não tente colocar o osso no lugar.

• Não use compressa quente nas primeiras 24 horas;

• Não faça fricção, nem procure "alongar" a região lesionada;

• Tal como nas fraturas, IMOBILIZE, na posição de maior conforto para a vítima.

• Avalie o pulso distal e perfusão capilar, antes e após a imobilização;

• Remova a vítima para o hospital mais próximo.

É a perda de sangue provocada pelo rompimento de um vaso sangüíneo, podendo ser


arterial, venosa ou capilar, que são diferenciadas pelo fluxo do sangue derramado.

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Toda hemorragia deve ser controlada IMEDIATAMENTE. A hemorragia abundante e não


controlada pode causar a morte de 3 a 5 minutos.

TRATAMENTO (processos de hemostasia)

Faça um tamponamento com compressa ou pano limpo;

Mantenha a região que sangra em posição mais elevada que o resto do corpo;

Comprima com os dedos ou com a mão os PONTOS DE PRESSÃO, onde os vasos


são mais superficiais, caso continue o sangramento;

Dobre o joelho se o ferimento for na perna ou pé;

Previna o Estado de Choque.

TORNIQUETES

O torniquete é uma medida extrema feita para controlar grandes hemorragias, nos casos
de amputação de membros. Só deve ser feito, em último caso, quando outras medidas
não forem eficientes e, uma vez feito, não se afrouxa mais, para não provocar uma queda
na circulação de enzimas e coágulos que se formam no local da lesão, fato que pode
causar uma parada cardíaca fulminante.
Anotar o horário em que foi feito. Ex.: TNQ 10:35 Nunca usar cabos de arame ou outros
materiais cortantes, para fazer torniquete.

1. Encontre um pedaço de pano com pelo menos 5cm de largura


pano deve ser comprido o suficiente para envolver o membro três
vezes. Aplique o torniquete acima do ferimento, mas não o toque.
Caso haja uma articulação ou uma fratura logo acima do ferimento,
aplique o torniquete acima desta.

2. Amarre as pontas do pano.

3. Coloque um bastão reto e forte no alto do nó. Você poder pode


usar um talher, uma caneta grande, etc., com 12,5 a 25cm de
comprimento.

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4. A seguir, dê um nó duplo sobre o bastão.

5. Torça o bastão até o sangramento estancar e pare. Prenda bem o


bastão com as pontas soltas do torniquete ou com um segundo
pedaço de pano.

6. Em um pedaço de papel ou pano escreva “torniquete” e a hora de


sua aplicação, prendendo-o na roupa da pessoa. Uma alternativa é
usar um batom para escrever "TQ" e a hora na testa da pessoa.

Hemorragia interna

Acidentes graves, sobretudo com a presença de fraturas, podem causar hemorragias


internas, que podem levar rapidamente ao estado de choque ou causar a morte e, por
isso, os seguintes sinais devem ser monitorados:

Pulso fraco e rápido;

Pele fria e pálida;

Mucosas dos olhos e da boca branca;

Arroxeamento das extremidades (pálpebras, lábios, mãos e dedos);

Sede, tontura e inconsciência.

Obs: Não dê alimentos ou bebidas, e nem aqueça demais com cobertores;

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- Encaminhe para auxílio médico urgente.


Queimaduras, Insolação e Intermação

Queimaduras

São lesões dos tecidos produzidas por substância corrosiva ou irritante, pela ação do
calor ou frio e de emanação radioativa. A gravidade de uma queimadura não se mede
somente pelo grau da lesão (superficial ou profunda), mas também pela extensão ou
localização da área atingida. CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS

1º Grau: lesão das camadas superficiais da pele com: Eritema (vermelhidão); Dor local
suportável e Inchaço.

2º Grau: Lesão das camadas mais profundas da pele com: Eritema (vermelhidão);
Formação de Flictenas (bolhas), Inchaço, dor e ardência locais, de intensidades variadas.

3º Grau: Lesão de todas as camadas da pele,


comprometendo os tecidos mais profundos,
podendo ainda alcançar músculos e ossos.
Estas queimaduras se apresentam: secas,
esbranquiçadas ou de aspectos carbonizados; Pouca ou nenhuma dor local; Pele branca
escura ou carbonizada; Não ocorrem bolhas. O risco de morte (gravidade do caso) não

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está no grau da queimadura, e sim na EXTENSÃO da superfície atingida e ou da


localidade da lesão. quanto maior a área queimada, maior a gravidade do caso.

AVALIAÇÃO DA ÁREA QUEIMADA Use a "regra dos nove" correspondente a superfície


corporal: Genitália 1% Cabeça 9% Membros superiores 18% Membros inferiores 36%
Tórax e abdômen (anterior) 18% Tórax e região lombar (posterior) 18% Considere:
Pequeno queimado - menos de 10% da área corpórea; Grande queimado - Mais de 10%
da área corpórea.

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COMO PROCEDER

- Afastar a vítima da origem da queimadura;

- Retire as vestes, se a peça for de fácil remoção.

Caso contrário, abafe o fogo envolvendo-a em cobertor, colcha ou casaco;

- Retire anéis e relógios da região afetada, antes que comece o inchaço;

- Lave a região afetada com água fria e abundante (1ºgrau e 2º grau);

- Não esfregue a região atingida, evitando o rompimento das bolhas;

- Aplique compressas úmidas e frias utilizando panos limpos;

- Faça um curativo protetor com bandagens úmidas;

- Mantenha o curativo e as compressas úmidas com soro fisiológico;

- Não aplique unguentos, graxas, óleos, pasta de dente, margarina, etc., sobre a área
queimada;

- Mantenha a vítima em repouso e evite o estado de choque; - PROCURE UM MÉDICO.

IMPORTANTE: Nas queimaduras por soda cáustica, devemos limpar as áreas atingidas
com uma toalha ou pano antes da lavagem, pois o contato destas substâncias com a
água cria uma reação química que produz enorme quantidade de calor.

Insolação

É uma perturbação decorrente da exposição DIRETA e PROLONGADA do organismo aos


raios solares.

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COMO SE MANIFESTA

- Pele seca, quente e avermelhada;

- Pulso rápido e forte;

- Dor de cabeça acentuada;

- Sede intensa;

- Temperatura do corpo elevada;

- Dificuldade respiratória;

- Inconsciência.

COMO PROCEDER

- Remova a vítima para um lugar fresco e arejado;

- Afrouxe as vestes da vítima;

- Mantenha o acidentado em repouso e recostado;

- Aplique compressas geladas ou banho frio, se possível;

- Procure o hospital mais próximo.

Intermação

Perturbação do organismo causada por excessivo calor em locais úmidos e não arejados,
dificultando a regulação térmica do organismo.

COMO SE MANIFESTA

- Dor de cabeça e náuseas;

- Palidez acentuada;

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- Sudorese (transpiração excessiva);

- Pulso rápido e fraco;

- Temperatura corporal ligeiramente febril;

- Inconsciência.

COMO PROCEDER

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