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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
NOÇÕES BÁSICAS EM PRIMEIROS
SOCORROS

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

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CURSO DE
NOÇÕES BÁSICAS EM PRIMEIROS
SOCORROS

MÓDULO ÚNICO

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
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do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

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SUMÁRIO

1 O QUE SÃO PRIMEIROS SOCORROS?


2 SINAIS VITAIS
2.1 PULSO
2.2 RESPIRAÇÃO
2.3 PRESSÃO ARTERIAL
2.4 TEMPERATURA
3 ABORDAGEM INICIAL A VÍTIMA
3.1 AVALIAÇÃO DA CENA
3.2 EXAME PRIMÁRIO
3.2.1 Circulação
3.2.2 Vias aéreas com controle da coluna cervical
3.2.3 Desobstrução das vias aéreas
3.2.4 Manobra de Heimlich
3.2.5 Respiração
3.2.6 Diagnóstico diferencial
3.2.7 Exposição da vítima
4 EXAME SECUNDÁRIO
4.1 CABEÇA
4.2 PESCOÇO
4.3 TÓRAX
4.4 ABDÔMEN
4.5 MEMBROS INFERIORES
4.6 MEMBROS SUPERIORES
4.7 DORSO
5 PRIMEIROS SOCORROS EM HEMORRAGIAS
6 HEMORRAGIA NASAL
7 FRATURAS
7.1 FRATURA FECHADA
7.2 ENTORSE

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7.3 LUXAÇÃO
7.4 CONTUSÃO
7.4.1 Improvise uma tala
7.4.2 Improvise uma tipóia
8 PRIMEIROS SOCORROS NO TRÂNSITO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MÓDULO ÚNICO

1 O QUE SÃO PRIMEIROS SOCORROS?

FIGURA 1 - PRIMEIROS SOCORROS

FONTE: Disponível em: <http://cdn.camerum.com.br/img/product/2008/0/7392-ml--necessaire-


primeiros-socorros-curtlo-vdi-011.jpg>. Acesso em: 18 ago. 2011.

Primeiros socorros são procedimentos de emergência que devem ser


aplicados a uma pessoa em perigo de morte, visando manter os sinais vitais e
evitando o agravamento, até que ela receba atendimento definitivo.
Definimos ainda como o primeiro atendimento realizado a uma pessoa que
sofreu algum trauma, lesão ou mau súbito.
Ou ainda, como as primeiras providências tomadas no local do acidente. É
um atendimento inicial e temporário, até a chegada da equipe de socorristas.
Para a pessoa leiga, ou seja, que não tem uma formação na área da saúde
ou um treinamento específico em primeiros socorros podemos definir como o

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primeiro atendimento a uma pessoa que sofreu algum acidente ou que apresentou
algum mal súbito.
O atendimento a vítima pode ser realizado por qualquer pessoa, desde que
treinada para realizar as técnicas preconizadas ao atendimento emergencial.
Qualquer pessoa que for realizar o atendimento pré-hospitalar, mais
conhecido como primeiros socorros, deve antes de tudo, atentar para a sua
segurança.
No impulso de ajudar as vítimas, não justifica a realização de atitudes
inconsequentes, que acabam transformando o socorrista em uma nova vítima.
Para que a vítima seja atendida com qualidade, questões como seriedade e
respeito devem sempre acompanhar o socorrista. Evite que a vítima seja exposta
desnecessariamente e mantenha em sigilo informações pessoais que ela revele
durante seu atendimento.
Um fator importante no atendimento em primeiros socorros é o tempo, e este
não pode ser desprezado em hipótese alguma, pois este tempo perdido poderá ser o
diferencial entre a vida ou morte do paciente.

2 SINAIS VITAIS

Os sinais vitais são indicadores das funções vitais do nosso organismo e


podem orientar o diagnóstico inicial e acompanhando a evolução do quadro clínico
de uma vítima.
São considerados também como os sinais emitidos pelo nosso corpo de que
suas funções vitais estão normais e que qualquer alteração indica uma
anormalidade.
Os sinais vitais são:

 Pulso;
 Respiração;
 Pressão arterial;
 Temperatura.

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2.1 PULSO

É a ondulação exercida pela expansão das artérias seguida por uma


contração do coração, ou seja, é a pressão exercida pelo sangue contra a parede
arterial em cada batimento cardíaco.
O pulso pode ser percebido sempre que uma artéria é comprimida contra um
osso. Os locais mais comuns para obtenção do pulso são nas artérias carótida,
radial, femoral e braquial.
Pode ainda ser verificado por meio da ausculta cardíaca com o auxílio de um
estetoscópio e denominamos pulso apical. Na verificação do pulso deve-se observar
a sua frequência, ritmo e volume.

TABELA 1 – ÍNDICES NORMAIS DE PULSO

ÍNDICES NORMAIS DE PULSO


Homem 60 a 70 bpm
Mulher 65 a 85 bpm
Criança 80 a 120 bpm
Bebê 100 a 160 bpm

2.2 RESPIRAÇÃO

A respiração refere-se à entrada de oxigênio na inspiração eliminando assim,


o dióxido de carbono por intermédio da expiração.
É uma sequência rítmica de movimentos de expansão e de retração pulmonar
com a finalidade de efetuar trocas gasosas entre a corrente sanguínea e o ar nos
pulmões.

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Para avaliar a respiração devemos verificar seu caráter, se ela é superficial ou
profunda, seu ritmo que pode ser regular como irregular e por último sua frequência,
ou seja, a quantidade de movimentos respiratórios por minuto.

TABELA 2 – ÍNDICES NORMAIS DA RESPIRAÇÃO

ÍNDICES NORMAIS DA RESPIRAÇÃO


15 a 20 movimentos respiratórios por
Homem
minuto
18 a 20 movimentos respiratórios por
Mulher
minuto
20 a 25 movimentos respiratórios por
Criança
minuto
30 a 40 movimentos respiratórios por
Lactente
minuto

Outros fatores podem alterar os valores normais da respiração como


exercícios físicos, medicamentos, fatores emocionais, portanto, é importante que o
socorrista saiba reconhecer estas alterações.
São empregados termos específicos para definir as alterações dos padrões
respiratórios, tais como:
 Eupneia: respiração normal, com movimentos regulares, sem dificuldades;
 Apneia: é a ausência dos movimentos respiratórios;
 Dispneia: dificuldade na execução dos movimentos respiratórios;
 Bradipneia: diminuição da frequência respiratória;
 Taquipneia: aumento da frequência respiratória.

