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Propósito
Identificar a essência da profissão, por meio da sua importância histórica e futura, como elemento
motivador, para ter, ao longo do curso e da carreira, uma postura ativa diante das oportunidades de
construção das habilidades e competências inerentes ao exercício pleno da engenharia.
Objetivos
Módulo 1
Módulo 2
Módulo 3
A engenharia e o desenvolvimento
Analisar as relações entre a engenharia e o desenvolvimento.
meeting_room
Introdução
Desde o surgimento do homem, a natureza passou a ser manipulada para
facilitar a sua
sobrevivência e o seu
desenvolvimento. Entre as inúmeras manipulações, destaca-se a científica,
em
especial a ciência de engenharia, que
permitiu a ideação e a criação de ferramentas,
possibilitando construir
armas, armaduras, muros, casas, castelos, meios
de transporte etc. Diante
disso, não há como negar que a engenharia está
intimamente ligada ao desenvolvimento da
sociedade em todo o mundo, e é essa relação, desenvolvimento e engenharia,
que estudaremos
neste material.
1 - Engenharia na construção da
civilização ocidental
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar o papel da
engenharia na construção da civilização ocidental.
Conceitos de engenharia
A etimologia (estudo da origem das palavras) nos
fornece bases para compreender a adoção e a
manutenção da palavra engenharia para
denominar a profissão ao longo de tantos anos.
Saiba mais
A palavra latina ingenium, associada a significados como talento e
inteligência, características
inatas, originou a palavra engenhosidade.
Dessa forma, entende-se que a engenharia seja uma
profissão que carrega em
si um forte viés de criação direcionada para a inovação (engenhosidade).
1920
S. E. Lindsay
1939
Vannevar Bush
1963
John C. Calhoun Jr.
Saiba mais
Após tantas definições, convido você a um exercício de reflexão. Construa
uma versão inicial e
pessoal do seu entendimento de engenharia.
Engenhosidade e história
Como já é possível calcular a dimensão do
significado da engenharia, podemos pensar na sua
participação na história das
civilizações. Proponho, como exercício inicial, que você pense no seu
dia a dia e
que elimine, um por um, os recursos de que dispomos que sejam relacionados à
engenharia.
Saiba mais
Formalmente focada em ensinos técnicos, a primeira escola de engenharia
surgiu na França, em
1747, com o nome de École des Ponts et Chaussées. Em
1774, foi fundada a École Polytechnique
com forte fundamentação teórica e,
em sequência, escolas de engenharia foram surgindo em
vários países. Não é
coincidência a Revolução Industrial ter se desenvolvido a partir de 1760, ao
longo de aproximadamente 80 anos.
Engenharia no Egito
Considera-se que o primeiro engenheiro foi
Imhotep, responsável por projetar e construir a primeira
pirâmide do Egito, em
degraus, para abrigar o túmulo do Faraó Djoser (2630–2611 AEC). No
entanto, o uso da
denominação engenheiro começou a ser utilizada somente no século XI para
definir
alguém que atuava com criatividade para resolver problemas práticos com invenções
engenhosas.
AEC
A sigla "AEC" significa Antes da Era Cristã.
Sakkara.
A relevância do arado
O arado é um dos artefatos mais revolucionários da
história da humanidade, pois permitiu que os
grupos humanos deixassem de ser nômades
e se fixassem à terra, o que impactou de forma
relevante a produtividade agrícola.
Os excedentes de produção e a capacidade de armazenar
alimentos provocaram o
surgimento das comunidades, das primeiras vilas e das cidades, bem
como de trabalhos
especializados, por exemplo, construtores, artesãos, médicos e comerciantes
Arado com tração animal no antigo Egito.
Surgimento do arado
Acredita-se que o arado tenha surgido ao sul da Mesopotâmia, em torno de 4500
AEC+, a partir da iniciativa de um homem
arrastar uma vara pelo chão para abrir um
sulco no solo, de modo a facilitar o depósito das sementes. O aperfeiçoamento
do
artefato, de forma a permitir a adoção da tração animal, trouxe evolução ao
possibilitar um salto de produtividade,
visto que os bois conseguiam trabalhar todos
os dias sem se cansarem, ao contrário do homem.
