Sob o signo de Dioniso: a disformidade corporal na obra de Lygia Fagundes Telles

Kelio Junior Santana Borges/IFG-Campus Aparecida

Obs.: O resumo deverá ser escrito em Times New Roman, 12, espaço simples, e
apresentar problema de pesquisa, objetivo, fundamentação teórica, metodologia e
resultados obtidos. Deverá conter entre 200 a 300 palavras. (apagar este aviso)

Por meio de imagens, símbolos e valores relativos ao mito e ao rito de Dioniso, Lygia
Fagundes Telles explora amplamente o imaginário ligado ao deus do vinho, da
metamorfose e da loucura. Segundo nossa perspectiva de leitura, a essência dionisíaca
atravessa toda a escrita lygiana, assumindo posição central, ao redor da qual gravitam as
demais figuras e outros temas trabalhados pela artista. Ou seja, na obra dessa escritora
são inúmeros os aspectos que esteticamente sejam representativos do dionisíaco,
entendido no sentido exposto pela intuição nietzschiana, como um dos instintos estéticos
da natureza. Dando continuidade a uma pesquisa de doutoramento, este trabalho analisa
a representação de corpos disformes na obra de Lygia Fagundes Telles. Nosso objetivo é
demonstra como as constantes disformidades presentes nos textos da escritora podem ser
lidas como metáfora de valores dionisíacos, buscando representar ora certa diversidade
de vida, ora certa oposição aos padrões culturais que, numa perspectiva apolínea,
determinam padrões de corpos e de beleza. Para promover essa discussão, recorreremos
às obras de juventude de Friedrich Nietzsche, a estudos reconhecidos sobre Dioniso e o
dionisismo, como os de Giorgio Colli (1990), Carl Kerényi (1997), Marcel Detienne
(2010) e Walter Otto (2017). Apoiados nesses e em outros pesquisadores, discutiremos
como a representação de corpos disformes é recorrente na obra da escritora brasileira e
como tal aspecto pode ser entendido como um dos traços de sua poética dionisíaca.

Palavras-chave: Corpo; disformidade; Dioniso; Lygia Fagundes Telles.

Comunicação submetida para o Simpósio: 10