GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR 1

População concentrada nas maiores

cidades, principalmente nas grandes
metrópoles do Brasil.

POPULAÇÃO
(BRASIL E MUNDO)
TEORIAS DEMOGRÁFICAS,
ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO, Fonte: IBGE.

EXPECTATIVA DE VIDA, DENSIDADE

DEMOGRÁFICA.
Conceito de população
• População é o conjunto de pessoas que residem
em determinada área. Ela pode ser caracterizada
de acordo com vários aspectos, como gênero, faixa
etária, religião, etnia, idioma, local de moradia,
atividade econômica praticada, entre outros. As
condições de vida e o comportamento da população,
no entanto, são retratados por meio de indicadores
sociais:
• Taxas de natalidade e mortalidade, expectativa de
vida, índices de analfabetismo, participação na
renda, etc.
População no mundo
• Nas economias desenvolvidas o crescimento
demográfico é inexpressivo, sendo até mesmo
negativo em alguns locais. Nos países em
“desenvolvimento” e “emergentes” ocorrem as mais
variadas situações.
• Em algumas nações, o elevado crescimento
populacional compromete o desenvolvimento
urbano e ambiental; em outras, a população tende a
se estabilizar nas próximas décadas, como é o caso
do Brasil.
• Países populosos podem ter densidades
demográficas concentradas em algumas regiões. É o
caso do Brasil, EUA e do leste da China.
Os dez países mais populosos e extensão do território
Países População Território/área Extensão

1 China 1.411.780.000 9.596.961 km² 3º

2 Índia 1.380.004.385 3.287.590 km² 7º
3 Estados 331.449.281 9.371.175 km² 4º
Unidos
4 Indonésia 273.523.615 1.904.569 km² 15º
5 Paquistão 220.892.340 880.940 km² 34º

2 GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR

 6 Brasil 213.448.619 8.510.295 km² 5º • Superpovoamento: É quando o quantitativo
7 Nigéria 206.139.589 910.770 km² 31º populacional é maior do que os recursos sociais e
8 Bangladesh 164.689.383 147.570 km² 93º econômicos existentes para a sua manutenção. No
9 Rússia 145.934.462 17.124.442 km² 1º caso é caracterizado por não ter recursos suficientes
10 México 128.932.753 1.958.201 km² 14º para abastecer toda a sua população.
• Áreas Ecúmenas: Áreas com fácil ocupação pelo ser
humano.
• Áreas Anecúmenas: São áreas de difícil ocupação
humana.

Distinção Jurídica no Brasil entre

Fonte: IBGE.
Censo e Recenseamento
Os Censos Demográficos são a única forma de
informação sobre a situação de vida da população
em cada um dos municípios e localidades do País. As
demais pesquisas domiciliares são levantamentos
por amostragem.
A primeira contagem da população brasileira foi
realizada em 1872, ainda durante o Império, mas foi
a partir de 1890, já sob a República, que os censos se
tornaram decenais.
O Censo Demográfico tem por objetivo contar os
habitantes do território nacional, identificar suas
características e revelar como vivem os brasileiros,
produzindo informações imprescindíveis para a
definição de políticas públicas e a tomada de decisões
de investimentos da iniciativa privada ou de qualquer
nível de governo.
Ocorrência(s): 1872, 1890, 1900, 1920, 1940 a 1980,
1991, 2000, 2010.
Algumas características de destaque
para entender a projeção populacional
• População absoluta: Um país é considerado
populoso quando o número absoluto de habitantes
é alto.
• População relativa: Um país é considerado povoado
quando o número de habitantes por quilômetro
quadrado é elevado.
População e Povo
• População brasileira é o conjunto de todos
os habitantes do país; engloba, por exemplo,
estrangeiros residentes, com direitos assegurados
por tratados internacionais e na própria Constituição
Federal;
• Povo brasileiro é composto de habitantes natos
e estrangeiros naturalizados que, de forma
regulamentada, têm direitos e deveres de
participação na vida política do país.
• A nação é definida pelo conjunto de características
culturais tradições, língua, costumes, entre outros
fatores, que formam uma identidade pela qual os
indivíduos se identificam e se sentem partes de um
grupo. Um Estado pode ser formado por diversas
nações, assim como uma nação pode estar dividida
em diversos Estados.
• A nação, no entanto, submete-se ao Governo e à
legislação do país em que se localiza. Assim, um
mesmo país pode abrigar nações distintas. O Brasil,
por exemplo, abriga diversas nações indígenas.
• O Brasil é composto de diversas nações indígenas
minoritárias – os Kaiapó, os Munduruku, os
Kambiwás, os Xukuru, os Pankararu, os Guajajaras,
os Guarani, além de outras 305 etnias (sem contar os
mais de cem povos isolados sobre os quais a Funai
afirma ainda não haver informações objetivas).
• Em sentido antropológico, muitas vezes a palavra
povo também é utilizada como sinônimo de nação
e etnia, daí falar em povo kaiapó, povo guarani, etc.
A Funai, por exemplo, utiliza a expressão “povos
indígenas”.
GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR 3