Utilização de animais
A utilização de animais também viabilizou a prática do arado em solos não arenosos
e que exigiam um esforço maior. Os
chineses desenvolveram soluções típicas de
engenharia para aperfeiçoar o arado ao substituírem a madeira por ponteiras
de
rocha pontiagudas que, além de facilitar o trabalho em qualquer tipo de solo,
possibilitavam a abertura de sulcos
mais profundos, mesmo em solos não arenosos.
Criação da aiveca
A capacidade de abertura de sulcos mais profundos deflagrou um novo problema,
porque após a passagem do arado, parte do
solo escavado caía novamente no sulco
b t i i d ã t i N t t b tá l f i l i d l
aberto, exigindo a remoção posterior. No entanto, o obstáculo foi solucionado pela
criação da aiveca, uma placa que impedia que o solo arado retornasse à fenda,
forçando o depósito lateral.
Arados em ferro
A última inovação consistia em permitir que o arado pudesse ser ajustado para abrir
diferentes profundidades de sulcos
para o uso em diferentes tipos de solo. Apesar
disso, esses aprimoramentos somente chegaram ao mundo ocidental no século
XVII
e apenas no fim do século XVIII foram produzidos arados em ferro, com partes
substituíveis, permitindo o uso da
lâmina adequada para cada tipo de solo.
O cobre
O cobre, material dúctil, pode ser trabalhado a
frio e a quente, quando são necessários fornos para
liquefazer o metal e depositá-lo
em moldes. O processo é relativamente simples, mas exige
temperatura elevada
conseguida por meio da injeção de ar pelo sopro. Como o cobre pode ser
refundido,
surgiram os lingotes.
Dúctil
Capacidade de se deformar sem romper.
Lingotes
São massas de metal ou de um material condutor que, após terem sido aquecidas a uma
temperatura superior ao seu ponto de
fusão, são vertidas em um molde, assumindo uma forma que
torna mais fácil o seu manuseamento, geralmente uma barra ou um
bloco.
Metalúrgicos egípcios
Lingote de cobre
O bronze é resultado da adição do estanho ao cobre, em proporções que variam de 3% a 25% na
liga, resultando em um
material com características mecânicas mais interessantes do que o cobre
em muitas situações, sendo menos maleável e
mais resistente e com ponto de fusão mais baixo.
Os moldes, em geral, eram de cerâmica e se perdiam a cada moldagem.
Espada de dois fios em bronze.
O ferro
Os primeiros a dominar a produção do ferro foram
os hititas, que monopolizaram o processo até
serem derrotados pelos assírios, fato
que dispersou os ferreiros, possibilitando que as técnicas
fossem difundidas.
Após um preaquecimento em forno, o material deve receber muitos golpes, processo que
elimina
uma série de impurezas. Em seguida, deve ser aquecido em um segundo forno
até ficar
incandescente para, novamente, receber golpes. O processo repetitivo de
martelagem a quente e
aquecimento leva a uma barra forjada bem pura e maleável.
A invenção da roda
A roda é uma das maiores invenções da história da
humanidade, cujo registro mais antigo data de
3500 AEC, em uma placa de argila, que
mostra a roda sendo utilizada para transporte humano. A
roda possibilitou o
transporte de carga em longa distância, abrindo várias possibilidades, inclusive
para o comércio.
Vamos nos concentrar em Atenas, que representou um modelo em pleno século IV AEC
que, não à
toa, transformou-se no berço da democracia, da cidadania e da base
filosófica de toda a civilização
ocidental, incluindo a concepção da escola,
responsável pela transmissão do conhecimento, na
Academia de Platão e no Liceu de
Aristóteles.
Saiba mais
O projeto de Atenas favoreceu fortemente para tamanho sucesso, pois o
urbanismo foi
fundamentado na participação ativa dos cidadãos na vida
pública. As vias eram distribuídas em
uma malha ortogonal, e a organização
do espaço urbano se baseava em pequenos núcleos com
funções específicas. Uma
elevação natural foi destinada às práticas religiosas (acrópole) com
vários
templos, com destaque para o Partenon.
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Quais construções mais relevantes?
Confira quais construções contribuíram para o avanço da sociedade, em termos de arquitetura e
engenharia.