2.3 PRESSÃO ARTERIAL

É a força exercida pelo sangue contra a parede interna das artérias, quando
este é impulsionado pela contração cardíaca. Pode variar de acordo com a idade do

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paciente, devido ao aumento da atividade física, situações que levam ao stress e ao
medo e por alterações cardíacas.
A pressão arterial é influenciada pela força dos batimentos cardíacos e pelo
volume circulante.
A contração cardíaca é denominada sístole e o relaxamento do coração é
denominado diástole. A pressão sistólica é a pressão máxima do coração, enquanto
a pressão diastólica é a pressão mínima do coração.

FIGURA 2 - VERIFICANDO A PRESSÃO ARTERIAL

FONTE: Disponível em:<http://4.bp.blogspot.com/_PJHne-N-


wW8/RhJLnLNX1jI/AAAAAAAAAAo/HI9Hs-Wx0nQ/s400/pressao2.jpg>.Acesso em:18 ago. 2011.

São empregados termos específicos para definir alterações nos valores anormais
da pressão arterial, são eles:

 Hipertensão: aumento dos níveis da pressão arterial;


 Hipotensão: redução dos níveis da pressão arterial;
 Normotenso: são os parâmetros normais da pressão arterial.

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TABELA 3 – VALOR NORMAL DA PRESSÃO ARTERIAL

VALOR NORMAL DA PRESSÃO ARTERIAL


4 anos 85/60 mmHg
6 anos 95 x 62 mmHg
12 anos 108 x 67 mmHg
Adulto 120 x 80 mmHg

2.4 TEMPERATURA

É o nível de calor que chega a um determinado corpo, ou seja, é a diferença


entre o calor perdido e o calor produzido pelo organismo. É influenciada por meios
físicos e químicos, sendo que o seu controle é realizado por meio da estimulação do
sistema nervoso central.
A temperatura corporal reflete o balanceamento entre o calor produzido e o
calor perdido pelo corpo e pode ser verificada nas regiões axilar, oral e retal.
É medida por meio do termômetro clínico e possui uma graduação que varia
de 34ºC a 42ºC, sendo que raramente o ser humano sobrevive com sua temperatura
acima ou abaixo destes parâmetros.

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FIGURA 3 - MEDINDO A TEMPERATURA

FONTE: Disponível em:<http://www.vfvhospitalar.com.br/febre.html>.Acesso em:18 ago. 2011.

Veja na tabela abaixo, os parâmetros normais da temperatura corporal em


adultos e crianças:

Pontos de aferição Adulto Criança


Oral 37ºC 37,4ºC
Retal 37,5ºC 37,8ºC
Axilar 36,7ºC 37,2ºC

Variações de 0,3ºC a 0,6ºC da temperatura são consideradas normais e pode se


elevar em situações como:

 Infecção.
 Medo.
 Ansiedade.

São causas da diminuição da temperatura corporal:

 Exposição ao frio.
 Estado de choque.
 Hemorragias.

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São empregados termos específicos para definir alterações nos valores anormais
da temperatura, são eles:

 Afebril: temperatura corporal normal.


 Hipotermia: temperatura corporal abaixo do normal.
 Hipertermia: temperatura corporal acima do normal.

3 ABORDAGEM INICIAL A VÍTIMA

Antes de realizar qualquer atendimento ou procedimento direto com a vítima,


devemos obedecer a uma sequência padronizada para determinar a extensão das
lesões que possam causar riscos de vida ao paciente.
Com esta medida podemos corrigir imediatamente os agravos que esta vítima
eventualmente possa ter, e assim executar ações de suporte básico de vida.
A vítima deve ser examinada sumariamente para que as prioridades no
tratamento sejam estabelecidas de forma imediata, com base nas lesões sofridas e
na estabilidade de seus sinais vitais.
Este atendimento inicial deve ser rápido e com o objetivo de restabelecer as
funções vitais, seguido por uma segunda avaliação mais detalhada, denominada
avaliação secundária e, finalmente, pelos cuidados definitivos.
Ao chegar ao local onde está a vítima, o socorrista deverá avaliar as
condições de segurança do local, posteriormente a do próprio socorrista e por fim, a
segurança da vítima.
De maneira simultânea verifique a cena do acidente e busque informações
sugestivas do mecanismo de lesão. Aproxime-se da vítima, identifique-se e imobilize
sua cabeça com uma das mãos, de forma que esta pessoa não consiga movimentar
seu pescoço. Com isto você estará iniciando o exame primário.

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3.1 AVALIAÇÃO DA CENA

A primeira atitude a ser tomada no local do acidente é a avaliação dos riscos


que possam colocar em perigo a pessoa prestadora dos primeiros socorros. Se
houver algum perigo em potencial, deve-se aguardar a chegada do socorro
especializado.
Por exemplo, se houve um atropelamento em uma avenida muito
movimentada, não tem como o socorrista invadir a avenida e iniciar o atendimento a
vítima. Existe a necessidade de parar o trânsito para que o socorrista possa chegar
com segurança até o local desejado.
Neste período, verificam-se também as prováveis causas do acidente, o
número de vítimas, a provável gravidade de seus danos e outras informações que
possam ser úteis para a notificação do acidente.
É imprescindível utilizar equipamentos de proteção individual como máscaras,
luvas, óculos no atendimento a vítima, porém se você estiver realizando o
atendimento em casa, em uma pessoa conhecida como um parente próximo, muitas
vezes você não terá estes equipamentos a mão.
Outro ponto importante é solicitar o auxílio de profissionais especializados como:

 Corpo de Bombeiros (193);


 SAMU (192);
 Polícia Militar (190).

3.2 EXAME PRIMÁRIO

O exame primário tem por objetivo identificar e manejar situações que


ameaçam a vida desta vítima. Ele é realizado sem movimentar a vítima da sua
posição inicial, com exceção dos casos em que haja necessidade de intervir em

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alguns passos, como por exemplo, na desobstrução das vias aéreas.
É sempre realizado seguindo uma sequência fixa e padronizada, sendo que o
socorrista só pode passar para a etapa seguinte após a completa resolução da
etapa anterior. Na prática, alguns passos podem ser avaliados simultaneamente.
A sequência padronizada no exame primário é a seguinte:

 C- Circulação;
 A- Vias aéreas com controle da coluna cervical;
 B- Respiração;
 D- Avaliação neurológica;
 E- Exposição da vítima.

