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Os Dez Mandamentos: Estudos Devocionais para Crianças

de Karis Beatriz Anglada Davis e Paulo Roberto Batista Anglada © 2014

Knox Publicações. Todos os direitos reservados.


 
Revisão:
Anna Layse Davis
Layse Anglada
 
Ilustrações:
Amy Siviero
 
Editoração e Capa:
Paulus Anglada
 
ISBN:
978-85-61184-13-1
 
 

KNOX PUBLICAÇÕES
Estrada do Caixa Pará, 49 – Levilândia

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Conteúdo

Prefácio
Uma Palavra aos Pais e Professores: Como usar este
livro?
Lição 1: Os Dez Mandamentos e a Aliança de Deus
com o seu Povo
Lição 2: O Primeiro Mandamento e o Respeito ao
Deus Verdadeiro
Lição 3: O Segundo Mandamento e o Respeito ao
Culto a Deus
Lição 4: O Terceiro Mandamento e o Respeito ao
Nome de Deus
Lição 5: O Quarto Mandamento e o Respeito ao Dia
do Senhor
Lição 6: O Quinto Mandamento e o Respeito às
Autoridades
Lição 7: O Sexto Mandamento e o Respeito à Vida
Lição 8: O Sétimo Mandamento e o Respeito à
Família
Lição 9: O Oitavo Mandamento e o Respeito à
Propriedade dos Outros
Lição 10: O Nono Mandamento e o Respeito ao
Nome das Pessoas
Lição 11: O Décimo Mandamento e o Exercício do
Contentamento
Lição 12: Usando os Dez Mandamentos na Nossa
Vida
Prefácio

O grande educador cristão Comênio, certa vez, escreveu:


Uma vez que dos anos da infância e da educação dependem todo o resto da vida, se os espíritos
de todos não forem preparados, desde então, para todas as coisas de toda a vida, está tudo
perdido. Portanto, assim como no útero materno se formam os mesmos membros para todos..., e
para cada um se formam as mãos, os pés, a língua, etc., embora nem todos venham a ser
artesãos, corredores, escrivães e oradores, assim também, na escola, deve ensinar-se a todos
todas aquelas coisas que dizem respeito ao homem, embora, mais tarde, umas venham a ser mais
úteis a uns e outras a outros...1

 
Comênio era adepto do que se tem chamado de “utopia da sabedoria”, ou
seja, do ideal de ensinar tudo a todos. Ele acreditava que os princípios e
fundamentos, as razões e os objetivos de todas as coisas podem ser, com
ordem e método apropriado, sintetizados e ensinados às crianças. Este
princípio estava por trás da minha motivação quando propus ao meu pai, Pr.
Paulo Anglada, a adaptação de seus estudos e mensagens para o público
infantil. Creio que esse princípio é especialmente aplicável ao ensino da
Palavra de Deus, que é “útil para a instrução, para a correção, para a
educação na justiça”. Afinal, como já foi dito: “a Bíblia é como um oceano,
profundo demais para os maiores teólogos penetrarem os seus abismos, mas
rasa o suficiente para crianças brincarem nas suas praias”.
Uma coisa que sempre me desafiou, especialmente quando meus filhos
chegavam em idade escolar, foi como ensinar a eles o conselho e a vontade
de Deus. Meditando sobre a minha vida, nada foi de tanto proveito para a
minha instrução do que o ouvir pregações seqüenciais e expositivas da
Palavra de Deus em minha igreja. Assim, à medida que nossos filhos
cresciam e começavam a poder entender certas coisas, eu e meu marido
buscávamos – com eles sentados na igreja ao nosso lado – como que
“traduzir” a mensagem que ouvíamos, seus pontos principais e lições, de
maneira que eles soubessem do que se tratava e pudessem, pelo menos,
acompanhar as idéias centrais do sermão. Cada vez mais nos convencíamos
de que isso era mais proveitoso do que deixá-los desatentos, ou entretidos
com outros artifícios ou mesmo do que enviá-los para classes de crianças,
onde, em muitos casos, cantam, pintam, fazem desenhos e brincam a maior
parte do tempo. Conhecemos também a carência de material devocional
apropriado para crianças, especialmente na língua portuguesa. Infelizmente,
alguns livros infantis publicados em nossos dias são apenas relatos
adaptados de histórias bíblicas com conteúdo pouco profundo e aplicações,
muitas vezes, duvidosas.
Convencidos de que as crianças podem absorver muito mais conteúdo do
que normalmente se imagina, de que suas mentes são ávidas por memorizar
pontos e capazes de guardar lições de todo tipo, e de que elas precisam, em
sua fase de crescimento, de tanto alimento espiritual de qualidade quanto
possamos dar, oferecemos esse livro com estudos bíblicos adaptados para
crianças. São resumos simplificados e ilustrados dos pontos centrais, das
lições e das aplicações extraídas de uma série de estudos sobre os Dez
Mandamentos, proferidos pelo Pr. Paulo Anglada na Igreja Presbiteriana
Central do Pará.
O livro é composto de doze lições: uma lição de introdução, dez lições
explicando e aplicando cada mandamento segundo a excelente interpretação
do Catecismo Maior de Westminster, e uma lição final de conclusão. Cada
lição contém indicação de leitura bíblica inicial e de um versículo para
memorização, além de ilustrações, resumo, questões para discussão e, como
material de apoio, sugestão de perguntas do catecismo para memorização.
Não há restrição de idade, visto que, se quiserem tentar seguir a sugestão
de Comênio, os pais podem adaptar – com um pouco de esforço e jeitinho –
cada lição para as crescentes necessidades e fases de suas crianças.
Esperamos, com confiança, que esses estudos diários sejam de bom
proveito para a instrução dos nossos filhos da aliança na verdade, e para que
iniciem sua vida cristã com o firme fundamento da pregação fiel da Palavra
de Deus.
- Karis Beatriz Anglada Davis
1 Iohannis Amos Comenius, Didática Magna (São Paulo: Martins Fontes, 1997), X.18.
Uma Palavra aos Pais e Professores:

Como usar este livro?

O conteúdo deste livro foi redigido tendo em mente um público infantil


variado. A idéia é que ele possa ser usado, com proveito, por crianças de
quatro a doze anos. Acreditamos, contudo, que mesmo crianças menores
podem entender várias lições, se elas forem devidamente simplificadas por
seus pais ou professores. Jovens e adultos podem igualmente tirar proveito
do conteúdo e das discussões propostas ao final de cada lição, trazendo-lhes
o mesmo benefício, já que se encontram fundamentadas no resumo simples,
mas profundo e completo encontrado nos incomparáveis Símbolos de Fé de
Westminster.
O livro pode ser trabalhado em forma de estudos, especialmente se for
utilizado com as lições e questões que se encontram ao final de cada
capítulo. Ou pode funcionar como uma leitura devocional para acompanhar
a leitura dos textos bíblicos mencionados, que servirá de ajuda para os pais
ou professores comentarem os mandamentos e explicarem-nos para as
crianças. Essa leitura devocional pode ser mais flexível e os adultos têm
liberdade para adaptar, resumir e enfatizar as lições para seus filhos ou
alunos, conforme as suas necessidades.
Podendo ser utilizado tanto em casa, pelos pais – seja na hora de dormir
ou como parte do culto doméstico da família – quanto na escola cristã, ou
mesmo na escola dominical, esse material deve ser lido e comentado para as
crianças menores. Pode ainda se constituir numa espécie de livro-texto para
crianças maiores, que já são capazes de ler e de compreender por si
mesmas. O livro pode inclusive ser usado como parte do currículo escolar
de Educação Religiosa, por exemplo, em escolas cristãs e em escolas
dominicais.
Cada capítulo constitui uma unidade, abordando um mandamento por
vez. Recomenda-se, entretanto, que pais e professores fiquem à vontade
para estudar os capítulos por partes, a partir das subdivisões encontradas no
texto, conforme considerarem mais adequado ao tipo de aula e à faixa etária
de suas crianças.
Acreditamos que os pais e professores devem se esforçar no sentido de
fazer com que as crianças memorizem um catecismo apropriado à idade
delas. Para isso, indicamos perguntas e respostas de Um Catecismo para
Meninos e Meninas2 (para crianças de 3-7 anos de idade) e do Breve
Catecismo de Westminster (para crianças e jovens a partir de 8 anos),
correspondentes a cada mandamento. É importante que elas memorizem
principalmente as lições centrais. As crianças maiores podem memorizar
inclusive as listas de deveres ordenados e pecados proibidos por cada
mandamento, ajudando-as a aplicar essas lições às suas vidas. As Lições, ao
final de cada capítulo, são um resumo para auxiliar na memorização, e as
Questões são perguntas que servem especialmente para incentivar a
compreensão e as discussões que visam à aplicação dos mandamentos à
vida das crianças.
Que Deus abençoe seus esforços e dedicação na educação cristã dos
pequeninos do rebanho do Senhor!
Boa Leitura!

2 Um Catecismo para Meninos e Meninas, trad. Sharon Frances Barkley (São Paulo: Editora PES,
s/d).
Lição 1: Os Dez Mandamentos e

a Aliança de Deus com o seu Povo

Leitura Bíblica: Êxodo 19:1-20:20


Para Memorizar:
Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a
minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis
reino de sacerdotes e nação santa (Êxodo 19:5-6).

Não temais; Deus veio para vos provar e para que o seu temor esteja diante de vós, a fim de que
não pequeis (Êxodo 20:20).

 
Crianças, esse livro deve lhes ajudar a estudar e a conhecer melhor um
dos textos mais importantes da Palavra de Deus: Êxodo 20:1-17, que
contém Os Dez Mandamentos (também encontrado em Deuteronômio 5:6-
21). Essa passagem bíblica é tão importante, que deveríamos conhecê-la
bem. Você sabe dizer os Dez Mandamentos de cor? Quem sabe você
conhece alguma música sobre eles? Se não, esse livro lhes ensinará não só
os mandamentos na sua ordem, mas também o que eles significam para nós,
o que devemos fazer para obedecê-los e o que eles nos proíbem de fazer.
Antes de começarmos a estudar os mandamentos um por um, essa
primeira lição nos mostrará como esse assunto é tão importante e santo!
Vamos aprender sobre quando foi que Deus deu os Dez mandamentos,
quem é que deveria obedecê-los, como podemos nos preparar antes de
estudar os mandamentos, e vamos ainda ver por que eles são tão
importantes para nós, ou seja, para que eles servem. E o mais importante
nessa lição é que vocês entendam, crianças, por que os Dez Mandamentos
são também chamados na Bíblia de “As Dez Palavras da Aliança”.

Quando os Mandamentos foram Dados?


Agora, vamos estudar como foi que Deus nos deu esses Dez
Mandamentos. Vocês lembram que Deus havia escolhido Abraão para fazer
dele um povo especial? Esse povo foi chamado de Israelitas, e eles
acabaram indo para o Egito no tempo em que José era governador do Egito.
Depois que José morreu, o povo de Israel foi muito maltratado pelos
egípcios, que os fizeram trabalhar à força, como escravos. Mas Deus viu o
sofrimento do seu povo e ouviu suas orações. Deus escolheu um homem
chamado Moisés para livrá-los do mau rei Faraó, e os levar para a terra
prometida. Com grande poder e muitos milagres, Deus tirou o seu povo do
Egito; agora eles estavam no deserto, e podiam adorar a Deus livremente.
Pouco tempo depois disso, quando o povo estava acampado perto do
monte Sinai, chegou a hora de Deus dar a eles esses mandamentos tão
importantes, para que aprendessem a adorá-lo e a viver de maneira correta.
O povo ficou reunido ao redor do monte, e Moisés subiu. Então Deus veio
até Moisés e falou com ele muitas coisas que Moisés deveria dizer para o
povo. Houve trovões, relâmpagos e fumaça quando Deus desceu, com fogo,
para falar com Moisés, e uma nuvem escura o encobria. Mas o povo viu a
fumaça, e ouviu um barulho muito alto de trombetas tocando, e sentiu todo
o monte estremecer grandemente. Foi assim que Deus entregou os
mandamentos a Moisés. Esse foi um dos momentos mais importantes para o
povo de Israel, o qual eles nunca esqueceram. Não havia nada tão especial
para Israel como a lei que Deus havia dado no Sinai e, principalmente, os
Dez Mandamentos que Deus lhes havia concedido.

Vamos nos Preparar para

Receber os Dez Mandamentos!


Crianças, vocês leram ou ouviram o capítulo 19 de Êxodo? Essa
passagem bíblica é interessante e assustadora, não é mesmo? Ali, lemos que
antes de dar os seus mandamentos para o povo de Israel, Deus teve de
ensinar a eles algumas lições importantes. Foi preciso preparar o povo
durante três dias, para que eles, então, estivessem prontos para estar na
presença de Deus e para ouvir a sua Palavra. Como é que o povo de Israel
(e isso vale para nós também) deveria se preparar para ouvir a palavra de
Deus?
1. Com Lembranças - Em primeiro lugar, eles deveriam lembrar de
algumas coisas. O versículo 4 do capítulo 19 diz: “Tendes visto o que fiz
aos egípcios, como vos levei sobre asas de águia e vos acheguei a mim”.
Também, logo no início dos Dez Mandamentos, no capítulo 20, versículo 2,
Deus lembra Israel do que Ele havia feito por eles: “Eu sou o SENHOR, teu
Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão”. O povo precisava
lembrar que esse Deus que falaria com eles no monte Sinai era o mesmo
Deus, bondoso e poderoso, que havia libertado os israelitas da escravidão
do Egito. Nós também precisamos sempre lembrar que o Deus que nos dá
ordens e mandamentos é o mesmo Deus que, com poder, nos livra de
Satanás, do pecado, da morte e do inferno, e que bondosamente nos
promete a vida eterna e um lar celestial.
2. Com Proibições - Proibição significa coisas que não podemos fazer.
O que Deus proibiu o seu povo de fazer nos versículos 12, 21 e 23 de
Êxodo 19? Isso mesmo! O povo não podia se aproximar do monte enquanto
Deus não autorizasse, não podia sequer tocar no monte ou seriam mortos.
Essa era uma coisa muito séria! E isso acontece porque Deus é puro e santo,
e as pessoas são más e pecadoras. Não podemos chegar à presença de Deus
com todos os nossos pecados, ou morreremos.
3. Com Purificação - O povo de Israel deveria se purificar para poder
estar perto de Deus. Isso significa que eles deveriam se tornar limpos na
presença de Deus; deveriam lavar as suas vestes, mas também o seu
coração. E quem é o único que pode limpar o nosso coração sujo e
manchado pelo pecado? Jesus Cristo! Somente o seu sangue nos purifica de
todo pecado. Precisamos pedir que o Senhor Jesus limpe o nosso coração
para que possamos estar preparados para ouvir os mandamentos de Deus.
4. Com Advertências - Você sabe o que é uma advertência? Quando um
policial acha um bandido e lhe diz: “mãos para cima, ou eu atiro!”, isso é
uma advertência. Ou quando seu pai lhe diz: “se você desobedecer, vai
apanhar!”, ou: “se você atravessar a rua sem olhar para os lados, poderá ser
atropelado!”, ele está fazendo algumas advertências. Isso não quer dizer que
ele está sendo mau para você. Ele lhe adverte porque ama você e quer lhe
livrar do perigo. Por isso, Deus mandou Moisés avisar ao povo muitas
vezes, dizendo: “Cuidado! Porque Deus vai falar e se vocês não
obedecerem a Ele, subirem no monte, ou tocarem nele, coisas terríveis vão
acontecer, e vocês vão morrer”. Somente Moisés e Arão poderiam subir no
monte. Devemos ter cuidado para nunca desprezarmos as ameaças e
advertências de Deus.
5. Com Promessas - Nos versos 5 e 6 do capítulo 19, lemos assim:
“Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha
aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos;
porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação
santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel”. Qual é a
promessa que Deus faz ao seu povo nesses versículos? É como se Deus lhes
dissesse assim: “Eu prometo fazer de vocês o meu povo especial! Eu vou
livrar vocês da morte e do inferno, vou cuidar de vocês como filhos, vou
separá-los das outras pessoas do mundo e vou tornar vocês pessoas
diferentes. Vocês serão importantes e abençoados, porque me conhecerão de
perto, conhecerão a minha palavra e poderão falar de mim para as outras
pessoas”. Você pode imaginar uma promessa melhor do que essa?
6. Com Condições - Mas essa promessa tinha uma condição. Ela
começa com a palavrinha “se” no versículo acima: “Se diligentemente
ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança”. Deus havia feito uma
aliança com o seu povo. Aliança é um pacto, um acordo, e nessa aliança,
Deus promete salvar um povo em especial. Deus o Pai, Deus o Filho e Deus
o Espírito Santo iriam fazer tudo o que fosse necessário. O Pai disse: “Eu
vou salvar a raça humana caída, elegendo alguns para a salvação”. O Filho
disse: “Eu vou para o mundo, vou me fazer homem, obedecer toda a lei, e
vou morrer na cruz, para pagar a culpa do meu povo e lhes dar a minha
justiça”. E o Espírito Santo disse: “eu vou trabalhar no coração de cada
pessoa que Deus escolheu, para convencê-la do pecado, e para que tenha fé
em Cristo, e seja santificada”. O povo de Deus é chamado o povo da
aliança, porque Deus prometeu fazer tudo isso por eles. Mas havia uma
condição. Eles deveriam guardar a aliança do Senhor e obedecer à voz do
Senhor.

Você Conhece os Dez

Mandamentos, e o que Eles Significam?


Depois de todos esses preparativos do povo para receber a Palavra de
Deus, Moisés subiu no monte Sinai e ali, por quarenta dias e quarenta
noites, esteve na presença de Deus, e recebeu muitas outras instruções sobre
como o povo da aliança deveria viver e adorar a Deus. Quando Moisés
desceu do monte, o seu rosto resplandecia com a glória de Deus, e ele trazia
para o povo duas tábuas da lei, nas quais o próprio Deus havia gravado os
Dez Mandamentos (Êx 34:28; Dt 10:4). Em Deuteronômio 4: 13, lemos
assim: “Então, vos anunciou ele a sua aliança, que vos prescreveu, os Dez
Mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra”. Vamos, então,
conhecer estas preciosas palavras de Deus para todo o seu povo. Você pode
repeti-los nessa ordem?
1. Não terás outros deuses diante de mim.
2. Não farás para ti imagem de escultura.
3. Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão.
4. Lembra-te do dia de Sábado para o santificar.
5. Honra a teu pai e a tua mãe.
6. Não matarás.
7. Não adulterarás.
8. Não furtarás.
9. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
10. Não cobiçarás.
Esses são os mandamentos que Deus mesmo escreveu nas duas tábuas de
pedra! Não sabemos quais mandamentos estavam na primeira, e quais na
segunda. Algumas pessoas os dividem em dois grupos de cinco. Mas é
melhor separarmos assim: um grupo de quatro mandamentos, e outro de
seis. Os primeiros quatro mandamentos nos ensinam a nos relacionar com
Deus, e os seis últimos mandamentos nos ensinam a como devemos tratar
as outras pessoas. Quando o Senhor Jesus resumiu os Dez Mandamentos,
Ele nos ensinou um só grande mandamento que também tinha duas partes:
“Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de
todo o teu entendimento... e amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Com
isso o nosso grande Mestre nos ensinou também a essência, o resumo ou o
significado da Lei Moral de Deus.
O que significa guardar os Dez Mandamentos? Como é que podemos
viver para agradar a Deus? Jesus nos ensinou que todos os mandamentos,
toda a vontade de Deus para nós, pode ser resumida em uma única palavra:
Amor. Amor por Deus e amor pelo nosso próximo. Mas para entender isso,
você precisa saber o que é amor. Amor não é só um sentimento, só um
desejo ou só uma decisão. O amor verdadeiro é de Deus, é algo que só Ele
pode nos dar, e porque Ele nos amou primeiro, nós então podemos amá-lo
de volta, e amar a outros, porque Ele nos manda e nos dá o poder para fazer
isso. O apóstolo João, que foi discípulo de Cristo, nos explicou de onde vem
e no que consiste esse amor:
Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de Seu Filho, Jesus Cristo, e nos
amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou. E aquele que guarda os
mandamentos permanece em Deus, e Deus, nele (I João 3:23).

Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é
nascido de Deus e conhece a Deus.

Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.

Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao
mundo, para vivermos por meio dele.

Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e
enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.

Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros (I João
4:7-11).
Você já ouviu a expressão: “amar é dar sem esperar nada em troca?” Isso
é amor verdadeiro, pois foi com esse tipo de amor que Deus nos amou.
Amar é dar sempre o melhor de nós, assim como Deus nos deu o que tinha
de mais precioso: o seu Filho Jesus Cristo. Mas você pode me perguntar: E
se eu não tiver nada de valor para dar? Sabe o que você sempre pode dar?
Você mesmo! A sua pessoa, a sua alma, o seu coração, a sua vida! Você
pode dar os seus ouvidos atentos, você pode dar as suas mãos e pés para
servir, você pode dar a sua energia e saúde, você pode dar os seus talentos.
Enfim, tudo o que Deus lhe deu, toda a sua vida deve ser uma vida de
serviço a Deus e aos outros, sempre buscando ver o que você tem recebido,
para que possa dar, e buscando ver o que os outros precisam, a começar
com o respeito que lhes é devido.
Amar é dar a Deus e aos outros o que lhes é devido, e veremos como a
coisa mais importante que Deus nos manda dar a Ele a os outros é: respeito,
honra, valor. Por isso, você verá que todos os mandamentos podem ser
resumidos pela atitude de respeito, que é a base, a amostra principal do
amor verdadeiro.
Por causa disso, não devemos nunca pensar que os Dez Mandamentos
são só algumas regrinhas que podemos obedecer por nós mesmos. Eles
devem ser obedecidos de coração, como fruto do amor que recebemos de
Deus. Você já recebeu esse amor? Você lembra do que Jesus falou pra
Nicodemos no capítulo 3 do Evangelho de João? Você já nasceu de novo? É
isso que você precisa, em primeiro lugar. Peça a Deus para que o Espírito
Santo plante no seu coração essa semente de vida e de amor que só Ele
pode dar, para que, brotando dentro do seu coração, ela cresça e dê frutos de
amor e obediência na sua vida.

Por que os Dez Mandamentos

são Importantes para Nós?


1. Porque eles são ordens do Deus que fez uma aliança conosco.
Vocês lembram o que é a aliança de Deus? É um acordo em que Deus
promete salvar algumas pessoas para fazer delas um povo especial, o povo
de Deus. O povo de Israel, no Antigo Testamento, era o povo que Deus
escolheu para salvar, era o povo da aliança. E os Dez Mandamentos são
também chamados de “as palavras da aliança”. Em Êxodo 34:28, lemos
assim: “E, ali, esteve com o SENHOR quarenta dias e quarenta noites; não
comeu pão, nem bebeu água; e escreveu nas tábuas as palavras da aliança,
as dez palavras”.
Vou contar uma história que pode ajudar vocês a entenderem o que é
uma aliança. Imaginem uma guerra entre dois reis. Na última batalha, o
exército mais poderoso arrasa o exército mais fraco, que já não pode mais
defender a sua pequena cidade. O povo dentro da cidade derrotada está
tremendo de medo ao ver o exército inimigo destruindo as muralhas,
entrando pelos portões e pondo fogo nas casas. Mas então, o rei vencedor se
compadece da cidade fraca e dá ordens que seus soldados parem com a
invasão e deixem o povo em paz. Ele faz um acordo com o povo, dizendo
assim: “Eu prometo não invadir sua cidade, e até quero cuidar dela. Vou
construir belas praças e vou até fazer meu palácio no meio dela. Mas eu
exijo de vocês uma coisa: que ninguém vá querer fugir daqui para outro
lugar! Enquanto vocês permanecerem dentro dos portões da cidade, estarão
seguros, mas se tentarem ir embora, e servir outro rei, então meus soldados
têm ordens para atacar quem fugir”.
 
 
Deus fez com o seu povo uma aliança parecida com esse acordo que o rei
poderoso fez com a cidade fraquinha. Deus nos salvou da morte e da
destruição, e agora faz uma exigência, que é para o nosso bem. Os Dez
Mandamentos são como esse muro, e Deus nos ordena: “não ultrapassem o
muro. Dentro dele, vocês estarão seguros. Eu quero o bem de vocês. Já
livrei vocês da destruição. Apenas façam a minha vontade, e vocês
viverão”. Os mandamentos não são leis duras dadas por um governante
mau, que nos punirá se as desobedecermos. Sabem por que esses
mandamentos são tão importantes para nós? É porque, ao nos dar os
mandamentos, Deus está dizendo que nos ama e quer nos salvar, e então Ele
nos diz quais são as suas ordens, que devemos obedecer com alegria e
gratidão pela salvação que nos concedeu.
2. Porque eles são como um muro de proteção para o povo de Deus.
Os Dez Mandamentos são, portanto, como as dez colunas que sustentam o
muro de proteção do povo de Deus. Eles protegiam a nação de Israel dos
maus costumes e da vida terrível de pecado dos outros povos. Se o povo
obedecia os mandamentos de Deus, eles estavam protegidos; eles se
tornavam diferentes, separados dos outros povos. Sabem por quê? Porque
Deus fez deles um povo especial e digno, por serem habitantes da cidade do
Rei, uma cidade com leis muito especiais, dadas por um rei bom e justo.
Essas leis deveriam ser ensinadas às crianças nas escolas, escritas em todas
as portas e proclamadas em todas as praças. O povo que obedece às ordens
do Rei e fica dentro da cidade é um povo muito feliz, que vive em ordem e
em paz. Assim, os Dez Mandamentos que Deus deu também nos protegem
da tristeza e da maldade. Se os obedecermos, seremos pessoas melhores e
mais felizes.
3. Porque eles nos ensinam sobre quem Deus é. Os Dez Mandamentos
são importantes também porque eles nos ensinam sobre quem Deus é.
Imagine um diretor de escola que inventasse uma lei assim: “toda as
segundas, quartas e sextas-feiras, os alunos devem assistir todas as aulas em
pé, descalços, com fome, e ainda devem ficar sem recreio!”. O que essa lei
nos diz sobre a pessoa do diretor? Poderíamos chamá-lo de injusto, mau,
ridículo, ou doido, e com razão, pois uma lei má nos revela que o seu autor
é mau, assim como uma lei boa deve ter sido feita por uma pessoa boa. Pois
as leis de Deus também nos dizem como Deus é. Suas leis não são absurdas
ou prejudiciais, mas são boas, santas e justas. Elas nos revelam um Deus
que é bondoso, santo, reto, misericordioso, fiel e verdadeiro. Assim, se
quisermos viver vidas sábias, justas e santas, não devemos inventar nossas
próprias leis, ou viver pelas nossas próprias idéias, mas teremos de
obedecer às boas e sábias leis que o nosso Rei nos deu para o nosso próprio
bem, e para que o amemos, o adoremos e o sirvamos com fidelidade.
4. Porque eles são como uma lente de aumento que nos ajuda a ver o
nosso pecado. Você sabe o que uma lente de aumento faz? Ela faz um
pequeno inseto, que quase não podemos ver, que parece só um pontinho
preto, aparecer bem grande, com todas as suas cores e formas, e podemos
até ver suas perninhas, olhos, antenas e muito mais. Os Dez Mandamentos
são preciosos porque eles fazem exatamente isso: nos fazem enxergar muito
melhor o pecado e a maldade que existe em nosso coração.
As pessoas que não conhecem bem os Dez Mandamentos pensam que
são pessoas boas e corretas, e que o seu pecado é só um pequeno pontinho
preto no seu coração. Mas quando aprendemos qual é a boa vontade de
Deus, vemos como ela é tão diferente da nossa vontade, que é má. E quando
tentamos obedecer os mandamentos e não conseguimos, vemos como
somos pecadores e como estamos longe de poder agradar a Deus. Então
entendemos que o nosso pecado não é só uma pequena manchinha, mas é
como um monstro bem grande e feio! Aí ficamos com medo e com nojo do
nosso pecado, e isso nos faz correr para Cristo, confessando os nossos
pecados e pedindo que Ele nos salve, nos limpe, e nos ajude a obedecer a
vontade de Deus. Não é verdade que nós só vamos ao médico quando
vemos que a nossa ferida é grande e dolorida? Assim também os Dez
Mandamentos abrem as feridas e doenças do nosso coração, e então
corremos para o médico das nossas almas, que é o Senhor Jesus, que nos
oferece como remédio o seu Evangelho e a promessa graciosa da salvação.
Os Dez Mandamentos já tiveram esse efeito em você? Você já tentou honrar
seu pai e sua mãe, e sem conseguir, percebeu melhor quão mau é o seu
coração, e então correu para pedir a ajuda de Cristo? Se não, é porque você
ainda precisa conhecer os Dez Mandamentos.
5. Porque eles nos ensinam muitas coisas sobre toda a vontade de
Deus. Vocês lembram da história do jovem rico que foi até Jesus
perguntando o que deveria fazer para ser salvo? Jesus lhe disse: “Guarda os
dez mandamentos”. E ele respondeu: “Ah, Senhor, eu tenho obedecido
todos os mandamentos desde pequeno”. Será que isso era verdade? Nós
sabemos que não! Ninguém pode obedecer a todos os mandamentos de
Deus porque todos temos corações maus. O que aquele jovem não entendia,
era que os Dez Mandamentos eram apenas um resumo de toda a vontade de
Deus.
Quando o segundo mandamento diz: “Não farás para ti imagem de
escultura”, Deus está nos proibindo de muitas coisas relacionadas ao culto a
Deus, e não apenas que nos prostremos diante de ídolos de pedra. Quando
Deus diz: “Não matarás” ele não está nos proibindo só de tirar a vida de
outra pessoa, mas de odiar os outros, de falar mal dos outros, de não amar
os outros. Provavelmente aquele jovem não tinha uma imagem de escultura
em sua casa, e ele nunca tinha pegado uma faca para matar alguém. Ele
achava que cumpria os mandamentos porque ele não entendia como os Dez
Mandamentos são amplos e incluem não só o que fazemos, mas o que
falamos, desejamos, pensamos e a atitude do nosso coração. Então, quando
Jesus mandou o jovem rico vender tudo o que tinha e dar aos pobres, Ele
revelou que o dinheiro era o ídolo a quem ele servia, que ele não amava a
Deus de todo coração e não amava o seu próximo como a si mesmo.
No Sermão do Monte, no capítulo 5 do Evangelho de Mateus, o Senhor
Jesus nos ensinou a compreender melhor os Dez Mandamentos, quando
disse:
Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento.
Eu, porém, vos digo que todo aquele que sem motivo se irar contra seu irmão estará sujeito a
julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e
quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo.

Os Dez Mandamentos são como uma amostra da vontade de Deus, e eles


proíbem todo tipo de pecado. Eles devem ser obedecidos com a mente, com
o coração, com a vontade, e não somente com palavras e ações. Também
quando Deus nos proíbe alguma coisa, como furtar, esse mesmo
mandamento está nos ordenando outras coisas, como por exemplo, a sermos
honestos e compartilharmos o que temos. Quando Deus diz: “Honra a teu
pai e a tua mãe”, Ele está falando de todas as pessoas que têm autoridade
sobre nós. E se você quer obedecer ao mandamento: “Não dirás falso
testemunho”, não basta ficar calado e não falar mal de ninguém, mas você
não deveria nem querer ouvir outras pessoas contarem fofocas. E assim por
diante. Nós vamos estudar melhor o que cada mandamento nos ensina sobre
a vontade de Deus, a partir da próxima lição.
6. Porque eles servem para o bem do nosso coração. Deus tinha três
motivos em mente quando nos deu os Dez Mandamentos. Eles não são leis
inventadas por Deus de última hora e sem sentido. Deus queria que o povo
entendesse para quê esses mandamentos serviriam. Tente achar os três
propósitos dos mandamentos no texto abaixo:
Todo o povo presenciou os trovões, e os relâmpagos, e o clangor da trombeta, e o monte
fumegante; e o povo, observando, se estremeceu e ficou de longe. Disseram a Moisés: Fala-nos
tu, e te ouviremos; porém não fale Deus conosco, para que não morramos. Respondeu Moisés ao
povo: Não temais; Deus veio para vos provar e para que o seu temor esteja diante de vós, a fim
de que não pequeis (Êxodo 20: 18-20).

Primeiro, os mandamentos servem para nos provar. Eles são como um


teste que prova o nosso coração e nos diz o quanto amamos a Deus e os
seus mandamentos; se estamos buscando fazer a vontade de Deus, ou não.
Segundo, eles nos fazem temer a Deus. Assim como o povo de Israel
tremeu de medo ao ver os trovões e relâmpagos da glória de Deus, os
mandamentos também nos ensinam a temer a Deus, porque eles nos
mostram como Deus é poderoso, justo, santo e infinitamente maior e
melhor do que nós.
Terceiro, eles nos guardam do pecado. Eles nos ensinam a fazer o que
Deus gosta, e a sermos santos assim como o Senhor nosso Deus é Santo.
Pois bem, assim como o povo de Israel precisou ser preparado por três
dias para poder receber os mandamentos de Deus, assim também esperamos
que esse primeiro capítulo tenha preparado o seu coração para receber com
temor, fé, gratidão, e com disposição de obedecer as Dez Palavras da
Aliança que vamos estudar nos próximos capítulos. Que você possa
responder como o povo de Israel: Tudo o que o Senhor falou faremos!” (Êx
19:8). Que seja esse o desejo do seu coração!
Vamos relembrar o que estudamos:
1) Você conhece os Dez Mandamentos?
2) Vamos nos preparar para receber os Dez Mandamentos!
3) Porque os Dez Mandamentos são importantes para nós?