Império Romano
Com a morte de Alexandre, o império subdividiu-se
e somente em 27 AEC se estabeleceu o Império
Romano, considerado o maior da história
da civilização ocidental, conectando a Europa, a Ásia e a
África. Tal impédio
perdurou até 475 EC, marcando o fim da Idade Antiga e o início da Idade Média,
período este muito fértil para a engenharia, com muitas inovações e
aperfeiçoamentos.
Aquedutos
A seguir, vamos conhecer e entender melhor algumas
engenharias desenvolvidas pelo Império
Romano.
Roda d’água
Os romanos foram precursores na utilização da água como fonte de energia, que movimentava as
chamadas rodas d'água,
principalmente para moer grãos, ideia muito difundida pela costa do
Mediterrâneo.
Complexo de Barbegal
Em Barbegal, França, os romanos construíram, no século IV, um inacreditável complexo de rodas d
´água alimentado por um
único aqueduto de 2 metros de largura, com uma inclinação de 30°, que
alimentava um conjunto de 8 pares de rodas d’água
para moer.
Os romanos não pouparam esforços para que, ao longo de 2 séculos, cerca de 60 mil
trabalhadores
retirassem mais de 1,5 toneladas de ouro das minas de Las Médulas,
região da Espanha que
abrigava fabulosos veios de ouro. Para isso, foram utilizados
complexos sistemas de aquedutos e
canais, incluindo o armazenamento em grandes
tanques a uma cota de aproximadamente 250
metros acima do nível das minas, gerando
poderosa pressão hidráulica para o desmonte das
rochas.
Represas
Os romanos construíram muitas represas para
armazenar água para abastecimento e mineração. A
represa de Proserpina, na Espanha,
já possui 2 mil anos e ainda abastece a região para irrigação.
Estradas
Pode-se dizer que a rede de estradas romanas foi o
maior legado do império, visto que, além dos
exércitos e mercadorias, também
passaram ideias e influências culturais, filosóficas e religiosas,
incluindo o
cristianismo.
A gigantesca rede atingiu cerca de 80 mil quilômetros no auge do império (117 EC) e
conectou a
Europa, o Oriente Médio e o Norte da África, numa área hoje ocupada por
mais de 30 países.
Inicialmente, serviam para o transporte das tropas e suprimentos
e se tornaram rotas de comércio e
de mensagens. Ao analisarmos, essa rede explica a
gigantesca Igreja Católica Apostólica Romana
e expressões como “Todos os caminhos
levam a Roma” e “Quem tem boca vai a Roma”.
Diversas vias importantes saíam de Roma. A via Ápia, a mais importante, ia até
Brindisi, cidade
portuária com saída para o leste. As vias Salária e Flamínia
seguiam na direção do Mar Adriático,
dando acesso aos Bálcãs e às regiões cruzadas
pelos rios Reno e Danúbio. A via Aurélia dava
acesso à Península Ibérica, e a via
Ostiense levava até Óstia, porto com acesso mais fácil para
viagens à África.
EC
A sigla "EC" significa Era Cristã.
A região escavada era preenchida por camadas de diferentes materiais. A primeira era
de
pedregulhos ou entulho, seguida por pedras pequenas ou achatadas, eventualmente
ligadas por
argamassa. Por fim, uma camada de cascalho ou pedra britada.
Construções
A arquitetura e as construções romanas formam um
capítulo à parte, mas não há como não se
mencionar o Coliseu e o Pantheon.
Construído em 8 anos, o Coliseu, com capacidade de até 80 mil pessoas, foi concluído
em 80 EC.
Maior anfiteatro já arquitetado, era utilizado para combates de
gladiadores e para espetáculos
públicos, como encenações, execuções, simulações de
batalhas famosas e dramas da mitologia
clássica. Atualmente, é considerado uma das 7
maravilhas do mundo moderno.
Interior do Coliseu
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Fachada do Coliseu
O Pantheon é um edifício muito especial, sendo uma das estruturas mais bem preservadas da
Roma Antiga. De planta
circular, possui um grande pórtico na entrada, que conduz a um ambiente
coberto por uma cúpula de concreto, que por sua
vez contém uma abertura central e que permite a
iluminação natural. Trata-se da maior cúpula de concreto não armado da
história. O diâmetro, de
43,3 metros, tem a mesma dimensão da altura da abertura (óculo).
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Contribuição dos romanos para a
engenharia
Veja como o Império Romano contribuiu para o avanço científico e tecnológico da humanidade e
conheça seus marcos na
engenharia.