3.2.1 Circulação

Definimos por circulação artificial a compressão torácica externa, ou seja, a


massagem cardíaca. A reanimação cardiopulmonar deverá ser realizada logo que o
socorrista identificar que a vítima não apresenta pulso caracterizando assim, a
parada cardíaca.
Quando realizada a avaliação primária, a abordagem busca sinais, entre
estes, a frequência cardíaca denota a parada cardíaca. Se em adulto, é feita pela
constatação da ausência de pulso na artéria carótida ou, na artéria femoral
associada à perda de consciência e a outros sinais periféricos, como palidez,
cianose e pele pegajosa.

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FIGURA 4– VERIFICANDO PULSO NA REGIÃO DO PESCOÇO

FONTE: Disponível em:<http://geicpe.tripod.com/clin_emerg_parada.htm>. Acesso em: 18 ago. 2011.

A verificação do pulso não deve ultrapassar mais de 5 a 10s por meio da


possibilidade de ele ser lento, por parecer irregular ou pela sua amplitude reduzida.
Se existe pulso, porém a respiração é ausente, após as 2 ventilações iniciais,
elas devem ser continuadas na frequência de 1 ventilação a cada 5s.
Se percebida a parada cardíaca, deve-se imediatamente chamar por auxílio
de "socorro especializado" sem abandono da vítima e prontamente iniciar a
compressão torácica externa.
O paciente deve estar em decúbito dorsal horizontal, apoiado numa superfície
rígida como o solo, uma tábua ou uma bandeja de servir de tamanho apropriado,
interposta entre o doente e o leito.
 O socorrista posiciona a vítima em decúbito dorsal (deitada de costas);
 Encontre a posição na metade inferior do esterno, entre os mamilos;

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FIGURA 5– LOCAL CORRETO PARA REALIZAÇÃO DA MASSAGEM CARDÍACA

FONTE: Disponível em:<http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/prisocorros.htm> Acesso em: 18 ago.


2011.

 Coloque a palma de uma mão (com os dedos estendidos) sobre esse


local;
 Coloque a palma da outra mão (com os dedos estendidos) em cima da
primeira;

FIGURA 6– POSIÇÃO DAS MÃOS PARA REALIZAÇÃO DA MASSAGEM


CARDÍACA

FONTE: Disponível em:<http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/prisocorros.htm>. Acesso em: 18 ago.


2011.

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 Posicione seu corpo diretamente sobre suas mãos. Os ombros devem
ficar “olhando” para as mãos;
 Inicie as compressões;
 Pelo menos 30 compressões para cada 2 ventilações;
 Realize o ciclo de compressões e ventilações por pelo menos 5 ciclos
ininterruptos ou até que o resgate especializado chegue ao local do
atendimento.

FIGURA 7– MASSAGEM CARDÍACA

FONTE: Disponível em:<http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/prisocorros.htm>. Acesso em: 18 ago.


2011.

Os braços do socorrista devem permanecer em extensão com as


articulações dos cotovelos fixas, transmitindo ao esterno da vítima a pressão
exercida pelo peso dos seus ombros e tronco, reduzindo a fadiga. A pressão
aplicada deve ser suficiente para deprimir o esterno em 5 cm no adulto.
Ao realizar as compressões elas deverão ser rítmicas e regulares, seguindo-
se imediatamente o relaxamento de igual durabilidade, aliviando totalmente a

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pressão, permitindo ao tórax retornar ao posicionamento normal, porém, sem retirar
as mãos.
Tal movimento enche as câmaras cardíacas para redistribuição do sangue
pelo organismo, atingindo enfim, as perspectivas das manobras de RCP.
A sequência destas manobras não deve ser interrompida. A respiração
artificial e a massagem cardíaca externa necessitam ser associadas, para uma
reanimação efetiva.
Caso atenda sozinho a vítima, serão 30 compressões para cada 2
ventilações. Se em dois socorristas a ideia é a mesma, mas não há a necessidade
de parar a massagem para realizar as ventilações.
Após 4 a 5 ciclos de compressão e ventilação, que deve durar
aproximadamente 1minuto, aconselha-se a reavaliação de presença de pulso e de
respiração espontânea, repetindo-se as reavaliações a cada 3minutos.
Durante a parada cardíaca, a massagem cardíaca realizada de modo
apropriado pode produzir uma onda de pressão sistólica próximo a 100mmHg,
entretanto, a pressão diastólica é ao redor de zero, resultando, assim, uma pressão
média de 40mmHg que irá representar a pressão de perfusão em grandes vasos, ou
seja, 1/3 a 1/4 do normal.
Essa situação de fluxo em nível crítico impõe ao socorrista uma eficiência e
exige uma constância nas compressões.

3.2.2 Vias aéreas com controle da coluna cervical

A causa mais comum de obstrução de vias aéreas em pacientes com perda


de consciência é o relaxamento da musculatura da língua, que se projeta para o
fundo da garganta ou orofaringe, impedindo a passagem de ar nas vias aéreas
superiores e inferiores.
Para restabelecer a permeabilidade das vias aéreas superiores, devemos
simplesmente remover corpos estranhos ou realizar a elevação da mandíbula.
A possibilidade de lesão na coluna cervical deve ser sempre considerada,
portanto, movimentos bruscos, excessivos ou aplicados, com uma força

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desproporcional poderá causar lesões neurológicas irreversíveis na coluna cervical,
como por exemplo, uma tetraplegia.
A cabeça e o pescoço da vítima nunca devem ser muito estendidos ou
mesmo fletidos para manter ou estabelecer uma via aérea permeável.
Para que possamos verificar se esta via aérea não está obstruída devemos
solicitar à vítima que ela fale. Caso a vítima não consiga falar, observamos que esta
vítima possui uma alteração do nível de consciência. Caso a vítima atenda a
solicitação, podemos considerar que esta via aérea está livre, com a ventilação e
perfusão cerebral mantidas, devido à passagem de ar por esta via aérea.
Se a vítima apresentar ronquidão ou falta de voz, significa que deve haver um
comprometimento das vias aéreas superiores, ou seja, uma obstrução.
Avaliar e controlar as vias aéreas são condutas rápidas e simples, não
necessitando inicialmente de nenhum equipamento, portanto, estas técnicas
manuais de desobstrução e controle ou estabilização da coluna cervical, não devem
ser retardadas a espera do socorro especializado.
A obstrução das vias aéreas pode ser causada por:

 Objetos sólidos;
 Queda da língua;
 Líquidos.