Lições:
1. Os Dez Mandamentos são Palavra de Deus. Eles estão na Bíblia, em
várias passagens, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento.
2. Eles nos ensinam a nos relacionarmos com Deus e com as outras
pessoas de uma maneira que agrada a Deus.
3. Obedecer aos mandamentos significa amar a Deus de todo coração, e
aos outros como a nós mesmos. Isso é impossível para nós, que somos
maus, mas essa é a vontade de Deus para o seu povo.
4. Deus é quem nos liberta do pecado, assim como Ele libertou o seu
povo do Egito. Por isso devemos ouvir a sua voz e obedecer a sua vontade.
5. Deus é santo e poderoso. Por isso, devemos temer diante da sua
Palavra, assim como o povo de Israel ficou com muito medo quando viu o
fogo, o relâmpago, o terremoto, as trombetas e o poder de Deus.
6. É preciso nos preparar para entrarmos na presença de Deus e ouvirmos
a sua Palavra e os seus mandamentos. E podemos nos preparar assim:
lembrando que Deus é o nosso bondoso e poderoso Salvador, dando
ouvidos para o que Ele nos proíbe de fazer, pedindo que Jesus nos limpe do
nosso pecado, levando a sério as ameaças de Deus, confiando nas
promessas que Ele faz, sendo gratos por elas, e guardando a aliança de
Deus, buscando sempre obedecer à voz do Senhor.
7. Os Dez Mandamentos são as ordens de um Deus bom e santo para um
povo que Ele escolheu, amou e salvou por meio de uma aliança.
8. Se obedecermos a esses mandamentos, eles nos protegerão do pecado,
da destruição e da tristeza.
9. Os Dez Mandamentos nos ensinam sobre quem Deus é: Ele é bom,
grandioso, santo, justo, e tão diferente de nós! Eles nos ensinam também
sobre quem nós somos, nos ajudando a ver como é grande o nosso pecado, e
nos fazendo correr para Cristo, o médico da nossa alma.
10. Os Dez Mandamentos não são dez regrinhas fáceis de obedecer. Cada
mandamento nos ensina muitas coisas que devemos fazer, pensar e sentir, e
muitas coisas que não devemos fazer, querer ou sentir, se quisermos agradar
a Deus.
11. Esses mandamentos ainda servem para nos testar, para nos dar temor
a Deus, e para nos livrar do pecado.

Material de Apoio:
Para crianças de 3-7 anos: Um Catecismo Para Meninos, perguntas 64-
71.
Para crianças e jovens acima de 8 anos: Breve Catecismo, perguntas 39-
44.
 

Questões:
1. Em quais livros da Bíblia podemos ler os Dez Mandamentos?
2. O que aconteceu quando Deus deu os Dez Mandamentos para
Moisés? Por que foi preciso o povo esperar três dias antes de Deus lhes
dar os Dez Mandamentos?
3. O que acontecerá conosco se entrarmos na presença de Deus de
qualquer jeito? Como podemos ter o nosso coração purificado e os
nossos pecados lavados?
4. Deus nos ameaça porque quer o nosso mal ou o nosso bem?
5. Quais são algumas das coisas que Deus promete para nós em sua
aliança? Elas são preciosas para você? Qual é a condição para
recebermos os privilégios dessas promessas?
6. Quantos mandamentos Deus nos deu? Em quantos grupos eles são
divididos?
7. O que os quatro primeiros mandamentos nos ensinam? E o que nos
ensinam os seis últimos mandamentos?
8. Como Jesus resumiu os Dez Mandamentos?
9. O que é amar? Quem pode amar?
10. O que você achou do acordo que o rei vencedor fez com a cidade
derrotada? Agora diga: a aliança que Deus fez conosco e as ordens que
Ele nos deu são boas ou ruins? São para o nosso bem ou para o nosso
mal?
11. Do que os mandamentos nos protegem?
12. O que os Dez Mandamentos nos ensinam sobre quem Deus é?
13. Por que os Dez Mandamentos são como uma lente de aumento?
14. É fácil obedecermos os Dez Mandamentos? Por que?
15. Afirmamos que os Dez Mandamentos servem para três coisas,
que fazem bem ao nosso coração. Quais são elas?
Lição 2: O Primeiro Mandamento e

o Respeito ao Deus Verdadeiro

Leitura Bíblica: Êxodo 20: 1-3


Para Memorizar:
Então, falou Deus todas estas palavras: Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do
Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim (Êxodo 20: 1-3).

 
Nesse início do capitulo 20 do livro de Êxodo, nós encontramos,
primeiramente, Deus se apresentando e nos dizendo porque Ele quer que
obedeçamos aos seus mandamentos: “Então falou Deus todas estas
Palavras: Eu Sou o SENHOR teu Deus que te tirei da terra do Egito, da casa
da servidão”. Deus está se apresentando para nós como o grande “Eu Sou”.
Essas palavras significam que Deus é o único Deus, o soberano Criador dos
céus e da terra e o Senhor do universo. Se foi Deus quem nos fez, Ele não
tem razão de nos mandar que o obedeçamos em tudo?
Sabem de outra coisa? Deus também se apresenta como o Redentor do
seu povo, como o Deus que havia feito uma Aliança e prometido que
salvaria um povo. Deus escolheu Abraão, fez um povo a partir dele e
resgatou esse povo do Egito, libertando-o do domínio de Faraó. Ora, visto
que Deus foi tão bondoso com o seu povo, também por isso Ele podia exigir
que o seu povo o obedecesse!
No versículo 3, encontramos o primeiro grande mandamento: “Não terás
outros deuses diante de mim”. Este e muitos outros mandamentos começam
com a palavra “Não”. Isso significa que Deus está nos proibindo de fazer
estas coisas. Deus fala assim porque Ele sabe que temos um coração mau,
que é tendente para pecar, para adorar outras coisas ou pessoas em lugar do
Deus verdadeiro. Por isso Ele precisa nos dizer: “Não faça isso, não tenha
outros deuses além de mim”.
O primeiro mandamento nos ensina muitas coisas importantes. Ele nos
proíbe de adorar ídolos, de adorar outras pessoas e coisas, e ele nos ordena
também a conhecer o Deus verdadeiro, a temer, a amar, a adorar e a
obedecer ao Senhor. Vamos estudar melhor, então, primeiramente, o que
esse mandamento nos ordena a fazer, e depois, o que esse mandamento nos
proíbe de fazer.

O que o Primeiro

Mandamento nos Ordena a Fazer?


A pergunta 104 do nosso Catecismo Maior diz assim: Quais são os
deveres exigidos no primeiro mandamento? A resposta é que esse
mandamento nos ensina que, para agradarmos a Deus, precisamos fazer o
seguinte:
1. Conhecer a Deus e reconhecer que só Ele é Deus. Esse mandamento
nos manda que nos esforcemos para conhecer mais o nosso Criador.
Devemos, então, ler a Bíblia, ir à igreja, orar e estudar a sua Palavra. E
também é preciso crer que o Deus da Bíblia é o único Deus verdadeiro.
2. Cultuar e glorificar a Deus. Devemos adorar a Deus no nosso
coração, louvá-lo, cultuar a Deus na igreja, em casa, e fazer tudo para a sua
glória.
3. Pensar em Deus. Devemos sempre nos lembrar de Deus, tanto nas
horas boas, como nos tempos de tristeza. Não devemos nunca nos esquecer
de Deus quando as coisas vão bem pra nós! E devemos gostar de ficar
pensando em quem Deus é, em como Ele tem sido bondoso conosco e em
tudo o que Ele tem feito na nossa vida.
4. Amar, honrar e temer a Deus. No livro de Deuteronômio, onde
também encontramos os Dez Mandamentos, nós temos uma ordem que
explica o que Deus quer de nós no primeiro mandamento: “Amarás, pois, o
SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a
tua força” (Dt 6:5). E ainda: “Ao Senhor, teu Deus, temerás; a ele servirás, a
ele te chegarás, e pelo seu nome, jurarás” (Dt 10:20). “Não seguirás outros
deuses” (Dt 6:14). Também Jesus disse em Mateus 22:37-40: “Amarás o
Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu
entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento”.
5. Crer e Confiar em Deus com esperança e alegria na Sua vontade.
Baseados no que Deus nos diz em Sua Palavra, devemos crer que Ele é
bom, poderoso, fiel e justo. Devemos confiar que Ele pode nos salvar, e
assim, esperar pelo céu e pelas promessas de Deus com alegria no coração.
6. Ter zelo por Deus. Isso significa ser fiel, cuidar e valorizar as coisas
de Deus. Assim como cuidamos e damos valor àquelas coisas mais
preciosas que temos, devemos também ser fiéis e cuidadosos com as coisas
de Deus, com o nosso culto doméstico, com as nossas orações, com a
freqüência à igreja, e com tudo o que tem a ver diretamente com Deus.
7. Orar a Deus, com pedidos, louvor e gratidão. Se Deus é o único e
verdadeiro Deus, devemos orar somente a Ele, e pedir que Ele nos salve.
Também devemos louvar a Deus por ser tão grandioso e devemos ser gratos
a Ele por tudo o que Ele nos dá e faz por nós.
8. Obedecer a Deus. Esse mandamento nos ordena a obedecer a Deus
em tudo, a aceitarmos sempre a sua vontade e a ter cuidado para o
agradarmos em tudo o que fazemos, falamos ou pensamos.
9. Ficar tristes quando Deus é ofendido em qualquer coisa. Você não
se entristece quando ouve pessoas falarem mal do seu pai ou da sua mãe?
Assim também devemos ficar tristes quando as pessoas zombam, riem de
Deus, desobedecem a Deus ou o ignoram.
10. Ser humildes diante de Deus. Quando sabemos que Deus é o único
Deus verdadeiro, isso deve nos levar a ser humildes, sabendo que somos
criaturas tão pequenas e frágeis, que nem se comparam, o mínimo que seja,
com Deus.

O que o Primeiro

Mandamento nos Proíbe de Fazer?


A pergunta e a resposta 105 do Catecismo Maior nos ensinam que, nesse
mandamento, Deus está nos proibindo de fazer muitas coisas além de adorar
a deuses falsos, como Baal ou Buda, por exemplo. Vejam só o que Deus nos
proíbe. Nós não devemos:
1. Pensar que Deus não existe. Há pessoas que dizem que não adoram
falsos deuses, mas é porque elas não acreditam em nenhum Deus. Elas
dizem que não existe nenhum Deus verdadeiro e assim, elas estão pecando,
porque não reconhecem e não amam o único Deus verdadeiro. “Diz o tolo
no seu coração: não há Deus!” (Sl 14:1)
2. Ter ou adorar vários deuses. Os povos vizinhos de Israel
acreditavam em vários deuses: Baal, Moloque, Dagon, Astarote, etc. Então,
Deus queria ensinar ao seu povo que há somente um único Deus. A Bíblia
nos revela que existe um único Deus, que subsiste em três Pessoas: o Pai, o
Filho (Jesus Cristo) e o Espírito Santo. Não são três deuses, mas um único
Deus. É verdade que não podemos compreender direito a doutrina da
Trindade, mas ela é ensinada em toda a Bíblia. Então, devemos adorar
somente a esse Deus verdadeiro e a nenhum outro. E também, não podemos
dizer que adoramos o Deus verdadeiro, se também adoramos outras pessoas
ou outras coisas. Devemos adorar só a Deus. Ele não admite concorrência.
3. Amar ou adorar outras coisas ou pessoas em lugar de Deus.
Quando existe alguma coisa ou pessoa em nossa vida (pode ser um
brinquedo especial, ou mesmo nossos pais e mães) que nós amamos ou
desejamos mais do que a Deus, estamos pecando contra o primeiro
mandamento. Muitos crentes na Roma antiga foram mortos porque eles
obedeceram ao primeiro mandamento e não quiseram adorar a Deus e a
César (o imperador), mas só a Deus. Se eles dissessem que César também
era Senhor, eles não seriam mortos. Mas eles sabiam que só Deus é Deus e
que devemos adorar somente a Ele, e a mais ninguém. Outra maneira de
desobedecermos esse mandamento é quando colocamos a nossa vontade
acima da vontade de Deus. A Bíblia nos diz: “Buscai em primeiro lugar o
reino de Deus e a sua justiça e todas as demais coisas vos serão
acrescentadas” (Mt 6:33).
4. Não confessar que Deus é o único Deus verdadeiro e não ter a Ele
como o nosso Deus. Precisamos ser sempre corajosos e prontos para dizer a
todas as pessoas que o Deus da Bíblia é o único Deus verdadeiro e que Ele é
também o Deus em quem nós cremos. “Se com a tua boca confessares ao
Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os
mortos, serás salvo” (Rm 10: 9).
5. Deixar de fazer qualquer coisa devida a Ele. Cada vez que
desprezamos os seus mandamentos, e não damos atenção à Palavra de
Deus, estamos sendo ingratos a Cristo; e também quando esquecemos de
fazer as coisas que Deus nos manda, estamos desobedecendo o primeiro
mandamento. Deus diz, com relação ao culto, o que devemos a Ele: “Tudo
o que eu te ordeno, observarás; nada lhe acrescentarás nem diminuirás” (Dt
12:32)
6. Ter pensamentos errados sobre quem Deus é. Por exemplo: quando
alguém faz uma imagem de Deus, mesmo que seja só na sua cabeça, que
não está de acordo com aquela que a Palavra de Deus revela, essa pessoa
está criando um ídolo, está idolatrando. Há pessoas que imaginam que Deus
é como um velhinho bem bonzinho, no céu, que nunca fica com raiva. Mas
Deus não é assim, e então, elas são culpadas de quebrar o primeiro
mandamento. Veja o que Deus diz no livro de Salmos: “pensavas que eu era
teu igual; mas eu te arguirei e porei tudo à tua vista” (Sl 50:21).
7. Falar mal de Deus e não gostar de Deus. Ainda que coisas tristes e
ruins aconteçam no mundo e nas nossas vidas, nunca devemos falar mal de
Deus e não gostar do que Ele faz. Devemos saber que tudo o que Deus faz
ou permite acontecer é bom e agradável, mesmo que na hora nós não
entendamos, ou achemos ruim. “Sabemos que todas as coisas cooperam
para o bem daqueles que amam a Deus...” (Rm 8:28).
8. Ser egoístas. Egoísmo é colocar a si mesmo num trono, reinando
sobre todos. Quando somos egoístas, estamos como que dizendo que nós, a
nossa vontade, é mais importante do que Deus e a sua vontade. Então, essa
não deve ser a nossa atitude. Pelo contrário, devemos estar interessados no
que Deus quer, não no que queremos ou gostamos. Você lembra das
palavras de Jesus, quando, reconhecendo que Deus podia livrá-lo do grande
sofrimento que iria enfrentar, pediu: “Pai, se queres, passa de mim este
cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a Tua” (Lc 22:42)?
9. Acreditar e confiar em pessoas ou coisas que não deveríamos. Você
já ouviu falar de pessoas que acreditam que certos objetos podem lhes dar
sorte? Isso é errado, porque elas estão confiando que essas coisas, como o
pé de um coelho, têm algum poder, quando na verdade, só devemos confiar
em Deus. Ou alguém pode pensar que é bom ser amigo de pessoas
importantes, pra conseguir coisas boas. Mas a Bíblia diz: “Não confieis em
príncipes, nem nos filhos dos homens, em quem não há salvação... Bem-
aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, cuja esperança
está no Senhor, seu Deus” (Sl 146:3).
10. Distorcer o que a Bíblia ensina sobre Deus. Quando alguém
inventa e ensina coisas erradas sobre Deus, ele está desobedecendo o
primeiro mandamento. Tem gente que diz, por exemplo, que Jesus era só
Deus, mas não era homem de verdade. Isso é uma heresia e é um grande
pecado contra Deus e contra o primeiro mandamento. Ou dizer, por
exemplo, que porque Deus é Amor, Ele não vai mandar ninguém pro
inferno. Não é isso que a Bíblia ensina. Isso é distorcer a Palavra de Deus.
11. Ficar desconfiados e desesperados. Vejam só! Quando nós
desconfiamos de que Deus é realmente bom e nos ama, ou quando ficamos
desesperados diante dos problemas, nós estamos pecando porque estamos
duvidando de que Deus é Deus mesmo, e de que Ele está no controle de
tudo o que acontece nas nossas vidas. Devemos seguir o conselho do
apóstolo Pedro, e lançar sobre Ele toda a nossa ansiedade, porque Ele tem
cuidado de nós (1 Pe 5:7).
12. Ficar com raiva ou nem ligar quando Deus nos disciplina. Sabe
aquelas crianças que se jogam no chão, com raiva, quando são
disciplinadas? Ou então, aquelas outras que nem ligam, quando os seus pais
a corrigem? É muito feio, não é mesmo? Assim também nós não devemos
agir dessa maneira quando Deus nos disciplina.
13. Ter um coração duro, orgulhoso e cheio de si. Essas são
características do inimigo das nossas almas, o Diabo. Quando somos assim,
nos parecemos com ele, e agimos como se fôssemos seus filhos. Não
confiamos em Deus, e estamos pecando contra o primeiro mandamento.
14. Nos alegrar com as coisas más do mundo e nos entristecer com as
coisas de Deus. Se nos alegramos em ver alguém falar palavras feias,
estamos desobedecendo esse mandamento. Ou se ficamos com preguiça de
acordar cedo para ir à igreja no domingo, também estamos quebrando esse
mandamento.
15. Tentar fugir ou se esconder de Deus. Você se lembra de Jonas, que
tentou fugir porque não queria obedecer à ordem de Deus, e acabou sendo
engolido pelo grande peixe? Ou de Adão e Eva, que se esconderam de
Deus, porque sabiam que o haviam desobedecido? Ao agirem assim, eles
estavam desobedecendo o primeiro mandamento. Quando você fizer algo
errado, não tente se esconder, mas confesse, com tristeza, o seu pecado a
Deus e aos outros, contra quem você pecou.
16. Orar ou cultuar santos, anjos, demônios ou outras criaturas,
como animais ou árvores. Isso é o que se chama, normalmente, de
idolatria. É quando achamos que certos seres ou objetos tem poderes
extraordinários e acabamos adorando e prestando culto a eles. A Bíblia
ensina que: “há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens:
Jesus Cristo, homem” (1 Tm 2:5).
17. Fazer pouco caso e desprezar a Deus e aos seus mandamentos.
Vocês conhecem a história do Rei Saul? Ele foi o primeiro rei do povo de
Israel, mas foi rejeitado por Deus, porque não deu ouvidos às ordens do
Senhor, logo no início do seu reinado. Daí em diante, ele foi só amontoando
pecado sobre pecado e o seu fim foi muito triste.
18. Entristecer o Seu Espírito. O que acontece quando você desobedece
a seu pai ou sua mãe: eles ficam alegres? Não! Eles ficam muito tristes. Da
mesma forma, nós entristecemos o Espírito de Deus quando não
obedecemos aos seus mandamentos.
19. Ser descontente e impaciente com as situações da nossa vida, ou
acusar a Deus de ser injusto conosco quando Ele manda problemas e
dificuldades. Quando nós estamos descontentes ou impacientes com a
maneira como as coisas estão nos acontecendo, nós estamos duvidando de
Deus, nós estamos questionando a sabedoria dele, o poder dele, a autoridade
dele sobre tudo o que acontece no mundo. Nós não estamos crendo que
todas as coisas cooperam para o bem de todos aqueles que foram chamados
por Ele e o amam (Rm 8:28).
 
 
20. Quando dizemos que as coisas que temos, somos ou podemos
fazer vêm da sorte, de nós mesmos, ou de outros. Porque a verdade é que
tudo vem de Deus, e quando fazemos isso estamos colocando criaturas no
lugar de Deus. “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá alto, descendo
do Pai das luzes, em quem não pode existir variação nem sombra de
mudança” (Tg 1: 17).
Crianças, essa lista de coisas que não devemos fazer foi bem longa, não é
mesmo? Seria difícil tentar memorizar todos esses pecados, mas tente, pelo
menos, gravar uma lista daqueles que você tem a maior facilidade de cair, e
tome cuidado com eles! Quando o primeiro mandamento nos ensina a não
termos outros deuses, você entende agora que esses “outros deuses” ou
“ídolos” não são só imagens de pedra ou de madeira que os homens
adoram? As pessoas têm ídolos no seu coração que ninguém vê. Mesmo os
crentes podem adorar a esses ídolos secretos do coração, como o dinheiro, a
felicidade, o trabalho, as coisas que queremos ter, como carros e
brinquedos, casas, filhos... Podemos, inclusive, adorar a nós mesmos, e a
nossa felicidade, o nosso entretenimento e prazer.
Então, crianças, quando vocês lerem em Êxodo 20 o primeiro
mandamento, “não terás outros deuses diante de mim”, tenham cuidado,
porque mesmo que você não tenha um bezerro de ouro em sua casa e não
ore à virgem Maria, ou a qualquer outro santo, você pode idolatrar quando
coloca qualquer coisa ou pessoa ou desejo no lugar de Deus. Devemos
buscar a Deus e as coisas de Deus em primeiro lugar.

O Primeiro Mandamento e Você


Agora que você já conhece o primeiro mandamento, e as muitas coisas
que ele nos ordena a fazer e nos proíbe de fazer, você pode estar pensando:
“Eu tenho obedecido direitinho o primeiro mandamento”, ou: “Ainda bem
que eu só desobedeço em algumas coisinhas”. Se é isso que está na sua
cabeça, tem algo muito errado com você, porque você ainda não conhece
todo o mal que existe no seu coração. Você precisa pedir que Deus lhe
mostre como você, mesmo que seja uma pequena criança, tem uma natureza
pecaminosa e corrompida, e é inclinado a todos esses pecados. Se você é
alguém que adora a Deus e não a ídolos de madeira e palha, é só porque
Deus teve misericórdia de você e lhe salvou de tão grande pecado, mas você
ainda pode estar desobedecendo o primeiro mandamento de muitas
maneiras.
Mas talvez você esteja pensando assim: “É tão difícil obedecer
totalmente o primeiro mandamento! Quem poderá cumprir completamente
esses mandamentos? Como eu poderei agradar a Deus, se eu não consigo
fazer a vontade do Senhor”? Querida criança, você está no caminho certo. É
verdade, obedecer o primeiro mandamento não é apenas difícil, é
impossível para qualquer pessoa! Ninguém pode cumprir totalmente a
vontade de Deus. E se dependesse de nós, estaríamos perdidos e
condenados ao inferno, porque todos somos maus e idólatras. A primeira e
melhor coisa que você pode fazer com essa lição sobre o primeiro
mandamento é reconhecer que você é pecador e mau e que você não quer e
não consegue obedecer esse mandamento tão importante que Deus nos deu.
Depois disso, você precisa se lembrar de uma coisa que o deixará
contente: a Bíblia nos dá uma boa notícia! Aquilo que nos era impossível
fazer, Deus fez por nós. Existe alguém que cumpriu perfeitamente o
primeiro mandamento! Essa pessoa é o próprio Filho de Deus, que se fez
homem, e veio ao mundo para cumprir perfeita e completamente todas as
ordenanças da lei de Deus em nosso lugar. E agora, Jesus nos diz assim:
“Eu fui obediente até a morte; Deus me considerou justo, e eu tenho uma
justiça que posso oferecer a você: você quer? Se você quer, confie em mim,
e não em qualquer ídolo, e venha a mim, e eu a darei a você. Vou pagar sua
culpa, e farei seu coração mais alvo do que neve, e um dia você poderá ir
pro céu e adentrar sem medo na presença de Deus”. Confie no Salvador.
Confie somente nele, e fique tranqüilo.
Finalmente, seja agradecido a Deus por ter enviado Jesus Cristo. E você
pode mostrar a sua gratidão a Deus buscando e pedindo sempre que Ele lhe
ajude a guardar o primeiro mandamento. Diga, com a ajuda de Deus:
“Senhor, com a tua misericórdia e com a tua graça, eu não vou ter outro
ídolo diante de mim, não vou amar outros deuses”. E também se esforce
bastante para não deixar que nada tome o lugar de Deus, na sua atenção, na
sua afeição, no seu tempo e em seu coração.
Lições:
1. Deus é o nosso Criador e o nosso Salvador e por isso Ele tem todo
direito de exigir nossa obediência.
2. O primeiro mandamento começa com a palavra “Não” porque Deus
sabe que somos tendentes a praticar esse pecado e a adorar outras coisas e
pessoas no lugar dele.
3. Para obedecer o primeiro mandamento, precisamos fazer estas coisas:
conhecer a Deus como o único Deus, cultuar e glorificar a Deus, pensar em
Deus, amar a Deus, confiar em Deus, zelar por Deus, orar a Deus, obedecer
a Deus, ficar triste quando Deus é ofendido e ser humildes diante de Deus.
4. Para obedecer o primeiro mandamento, não devemos fazer estas
coisas: achar que Deus não existe, adorar vários deuses, amar outras coisas
acima de Deus, não confessar que Deus é o único Deus e nosso Senhor,
deixar de fazer as coisas que Deus nos ordena, ter pensamentos errados
sobre Deus, falar mal de Deus e não gostar do que Ele faz, ser egoístas,
confiar em quem não devemos, distorcer o que a Bíblia ensina sobre Deus,
ficar desconfiado e desesperado, ficar com raiva ou ignorar quando Deus
nos disciplina, ser orgulhosos, nos alegrar com as coisas más do mundo e
nos entristecer com as coisas de Deus, tentar fugir de Deus, orar a outras
pessoas ou seres, desprezar a Deus e aos seus mandamentos, entristecer o
Espírito Santo, ser descontentes ou impacientes, achar que o que temos de
bom não vem de Deus.
5. Um ídolo é qualquer coisa, pessoa ou desejo que colocamos acima de
Deus.
6. Nunca pense que você pode, por sua própria força ou vontade,
obedecer o primeiro mandamento. Leia novamente essa lista de coisas que o
primeiro mandamento nos ordena e proíbe de fazer, e reconheça que o seu
coração é mau e que você tem desobedecido de muitas formas a vontade do
Senhor.
7. Busque conhecer mais a Jesus Cristo e o que Ele fez por você. Confie
nele, e então, mostre sua gratidão a Deus decidindo, de coração, e tentando,
com a ajuda do Senhor, obedecer o primeiro mandamento e não ter ídolos
em seu coração.

Material de Apoio:
Para crianças de 3-7 anos: Um Catecismo para Meninos e Meninas,
perguntas 72-73.
Para crianças e jovens acima de 8 anos: Breve Catecismo, perguntas 45-
48.
 

Questões:
1. Se você achasse um cachorrinho abandonado na rua, e o trouxesse
para casa, o amasse, e cuidasse dele com todo carinho, você não poderia
também lhe dar ordens e lhe ensinar o que ele deveria ou não fazer?
Ora, se Deus foi quem nos criou e nos salvou, não devemos também
fazer o que Ele nos manda?
2. Qual é o primeiro mandamento?
3. Por que ele começa com a palavra “não”?
4. Tente lembrar de três coisas que o primeiro mandamento nos
ordena a fazer.
5. Tente lembrar de cinco coisas que o primeiro mandamento nos
proíbe de fazer.
6. O que são ídolos? Pessoas crentes podem ter ídolos em seus
corações?
7. Leia novamente as lições 3 e 4, acima. Você acha que tem
obedecido ou não o primeiro mandamento?
8. Qual é a boa notícia que a Bíblia dá para as pessoas que estão
tristes porque não conseguem obedecer ao primeiro mandamento?
9. Como você pode agradecer a Deus pelo que Jesus Cristo fez em
seu lugar?
Lição 3: O Segundo Mandamento e

o Respeito ao Culto a Deus

Leitura Bíblica: Êxodo 20: 4-6


Para Memorizar:
Não farás para ti imagem de escultura (Êxodo 20:4).

 
Crianças, vocês lembram que os Dez Mandamentos são ordens especiais
que Deus deu para um povo com quem Ele fez uma aliança? Nessa aliança
ou acordo, Deus prometeu amar, escolher e salvar o seu povo. É um
privilégio muito grande sermos o povo escolhido de Deus, mas por isso
mesmo nós também devemos fazer algumas coisas para agradar a Deus. E
como é que sabemos aquilo que agrada a Deus? Os Dez Mandamentos nos
ensinam as coisas que o agradam. Se somos filhos de Deus, precisamos nos
esforçar para agradar o nosso Pai nos Céus. Assim, mostramos que o
amamos e que estamos agradecidos pela sua salvação. Vamos estudar,
então, o segundo mandamento e aprender com ele como podemos obedecer
e agradar a Deus. Encontramos esse mandamento em Êxodo 20: 4-6:
Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus,
nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra (explicação: o nível das águas
geralmente fica abaixo do nível da terra). Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou
o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e
quarta geração daqueles que me aborrecem, e faço misericórdia até mil gerações daqueles que
me amam e guardam os meus mandamentos.

O segundo mandamento nos proíbe de fazer imagens de Deus para


adorá-las, e nos ensina sobre o culto verdadeiro a Deus. O primeiro
mandamento nos ensinou quem é o Deus que devemos adorar: o Deus
verdadeiro, o único Deus, o Deus de Israel, e que não devemos ter outros
deuses. E agora, o segundo mandamento nos ensina como Deus deve ser
adorado. Esse mandamento nos proíbe de adorar o Deus verdadeiro através
de qualquer imagem inventada por nós e nos ensina lições importantes
sobre como devemos adorar e cultuar a Deus.

O que o Segundo

Mandamento nos Ordena Fazer?


1. Aprender a Adorar a Deus como Ele nos ensinou. Deus nos
ensinou, na sua Palavra, como Ele quer ser adorado e cultuado, e nós
devemos obedecer, observar e não modificar o culto a Deus como Ele nos
revelou na Bíblia. Não devemos nem colocar, nem tirar coisas do culto que
Deus nos ensinou. No Antigo Testamento, Deus queria ser adorado por
meio de sacrifícios de animais que apontavam para o Messias inocente que
viria e morreria pelos pecados do povo. Agora, na época do Novo
Testamento, a Bíblia nos ensina que Deus gosta de um culto muito simples.
Deus quer que os cultos tenham somente essas coisas, nem mais, nem
menos: Oração, ações de graça, louvores cantados, leitura da Bíblia,
pregação da Bíblia, ouvir a pregação com atenção, a ministração e a
recepção dos sacramentos: o batismo e a santa ceia.
Quando nos reunimos na igreja para adorar a Deus, não devemos fazer o
que pensamos que o agrada. Só por que a Bíblia não proíbe certas coisas,
isso não é desculpa para enchermos o culto de invenções da nossa cabeça.
Devemos sempre perguntar sobre o que a Bíblia ensina: “A Bíblia ensina
que devemos dançar na igreja? Ou fazer encenações ou acender velas? Não.
Então, isso é pecado. Não interessa o que nós achamos melhor ou mais
interessante. Nós não podemos saber o que agrada a Deus, se Ele mesmo
não nos disser.
Como os crentes de antigamente iriam imaginar que poderiam agradar a
Deus trazendo bezerrinhos, carneirinhos, e pombos perfeitos, para matá-los
e derramar o seu sangue? Parece estranho, não é? Mas foi Deus quem
ordenou que fizessem assim! Quando Deus exigia a morte de um animal em
lugar de alguém, Ele queria mostrar como o pecado é tão sério, que merece
a morte! E era uma maneira de anunciar que um dia viria o verdadeiro e
perfeito Cordeiro de Deus – o seu próprio Filho – que iria morrer em nosso
lugar, para pagar, de uma vez por todas, toda a culpa dos nossos pecados.
Abel cultuou a Deus como Deus queria, através de um sacrifício, e Deus
se agradou dele. Mas Caim achou que poderia cultuar a Deus de uma
maneira diferente, inventada por ele, oferecendo frutos e vegetais, e Deus
não gostou do culto de Caim. O povo de Israel muitas vezes pensava como
Caim, e queria inventar maneiras diferentes de adorar a Deus. Eles diziam:
“vamos fazer um bezerro de ouro, bem bonito, e isso nos ajudará a
adorarmos a Deus!” Ou então, eles pensavam assim: “ao invés de ter que
viajar para o templo, em Jerusalém, vamos nos reunir em um monte, e
vamos fazer ali um poste ou alguma coisa que simbolize a Deus, e então
poderemos adorar melhor”. Mas a Bíblia nos diz que Deus se entristecia
com isso e, muitas vezes, puniu o seu povo por fazerem coisas assim.
Precisamos cultuar sempre como Deus nos ordenou, e isso, só aprendemos
em um lugar: na Bíblia.
2. Dizer “não!” ao culto falso. Crianças, vocês já entraram numa igreja
católica, cheia de imagens e de enfeites, cruzes e velas? Os padres também
se vestem com roupas especiais e fazem muitas coisas que a Bíblia não
ordena. Eles pensam que estão agradando a Deus, mas não estão. Esse é um
culto falso. Ou quem sabe vocês já assistiram na televisão a cultos
evangélicos estranhos, em que mulheres estão pregando, pessoas vão lá pra
frente e ficam contando suas histórias, bandas tocam músicas agitadas e
dançam, ou pastores ficam expulsando demônios e vendendo lenços, águas
e outros objetos “milagrosos”? Nada disso é um culto que agrada a Deus. E
o segundo mandamento nos ensina que é seu dever dizer: “isso está errado,
é pecaminoso e esse é um culto falso!”. Se você assiste ou gosta desses
cultos, você está pecando, e se conhece pessoas que freqüentam esses
cultos, e não fala nada contra, você também está quebrando esse
mandamento.
3. Acabar com o culto falso e a idolatria. É claro que não podemos
fazer coisas que não estão ao nosso alcance, mas no que depender de nós,
devemos estar dispostos a acabar com esse tipo de culto. Ainda que você
seja só uma criança, você pode orar para que Deus acabe com esses cultos
falsos e com a adoração de imagens. E tem certas coisas que você talvez
possa falar ou fazer. Se alguém, por exemplo, lhe dá uma imagem para
adorar, você deve jogar fora. Se você tem familiares que adoram por meio
de imagens ou de outras formas erradas, você não deve ir aos cultos deles
(se possível) e pode até lhes mostrar como o segundo mandamento diz que
eles estão pecando.

Quais os Pecados

Proibidos no Segundo Mandamento?