Engenharia pós-Império Romano
Idade Média
O fim do Império Romano marcou o começo da Idade
Média, período que teve início em 476 e foi
até 1453, com a conquista de
Constantinopla pelos turcos-otomanos.
Saiba mais
No mundo antigo, o grego era o idioma da ciência. Com o crescimento do
Império Romano, o
conhecimento era extraído e traduzido para o latim. No
entanto, na transição para a Idade Média, o
conhecimento grego foi se
tornando restrito, uma vez que a Igreja Católica passou a reter o
conhecimento em um período entre os séculos V e XVII, constituindo o que
poderia ser chamado de
monopólio do saber.
Curiosidade
Outro feito relevante da engenharia se encontra na área naval, pois a
evolução das embarcações
permitiu às grandes navegações a descoberta das
Américas e a sua incorporação em forma de
colônia.
No ano da morte de Galileu, nasce Isaac Newton que, após se formar, em apenas 18
meses de
reclusão por causa da peste bubônica, elaborou as chamadas leis de Newton,
as quais deram início
à ciência moderna. Assim, a grande revolução se deu por meio
do desenvolvimento de modelos
matemáticos capazes de representar o comportamento
físico e encontrar valores experimentais.
Após retornar a Cambridge, publicou suas ideias somente 17 anos depois, em 1684, no
livro
denominado Principia, considerada a mais influente obra escrita por uma única
pessoa em toda a
história da humanidade. Foi a consolidação da ciência moderna com
Newton e do método
científico, que deram suporte à ideia de que não bastava entender
o mundo: era preciso modificá-lo.
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O início da Idade Média
Confira quando ocorreu o início da Idade Média e como isso impactou o desenvolvimento
tecnológico da sociedade.
Todos
D A mineração hidráulica.
E A construção de pontes.
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2 - Processo evolutivo da
industrialização
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer o papel da
engenharia formal no processo evolutivo da industrialização.
O Brasil foi pioneiro, uma vez que a primeira escola de engenharia foi fundada na
França em 1747 e,
em 1792, foi fundada no Rio de Janeiro, onde hoje se encontra o
Museu Histórico Nacional, a Real
Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, a
primeira escola de formação de engenheiros das
Américas. A primeira escola
norte-americana foi a Academia Militar de West Point, em 1802.
Motor a vapor.
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Primeira Revolução Industrial
Saiba mais, neste vídeo, sobre a Primeira Revolução Industrial.
Toda essa evolução tecnológica só foi possível
porque os processos de fabricação evoluíram com
a criação das chamadas máquinas
ferramentas, e muitas delas se beneficiaram do acoplamento de
uma máquina a vapor.
Estamos falando de tornos mecânicos, fresadora mecânica, esmeril, plaina
mecânica,
processos de soldagem, furadeira, serra mecânica, laminadores, trefiladora e
extrusora.
Adam Smith.
Adam Smith
Foi o primeiro filósofo moral a reconhecer que as ações de mercado mereciam um estudo
cuidadoso e em tempo integral numa
moderna disciplina das ciências sociais. Aos 14 anos, Smith
foi para a Universidade de Glasgow, onde se tornou mestre e
fascinou-se pelas ideias do professor
Francis Hutcheson, aprendendo Liberalismo Clássico, Direito Natural e Economia
Política.
Em seu livro é desenvolvido um estudo de caso de
fabricação de alfinetes. Se um operário tiver que,
sozinho, fabricar um alfinete,
tendo que ele mesmo ir buscar a matéria-prima e produzi-lo, teria uma
produtividade
baixíssima se comparada a um sistema industrial, em que cada operário é
responsável
por uma etapa da fabricação. Em uma análise detalhada, são listadas 18 atividades
distintas que devem ser divididas por 10 funcionários.
Adam Smith evidencia que a organização da divisão social do trabalho, limitada pelo
tamanho do
mercado, passa a ser a chave da riqueza de uma nação e não mais a
quantidade de ouro, como
pregava o mercantilismo. Nessa fase, o mercado entra como
limitador da riqueza, já que de nada
adianta aumentar a produção se não houver para
quem vender.