Os principais sintomas apresentados pela vítima com obstrução das vias


aéreas são:

 Tosse;
 Respiração ruidosa;
 Movimentos respiratórios alterados;
 Cianose (extremidades roxas);

Para realizarmos o controle das vias aéreas podemos efetuar as seguintes


técnicas:

 Manobra tríplice ou elevação da mandíbula;

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FIGURA 8– ELEVAÇÃO DA MANDÍBULA

FONTE: Disponível em:<http://geicpe.tripod.com/clin_emerg_parada.htm>. Acesso em: 18 ago. 2011.

FIGURA 9 – TRAÇÃO DO MENTO

 Manobra de tração do mento;

FONTE: Disponível em:<http://geicpe.tripod.com/clin_emerg_parada.htm>. Acesso em: 24 mar. 2010.

 Inserção de uma cânula orofaríngea.

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FIGURA 10– INSERÇÃO DA CÂNULA DE GUEDEL

FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/_P-


MzoBY5JIc/S1djluYhWBI/AAAAAAAAAsk/lI3bPhqETck/s400/canula+guedel.JPG>.
Acesso em: 18 ago. 2011.

Uma vez realizada o controle ou estabilização da coluna cervical, não


podemos em hipótese alguma liberá-la, até que esta seja imobilizada definitivamente
com o colar cervical ou com outro dispositivo que evite o movimento tanto lateral
como de flexão da cabeça.

3.2.3 Desobstrução das vias aéreas

O reconhecimento rápido da obstrução das vias aéreas determinará se esta


vítima será socorrida rapidamente ou se ela se submeter a óbito.
A obstrução poderá ser parcial, quando não há a completa interrupção do
fluxo de ar, ou total, quando há uma completa interrupção do fluxo de ar das vias

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aéreas superiores para as vias aéreas inferiores, estabelecendo assim, as trocas
gasosas.
A troca ineficiente de ar é indicada pela presença de:

 Tosse ineficaz e fraca;


 Ruídos respiratórios gementes ou estridentes;
 Dificuldade respiratória;
 Cianose.

Os métodos de desobstrução das vias aéreas variam de acordo com o tipo de


objeto que está causando a obstrução. Caso a vítima apresentar uma obstrução das
vias aéreas por sólidos, deve-se efetivar.

 Remoção manual do objeto;


 Compressões torácicas.

Caso ocorra a obstrução por líquidos, devemos realizar:

 Aspiração das vias aéreas;


 Rolamento 90º para que o líquido seja retirado pela boca evitando assim,
sua aspiração para os pulmões.

3.2.4 Manobra de Heimlich

A manobra de Heimlich é o melhor método pré-hospitalar de desobstrução


das vias aéreas superiores por um corpo estranho. Esta manobra foi descrita pela
primeira vez pelo médico Henry Heimlich em 1974 que induz uma tosse artificial, que
vai expelir o objeto da traqueia da vítima.
Uma pessoa sozinha consegue realizar a técnica correta e desobstruir a via
aérea, posicionando suas mãos na região abdominal e exercendo uma pressão
sobre o final do diafragma, comprimindo indiretamente a base dos pulmões e

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expelindo assim, o objeto causador da obstrução.
As compressões abdominais devem ser realizadas da seguinte forma:
Vítima em pé
 Ficar atrás da vítima;

FIGURA 11– MANOBRA DE HEIMLICH

FONTE: Disponível em: <http://www.lxjovem.pt/index.php?id_tema=473>.Acesso em: 18 ago.


2011.

 Posicionar uma de suas pernas entre as pernas da vítima, servindo de


base caso ela desmaie;
 Colocar o braço em volta da cintura da mesma;

FIGURA 12– POSIÇÃO DAS MÃOS

FONTE: Disponível em: <http://www.lxjovem.pt/index.php?id_tema=473>. Acesso em: 18


ago.2011.

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 Fechar uma mão e colocar o lado do polegar contra o abdômen da vítima
entre a cicatriz umbilical e o apêndice xifoide;

FIGURA 13– POSIÇÃO DAS MÃOS

FONTE: Disponível em: <http://www.lxjovem.pt/index.php?id_tema=473>. Acesso em: 18


ago. 2011.

 Com a outra mão envolver a mão fechada e pressionar o abdômen da


vítima;

FIGURA 14 – POSIÇÃO DAS MÃOS

FONTE: Disponível em: <http://www.lxjovem.pt/index.php?id_tema=473>. Acesso em: 18


ago. 2011.

 Puxar ambas as mãos em sua direção, com um rápido empurrão para


cima e para dentro, comprimindo a parte superior do abdômen com a base do

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pulmão, expulsando o ar de forma a movimentar o objeto causador da obstrução.
 Realizar cinco vezes a manobra com uma compressão firme e
vigorosa, suficiente para movimentar o objeto e desobstruir as vias aéreas;
 Caso a vítima fique inconsciente, a manobra deverá ser interrompida e
deve-se iniciar a reanimação cardiorrespiratória.

Se a vítima estiver deitada ou inconsciente:

 A vítima deve ser colocada em decúbito dorsal, ou seja, com as costas


no chão;
 Ajoelhar-se por cima da coxa da vítima ou posicionar-se lateralmente a
ela;
 Colocar a segunda mão diretamente sobre a primeira e realizar a
compressão abdominal;

FIGURA 15– COMPRESSÃO ABDOMINAL

FONTE: Disponível em: <http://csaudeesp.blogspot.com/>. Acesso em: 18 ago. 2011.

 Observar se o objeto foi expulso.

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Em vítimas obesas ou grávidas devemos realizar os seguintes
procedimentos:

 Posicionar-se atrás do paciente;


 Posicionar uma de suas pernas entre as pernas da vítima;
 Posicionar as mãos acima do apêndice xifóide;
 Realizar as compressões abdominais;
 Verificar se o objeto foi expulso.

A desobstrução de vias aéreas em crianças menores que 1 ano deve ser


realizada da seguinte forma:

 Deitar a criança de bruços sobre o braço;


 Apoiá-la na palma da mão, de cabeça para baixo;
 Bater nas costas com as mãos em concha;
 Verificar se o objeto foi expulso.

3.2.5 Respiração

Anteriormente havia uma recomendação para que os movimentos


respiratórios fossem avaliados pelos procedimentos, ver ouvir e sentir, porém não há
mais esta necessidade.
O socorrista deve priorizar a qualidade da massagem cardíaca, ou seja,
realizar o ciclo com 30 compressões e abrir a via aérea e aplicar duas ventilações.
A respiração boca a boca só deve ser realizada nas seguintes situações:

 Em situações de afogamento;
 Traumatismos;
 Em crianças e bebês.

