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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU –

ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA – 2022/1


Aluna: Beatriz da Silva Borges Coimbra
ATIVIDADE 10
Tarefa: "Da teoria à prática de pesquisa - Etapa II" e "Roteiro"
Nome(s) Beatriz da Silva Borges Coimbra
Atividade 10 – Tarefa: “Da teoria à prática de pesquisa: Projeto de Intervenção
– Etapa II”
Data para postagem: 17/03/2023
Tipo Método Descrição
Método 1) Como? Qual o tipo de pesquisa quanto à/ao:
a) abordagem: será utilizado as duas formas.
Quantitativa – utilizaremos os dados
estatísticos para comprovação e medição dos
resultados;
Qualitativa - compreensão e exploração da
situação dentro do setor público.
b) natureza:
Aplicada – objetivo do estudo é gerar
conhecimento e colocá-lo em prática.
c) objetivos:
Exploratório e Descritivo – Conhecer os
dados e os problemas, descrever a situação
e construir uma teoria própria.
d) procedimentos:
Documental – Considerando que o local de
estudo é um ente público tenho que
considerar os dados e informações legais.
Bibliográfica – Todo o estudo foi realizado
com base em assuntos relacionados ao tema
em artigos, livros e estudos publicados em
revistas cientificas de grande relevância no
Brasil e no mundo.
2) Onde? Governo do Estado do Espírito Santo
3) Público-alvo? Instituições públicas, empresas privadas e
sociedade civil.
Resultados O que espera alcançar Demonstrar evidências significativas que a
Esperados com a pesquisa? decisão de contratação de obras de
edificações pode sofrer influência pelas
características da transação.
Roteiro (compilação das Etapas I e II do Projeto de Intervenção)

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS E CUSTOS DE TRANSAÇÃO:


UM ESTUDO DAS RELAÇÕES DOS CONTRATOS DE EXECUÇÃO DE OBRAS
DO GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

COIMBRA, Beatriz da Silva Borges

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos o Setor Público passou por transformações quanto aos seus
procedimentos no que se refere às transações com o setor privado. Segundo
Giacomoni (2000) uma das características mais marcantes da economia do século
XX é o crescente aumento das despesas públicas. É neste contexto de
transformações, com o objetivo tornar mais eficiente a máquina pública, que se insere
a lei 8.999/93.
Esta lei insere normativas importantes que segundo Matias-Pereira (2008), faz-
se necessária através da licitação pública, assegurando igualdade de condições a
todos os agentes envolvidos.
Neste contexto de interação entre os agentes envolvidos, a Nova Economia
Institucional, em especial a Economia dos Custos de Transação (ECT), possui,
segundo Zylbersztaijn (1995), como elemento de análise a transação, operação em
que são negociados direitos de propriedade, associados a bens e serviços, bem como
os custos a ela associados, são considerados como indutores dos modos alternativos
de governança.
Em uma revisão histórica acerca dos custos de transação, podemos citar que
inicialmente nos modelos abstratos da Economia Neoclássica, considerava-se que as
relações econômicas dispunham de atributos como: capacidade cognitiva ilimitada
dos agentes, disposição plena e sem custos de informações e crença na realização
compulsória dos termos de interações por meio de um sistema de justiça sem custos,
ou seja, os custos de transação eram desconsiderados (SZTAJN; ZYLBERSTAIN,
AZEVEDO, 2005).
Porém, o mercado não atua sempre em condições de competição perfeita e
dessa forma não é garantido o equilíbrio de Pareto, ocasionando prejuízo de bem-
estar: Essas situações são chamadas de falhas de mercado (MILLER, 1992;
STIGLITZ, 1988).
Em vertentes complementares à Economia Neoclássica podemos citar a
Economia Neoinstitucional, a qual crê, segundo Meirelles (2010), que a eficiência é
uma demanda de aspectos organizacionais e de coordenação desses recursos que
se complementam e norteiam-se no mesmo conceito de eficiência, mas baseado em
pressupostos distintos daqueles anteriormente apresentados.
Deste modo, Meirelles (2010) aponta que se tratando de uma forma mais
transacional da eficiência, a Economia Neoinstitucional progride no aspecto de
eficiência alocativa da Economia Neoclássica tradicional, decorrente
fundamentalmente de um arranjo ótimo de recursos, e julga que, para execução de
bens e serviços, além da mensuração e combinação dos insumos produtivos, é
fundamental a percepção dos custos de transação de mercado ou internos à
instituição que estabelecerá o local de gerenciamento das ações dos agentes. Deste
modo, a definição de eficiência permanece, tendo em vista que seu êxito é logrado
via alocações e reduções de custos das transações.
Os Custos de Transação só foram considerados a partir de 1937, por Coase,
que é tido como um clássico por muitos especialistas. Segundo Coase (1973), a
instituição não necessita unicamente da tecnologia, mas igualmente das transações
e seus respectivos custos. Segundo Azevedo (2000), a empresa tem a atribuição de
poupar estes custos de transação, uma vez que diversas transações são realizadas
naquele ambiente e não há a possibilidade de antever neste instrumento todas as
conjunturas futuras prováveis.
Há fundamentalmente dois pressupostos convenientes à Teoria dos Custos de
Transação: a racionalidade limitada e o oportunismo dos indivíduos. O primeiro
acarreta da restrição da capacidade cognitiva dos indivíduos para processar todas as
informações disponíveis, desta forma, constituindo uma racionalidade limitada. Por
sua vez o oportunismo dos indivíduos decorre a contar da percepção de que estes
são auto interessados e são capazes, na busca de suas preferências, utilizar de todas
as práticas viáveis, até mesmo fraude, ocorrendo conflitos e custos de transação nas
relações contratuais.
É em meio a este contexto que a figura do contrato administrativo passa a ter
um papel relevante nas relações econômicas, de forma que contratar enseja em uma
relação custosa, necessitando, portanto, a atenção para que consiga atenuar e
realizar da melhor maneira mais adequada possível.
No entanto, a despeito da limitação da racionalidade dos agentes, estes
procuram sempre o resultado mais eficiente em uma transação, consistindo em um
incentivo para a concepção de estruturas de governança de forma a superar o cenário
de contratos incompletos e situações imprevistas. Desta forma, as estruturas de
governanças dispõem, Segundo Fagundes (1997), características diferenciadas que
as tornam mais ou menos aptas para coordenar as transações entre os agentes,
reduzindo custos de transação e buscando a eficiência dos resultados. Sistemas de
incentivos, controle de conduta e flexibilidade/adaptabilidade são referidas as
propriedades diferenciadas de governança. Podemos observar, tendo em vista a
descrição de Williamson (1985), basicamente três tipos de estruturas de governança:
a que provém através do mercado, a hierárquica e uma forma híbrida entre ambas
(contratual).
As empresas resolvem, com base em Williamson (1985), por fazer ou comprar
levando em consideração os riscos contratuais e a avaliação desses riscos se
modificam de acordo com as características das transações na obtenção de serviços
por meio de contratos é influenciada pela Teoria de Economia de Custos de
Transação (ECT).
Diante disso, os contratos são alterados por falhas, erros, omissões e
modificações inesperadas, assimetria de informação entre os agentes que permitem
vantagens individuais, sendo estas fontes de incertezas nas relações de trocas das
partes implicadas, Mecanismos e estruturas são praticados para minimizar os riscos
nas transações e, necessariamente, os Custos de transação.
Gasparini (2009) conceitua que o contrato administrativo pode ser o ato
plurilateral ajustado pela administração pública ou por quem lhe faça às vezes com
certo particular, cujas condições de execução a cargo do particular podem ser
instabilizadas pela administração pública, ressalvados os interesses patrimoniais do
contratante particular. Neste sentido, a relação contratual entre o Governo e as
empreiteiras é eficiente?
O debate acerca da análise teórica para que se possa utilizar a teoria dos
Custos de Transação nos contratos realizados pelo Setor Público tem se ampliado
nos últimos anos, buscando-se aplicar as especificidades das contratações de serviço
nas organizações da Administração Pública. No caso do Governo do Estado diante
dos contratos realizados para execução de obras prioritárias ou não, é necessário
maior controle de sua eficiência quanto a gestão e a execução dos serviços, o que se
pode testar através da ECT.