Smith era contra qualquer intervenção do governo, seja para garantir monopólio ou
subsídios, e
considerou que o ideal seria uma atuação limitada do setor público, que
deveria estimular o
comércio e a educação, incluindo saneamento, rodovias,
ferrovias, portos, correios, escolas e
igrejas, e via a educação pública e gratuita
como uma garantia de crescimento da produtividade do
trabalho e, consequentemente,
da riqueza daquela nação. O Estado também deveria proteger a
sociedade de ataques
externos, estabelecer e criar leis de justiça e utilizar as instituições públicas
como reguladores do excesso de lucro, estimulando a concorrência entre as empresas.
4 milhões
Em 1880, Londres chegou a 4 milhões de habitantes.
Curiosidade
O excesso de trabalho trouxe jornadas diárias de até 16 horas em 6 dias por
semana, e o
crescimento acelerado das cidades tornou precárias as condições
habitacionais, ocasionando o
surgimento de cortiços.
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1833
A jornada de trabalho diminuiu para 12 horas nas indústrias têxteis.
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1842
Foi proibido o trabalho infantil e de mulheres nas minas de carvão.
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1847
A jornada de mulheres e crianças foi limitada a 10 horas.
A siderurgia evoluiu com os novos processos para a produção do aço, viabilizando a construção
de pontes e
edifícios, além de melhorar a produção de máquinas, trilhos e ferramentas.
Os meios de transporte evoluíram de tal forma que, além da ampliação das ferrovias, surgiram
os automóveis e
os aviões.
A invenção da geladeira.
Quando falamos das ideias de Adam Smith sobre o capitalismo, vimos que a livre iniciativa e a livre
concorrência são
condições fundamentais para regular e equilibrar o mercado, de forma que
produtores e consumidores possam conviver em um
ponto de equilíbrio que seja bom para os dois
lados. Não pode ser o mais caro possível como é desejo do produtor,
tampouco o mais barato
possível, como é desejo do consumidor.
Existem ações que podem burlar esse equilíbrio, aumentando o preço dos produtos por meio da
diminuição da concorrência.
Como empresas e indústrias podem concentrar capital, é possível que
as grandes consigam comprar as menores, ficando
sozinhas no mercado e eliminando a
concorrência, o que chamamos de monopólio.
Holdings
As holdings podem ser entendidas como empresas distintas com o mesmo dono. Na prática,
podem se estabelecer por meio de
empresários poderosos que compram ações e controlam
empresas do mesmo ramo, transformando a livre concorrência em uma
farsa.
Truste
Os trustes são formados por empresas que surgem a partir da fusão de empresas do mesmo ramo.
Ao invés das empresas A e B competirem, elas se fundem e seus donos viram sócios, diminuindo a
concorrência.
Dependendo da parcela de mercado de cada uma, a fusão pode aproximá-las do
domínio do mercado, ou até mesmo do monopólio.
Cartel
No que diz respeito ao cartel, trata-se de uma união secreta de empresas do mesmo ramo, que
combinam e praticam o mesmo
preço final ao consumidor, eliminando a livre concorrência.
Saiba mais
Atualmente, o Brasil possui leis que proíbem trustes e cartéis, sendo o
controle feito pelo Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade). No
entanto, as holdings são difíceis de serem
combatidas, pois são operações de
compras de ações nas bolsas de valores.
Saiba mais
A manufatura aditiva impõe algumas vantagens, como prototipagem rápida,
baixo custo para
pequenas quantidades, liberdade de formas e de
complexidade, customização e sustentabilidade,
pois minimiza resíduos,
consumo de material e energia.
1956
O marco zero oficial aconteceu em 1956, na conferência de Dartmouth, onde todos
os pensadores do tema estavam presentes
e o campo da pesquisa foi batizado de
inteligência artificial. As possibilidades eram tão animadoras que imediatamente
os
pesquisadores conseguiram financiamentos de órgãos privados e governamentais.
1957
Em 1957, Frank Rosenblatt apresenta uma máquina chamada Mark 1, que utilizava
um algoritmo denominado perceptron,
baseado em uma rede neural de uma camada
que classificava resultados. No ano seguinte, surge a linguagem de programação
LISP, que virou padrão em IA. Em 1959, surge pela primeira vez o termo machine
learning, que descrevia um sistema que
daria aos computadores a capacidade de
aprender algumas funções sem terem sido programados diretamente para isso.