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Existem estudos comprovando que a massagem cardíaca realizada
corretamente e ritmada, é necessária para manter a vítima viva até a chegada de
socorro profissional sem a utilização da respiração boca a boca.
No caso de crianças e bebês, afogamento ou traumatismos, a massagem
cardíaca se faz em sintonia com a respiração boca a boca, porém em situações de
parada cardíaca em adultos, apenas a massagem cardíaca deve ser feita, até que
os socorristas cheguem para levar a vítima ao hospital.

3.2.6 Diagnóstico diferencial

Quanto ao diagnóstico diferencial, definimos como as causas possivelmente


levaram a vítima a vivenciar tal situação. Para que tais perguntas sejam
respondidas, nem sempre poderemos contar com a colaboração do paciente para
respondê-las, a melhor maneira é olhar ao redor, ou seja, observar a cena.
Quando olhar ao redor verificando as proximidades pode-se obter muitas
respostas. Se for vítima de um acidente automobilístico, muitas das ferragens
poderão esclarecer os traumas sofridos. No caso de sinais clínicos, podemos buscar
informações no próprio paciente.
É preciso verificar se há medicações nos bolsos. Receitas médicas. Afinal,
podemos estar manipulando um paciente cardiopata sem sabê-lo, e com essas
informações é possível que a assistência prestada seja mais eficaz.

3.2.7 Exposição da vítima

Sendo assim, para que um diagnóstico diferencial mais preciso seja


realizado, é preconizado que dentre o C-A-B-D-E dos primeiros socorros, o “E”
refere-se à exposição da vítima.
Quando estabilizados a respiração e circulação da vítima, é preciso verificar
se existem outros ferimentos, complicações e situações a serem resolvidas.

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Lembre-se que tal providência deverá ser tomada com cautela e precaução
a fim de evitar maiores dolos na vítima já fragilizada. Todo movimento realizado,
principalmente em pós-trauma, deverá atender normas de manipulação
assegurando a assistência prestada.
A busca por outras e/ou maiores lesões pode no momento da primeira
assistência salvar a vida da vítima.
Em primeiros socorros, chamamos de à hora de ouro a primeira hora de
atendimento, portanto, se o socorrista fizer o seu melhor, a probabilidade desta
vítima ter sua vida prolongada é grande.

4 EXAME SECUNDÁRIO

É o exame realizado após o exame primário, ou seja, após o C-A-B-D-E e tem


por finalidade examinar todo o corpo por meio da palpação e inspeção.
Na inspeção devem ser pesquisados:

 A cor da pele;
 Simetria;
 Alinhamento;
 Deformidade;
 Sangramento.

Na palpação deverá ser pesquisado:

 Deformidade;
 Rigidez;
 Flacidez.

O exame secundário deve ser realizado obedecendo à seguinte sequência:

 Cabeça;

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 Pescoço;
 Tórax;
 Abdômen;
 Cintura pélvica;
 Membros inferiores;
 Membros superiores;
 Dorso.

4.1 CABEÇA

Palpe o crânio com os polegares fixos na região frontal, examine os olhos


procurando por objetos estranhos. Verifique se as pupilas estão normais, dilatadas,
contraídas, irregulares.
Normalmente apresentam o mesmo diâmetro, ou seja, devem estar do
mesmo tamanho.
Observe se não há sangramento ou saída de líquido cefalorraquidiano pelo
nariz ou ouvido. Deve-se procurar também por corpo estranho, dentes, vômitos na
boca ou garganta.

FIGURA 16 – EXAME DO CRÂNIO

FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/_YQ-


op14RPUo/TTQz1T0XW2I/AAAAAAAAB_c/sYtxHs2Tg9s/s1600/9-A.JPG>. Acesso em: 18
ago. 2011.

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4.2 PESCOÇO

Realizar a palpação na coluna cervical verificando o seu alinhamento.


Conferir na região anterior se há desvio de traqueia, lesões ou sangramentos.

4.3 TÓRAX

Com a mão espalmada e com os dedos entrelaçados, realizar a palpação a


procura de lesões nos arcos costais, procurar ferimentos e reação à dor.

4.4 ABDÔMEN

Realizar a palpação com a espalmada e com os dedos entrelaçados,


buscando áreas de sensibilidade, flacidez e rigidez.

4.5 MEMBROS INFERIORES

Inspecionar e palpar a coxa até os pés, observando o alinhamento,


deformidade e rigidez. Buscar lesões e ferimentos.

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FIGURA 17 – PALPAÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES

FONTE: Disponível em:


<http://4.bp.blogspot.com/_7H9r_7bo6nc/SyBogqF3OoI/AAAAAAAABRU/6WCBl455zZY/s400/palpa%
C3%A7%C3%A3o+tibial.JPG>. Acesso em: 18 ago. 2011.

4.6 MEMBROS SUPERIORES

Inspecionar e palpar dos ombros até as mãos, observando o alinhamento,


deformidade e rigidez. Buscar lesões e ferimentos.

4.7 DORSO

Realizar manobras de rolamento para examinar as costas. Observar o


alinhamento da coluna cervical se há deformidades ou ferimentos. Palpar a coluna
em busca de edema, hematoma ou crepitação.
Após realizar o exame secundário, faça todos os curativos, imobilizações e
outros procedimentos, antes de remover a vítima. Durante todo o exame mantenha-
se atento às etapas do exame primário.

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5 PRIMEIROS SOCORROS EM HEMORRAGIAS

Sangramentos ou hemorragias têm o mesmo significado. Pois sim, sangue


que por traumas ou patologias preexistentes extravasam de arterias, veias ou vasos
capilares em grandes quantidades.
Consideramos como a grande perda de volume sanguíneo circulante. O
sangramento pode ser interno ou externo e em ambos os casos é perigoso.
Inicialmente, as hemorragias produzem palidez, sudorese, agitação, pele
fria, fraqueza, pulso fraco e rápido, baixa pressão arterial, sede, e por fim, se não
controladas, estado de choque e, consequentemente, a morte.
O socorrista deve controlar as hemorragias tomando as seguintes medidas:

Quando a hemorragia for externa, o socorrista deverá realizar os seguintes


procedimentos:

 Compressão direta sobre o ferimento. Controlar a hemorragia fazendo


uma compressão direta sobre a ferida que sangra com sua mão (protegida por luva
descartável), ou ainda, com a ajuda de um pano limpo ou gaze esterilizada, para
prevenir a infecção;

FIGURA 18 – COMPRESSÃO DIRETA SOBRE O FERIMENTO

FONTE: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/-


QXCah_WAq60/TdwKLPSBDoI/AAAAAAAAEVk/z57hX0-18Vg/s1600/Hemorragia_direta.jpg>.
Acesso em: 18 ago. 2011.