1. Estabelecer culto não instituído por Deus. Deus nos proíbe inventar,
aprovar ou freqüentar qualquer culto religioso diferente do que Ele ordenou
na Bíblia.
2. Fazer qualquer representação de Deus, ou de qualquer das Três
Pessoas da Trindade, tanto na nossa mente como externamente, à
imagem ou semelhança de alguma criatura. Devemos ter cuidado para
não imaginar um Deus diferente do que a Bíblia revela. Deus não se parece
com nada que podemos ver. Deus, o Pai, e Deus, o Espírito Santo, não têm
um corpo físico. Mesmo Jesus, que se tornou homem como nós, não
podemos saber como Ele era: se alto ou baixo, loiro ou moreno; então, não
devemos adorar imagens ou pinturas de Jesus. Devemos ter cuidado para
não imaginarmos Jesus como os desenhos, as obras de arte ou filmes
mostram, onde vemos sua imagem e caráter imaginados pelos artistas que
os produziram.
3. Adorar imagens. A Bíblia nos proíbe de adorar qualquer imagem,
mesmo que as pessoas digam que estão adorando o único Deus verdadeiro
por meio daquela imagem. Isso é pecado porque Deus não nos ensinou a
cultuá-lo através de qualquer imagem visível, mas em espírito e em
verdade.
4. Invenções supersticiosas. Quando pastores ou pessoas inventam que
certas coisas são milagrosas, ou têm poder para curar ou para livrar do mal,
isso se chama superstição, e também é uma quebra do segundo
mandamento. Roupas especiais, lugares sagrados, pedaços de madeira da
cruz, águas de Israel, óleo santo, tudo isso é bobagem e Deus odeia essas
coisas. A Igreja Católica, antes da Reforma Protestante, estava cheia dessas
superstições, até que Lutero, Calvino e os reformadores mostraram, pela
Bíblia, como isso tudo desagradava o Senhor e corrompia o culto a Deus.
5. Vender bênçãos. Isso se chama também de simonia, por causa de
Simão, do livro de Atos, que ofereceu dinheiro aos apóstolos para tentar
comprar o poder de fazer milagres. Pensem nas igrejas em sua cidade e em
nosso país. Muitos cristãos estão desobedecendo o segundo mandamento
todas as vezes que vão à igreja e dão dinheiro esperando receber bênçãos,
curas, carros e riqueza em troca!
 
 
6. Brincar com as coisas de Deus. Cuidado, crianças, não brinquem de
culto, ou de pregar, ou de fazer gracinhas com a Bíblia ou na hora do culto,
nada disso! O culto a Deus é muito sério e devemos participar dele com
todo o respeito.
7. Negligenciar, desprezar, impedir ou se opor ao culto e ordenanças
que Deus instituiu. Pequeno amigo, você sabia que está desobedecendo o
segundo mandamento e entristecendo a Deus toda vez que fica cansado e
chateado com as pregações ou com o ensino da Bíblia? Toda vez que está
emburrado na igreja e não quer louvar a Deus? Toda vez que fica de olho
aberto reparando nos outros na hora da oração? Às vezes, podemos até dizer
que vamos para a igreja e que queremos que outros adorem a Deus, mas se
desprezamos ou negligenciamos o culto, nós estamos quebrando o segundo
mandamento.

Como Deus nos Anima a Cumprir o Segundo


Mandamento?
Nos versículos 5 e 6 de Êxodo 20, Deus insiste conosco e nos dá três
razões por que devemos nos esforçar para obedecer o segundo
mandamento:
Porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até
a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem, e faço misericórdia até mil gerações
naqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.

1) Deus é soberano e zeloso. “Eu sou o Senhor teu Deus, Deus zeloso”.
Zêlo, crianças, significa que Deus não admite ter concorrência com deuses
falsos e não admite ser cultuado de maneira errada. O Antigo Testamento
está cheio de exemplos de pessoas que foram cultuar a Deus como elas
queriam ou com invenções, e não de acordo com a vontade de Deus, e Deus
ficou muito irado e os castigou duramente. Deus é soberano. Ele é o
“Senhor Deus” e pode nos punir se ofendemos o seu nome e corrompemos
o seu culto.
2) Deus faz ameaças: “Eu visito a iniquidade dos pais nos filhos até a
terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem”. Devemos ter muito
cuidado com o culto a Deus, porque se o aborrecemos e desonramos o seu
culto, Deus não irá nos abençoar, e nos diz que poderá castigar até os
nossos filhos, netos e bisnetos!
3) Deus promete bênçãos sem fim: “Faço misericórdia até mil gerações
naqueles que me amam e guardam os meus mandamentos”. Deus promete
nessa passagem abençoar grandemente e ser sempre misericordioso para
com as famílias daqueles que o amam e guardam os seus mandamentos. O
favor de Deus não acaba naquelas famílias que estão preocupadas em
adorar a Deus da forma simples e correta como Deus ensinou na Bíblia, que
se esforçam para encontrar e fazer parte de uma igreja fiel, que não buscam
inventar modas ou atrações especiais, mas se alegram em cultuar a Deus na
igreja e em casa da forma como Deus ordena.

Lições:
1. Se somos filhos de Deus, devemos buscar agradar o nosso Pai Celeste
conhecendo e obedecendo o segundo mandamento, que diz: “Não farás para
ti imagem de escultura”.
2. O segundo mandamento nos ensina que é errado adorar a Deus através
de imagens de animais, pessoas ou objetos. Deus é Espírito e devemos
adorá-lo em espírito e em verdade.
3. Este mandamento nos ensina também que devemos cultuar a Deus
como Ele mesmo nos ensina na Bíblia, com um culto simples em que
oramos, damos graças, cantamos louvores, lemos a Bíblia, ouvimos a
pregação e participamos do Batismo e da Ceia do Senhor. Nada mais, nada
menos.
4. Devemos rejeitar e dizer “Não!” a todo culto falso, onde as pessoas
usam imagens e fazem outras coisas que a Bíblia não ensina.
5. No que depender de nós, devemos nos esforçar para acabar com as
imagens e com as coisas erradas no culto, orando, falando e fazendo o que
pudermos.
6. Os pecados proibidos no segundo mandamento são: inventar cultos
diferentes do que a Bíblia ensina, imaginar que Deus se parece com alguma
criatura, adorar imagens, achar que certos objetos têm poder ou mágica,
vender bênçãos, brincar com o culto e desprezar ou não gostar do culto e
das ordenanças de Deus.
7. Deus nos encoraja a obedecer este mandamento nos lembrando de que
Ele é um Deus soberano e zeloso, que castiga as famílias que não o adoram
corretamente. E também que Ele é misericordioso e pronto para abençoar
por muito tempo aquelas famílias que honram o seu culto.

Material de Apoio:
Para crianças de 3-7 anos: Um Catecismo para Meninos e Meninas,
perguntas 74-75.
Para crianças e jovens acima de 8 anos: Breve Catecismo, perguntas 49-
52.
 
 

Questões:
1. Qual é o segundo mandamento?
2. Quais são as três coisas que o segundo mandamento nos ordena a
fazer?
3. Quais são as coisas que fazem parte do culto simples que agrada a
Deus?
4. Quando adoramos a Deus na igreja, o que é certo pensar:
Podemos fazer na igreja tudo o que a Bíblia não proíbe (é assim que
pensa a igreja católica e muitas igrejas evangélicas também).
Podemos fazer na igreja somente o que a Bíblia ensina (isso é o que
ficou conhecido, na história, como o princípio regulador do culto).
5. Por que Deus se agradou do culto de Abel e não do de Caim?
6. O que é um culto falso? O que devemos fazer contra ele?
7. Tente citar quatro ou cinco pecados que o segundo mandamento
nos proíbe de cometer.
8. Como você tem desobedecido o segundo mandamento?
9. Qual dos encorajamentos que Deus dá, no final do segundo
mandamento, que mais lhe anima a obedecê-lo?
Lição 4: O Terceiro Mandamento

e o Respeito ao Nome de Deus

Leitura Bíblica: Êxodo 20:7


Para Memorizar:
Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão (Êxodo 20:7).

 
Queridas crianças, nós vivemos num país que se diz cristão, mas parece
que a maioria das pessoas não conhece a Palavra de Deus, nem mesmo os
Dez Mandamentos, e não dá a mínima importância para o terceiro
mandamento, que diz: “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão,
porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão”. A
toda hora, nós ouvimos das pessoas ao nosso redor, na televisão, nos filmes,
nos livros, o nome de Deus sendo falado em vão, sendo desrespeitado e
ridicularizado.

Por que o nome de Deus é Especial?


O nome de Deus é muito santo e especial. Deus não tem uma imagem (a
não ser em Cristo). Ele é conhecido e representado pelo seu nome. Ninguém
pode chutar ou quebrar o Deus verdadeiro, como podemos fazer com as
imagens dos ídolos. Deus é profanado quando o seu nome é profanado. E
Ele é honrado quando o seu nome é honrado. Além disso, na Bíblia, os
nomes não eram dados às pessoas só por serem bonitos ou de família, mas
eles tinham um significado. Adão, por exemplo, significa “formado da
terra”; Eva significa “a mãe de toda a raça humana”; Moisés significa
“tirado das águas”, e Jesus significa que “Ele salvará o povo dos seus
pecados”. Assim também os nomes de Deus que encontramos na Bíblia
revelam várias coisas sobre quem Deus é, sobre seu poder, santidade,
autoridade e sobre sua relação com o seu povo. O povo de Israel, sabendo
disso, tinha tanta reverência e cuidado com o nome de Deus que eles nem
falavam o nome Deus em Hebraico: “Iavé”, mas falavam “Adonai”, que
quer dizer, “Senhor”. Mas a Bíblia não nos proíbe de falarmos o nome de
Deus, e sim de usarmos o seu nome em vão.
Se nós quisermos conhecer o Deus verdadeiro, o Criador dos céus e da
terra, nós precisamos conhecer os seus nomes. A Bíblia, no Antigo e no
Novo Testamento, apresenta diversos nomes de Deus. Esses nomes não são
só letras ou palavras interessantes; eles têm significado e revelam verdades
acerca da pessoa, do ser, do caráter e da obra de Deus. Vejamos primeiro
alguns nomes simples, e depois os nomes compostos de Deus:

Nomes Simples:
El – “Deus”, o primeiro, o forte, o poderoso, que criou todas as coisas do
nada.
Elohim (plural de El) - “o Deus grandioso” que existe em três pessoas.
Eliom - “o Altíssimo”, o Deus majestoso que é exaltado acima da sua
criação.
Adonai -“Senhor”, o soberano absoluto que domina sobre tudo.
Iavé , Javé ou Jeová - “Eu sou”, é o nome particular e exclusivo de Deus,
que aponta para o Deus que é e existe por si mesmo, que é independente e
que não muda jamais.

Nomes Compostos:
Javé-Jiré - “o Senhor proverá”, o Deus que é fiel e que cuida do seu
povo.
Iavé-Tsebaôt - “o Senhor dos Exércitos” é um nome que revela a glória e
a majestade do Deus que reina, comanda e tem domínio e poder sobre a
criação.
Iavé-Nissi – “o Senhor é minha bandeira”, o Deus que lidera e vai na
frente do seu povo na luta contra os seus inimigos, dando vitória ao seu
povo.
Iavé-Ropeca - “o Senhor é quem te sara”, o Deus que preserva, cura e
restaura o seu povo.
Iavé-Shalom - “o Senhor é a nossa Paz”, o Deus que tira o medo, que
encoraja e que nos dá paz.
Iavé-Roí - “o Senhor é meu pastor”, o Deus que orienta, cuida e alimenta
o seu povo como um pastor protege seu povo dos lobos e dos perigos.
Iavé Tsidikeno - “o Senhor é a nossa justiça”, o Deus que justifica o seu
povo,
Iavé-Shamá - “o Senhor está ali”, o Deus que está presente com o seu
povo através do Espírito Santo, e na pessoa de Jesus Cristo, quando Ele
voltar, para sempre.
Iavé- Nekadisken - “o Senhor que nos santifica”, o Deus que nos separa
e transforma o nosso coração.

O que o Terceiro

Mandamento nos Ordena a Fazer?


1. Conhecer a Deus e reconhecer que Ele não é igual a nós. Quando
nós falamos de Deus, nós falamos de alguém Todo-Poderoso, que criou
tudo do nada, que não depende de ninguém. Ele é totalmente santo,
soberano, independente e cheio de majestade. Ninguém se aproxima da
presença de um grande rei, aqui na Terra, de maneira tola, irreverente e fala
dele de maneira irresponsável, especialmente se esse rei tiver nas mãos todo
domínio e todo poder. Quanto mais devemos ter respeito ao falarmos do
Deus Criador do céu e da terra! Ele não é nosso igual. E por isso devemos
nos aproximar dele e falar dele com toda humildade, reverência e
sinceridade.
2. Pensar sobre quem Deus é toda vez que falamos o seu nome ou
sobre suas qualidades e revelações. Seja em nossas orações, em nossas
conversas, quando cantamos hinos, sempre que usamos o nome de Deus
devemos parar e pensar: “a terra em que estamos pisando é santa”.
Devemos lembrar que estamos falando do Deus Todo-Poderoso, o Santo, o
Justo, o Altíssimo, o Senhor, o Eu-Sou, que sempre existiu sem depender de
ninguém. Devemos lembrar que Deus é fiel, é o Senhor dos Exércitos, é a
nossa bandeira, é o Deus que sara, é a nossa paz, é o nosso Pastor, é a nossa
justiça, é o Deus que está conosco, é o Senhor que nos santifica.
3. Fazer tudo para a Glória de Deus. Devemos ter cuidado não apenas
quando usamos os nomes de Deus, mas também em tudo o que pensamos,
falamos e agimos que tenha a ver com Deus. Quando oramos, quando
precisamos jurar, quando falamos dos seus mandamentos, do culto, dos
sacramentos, da sua Palavra, das coisas que Deus faz, nossas palavras e
ações devem servir para o bem dos outros e para honrar o nome de Deus.

O que o Terceiro

Mandamento nos Proíbe de Fazer?


1. Pensar, falar e agir blasfemando o nome de Deus e tudo o que
revela e manifesta a Deus. Lemos em Romanos 2: 23-24 que quando
desobedecemos os mandamentos de Deus, estamos blasfemando o nome de
Deus diante das pessoas. Blasfemar significa insultar, maldizer, ofender a
Deus. O catecismo deixa claro como devemos reverenciar o nome, a
palavra, e até mesmo as obras de Deus. Já pensaram nisso, que as obras de
Deus o revelam? Devemos ter respeito para com a obra da providência, para
com as instituições de Deus, como por exemplo, o casamento, o governo e a
família. Até mesmo a criação e o ser humano devem ser respeitados por
estarem revelando a Deus. Sendo, assim, crianças, não devemos, por
exemplo, reclamar da chuva ou do calor que a providência de Deus nos
manda. Fazer pouco da aparência de alguém também seria um pecado
contra este mandamento. Ou ainda dizer que não gosta desta e daquela
comida, ou detestar o estudo de certas disciplinas, visto que cada uma
estuda um aspecto da ciência que revela a Deus, e assim por diante. Pensem
nisso!
2. Pensar, falar e agir, como povo de Deus, de modo indigno do nome
de Deus. Você sabe o que acontece quando uma criança age de maneira
indigna e tola? O nome dos seus pais é envergonhado. Imaginem um filho
de um pai bom e direito, que se torna um bandido, um ladrão, um imoral ou
um assassino. Que vergonha ele traz para o nome do seu pai! A mesma
coisa acontece quando nós, como povo de Deus, agimos de maneira indigna
de tão grande Deus, de tão grande Redentor que nós temos! Quando
fazemos coisas erradas, o nome de Deus é desonrado.
3. Ser hipócritas, fingidos e insinceros para com Deus e com as coisas
de Deus. Em Mateus 7:21-23, o próprio Senhor Jesus nos lembra que:
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas
aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele
dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós
profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu
nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca
vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.” Se usamos
o nome de Deus, e fazemos obras religiosas em seu nome sem sermos
sinceros e verdadeiros, estamos quebrando esse mandamento.
4. Pensar, falar e agir de maneira vã, irreverente e negligente para
com as coisas de Deus. É aqui que precisamos ter muito mais cuidado.
Podemos pecar facilmente quando juramos por Deus ou pelos céus,
contamos piadas sobre a igreja, sobre Deus ou sobre anjos; quando
reclamamos de qualquer coisa, até da chuva ou do calor, e mesmo quando
exclamamos, sem pensar, expressões que usam o nome de Deus ou coisas
que têm a ver com Deus. Vemos também o nome de Deus usado em vão em
certos adesivos pregados nos vidros de carros, nos escritos em camisas; nos
pastores e políticos que citam versículos da Bíblia fora do contexto. Ou
mesmo nós, quando estamos na igreja, lendo a Bíblia, cantando, orando ou
ouvindo a pregação mas sem prestar atenção no que estamos fazendo,
ouvindo ou dizendo, estamos sendo culpados de quebrar esse mandamento!
Em todos esses usos tolos, irreverentes e negligentes o nome de Deus é
blasfemado.
O que Acontecerá se

Usarmos o Nome de Deus em Vão?


No final do versículo 7 lemos assim: “não tomarás o nome do SENHOR,
teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o
seu nome em vão”. Você percebeu que logo após o mandamento nós temos
uma ameaça? É uma coisa quando seu pai lhe diz: “não vá para a rua!” E
outra coisa, quando ele diz: “não vá para a rua ou você irá pegar uma surra
e ficará de castigo por um mês inteiro!”. Deus aqui reforça esse
mandamento com uma ameaça, para mostrar que Ele está falando sério e
que Ele irá punir esse pecado que as pessoas nunca acham que é grande.
Deus promete castigar com pragas, doenças, e até destruir as pessoas que
não respeitam o seu nome e que brincam com as coisas que Deus considera
sagradas. Vejam o que diz Deuteronômio 28:58 em diante:
Se não tiveres o cuidado de guardar todas as palavras desta lei, escritas neste livro, para temeres
este nome glorioso e terrível, o SENHOR, teu Deus, então, o SENHOR fará terríveis as tuas
pragas e as pragas de tua descendência, grandes e duradouras pragas, e enfermidades graves e
duradouras; fará voltar contra ti todas as moléstias do Egito, que temeste; e se apegarão a ti.
Também o SENHOR fará vir sobre ti toda enfermidade e toda praga que não estão escritas no
livro desta Lei, até que sejas destruído.

O que o Nome de Deus

Significa para o Seu Povo?


O nome de Deus, e tudo o que tem a ver com Deus, deve ser sempre
muito precioso para nós, que somos o seu povo. O nome de Deus é o
conforto do seu povo. Em II Crônicas 7: 14, nós lemos que “nós somos um
povo que se chama pelo nome do Senhor”, e o seu nome é um grande
consolo para nós.
O nome de Deus é o nosso refúgio. Em Provérbios 18:10 lemos que:
“torre forte é o nome do Senhor”, refúgio seguro é o nome do Senhor. O
nome de Deus é a nossa alegria: “Alegrei-me quando me disseram: vamos à
casa do Senhor!”. O nome de Deus é a nossa esperança. Lamentações 3:21-
24 diz assim: “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. As
misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos...A minha
porção é o Senhor, diz a minha alma, portanto, esperarei nele”. E
poderíamos continuar por muito tempo dizendo tudo o que o nome de Deus
significa para nós, como o seu nome nos sustenta, nos dá vitórias, nos
justifica, nos santifica, nos sara, nos dá a paz.
 

 
Todos nós, que somos o seu povo, devemos reconhecer que somos
pecadores e que quebramos, a todo momento, o terceiro mandamento, e
desonramos o nome do nosso Deus. E então devemos nos esconder e nos
refugiar debaixo do nome do Senhor, para que Ele não nos visite na sua ira,
já que Deus mesmo nos diz que não existe nenhuma condenação para
aqueles que estão debaixo da torre forte, que é o nome do Senhor. Que Deus
nos abençoe e nos ajude a observar esse mandamento, para que sejamos sal
na terra e luz no mundo, e possamos trazer glória para o nome do nosso
Deus e Pai.

Lições:
1. Deus não é conhecido e representado por uma imagem visível, mas
pelo seu nome. O nome de Deus revela o que Deus é, fala e faz.
2. O terceiro mandamento nos ordena a reconhecer quem Deus é, como
Ele está tão acima de nós, e a nos aproximarmos dele e falarmos sobre Ele
com humildade, sinceridade e respeito.
3. Precisamos sempre estar pensando sobre quem Deus é todas as vezes
que falamos a respeito dele, oramos a Ele, cantamos o seu nome, etc.
4. O terceiro mandamento nos ordena a fazer tudo para a glória de Deus,
para trazer honra ao nome do Senhor.
5. O terceiro mandamento nos proíbe de pensar, falar e agir com
blasfêmia, indignidade, hipocrisia e irreverência com relação ao nome e às
coisas de Deus.
6. O terceiro mandamento é reforçado com uma ameaça, para nos
mostrar que Deus considera esse pecado muito sério e castigará todos os
que desonram o seu nome.
7. O nome de Deus deve ser respeitado e usado como um tesouro pelo
seu povo, porque o nome de Deus é o nosso conforto, segurança, alegria,
esperança, vitória, justiça, santidade e paz.
8. A obediência ao terceiro mandamento é muito importante porque é
uma maneira poderosa de: (1) glorificarmos a Deus e (2) darmos
testemunho de Deus ao mundo.

Material de Apoio:
Para crianças de 3-7 anos: Um Catecismo para Meninos e Meninas,
perguntas 76-77.
Para crianças e jovens acima de 8 anos: Breve Catecismo, perguntas 53-
54.

Questões:
1. Por que o nome de Deus não é como um nome qualquer?
2. Leia novamente os nomes simples e compostos de Deus listados
no início, e responda: O que esses nomes nos revelam sobre quem Deus
é?
3. O que o terceiro mandamento nos ordena a fazer?
4. Pense em um exemplo de como podemos quebrar o terceiro
mandamento:
a) Pela blasfêmia (ofendendo ou insultando a Deus)
b) Pela vida indigna
c) Pela hipocrisia
d) Pela irreverência.
5. Você acha que a maioria das pessoas, e dos crentes, leva o terceiro
mandamento tão a sério como Deus o leva? E você?
6. Leia a história de Davi e Golias, especialmente

I Samuel 17:45 e responda: o que Davi fez por causa de seu zelo pelo
nome do Senhor? Como ele usou o nome do Senhor nessa ocasião? E
como Deus recompensou Davi por ele ter defendido o nome do Deus de
Israel?
7. Por que o nome de Deus é precioso para nós?
8. Como você pode ser sal na terra e luz para o mundo ao seu redor
ao obedecer esse mandamento?
Lição 5: O Quarto Mandamento e

o Respeito ao Dia do Senhor

Leitura Bíblica: Êxodo 20:8-11 e Hebreus 4: 1-11


Para Memorizar:
Lembra-te do dia de sábado para o santificar (Êxodo 20:8).

 
Já faz muito tempo que as pessoas têm tido muitas dúvidas sobre esse
mandamento. Alguns acham que não podemos fazer absolutamente nada no
Dia do Senhor. Os judeus do tempo de Jesus pensavam assim. Outros
acham que podemos fazer quase tudo, até ver televisão, jogar bola, fazer
compras, etc. Alguns pensam que esse é um mandamento tanto para crentes,
como para descrentes, já que Deus o deu para toda a raça humana, ainda no
início do Livro de Gênesis. Outros acham que esse mandamento é só para a
Igreja, para o povo da aliança. Os Adventistas acham que o dia da semana
que deve ser santificado (separado) é o Sábado, e a maioria dos cristãos
acredita que é o Domingo. Existem também pessoas que acham que esse
mandamento era só para o povo do Antigo Testamento, e não vale mais para
os crentes de hoje. Algumas dessas perguntas são difíceis de responder, mas
vamos estudar esse mandamento para aprender o que a Bíblia nos ensina
com certeza sobre o Dia do Senhor.

Para quê Deus deu esse Mandamento?


Para a Criação Descansar. Crianças, vocês se lembram do que Deus
falou sobre o sétimo dia, quando Ele terminou toda a sua criação? Ele disse
em Gênesis 2:2-3: “E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra,
que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito. E
abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda
a obra que, como Criador, fizera.” Isso significa que desde que criou o
mundo, Deus separou um dia especial para o descanso. Deus mesmo
descansou; não porque Ele ficou muito cansado de ter criado o universo; é
claro que não! “Deus descansou” significa que Ele parou (terminou) a sua
obra, pensou e meditou no que tinha feito e apreciou a sua Criação, vendo
que tudo “era muito bom”. Quando Deus começa esse mandamento
dizendo: “Lembra-te do dia de Sábado, para o santificar”, Ele está
lembrando o seu povo de obedecer uma ordem que já havia sido dada para
toda a raça humana, desde a criação.
E sabem por que Deus deu essa ordem desde o tempo da criação? É
porque toda a criação precisava descansar. Não apenas o povo de Israel,
mas todos os homens, os animais, e mesmo a terra precisa descansar: “Seis
dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do
Senhor, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem
a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o
forasteiro das tuas portas para dentro” (Ex 20: 9,10). Deus não nos fez para
trabalharmos direto, sem nunca parar. Precisamos dormir, precisamos
descansar, e o Deus que nos criou é tão bondoso e justo que ordena esse
mandamento para o nosso bem.
Para Cuidarmos do nosso Coração

e Cultuarmos a Deus. O Dia do Senhor serve não só para o descanso do


nosso corpo, mas também e principalmente para o bem da nossa alma! Ele
serve para nos aproximar de Deus, para aumentar a nossa fé e amor a Deus,
e para crescermos em nossa alma. Você não precisa comer bem, dormir
bastante e se exercitar para o seu corpo crescer saudável? A sua alma
também, para crescer saudável, precisa desse dia para se alimentar da
Palavra de Deus, descansar em Jesus, e se exercitar nas obras de Deus,
fazendo certos exercícios que servem para o bem do nosso coração e para a
promoção do reino de Deus. Esses exercícios da alma são: se alegrar no
Senhor, meditar em Deus, na sua obra e na sua Palavra, e principalmente,
cultuar a Deus na igreja. É verdade que todo dia é dia de adorarmos a Deus,
em casa, sozinhos e em nossas famílias, mas Deus nos deu um dia de festa
para a nossa alma, em que não precisamos fazer os trabalhos dos outros
dias, e podemos ter mais tempo para estar com o povo de Deus e adorar a
Deus juntos, como Ele nos ordena.
3. Para nos Lembrar de um Descanso Melhor. O dia do descanso
serve para nos lembrar de Jesus Cristo. A Bíblia nos diz que Jesus é o nosso
Descanso verdadeiro. Sabem por quê? Porque só Ele pode nos fazer
descansar do nosso trabalho. Que trabalho? Ah, crianças, todos nós
pensamos que podemos salvar a nós mesmos e ir para o céu se fizermos
certas obras boas. Há pessoas que sofrem muito tentando conseguir o favor
de Deus e serem salvas do inferno: elas se ferem, oram o dia inteiro, choram
muito, dão dinheiro para a igreja, fazem bem aos pobres, tentam ser pessoas
boas e justas, e fazem muitas outras coisas, mas não têm descanso ou paz
nenhuma. Elas continuam com medo de Deus e de irem pro inferno.
Somente quando cremos em Cristo é que podemos realmente descansar e
ficar tranqüilos, pois sabemos que não precisamos fazer mais nada para
sermos salvos. Tudo o que precisava ser feito, Jesus fez por nós, quando
viveu nesse mundo e morreu na cruz em nosso lugar. É isso o que o livro de
Hebreus nos ensina, no capitulo 4. Também em Mateus 11:28-30, o próprio
Senhor Jesus nos diz:
Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós
o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso
para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.

Esse mandamento também serve para nos lembrar de um descanso


futuro, diferente e melhor do que tudo o que conhecemos. É verdade que, se
você confia em Jesus, você já descansa nele, já tem paz e alegria em Deus,
mas a Bíblia nos diz que esse descanso ainda não está completo. Existe um
descanso e uma alegria melhor ainda, que só teremos quando Jesus voltar
em glória, e quando entrarmos na Vida Eterna, na cidade celestial, com
nossos corpos ressurretos, para morar para sempre nos novos céus e na nova
terra com o Senhor. Ali, nós finalmente descansaremos de todos os nossos
sofrimentos, de nossas doenças, de nossa luta contra o pecado, contra o
mundo, contra Satanás e contra o nosso coração mau. E o Dia do Senhor
serve para nos lembrar e nos fazer desejar esse descanso final que Deus nos
prometeu.

O que esse

Mandamento nos Manda Fazer?


1. Lembrar do Dia do Senhor. Deus sabe que é tão fácil esquecermos
de guardar o dia do Senhor! Por isso ele começa o mandamento dizendo:
“Lembrem desse dia!” O povo de Deus, no livro de Êxodo, já tinha se
esquecido desse mandamento que Deus havia dado em Gênesis! As muitas
atividades que fazemos durante os seis dias da semana acabam ocupando
tanto a nossa mente e o nosso tempo que acabamos esquecendo o Domingo,
de nos preparar para ele. Aí, de repente, nós acordamos tarde um dia, nem
sabemos que dia é, e só depois nos lembramos de que é Domingo, e já passa
da hora de ir pra igreja... e estamos todos atrasados e irritados! Por isso,
precisamos nos lembrar do dia do Senhor durante toda a semana, de que ele
é uma bênção para nós, e isso nos ajudará até a obedecermos melhor os
outros mandamentos de Deus.
2. Santificar ou Separar para Deus os tempos que Ele indicou na sua
Palavra, especialmente um dia a cada sete. No Antigo Testamento, Deus
havia mandado que o seu povo separasse muitos dias e tempos especiais,
não só o Sábado. Eles deveriam separar, às vezes, semanas inteiras para ir à
cidade de Jerusalém e comemorar certas festas que Deus havia ordenado.
Eles deveriam até separar um ano em cada sete para a terra descansar, e
nesse ano eles não deveriam plantar suas lavouras. No Novo Testamento,
com a vinda de Cristo ao mundo, muitos desses dias não precisam mais ser
guardados, mas mesmo hoje, Deus nos manda separar algum tempo, todos
os dias, para orar e ler a Bíblia, e esse mandamento está nos lembrando de
guardar todos esses tempos. Mas especialmente, Deus nos manda separar e
considerar santo um dia em cada sete. Esse dia era o sétimo dia da semana
(o Sábado) desde o início do mundo até a ressurreição de Cristo. Mas a
partir daí, até o final do mundo é o primeiro dia da semana (o Domingo),
também chamado de “o Dia do Senhor”, porque foi nesse dia que Jesus
ressuscitou, apareceu aos discípulos e a Igreja passou a cultuar a Deus no
Domingo ao invés do Sábado.
3. Trabalhar seis dias. “Trabalhar? Eu pensei que esse fosse um
mandamento para descansar!” Você ficou surpreso assim? Ora, quem é que
precisa descansar? É quem está cansado, não é mesmo? Então esse
mandamento também nos ensina que devemos trabalhar bastante de
Segunda até Sábado, ajudando em casa, estudando com esforço, fazendo
todos os nossos deveres - até adiantando alguns do domingo - servindo os
outros, e também brincando e fazendo outras coisas que gostamos. Deus
nos deu seis dias inteiros para fazermos tudo o que precisamos e gostamos.
E devemos aproveitar bem esses dias, sem sermos preguiçosos. Quem não
trabalha duro durante a semana não tem direito de ter um dia especial para
descansar! Crianças cristãs devem ser sempre trabalhadoras e dedicadas a
semana inteira, para poderem aproveitar bem o descanso do Domingo.

Como Devemos Guardar

ou Santificar o Dia do Senhor?


1. Descansando o nosso corpo. Durante um dia inteiro, devemos deixar
de fazer não só atividades pecaminosas, mas até os trabalhos e recreações
que são bons e certos nos outros dias. Estudar, limpar a casa, dar banho no
cachorro, passear com a família, fazer compras, esses são trabalhos bons
para fazermos de segunda até sábado. Mas essas coisas também nos deixam
cansados, e Domingo é dia de descansar. Se você fica com sono na hora do
culto, seria bom dormir à tarde, ou dormir cedo na noite anterior, para que
possa prestar atenção na igreja.
Você pode perguntar: “Então é sempre errado fazer qualquer trabalho no
dia de Domingo?” Não. Existem dois tipos de trabalhos que podemos fazer,
mesmo no dia de Domingo: 1) Podemos fazer coisas necessárias: o pastor,
por exemplo, precisa trabalhar mais no domingo do que nos outros dias.
Alguém precisa preparar ou servir nossa comida no Domingo. O policial
tem que guardar a cidade nesse dia. Os médicos e enfermeiros precisam
estar no hospital, porque nós também adoecemos no dia de Domingo, e
assim por diante. Esses trabalhos que são necessários precisam ser feitos
mesmo no Domingo. 2) Podemos fazer coisas bondosas para os outros:
Jesus fez muitas obras assim no Sábado, que era o dia de descanso no
Antigo Testamento. Ele curou pessoas doentes, expulsou espíritos maus,
deu de comer aos seus discípulos, e nós também podemos fazer coisas
assim. Tem pessoas que visitam prisões e abrigos de velhinhos no
Domingo, para ler a Bíblia para eles, e isso é muito bom. Se o seu
cachorrinho se machuca, você deve fazer tudo o que for preciso para cuidar
dele. Essas são chamadas obras de misericórdia, e podemos fazer essas
coisas no Dia do Senhor sem nenhum problema.
2. Cultuando a Deus. Devemos nos alegrar em passar o maior tempo
possível cultuando a Deus, na igreja e em casa, tirando somente o tempo
que precisamos para fazer aquelas coisas que são realmente necessárias ou
bondosas, como comer e ajudar os outros, e para descansar. Em casa,
podemos ler a Bíblia, ou pedir que nossos pais nos leiam histórias bíblicas,
podemos ler bons livros cristãos, que nos ajudem a entender a Palavra de
Deus, podemos fazer perguntas aos nossos pais sobre a pregação, podemos
orar por mais tempo e temos a oportunidade de estar reunidos com a nossa
família. Mas principalmente, devemos ir para a Casa de Deus, nos reunir
com o povo do Senhor para adorar, cultuar, cantar louvores e aprender a
respeito dele na igreja. Deus promete nos abençoar muito se estivermos
sempre em sua Casa, reunidos em seu nome.
3. Pensando no que Deus fez e no que Deus ainda vai fazer. Devemos
usar o Domingo também para pensar sobre o que Deus fez na criação do
mundo, como Ele fez tudo tão bom! Podemos pensar na Salvação que Jesus
nos deu, lembrando do que Ele fez na cruz para nos dar descanso. Você
pode pensar em como Deus tem abençoado a sua vida e a sua família, desde
que você era um bebezinho até agora, cuidando de você, livrando sua
família de acidentes e de todo mal. E não se esqueça de pensar também no
que ainda irá acontecer no futuro, quando você morrer e for para o céu, ou
quando Jesus voltar, destruir esse mundo mau, e nos fizer habitar nos novos
céus e na nova terra que irá transformar. Quando você estiver descansando
no domingo, ou na igreja louvando a Deus, lembre e deseje o dia em que
você vai descansar e louvar a Cristo para sempre.
 