Liberdade, bairro da imigração japonesa em São Paulo.
Fonte: Reprodução| Internet.
TEORIAS DEMOGRÁFICAS
Malthusiana
• Se não ocorrerem guerras, epidemias, desastres
naturais, entre outros eventos, a população tenderia
a duplicar a cada 25 anos. Cresceria, portanto, em
progressão geométrica (2, 4, 8, 16, 32...) e constituiria
um fator variável, que aumentaria sem parar.
• O crescimento da produção de alimentos ocorreria
apenas em progressão aritmética (2, 4, 6, 8, 10...) e
possuiria certo limite de produção, por depender
de um fator fixo: a própria extensão territorial dos
continentes.
Neomalthusiana
• Se essa teoria pregava que uma numerosa população
jovem, resultante das elevadas taxas de natalidade
que eram constatadas em quase todos os países
então chamados subdesenvolvidos, necessitaria
de grandes investimentos sociais em educação e
saúde.
• Com isso, sobrariam menos recursos para ser
investidos em infraestrutura e nos setores agrícola
e industrial. Chegando à mesma conclusão: o
crescimento populacional é o responsável pela
ocorrência da pobreza.
4 GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR
Reformistas
• A corrente reformista afirma que a tendência de
controle espontâneo da natalidade é facilmente
verificável ao se comparar a taxa entre as famílias
pobres e as de maior poder aquisitivo. À medida
que as famílias melhoram suas condições de vida,
educação, assistência médica, acesso à informação,
etc, tendem a ter menos filhos.
• O cotidiano de milhões de famílias, principalmente
nos países em desenvolvimento, transcorre em
condições de extrema pobreza e a maioria não
tem consciência das determinações econômicas
e sociais às quais está submetida, vivendo
de subempregos, em moradias precárias,
subalimentada e sem acesso a informações e
serviços de planejamento familiar.
• Expectativa de vida: É o dado que estima o tempo
de vida de uma determinada população. Em 2015,
esse indicador passou para 70,4, e espera-se que
em 2030 chegue a 74,5 anos. O Brasil segue a
tendência mundial, sendo projetada para 2030
uma expectativa de vida populacional média de 79
anos (Nações Unidas, 2015).
• Crescimento vegetativo: Diferença entre o número
de pessoas que nascem (natalidade) e o número de
pessoas que morrem (mortalidade).
• PEA (População Economicamente Ativa):
Compreende o potencial de mão-de-obra com que
pode contar o setor produtivo; a oferta efetiva de
trabalho numa economia.
• População ocupada: Pessoas com trabalho
durante toda ou parte da semana de referência,
ainda que afastadas por motivo de férias, licença,
falta, greve etc.
• População desocupada: Pessoas sem trabalho na
semana de referência, mas que tomaram alguma
providência efetiva na procura de trabalho no
período de referência de 30 dias.
• PEI (População Econômica Inativa): É o conceito
utilizado para classificar o grupo social de pessoas
que não integram o mercado de trabalho. Os
membros do PEI não trabalham devido à idade e,
por esse motivo, não fazem parte do setor produtivo.
 Taxa de fecundidade, por região - 2017
Fonte: FUNDO DE POPULAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (UNFPA).
Situação da população mundial 2017. Disponível em: <www.unfpa.
org.br/novo/index.php/situacao-da-populacao-mundial>.
A vida nas cidades
Alguns aspectos contribuíram para a queda dos
índices de natalidade e de mortalidade.
• Taxa de fecundidade mais baixa: no meio urbano,
aumenta o percentual de mulheres que trabalham
fora de casa e que desenvolvem uma carreira
profissional. Essas mulheres podem optar por
priorizar suas carreiras e adiar a maternidade ou,
ainda, por não ter filhos.
• Custo de vida mais alto: nas cidades, o custo de
vida é mais alto, pois inclui gastos maiores com
alimentação, moradia, transporte, educação, saúde
e etc. O que leva muitas famílias a ter menos filhos
ou nenhum.
Custos de vida nas cidades
• Elevada expectativa de vida ao nascer: Com a
urbanização, principalmente nos países em
desenvolvimento, as pessoas têm mais acesso a
saneamento básico, hospitais, farmácias e postos de
saúde, farmácias, fazendo com que a expectativa de
vida seja maior que no campo.
• Planejamento familiar: Com a urbanização, as
pessoas passaram a ter mais informação e acesso
a pílulas anticoncepcionais e outros métodos
contraceptivos.
Taxa de Mortalidade Infantil
• A taxa de mortalidade infantil (TMI) reduziu
significativamente, no mundo, nos últimos
sessenta anos, passando de 142 óbitos a cada mil
nascimentos, em 1950, para 32 a cada mil, em
2015.
• No Brasil, o processo de convergência da TMI
com os melhores padrões internacionais vem
ocorrendo desde a década de 1980. Em 2015, a TMI
do Brasil foi de 13,8, e estima-se que esse número
chegue a nove por mil nascimentos até 2030. A
título de comparação, nos países de alta renda da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE), essa taxa é atualmente de 4,1
por mil.
Taxa de mortalidade infantil
e taxa de fecundidade 1950 - 2070
Fonte: BNDES
Taxa de Fecundidade
• Assim como a TMI, a taxa de fecundidade também
caiu progressivamente em todo o mundo, com
a disseminação de métodos contraceptivos, a
invenção da pílula anticoncepcional e a entrada da
mulher no mercado de trabalho a partir dos anos
1950.
• Em 1950, essa taxa era de cerca de seis filhos por
mulher no Brasil, de cinco filhos por mulher no
mundo e de um pouco menos de dois filhos por
mulher nos países desenvolvidos. À semelhança
do que ocorreu com a TMI, a taxa de fecundidade
brasileira descolou-se da dos países menos
desenvolvidos na segunda metade do século
XX, chegando a um padrão similar ao dos países
desenvolvidos a partir dos anos 2000, com menos
de dois filhos por mulher.
GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR 5
 Taxa de fecundidade (número de filhos por
mulher), real e projetada – mundo, Brasil e países
desenvolvidos, 1950-2060