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 Elevação do ponto de sangramento. Mantenha a região que sangra em
uma posição mais elevada que o resto do corpo, pois este procedimento
contribuirá para diminuir o fluxo de sangue circulante e,
consequentemente, o sangramento;

FIGURA 19 – ELEVAÇÃO DO PONTO DE SANGRAMENTO

FONTE: Disponível em:


<http://www.conexaorh.com.br/images/primeiros_socorros_clip_image005.jpg>. Acesso em:
18 ago. 2011.

 Compressão sobre pontos arteriais. Caso a hemorragia for muito intensa e


você não conseguir fazer parar a saída do sangue, tente controlar o
sangramento pressionando direto sobre as artérias principais que nutrem
de sangue o local lesionado.

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FIGURA 20 – COMPRESSÃO DOS PONTOS ARTERIAIS

FONTE: Disponível em:


<http://www.conexaorh.com.br/images/primeiros_socorros_clip_image006.jpg>. Acesso em: 18 ago.
2011.

Não cessando o sangramento, com o uso das técnicas anteriormente


descritas, o socorrista deverá aplicar um torniquete no membro lesado.
O torniquete ou garrote não é recomendado para o uso geral, pois algumas
vezes causa mais danos a extremidade ferida, do que os que existiam pela própria
lesão inicial.
Entretanto, um torniquete adequadamente aplicado, pode salvar a vida de
uma pessoa, cuja hemorragia em um vaso sanguíneo principal seja incontrolável por
qualquer dos outros métodos.
Os torniquetes deverão ser utilizados como um último recurso e, somente,
para controlar os sangramentos provocados por ferimentos graves nas
extremidades, quando todos os outros métodos de controle falharem.
Lembre-se também que não se deve aplicar torniquetes sobre áreas de
articulação, como por exemplo, cotovelos e joelhos.
A localização mais segura e efetiva para a colocação do torniquete é cerca

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de 5 cm acima do local da lesão.Se o torniquete tiver que ser usado, deverá ser
aplicado de forma correta, ou seja:

 Uma bandagem larga deve ser dobrada até que fique com
aproximadamente 10 cm de largura. Amarre esta atadura larga, duas vezes ao redor
da extremidade lesada;
 Dê um nó firme na atadura. Coloque um bastão de madeira ou outro
material similar sobre o nó e amarre novamente com um segundo nó firme;
 Utilize o bastão de madeira como uma manivela para rodar e apertar a
atadura;
 Aperte o torniquete até o sangramento cessar. Uma vez controlada a
hemorragia, não rode mais o bastão e mantenha-o firme no lugar.

FIGURA 21 – TORNIQUETE

FONTE: Disponível em:


<http://2.bp.blogspot.com/_oQ7DRLLq7FY/TOmEF3WnXkI/AAAAAAAAAJY/U5m7F96zrT0/s
1600/torniquete.jpg>. Acesso em: 18 ago. 2011.

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De maior gravidade, a hemorragia interna demora mais para ser identificada e
quando aparece, debilita rapidamente a vítima. Acompanhe atentamente até a
chegada de uma equipe especializada, pois não podemos ajudar muito e ela poderá
levar o acidentado rapidamente ao estado de choque.

Os principais sinais apresentados são:

 Pulsação acelerada ou fraca;


 Pele fria e pálida;
 Mucosas na boca e nos olhos esbranquiçadas;
 Extremidades arroxeadas pela pouca irrigação sanguínea;
 Sede;
 Tontura;
 Inconsciência.

Nesses casos devemos proceder da seguinte forma:

 Deite a vítima de maneira que a cabeça fique mais baixa que o corpo;
 Coloque compressas frias ou bolsa de gelo no local da hemorragia;
 Não permita que a vítima tome líquidos;
 Observe atentamente, pois os riscos de parada cardíaca ou respiratória
aumentam;
 A vítima precisa de atendimento médico com a maior urgência.

6 HEMORRAGIA NASAL

Geralmente causada por rompimento e/ou obstruções de vasos sanguíneos


do nariz, mas no caso de acidentes automobilísticos pode ser sinal de traumatismo
craniano.
O procedimento é mais simples:
 Faça a vítima ficar sentada em local fresco, cabeça um pouco levantada,

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roupa afrouxada;
 A vítima deve respirar pela boca, não assoar o nariz;
 A narina deve ser comprimida de 5 a 10 minutos;
 Uma compressa fria deve ser colocada no nariz, na testa e na nuca;
 Não parando a hemorragia, ou em caso de inconsciência, a vítima deve
ser encaminhada a uma equipe especializada.

FIGURA 22 – HEMORRAGIA NASAL

FONTE: Disponível em:


<http://www.amazonsaude.com.br/up4/01.09.2010_611cd0c1d9dda03dd56ef82eaecc469e.j
pg>. Acesso em: 18 ago. 2011.

7 FRATURAS

Definimos por fratura toda solução de continuidade súbita e/ou violenta de um


osso. Elas podem ser fechadas, quando não houver rompimento da pele, ou abertas
- fratura exposta, quando a pele sofre solução de continuidade no local da lesão
óssea.
Alguns cuidados especiais fazem parte da assistência a fraturas expostas. A
cobertura do local com um pano limpo ou gaze e a procura de socorro imediato.

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FIGURA 23 – FRATURA EXPOSTA

FONTE: Disponível em: <http://www.tvcanal13.com.br/colunas/jovem-atropela-idosa-de-80-


anos-e-foge-sem-prestar-socorro-5456.asp>. Acesso em: 18 ago. 2011.

As fraturas são lesões mais comuns nos membros superiores e inferiores,


podendo ser únicas ou múltiplas. Na primeira infância, é frequente a fratura da
clavícula. Como causas de fraturas citam-se, principalmente, as quedas e os
atropelamentos.