 
4. Estando preparados para o dia do Senhor. Sabem, crianças, todos
nós devemos preparar o nosso coração e a nossa vida antes do Domingo
chegar. Como podemos preparar o nosso coração para esse dia? Podemos
orar pedindo que Deus nos abençoe no Domingo, e podemos ficar alegres e
animados que o Dia do Senhor está chegando de novo! Podemos nos
lembrar das lições e dos versículos que aprendemos no domingo passado. E
podemos cantar:
“Alegrei-me quando me disseram:

Vamos, vamos à casa do Senhor!


O servo do Senhor vai à casa do Senhor

no dia do Senhor, no dia do Senhor,

Levado pela fé no nosso Salvador

Para estudar o livro do Senhor.

Eu vou ali cantando, e volto aqui trazendo,

almas preciosas pra Jesus, meu salvador,

Como é bom ser um crente, como é bom,

segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado e domingo inteiro, como é bom!”

Também, antes do domingo chegar, devemos nos lembrar de fazer certas


coisas com antecedência, para que possamos estar mais livres e preparados
para esse dia. Quem sabe você pode separar as suas roupas, sapato e meias
que irá usar na igreja ainda no sábado, para que não fique na correria no
domingo de manhã. Ou pode ajudar a sua mãe a pôr a mesa ou a fazer
comida no sábado. Você pode arrumar o seu quarto, fazer seus deveres de
casa, procurar sua Bíblia e canetas que precisará levar pra igreja, e você
pode ainda pensar em outras coisas que pode fazer para se preparar para o
domingo. Tudo aquilo que nós pudermos fazer antes ou deixar para o outro
dia, melhor fazer antes ou depois, para que nós possamos ter um bom tempo
para descansar, edificar a nossa alma e glorificar a Deus no dia do Senhor.
5. Ajudando outros a guardar esse dia. Querida criança, você sabia
que pode ajudar outras pessoas a guardar esse dia? Você pode ajudar a sua
mãe a arrumar a casa e o seu quarto no sábado, você pode lembrar seu
irmãozinho que domingo não é dia de brincar, e se um amiguinho lhe
convida pra ir jogar bola ou nadar na sua piscina no domingo, você pode
agradecer e explicar pra ele que isso é errado. Mas especialmente os pais,
mães e outras pessoas em autoridade precisam cuidar para que o dia seja
guardado por toda a família e empregados, nunca pedindo que eles
trabalhem no Dia do Senhor se não for realmente necessário.

O que não Devemos

Fazer no Dia do Senhor?


1. Deixar de fazer ou fazer malfeito o que Deus ordena para o
Domingo. Ficar em casa ao invés de ir pra igreja, brincar e estudar no Dia
do Senhor, e assim por diante, é desobedecer a esse mandamento. E também
não adianta fazer as atividades do domingo só por fazer. É pecado fazer
esses deveres reclamando, sem sinceridade e sem aproveitá-los. Nunca
deveríamos ficar cansados e chateados por ter que ler a Bíblia no domingo e
meditar na pregação que ouvimos. Também não adianta muita coisa
estarmos na igreja, cantando e orando, se o nosso coração está longe dali, e
estamos pensando só nas brincadeiras, nos lanches e nas coisas que vamos
fazer depois do culto.
2. Estragar esse dia pela preguiça ou qualquer outro pecado. Se você
é preguiçoso ou dorme o domingo todo, você está estragando esse dia, sabia
disso? É bom descansar um pouco, mas lembrem que é preciso também
fazer coisas como ler a Bíblia e pensar em Deus. Se seus pais são cristãos,
peça para eles lhe explicarem a mensagem do pastor, ou para lhe contarem
histórias de como Deus tem abençoado a sua família. Se você já sabe ler,
você mesmo pode ler histórias da Bíblia para seus irmãozinhos pequenos.
Você pode dar uma volta no seu jardim e apreciar a natureza que Deus
criou. Ou que tal escrever um versículo ou uma cartinha para alguém de sua
igreja que está doente e triste? Tem tantas coisas boas que podemos fazer no
domingo! Mas nunca seja preguiçoso. E devemos também fugir do pecado,
especialmente nesse dia. Que adianta dizer: “eu não assisto televisão no
domingo”, mas você passa a tarde falando mal de um colega ou discutindo
com seus irmãos? Que adianta ir para a Escola Dominical, e ficar com raiva
da professora que chamou a sua atenção? Vocês sabiam que podemos até
estar na igreja e pecando ao mesmo tempo se ficamos pensando que somos
melhores do que nossos colegas que estão jogando bola na rua? Pecados
assim estragam o Dia do Senhor, e Deus não vai lhe abençoar.
3. Pensar, falar ou fazer coisas que tem a ver com o nosso trabalho,
estudos e diversões. Atenção, crianças! O Domingo não é dia de estudar
para a prova, ou fazer o dever de casa que é pra entregar na segunda-feira.
Não é dia nem de falar demais sobre essas coisas do dia a dia. Devemos
cuidar do que falamos, pra não gastar o domingo só conversando com os
nossos coleguinhas sobre as notas na prova, ou sobre a sua viagem do final
de semana e não sobre as coisas de Deus. E mais, no Dia do Senhor, nós
não deveríamos nem ficar pensando no trabalho, nos estudos e nas
diversões da semana. Já aprendemos sobre o que devemos pensar no dia do
Senhor. Você se lembra?
Ouçam essa história interessante sobre um pregador do século XVIII
chamado William Grimshaw. Certa vez ele estava anunciando uma vaca
para vender. E a pessoa que se interessou em comprar a vaca ficou
desconfiada e quis saber, afinal de contas, porque que ele queria vender a
vaca: se a vaca estava doente ou se tinha algum problema. E Grimshaw
respondeu: “Não se preocupe, pois o problema que ela causa pra mim, ela
não deve causar para você!” “E qual é o problema?” perguntou o homem.
“É que essa vaca está me perseguindo no púlpito”, respondeu Grimshaw.
“Eu gosto tanto dessa vaca, acho ela tão bonita, me preocupo tanto com o
que fazer pra ela ficar mais forte e saudável, que mesmo quando eu vou
pregar a Bíblia, eu acabo lembrando dela! E isso é muito errado! Então
decidi que o melhor que posso fazer é me desfazer dela!” Crianças, vocês
podem estar rindo dessa história, mas com certeza vocês também tem as
suas “vacas”, que ficam perseguindo vocês no domingo, na igreja, no
cultinho doméstico. E o melhor é seguir o exemplo do Grimshaw: vender a
vaca. Você entende?

Quais as Razões que Deus nos dá

para Obedecermos o Quarto Mandamento?


1. Esse é um mandamento justo. Nós não temos do que reclamar,
porque Deus nos deu seis dias inteiros para podermos trabalhar e cuidar dos
nossos interesses, e Ele pede para separarmos apenas um dia para
cuidarmos das coisas de Deus. Só um! É mais do que justo!
2. Deus abençoou esse dia. Deus mesmo foi quem criou e fez desse dia
um dia especial. Você quer ser abençoado por Deus? Então guarde o dia que
Ele mesmo abençoou desde a Criação.
3. Deus mesmo nos deu o exemplo. Não é incrível que Deus mesmo
guardou o dia sétimo e o santificou? Ele nos ensinou a guardar o Domingo
pelo seu próprio exemplo quando terminou a Criação em seis dias, e então,
descansou. Não deveríamos querer seguir o exemplo do nosso Deus?
4. Esse dia existe para o nosso próprio bem. Deus criou esse dia e nos
deu esse mandamento para o nosso bem. Se guardarmos o Dia do Senhor,
então iremos ser felizes, viveremos animados e contentes, poderemos
crescer na fé e alimentar o nosso coração e ainda estaremos agradando a
Deus. Se desprezarmos esse dia, estaremos ofendendo a Deus e ainda
fazendo um mal terrível para nós mesmos, estragando a nossa vida e
matando a nossa alma.

Lições:
1. Deus deu o quarto mandamento (“Lembra-te do dia de sábado para o
santificar”) com três propósitos: para a criação descansar do trabalho da
semana, para o bem da nossa alma, e para nos lembrar do descanso muito
melhor que temos em Jesus e que teremos no Céu.
2. O quarto Mandamento nos ordena a nos lembrarmos do dia do Senhor,
a separarmos o Domingo todo para Deus e a trabalharmos com diligência
no resto da semana.
3. Devemos santificar ou guardar o dia do Senhor assim: descansando o
nosso corpo, cultuando a Deus, pensando em Deus e no que Ele faz,
preparando o nosso coração e as nossas atividades com antecedência para o
Domingo, e ajudando outras pessoas a guardar esse dia também.
4. O quarto Mandamento nos proíbe de fazer ou de fazer malfeito e de
má vontade as coisas que Deus nos ordena no dia do Senhor; nos proíbe
também de sermos preguiçosos e pecarmos, e de ficar fazendo, falando ou
pensando em coisas que tem a ver com o nosso trabalho, estudos e
diversões da semana no dia que é separado para Deus.
5. Deus nos diz que devemos obedecer esse mandamento ainda mais
porque: esse mandamento é mais do que justo; porque foi Deus mesmo
quem abençoou esse dia e promete nos abençoar se o santificarmos; porque
Deus também guardou esse dia santo e nos deu o exemplo; e porque esse
dia existe para o nosso próprio bem.

Material de Apoio:
Para crianças de 3-7 anos: Um Catecismo para Meninos e Meninas,
perguntas 78-82.
Para crianças e jovens acima de 8 anos: Breve Catecismo, perguntas 58-
62.
 

Questões:
1. Leia de novo o primeiro parágrafo dessa lição e tente responder
algumas das dúvidas que as pessoas têm sobre o quarto mandamento.
2. Quais são os três motivos para Deus ter nos dado esse
mandamento?
3. O que precisamos fazer para a nossa alma crescer saudável?
4. Se queremos guardar o Dia do Senhor, o que precisamos fazer no
Domingo e durante a semana?
5. Como você e sua família poderiam se preparar melhor durante a
semana para estarem mais desocupados no Domingo?
6. Quais são as coisas que não devemos fazer no Dia do Senhor?
7. Você lembra da história sobre a vaca do pastor Grimshaw? Quais
são algumas das coisas que ficam vindo à sua mente e lhe atrapalhando
no culto e no Domingo? O que você poderia fazer para se livrar desses
pensamentos?
8. Leia na Bíblia o quarto mandamento completo, e tente achar ali
algumas das razões que Deus nos dá para nos animar a obedecer esse
mandamento.
9. Existem pessoas na sua família ou que você conhece que não
guardam o Dia do Senhor? O que você poderia fazer para ajudá-los a
obedecer o quarto mandamento?
Lição 6: O Quinto Mandamento e

o Respeito às Autoridades

Leitura Bíblica: Êxodo 20:12; Efésios 6:1-4.


Para Memorizar:
Honra a teu pai e a tua mãe (Êxodo 20:12).

 
Crianças, vocês lembram que na primeira lição deste livro vocês
aprenderam sobre a ordem dos Dez Mandamentos e sobre os dois grupos
em que eles estão divididos? Pois bem, nós acabamos de estudar o primeiro
grupo de quatro mandamentos, que têm a ver com Deus. Agora vamos
começar a estudar os últimos seis mandamentos, que nos ensinam a nos
relacionar com as outras pessoas e criaturas. O quinto mandamento é muito
conhecido, especialmente das crianças, mas vamos já aprender que ele não
é um mandamento só para crianças, mas é para todos, até para o velhinho
mais idoso. O quinto mandamento diz assim: “Honra a teu pai e a tua mãe,
para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá”.
Lembrem, crianças, que a ordem dos mandamentos é muito importante.
Deus colocou esse mandamento no lugar certinho, depois dos mandamentos
que nos ensinam sobre Deus e no início dos mandamentos que têm a ver
com o nosso próximo. E ele tem tudo a ver com o que já estudamos até
agora sobre Deus. Primeiro, aprendemos que existe um só Deus e que só
Ele deve ser adorado. Depois disso, aprendemos como devemos adorar a
Deus, não através de nenhuma imagem, mas somente como Ele ordena na
Bíblia. Então aprendemos que o nome do Senhor revela e representa a
Deus, e não deve ser tomado em vão, mas deve ser sempre falado com todo
o respeito. Depois aprendemos sobre o Dia do Senhor, que deve ser
separado para o nosso descanso e para o bem da nossa alma. E vejam o que
é muito importante, crianças: foi esse Deus, verdadeiro, santo, todo-
poderoso e bondoso que ordenou que honremos nossos pais e mães. Vocês
sabiam que foi Deus mesmo quem deu aos seus pais a autoridade que eles
têm sobre vocês? Nossos pais são representantes de Deus, e quando
honramos a eles, estamos honrando o próprio Deus que os colocou sobre
nós.
Só que esse mandamento não está falando apenas sobre pais e filhos. Ele
está falando de todas as pessoas que Deus colocou sobre nós e que têm
autoridade sobre nós: nossos pais, nossos avós, nossos governantes, nossos
professores, os pastores e os diáconos da nossa igreja, os policiais e muitos
outros. É Deus quem dá a essas pessoas autoridade sobre nós, e devemos
obedecê-los e honrá-los se quisermos honrar e agradar a Deus. A Bíblia
mesmo ensina sobre a honra e a obediência que as crianças devem dar aos
seus pais, que os empregados devem dar aos patrões, que os membros de
uma igreja devem dar aos seus líderes, que o aluno deve dar ao seu mestre,
e que os cidadãos devem prestar às autoridades de seu país. E mais: a Bíblia
sempre dá ensinos para os dois lados: as crianças têm que obedecer, e os
pais têm que ser sábios para não provocar os filhos à ira; os servos têm que
ser trabalhadores e obedientes, e os patrões têm que ser bondosos com eles.
As mulheres têm que ser submissas aos maridos, e os maridos têm que amar
a sua esposa. Então, todas as pessoas têm deveres para com as outras
pessoas. Todos precisamos obedecer os mandamentos de Deus.
O quinto mandamento ensina que existem coisas que devemos fazer e
coisas que não devemos fazer para as pessoas que estão acima de nós -
como os nossos pais - para as pessoas que estão abaixo de nós - como
nossos irmãozinhos pequenos, e para as pessoas que são iguais a nós - como
os nossos coleguinhas. E se prestarmos atenção e buscarmos obedecer a
esse mandamento, nossa vida será muito mais feliz e tranqüila em casa, na
igreja, na escola, em todo lugar.

Atenção, Crianças!

O que Devemos Fazer para Honrar as

Pessoas que Deus Coloca Acima de Nós?


1. Ser reverentes. Ser reverente significa tratar com respeito e honra os
nossos pais e governantes pelo modo como falamos ou agimos. Devemos
chamar nossos pais com respeito, de “senhor” e “senhora”. Devemos
responder a eles com toda humildade. Antigamente, as pessoas mais novas
até se dobravam diante dos mais idosos, ou diante dos que tinham
autoridade sobre eles. Mesmo José, quando era o grande governador da
terra do Egito, se dobrou diante de seu pai idoso. Até a nossa postura fala se
estamos sendo reverentes para com as autoridades. Dar as costas, virar os
olhos, caçoar, fingir que não ouve, tudo isso mostra desrespeito para com as
autoridades.
2. Orar e agradecer por elas. A Bíblia nos manda orar pelas nossas
autoridades. Se elas são boas e amáveis, devemos agradecer a Deus por ter
nos dado pais, professores e presidentes cristãos e bondosos. Se eles são
ímpios e ruins, ainda mais você precisa orar por eles, para que Deus os
converta e os ajude a tomar decisões boas e sábias.
3. Ser obedientes. Devemos sempre obedecer às pessoas que Deus
coloca sobre nós, a não ser que elas nos mandem desobedecer a Deus: aí
não! Quando as autoridades romanas disseram para Pedro parar de pregar
ao povo a Palavra de Deus, ele respondeu: “Importa antes obedecer a Deus
do que aos homens”. Mas quando as nossas autoridades nos dão bom
exemplo, devemos imitá-las, e essa é outra maneira de demonstrar respeito.
4. Cuidar delas. Agora, crianças, vocês são pequenos, e os seus pais
cuidam de vocês o tempo todo e lhes dão tudo o que vocês precisam. Mas
vai chegar um dia em que seus pais vão ficar velhinhos e vão precisar que
vocês cuidem deles, que lhes dêem atenção, carinho, e às vezes até que os
sustentem com o seu dinheiro. Se um dia você ficar rico e tiver carros e
casas bonitas, nunca deixe os seus pais na pobreza, pois isso seria muito
errado. Quando você crescer, não esqueça disso, de cuidar dos seus pais
quando eles estiverem doentes, de dar para eles tudo o que eles precisam e
até estar disposto a dar a eles o melhor do que vocês vierem a ter.
5. Ser fiéis a elas e defendê-las. Você deve estar pronto para defender e
proteger os seus pais e as autoridades sempre que eles precisarem de ajuda.
A Bíblia diz que os filhos devem apoiar os pais quando outras pessoas
vierem enfrentá-los, ou falar mal deles. Você deve se levantar e dizer: “Não
diga isso do meu pai ou da minha mãe!” Se você fica ouvindo e acreditando
em fofocas sobre sua professora, você não está sendo fiel a ela, e está
quebrando o quinto mandamento.
6. Suportar as suas fraquezas e encobrir as suas faltas. Crianças, vou
lhes fazer uma pergunta: os seus pais e os seus governantes erram? Você
sabe que sim. Eles têm falhas e defeitos? Sim. Eles têm fraquezas ou pontos
fracos? Com certeza! E você pode enxergar essas coisas muito melhor do
que outros que estão de fora da família. Mas a Bíblia nos diz que isso não é
desculpa para não honrarmos a eles ou para os desobedecermos. Não! Sabe
o que você deve fazer quando vê que o seu pai, mãe, professor ou
governador fez alguma coisa errada? Você deve encobrir esses erros. Não
que você os aprove, mas você não deve fazer fofocas a respeito deles. Você
deve ficar caladinho, e nunca espalhar isso para os outros, para não causar
vergonha para eles.
A Bíblia fala de um acontecimento triste na vida de Noé. Ele era homem
justo e temente a Deus, mas certo dia, ele se descuidou, bebeu vinho
demais, ficou embriagado e acabou tirando a roupa e dormindo nu na sua
tenda. O seu filho, Cam, viu isso e foi fofocar para seus outros dois irmãos.
Mas Sem e Jafé correram e cobriram seu pai para que ninguém mais visse o
seu pai naquela situação tão feia. Eles fizeram certo e foram abençoados,
mas Cam fez algo muito errado e a Bíblia diz que ele recebeu um castigo
terrível por ter desonrado Noé.
Mesmo quando nossos pais ou autoridades são ruins e maus, ainda assim
devemos honrá-los e tratá-los com respeito por temor a Deus, porque foi
Deus quem os escolheu e os colocou sobre nós. Podemos orar pra que Deus
mude e converta os seus corações. Agora, se eles nos mandarem fazer o que
não agrada a Deus, então, nesse caso, não devemos obedecê-los. Mas nunca
devemos nos rebelar nem ficar falando mal e rindo deles, ou querendo o
mal para eles.
O que Não Devemos Fazer para as

Pessoas que Deus Coloca Sobre Nós?


1. Negligenciar os nossos deveres. Mesmo as crianças têm os seus
deveres: arrumar a cama, ajudar no trabalho de casa, lavar a louça, guardar
os seus brinquedos, fazer a lição da escola. Além desses, acabamos de
aprender o que devemos fazer para as pessoas que estão acima de nós. Se
você deixa de fazer esses deveres, ou faz o seu dever malfeito, ou de má
vontade, você está desonrando as suas autoridades.
2. Ficar com inveja das nossas autoridades. Se você pensa: “eu não
queria ser só um empregado, eu queria estar no lugar do meu patrão, que é
rico e mora num lugar tão bonito...”. Ou então: “eu que deveria ser o líder
da minha classe, no lugar daquele colega!” Você vai estar errando.
3. Desprezar, zombar, ser rebeldes e falar mal dessas pessoas ou de
seus conselhos. Isso é tão sério, crianças, que no Antigo Testamento, se um
filho batesse ou zombasse de seu pai ou mãe, sabe qual era o seu castigo?
Ele deveria ser apedrejado até a morte! Nunca despreze as suas autoridades,
nem mesmo os conselhos e leis que eles lhe dão. Se você sabe que deve
sempre usar o cinto de segurança no carro, e esse é um bom conselho, então
não desobedeça. De nada adianta parecer que respeita a sua mãe ou
professora, sempre dizer: “Sim, senhora”, se você não dá ouvidos para os
bons conselhos que elas lhe dão.
4. Fazer coisas escandalosas que envergonhem nossas autoridades.
Com certeza você já viu e ouviu crianças rebeldes chorando, se jogando no
chão e fazendo um escândalo no shopping, ou em outro lugar. Não é
verdade que essas crianças causam muita vergonha para seus pais? Mesmo
crianças maiores podem envergonhar os seus pais pelas coisas que fazem,
pelos amigos que escolhem, pelos lugares onde andam e pelas roupas que
vestem. Eles estão pecando contra seus pais também.

Atenção, Pais!

O que as Autoridades Devem Fazer para

as Pessoas que Deus Coloca Abaixo Delas?


Todas as pessoas têm deveres e direitos. Não são somente os filhos e
alunos que têm deveres; os seus pais e professores também têm. E cada um
deve estar preocupado não com os direitos que têm, mas em fazer os seus
deveres. Quais são os deveres que as autoridades têm para com as pessoas
que estão debaixo delas? O que os governantes devem fazer pelas outras
pessoas? Como os patrões devem agir com os seus empregados? Como
você deve agir para com seus irmãos menores quando a sua mãe lhe deixa
cuidando deles? A Bíblia ensina que as pessoas em autoridade devem ser
como pais para as pessoas que estão debaixo delas. Imaginem como seria
feliz um lugar em que os pais, professores, governantes, diretores, etc.
fizessem todas essas coisas pelos outros:
Amar e querer o bem deles.
Orar por eles.
Ensinar e dar a eles bons conselhos.
Animá-los a fazerem o bem (incentivando e recompensando se fazem o
bem e repreendendo e castigando os que fazem o mal).
Proteger e dar a eles tudo o que precisam para o bem da sua alma e do
seu corpo.
Dar um bom exemplo, sendo santos, sérios

e sábios.
O que as Autoridades Não Devem Fazer

para as Pessoas que estão Debaixo Delas?


1. Negligenciar os seus deveres.
2. Ser egoístas, querendo somente o seu próprio bem, a sua própria
glória, o seu próprio descanso ou diversão, e esquecendo-se dos outros.
3. Pedir que eles façam coisas erradas ou difíceis demais.
4. Não cuidar deles, colocando-os em perigos e tentações.
5. Provocá-los e deixá-los com raiva sem motivo.
6. Não se dar respeito, por agirem eles mesmos de maneira injusta,
indiscreta, rigorosa ou negligente.

Atenção, Irmãos e Colegas!

O que Devemos Fazer para as Pessoas

que estão na Mesma Posição que Nós?


Esse mandamento fala não somente de como devemos tratar as pessoas
que estão acima de nós e abaixo de nós, mas também de como devemos agir
para com as pessoas que Deus coloca no mesmo nível que nós: nossos
irmãos, nossos colegas na sala de aula, os outros membros de nossa igreja,
os outros cidadãos de nosso país. Como nós devemos tratar essas pessoas
que não estão nem acima, nem abaixo de nós?
1. Considerar os outros mais importantes do que nós. Crianças, vocês
nunca devem ficar olhando para si mesmos e pensando que você é mais
bonito, mais inteligente, mais obediente, mais engraçado, e assim por
diante, do que os seus irmãos e colegas. Essa é a tendência do seu coração,
mas você deve lutar contra isso com ações e orações. Você deve sempre
pensar que os outros são melhores e mais importantes do que você, não
interessa quem for o outro. Você deve sempre pensar que eles merecem
mais do que você, e estar pronto para dar a eles o melhor brinquedo, o
melhor lugar, o melhor pedaço do bolo.
2. Nos alegrar quando eles se destacam. A Bíblia nos ensina que
devemos ficar alegres e contentes quando nossos irmãos e colegas se
destacam, quando eles tiram boas notas, fazem trabalhos bonitos, jogam
bem ou ganham prêmios e presentes especiais. Deveríamos ficar tão alegres
como se nós mesmos tivéssemos nos destacado e ganho estas coisas
especiais!

O que Não Devemos Fazer para as Pessoas que


estão na Mesma Posição que Nós?
1. Deixar de cumprir com nossos deveres para com eles e deixar de
tratá-los com bondade. Se você não considera os seus irmãos e colegas
melhores do que você, e não se alegra com eles, você está pecando contra
eles e contra Deus. Devemos amar os outros como a nós mesmos.
2. Tentar diminuí-los ou falar mal deles. Mesmo criancinhas muito
pequenas já têm essa tendência de “querer aparecer” e de diminuir os
outros. Elas dizem coisas como: “a minha pintura está bonita, mas a dele
está toda rabiscada”; ou: “Professora, o João só ganhou a corrida porque ele
é mais alto”. Essas coisas vêm de pequenos corações cheios de orgulho.
3. Ter inveja deles. Deus fez as pessoas diferentes. Ele planejou os seus
rostos, corpos, cor de olhos e de cabelo. Ele deu a alguns facilidade para
aprender uma matéria, enquanto outros acham fácil outra matéria. Deus deu
a alguns muito dinheiro, e a outros, pouco. Mas tudo vem de Deus. Nós
devemos sempre tentar descobrir e melhorar os dons que Deus nos deu, sem
ficar nos comparando com os outros, para que o nosso coração nunca fique
cheio de inveja das outras pessoas, do que eles têm, e do que eles podem
fazer. A inveja é um pecado horrível que faz mal para os outros e
principalmente para nós mesmos.
4. Ficar tristes quando eles se dão bem. Estamos desobedecendo o
quinto mandamento toda vez que o nosso coração se entristece quando
nossos amigos, colegas e irmãos se destacam e se dão bem, ou são
elogiados, ou ganham coisas especiais. Você já se sentiu assim alguma vez?
5. Tentar tomar o lugar deles. Às vezes, estamos tão cheios de inveja e
de orgulho que estamos dispostos até a fazer uma coisa muito feia: passar
por cima dos outros, tomar o lugar deles, agarrar o brinquedo de sua mão,
inventar mentiras malvadas para prejudicar o colega, e ainda podemos fazer
muitas coisas piores. Querida criança, nunca deixe as coisas chegarem nesse
ponto. Quando começar a sentir vontade de fazer assim, pare, ore a Deus, e
peça que Ele lhe ajude a não pecar contra esse mandamento.

Como Deus nos Anima a

Obedecer esse Mandamento?


Você não imaginava que esse mandamento tinha tanta coisa a nos
ensinar, não é mesmo? Mas sabemos que é assim, porque quando Jesus
explicou alguns dos Dez Mandamentos, Ele mostrou o quanto eles vão além
do que pensávamos! Temos muitos deveres para com todas as pessoas, e é
tão fácil pecar contra elas e contra Deus, que os colocou como nossos pais,
professores, irmãos, vizinhos, alunos, empregados, etc. E o pior é que temos
um coração pecador e mau que quer fazer tudo ao contrário do que Deus
ordena. Somos desobedientes, egoístas, rebeldes, e só Deus pode nos dar
forças para obedecer aos seus mandamentos.
Sabendo disso, Deus foi tão gracioso conosco, que Ele ainda nos ajuda a
obedecer acrescentando uma grande promessa. Esse mandamento é tão
importante, que é o primeiro mandamento que tem uma promessa especial
para os que o obedecem: “Para que se prolonguem os teus dias na terra que
o Senhor, teu Deus, te dá”. Deus promete recompensar os que buscam
obedecer a esse mandamento. Quem obedece a seu pai, mãe e autoridades
terá uma vida longa e tudo lhe irá bem. É claro que Deus pode ter planos
diferentes para a vida de algumas pessoas, que podem vir a morrer jovens e
a enfrentarem sofrimentos mesmo que tenham sido obedientes às
autoridades, mas Deus mesmo nos diz que, em geral, quem obedece a esse
mandamento terá uma vida longa e tranqüila. E sabemos que mesmo que
não tenhamos uma vida longa nessa terra, Deus nos promete uma vida
eterna nos novos céus e na nova terra que Ele tem preparado para aqueles
que O temem e que são submissos e obedientes às autoridades que Ele
colocou em suas vidas. Que Deus abençoe cada um de vocês que está lendo
esse livro e que deseja, de coração, ser obediente a seus pais e temente a
Deus.

Lições:
1. Deus é quem coloca as pessoas nos seus lugares: uns sobre outros, e
outros como iguais.
2. Esse mandamento ensina a todos nós como devemos tratar as outras
pessoas que Deus coloca acima, abaixo ou na mesma posição que nós.
3. Honrar pai e mãe significa ser respeitoso, orar por eles, obedecer,
cuidar, ser fiel, defender, e encobrir com amor os erros de todas as pessoas
que Deus coloca com autoridade sobre nós.
4. Também significa que nunca devemos negligenciar os nossos deveres
para com elas, nem ficar com inveja delas, nem desprezar, zombar, se
revoltar ou falar mal delas ou de seus conselhos, e nunca envergonhá-las
pelo que fazemos.
5. Pessoas com autoridade sobre outras devem ser como pais para elas, e
devem amá-las e querer o seu bem, orar por elas, ensinar, dar bons
conselhos, e encorajar essas pessoas a fazerem o bem, além de cuidar delas
e de dar-lhes sempre um bom exemplo.
6. Governantes, policiais, professores, pais, patrões, nunca deveriam ser
irresponsáveis, egoístas, pedir que os outros façam coisas erradas ou difíceis
demais, colocar os outros em perigo, provocar e deixar os outros com raiva,
nem trazer vergonha para si mesmos.
7. Algumas pessoas não estão nem acima, nem abaixo de nós: são nossos
colegas de classe, irmãos, primos, vizinhos, etc. Esse mandamento nos
ensina a considerar essas pessoas sempre melhores do que nós, a nos alegrar
quando elas prosperam, a sempre fazer tudo o que devemos a elas, a nunca
tentar rebaixá-las, a nunca ter inveja delas e jamais tentar tomar o lugar e a
honra que lhes pertencem.
8. Deus promete recompensar os que guardam o quinto mandamento
com uma vida feliz, tranqüila e longa nesse mundo, e com a vida eterna na
gloriosa cidade celestial.

Material de Apoio:
Para crianças de 3-7 anos: Um Catecismo para Meninos e Meninas,
perguntas 73-84.
Para crianças e jovens acima de 8 anos: Breve Catecismo, perguntas 63-
66.
 

Questões:
1. Quem são as pessoas que Deus colocou acima de você? E abaixo
de você? E como iguais a você?
2. O que você deve fazer para honrar as pessoas que estão acima de
você? Qual desses deveres você acha mais difícil de fazer?
3. O que podemos fazer quando pais, professores, diretores,
governadores ou presidentes são maus e não temem a Deus?
4. Tente descrever como seria uma autoridade boa. Se você fosse um
pai, um professor, ou um presidente, como você deveria ser?
5. Como você deve tratar os seus irmãos e

colegas?
6. Você conhece ou já ouviu falar de pessoas que escaparam de
morrer ou de problemas por terem sido obedientes às autoridades?
Lição 7: O Sexto Mandamento e

o Respeito à Vida

Leitura Bíblica: Êxodo 20: 13


Para Memorizar:
Não matarás (Êxodo 20:13).

 
“Não matarás” é um dos versículos mais curtos da Bíblia, mas é um
mandamento tão importante, especialmente hoje em dia, num país tão
violento como o Brasil. Todos os dias os jornais contam como as pessoas
estão sendo mortas sem motivo, só porque os bandidos querem roubar suas
camisas, tênis ou carteiras. E o pior é que os governantes não sabem bem o
que fazer para acabar com a violência e com os crimes. E ainda têm aquelas
pessoas que não se acham criminosas, mas que não vêem problema nenhum
em matar criancinhas antes mesmo delas nascerem. Milhares de criancinhas
estão sendo mortas todos os anos no mundo inteiro por médicos e mães que
acham que isso não é errado. O quinto mandamento foi dado por Deus para
nos ensinar a respeitar o direito mais importante que todas as pessoas têm -
do bebezinho que ainda nem podemos ver até à pessoa mais idosa: o direito
à vida.

Por que Matar uma Pessoa é Pecado?