1 - OBJETIVOS
1.1 - Objetivo Geral
Contextualizar com a teoria econômica como as características da transação
podem influenciar na relação de fornecimento de serviços terceirizados em obras para
o Governo do Estado e testar estas características através de um modelo estatístico.
1.2 - Objetivos Específicos
• Resumida revisão bibliográfica sobre Nova Economia Institucional e os
Custos de Transação no qual o projeto será embasado;
• Através do estudo de caso dos contratos de obras pelo Governo do Estado
do Espírito Santo descrever um método empírico e uma base de dados para coleta
de dados;
• Analisar e testar os dados obtidos através das variáveis e de sua estatística
descritiva, o modelo de probabilidade de contratação na relação de parceria com o
setor público, sob a ótica de Williamsom (1985).

2 – MÉTODO
Para desenvolver o estudo empírico em que objetivamos será muito importante
que utilizemos como base a literatura de Williamson (1985), para conseguirmos
entender as variáveis as quais se desenvolvem as relações dentre os contratos pela
Gestão Pública e os custos de transação.
A classificação dos custos de transação, para Williamson (1985), é de custos
ex-ante (gastos de negociação) para planejar, e resguardar um acordo e custos ex-
post (renegociação) os de monitorar as interações entre os agentes, havendo
igualmente a possibilidade de entendimento destes como dispêndios, de forma
garantir que a execução contratual seja realizada de forma exitosa entre o contratante
e o contratado.
Entende-se para que haja uma transação é necessário que ocorra a
transferência de um bem ou serviço de uma empresa a outra permeada de uma
interface tecnologicamente separada, sendo entendida também como custo de troca
uma atividade que termina e dá início a outra.
Neste sentido, as ECT’s possuem também dois pressupostos comportamentais
as quais são utilizados: Racionalidade limitada e Oportunismo. A racionalidade
limitada é a delimitação na capacidade do indivíduo de receber, armazenar, e
processar informações, sem erros e omissões, e oportunismo é a busca em satisfazer
os interesses individuais, podendo ocorrer ex-ante ou ex-post numa relação
contratual. Por conseguinte, o exórdio dos Custos de transação resulta do óbice de
antecipar as consequências destes comportamentos.
São motivadores determinantes de custos de transação: os Elementos de
característica teórica (os pressupostos comportamentais mencionados no parágrafo
anterior e as naturezas das transações; incerteza, frequência e especificidade de
ativos. mencionadas em seguida). O nível em que estes elementos se apresentam é
determinante do modo de governança mais eficiente. As organizações sistematizam
as transações existentes, buscando redução de custos a estas relacionadas.
Diante destas características mencionadas no parágrafo anterior, será
necessário examinar cada uma dessas propriedades a fim de verificar empiricamente
qual a sua influência na relação de parceria da contratação de serviços de obras no
setor público.
Analisaremos também, o universo constituído por 152 obras, que iniciaram a
partir de 01/01/2020, compostas principalmente por obras de infraestrutura da
segurança pública - 36 obras (23,68%), obras de infraestrutura hídricas e de apoios
múltiplos - 34 obras (22, 37%), 31 obras (20,39%) PROEDES integração logística.
• Local do estudo: Governo do Estado do Espírito Santo.

• Sujeitos da intervenção (público-alvo): Instituições públicas, empresas privadas


e sociedade civil.

3 – RESULTADOS ESPERADOS
Os resultados desta pesquisa empírica se tornarão relevante para a
reformulação de teorias que tratam de Custo de Transação, pois este contribui para a
contratação de empresas do setor da construção civil demonstrando que a alta
especificidade do Ativo e frequência nas transações aumenta a probabilidade de
contratação baseada em determinadas relações e podem promover economia de
tempo e custos. Pretende-se demonstrar evidências significativas que a decisão de
contratação de obras de edificações pode sofrer influência pelas características da
transação.

REFERÊNCIAS

BRITTO, J. (1994) “Redes de firmas e eficiência técnico-produtiva: uma análise crítica


da abordagem dos Custos de Transação”. Encontro Nacional de Economia, 22,
Florianópolis, Anais. Brasília, ANPEC, vol. 1, pp. 125 -44.

FIANI, Ronaldo. Teoria de custos de transação: uma nota didática. UFRJ - Instituto de
Economia, nº 65, março de 2000.

GUERRINI, F.; VERGNA, J. R. G. Um modelo de atores e recursos para redes de


cooperação entre empresas em obras de edificações. Prod., v. 21, n. 1, p. 14-26, mar.
2011.

BAILY, Peter et al. Compras: princípios e administração. Trad. Ailton Bonfim Brandão.
São Paulo: 2000.

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