Principais localizações:

 Fratura dos membros, as mais comuns, tornando-se mais graves e de


delicado tratamento quando mais próximas do tronco.
 Fratura da bacia, em geral grave, acompanhando-se de choque e
podendo acarretar lesões da bexiga e do reto, acarretando hemorragia interna.
 Fratura do crânio, das mais graves, por afetar o cérebro, protegido pelo
mesmo. As lesões cerebrais são responsáveis pelo choque, paralisia dos membros,
coma e morte do paciente. A fratura do crânio é uma ocorrência mais comum nas

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grandes cidades, devido aos acidentes automobilísticos, e apresenta maior índice de
mortalidade em relação às demais. O primeiro socorro precisa vir por meio de
aparelho respiratório, pois os pacientes podem sucumbir por asfixia. Deve-se
lateralizar a cabeça, limpar-lhe a boca com o dedo protegido por um lenço e vigiar a
respiração. Não se deve esquecer que o choque pode também ocorrer, merecendo
os devidos cuidados.
 Fratura da coluna: ocorre, em geral, nas quedas, atropelamentos e nos
mergulhos em local raso, sendo mais grave o prognóstico, quanto mais alta a
fratura; suspeita-se desta fratura, quando o paciente, depois de acidentado,
apresenta-se com os membros inferiores paralisados e dormentes; as fraturas do
pescoço são quase sempre fatais. Faz-se necessário um cuidado especial no
sentido de não praticar manobras que possam agravar a lesão da medula; coloca-se
o paciente estendido no solo em posição horizontal, com o ventre para cima; o
choque também pode ocorrer numa fratura dessas.

7.1 FRATURA FECHADA

Indicada na maioria das vezes, por dor ou grande sensibilidade em um osso


ou articulação. A vítima não consegue movimentar a parte afetada, além do
adormecimento ou formigamento da região. Inchaço e pele arroxeada,
acompanhado de uma deformação aparente do membro ferido.
Não movimente a vítima até imobilizar o local atingido. Não ofereça qualquer
tipo de alimento ao ferido, nem mesmo água.
Solicite assistência médica o mais rápido possível, enquanto isso mantenha a
pessoa calma e aquecida. Verifique se o ferimento não interrompeu a circulação
sanguínea. Imobilize os ossos ou articulações atingidas com uma tala.
Mantenha o local afetado em nível mais elevado que o resto do corpo e se
disponível, aplique compressas frias para diminuir o inchaço, a dor e a progressão
do hematoma.

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FIGURA 24 – FRATURA FECHADA

FONTE: Disponível em:


<http://2.bp.blogspot.com/_ePcEtAaRqy8/Sj1nZ7KPhUI/AAAAAAAAAm0/KxPdCl40TE/s400/
maior_0903085744fracture-types-2%255B1%255D.JPG>. Acesso em: 18 ago. 2011.

7.2 ENTORSE

Lesão dos ligamentos (estrutura que sustenta as articulações), por meio de


torção de uma articulação. Os cuidados são semelhantes aos da fratura fechada.

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40
FIGURA 25 – ENTORSE DE TORNOZELO

FONTE: Disponível em:


<http://2.bp.blogspot.com/_ngQ-
7upSrTo/SedjwfLryYI/AAAAAAAAA7s/7sfFCesdhb8/s320/clip_image050.jpg>. Acesso em:
18 ago. 2011.

7.3 LUXAÇÃO

Deslocamento de um ou mais ossos para fora da sua posição normal na


articulação. Os primeiros socorros são também semelhantes aos da fratura fechada.
Não se deve fazer massagens na região, muito menos tentar recolocar o osso no
lugar.

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FIGURA 26 – LUXAÇÃO DO DEDO DIREITO

FONTE: Disponível em:


<http://mubi.blog.uol.com.br/images/manudedoblog.jpg>. Acesso em: 18 ago. 2011.

7.4 CONTUSÃO

Área afetada por uma pancada ou queda sem ferimento externo. Pode
apresentar sinais semelhantes aos da fratura fechada. Se o local estiver arroxeado,
é sinal de que houve hemorragia sob a pele (hematoma).

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42
FIGURA 27 – CONTUSÃO

FONTE: Disponível em:


<http://www.fisiostore.com.br/images/product/MERC-0025G_298.jpg>. Acesso em: 18 ago.
2011.

7.4.1 Improvise uma tala

Amarre delicadamente o membro machucado (braços ou pernas) a uma


superfície, como uma pequena tábua, revista dobrada, cabo de vassoura ou outro
objeto qualquer. Use tiras de pano, ataduras ou cintos, sem apertar muito para não
dificultar a circulação sanguínea.

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FIGURA 28 – IMPROVISANDO UMA TALA

FONTE: Disponível em: <http://www.educacaofisica.com.br/especiais/ps/fratura.asp>. Acesso


em: 18 ago. 2011.

7.4.2 Improvise uma tipoia

Utilize um pedaço grande de tecido com as pontas presas ao redor do


pescoço. Isto serve para sustentar um braço em casos de fratura de punho,
antebraço, cotovelo, costelas ou clavícula. Só use a tipoia se o braço ferido puder
ser flexionado sem dor ou se já estiver dobrado.

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FIGURA 29 – IMPROVISANDO UMA TIPOIA

FONTE: Disponível em:


<http://www.jnjbrasil.com.br/sosjj/images/jpg/fraturas_escapulas_img6.jpg>. Acesso em: 18
ago. 2011.

8 PRIMEIROS SOCORROS NO TRÂNSITO

Com o aumento do número de carros e motos circulando pelas cidades


houve também um aumento no número de acidentes automobilísticos e
consequentemente pessoas necessitando de primeiros socorros.
Sabemos que existe o SAMU, o Corpo de Bombeiros e outros serviços de
atendimento pré-hospitalar, mas o que é preciso fazer antes da chegada dos
serviços especializados?
É importante lembrar que em poucos minutos podem ocorrer diversas
situações que consequentemente agravam o quadro clínico das vítimas e nesse
momento, estarão presentes no local do acidente somente as vítimas envolvidas e
as pessoas que estão passando pelo local.
Nesta situação duas atitudes tornam-se importantes:

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 Solidariedade;
 Noções básicas sobre o que fazer e o que não fazer, garantindo assim que as
lesões das vítimas não sejam agravadas.