1964
Em 1964 nasceu ELIZA, o primeiro chatbot do mundo. Tratava-se de uma psicanalista
virtual que conversava
automaticamente, utilizando respostas baseadas em
palavras-chave em estruturas sintáticas.
1969
Em 1969, fomos apresentados ao robô Shakey, que possuía mobilidade com alguma
autonomia de ação e fala e que, apesar das
falhas, teve a sua funcionalidade.
1980
Após uma década de estagnação, em meados de 1980, surgiram os sistemas
especialistas, que realizavam atividades
complexas específicas de um campo do
conhecimento, superando os humanos em velocidade de raciocínio e base de
conhecimento. A IA voltava à evidência, mas logo viveu novo período de estagnação,
talvez por desencontro entre ideias e
capacidade de processamento.
1990
A explosão da internet comercial na segunda metade dos anos 1990 trouxe a
necessidade da IA para aperfeiçoar os
buscadores que vasculhavam a rede
automaticamente em busca das informações adequadas.
1997
Em 1997, a derrota do campeão mundial de xadrez, Garry Kasparov para o Deep Blue,
da IBM, representou o marco da IA.
2005
Em 2005, a Boston Dynamics apresentou o Big Dog, um robô com formas inspiradas
nos cachorros e especializado em se
movimentar em terrenos de difícil acesso para
humanos. Outra evolução relevante, nesse mesmo período, foram os veículos
autônomos, caso bastante complexo de gerenciamento de vários sensores e, com
certeza, um dos destaques da Quarta
Revolução Industrial.
2011
Na sequência, foi a vez do processamento da linguagem natural com o
reconhecimento de voz e o surgimento das assistentes
virtuais como a Siri da Apple,
a Alexa da Amazon, a Cortana da Microsoft e o Google Assistente. O Watson da IBM
começou
a ganhar fama e ser aplicado em vários campos, como direito e saúde.
2012
E 2012 G l d i lt i íd tili d d
Em 2012, a Google deu mais um salto em pesquisa em vídeos utilizando o deep
learning, que pode ser aplicado em visão
computacional, permitindo que o sistema
lide com a compreensão das imagens obtidas por meio de câmeras. Esse conjunto
de
recursos canalizados e com investimentos maciços vão cada vez mais fazer parte
de nossas vidas.
Big data
O termo big data se consolidou como denominação
para a área que trata de grandes conjuntos de
dados que devem ser armazenados e
processados.
Volume
A quantidade é tão grande que é difícil ter a noção da ordem de grandeza.
Velocidade
A importância da velocidade é associada ao tempo de resposta, mas, quanto maior a extensão da
pesquisa, mais demorada
será a resposta. Na prática, quanto mais próximo do tempo real, melhor.
Variedade
Os dados não estão organizados e estruturados. São textos, sensores, áudios, vídeos, buscas,
catracas etc.
Exemplo
Imagine uma situação corriqueira em um mercado onde as pessoas vão pegando
um determinado
produto na prateleira e ela vai se esvaziando. Essa
prateleira pode ser inteligente e avisar que está
na hora de repor. Para
isso, basta instalar um sensor que tenha essa percepção e que envie um
determinado tipo de sinal para o sistema interpretar a necessidade de
reposição.
Ao pensarmos em nosso corpo, o que acontece quando damos uma topada, por exemplo? Ou
quando sofremos um corte? E quando ouvimos ou vemos? Nossos sensores avisam ao
cérebro,
que processa a informação. Percebeu a potencialidade da união da
inteligência artificial com a
internet das coisas?
Computação em nuvem
No início da computação, os chamados computadores
de grande porte eram acessados por
terminais utilizados por usuários que
compartilhavam os recursos de armazenamento e
processamento do computador. Com o
passar do tempo, surgiram os computadores pessoais
(PCs) e as pessoas passaram a
administrar seus próprios recursos, tanto de espaço de
armazenamento quanto de
processamento, bem como os programas instalados.
Com a internet, em um primeiro momento, os sites
ficavam armazenados em algum servidor, assim
como os bancos de dados e nossos
e-mails. De uma maneira geral, os dados fluíam muito mais da
web para nossa máquina
do que o contrário. Em geral, carregávamos informações para a internet
para enviar
por e-mail. Passados mais alguns anos, já tínhamos espaço de armazenamento na
chamada nuvem, local onde guardamos fotos, mensagens, agenda de telefone do celular
etc.