Gênesis, no capítulo 9, versículo 6, diz assim: “Se alguém derramar o
sangue do homem, pelo homem se derramará o seu; porque Deus fez o
homem segundo a sua imagem”. Sabem por que matar as pessoas é um
pecado terrível? Porque pessoas não são como os animais; elas são criaturas
especiais de Deus, que foram feitas à imagem do próprio Deus. As pessoas
têm um corpo formado do pó, como os animais, mas também têm uma alma
parecida com a de Deus, porque podem pensar, ter personalidade, ter
vontades e sentimentos, e saber o que é certo e errado. A vida humana é
sagrada porque o homem se parece com Deus. A nossa vida é tão
importante e sagrada que, se alguém a tirar de nós, essa pessoa vai ter que
pagar esse crime com a sua própria vida.
Mas há alguém que não pensa assim. Satanás não dá a mínima
importância para a vida humana, porque ele é um assassino desde o
princípio. Logo depois da Queda, ele fez Caim matar seu irmão, Abel, por
causa de inveja. Até hoje, Satanás fica muito alegre ao ver as pessoas sendo
mortas e maltratadas. Ele também está ocupado tentando fazer com que as
pessoas pensem como ele. Ele faz as pessoas acharem ruim que os
assassinos tenham que ser punidos com a morte. E quando esses criminosos
terríveis sabem que não terão que morrer, aí é que eles continuam matando
os outros sem medo nenhum.

Quando é que Matar não é Pecado?


O Catecismo Maior de Westminster, com base na Palavra de Deus, nos
lembra que nem sempre matar é pecado. Existem situações ou
circunstâncias em que a Bíblia permite que se tire a vida de uma pessoa, e
quem matou não está pecando, nem é considerado um assassino.
1. Quando as autoridades precisam punir os assassinos. Não devemos
ter pena de assassinos. Se eles fizeram essa maldade de propósito, então
eles merecem morrer. A Bíblia ensina que se deve pagar “vida por vida,
olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé”. Não é que a gente
deva se vingar, mas as autoridades devem zelar pra que haja sempre
restituição (devolver com alguma coisa igual) daquilo que foi tirado. Quem
tira a vida de outros não deve pagar seu crime apenas arrancando-se sua
mão; ou passando alguns anos numa cadeia. Essa pessoa cometeu o crime
mais grave e precisa sofrer a punição mais grave, que é morrer. Quem deve
dar essa punição são as autoridades, os juízes, sempre depois de um
julgamento justo, em que ficou claro que o criminoso fez isso por mal, e
não por acidente. Se a justiça for feita assim, como a Bíblia ensina, outros
vão ficar com medo de fazerem a mesma coisa, e estaremos salvando
muitas vidas inocentes da violência.
2. Quando soldados estão numa guerra justa. Guerra é sempre uma
coisa muito triste, mas às vezes é preciso fazer guerra, por exemplo, para
defender o nosso país de invasões de fora, para ajudar um país mais fraco
que não pode se defender sozinho, e a Bíblia conta muitas histórias de
guerras que precisaram ser feitas. Os soldados que estão lutando e matando
os soldados do exército inimigo não são criminosos, pelo contrário. Eles
estão fazendo o que é certo, porque estão salvando milhares de vidas das
pessoas que moram em seu país.
3. Quando estamos defendendo a nossa vida, a de nossa família ou as
de outras pessoas. Crianças, se seu pai está em casa e vê um bandido
armado pronto para atirar em um de seus filhos, ele tem todo o direito, e até
o dever de não deixar que isso aconteça, ainda que ele precise lutar com o
bandido e matá-lo. Aqui no Brasil, é proibido ter armas, até em casa, mas
essa é uma lei muito errada, porque as pessoas deveriam ter as condições
para se defenderem. Há um texto em Êxodo, capítulo 22, que diz assim: “Se
um ladrão for achado arrombando uma casa e, sendo ferido, morrer, quem o
feriu não será culpado de sangue”. Se matamos alguém por defesa própria,
não estamos pecando.
4. Quando foi por acidente. Poderíamos pensar em muitos casos de
morte por acidente, como por exemplo, quando um doido se mete na frente
do nosso carro. Mas a Bíblia mesmo nos dá um exemplo, em Deuteronômio
19:5: digamos que alguém saiu para cortar lenha; ele pega seu machado e
vai para a floresta, e ali, quando está cortando lenha, o ferro do machado
acaba se soltando do cabo e atingindo outra pessoa que estava ali perto, e
essa pessoa morre. Se não houve descuido, e isso não foi feito de propósito,
quem matou é culpado da morte do outro, mas ele não merece a morte.
Nesses casos, a Bíblia ensina que deveriam ser construídas em Israel
algumas cidades chamadas de cidades de refúgio, para onde essas pessoas
que mataram por acidente poderiam ir e ficar protegidas dos parentes que
estivessem querendo vingar o que morreu, até que a raiva desses passasse, e
eles entendessem que foi mesmo um acidente.

O que Mais esse


Mandamento nos Proíbe Fazer?
Jesus mesmo nos ensinou que esse mandamento nos proíbe não só de
tirar a vida de alguém, mas até de ficarmos com raiva de nossos irmãos.
Numa pregação que Jesus fez, conhecida como o Sermão do Monte, em
Mateus 5:21-22, ele ensinou: “Ouvistes o que foi dito aos antigos: “Não
matarás”, e: “Quem matar estará sujeito a julgamento. Eu, porém, vos digo
que todo aquele que sem motivo se irar contra seu irmão estará sujeito a
julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a
julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo! estará sujeito ao inferno
de fogo”. Vejam só quantos pecados esse mandamento está nos proibindo
cometer:
1. Se suicidar ou matar outra pessoa. Se alguém mata outra pessoa,
sem ser nos casos de acidente, de guerra, de defesa própria, ou de justiça
sendo feita, essa pessoa está pecando contra o sexto mandamento. Até os
que matam a si mesmos são culpados, porque eles não têm o direito de tirar
a sua vida que Deus lhes deu e que tem a imagem de Deus.
2. Negligenciar a vida ou tirar o que é necessário para a vida. Para
que as pessoas permaneçam vivas, elas precisam de alimento, de dinheiro,
de abrigo, de cuidado médico, e se nós, podendo, não fazemos nada para
dar essas coisas a quem precisa, estamos contribuindo para que a pessoa
morra e somos culpados diante de Deus pela morte dessa pessoa. Também
devemos ser cuidadosos com tudo aquilo que pode causar acidentes e tirar a
vida das pessoas: nunca brinque com algo perigoso, ou ande sem o cinto de
segurança no carro, ou construa uma escada sem corrimão, por exemplo.
3. Ficar irado, com ódio, com inveja ou com desejo de vingança.
Essas coisas provocam em nós a vontade de matar ou de querer o mal de
outras pessoas. Os assassinatos começam no coração, com a raiva, com a
inveja, com o desejo de prejudicar o outro, e mesmo que esse nosso ódio ou
inveja não termine com a morte da outra pessoa, nós já somos culpados de
morte, porque para Deus, que vê o coração, tudo isso se constitui no mesmo
tipo de pecado.
4. Exagerar nos nossos desejos e preocupações. Você já deve ter
ouvido falar de pessoas que estão tão apaixonadas que o namorado acaba
matando outro rapaz por causa de ciúmes da namorada. Ou de pessoas que
perdem o emprego e ficam tão desesperadas, pensando que não vão ter mais
como se sustentar, que acabam se suicidando. O exagero nessas coisas pode
levar as pessoas a desejar matar, e é pecado.
5. Exagerar na comida, na bebida, no trabalho ou nas recreações.
Estas coisas todas tendem a prejudicar a saúde e a nos levar à morte.
Alguém que come mais do que deve, bebe mais do que deve, se diverte
mais do que deve, está desperdiçando e prejudicando a vida, e pecando
contra o sexto mandamento. Essa pessoa está se matando aos poucos.
6. Provocar os outros, criar brigas, prejudicar outros, bater e ferir as
pessoas e tudo o que tende a destruir a vida de alguém. Quando nós
falamos palavras para provocar os outros, nós estamos brincando com a
vida, porque nós estamos atiçando a ira da outra pessoa, que poderá ficar
com raiva de nós e querer nos matar, e aí tanto a pessoa, como nós mesmos,
seremos culpados porque contribuímos para essa situação. Brigas e
contendas, lutas e ferimentos, sejam físicos ou verbais (só de palavras), tudo
isso pode levar à morte, e ainda que não venhamos a matar o outro, essas
coisas são para Deus pecados semelhantes a um assassinato.

O que esse

Mandamento nos Ordena a Fazer?


1. Ter todo o cuidado e fazer todo o possível para preservar a nossa
vida e a vida dos outros, lutando contra todos os pensamentos e desejos
maus, e evitando todas as ocasiões, tentações e práticas que tendem a tirar
injustamente a vida de alguém. Se você está começando a sentir inveja ou
raiva de seu irmão ou colega, lute contra isso, vá a Deus em oração e peça
que lhe ajude a trocar esses pensamentos e desejos maus por pensamentos
bondosos e amorosos. Se você sabe que tem filmes, joguinhos ou atividades
que incentivam a violência, fuja dessas coisas! Tire, também, tudo o que é
perigoso e arriscado do caminho das pessoas, pra que seu irmãozinho mais
novo, por exemplo, não venha a pegar numa tesoura pontuda pra brincar,
nem o vovô e a vovó, que não enxergam mais direito, venham a tropeçar e
cair nos seus brinquedos espalhados pelo meio da casa.
2. Estarmos sempre prontos e dispostos a defender a vida contra a
violência. Como crente, você deveria estar sempre incentivando a justiça:
estar entre as pessoas que lutam contra o aborto (que é o ato de matar os
bebezinhos antes deles nascerem); deveria concordar com a pena de morte;
defender o direito das pessoas de se protegerem dos bandidos com armas, e
ser corajoso o suficiente para defender outros do perigo. É assim que Deus
nos ensina em sua Palavra.
3. Sermos pacientes, ter a mente sossegada, estar com o coração
alegre, seja qual for a situação em que Deus nos colocar. Isso poderá lhe
livrar de ficar desesperado, agoniado, de fazer coisas sem pensar, que são
pecados que podem levar à morte, como já vimos.
4. Sermos sábios, equilibrados e cuidadosos quando comemos,
bebemos, tomamos remédios, dormimos, trabalhamos e brincamos.
Escolha comidas que fazem bem para a sua saúde. Não beba coisas
prejudiciais, como bebidas muito artificiais ou alcoólicas; não coma
somente coisas que você gosta, como sorvete e batata frita; não exagere nos
remédios; mas também não deixe de tomar os remédios que lhe farão bem.
Esse mandamento nos manda até dormir bem! Pessoas já morreram no
trânsito porque não estavam descansadas o suficiente e acabaram dormindo
no volante. É culpa delas mesmas! Mas também, não durma demais,
ficando preguiçoso, sem exercitar corretamente o seu corpo. E cuidado,
crianças, até mesmo com as brincadeiras, com os esportes e diversões. Têm
brincadeiras que podem ser perigosas para você e para os outros. E você é
quem deve ser cuidadoso, e não esperar que a sua mãe ou pai fique lhe
lembrando de que você está correndo perigo.
5. Pensar, falar e fazer sempre coisas amorosas, bondosas, educadas,
gentis, que trazem paz e tranqüilidade às pessoas. O livro de Provérbios
diz que palavras duras provocam a ira, mas as palavras mansas e o presente
dado na hora certa, têm o poder de acalmar o furor das pessoas mais
irritadas e evitar sofrimentos e mortes.
6. Sermos pacientes e prontos para perdoar e fazer as pazes com as
pessoas que nos fazem mal. Quando seus colegas lhe maltratam, seja
paciente e faça o bem a eles. Se eles se arrependerem, perdoe-lhes de
coração, e façam logo as pazes, para que sentimentos maus não encham o
seu coração e você acabe pecando e fazendo o mal para eles, ou eles a você.
 

 
7. Confortar e socorrer pessoas que estão aflitas ou perturbadas e
proteger e defender pessoas inocentes. É possível que uma palavra
carinhosa ou de conforto que você fale, evite que uma pessoa aflita venha a
fazer o mal a ela mesma e aos outros. Você deve estar sempre atento para as
pessoas ao seu redor que precisam de ajuda, especialmente as que não
podem se defender, como as criancinhas que ainda estão na barriga de suas
mães, ou o seu irmãozinho mais novo de ser maltratado por outras crianças,
ou ainda, os velhinhos, que não tem mais forças pra se defender. Esse é o
nosso dever como povo de Deus. Já os criminosos, não devem ser
defendidos como se fossem inocentes, como muitos fazem hoje, achando
que estão agindo correto, por serem contra a violência.
Que Deus coloque todos esses mandamentos bons e princípios sábios nas
suas mentes e nos seus corações, enquanto vocês ainda são crianças, para
que vocês fiquem firmes no que é certo, aprendam a agradar a Deus e a
fugir do mal, e ainda possam ajudar os outros - quem sabe até a nossa
sociedade brasileira - a ser menos injusta e violenta. Aprenda de coração
esses mandamentos e se esforce para obedecê-los. Ore para que Deus lhe dê
forças e sabedoria. Seja corajoso e fiel, e quem sabe, Deus pode até lhe usar
para salvar a vida de muitas pessoas. Amém.

Lições:
1. O mandamento “Não Matarás” nos ensina a respeitar a vida.
2. Matar uma pessoa é pecado porque pessoas são criaturas especiais
feitas à imagem de Deus.
3. Matar não é pecado quando as autoridades precisam punir os
assassinos, quando soldados estão numa guerra justa, quando estamos
defendendo a nossa vida e a dos outros ou quando acontece um acidente.
4. Esse mandamento nos proíbe de matar os outros ou a nós mesmos, de
não dar às pessoas o que elas precisam para sobreviver, de ficar com raiva e
com inveja, de exagerar nos desejos, preocupações, comidas, bebidas,
trabalho ou diversões, e ainda de provocar ou machucar outros.
5. Muito pelo contrário, devemos fazer tudo o que pudermos para
preservar a vida de todos, para defender e proteger os inocentes e quem
precisa de ajuda, para estarmos sempre tranqüilos, pacientes e alegres, para
cuidar de nossos corpos e saúde, para tranqüilizar outros, para buscar paz
com os que estão zangados ou chateados conosco, e para confortar os que
estão angustiados.

Material de Apoio:
Para crianças de 3-7 anos: Um Catecismo para Meninos e Meninas,
perguntas 85-86.
Para crianças e jovens acima de 8 anos: Breve Catecismo, perguntas 67-
69.
 

Questões:
1. Por que matar um animal (por motivo justo, é claro, ou seja, pra
comer, pra não deixá-los sofrer, etc.) não é pecado, e matar uma pessoa,
sim?
2. Matar alguém é sempre pecado, ou tem casos em que não?
Imagine uma história em que matar não é errado.
3. Como você pode estar desobedecendo o sexto mandamento,
mesmo que nunca tenha matado ninguém?
4. De que maneiras podemos cuidar para preservar e proteger a nossa
vida e a dos outros?
5. Como você pode se esforçar para obedecer o sexto mandamento
todo dia na sua casa e na sua escola?
6. Você já pensou no que quer ser quando crescer? Talvez um
professor, ou um advogado, um pai de família, um governador, um
policial, um bombeiro, um motorista, um médico... Imagine que você é
uma dessas coisas (ou outra coisa!) e pense no que você poderia fazer
para combater a violência e salvar vidas.
Lição 8: O Sétimo Mandamento e

o Respeito à Família

Leitura Bíblica: Êxodo 20:14


Para Memorizar:
Não adulterarás (Êxodo 20:14).

 
O sétimo mandamento, “Não Adulterarás”, nos ensina que Deus dá um
grande valor para a família, para o casamento e para os nossos corpos.
Quando Deus criou Adão e Eva como um homem e uma mulher, ele tinha
um plano para eles. Eles não deveriam viver cada um para o seu lado. Não!
Eles deveriam estar juntos – casados - e formar uma família. E quando seus
filhos ficassem adultos, eles também deveriam deixar a casa de seus pais e
se casar, ter cada um a sua família e então ter filhos. O marido e a esposa
deveriam viver juntos para sempre, amando, sendo fiéis e ajudando um ao
outro até morrerem.
Infelizmente, crianças, os nossos corações pecadores querem fazer
diferente do que Deus ensinou. Tem pessoas que querem viver juntos só por
um tempo, sem se casar, e isso é muito errado. Outros casam, mas lá pelas
tantas, abandonam a sua família. E ainda existem pessoas fazendo coisas
terríveis, querendo casar homens com homens e mulheres com mulheres,
um pecado que Deus odeia porque é uma desobediência muito grande
contra a Sua vontade!
Também é muito triste quando vemos as pessoas mostrando os seus
corpos para as outras, porque Deus quer que cuidemos de nossos corpos e
os guardemos só para nós e para o nosso marido ou esposa. É por isso que
devemos usar sempre roupas apropriadas que protejam todas as partes
especiais de nossos corpos. Também deveríamos evitar ver figuras, novelas
e programas de televisão onde as pessoas ficam mostrando os seus corpos e
fazendo tantas coisas erradas. O nosso coração, crianças, já nasce gostando
desse tipo de pecado. O mundo também gosta de pecar e quer nos ensinar a
fazer todas essas coisas erradas. E ainda tem Satanás que fica nos atiçando
para olhar, pensar e fazer coisas erradas. Então precisamos lutar com toda
força, orando que Deus nos ajude a não pecar. Deus é santo e Ele quer que
todos os seus filhos sejam puros e limpos de coração e fujam dos pecados
contra o nosso corpo e contra a família. Tudo isso está incluído dentro desse
mandamento: Não Adulterarás!

Por que Adulterar é Pecado?


1) Porque o casamento é um pacto em que devemos ser fiéis. Vocês
lembram, crianças, que um pacto é um acordo em que prometemos ser fiéis
um ao outro? Com certeza você já foi para alguma festa de casamento, onde
a noiva estava toda bonita em seu vestido branco, o noivo estava esperando-
a lá na frente, e o pastor fez algumas perguntas, e então, eles prometeram se
amar e viver juntos para sempre. Pois bem, o que estava acontecendo ali era
um pacto, um acordo, que também podemos chamar de aliança, e é por isso
que a partir desse dia, o homem e a mulher passam a usar um anel (uma
aliança) em seus dedos, para lembrá-los desse acordo que deve durar para
sempre. Então, é muito triste quando uma dessas pessoas é infiel e deixa a
outra, ou a troca por outra pessoa. Ela está traindo e sendo infiel também
para com Deus, porque Deus foi testemunha do seu casamento e das
promessas que ela fez de ser fiel e de amar a outra para sempre.
Em muitos lugares, na Bíblia, o casamento é comparado ao pacto de
Deus com o seu povo, e à aliança entre Cristo e a sua Igreja. Deus odeia o
adultério porque quem é infiel à sua esposa ou esposo é infiel para com
Deus; é como se estivesse traindo a Deus e trocando Deus por um ídolo. No
último livro do Antigo Testamento, chamado de Malaquias, Deus diz a seu
povo que Ele não iria ouvir as suas orações, nem aceitar os seus sacrifícios,
e ainda iria destruir os adúlteros, porque Ele odiava o pecado que estavam
cometendo, sendo desleais e infiéis uns para com os outros, e trocando as
suas mulheres por outras que adoravam deuses falsos. Em Malaquias 2: 10-
16, lemos assim:
Não temos nós todos o mesmo Pai? Não nos criou o mesmo Deus? Por que seremos desleais uns
para com os outros, profanando a aliança de nossos pais?... O SENHOR eliminará das tendas de
Jacó o homem que fizer tal, seja quem for... Porque o SENHOR foi testemunha da aliança entre ti
e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher
da tua aliança.... Porque o SENHOR, Deus de Israel diz que odeia o divórcio... portanto, cuidai
de vós mesmos e não sejais infiéis.

2) Porque Deus nos comprou para sermos santos como Deus é Santo.
Assim como um pontinho de graxa mancha para sempre uma roupa
branquinha, o pecado do adultério deixa uma mancha muito feia nos nossos
corações. Pessoas crentes nunca deveriam ter esse tipo de mancha em suas
vidas. A Bíblia nos diz que, se somos crentes, nós devemos ser santos,
porque Deus, o nosso Pai, é santo e odeia o pecado. Não podemos fazer o
que queremos com os nossos corpos, porque nós somos de Deus. Ele nos
comprou e agora nós fazemos parte da Igreja. A Igreja é como um corpo
para Jesus, que é o Cabeça, e nunca deveríamos manchar o seu corpo!
Também a Bíblia diz que somos templos do Espírito Santo. Somos uma
casa para Deus, e Deus não aceita morar em uma casa feia, suja ou
manchada de pecado. Existe um texto muito importante na Bíblia que fala
por que devemos ter muito cuidado com o nosso corpo, em I Coríntios 6:15-
20:
Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo?... Fuji da impureza. Qualquer outro
pecado que uma pessoa cometer, é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca
contra o próprio corpo. Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que
está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes
comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo.

O que Mais esse Mandamento Ensina?


1. A sermos puros e limpos, não apenas no que fazemos com o nosso
corpo, mas também no que falamos e no que pensamos. Devemos vigiar e
ter muito cuidado com certas piadas, conversas, e até com o que vêm na
nossa mente, para que nunca fiquemos imaginando e pensando em coisas
que não são decentes.
2. A vigiar os olhos e todos os sentidos. Muito cuidado, crianças e
jovens, com o que vemos, com o que ouvimos, com o que tocamos, com o
que cheiramos, com o que provamos. A melhor maneira de sermos puros,
mesmo num mundo tão corrompido e num país tão ímpio como o nosso, é
fazermos como Jó, que disse que fez um pacto com os seus olhos, para que
sempre olhassem direito, e não olhassem para coisas imorais. Devemos
decidir, desde antes, que vamos fazer o que é certo, que vamos desligar a
televisão, que vamos olhar para o outro lado, que vamos fugir de conversas
imorais, e assim por diante.
3. A escolher como amigos pessoas puras. Se queremos obedecer a
esse mandamento, devemos ainda buscar ser amigos e estar sempre perto
somente de pessoas puras, que não falam imoralidade, que não nos atiçam e
não nos convidam para fazer o mal. Escolher amigos é uma coisa muito,
muito importante, porque somos facilmente influenciados por eles: ou para
o bem ou para o mal! Não se esqueça disso.
4. A nos vestir com decência. Crianças, jovens e adultos crentes, de
toda idade, devem sempre se vestir decentemente, com roupas que cobrem
bem o seu corpo. Não devemos nos vestir como as pessoas do mundo, que
só querem se mostrar para os outros. As meninas nunca deveriam usar
blusas transparentes, saias e shorts muito curtos, maiôs indecentes, roupas
coladas demais, e assim por diante. Os meninos também devem ter cuidado
pra não usar roupas impróprias: ou apertadas demais ou então, tão frouxas e
arriadas, que não escondem as partes especiais de seus corpos. Essas roupas
estão convidando os outros a pecar, e nunca deveríamos deixar Satanás nos
usar para tentar outras pessoas.
5. A nos casar no tempo certo. A Bíblia ensina que o casamento é uma
coisa muito boa e que nos livra de muitos pecados. Rapazes e moças crentes
deveriam querer muito se casar no tempo certo, assim que tenham um
trabalho e possam manter uma família, sem ficar esperando demais. É
verdade que algumas pessoas até querem se casar, mas não encontram
pessoas crentes e certas para elas; então, o jeito é ter paciência e esperar em
Deus. Mas nunca deveríamos pensar como muitas pessoas do mundo, que
dizem: “eu não quero me casar tão cedo, só quero trabalhar ou namorar”.
Isso é muito perigoso. Crentes não devem namorar por muito tempo. A
Bíblia nem fala sobre namoro. Devemos buscar conhecer a outra pessoa
sem maiores intimidades, ficar noivos e então casar assim que pudermos
com uma pessoa que for temente a Deus, e então devemos ser fiéis a essa
pessoa por toda a vida.
6. A amar e agradar o marido ou a esposa. Tem homens que acham
que estão obedecendo esse mandamento porque não deixaram suas esposas,
mas só que eles não amam, maltratam e não ligam para suas esposas. Eles
podem achar que não, mas eles estão desobedecendo o sétimo mandamento
do mesmo jeito. Pessoas casadas devem se esforçar para se amarem para
sempre e se importarem um com o outro, sendo bondosos, carinhosos e
sensíveis, e nunca egoístas ou malvados. Devem sempre olhar o lado bom e
a beleza do outro, e não os defeitos e problemas, e devem pedir que Deus
lhes ajude a amar um ao outro. E Deus abençoa quem procede assim.
 

 
7. A trabalhar com diligência em nossas vocações. Vocação é o
trabalho que Deus nos dá para fazer, seja em que idade for. Todos nós temos
uma vocação. Alguns são chamados por Deus para serem professores,
outros para serem policiais, outros têm vocação para serem comerciantes,
outros ainda podem ser estudantes, ou ajudantes de seus pais em alguma
tarefa. Seja o que for, devemos trabalhar com esforço e dedicação, sem
preguiça. Devemos estar sempre bastante ocupados, para não termos nem
tempo de pensar em besteiras. Tem um ditado do povo que diz que “a mente
ociosa é oficina de Satanás”. Isso quer dizer que quando ficamos
desocupados, Satanás vem e põe idéias e pensamentos maus em nossas
cabeças, e nos tenta em todo tipo de pecado. Foi isso que aconteceu com o
Rei Davi, lembram? O povo todo foi pra guerra, e ele era o rei, deveria ter
ido para liderar o povo. Mas ele mandou outro general em seu lugar, e ficou
só em seu palácio, passeando, e foi quando ele viu Bate Seba, e acabou
pecando com ela, mandando matar o seu marido para se casar com ela, e
fazendo coisas que, depois, ele iria se arrepender amargamente de ter feito.
8. A evitar, fugir e lutar contra as tentações. Vocês sabiam, crianças,
que o pecado da impureza é como uma bola de neve descendo uma
montanha? Ela começa como uma pequena bola, mas vai crescendo
enquanto desce a ladeira, até que se torna uma avalanche que ninguém
consegue parar. Muitas pessoas já cometeram pecados horríveis, porque
começaram com pecados que achavam pequenos, e depois não conseguiram
mais parar. Muitos homens casados começaram só olhando para outra
mulher, achando ela bonita, e depois ficavam pensando nela, e achavam que
nunca iriam adulterar, mas eles já estavam pecando, e acabaram trocando
sua esposa pela outra mulher, e abandonando suas famílias, filhos, e
estragando toda a sua vida. É muito triste! Então, o melhor caminho é
sempre evitar e fugir de todo tipo de pecado, até no pensamento. Se tem
lugares e pessoas que nos tentam a pecar, devemos ficar bem longe deles.
Se, sem querer, você se encontrar em situações perigosas, então faça como
José: fuja, saia correndo! Esteja sempre lutando, orando e se esforçando. E
sempre que preciso, lute, ore e se esforce para dizer “não” ao pecado.
O que esse

Mandamento nos Proíbe Fazer?


Esse mandamento nos proíbe muitas coisas, todas elas pecaminosas. Pare
para pensar em como todas essas coisas são erradas, porque destroem a
família, os casamentos e a pureza do nosso corpo:
1) Adulterar, trair, ser infiel e praticar todo tipo de pecado contra o nosso
corpo e contra as outras pessoas.
2) Ter mais de um marido ou mulher ao mesmo tempo.
3) Se separar ou abandonar o marido ou a mulher, sem que seja pelos
motivos que a Bíblia ensina.
4) Proibir o casamento das pessoas sem motivo. E também é pecado
permitir casamentos errados, como o de pessoas que já são casadas ou que
deixaram seus esposos.
5) Proibir as freiras e padres de se casarem, como faz a Igreja Católica.
6) Demorar a se casar sem motivo.
7) Pensar e gostar de coisas impuras.
8) Falar ou ouvir conversas e piadas imorais.
9) Olhar para coisas e pessoas indecentes; piscar, acenar ou assobiar para
as mulheres.
10) Se comportar e se vestir de maneira indecente ou exagerada, que
chame muita atenção.
11) Ir a lugares que não são apropriados para os crentes, como bares,
boates, e coisas assim.
12) Ser preguiçoso, desocupado, gastar tempo demais só comendo e
bebendo porque isso já é pecado, e leva a pecados ainda maiores.
13) Ter amigos que gostam de coisas imorais.
14) Criar ou gostar de artes, pinturas, músicas, danças, peças, filmes,
revistas e novelas que são imorais e indecentes, e tudo o mais que provoca o
pecado.

Alguns Conselhos para Sermos Puros:


1. Lembre-se de que Deus vê todas as coisas. O pecado da imoralidade
normalmente é feito em secreto. Mas devemos sempre nos lembrar de que
Deus está ali, presente, assistindo a tudo o que fazemos, ouvindo tudo o que
falamos e sabendo até o que pensamos. Lembre sempre que a Bíblia ensina
que “os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os bons e os
maus”.
2. Siga o exemplo de Jó: Faça uma aliança com os seus olhos. É como
se Jó tivesse dito assim: “olho, olhe direito, ou eu lhe arranco e jogo fora!”
É claro que não vamos fazer isso literalmente, mas nós devemos fazer todo
esforço para ficar longe desse pecado. Vigie os seus olhos e os seus
pensamentos. Não deixe que pensamentos impuros fiquem na sua cabeça.
Lute contra eles. Faça um acordo com os seus olhos de não olhar para o que
não presta. Desvie os olhos, vire o rosto, fuja do pecado!
3. Não fique parado, sem nada para fazer. Jovens, vocês,
principalmente, arranjem o que fazer! Essa é a hora de você trabalhar,
estudar, se esforçar e se virar na vida, enquanto você tem força, tempo e
saúde. Você deve se dedicar bastante ao estudo e ao trabalho, e não perca
tempo pensando em namorar, em ter relacionamentos, porque isso vai só lhe
atrapalhar. Você vai acabar negligenciando os estudos, não vai se formar,
não vai se destacar, não vai ter um bom emprego e não vai poder casar tão
cedo! Ser diligente tem duas vantagens: você fica ocupado, sem dar brechas
para Satanás lhe tentar, e ainda lhe dá condições de poder se casar o mais
rápido possível.
4. Ore todo dia pedindo a graça de Deus e não confie em si próprio.
O perigo maior é pensar que nunca vamos cair nesse tipo de pecado. Você já
pensou assim: “Ah, eu não tenho tendência para ser imoral, eu sou forte, e
nunca vou fazer uma coisa dessas, como adulterar”. Pois aí é que você pode
pecar! A Bíblia nos adverte dizendo: “Aquele que pensa estar em pé, cuide
para que não caia”. A história está cheia de casos de pessoas crentes que
pecaram contra o sétimo mandamento, e que achavam que nunca iriam tão
longe! Então reconheça que o seu coração é mau, que você pode facilmente
cair se vier a se descuidar, e ore sempre implorando a Deus que o livre das
tentações e do pecado da imoralidade.
Agora, você pode estar pensando: E quem já caiu em algum desses
pecados? E se você já teve pensamentos impróprios, falou coisas impuras
ou fez coisas imorais? Saiba que esse é um pecado muito sério, que Deus
odeia, e que você irá sofrer as conseqüências, a vergonha e muita tristeza.
Mas também lembre que todos esses pecados têm perdão. Jesus morreu na
cruz, em nosso lugar, pagando por todo tipo de pecado! Se você buscar a
graça de Deus e se arrepender de coração, confessar o seu pecado a Deus e
mudar de vida, Deus irá lhe perdoar, e ainda poderá abençoar a sua vida, o
seu relacionamento ou o seu casamento. Não é fácil, mas a graça de Deus é
maior do que o nosso pecado, e Ele tem poder para nos livrar do pior
pecado e para restaurar a nossa vida. E então, siga o conselho que Jesus deu
àquela mulher adúltera que ele perdoou: “Agora vá, e não peque mais”.

Lições:
1. O adultério é um pecado muito sério e grave porque ele quebra a
promessa de fidelidade da aliança feita no casamento, e porque ele é um
pecado contra nossos corpos, que pertencem a Deus e devem ser santos.
2. Quem adultera, destrói a família, envergonha o seu próprio corpo e
mancha a sua vida.
3. O sétimo mandamento nos ensina a preservar a pureza da família e dos
nossos corpos. Para isso, devemos ser limpos de coração, vigiar o que
olhamos, ouvimos e fazemos; ser amigos de pessoas puras, nos vestir
decentemente, nos casar no tempo certo, amar e agradar o marido ou a
esposa, trabalhar com diligência e evitar, fugir e lutar contra as tentações e
ocasiões para o pecado da impureza.
4. Pessoas casadas pecam contra o sétimo mandamento se forem infiéis,
se deixarem ou trocarem suas esposas ou esposos, se tiverem mais de um
marido ou mulher, e se ficarem olhando ou pensando em outras pessoas
além do seu marido ou mulher.
5. Também peca quem proíbe as freiras e padres de se casarem, ou pais
que, por motivos errados, proíbem seus filhos de se casarem, e ainda peca
quem incentiva casamentos errados.
6. Mesmo jovens e pessoas solteiras estarão desobedecendo este
mandamento se gostarem de falar, pensar ou ouvir conversas e piadas
imorais, se olharem para coisas impuras ou ficarem assobiando e dizendo
“gracinhas” para as mulheres; também estarão desobedecendo se vestirem
roupas indecentes, se demorarem a se casar sem motivo, se freqüentarem
lugares impróprios, se forem preguiçosos, comilões ou beberrões, se
tiverem amigos indecentes e se participarem de “artes” imorais e
provocadoras, como esculturas e pinturas de pessoas nuas, músicas e danças
imorais, filmes, revistas, peças e novelas impróprias.
7. Se você quer ser sempre puro e limpo, lembre-se de que Deus vê tudo
o que você faz, fala e pensa; faça um acordo com os seus olhos para nunca
olhar cenas imorais; seja diligente e sempre ocupado no trabalho e nos
estudos, e nunca pense que você não irá cair nesse tipo de pecado, mas ore a
Deus para que o livre das tentações e da imoralidade.

Material de Apoio:
Para crianças de 3-7 anos: Um Catecismo para Meninos e Meninas,
perguntas 87-88.
Para crianças e jovens acima de 8 anos: Breve Catecismo, perguntas 70-
72.
 