Lembrando que os primeiros socorros são atitudes simples realizadas no


local do acidente que garantem a vida do paciente e evitando assim, complicações,
portanto, todos podem realizar desde que se tenham as noções básicas no
atendimento.
Cada acidente é diferente do outro, portanto as ações dos socorristas
também sofrerão alterações dependendo das características do acidente. A
segurança de quem está prestando o socorro é importante e irá interferir diretamente
no atendimento.
Por exemplo, se há um veículo que colidiu com outro e está em chamas, o
socorrista não deve entrar no veículo, caso contrário será mais uma vítima.
A sequência básica de atendimento será sempre a mesma, como
descrevemos abaixo:

 Manter a calma;
 Prezar pela segurança;
 Chamar o socorro especializado;
 Controlar a situação;
 Verificar a situação das vítimas;
 Realizar os primeiros socorros nas vítimas.

Com calma, bom senso e agilidade o atendimento inicial as vítimas, ou seja,


os primeiros socorros irão garantir que não ocorram complicações e agravamento
das lesões.
Quando acontece um acidente diversas situações de riscos podem ocorrer
em seguida, são elas:

 Outras colisões;
 Atropelamentos;
 Explosão;

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 Incêndios;
 Obstáculos na pista;
 Vazamento de produtos perigosos;
 Doenças infectocontagiosas.

As pessoas que estão no local do acidente não são profissionais de resgate


e por isso devem se limitar a fazer apenas o necessário com a vítima até a chegada
do socorro.
Infelizmente, vão existir algumas situações que o socorro, mesmo chegando
rapidamente e com equipamentos e profissionais treinados, pouco poderá ser feito
pela vítima.
Você, mesmo com toda a disponibilidade, também poderá encarar uma
situação em que seja necessário mais que a solidariedade que você pode oferecer.
Mesmo nestas situações difíceis, não se espera que você faça algo para o qual não
esteja preparado ou treinado.
Com o ambiente seguro e a solicitação do socorro realizada, é o momento em
que você poderá iniciar contato com a vítima. Se a janela estiver aberta, fale com a
vítima sem abrir a porta.
Se for abrir a porta, faça-o com muito cuidado para não movimentar a vítima.
Você poderá pedir a algum ocupante do veículo para destravar as portas, caso
necessário.
Ao iniciar seu contato com a vítima, faça tudo sempre com base em 4
atitudes:

 Informe;
 Ouça;
 Aceite;
 Seja solidário.

Informe à vítima o que você está fazendo para ajudá-la e, com certeza ela vai
ser mais receptiva aos seus cuidados. Ouça e aceite suas queixas e a sua
expressão de ansiedade respondendo as perguntas com calma e deforma
apaziguadora.

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Não minta e não dê informações que cause impacto ou estimulem a
discussão sobre a culpa no acidente. Seja solidário e permaneça junto à vítima em
um local onde ela possa ver você, sem que isso coloque em risco sua segurança.
Algumas vítimas de um acidente podem se tornar agressivas não permitindo
acesso ou auxílio. Tente a ajuda de familiares ou conhecidos dela, se houver algum,
mas se a situação colocar você em risco afaste-se.
Mesmo você só querendo ajudar, mas muitos são os procedimentos que
podem agravar a situação das vítimas.
Os mais comuns e que você deve evitar são:

 Movimentar uma vítima;


 Retirar capacetes de motociclistas;
 Aplicar torniquetes para estancar hemorragias;
 Oferecer algo para a vítima beber.

Você já realizou o nosso curso e já sabe quais são as primeiras ações a


serem tomadas num acidente. Mesmo assim, é importante fazer um curso prático de
primeiros socorros?
Um treinamento em Primeiros Socorros vai ser sempre de grande utilidade
em qualquer momento de sua vida, seja em casa, no trabalho ou no lazer.
Podem ser muitas e variadas às situações em que o seu conhecimento pode
levar a uma ação imediata e garantir a sobrevida de uma vítima. Isso, tanto em
casos de acidente, como em situações de emergência que não envolvem trauma ou
ferimentos.
Atuar em primeiros socorros requer o domínio de habilidades que só podem
ser adquiridas em treinamentos práticos, como por exemplo, a massagem cardíaca.
Outras técnicas utilizadas em primeiros socorros são diferentes para casos de
trauma e emergências sem trauma, como por exemplo, a abertura das vias aéreas
para que uma vítima respire, ou ainda, a necessidade e a forma de se movimentar
uma vítima.
Estas diferenças, que implicam em procedimentos distintos devem ser
adquiridas em treinamentos sob a supervisão de um instrutor qualificado.
Outras habilidades a serem desenvolvidas em treinamentos são as maneiras

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de se utilizar os materiais, como talas, bandagens triangulares, máscaras para
realizar a respiração, como atuar em áreas com material contaminado, quando e
quais os materiais se pode utilizar para imobilizar uma coluna cervical.
São muitas situações que poderão ser aprendidas em um curso prático,
mesmo assim, nenhum treinamento em primeiros socorros dará a qualquer pessoa a
condição de substituir completamente, um sistema profissional de socorro.

FIM DO MÓDULO ÚNICO!

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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UNESP, 2000, 33 p. Apostila da disciplina de Fundamentos de Enfermagem.

BRUNNER; SUDDARTH Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica, 10. ed. Rio


de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

DIEPENBROCK. H. N. Cuidados intensivos. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara


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LINDA J. S. Segredos em Enfermagem de Emergência. Porto Alegre: Artmed,


2003.

MANTOVANI, M. Suporte Básico e Avançado de Vida no Trauma. São Paulo:


Atheneu, 2005.

MOORE, E. E. Manual do trauma. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

MOZACHI, N. O Hospital: Manual do ambiente hospitalar.1. Curitiba: Os


autores, 2005.

NASI. A. N. Rotinas em pronto socorro. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.

OLIVEIRA. M. F. B. Trauma Atendimento Pré-hospitalar. São Paulo: Atheneu,


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<http://geicpe.tripod.com/clin_emerg_parada.htm>. Acesso em: 24 mar. 2010.

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PARSONS. E. P. Segredos em Terapia Intensiva. 3. ed. Porto Alegre: Artmed,
2006.

PERRY. P. Fundamentos de Enfermagem, Conceitos, processos e prática. 4.


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Primeiros Socorros. Disponível em:


<http://www.detran.pa.gov.br/index.php?pagina=menu/educacao/cursos/cursos_prim
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ROSALES.S. Manual de Primeiros socorros, e prevenção de grandes


Catástrofes e Terremotos. Cotia-SP: Vergara Brasil, 2005.

Segurança e Medicina do Trabalho Normas Regulamentadoras 48. ed. São Paulo:


Atlas SÉRIE DIDÁTICA, Instituto Butantan, n. 1-8.

FIM DO CURSO!

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