Em princípio, não há limitações para a aplicação dos CPS, já tendo sido utilizados
nos sistemas
produtivos industriais, em hospitais, na gestão de eficiência
energética, em edifícios inteligentes, na
agricultura e em sistemas de transportes,
entre outras tantas possibilidades. Em um nível mais
complexo, os CPS atuarão na
gestão das cidades inteligentes.
Conclusão
Vimos que a engenharia vem modificando e moldando
a civilização com suas conquistas e
realizações. Da Idade da Pedra até a Quarta
Revolução Industrial foram realizadas conquistas
incríveis em todas as áreas, mas a
engenharia também causou muitos problemas, principalmente
ambientais.
No final do século XX, a preocupação com o meio ambiente atingiu níveis alarmantes e
a palavra
sustentabilidade passou a fazer parte do vocabulário comum. Recuperar o
meio ambiente passou a
ser um problema global.
Todos
Como na engenharia civil, não houve um fato marcante, já que, desde a Idade da
A
Pedra Lascada, o homem busca produtividade nas suas atividades.
C A máquina a vapor.
E A manufatura aditiva.
3 - A engenharia e o desenvolvimento
Ao final deste módulo, você será capaz de analisar as relações entre a
engenharia e o desenvolvimento.
Desenvolvimento e crescimento
Desenvolvimento econômico X
Crescimento econômico
A complexidade do tema desenvolvimento tem início
no seu próprio escopo. No contexto da
engenharia, a abordagem mais óbvia é a do
desenvolvimento tecnológico, que mesmo não sendo
mencionado explicitamente, é
plenamente percebido.
De uma forma mais genérica, podemos pensar nos países desenvolvidos e nos chamados
países
em desenvolvimento. A primeira coisa que vem à cabeça da maioria das pessoas,
ao pensar em um
país desenvolvido, é se tratar de um país rico. Em sequência, temos
que pensar em
desenvolvimento econômico e em crescimento econômico, que seriam
formas de entrar no clube
dos desenvolvidos.
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De que forma o crescimento econômico
pode levar aodesenvolvimento
econômico?
Confira, no vídeo, a relação entre crescimento econômico e desenvolvimento econômico.
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Primeira
Quanto ao objeto (produto ou processo).
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Segunda
Quanto ao impacto causado no mercado.
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Terceira
Quanto ao modelo de negócios.
E o desenvolvimento econômico?
Comentário
Obviamente, existe uma série de acontecimentos que podem ser desencadeados
naturalmente a
partir do crescimento econômico que favorecem o
desenvolvimento. O crescimento econômico
gera empregos e renda, o que
aumenta o consumo e o bem-estar, eleva a arrecadação de impostos,
e todos os
índices que medem o desenvolvimento podem melhorar, gerando uma tendência ao
progresso.
Muito difícil responder a essa pergunta, mas apesar da lógica desse raciocínio, fica
claro que,
havendo o crescimento econômico, é preciso política de Estado que promova
o desenvolvimento,
com investimentos em infraestrutura que tanto favoreçam a
população diretamente quanto gerem
condições de sustentação para o crescimento
econômico. Por infraestrutura, entende-se
saneamento, escolas, hospitais, estradas,
portos, aeroportos, habitação etc.
Diante de uma visão macro, a engenharia nos dá três grandes áreas de atuação dentro
de cada
habilitação (ambiental, civil, computação, controle e automação, elétrica,
mecânica, petróleo,
produção, química, telecomunicações etc.):
Área 1
Projeto de produtos, sistemas e processos produtivos.
Á
Área 2
Atuação no ciclo de vida do empreendimento, inclusive em sua gestão e manutenção.
Área 3
Atuação na formação de novos engenheiros.
Talvez você já esteja até pensando em inovar, mas logo vem à cabeça a figura do
inventor, daquela
pessoa genial que cria algo que vai revolucionar o mundo. No
entanto, não é por aí.
Dica
É necessário ter em mente que cada problema representa uma oportunidade, e
que um mesmo
problema pode ser atacado de forma diferenciada, dependendo de
características regionais, seja
por soluções inéditas ou por
aperfeiçoamentos ou adaptações.
Vamos continuar nossa conversa com outra visão a respeito da evolução e das
inovações
históricas que já vimos.