Questões:
1. O que é que está acontecendo numa cerimônia de casamento?
2. Se somos crentes, somos uma casa para o Espírito Santo e um
corpo para Cristo. Como podemos, então, glorificar a Deus no nosso
corpo?
3. O que você pode fazer, mesmo sendo uma criança ou jovem, para
buscar obedecer esse mandamento?
4. Quando você crescer, você deseja se casar e ter uma família? O
que a Bíblia diz sobre isso?
5 Por que o pecado da impureza é como uma bola de neve descendo
a montanha?
6. Você imaginava que existiam mais de 14 maneiras de pecar contra
o sétimo mandamento? Em quais desses pecados você tem mais perigo
de cair?
7. Qual é o perigo de achar que você nunca vai cair em certos
pecados?
8. Quais são as duas vantagens de ser um jovem estudioso e diligente
(trabalhador)?
9. Lembre de um conselho que ajudará você a não desobedecer o
sétimo mandamento.
10. O adultério é um pecado tão grave que não possa ser perdoado?
Lição 9: O Oitavo Mandamento e

o Respeito à Propriedade dos Outros

Leitura Bíblica:

Êxodo 20:15; 22:1-9; Efésios 4:28.


Para Memorizar:
Não Furtarás (Êxodo 20: 15).

 
O oitavo mandamento: “Não furtarás”, tem muitas coisas importantes
para nos ensinar sobre a vontade de Deus para as nossas vidas, para o nosso
trabalho, para sabermos usar bem o dinheiro. Existem muitas maneiras de
furtar, além de tomar alguma coisa de alguém. Nós vivemos num país, onde
muitas pessoas - políticos e pessoas em geral, ricos e os pobres - são
desonestas e corruptas, e acham que roubar e tirar vantagem dos outros não
é uma coisa ruim, mas é sinal de esperteza, e ainda ficam se gabando desse
pecado. A Bíblia nos ensina que Deus odeia o roubo e a injustiça, e que os
filhos de Deus devem viver de maneira bem diferente do mundo, para que a
sua luz possa brilhar ao fazer a vontade de Deus e dar um bom exemplo
para as pessoas que não conhecem a Deus e a Sua vontade.

O que é Roubar?
Crianças, roubar não é só tomar alguma coisa de outra pessoa sem
permissão, como levar a carteira ou arrancar a bolsa dos outros, ou assaltar
bancos ou o cofre de alguém. Roubamos também quando tiramos vantagem
dos outros, ou fazemos negócios em que os outros saem perdendo, ou
quando cobramos muito caro pelos produtos que estamos vendendo, ou
ainda quando se engana os outros com balanças que pesam mais do que
devem, com medidas que têm um fundo falso, e assim por diante. Eu
lembro de vendedores de camarão, na praia, que tinham um copo de medir.
O copo parecia bem grande, só que ele tinha um outro fundo mais para
cima, e assim os vendedores enganavam os compradores. Isso também é
roubo!
Propagandas enganosas também são roubos. Você compra uma coisa
achando que é muito boa, que funciona bem, e no final das contas, é uma
enganação que não funciona. Você se sente roubado, não é mesmo? Fabricar
e usar dinheiro falso também é pecado. Sabem o que mais? Quando se
cobra impostos demais dos pobres, ou quando se cobra juros altos demais,
tudo isso é roubo! E tem mais: desperdiçar nossos bens ou dons também é
uma maneira de roubar. Quando não cuidamos das nossas roupas ou
sapatos, nossos pais vão ter que ficar gastando demais com a gente, e é
como se estivéssemos roubando dos nossos pais. Quando Deus nos dá dons,
como por exemplo, o dom de tocar um instrumento, de cozinhar, de ajudar
os outros, e nós não desenvolvemos nem usamos esses talentos, estamos
roubando o próprio Deus, já pensaram nisso? Deus nos dá coisas que
devemos fazer render; se não cuidamos delas, ou desperdiçamos, estamos
roubando a Deus e aos nossos próximos.

Por que Roubar é Pecado?


1. Porque nós deveríamos sempre estar contentes e satisfeitos com o
que Deus nos deu, seja muito ou pouco. Quando roubamos dos outros,
estamos dizendo para Deus: “eu quero e vou conseguir por mim mesmo
aquilo que o Senhor não me deu. Eu não gosto do jeito que Deus tem me
tratado, eu queria ter muito mais”. Nós deveríamos aprender a viver
contentes com aquilo que Deus, na sua sabedoria, separou como sendo a
nossa parte. Nós não escolhemos o país ou a família em que nós nascemos.
Deus não quis que nascêssemos num país muito rico, mas no Brasil, e
temos que aprender a viver contentes onde Deus nos colocou. A Bíblia nos
diz que se temos o que comer e o que vestir, já devemos estar contentes.
2. Porque deveríamos ser trabalhadores diligentes. Muitos furtam
porque não querem trabalhar, são preguiçosos. Muitos roubam porque não
são diligentes no estudo, no trabalho e nas oportunidades que Deus
concedeu a cada um, e, então, ficam pobres, não têm com o que pagar as
coisas e querem roubar. Sempre deveríamos estar animados e determinados
para trabalhar. O trabalho foi uma ordem que Deus deu a Adão e Eva ainda
no jardim do Éden, e é uma coisa muito boa, não é um castigo. O castigo é
o suor e as dificuldades que o trabalho trouxe depois da Queda, e por isso é
difícil conseguir dinheiro suficiente para nos sustentar, mas o trabalho é
uma coisa muito digna e nobre, e Deus sempre vai recompensar o trabalho.
Em Provérbios, lemos que “em todo trabalho há proveito, mas meras
palavras levam à penúria” (isto é: à pobreza).
3. Porque devemos respeitar o que é dos outros. Deus deu às pessoas
as coisas que elas têm: casas, carros, móveis, brinquedos, bombons, roupas,
dinheiro, e a Bíblia ensina que é muito importante respeitar a propriedade
das outras pessoas, o que é dos outros. A Bíblia diz que Deus fez tanto o
rico como o pobre, e que ele dá mais talentos a umas pessoas do que a
outras, e é por isso que nós devemos estar contentes e fazer bom uso do que
Deus nos deu, em vez de reclamar e querer o que pertence a outros. Essas
pessoas que invadem as propriedades e as fazendas dos outros, estão
quebrando o oitavo mandamento. Quem pega as frutas do quintal do
vizinho sem pedir permissão também está roubando. Os governantes dos
países comunistas, que tomam conta das empresas e dos bens de pessoas
que conseguiram essas coisas com esforço, como fruto do seu trabalho,
também estão pecando. Em Êxodo 22: 1-15 lemos como Deus queria que
acontecesse em Israel: Se alguém roubasse um animal, deveria devolver
quatro ou cinco vezes mais; se um ladrão invadisse uma casa à noite, e o
dono da casa o matasse, esta seria uma punição justa. Se fosse de dia, e o
ladrão só estivesse querendo roubar, não deveríamos matar o ladrão, só
prender, e fazer ele devolver em dobro o que roubou. Aprendemos então
que, na vontade de Deus, a propriedade é sagrada e deve ser respeitada.
4. Porque não devemos fazer aos outros o que não queremos que
façam conosco. Vocês lembram dessa lei tão importante que a Palavra de
Deus nos ensina em Mateus 7:12 ? “Tudo quanto, pois, quereis que os
homens vos façam, assim fazei vós também a eles; porque esta é a Lei e os
Profetas”. Com certeza, quem rouba os outros não gostaria que outros lhe
roubassem, então é claro que roubar é pecado, porque quebra essa lei de
Deus que nos ensina a tratar bem as outras pessoas.

O que esse

Mandamento nos Ensina a Fazer?


O oitavo mandamento nos ensina a cuidar do nosso dinheiro, e nos
ensina como trabalhar, negociar, comprar e vender, contratar serviços dos
outros e fazer tudo isso para a glória de Deus. Tem gente que acha que o
trabalho, as compras e os empregos não tem nada a ver com Deus, mas isso
não é verdade. Deus se importa, e muito, com a maneira como trabalhamos
e cuidamos do dinheiro e das coisas que Ele nos dá! Sabem o que devemos
fazer para agradar a Deus nessas coisas? Prestem atenção:
1. Devemos ser sempre verdadeiros, fiéis e justos nos contratos e no
comércio, dando a cada um o que lhe é devido. Sempre que fazemos um
contrato, ele deve ser cumprido ou estaremos roubando os outros. Pode ser
um contrato de aluguel de uma casa, ou dos serviços de um empregado, ou
de pagar a mensalidade da escola, ou até um contrato entre você e um
colega, onde você diz que vai trocar alguma coisa com ele. Seja o que for,
você precisa cumprir a sua parte, e fazer o que prometeu. Tem uma história
de um garoto, chamado Miguel, que fez um acordo com o seu vizinho de
cortar a grama e limpar o seu quintal. Ele começou a limpar, mas lá pelas
tantas, viu que o quintal estava mais sujo do que ele achava, e o vizinho
ficava lá dando em cima dele, para ele limpar cada cantinho. Então o
Miguel desistiu, largou o trabalho e correu para sua casa. Só que os seus
pais eram crentes e direitos, e deram uma bronca nele e mandaram ele
voltar e terminar todo o trabalho que ele tinha prometido fazer para o
vizinho. E Miguel aprendeu que contrato é coisa séria, e deve sempre ser
cumprido.
 
 
2. Devemos pagar o prejuízo. Se você fez alguma coisa errada, e
acabou prejudicando alguém, não basta ir pedir perdão para Deus e para a
pessoa. Você precisa pagar o prejuízo que causou. Se você quebrou a janela
do vizinho quando jogava bola, peça perdão e vá lhe dar o dinheiro para
consertar o vidro da janela. Deveríamos dar ainda mais, o dobro ou mais,
pelo trabalho e pelo prejuízo que causamos.
3. Devemos dar e emprestar para quem precisa. Nós não precisamos
ser ricos para ajudar os outros. Se você tem um pouco de comida, de roupa,
ou de dinheiro sobrando e sabe de alguém que realmente precisa dessas
coisas, reparta com o outro, para que a outra pessoa não passe necessidade e
seja tentada a roubar. Especialmente, quando é alguém que não pode
trabalhar, ou que perdeu o emprego, então devemos ajudar essas pessoas,
repartindo o que temos, ou emprestando algum dinheiro, e você vai estar
ajudando essas pessoas a não roubarem por necessidade.
4. Devemos estar satisfeitos, viver de modo simples e não ficar
desejando ou amando demais o dinheiro e as riquezas. Se ficarmos
cobiçando um carro melhor, uma casa como a do vizinho, uma calça de
marca, um brinquedo especial, vamos acabar sendo tentados a roubar para
conseguir essas coisas que não podemos ter. Hoje em dia, com a invenção
do cartão de crédito, tem pessoas que compram coisas demais, não têm
como pagar e acabam quebrando o mandamento “não furtarás” porque não
podem pagar a sua dívida com o cartão de crédito. Estaremos sendo sábios e
agradando a Deus quando escolhermos comprar coisas mais baratas, mesmo
tendo dinheiro para comprar as mais caras e chiques, para podermos ter
ainda algum dinheiro sobrando, não só para uma emergência como também
pra ajudar quem realmente precisa.
5. Devemos ser cuidadosos e juntar para o futuro. Você conhece a
história da formiga e da cigarra? A formiga trabalhou o verão inteiro, sem
parar, levando folhas e alimentos para o formigueiro, enquanto a cigarra só
cantava e ria da formiga. Mas quando chegou o inverno, a formiga tinha o
bastante para comer durante todo o tempo frio, enquanto a cigarra ficou
com fome e com frio, e teve que ir pedir ajuda para a formiga. Essa
historinha nos ensina que devemos nos esforçar para conseguir juntar, a fim
de ter as coisas que precisamos para quando vierem os tempos difíceis ou
quando acontecerem os imprevistos. Então teremos condições de nos
sustentar e de ainda ajudar os outros, e nunca sermos tentados a roubar ou
mesmo ficar endividados.
6. Devemos ser trabalhadores esforçados e aumentar a riqueza nossa
e dos outros. Todos nós devemos buscar um trabalho direito e bom, e então
fazer o melhor que pudermos. Lutero contou uma história de um sapateiro
que se converteu e lhe perguntou: “E agora, o que é que eu faço?” Lutero
lhe respondeu: “Faça o melhor sapato que puder, e venda a preço justo”. É
assim que podemos agradar a Deus e obedecer ao oitavo mandamento.
Quando a gente trabalha, a gente produz bens, riqueza, e estamos ajudando
as outras pessoas também, porque estamos dando condições melhores para
a nossa família, e estamos servindo a sociedade. Já, ser preguiçoso e gastar
demais causa pobreza, tanto das famílias, como dos países.
7. Evitar levar as pessoas para a justiça sem necessidade e evitar ser
fiador. A Bíblia nos ensina essas coisas em várias passabens. Quando
alguém está nos devendo, ou nós estamos devendo alguém, devemos evitar
levar o caso para a justiça; devemos tentar fazer um acordo, achar uma
maneira de diminuir a dívida, ou de pagar aos poucos. Porque se o juiz
disser que a pessoa que está devendo tem que pagar tudo de uma vez, ela
pode acabar sendo tentada a roubar para não ir presa, e isso é muito ruim. A
Bíblia também fala que não devemos ser fiadores de outros. Isso quer dizer
que não devemos nos oferecer para pagar as dívidas dos outros, porque isso
não é sábio. Você não sabe o futuro, se terá dinheiro suficiente para se
sustentar. Então, se ficar prometendo pagar as dívidas dos outros, você pode
acabar numa situação ruim.

Quais são os Pecados

Proibidos no Oitavo Mandamento?


1. Deixar de fazer qualquer uma das coisas que Deus ordena e que
vimos acima, como deixar de ser fiel, trabalhador, satisfeito, cuidadoso,
preparado para o futuro, bondoso com os necessitados, etc.
2. Roubar qualquer coisa, seja de colegas, das lojas, do governo, da
escola, e até dos nossos pais ou irmãozinhos. Também quando pegamos
coisas emprestadas sem pedir, ou quando não devolvemos, estamos
roubando.
3. Comprar e vender pessoas. Isso se chama escravidão, e acontecia
muito em épocas passadas, mas também ainda acontece hoje. Tem certas
coisas que não devem ser comercializadas, especialmente pessoas.
4. Receber ou comprar coisas roubadas. Se você sabe que alguém está
lhe dando ou lhe vendendo uma coisa roubada, não aceite. Isso também é
pecado, porque isso incentiva o ladrão a continuar roubando. Também não
devemos comprar CDs e DVDs piratas, porque essas pessoas que
fabricaram esses produtos estão roubando do governo e dos artistas, e se
você compra esses produtos, também está pecando contra o oitavo
mandamento. E você sabia que existem verdadeiras quadrilhas que estão
por trás desses produtos?
5. Enganar os outros ao comprar ou vender coisas, ou usar pesos e
medidas falsos. Vender coisas que não estão funcionando direito, ou dizer
que o anel é de ouro quando não é, ou mexer na balança pra dar um peso
falso, tudo isso é pecado.
6. Mudar de lugar muros ou cercas ou marcos de propriedade, para
diminuir o terreno do vizinho e aumentar o seu. Isso é pecado também.
7. Ser injusto ou infiel nos contratos ou nas coisas que você promete
fazer aos outros. A sua palavra deve ser sempre confiável: o que você
prometer, isso deve fazer, ainda que lhe custe mais do que você imaginou a
princípio. Lembram da história do Miguel?
8. Oprimir, explorar, tirar proveito dos outros. Era isso que os
egípcios estavam fazendo com o povo de Israel; mandavam que fizessem
tijolos, sem nem dar o material para eles. Isso é pecado porque é uma
injustiça. Se você é um patrão e pode pagar melhor os seus empregados,
faça isso. Seja bondoso e generoso para as pessoas.
9. Oferecer e aceitar suborno. Suborno pode ser dinheiro ou presentes
que servem para fazermos coisas erradas. Se um guarda de trânsito lhe dá
uma multa porque você estava sem cinto de segurança, e você lhe oferece
um dinheiro para que ele não dê a multa, você está praticando suborno, e
isso é pecado. E o policial estará pecando se aceitar o seu dinheiro e não der
a multa. Aqui no Brasil, muitas pessoas estão fazendo isso: policiais,
políticos, funcionários e até juízes, que deveriam ser os mais direitos.
Nunca faça isso! Deus está vendo e ficará triste com isso.
10. Levar os outros para a justiça sem motivos justos, ou sem ter
misericórdia e disposição para negociar ou entrar em um acordo.
11. Cercar as propriedades dos outros e tomar as coisas das pessoas,
mesmo que seja o governo fazendo isso, é errado. No Brasil, é isso que os
“sem-terra” têm feito, quando cercam e invadem as fazendas, e o governo
também está roubando quando toma as terras dos ricos para distribuir para
os pobres. Isso é muito errado aos olhos de Deus. Se o governo quer ajudar
os pobres, ele pode comprar as terras dos ricos e aí, sim, doá-las aos que
precisam, ou então, vender por um preço bem baixinho para que eles
possam pagar. O próprio governo também tem muitas terras e pode fazer
isso com as terras que lhe pertencem.
12. Acumular mercadorias para encarecer o preço. É como se você
comprasse todos os chicletes da cantina da sua escola, e então você
vendesse eles bem caro, sabendo que os outros alunos não vão poder
comprar em outro lugar, só de você. Isso acontece muito também nos
estádios de futebol. Tem pessoas que compram todos os ingressos quando
estão baratos, e no dia do jogo, as pessoas que chegam para assistir têm que
comprar desses cambistas, que vendem bem caro. Isso também é roubo.
13. Ganhar dinheiro trabalhando em coisas ruins, fazendo coisas
proibidas, como vender drogas, trazer coisas de outros países sem pagar o
imposto ao governo, ou vender produtos falsificados.
14. Todas as outras maneiras de tirar o que é dos outros, para
beneficiar ou enriquecer a nós mesmos.
15. Cobiçar, amar e se preocupar demais com as coisas desse mundo.
Lembrem do que Jesus ensinou: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o Reino
de Deus e a sua justiça e todas as demais coisas vos serão acrescentadas
(Mateus 6:33).
16. Invejar o que outros têm. O correto é estar contente com o que
Deus nos dá.
17. Ser preguiçoso, negligente e descuidado. Desse jeito, você nunca
vai ter o que gostaria ou vai acabar estragando as coisas que Deus lhe dá.
18. Gastar mais do que ganhamos ou desperdiçar o que temos, como
fez o filho pródigo, que usou mal a sua herança e ficou passando
necessidade. Muitas pessoas desperdiçam também o seu dinheiro em jogos
de apostas, loterias, bebidas, cigarros, etc.
19. Qualquer atividade que prejudique a nós mesmos e nos deixe
pobres. Nós não temos o direito de empobrecer à toa, sabiam disso? É
verdade que a maioria de nós não quer que isso aconteça, mas têm pessoas
que fazem isso. Às vezes, são pessoas “festeiras” demais, que dão tantas
festas que ficam pobres. Ou então, são tão gastadoras, comprando tudo o
que querem, que acabam ficando sem nada. Também existem trabalhos que
em vez de dar dinheiro, só dão prejuízo, e é tolice continuar nessas coisas.
20. Não aproveitar da maneira certa o que Deus nos deu. Isso
significa que é errado ser “pão duro” demais, e nem aproveitar as coisas que
Deus nos dá condições de ter. Não precisamos morar num barraco se Deus
nos dá condições de ter uma casa melhor. Não precisamos passar a vida
andando de ônibus, e colocando nossos filhos no perigo das ruas, se temos
condições de ter um carro que pode facilitar a vida da nossa família. Quem
pode, deve aproveitar a vida, comer coisas gostosas, passear, dar presentes
para a sua família, com sabedoria e sem exagero. Mas ser “pão duro”
demais, que nem o Tio Patinhas da revista em quadrinhos, isso também é
errado.

Conselhos para

Obedecermos a esse Mandamento


Talvez você ainda seja uma criança que não têm que ficar se
preocupando com dinheiro, ou com emprego, essas coisas, mas é muito
importante que você aprenda um pouco sobre o que esse mandamento nos
ensina a fazer e nos proíbe de fazer. Dessa maneira, quando você crescer,
terá aprendido bons princípios e saberá o caminho certo por onde andar e
que agrada a Deus. Mas, se você acabar esquecendo todos os detalhes que
aprendemos aqui com esse mandamento e com a explicação do nosso
Catecismo, tente se lembrar pelo menos desses três conselhos, que você
pode começar a praticar desde muito jovem:
1. Estude e Trabalhe o mais que puder. Se esforce em seus estudos e
no trabalho, e poupe o mais que puder, para que você possa ter as coisas de
que precisa, e ainda possa ajudar a outros que estejam passando
necessidade. Se você é uma criança, é hora de estudar bastante, de buscar
aprender tudo o que puder, de ajudar o seu pai e a sua mãe em casa, de
ajudar outras pessoas. Não tenha vergonha de fazer qualquer tipo de
trabalho. Limpe o quintal, ofereça ajuda para um vizinho idoso, venda
picolé, lave a louça, plante uma horta, troque a fralda do seu irmãozinho,
aprenda a digitar no computador, a tocar um instrumento, seja o que for,
mas fique muito tempo parado, só vendo televisão ou jogando algum
joguinho no computador. Não seja preguiçoso. E faça sempre o melhor que
puder. Se conseguir algum dinheirinho, não gaste tudo, mas aprenda a
poupar, a separar uma boa parte para juntar. Se você crescer fazendo assim,
com certeza será um adulto trabalhador, daqueles que sabem fazer muitas
coisas e vai ter dinheiro suficiente para sustentar sua família, viver bem e
ainda ajudar os outros.
2. Lute contra a vontade de ter sempre mais e mais. Devemos
trabalhar e nos esforçar bastante, mas também devemos estar satisfeitos
com o que Deus nos dá, com o nosso salário, com as coisas que temos.
Esteja sempre contente e agradecido a Deus pela saúde, pelo trabalho, pelo
alimento, pelo sustento, por tudo. E quando vier no coração aquela vontade
de ter aquele brinquedo que é caro demais, ou de fazer passeios que você
não tem condições de pagar, então lembre o quanto você já tem recebido de
Deus, quando, na realidade, não merecemos nada; pense em tantas pessoas
que não têm nem metade do que você tem, e fique satisfeito e alegre.
3. Ajude os outros o mais que puder. Crianças, o nosso coração é
egoísta e interesseiro. Queremos ter as coisas só pra nós, juntar mais e mais,
e nunca dar nada para os outros. Mas a Bíblia nos ensina a exercitar a
liberalidade (que significa generosidade, bondade), porque ela não vem
facilmente. E como você pode fazer esse exercício? Uma boa maneira é
separar sempre o dízimo, um décimo de todo dinheiro que você ganhar,
para dar para a igreja poder, entre outras coisas, ajudar os outros. Se você
sabe de algum colega que está precisando de alguma coisa, reparta o que
você tem. Se você conhece alguma criança pobre que não tem quase
nenhum brinquedo, dê alguns de seus melhores brinquedos de presente.
Agora, é preciso ter sabedoria para ajudarmos somente quem precisa. Não é
bom dar dinheiro para meninos de rua, que podiam estar trabalhando ou
estudando, mas só querem pedir. Se você der dinheiro para eles, vai estar
incentivando que eles continuem pedindo. Ajude somente aquelas pessoas
que você sabe que tem necessidade: um coleguinha pobre, um vizinho
necessitado, e se você tem empregados, lembre-se sempre de ajudá-los,
dando roupas, brinquedos e livros para eles e para a sua família. Isso vai
fazer bem para você e para os outros, e ainda agrada a Deus.

Lições:
1. Deus odeia o roubo, o engano, e a injustiça, e, como filhos de Deus,
devemos viver de modo diferente do mundo.
2. Roubar não é só tomar alguma coisa de alguém. Nós também
roubamos quando exploramos os outros, tiramos vantagem, vendemos ou
compramos coisas caras, falsas ou roubadas, desperdiçamos nossas coisas,
ou não damos o dízimo a Deus.
3. Roubar é pecado porque deveríamos estar sempre satisfeitos com o
que temos, deveríamos ser trabalhadores para ter dinheiro para comprar o
que precisamos, deveríamos respeitar o que é dos outros e porque não
devemos fazer aos outros o que não queremos que façam conosco.
4. O oitavo mandamento nos ensina a sermos justos, trabalhadores,
cuidadosos com o dinheiro, comerciantes honestos, sempre dispostos a
ajudar os outros, prevenidos para o futuro e a fazermos tudo o que
pudermos para que nem nós, nem outros, venhamos a roubar.
5. “Não furtarás” é um mandamento que também nos proíbe de comprar
e vender pessoas, produtos falsificados ou roubados, de enganar os outros,
de invadir a terra e a casa dos outros. Também nos proíbe de não cumprir
contratos, de explorar os outros, de subornar, de vender coisas caras demais,
de invejar e querer demais as coisas desse mundo, de fazer coisas que nos
deixam pobres ou de sermos “pão-duros” e “mão-fechadas”.
6. Não esqueça nunca desses três conselhos que vão lhe ajudar a
obedecer o oitavo mandamento desde agora até quando você crescer: (1)
Trabalhe o mais que puder e poupe o mais que puder. (2) Não fique
querendo sempre mais. (3) Ajude os outros o mais que puder.
7. É verdade que, porque somos pecadores, temos dificuldade de fazer
essas coisas, e muitas vezes acabamos errando, sem querer. Entretanto,
damos graça a Deus por Jesus Cristo. Ele que veio ao mundo para salvar
pecadores como nós, para perdoar os nossos pecados e nos ajudar a
obedecer a Deus. Creia nele. Confie nele. Busque a ajuda dele, e se esforce
para viver com gratidão e contentamento para a glória dele.

Material de Apoio:
Para crianças de 3-7 anos: Um Catecismo para Meninos e Meninas,
perguntas 89-90.
Para crianças e jovens acima de 8 anos: Breve Catecismo, perguntas 73-
75.
 

Questões:
1. Por que podemos dizer que alguém que rouba a carteira de outro
para comprar pão para a sua família está pecando? O que ele podia fazer
pra não roubar?
2. Você conhece a história de Robin Hood? Ele era considerado um
herói porque roubava dos ricos para dar aos pobres. Você acha que ele é
um herói aos olhos de Deus? Você gostaria que alguém roubasse os seus
brinquedos para dar pra outros? Essas pessoas não entendem que,
muitas vezes, custou muito trabalho pros seus pais poder lhe dar aquela
bicicleta, mas alguém acha que você é rico só porque tem uma bicicleta
e quer tomá-la. Por outro lado, devemos sempre nos preocupar com as
pessoas que são pobres. Então, como podemos ajudar os pobres, sem
quebrar o oitavo mandamento?
3. Quais são outras maneiras de roubar? Você ou sua família já foram
roubados de alguma maneira?
4. Imagine que você tem uma “vendinha” de lanches na sua escola. O
que você poderia fazer para obedecer o oitavo mandamento e glorificar
a Deus? E como poderia quebrar esse mandamento?
5. De que maneiras o trabalho evita o roubo?
6. Muitas vezes, você pode não estar roubando, mas está ajudando,
sem querer, os ladrões e incentivando o roubo, quando compra coisas
roubadas, dá ou aceita suborno, deixa os outros passarem necessidade,
leva outros à justiça, etc. Converse com os seus pais sobre isso e pense
no que sua família poderia fazer ou não fazer para não incentivar o
roubo, a corrupção e a injustiça em nosso país.
7. Pense e responda: Você está pecando quando fica desejando
demais um brinquedo novo? E quando não cuida de seus materiais e
livros escolares? E quando gasta todo o seu dinheiro? Ou quando é “pão
duro” e não aproveita o que têm?
8. Você percebeu que esse mandamento nos manda trabalhar
bastante, juntar bastante, acumular riqueza, e, ao mesmo tempo, a não
querer ter sempre mais e mais, a não amar a riqueza e as coisas desse
mundo, a distribuir o nosso dinheiro e a gastá-lo para ajudar os outros?
Será que dá para fazer as duas coisas ao mesmo tempo? Como? Isso é
fácil ou exige muita sabedoria e graça de Deus?
Lição 10: O Nono Mandamento e

o Respeito ao Nome das Pessoas

Leitura Bíblica: Êxodo 20:16.


Para Memorizar:
Não dirás falso testemunho contra o teu próximo (Êxodo 20:16).

 
Esse mandamento é tão importante, crianças! E devemos ter muito
cuidado de obedecê-lo onde quer que nós vivamos: na nossa família, na
escola e até na igreja. Muitas brigas, confusões, problemas e tristezas
acontecem porque não temos cuidado com o nome das pessoas, com o que
falamos sobre as outras pessoas, e acabamos falando coisas ruins e até
mentiras sobre nossos irmãos, colegas, pais, professores, governantes, e
assim por diante. E esse pecado é ainda mais terrível porque é impossível
desfazer o mal que causamos às pessoas de quem falamos mal.
Uma vez alguém mandou uma criança pegar um travesseiro cheio de
penas, levar para o alto de uma montanha, abrir um buraco nele e jogar
todas as penas para o ar. O vento levou essas penas para todos os lados, para
muito longe. Então, a pessoa disse para a criança: “agora, vá, e junte todas
as penas e ponha-as de volta no travesseiro”. A criança olhou espantada e
disse: “Não vou conseguir fazer isso! Não dá! Nem sei pra onde as penas
foram, algumas ainda estão voando, não posso recolhê-las de volta!” E a
pessoa lhe ensinou uma lição: “é isso o que acontece com as fofocas que
contamos!”

O que é Dizer um Falso Testemunho?


Crianças, vocês já viram algum julgamento em algum filme? Um
julgamento acontece num lugar chamado de tribunal, quando alguém está
sendo acusado de ter feito alguma coisa errada, por exemplo, de ter roubado
o carro de outro. Então, chamam testemunhas, que devem sempre falar a
verdade e dizer se viram a pessoa roubando, ou não. O juiz ouve as
testemunhas, examina o que aconteceu e decide se aquela pessoa realmente
é culpada de ter roubado o carro. Agora imagine se uma dessas
testemunhas, em vez de falar a verdade, conta uma mentira? Imagine se as
testemunhas dizem que viram a pessoa roubando o carro, quando não viram
nada? O acusado pode acabar indo para a cadeia por causa dessa mentira,
quando ele não fez nada de errado, só porque o juiz acreditou numa
mentira. Não seria terrível? Ou então, a testemunha poderia fazer o
contrário: dizer que não viu nada, quando na verdade ela viu o ladrão
roubando. E aí o ladrão vai continuar solto e roubando mais coisas. Essas
palavras mentirosas são chamadas de falso testemunho, e Deus nos proíbe
de fazer qualquer coisa assim.
Mas dizer falso testemunho não é só contar mentiras para fazer mal às
outras pessoas. Estamos pecando do mesmo jeito quando falamos qualquer
palavra ou fazemos qualquer coisa que faça mal ao nome das pessoas.
Todos nós temos um nome, não é mesmo? E a Bíblia diz que o nosso nome
é muito importante, porque ele faz as pessoas pensarem em nós. E nós
queremos que o nosso nome seja honrado, respeitado. Quando as pessoas
falam o seu nome, você quer que elas pensem bem de você e lembrem de
você como uma criança direita, obediente, honrada, justa e bondosa, não é
mesmo? Pois bem, o que as pessoas pensam de nós é chamado de
reputação. Certas pessoas têm uma reputação boa, porque todos pensam
bem delas. E outras têm uma reputação ruim, porque as pessoas pensam mal
dela. O Nono Mandamento nos manda cuidar da reputação das pessoas, e
nunca fazer ou falar nada que prejudique e faça mal ao nome das pessoas. E
devemos ter cuidado também para não ficarmos calados quando ouvimos
pessoas falando mal das outras. Você não deve dar ouvidos para conversas
que destroem a reputação das outras pessoas, e ainda deve falar alguma
coisa para defender a pessoa de quem estão falando mal ou mentiras.
Esse mandamento também nos ensina a cuidar de tudo o que sai da nossa
boca. Às vezes, não estamos querendo falar mal ou contar mentiras sobre os
outros, mas acabamos falando demais, contando tanta história fiada, e
acabamos fazendo mal às pessoas, e a nós mesmos, pois o livro de
Provérbios ensina que quem fala muito, acaba falando tolice e estragando o
seu próprio nome. Lemos em Mateus, no capítulo 12, nos versos 36 e 37,
uma advertência muito séria: “De toda palavra frívola que proferirem os
homens, dela darão conta no dia do juízo”. Palavra frívola significa uma
palavra descuidada, que não pensamos bem antes de falar, uma tolice, que
não faz bem aos que nos ouvem. E no livro de Provérbios, no capítulo 18,
verso 21 nós lemos assim: “a morte e a vida estão no poder da língua”. E
também o capítulo 2 da carta de Tiago explica muito bem como podemos
pecar com a nossa língua, e como é difícil usar esse pequeno, mas poderoso
órgão do nosso corpo, para o bem dos outros e para a glória de Deus.

Por que dar Falso

Testemunho é Pecado?
1. Porque Deus é o Deus da verdade. Deus é verdadeiro e Ele odeia a
mentira. Deus quer que a verdade sempre apareça e que todos conheçam a
verdade. Lemos em Provérbios, no capítulo 12:22 o seguinte: “Os lábios
mentirosos são abomináveis ao Senhor”, e em Apocalipse 21:8, está escrito
que todos os mentirosos vão para o lago de fogo, que é o inferno.
2. Porque o Diabo é o Pai da Mentira. Contar mentiras ou palavras
falsas, acusar outras pessoas de coisas ruins é um dos piores pecados que
existem justamente porque o Diabo é o pai da mentira. O próprio nome
“diabo” significa acusador. Quando falamos mal dos outros ou mentimos,
ficamos muito parecidos com Satanás, parecendo filhos do Diabo, porque
ele é o pai da mentira. Satanás ama a mentira e fica muito alegre de acusar e
de falar mal dos outros, especialmente dos crentes. Satanás falou mal de
Deus para Eva, falou mal de Jó para Deus, falou mal de Pedro para Jesus,
fez com que pessoas dessem falso testemunho sobre Jesus para as
autoridades de Israel, que condenaram Jesus, e assim ele continua a fazer, e
Deus considera esse pecado horrível especialmente em nós, que somos
filhos de Deus. Nosso Pai quer que nos pareçamos com Cristo e não com
Satanás.
3. Porque devemos honrar os outros. Deus dá muito valor para a honra
das pessoas. Deus cuida da sua própria honra e do seu nome, e quer que o
nome e a honra das pessoas também seja preservadas, especialmente a
honra dos seus filhos. A Bíblia chega a dizer que o nosso nome é mais
importante do que a nossa própria vida. A nossa vida um dia vai acabar,
mas o nosso nome continua na lembrança das pessoas. Tem pessoas que já
morreram, mas continuamos a honrá-las, se elas foram pessoas respeitáveis.
Nós devemos cuidar mais do nosso nome do que da nossa vida. Devemos
fazer de tudo para ficarmos conhecidos como pessoas boas e respeitáveis, e
do mesmo jeito, devemos fazer de tudo para que nossos irmãos, colegas,
pais, governantes e professores também sejam respeitados e honrados por
outros.

O que esse

Mandamento nos Ensina a Fazer?


1. Falar e dar valor para a verdade. Num julgamento, as pessoas
precisam prometer “falar sempre a verdade, toda a verdade, e nada mais do
que a verdade”. Pois nós, como crentes, devemos fazer isso o tempo todo.
Se não conhecemos a verdade, devemos buscá-la; se já sabemos a verdade,
devemos guardá-la. Se a verdade está escondida, devemos mostrá-la para os
outros. Se a verdade está sendo diminuída e enterrada, nós devemos
promovê-la e exaltá-la. E devemos falar a verdade de coração,
sinceramente, claramente, totalmente, livremente, sem que precisem nos
obrigar, sem contar estórias que são meio verdade, meio mentira. Se virmos
alguma injustiça - alguém sendo condenado sem ter feito nada de errado, ou
sendo inocentado de um crime que realmente cometeu - devemos nos
levantar e defender a verdade.
2. Cuidar da boa reputação dos outros. Se o seu irmão (ou colega, ou
seja quem for) é bem visto pelas pessoas, você deve fazer com que as
pessoas pensem ainda melhor dele. Você deve se alegrar e querer que ele
seja honrado e bem visto por outros; deve reconhecer e falar para os outros
o que ele tem de bom. Se alguém vem lhe falar coisas boas sobre o seu
irmão, concorde com ele. Mas se alguém vier lhe falar mal dele, então diga-
lhe que nem quer ouvir sua conversa. Se realmente o seu irmão tem alguma
fraqueza ou falha, não espalhe, mas encubra, fique triste com isso e tente
ajudar o seu irmão a agir direito.
3. Cuidar da nossa boa reputação. Sabem, crianças, às vezes nós
mesmos damos motivo para falarem mal de nós. Se você é uma criança que
vive gritando, bagunçando e “se mostrando”, as pessoas vão pensar mal de
você e vão acabar comentando: “Que menino (ou menina) impossível! Eu
não gosto de estar perto dele (ou dela), e não quero que meus filhos
brinquem com ele (ou com ela!). Então, devemos cuidar de nós mesmos,
fazendo coisas certas, boas, verdadeiras e amáveis, para que as pessoas
pensem bem de nós e honrem o nosso nome. E se for preciso nos defender e
limpar o nosso nome de alguma fama ruim, devemos fazer isso. Se alguém
lhe chamou de mentiroso e você não mentiu, você deve se defender e
mostrar que não é uma criança mentirosa.

O que esse

Mandamento nos Proíbe Fazer?


Leia, a seguir, a lista dos pecados que têm a ver com o nono
mandamento, e pense se você tem errado numa dessas coisas. Tente não
pensar nos pecados dos outros, mas em você mesmo. Peça para o Espírito
Santo lhe mostrar o seu pecado e lhe dar tristeza e arrependimento, para que
você não faça mais essas coisas que tanto desagradam a Deus e que lhe
deixam parecido com um filho do Diabo.
1. Mudar, distorcer ou nem ligar para a verdade. A verdade deve ser
preciosa para nós, e deve ser preservada como você preserva um presente
delicado e especial. E nunca estrague a verdade, nem aumentando, nem
diminuindo, nem falando só uma parte dela.
2. Prejudicar ou fazer mal para a reputação nossa ou de nosso
próximo, especialmente se estiver num julgamento. Se um dia você for
levado para a diretoria da sua escola para dizer se viu um colega colando na
prova (ou não), fale sempre a verdade: não tente condenar o colega, se você
não tem certeza de que ele realmente colou; mas se for verdade, confirme
isso para o diretor.
3. Mentir, pagar para que testemunhas falem mentiras, apoiar
mentiras ou defender coisas ruins, querer esconder a verdade e tentar
acabar com coisas boas. Foi isso que os líderes judeus fizeram com Jesus.
Contrataram pessoas para contar mentiras sobre Ele e acusar Jesus de
malfeitor, de destruidor do templo. Essas pessoas sabiam que Jesus era
inocente, mas o odiavam porque Ele era bom e queriam matá-lo. A mesma
coisa fizeram os inimigos de Daniel que acabaram jogando-o na cova dos
leões.
4. Ser injusto e chamar o mau de bom e o bom de mau. Se um juiz diz
que o ladrão é bom, e quem se defendeu do ladrão é mau, ele está sendo
injusto. Dar presentes para quem faz coisas erradas e punir quem faz o certo
também é injustiça, e é um pecado contra o nono mandamento. Isso também
aconteceu no julgamento de Jesus. Soltaram Barrabás, que era mau, e
condenaram Jesus, que era perfeito e inocente.
5. Ficar calado ou acomodado quando é hora de repreender coisas
erradas. Sabem, crianças, nós somos representantes do Deus da verdade, e
muitas vezes, nós precisamos nos meter em assuntos e problemas entre as
pessoas, decidir quem está certo e dizer: “eu vou apoiar e defender a
verdade, seja o que for que acontecer comigo”. Se seus dois irmãos estão
brigando e você sabe quem é o culpado, você não deve deixar pra lá, mas
deve fazer alguma coisa, dizer para o seu irmão que está agindo mal que ele
está errado e deve parar de incomodar o outro. Muitas vezes, isso não será
fácil, pois podemos sofrer por causa disso, mas se ficarmos calados será
pior, porque estaremos pecando contra Deus.
6. Falar a verdade na hora errada, ou com intenção ruim. Você já
ouviu alguém se defender assim: “Bem, eu posso ter magoado o Pedrinho,
mas eu não disse nada que não fosse verdade!”. Crianças, Deus conhece o
seu coração e sabe quando você está falando a verdade com intenção de
machucar, de fazer mal ou de fazer alguma coisa ruim para os outros. Se a
nossa intenção for de prejudicar os outros, falar a verdade nessa hora é um
pecado também. Por exemplo: você está numa loja, querendo que o Vovô
lhe dê um brinquedo, mas seu irmãozinho também está lá, querendo outro
brinquedo. Como o Vovô só trouxe pouco dinheiro, você diz: “Nem adianta
comprar o brinquedo pra ele, porque ele não tem cuidado e vai quebrar tudo
na mesma hora!” Pode até ser verdade o que você disse, mas sua intenção
foi de prejudicar seu irmão pra que você mesmo conseguisse o presente!
Então, nessa hora, você está pecando; está quebrando esse mandamento.
7. Usar mal a nossa língua. Usamos a nossa língua de maneira errada
quando mentimos, “derrubamos” os outros, acusamos, falamos mal deles,
quando falamos demais, cochichamos, fazemos pouco dos outros, ou
repreendemos os outros com raiva ou com injustiça. Vocês sabiam, crianças,
que até tagarelar (falar demais) é pecado? A Bíblia diz que “no muito falar
não falta transgressão”. Quando a gente fala mais do que deve, acabamos
falando mal dos outros, ou damos motivo para os que nos ouvem falarem
mal de nós.
8. Pensar mal dos outros e levar a mal o que os outros falam, fazem
ou pensam. Sabem, crianças, às vezes, as pessoas estão fazendo coisas com
boa intenção, mas nós ficamos pensando que elas estão fazendo isso por
mal. Isso já aconteceu com você? Você dá um bombom para seu colega, e
ele fica desconfiado, achando que é uma “pegadinha”, que tem pimenta ou
alguma coisa ruim no bombom. Na realidade, você só estava sendo bondoso
com ele, mas ele ficou pensando mal de você. Ou, então, ele acha que você
só está dando o bombom porque quer alguma outra coisa em troca. Você
não se sente triste? Do mesmo jeito, se você não tiver certeza que os outros
estão sendo interesseiros ou maus, não pense mal deles, mas pense sempre
bem. E nunca invente histórias nem fique suspeitando dos outros. Ao invés
disso, busque saber a verdade sobre as pessoas.
9. Aumentar ou exagerar o que nós somos ou o que outros são. Nunca
devemos achar ou falar que somos ”o máximo”, que somos importantes,
nem ficar nos gabando, para os outros pensarem que somos melhores do
que somos na verdade. E também é errado fazer a mesma coisa com outros,
exagerar o que eles são, ficar bajulando e admirando demais as outras
pessoas que não merecem tanto elogio assim.
10. Diminuir demais o que nós somos ou o que os outros são.
Ouviram isso, crianças? Não devemos nem aumentar nem diminuir as
qualidades e habilidades das pessoas. Deus nos dá dons, talentos, bens e não
devemos negar essas coisas. Ser humildes, e nos acharmos menos
importantes do que os outros, é bom. Mas exagerar e nos rebaixar demais é
ruim, porque é uma mentira. Se você sabe tocar um pouco de violão, não
precisa dizer para os outros que não sabe tocar nada. Se você tira sempre
notas boas, não precisa ficar pensando ou falando que é um aluno ruim. E se
você sabe que o seu colega é um ótimo jogador de futebol, não deve dizer
que ele joga mais-ou- menos. Fale sempre a verdade com sinceridade.
11. Aumentar pecados menores e desculpar grandes pecados. É muito
feio, crianças, quando exageramos os pecados e os problemas dos outros.
Ficamos falando que o nosso irmão fez uma coisa muito grave, que
desobedeceu e que deve ser castigado, quando nós estamos fazendo coisas
piores ainda, e achamos que não é nada tão ruim. Isso é chamado de
hipocrisia, e Cristo odeia pessoas hipócritas. Jesus disse a pessoas assim:
“Tira primeiro essa tábua que está tapando a tua vista para então poderes
ver melhor e tirar o cisco do olho do teu irmão”. Nunca esconda ou
desculpe pecados sérios, e não exagere as fraquezas e os pequenos
problemas dos outros.
12. Ouvir e acreditar em conversas ruins, ou tapar os ouvidos para
uma defesa justa. Devemos ter muito cuidado não só com o que falamos,
mas também com o que ouvimos. Não devemos nem ouvir fofocas ou
cochichos, nem conversas fiadas. Mas devemos estar de ouvidos abertos
para alguém que vem nos contar a verdade, ou se defender de uma história
mal-contada.
13. Invejar os outros, ficar tristes com o sucesso dos outros, ou se
alegrar com a desgraça dos outros. Você já reparou que vários
mandamentos condenam a inveja como um pecado terrível? Nós sempre
queremos falar mal das pessoas que invejamos. Se ela “se dá bem”, nós
ficamos tristes; se alguma coisa ruim lhe acontece, ficamos alegres. A
Bíblia diz que a nossa boca vai acabar falando o que a gente está sentindo
no coração. Por isso devemos lutar para não sentir inveja de ninguém.
14. Fazer coisas que são mal- vistas e deixar de fazer coisas de boa
fama. Ora, se você vive implicando com os seus colegas ou irmãos, você
vai ser mal visto pela sua família ou em sua sala de aula. Se você é um
aluno “reclamão”, seus professores vão pensar mal de você. Ninguém gosta
de pessoas rabugentas e briguentas, então não seja assim. Não faça coisas
que tem uma fama ruim. Por exemplo, ir para bares e boates não é uma
coisa de boa fama. Se alguém da igreja lhe vir num bar, vai acabar querendo
falar mal de você, mesmo que você nem estivesse fazendo nada de errado.
Tenha cuidado, então, para que as pessoas não pensem mal de você. E se
puder, ajude os outros também a não se meterem em lugares ou atividades
ruins e estragarem a sua reputação. Pelo contrário, se esforce para fazer
justamente aquelas coisas que são boas, que fazem as pessoas pensarem o
melhor de você. Escolha bem os seus amigos, os lugares aonde vai, os
livros que lê, as brincadeiras corretas, para que os outros não pensem mal
ou falem mal de você sem motivo.

Alguns Remédios

para o Pecado da Língua


1. Ore a Deus todos os dias para que Ele lhe ajude a falar somente
coisas boas. No Salmo 141:3, encontramos essa oração tão importante:
“Põe um guarda, Senhor, à minha boca, vigia a porta dos meus lábios”. Já
vimos como a nossa língua é muito poderosa, e devemos ter muito cuidado
com o que falamos. Nossas palavras podem ser boas, verdadeiras e fazer um
grande bem para as pessoas, e ainda glorificar e louvar a Deus. Mas a nossa
língua também é como uma faísca que pode incendiar uma floresta inteira.
Nossas palavras podem ferir, destruir o nome e até matar um irmão ou uma
irmã. Então devemos pedir que Deus ponha como se fosse um guarda na
nossa boca. Se uma palavra ruim quiser sair, o guarda não deve deixar. Ele
só deve deixar passar por essa porta palavras boas.
2. Se um irmão lhe fizer um mal sério, faça como a Bíblia ordena. Se
não for nada sério, perdoe seu irmão e deixe pra lá. Mas se for um pecado
grave, em vez de falar mal desse irmão, de espalhar fofocas sobre ele, de
exagerar o seu pecado, de diminuirmos sua reputação, faça o seguinte:
procure essa pessoa, conte o que está acontecendo e mostre como ela está
errada. Se ela ouvir você, e pedir perdão, então perdoe, e esqueça o mal que
ela lhe fez, e não espalhe mais essa história pra ninguém. Se o irmão não
lhe ouvir, conte o caso para duas ou três pessoas mais velhas e sábias, e
conversem com o irmão que pecou, para que ele possa ver o seu pecado e se
arrepender. Se mesmo assim, esse irmão fizer pouco caso e não ouvir essas
pessoas, a questão deve ser levada para os presbíteros e pastores de sua
igreja, e eles devem tratar com essa pessoa, e lhe dar uma disciplina
apropriada. Mas não saia falando mal do seu irmão. Se o Tiaguinho vem lhe
dizer que o Pedrinho lhe fez isso ou aquilo, pergunte para ele: “Você já foi
conversar com o Pedrinho? Se não, eu não quero lhe ouvir”. Esse é um
remédio muito bom para evitar fofocas.
 
 
3. Lembre como o pecado da língua é terrível e irreparável. Deus
odeia o falso testemunho porque esse pecado nos faz parecidos com
Satanás. Esse pecado também é horrível porque destrói o que as pessoas
têm de mais precioso, que é o seu nome. A nossa honra e o nosso nome
valem mais do que a nossa vida, e quando outros falam mal ou contam
mentiras sobre nós, o nosso nome é envergonhado, e isso é muito triste. O
pecado da língua também é horroroso porque não podemos retirar o que
falamos. As fofocas espalham como as penas de um travesseiro que o vento
leva para muito longe, e não podemos desfazer o que espalhamos. Se
espalhamos uma história sobre um colega, e depois descobrimos que não é
verdade, podemos até ir com a outra pessoa e dizer: “Sabe, o que eu lhe
contei sobre o Dieguinho não era verdade”, mas a pessoa pode já ter
contado essa história para outro, que contou para outro, e agora nem
podemos saber quem já sabe. Não dá para voltar atrás e desdizer o que
falamos. E sabem o que é pior? O colega de quem falamos mal nem tem a
chance de se defender, porque ele nem sabe do mal que estão falando e
pensando dele. Por isso, esse é um pecado que vem do fundo do inferno, do
Pai da Mentira. Então, leve esse pecado a sério e não deixe que ele se
espalhe na sua família, escola ou igreja.
4. Lembre da Regra do Amor. Aquilo que você não quer que os outros
lhe façam, não faça você, e aquilo que você quer que os outros lhe façam,
então faça você também. Você gostaria que seus amigos espalhassem uma
história mentirosa sobre você? Não? Então não faça isso com os seus
amigos. Você gostaria que o seu irmão contasse para os outros um
acontecimento de que você tem vergonha? Então não faça isso com o seu
irmão. E se um colega chegasse para a sua professora e contasse que você
estava colando dele, e a professora dissesse: “Não conte isso para ninguém.
Eu vou conversar com ele, e descobrir se essa história é verdade. Mas eu
conheço o Flavinho, sei que ele é um bom aluno, é responsável, nunca
colou antes, então, não acho que isso seja verdade”. Você não ficaria alegre
da professora ter lhe defendido? Então esteja pronto para defender os outros
de acusações e conversas ruins.

Lições:
1. Dizer falso testemunho é contar qualquer mentira ou falar qualquer
palavra que prejudique e envergonhe o nome das pessoas.
2. Dar testemunho falso é pecado porque Deus ama a verdade e odeia a
mentira e a injustiça; porque a mentira vem do Diabo, e porque devemos
sempre honrar as pessoas e cuidar para que seus nomes sejam sempre bem
vistos e respeitados.
3. O nono mandamento nos ensina a falar e valorizar a verdade, a cuidar
do bom nome dos outros e do nosso.
4. Esse mandamento nos proíbe de mudar ou desprezar a verdade, de
mentir e apoiar coisas ruins, de fazer mal ao nosso nome ou ao nome dos
outros, de ser injusto, de ficar calado quando é hora de condenar o mal e
defender a verdade, de falar a verdade com intenção ruim, de usar mal a
nossa língua, de imaginar que os outros estão sendo maus, de aumentar ou
diminuir o que nós somos ou o que os outros são, de exagerar pecados
menores e desculpar pecados sérios, de ouvir conversas ruins e não ouvir a
verdade, de invejar os outros e de fazer coisas indignas e não fazer coisas de
boa fama.
5. Para não pecar com a sua língua, peça sempre que Deus lhe ajude a
guardar o que sai de sua boca; trate o seu irmão que pecou contra você
como a Bíblia ensina; lembre como o pecado da língua é terrível e como
você não gostaria que dissessem coisas ruins de você.

Material de Apoio:
Para crianças de 3-7 anos: Um Catecismo para Meninos e Meninas,
perguntas 91-92.
Para crianças e jovens acima de 8 anos: Breve Catecismo, perguntas 76-
78.
 
 

Questões:
1. O que é dar um testemunho falso num tribunal? Dê um exemplo.
2. O que você gostaria e o que você não gostaria que as pessoas
falassem ou pensassem de você?
3. Você já teve que defender o seu nome ou o nome de algum amigo
de acusações falsas e fofocas mentirosas?
4. Diga três razões por que o pecado contra o nono mandamento é
muito sério.
5. Esse mandamento nos manda proteger a verdade, o nosso nome e
o nome dos outros. Como você poderia cuidar para ter sempre uma boa
reputação e ser bem visto pelas pessoas?
6. Pense numa pessoa sobre quem você ouviu alguma coisa ruim
recentemente. Pode ser um adulto, uma criança, alguém de sua família
ou um governante. O que você poderia fazer para descobrir a verdade,
defender o nome dessa pessoa ou acabar com as fofocas?
7. O que você deve fazer quando alguém lhe faz alguma coisa que
você não gosta, mas que não é muito sério? E quando é uma coisa séria?
8. Quais dos pecados contra o nono mandamento chamaram mais a
sua atenção? Em quais deles você tem caído mais?
9. Quais os remédios que mais lhe ajudam a não pecar com a sua
língua? Tente lembrar sempre de algum desses remédios, para usar todas
as vezes que precisar. Faça isso hoje mesmo. Procure uma oportunidade
para usar pelo menos um desses remédios.
Lição 11: O Décimo Mandamento e

o Exercício do Contentamento

Leitura Bíblica: Êxodo 20:17


Para Memorizar:
Não cobiçarás (Êxodo 20:17).

 
Cobiçar, crianças, é ter um desejo que não podemos controlar por mais e
mais coisas. É não estarmos nunca satisfeitos com o que temos. E hoje em
dia parece que o mundo ao redor de nós vive incentivando a cobiça. A
televisão, os outdoors, as propagandas ficam sempre anunciando produtos
novos para nos convencer de que precisamos muito ter aquele modelo novo
de telefone celular, de carro, de jogo, de boneca, de roupa, de televisão, e
assim por diante. Antigamente, as crianças normalmente tinham um ou dois
pares de sapato, algumas roupas, e um ou outro brinquedo que seus pais
construíam para elas. Elas não tinham muito o que cobiçar. Mas hoje, as
lojas e as propagandas ficam botando na cabeça das crianças que elas
precisam ter sempre a roupa e o sapato da moda, que precisam ter o quarto
cheio de brinquedos, jogos e vídeo-games. E se nós dermos ouvido para o
mundo, nunca vamos estar satisfeitos com o que temos, e vamos ficar
sempre cobiçando mais e mais coisas novas. E a verdade é que esse monte
de coisas e brinquedos não nos deixam felizes de verdade.

O que é Cobiçar?
A palavra que a Bíblia usa para cobiçar significa “ser avarento ou
ganancioso.” Fala de alguém que explora, que engana, que está pronto para
passar por cima dos outros, porque quer ter mais do que já tem. Cobiçar é
não estar satisfeito com o que nós temos, deixando de agradecer a Deus por
tudo o que Ele tem nos dado. É desejar mais e mais as coisas que não
podemos ter, com um desejo pecaminoso e incontrolável. Cobiçar é ficar de
olho nos outros, querendo as coisas que os nossos vizinhos, colegas e
irmãos têm.
Vocês repararam, crianças, que esse mandamento tem a ver não somente
com o que fazemos mas até com o que pensamos, sentimos e desejamos?
Ele vai muito além de nos proibir de ficar comprando coisas novas sem
necessidade, ou de roubar coisas ou de tomar a mulher do próximo, etc.. Ele
está nos proibindo até de querer essas coisas! Todos os outros
mandamentos, como já vimos, não proíbem só de fazermos o mal, mas
também de pensarmos ou desejarmos fazer o mal. Só que esse último
mandamento chama ainda mais atenção para o pecado que está escondido
no nosso coração, ou seja, ele se refere à nossa vontade e aos nossos
pensamentos pecaminosos. Os nove mandamentos que estudamos já
deveriam ter servido para nos convencer de que todos nós somos culpados
perante Deus porque nenhum de nós é capaz de cumprir estes
mandamentos, e de que temos de confiar na justiça que Cristo Jesus, o
nosso Redentor, nos dá. Mas para quem ainda acha que está obedecendo os
outros mandamentos, esse décimo mandamento serve para terminar de nos
convencer que somos pecadores, porque podemos pecar mesmo sem fazer
nada, só no desejo e no pensamento. E quem de nós nunca pensou o mal ou
desejou ter coisas dos outros?

Por que Cobiçar é

Pecado aos Olhos de Deus?


1. Porque é Deus quem dá às pessoas o que elas têm, segundo a sua
boa e sábia vontade. A Bíblia nos ensina que Deus é soberano, sábio,
justo, gracioso e bondoso, e é Ele quem faz com que nasçamos pobres ou
ricos, que tenhamos certos bens ou não, que tenhamos essa ou aquela
esposa, esse ou aquele emprego. Essas coisas não acontecem por acaso.
Não! Cremos em um Deus que faz sempre a sua boa vontade para as nossas
vidas. Ele dirige o universo, governa a história e comanda toda a nossa vida,
visando o bem daqueles que o amam e que são chamados segundo o seu
propósito. Se nós entendemos isso e confiamos em Deus, não temos porque
cobiçar o que é do nosso próximo, mas viveremos sempre satisfeitos,
sabendo que é Deus quem tem cuidado de nós. Se ficamos desejando o que
outros têm, é porque não queremos aceitar a vontade de Deus para a nossa
vida, e isso é pecado, é rebelião.
Nós não conhecemos o futuro, e às vezes nos enganamos pensando: se eu
pudesse ter aquilo, se eu pudesse ter aquele carro melhor, ou aquele outro
emprego e ganhar mais, então seria melhor pra mim e eu seria mais feliz.
Mas Deus conhece muito bem a nossa vida, o nosso futuro e o nosso
coração, e Ele sabe o que realmente vai fazer bem para a nossa alma. Deus
faz conosco como os nossos pais. Às vezes, os pais têm condições e
dinheiro para dar presentes caros e muitas outras coisas para os seus filhos,
mas eles não fazem isso, porque não é hora deles receberem esses presentes,
não vai fazer bem para eles. Esses presentes podem fazer deles crianças
preguiçosas, orgulhosas, que não valorizam o que têm. Ou as crianças
podem vir a amar mais essas coisas do que a Deus. E Deus faz assim
também com os seus filhos. Só que Deus faz melhor, porque Ele conhece
muito bem o nosso coração, o nosso futuro, e é um Pai perfeito, que nos dá
exatamente o que precisamos.
2. Porque a cobiça é para Deus como a idolatria. A Bíblia ensina que
o pecado da cobiça é um tipo de idolatria. Lemos isso em Efésios 5:5:
“Sabei, pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é
idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus”. O avarento é
justamente alguém que ama tanto o seu dinheiro e os seus bens que coloca
essas coisas no lugar de Deus. Ele coloca a sua confiança em sua riqueza e
vive sempre querendo mais e mais. Então, lemos aqui, que o avarento é um
idólatra. Você entendeu por quê? Porque quem cobiça está colocando a sua
própria vontade no trono, ao invés de Deus. O avarento está adorando a ele
mesmo, ao que ele possui e não a Deus, e isso é idolatria. Toda vez que
colocamos o nosso “eu” no trono e dizemos: “eu quero isso”, “eu não gosto
daquilo”, “eu quero fazer a minha vontade”, nós estamos adorando um
ídolo: nós mesmos! E isso é pecado porque nós sempre devemos colocar
Deus no trono, satisfazer a vontade dele e viver para a glória dele.
3. Porque a cobiça é um poço sem fundo, e leva a outros pecados.
Cobiçar, crianças, é querer sempre mais e mais, de uma maneira
pecaminosa e que não podemos controlar. É bom querer ter coisas boas,
mas somente quando essa é a vontade de Deus. Quando vemos que Deus
não quer nos dar um tênis melhor, como aquele do coleguinha que acende
luzinhas, então devemos nos contentar e ficar satisfeitos com o sapato que
Deus nos deu. Mas quando a nossa vontade de ter um sapato melhor é tão
forte que não podemos controlar, que toma conta dos nossos pensamentos e
das nossas vidas, então caímos no pecado da cobiça. E ele pode nos levar a
praticar outros pecados, como roubar para conseguir o que queremos, falar
mal de quem tem o que nós não temos, e por aí vai.
Tem uma história sobre Rockfeller, um milionário conhecido dos Estados
Unidos, em que lhe perguntaram o seguinte: “Quanto dinheiro é suficiente
para a gente ser feliz?” E a resposta dele foi: “Sempre um pouco mais”. Ele
bem que falou a verdade, não é mesmo? Porque as coisas que nós temos
nessa vida, seja lá quanto for, nunca vão ser suficientes para nos fazer
felizes. Só Deus pode nos dar alegria e paz. Então, quem não tem Deus,
vive pensando assim: se eu tiver um pouco mais, então vou poder ser feliz.
Queridas crianças, não caiam nesse pecado sem fundo! Creiam que o que
Deus lhes deu é o melhor para a sua vida, e vivam satisfeitos com a vontade
Dele.

O que esse

Mandamento nos Ensina a Fazer?


1. Estar sempre contentes com o que Deus nos dá. A Bíblia nos diz
que devemos aprender, assim como o apóstolo Paulo aprendeu, a viver
contente em toda e qualquer situação, tanto na pobreza, como na riqueza,
tanto quando somos honrados, ou mesmo quando somos humilhados;
devemos sempre estar satisfeitos. E podemos viver assim porque sabemos
que temos um Deus que é o nosso Pai, que é todo-poderoso, que é dono do
mundo inteiro, e que pode nos dar tudo o que precisamos. Se Ele não nos dá
o que queremos em certo momento, é porque Ele é sábio e quer o nosso
bem, e não vai nos dar o que pode nos fazer mal, especialmente para o
nosso coração. O segredo para estarmos sempre contentes não depende de
termos muito nem pouco, porque nós vemos tanto pobres como ricos
insatisfeitos e cobiçando mais e mais. O segredo é confiarmos que Deus
cuida de nós e que a vontade dele é a melhor para a nossa vida. É isso que
lemos em Hebreus 13:5,6: “Seja a vossa vida sem avareza (ou cobiça).
Contentai-vos com as coisas que tendes; porque Ele tem dito: de maneira
alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei”.
2. Amar e querer sempre o bem do nosso próximo. Não basta
estarmos contentes e não desejarmos o que é dos outros. É preciso amar os
outros de todo o nosso coração, e aprender a querer sempre o bem deles.
Devemos nos treinar para sempre querermos ver os outros se dando bem na
vida, e conseguindo coisas boas, e a ficarmos alegres quando nossos irmãos,
primos, colegas e vizinhos têm mais coisas e são felizes. Devemos querer
ver o bem das pessoas em todas as áreas, não só nas coisas materiais e em
ter mais dinheiro, mas também em vê-las agindo direito, e a querer o bem
do seu coração e da sua alma. Não fique desejando o que os outros têm, mas
faça o que puder para que eles tenham mais e melhor, tanto de bens
espirituais, quanto de coisas materiais.

Quais os Pecados que o

Décimo Mandamento Proíbe?


1. O descontentamento, que é estar insatisfeito com aquilo que Deus
tem nos dado. O descontentamento é um pecado que nasce e cresce dentro
de nós, mas ele acaba saindo e se manifestando quando ficamos ansiosos
por querer sempre mais coisas, ou quando ficamos reclamando da nossa
situação ou das coisas que temos. Também revelamos esse pecado quando
ficamos gastando mais do que ganhamos e vivemos cheios de dívidas,
porque queremos comprar mais coisas do que podemos com o dinheiro que
Deus tem nos dado.
2. A inveja e tristeza com o bem do próximo. O nosso coração é tão
pecaminoso, crianças, que muitas vezes ele fica cheio de inveja quando vê o
nosso próximo se dando bem, e ao invés de nos alegramos com a felicidade
e com a prosperidade dos outros, ficamos tristes, porque não temos tudo o
que eles têm. Ficarmos descontentes e insatisfeitos com a casa que temos já
é pecado, mas quando vemos alguém com uma casa melhor do que a nossa
e ao invés de nos alegrarmos por essa pessoa, nós ficamos tristes, invejando
e cobiçando o que Deus quis dar a ela e não a nós, o nosso pecado é ainda
maior!
3. Os sentimentos errados e desordenados do nosso coração,
especialmente com aquelas coisas que nós não temos e não podemos ter
e com as coisas que o nosso próximo tem. O nosso coração, crianças, pode
ser tomado de sentimentos que são pecaminosos. Isso acontece quando
temos um desejo exagerado pelas coisas, ou amamos o que é dos outros, ou
quando queremos demais uma coisa que não temos, ou que o outro tem.
Tem gente que quer porque quer casar, e não pensa em outra coisa, mesmo
que Deus ainda não lhe tenha dado um marido ou uma esposa, mas eles não
se conformam! Ou quando só pensamos naquela bicicleta de marcha que
vimos na loja e que os nossos pais não têm dinheiro para comprar, e
ficamos insistindo nisso, isso é pecado. Quando queremos mais do que tudo
fazer uma viagem para a Disney como outras crianças da nossa classe
fizeram, mas que nós não podemos, isso é pecado. Quando não gostamos da
calça jeans que ganhamos da nossa mãe, porque não é da moda, isso é um
sentimento pecaminoso. Deus odeia todos esses pecados que outros podem
nem ver, mas que Deus vê, e devemos lutar contra essas coisas, e pedir que
Ele tire esses sentimentos de nós pelo Seu imenso poder.

Conselhos para

Obedecermos o Décimo Mandamento


1. Exaltemos e confiemos na providência de Deus. Devemos pensar
em quem é o nosso Deus: um Deus soberano, Criador do Universo, que
dirige a história e todos os acontecimentos e condições da nossa vida para o
nosso bem. Devemos lembrar que a providência de Deus é sábia, perfeita,
não tem falha nenhuma. Ora, se alguma coisa na nossa vida não saiu como
nós pensávamos é porque nós estávamos pensando errado. Não aconteceu
exatamente como nós queríamos ou não temos obtido aquilo que
desejávamos? Talvez nós estejamos cobiçando mais do que aquilo que é
bom para o nosso coração, para a nossa alma. Vamos aprender a valorizar e
a confiar na maneira perfeita, justa e sábia como Deus dirige a nossa vida.
 