Engenharia mais consciente
Engenharia sustentável
Em mais de uma oportunidade, foi comentado o
impacto ambiental gerado pelo processo de
mineração adotado pelo Império Romano. De
forma simplória, podemos dizer que, em uma história
linda de mais de 2 mil anos,
maltratamos tanto o planeta em aproximadamente um século, que nos
assustamos e
reagimos.
Comentário
A engenharia consegue trabalhar com novos materiais, consumir menos energia
em seus
processos, reduzir os desperdícios racionalizando processos, gerar
energia cada vez mais limpa,
mas não impede a ação de pessoas
mal-intencionadas. Para isso, é preciso a ação fiscalizadora do
Estado. No
entanto, algumas vezes o próprio Estado pode estar no lado errado da
história, assim
como nos casos em que as próprias empresas estatais levam
esgoto in natura aos corpos hídricos.
Qualidade de vida
Para fecharmos nossa reflexão, vamos falar do que
mais nos interessa: a qualidade de vida. Afinal,
o que podemos esperar mais da vida
do que viver bem?
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Índice 1
Expectativa de vida ao nascer.
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Índice 2
PPC (PIB per capita).
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Índice 3
Educação (relação entre anos médios de estudo e anos esperados de escolaridade).
Em 2019, o IDH do Brasil foi 0,761, considerado alto, que coloca o Brasil em 79º
lugar em uma lista
de 189 países.
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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Todos
I. Investimento em saneamento.
V. Investimento em saúde.
A I, II e III.
C I, II, IV e V.
D I, II, III e V.
E II, III, IV e V.
B Cultura empreendedora
C Educação
D Legislação
E Infraestrutura
- Mudar a legislação tributária e com possibilidades de incentivo a novas empresas também exige
tempo e recursos.
- A melhoria da infraestrutura requer investimentos por parte dos governos em âmbitos federal,
estadual e municipal.
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Considerações finais
Neste material, vimos o papel da engenharia na construção da civilização ocidental até o processo
evolutivo da
industrialização atual e sua importância como agente estratégico de desenvolvimento
de um país.
Assim, podemos concluir que a engenharia e o desenvolvimento são indissociáveis e
que os desafios são infinitos.
Que isso sirva como elemento motivador e de orgulho para que, ao longo de toda a formação e
atuação profissional, você
tenha uma postura ativa diante das oportunidades de aprendizagem e de
transformação da sociedade!
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Podcast
Para finalizar, confira agora um apanhado geral do conteúdo abordado.
Referências
AGENDA brasileira para a Indústria 4.0. Indústria40, Brasília (s.d.).
AGOSTINHO, M.; AMORELLI, D.; BARBOSA, S. Introdução à engenharia. Rio de Janeiro: Lexikon,
2015.
BURNS, E. M. História da civilização ocidental: do homem das cavernas até a bomba atômica– O
drama da raça humana. Rio
de Janeiro: Globo, 1975.
Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. FIRJAN. Indústria 4.0. Rio de Janeiro: Firjan,
2016.
(Cadernos Senai de Inovação).
INDÚSTRIA 4.0 pede engenheiro empreendedor e comunicativo. Instituto de Engenharia, São Paulo,
5 dez. 2018.
MOTA, R. et al. Método científico & fronteiras do conhecimento. Santa Maria, RS: Cesma, 2003.
MOTA, R.; MACHADO, L.; DE PAULA, S. M. Bases físicas para engenharia. Rio de Janeiro: Seses,
2015.
SACOMANO, J. B. et al. Indústria 4.0: conceitos e fundamentos. São Paulo: Blucher, 2018.
VOLPATO, N. (org.). Manufatura aditiva: tecnologias e aplicações da impressão 3D. São Paulo:
Blucher, 2018.
ZANINI, A. Sistemas cyber-físicos e cidades inteligentes. New York: Developer Works- IBM, 2015.
Explore +
Confira as indicações que separamos especialmente para você!
P b i b t l d t t i t I t li ê i A tifi i l IBM
Para saber mais sobre os assuntos explorados neste tema, assista: Inteligência Artificial – IBM,
Discovery Brasil.
Leia também o artigo Inteligência artificial, o futuro da medicina e a educação médica, de Luiz
Carlos Lobo,
publicado na Revista Brasileira de Educação Médica, v. 42, n. 3, em 2018.