 
2. Exercitemo-nos no contentamento. A Bíblia nos manda aprender e
exercitar o contentamento. Precisamos aprender, porque já nascemos
insatisfeitos. O contentamento não é uma coisa fácil de aprendermos, e é
preciso gastar tempo nos exercitando para estarmos contentes em toda
situação. Cada vez que você vir um comercial de um brinquedo que você
não tem, e você sentir aquela vontade forte de conseguir aquilo, então é
hora de fazer esse exercício: pense no que você já tem, como Deus tem sido
bondoso com você e lhe dado tantos brinquedos! Lembre também que se
Deus quiser que você tenha esse brinquedo, Ele pode lhe dar. Seja
trabalhador e diligente, porque assim você pode ter as condições de juntar
um dinheirinho e comprá-lo, mas não deixe, nunca, que o desejo pelo
brinquedo tome conta do seu coração! Lembre-se ainda que ter esse
brinquedo não vai lhe fazer mais feliz. E você pode ainda orar pedindo a
Deus que guarde o seu coração da cobiça, e lhe faça contente com ou sem
esse brinquedo. Confie que Deus vai fazer e vai lhe dar o que for melhor
para você e não fique ansioso ou insatisfeito, como os ímpios, que passam a
vida se preocupando com a comida, a bebida, as roupas e as coisas dessa
vida. Deus, que cuida até dos passarinhos e das flores do campo, com
certeza dará aos seus filhos tudo o que precisarem e fará o melhor para a
nossa alma.
Nós precisamos, também, crianças, aprender a dar valor para o que é
mais importante. A nossa saúde é mais importante do que um brinquedo. A
vida de nossos queridos é mais importante do que as maiores riquezas. E
muitas vezes, Deus tem nos dado tudo o que é de mais importante, e nós
ficamos insatisfeitos e descontentes porque não temos uma bobagem
qualquer, que não vale nada! Vou contar uma história verdadeira, sobre um
homem que conheci, que era muito rico. Ele era dono de várias empresas,
de várias casas, de comércios, ele tinha os melhores carros, um apartamento
gigantesco, fazendas, coisas que não acabavam mais. Pois esse homem
perdeu dois filhos; o seu filho mais velho, quando era ainda um rapaz novo,
e pouco tempo depois, uma filha, quando ela estava ganhando bebê.
Crianças, vocês não acham que esse homem daria tudo o que tinha – e ainda
tem - para ter de volta os seus dois filhos queridos? Eu tenho certeza que
aquele homem, se pudesse trocar toda a sua riqueza pela vida de seus filhos,
ficaria pobre, mas feliz da vida, por ter os seus filhos ao seu lado! Pense
nessa história e dê mais valor para as grandes bênçãos que o Senhor tem
dado a você. Você tem pai, mãe, irmãos, irmãs, amigos, uma escola, saúde.
Só ter uma família já deveria lhe deixar contente e satisfeito! Existem tantas
crianças que não tem! Também Há tantas crianças cegas, incapazes ou que
têm uma doença mortal! Se você não tem nada disso, dê graças a Deus e
não deseje mais nada. Já pensou se Deus resolve tirar a vida de uma pessoa
querida para lhe mostrar como é terrível você ficar cobiçando e querendo
coisinhas sem importância?
3. Guardemos o nosso coração da cobiça. Como você e eu podemos
fazer isso, crianças? Primeiro, nós precisamos reconhecer esse pecado logo
que ele surge no nosso coração. Precisamos entender que somos fracos, e
que podemos cobiçar muito facilmente. Então esteja alerta! Vigie o seu
coração, como um guarda que está sempre acordado e percebe qualquer
pecado se aproximando. Quando você sentir qualquer sentimento ruim,
quando começar a ficar ansioso, descontente, “reclamão” ou quando
começar a prestar muita atenção nas coisas do colega, toque o alarme do seu
coração: cuidado! Então não perca tempo e lute contra esses sentimentos
maus. Peça que Deus lhe dê forças e graça para resistir ao pecado da cobiça
e sair vitorioso. Nunca deixe que esses sentimentos cresçam e encham o seu
coração. Não alimente esse pecado. Faça o que puder para acabar com ele.
Pare de olhar para as coisas do seu próximo. Leia a sua Bíblia, pense em
como Deus é sábio e bondoso e tem lhe dado muito mais do que você
merece. Pense que Deus pode lhe castigar por sua cobiça tirando um bem
muito mais precioso que você nem está valorizando, como a sua saúde.
Tema a Deus e dependa dele em todo tempo. E quando se sentir fraco e
cheio de inveja e cobiça, confesse a Deus o seu pecado, se arrependa e vá se
esconder em Cristo. Busque o perdão, a justiça e o poder daquele que nunca
cobiçou, que guardou toda a Lei de Deus. E ao invés da cobiça, encha o seu
coração de alegria e de gratidão pela salvação que Deus concedeu a você, e
pelas tantas bênçãos que Deus tem lhe dado nessa vida!

Lições:
1. Cobiçar é ter um desejo ou sentimentos pecaminosos e incontroláveis
pelas coisas que não podemos ter ou que os outros têm.
2. Cobiçar é pecado porque é uma revolta contra a providência de Deus;
porque é um tipo de idolatria, e porque é um pecado que não tem fim e que
leva a outros pecados.
3. O décimo mandamento nos ensina a estarmos contentes em toda
situação e a amar o próximo e desejar e nos alegrar com o seu bem.
4. O décimo mandamento nos proíbe de sermos descontentes, de
ficarmos com inveja ou tristeza pelas coisas que os outros têm, e de termos
sentimentos errados para com as coisas que não são nossas e que não
podemos ter.
5. Os remédios que nos ajudam a obedecer ao décimo mandamento são:
confiar na sábia e bondosa providência de Deus, aprender a se exercitar a
estar sempre contente, e guardar o coração de qualquer sentimento
pecaminoso.

Material de Apoio:
Para crianças de 3-7 anos: Um Catecismo para Meninos e Meninas,
perguntas 93-94.
Para crianças e jovens acima de 8 anos: Breve Catecismo, perguntas 79-
81.
 
 

Questões:
1. Quais são algumas coisas que o seu coração, a sua situação e as
propagandas do mundo lhe fazem cobiçar?
2. É possível cobiçar sem que ninguém mais saiba desse pecado?
Quem é que sempre sabe quando você cobiça? Como você acaba
deixando esse pecado aparecer para os outros?
3. Explique com suas palavras o que é a Providência de Deus. Você
confia nessa obra de Deus?
4. Por que a cobiça é como a idolatria?
5. O que você aprende com a história sobre o milionário Rockfeller?
6. O décimo mandamento nos ensina a fazer duas coisas. Uma tem a
ver conosco mesmo, e a outra com o nosso próximo. Quais são elas?
Qual dessas coisas parece mais difícil para você?
7. Tente lembrar de uma vez em que você cobiçou alguma coisa.
Quantos pecados você acabou praticando?
8. Faça uma lista das coisas que são realmente importantes que Deus
tem lhe dado (a vida, a família, a saúde, etc.) e outra lista das coisas que
você é normalmente tentado a cobiçar. Compare as duas listas e
responda: Se Deus lhe desse tudo o que você cobiça, e lhe tirasse o que
Ele já tem lhe dado, você seria mais feliz? O que você acha, então, da
vontade de Deus e da sua vontade: qual é a melhor?
9. O que você pode fazer para lutar contra o desejo de ter sempre
mais e mais?
Lição 12: Usando os Dez
Mandamentos
na Nossa Vida

Leitura Bíblica: Salmo 119:18 e Salmo 19:7-14


Para Memorizar:
A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria
aos símplices. Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do
SENHOR é puro e ilumina os olhos (Salmo 19: 7-8).

 
Queridas crianças, estamos chegando ao final desses estudos sobre os
Dez Mandamentos. Vimos que eles são chamados também na Bíblia de “As
Dez Palavras da Aliança”, porque são as leis de um Deus que quis nos amar
e nos salvar por meio de uma aliança ou de um pacto gracioso. Então,
estudamos cada um dos dez mandamentos que Deus deu ao seu povo.
Espero que agora você entenda melhor o que cada mandamento significa, e
como cada mandamento tem tantas lições a nos ensinar! Cada mandamento
nos ensina coisas que devemos fazer e coisas que não devemos fazer,
porque são, na realidade, pecado. Se você pensa do mesmo jeito que eu,
deve ter ficado espantado com a quantidade de pecados que são revelados
por cada mandamento, e a quantos deveres eles nos obrigam!
E agora, você pode estar preocupado, pensando: o que fazer com todos
esses mandamentos? Devo tentar decorar cada pecado proibido? Devo
tentar ensiná-los a outros? E se eu não conseguir obedecer esses
mandamentos? E se eu esquecer deles?
Ou você pode estar animado, pensando assim: “estou tão feliz por
aprender mais sobre a vontade de Deus! Eu quero tanto praticar cada
mandamento, e me esforçar para ensiná-los para outras pessoas. Quero
muito fazer toda a vontade de Deus que acabei de aprender. Talvez vou até
escrever num cartaz as principais lições que aprendi com cada mandamento
e colar ao lado da minha cama, para não me esquecer delas!”
Ou, talvez esse estudo tenha lhe deixado triste, pensando assim: “Que
pena que as pessoas ao meu redor não obedecem esses mandamentos. Eu
mesmo não consigo obedecê-los, mas pelo menos eu gostaria de fazer a
vontade de Deus. Mas meus pais, meus colegas, minha escola, meus
amigos, o meu país não quer nem saber dos Dez Mandamentos, e parecen
fazer sempre o contrário do que agrada a Deus!”.
Ou talvez você pense assim: “Que bom que aprendi essas coisas; agora já
sei o que os mandamentos significam, mas não sei como aplicá-los na
minha vida, não sei que diferença eles vão fazer para o meu relacionamento
com Deus e com as outras pessoas”.
Se você pensa de alguma dessas maneiras, esse último capítulo deve lhe
ajudar a aprender como você pode usar os Dez Mandamentos para o bem do
seu coração, para o bem das outras pessoas e para se tornar cada vez mais
parecido com o nosso Senhor Jesus Cristo. Precisamos muito saber aplicar e
usar a lei que Deus nos deu, e não apenas conhecê-la em nossa mente, para
não sermos como os fariseus do tempo de Jesus. Lembram deles? Eles liam
a Lei, sabiam “de cor” cada palavra, condenavam os outros povos que não
conheciam a Palavra de Deus, e ficavam orgulhosos porque só eles tinham a
Lei, e achavam que obedeciam a todos os mandamentos, como o Jovem
Rico. Mas eles estavam tão enganados, porque não obedeciam a Lei de jeito
nenhum! Não se viam como pecadores, mas se achavam justos, e nunca
oravam a Deus como o publicano, dizendo: “Ó Deus, tem misericórdia de
mim, um pecador!”. Os fariseus, crianças, tinham a Lei, se achavam
melhores que outros, mas eles não eram salvos, não obedeciam os Dez
Mandamentos e não agradavam a Deus com a sua vida.

Os Dez Mandamentos

são Leis Diferentes e Devem ser

Usadas de Maneira Especial


Um dos problemas dos fariseus era que eles confundiam os três tipos de
leis que Deus tinha dado para Israel, e achavam que poderiam obedecer os
Dez Mandamentos do mesmo jeito que as outras leis, só fazendo ou
deixando de fazer certas coisas.
Crianças, quando vocês lêem ou ouvem histórias do Antigo Testamento,
vocês com certeza já notaram que o povo de Israel deveria obedecer muitas
outras leis, além dos Dez Mandamentos, não é mesmo? Eles tinham leis
sobre o tabernáculo, sobre como deveriam oferecer os sacrifícios, sobre
certos animais que poderiam comer, sobre certas coisas que eram impuras
que eles nem mesmo deveriam tocar, e assim por diante. Essas leis, que
serviam para ensinar o povo a cultuar a Deus e a estarem puros para
poderem oferecer sacrifícios e adorar a Deus, são chamadas de leis
cerimoniais. Você acha que ainda precisamos obedecer essas leis hoje,
quando vamos à igreja? Não! Sabem por que? Porque nós vivemos depois
de Cristo ter vindo a este mundo, e sabemos que Ele foi o verdadeiro
sacrifício que foi oferecido de uma vez por todas! Não precisamos mais
matar animais num altar, nem oferecer incenso a Deus, nem precisamos
ficar nos lavando, e nos purificando de coisas contaminadas porque o
sangue de Jesus nos lavou de verdade e para sempre. Todas aquelas leis
cerimoniais apontavam para o Messias que haveria de vir, e as pessoas
daquele tempo, quando obedeciam essas leis, estavam dizendo que
acreditavam num Salvador que viria e que iria livrá-los de seus pecados.
Ainda havia um outro tipo de lei, em Israel, no tempo do Antigo
Testamento. Aquele era o povo escolhido de Deus, e eles deveriam ser
diferentes das outras nações. Os governantes dos outros povos eram quem
criavam as leis das nações, mas o líder de Israel era Deus e Deus mesmo
deu ao seu povo leis civis, que diziam como aquela nação deveria ser justa e
diferente das outras. Assim como o nosso país tem leis de trânsito, de
negócios, de impostos, de terra, de saúde, etc., o povo de Israel também
tinha leis sobre como usar as terras, como colher os grãos, como fazer
guerras, como punir os criminosos, como preservarem a sua saúde, e assim
por diante. Mas nós não somos israelitas, não é verdade? Somos brasileiros.
Os crentes de hoje não precisam mais seguir todas aquelas leis que Deus
tinha dado para a nação de Israel antigamente. Agora cada um precisa
obedecer as leis do seu próprio país. Se bem que seria muito bom se os
países fizessem sempre leis justas e sábias como eram as leis do povo de
Israel, que tinham sido feitas por um governante justo e santo que era o
próprio Deus. Mas não precisamos obedecer as leis civis da nação de Israel.
Só que, crianças, os Dez Mandamentos eram uma lei diferente dessas
que estivemos vendo. Não eram leis cerimoniais, nem leis civis. Eram leis
dadas por Deus para ensinar o povo a viver vidas que agradassem a Ele. Os
Mandamentos ensinavam ao povo o que é certo e o que é errado aos olhos
de Deus, e por isso esses mandamentos continuam valendo para nós, hoje,
não importa em que nação nós vivamos. Os Dez Mandamentos são um tipo
de lei chamado de lei moral, e eles servem para todos os homens, valendo
tanto para nós, hoje, quanto valiam para os israelitas no deserto. Quando
Jesus veio, ele não disse que não precisávamos mais obedecer à lei moral de
Deus. Pelo contrário! Ele mesmo guardou cada um dos Dez Mandamentos e
nos ensinou a guardá-los de uma maneira ainda mais profunda e útil, que
fala ao nosso próprio coração. E não interessa em que país nós moramos, os
Dez Mandamentos devem ser obedecidos por todas as pessoas,
especialmente pelos crentes, até Jesus voltar.
Os Dez Mandamentos também são diferentes das outras leis de Israel
porque eles precisam ser obedecidos de coração, e ninguém consegue
obedecer a esses mandamentos completamente, pois temos corações maus:
fazemos, pensamos e desejamos coisas más. Os fariseus achavam que
bastava não matar, não adulterar e estavam obedecendo os mandamentos. E
eles achavam que eram salvos porque obedeciam todas as leis de Deus. Mas
eles estavam tão enganados! Cuidado, crianças, para não se orgulhar de que
conhece os Dez Mandamentos, e para não achar que consegue obedecer ou
ser salvo porque obedece a Lei de Deus. Os Dez mandamentos não nos
salvam, mas são tão importantes para a nossa salvação porque nos mostram
o quanto somos pecadores e estamos perdidos se não confiarmos naquele
que cumpriu todos os mandamentos por nós: Cristo!
Eles são importantes também para a nossa santificação, que acontece
quando procuramos, com a ajuda de Deus, fazer aquilo que os
mandamentos nos ensinam, e vamos ficando mais parecidos com Deus, que
é Santo. E eles podem ajudar até as pessoas que não são crentes. Você quer
saber como? Então, vamos estudar melhor as três maneiras diferentes como
podemos usar os Dez Mandamentos na nossa vida, para o bem do nosso
coração e das pessoas ao nosso redor:

Os Dez Mandamentos Servem

para nos Convencer do Pecado e nos

Conduzir a Cristo e à Salvação


Uma das razões mais importantes pela qual Deus nos deu os Dez
Mandamentos é que eles servem para a nossa salvação. Vocês sabiam que
aprender os Dez Mandamentos pode ajudar na nossa salvação? Sabem
como? É porque esses mandamentos servem para revelar o nosso pecado,
para nos mostrar como somos tão maus e corrompidos, como
desobedecemos a todos os mandamentos de Deus! E nós precisamos disso
para podermos nos arrepender. Se quando você estudou os mandamentos,
você ficou espantado pensando em quantas maneiras diferentes você têm
desobedecido a Deus e ficado longe de agradá-lo, que bom! Então fique
triste, arrependido e peça perdão a Deus. Os mandamentos servem para isso
mesmo! Nós nunca vamos ser salvos por obedecer toda a Lei, não! Mas a
Lei ajuda na nossa salvação porque ela nos faz ver como somos pecadores e
como precisamos nos arrepender dos nossos pecados!
O apóstolo Paulo nos ensina em Romanos que a Lei serve justamente
como aquela lente de aumento de que falamos na nossa primeira lição,
lembram? Romanos 3:19,20 diz assim: “Ora, sabemos que tudo o que a Lei
diz, aos que vivem a Lei o diz, para que se cale toda boca e todo mundo seja
culpável perante Deus, visto que ninguém será justificado diante dele por
obras da lei, em razão de que pela Lei vem o pleno conhecimento do
pecado”. E Romanos 5:20 ensina que “Sobreveio a Lei, para que avultasse a
ofensa”. Nós nascemos achando que somos bonzinhos, que o nosso pecado
é pequeno, que conseguimos obedecer a Lei de Deus. Mas quando
estudamos melhor os Dez Mandamentos, vemos como pecamos muito, e
como Deus odeia cada um de nossos pecados, e como não conseguimos
obedecer totalmente nenhum dos dez mandamentos! Se formos sinceros,
teremos que confessar que nós pecamos contra todos os mandamentos! É
verdade que existem pecados mais odiosos do que outros, mas nós somos,
aos olhos de Deus, tão culpados de quebrar a sua Lei quanto os piores
assassinos!
Mas a Bíblia ensina que os Dez Mandamentos não devem somente nos
deixar culpados, desesperados, tristes e sem esperança de salvação. Eles
abrem a nossa ferida para vermos como ela é feia, mas eles também nos
fazem correr para o único médico que pode cuidar de uma ferida tão
grande: Jesus, o médico da nossa alma. O apóstolo Paulo disse em Gálatas
3:24 que a Lei é como uma babá, que nos toma pela mão e nos leva para
onde devemos ir, para Jesus Cristo. Sabem como a Lei faz isso? Ela nos
aponta para alguém que a cumpriu perfeitamente em nosso lugar. Nós não
podemos obedecer nenhum dos Dez Mandamentos, mas existe uma pessoa,
um homem, que obedeceu totalmente cada um dos mandamentos de Deus:
Jesus, o Filho de Deus. Ele se fez homem para obedecer os mandamentos, e
Deus, o Pai, disse a Jesus: “tu és obediente e justo, tu me agradas! E eu
aceito a tua justiça e obediência em lugar da desobediência dos homens.” E
Jesus oferece a sua justiça para todos os que precisam dela e que crêem
nele, como uma veste limpa que usamos para cobrir os nossos trapos e
aparecer diante do rei com roupas limpas e bonitas. É como se, quando você
crê em Cristo, você e ele trocassem de roupa, ou melhor, de vida, diante de
Deus, o juiz: você dá a ele a sua vida de pecados, e ele lhe dá a sua vida
perfeita que nunca quebrou nem um só mandamento.
Também os nossos pecados são como uma dívida, que não podíamos
pagar. Nós lemos os mandamentos e vemos que somos culpados de
transgredir a lei de Deus, e a Bíblia nos diz que o castigo para o pecado é a
morte! E agora, como podemos ser salvos da morte e do inferno? E assim,
Deus usa os Dez Mandamentos para nos fazer apreciar a salvação que
Cristo nos dá, pois ele pagou o nosso castigo e morreu a morte que
merecíamos. Na cruz, é como se Jesus tivesse ido para o inferno em nosso
lugar, por causa de cada pensamento, palavra e atitude em que quebramos
os mandamentos de Deus. Vou dar um exemplo de como isso acontece.
Digamos que você tivesse quebrado um brinquedo muito caro de um
coleguinha e não tivesse como pagar. E você sabe que o seu pai, quando
você contar pra ele, vai ficar muito zangado com a sua falta de cuidado. E
agora? É então que chega o seu irmão mais velho, e sabendo disso, fica com
pena de você e paga toda a sua dívida, mesmo sabendo que vai ser
castigado por seu pai. Mas, ufa! Que bom, né? Agora você não precisa mais
temer, porque outro pagou tudo o que você devia. É assim que Jesus faz
conosco: Ele se ofereceu para pagar toda a nossa dívida diante de Deus, e a
receber o castigo que era devido a nós!
Você já leu o livro: “O Peregrino”? É sobre um homem chamado Cristão
que descobre, lendo a lei de Deus, que tem dois problemas: um peso bem
grande amarrado nas suas costas, e roupas imundas que não são próprias
para ele entrar com elas na cidade celestial. Certo homem, Evangelista, lhe
aponta para a cruz. E quando Cristão chega ao pé da cruz, e entende o que
Jesus fez por ele, o seu grande peso de pecados cai de suas costas, e as suas
roupas são trocadas por outras limpas e dignas da presença do Rei. Vocês
vêem como a Lei de Deus nos aponta para Jesus? Ela aponta para essas
duas coisas principais que Jesus fez por nós. Ela nos faz ver e sentir o peso
daquele fardo, e como são sujas são as nossas vestes, e nos leva a buscar
ajuda na Pessoa certa.
É Jesus Cristo quem nos salva da nossa culpa e pecado, tanto pela sua
vida, como pela sua morte. Na sua vida, ele obedeceu completamente a
Deus em nosso lugar, e anuncia que estamos limpos e bem-vestidos. E na
sua morte, ele paga a nossa dívida, que é morrer eternamente, e ao tirar de
nós esse peso enorme, nos dá assim salvação e a vida eterna.
Então, é assim que os Dez Mandamentos ajudam na nossa salvação.
Sempre que pecamos contra os mandamentos, devemos reconhecer que
somos pecadores e ir a Cristo, pedindo que cubra o nosso pecado e que nos
faça puros como Ele é. Todo dia devemos orar como o publicano: “Ó Deus,
tem misericórdia de mim, pecador!” E então Deus vai olhar para você, ver
que Jesus pagou toda a sua dívida e vai se agradar de você, como se você
mesmo estivesse obedecendo perfeitamente todos os mandamentos.

Os Dez Mandamentos

Servem para o Bem da Sociedade


Crianças, vocês sabem que muitas pessoas conhecem os Dez
Mandamentos, mas não os usam para reconhecer o seu pecado e correr para
Jesus em busca de Salvação? Eles obedecem alguns mandamentos apenas
externamente, porque não trocam suas esposas, não matam os outros, não
roubam bancos e tentam ser pessoas direitas aos olhos dos outros, mesmo
que o seu coração esteja cheio de pecados que não podemos ver. Será que
os Dez Mandamentos servem de alguma coisa para pessoas assim, que não
são crentes de verdade? Servem sim. É bom que as pessoas conheçam os
Dez Mandamentos, mesmo que não se convertam a Cristo de coração. A
Bíblia ensina que a Lei de Deus, quando é pregada para as pessoas, ainda
que elas não se convertam, pode fazer bem para a sociedade em geral. É
melhor nascer numa família em que se aprende os Dez Mandamentos, do
que numa família que nunca lê a Bíblia! É melhor morar num país onde as
igrejas pregam a Lei de Deus do que em países onde a Bíblia é proibida.
Quando a Lei de Deus é pregada nas igrejas, ensinada nas escolas, está
escrita nos tribunais e nas praças de uma cidade ou país, ela serve, entre
outras coisas, para controlar os crimes na cidade, para encorajar o bem, para
que os governantes façam leis mais justas, para que os criminosos sejam
punidos da forma certa, para que as pessoas temam a punição, e para que os
ímpios e adúlteros sintam vergonha de seus pecados. Um povo que conhece
os Dez Mandamentos, e que os obedece pelo menos externamente, não vai
estar adorando a lua ou o sol, não vai estar falando o nome de Deus em vão,
não vai estar trabalhando sem necessidade no domingo, não vai estar
maltratando os idosos, não vai estar assaltando lojas, não vai estar
explorando maldosamente os pobres, não vai estar assassinando inocentes,
mas vai valorizar as coisas boas, vai dar liberdade para os crentes adorarem
o Deus verdadeiro, vai tomar decisões certas e justas, vai ser próspero e
inteligente e isso é bom para uma cidade ou nação.
 

 
I Timóteo 1, do verso 8 em diante, diz assim: “Sabemos, porém, que Lei
é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo, tendo em vista que não se
promulga lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes,
irreverentes, e pecadores, ímpios e profanos...”. Essa era a diferença entre o
povo de Israel e as outras nações. O povo de Israel pelo menos conhecia a
lei de Deus, e mesmo que muitos não fossem realmente convertidos a Deus,
eles eram uma nação que tinha mais ordem, menos crimes e leis mais justas
do que os povos ímpios que nem conheciam a vontade de Deus. E muitas
outras nações têm sido abençoadas por conhecerem a Lei de Deus, e por
terem pregadores que anunciam os Dez mandamentos para o povo e para os
governantes. Essas nações se tornam melhores, mais justas, mais seguras,
mais livres e mais ricas do que outras.
Infelizmente, nós moramos em um país em que os Dez Mandamentos
não são pregados e não influenciam a nossa cultura. Pense nisso e responda:
não é verdade que o primeiro mandamento nos ensina a adorarmos somente
o Deus verdadeiro, e o segundo mandamento a não fazermos imagens de
escultura? Mas o povo brasileiro adora tantas imagens da virgem Maria, faz
procissão e promessas para tantos santos, e até faz cultos para demônios e
espíritos! Ninguém respeita o nome de Deus, e tantas pessoas brincam com
as coisas de Deus e falam o Seu nome em vão, até mesmo os evangélicos!
O Dia do Senhor não é usado para as pessoas irem para a igreja, mas é dia
de futebol, de ir para o clube, para as praias e para os bares.
Criancinhas pequenas gritam, batem e envergonham seus pais, e os pais
não sabem o que fazer! E basta abrir qualquer jornal ou ver qualquer
noticiário na televisão, e veremos como o Brasil está cheio de crimes, de
violência, de pobreza, de adultérios, de governos e políticos corruptos, de
pessoas que exploram as outras, que vendem coisas a preços absurdos, que
vivem desejando e cobiçando o que não podem ter. Com certeza, a situação
de nosso país não seria tão terrível se as pessoas pelo menos conhecessem e
respeitassem os Dez Mandamentos. Eles serviriam para deixar as pessoas
mais envergonhadas do seu pecado, para diminuir a violência, para
incentivar o trabalho honesto e diminuir a pobreza, e quem sabe muitos
ainda poderiam se arrepender e buscar a Deus. Você e eu deveríamos fazer
de tudo para espalhar e falar aos outros sobre a Lei de Deus, e para que ela
seja mais conhecida em nossas famílias, em nossas escolas, em nossa
cidade. Isso será uma grande bênção de Deus para o nosso país, escola e
família, mesmo que as pessoas não se convertessem.

Os Dez Mandamentos Servem para

Ensinar aos Crentes a Vontade de Deus


Ainda existe outra maneira de usarmos esses dez mandamentos que
acabamos de aprender. Já vimos que eles servem para repreender o nosso
pecado e nos levar a Cristo; já vimos que eles servem para o bem das
pessoas e dos países que os conhecem, mas eles ainda servem de uma
maneira especial para nós que somos crentes, que já nos arrependemos e
confiamos em Jesus. Para nós, os Dez Mandamentos servem para nos tornar
mais santos, para nos ensinar qual é a vontade de Deus, para dirigir a nossa
vida no caminho certo, e para nos fazer mais obedientes e parecidos com o
Filho de Deus. Querida criança, se você é um crente de verdade, você vai
amar a Lei de Deus, vai querer conhecer cada detalhe dela, porque você
quer aprender a obedecer e a agradar o Deus que lhe salvou.
O Espírito Santo - que habita no nosso coração - nos dá amor e uma
grande alegria pela Lei de Deus. Ele nos dá o desejo de obedecermos cada
dever, e de fugirmos e lutarmos contra cada pecado que a Palavra de Deus
condena. A Lei de Deus nos transforma, e nos faz cada vez mais santos,
mais parecidos com Cristo. E ela nos guia por um caminho seguro e sábio.
Lemos no Salmo 1:1-2 que quando nos alegramos e meditamos na lei de
Deus, nós vamos ser felizes e vamos poder ficar longe do pecado e da
companhia dos ímpios. O Salmo 119 inteirinho também nos ensina como a
Lei de Deus é preciosa para os crentes, e no versículo 105, que você deve
conhecer, aprendemos que: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e,
luz para os meus caminhos”. Também o Salmo 19, a partir do versículo 7,
nos diz que a lei de Deus é perfeita e restaura a alma, é fiel e nos dá
sabedoria, é pura e ilumina os nossos olhos, permanece para sempre, é
verdadeira, é justa, é mais desejável do que o ouro e mais doce do que o
mel. Diz ainda:
Além disso, por meio deles (dos mandamentos de Deus) se admoesta o teu servo; em os guardar,
há grande recompensa. Quem há que possa discernir as próprias faltas? Absolve-me das que me
são ocultas. Também da soberba guarda o teu servo, que ela não me domine; então, serei
irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão.

As palavras dos meus lábios, e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença,
Senhor, rocha minha e redentor meu.

Vamos, então, crianças, usar os Dez Mandamentos para sermos cada vez
mais santos e obedientes. Você sabia que foi para isso que Deus lhe salvou?
O que Deus mais quer de seus filhos é que eles sejam santos, como Ele é
santo. Nós sabemos que nunca vamos poder viver sem pecar neste mundo,
só mesmo quando chegarmos no céu, mas a Lei de Deus serve para
restaurar em nós a imagem de Deus que Adão tinha no Paraíso, e para
tornar a nossa vida mais parecida com a vida no céu. É preciso muito
esforço de nossa parte, muita oração, mas Deus mesmo promete que vai nos
tornar perfeitos para o dia em que Jesus voltar. Mesmo que você saiba que
ainda está tão longe de ser perfeito, continue buscando conhecer e obedecer
os Dez Mandamentos, sabendo que isso agrada a Deus, que é uma maneira
de dizer a Deus que você está muito grato com a salvação que Ele lhe deu, e
sabendo que essa é a única maneira de você viver para a honra e para a
glória de Deus.

Lições:
1. Agora que você já conhece os Dez Mandamentos, você pode estar
pensando sobre como deveria usar e aplicar o que aprendeu para a sua vida.
Esse capítulo deve lhe ajudar a fazer isso, para que você não seja como os
fariseus que conheciam a lei de Deus, mas a usavam de maneira tão errada.
2. A nação de Israel no Antigo Testamento tinha três tipos de leis. As leis
cerimoniais serviam para dirigir o culto e tudo o que era sagrado e apontava
para o Messias, que viria, e para a sua morte. Essas leis foram cumpridas
por Jesus e não valem mais para nós hoje. As leis civis eram as leis que
governavam a nação de Israel, assim como cada país precisa de leis de
trânsito, de saúde, de justiça, etc. Essas leis valiam mais para Israel do que
pra nós hoje, embora os nossos governantes devessem se basear nelas, pra
fazerem leis mais justas. Mas os Dez Mandamentos são diferentes: são leis
morais que ensinam o que é certo e errado aos olhos de Deus. Eles não
passaram, nem mudaram, mas deven ser obedecidos por todas as pessoas,
para sempre.
3. Os Dez Mandamentos servem para repreender o nosso pecado, nos
convencer de que pecamos contra Deus e o nosso próximo, e nos levar a
buscar socorro em Jesus Cristo, que é o único que pode nos perdoar e nos
dar a sua justiça, porque morreu pelos nossos pecados e cumpriu a Lei em
nosso lugar.
Você pode encontrar essas duas obras de Cristo em cada uma dessas
respostas que lemos no catecismo para crianças: Pergunta: “Como Jesus
cumpriu o pacto da graça?” Resposta: “Ele guardou toda a lei pelo seu povo
e então foi punido por todos os seus pecados.” E mais adiante: Pergunta:
“Como Deus pode justificar você? Resposta: Perdoando todos os meus
pecados e declarando que sou justo.
4. Eles também servem para o bem das pessoas e dos países, mesmo que
eles sejam cumpridos apenas externamente, pois incentivam a justiça, a
ordem, a liberdade e o progresso.
5. Os Dez Mandamentos servem ainda para os crentes conhecerem
melhor a vontade de Deus, para se tornarem mais santos e para saberem
como viver suas vidas de maneira que agradem a Deus.

Material de Apoio:
Para crianças de 3-7 anos: Um Catecismo para Meninos e Meninas,
perguntas 95-96.
Para crianças e jovens acima de 8 anos: Breve Catecismo, perguntas 82-
87.
 
 

Questões:
1. Você tinha alguma dúvida sobre como usar os Dez Mandamentos
na sua vida? Esse capítulo lhe ajudou?
2. Como os fariseus usavam os Dez Mandamentos? Por que isso era
errado?
3. O Antigo Testamento tinha vários tipos de leis dadas por Deus.
Todas elas valem para usarmos hoje? E quanto aos Dez
Mandamentos?
4. Quais são os três usos ou as três maneiras corretas de usarmos os
Dez Mandamentos na nossa vida?
5. Como os Dez Mandamentos são úteis para a nossa salvação?
6. O que você acha que mudaria no Brasil se todas as pessoas, pobres
e ricos, governantes, presidentes, professores, pais, policiais,
comerciantes, conhecessem bem, desde crianças, o que os Dez
Mandamentos exigem de nós e nos proíbem fazer?
7. O que você pode fazer para ajudar as pessoas, crentes ou não, a
conhecerem os Dez Mandamentos?
8. Você ama os Dez Mandamentos? Você deseja obedecer a cada um
deles de coração? Pense nisso: Se acontecesse de o seu pai ter que
viajar para um país muito distante, e ele tivesse que ficar muito tempo
lá, vocês iam sentir muita saudade um do outro, não é? E então, não
seria uma alegria muito grande receber cartas ou mensagens dele? E
você não gostaria de agradá-lo fazendo tudo para obedecer tudo
aquilo que ele lhe dissesse pra fazer?
9. O que é que Deus mais quer de seus filhos?
10. Projeto: Faça um cartaz sobre os Dez Mandamentos, e para cada
um, anote dois deveres que ele ordena e dois pecados que ele proíbe.
Pregue-o em algum lugar visível na sua casa, e tente memorizar esses
deveres e pecados. Quando já tiver decorado algum, troque por outros
dois deveres e pecados. E ore para que Deus lhe ajude a aprender tudo
o que os mandamentos nos ensinam, e para que isso sirva para que
você fuja do pecado e seja mais santo.
“Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da
tua Lei”
(Salmo 119:18)

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