Fonte: BNDES
Fonte: BNDES

Evolução da expectativa de vida ao nascer

O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO Expectativa de vida ao nascer - 2017
País Homens Mulheres País Homens Mulheres
Em seu último relatório técnico “Previsões sobre a Japão 81 87 Arábia 73 76
população mundial”, elaborado pelo Departamento Saudita

de Assuntos Econômicos e Sociais, nos próximos 30 Itália 81 85 Brasil 72 79

anos o número de pessoas com mais de 60 anos de Alemanha 79 84 Egito 69 74

idade será três vezes maior do que o atual. Estados 77 82 Haiti 61 66

Unidos
Em 2050, os idosos representarão um quarto da México 75 80 Moçambique 57 61
população mundial projetada, ou seja, cerca de Argentina 73 80 Guiné- 57 59
2 bilhões de indivíduos (no total de 9,2 bilhões). Equatorial

No critério da Organização Mundial da Saúde

(OMS), é considerado idoso o habitante de país em
desenvolvimento com 60 anos ou mais e o habitante
Reposição da População
de país desenvolvido com ou acima de 65 anos. • Segundo a ONU, a taxa média de fecundidade
necessária para a reposição da população sem que
haja decréscimo é de 2,1 filhos por mulher.
Razão de Dependência • Para os pesquisadores, depois de alcançar um
pico de 9,7 bilhões de pessoas, a população global
• A razão de dependência demográfica pressupõe que
começará a encolher a partir de 2064 até chegar a
jovens e idosos de uma população são dependentes
8,8 bilhões em 2100 - quase 2 bilhões de pessoas a
economicamente dos demais. Nesse sentido, é um
menos que o previsto em estimativas da ONU, por
indicador do contingente que é suportado pela
exemplo.
população potencialmente produtiva.
• Resultado de um aumento no acesso à educação
• A proporção da população idosa (acima de sessenta
e no acesso a métodos contraceptivos em todo o
anos) está aumentando, enquanto a proporção da
mundo, a queda no número de filhos por família
população de jovens (zero a 14 anos) e de adultos
se repetiria em 183 dos 195 países e territórios
(de 15 a sessenta anos) se reduz. O peso das pessoas
estudados, incluindo o Brasil.
economicamente dependentes, na população
brasileira, chamado de razão de dependência,
aumentaria de 0,53, em 2015, para 0,59, em 2030 Pirâmide Etária
(UNITED NATIONS, 2015).
São representações gráficas com dados populacionais
organizados por gêneros e faixa etária. A pirâmide
etária é feita a partir de um gráfico com colunas os
6 GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR
valores do eixo X representa a quantidade de pessoas,
já os valores do eixo Y corresponde às faixas etárias.
A população masculina é representada pelo lado
esquerdo e a população feminina do lado direito, nas
colunas de pirâmides tradicionais é comum serem
separadas por cores.
Outra divisão importante na pirâmide etária são as
fases, jovem, adulta e senil, mas podem variar os
intervalos das idades mediante as necessidades de
cada país e interesse.

TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
• Segundo pesquisadores, as mortes decorrentes do novo coronavírus dificilmente vão alterar significativamente
as tendências de longo prazo previstas para a população global.
• Mesmo antes da pandemia, a população brasileira já estava em transição demográfica e tornava-se cada vez
mais envelhecida - ou seja, está diminuindo a proporção de crianças e jovens enquanto aumenta a proporção
de adultos idosos.
• Houve uma diminuição dos nascimentos e uma interrupção momentânea do aumento da expectativa de vida.

GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR 7

O Processo de Evolução Demográfica
O processo de evolução demográfica das sociedades é
usualmente descrito em quatro etapas:
• Na primeira, a taxa de nascimento e a taxa de
mortalidade são altas, resultando em baixo
crescimento populacional e estrutura etária com
formato de pirâmide, com muitas crianças e pouca
população idosa.
• Na segunda etapa, a queda da mortalidade infantil
combinada com a manutenção de altas taxas de
fertilidade provoca crescimento populacional,
potencialmente com um efeito virtuoso, o chamado
Anotações:
8 GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR
“bônus demográfico”, uma vez que cresce a
proporção da população em idade ativa.
• Na terceira etapa, o fato relevante é a queda na
taxa de fertilidade, estreitando a base da pirâmide
e empurrando para cima a média de idade da
população.
• Por fim, na quarta, a mortalidade e a fertilidade
são baixas e estáveis, o crescimento populacional
estabiliza-se e a estrutura etária torna-se quase
retangular, com maior peso da população idosa,
marcada pelo fenômeno do envelhecimento
populacional.
GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR 9
EXERCÍCIOS 3. (Unesp) Analise o gráfico.

1. (Enem) A categoria de refugiado carrega em si

as noções de transitoriedade, provisoriedade e
temporalidade. Os refugiados situam-se entre o
país de origem e o país de destino. Ao transitarem
entre os dois universos, ocupam posição marginal,
tanto em termos identitários – assentada na falta
de pertencimento pleno enquanto membros da
comunidade receptora e nos vínculos introjetados por
códigos partilhados com a comunidade de origem –
quanto em termos jurídicos, ao deixarem de exercitar,
ao menos em caráter temporário, o status de cidadãos
no país de origem e portar o status de refugiados no
país receptor.

MOREIRA. J. B. Refugiados no Brasil: reflexões acerca do processo de

integração local. REMHU. n. 43, jul.-dez. 2014 (adaptado).
A análise do gráfico mostra que o período de
A condição de transitoriedade dos refugiados no
Brasil, conforme abordada no texto, é provocada pela a) transição demográfica está em processo de
associação entre encerramento.
b) crescimento migratório está em processo de
a) ascensão social e burocracia estatal. decréscimo.
b) miscigenação étnica e limites fronteiriços. c) explosão demográfica está em processo de
c) desqualificação profissional e ação policial. estabilização.
d) instabilidade financeira e crises econômicas. d) crescimento vegetativo está em processo de
e) desenraizamento cultural e insegurança legal. intensificação.
e) bônus demográfico está em processo de diminuição.
2. (Unesp) O Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) realiza periodicamente censos 4. (Enem digital) A redução do valor da aposentadoria
para analisar a distribuição da população brasileira se deve ao fator previdenciário, mecanismo utilizado
segundo a cor da pele. Nesse contexto, as informações pelo INSS para tentar adiar a aposentadoria dos
obtidas pelos censos permitem a trabalhadores mais jovens, penalizando quem se
aposenta mais cedo, já que esse segurado, teoricamente,
a) apresentação de planos de contingência à entrada vai receber o benefício por mais tempo.
de imigrantes, grupos constituídos por indivíduos
com potencial de descaracterizar o perfil demográfico RESENDE, T. Disponível em: http://ieprev.com.br. Acesso em: 25 out.
2015 (adaptado).
nacional.
b) construção de políticas afirmativas articuladas à
Políticas previdenciárias como a apresentada no
hegemonia populacional, assegurando o combate aos
texto têm sido justificadas com base na dinâmica
preconceitos no Brasil.
populacional de aumento da
c) reestruturação da territorialidade das comunidades
tradicionais, deslocando populações segundo sua
a) fuga de cérebros.
participação no todo nacional.
b) taxa de natalidade.
d) elaboração de políticas públicas que busquem
c) expectativa de vida.
reduzir desigualdades sociais, especialmente aos
d) proporção de adultos.
grupos minoritários.
e) imigração de refugiados.
e) reavaliação da definição dos grupos formadores da
população brasileira, minimizando a participação de
populações pouco expressivas.
10 GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR
5. (Enem PPL) A pirâmide de formato triangular da
década de 1970 foi dando lugar a uma pirâmide mais
retangular de base mais estreita e topo mais largo. Em
1991, a população de 0 a 14 anos correspondia a 34,7%
da população brasileira, tendo passado para 24,1% em
2010. A população em idade ativa, entre 15 e 59 anos,
por sua vez, passou de 58,0% a 65,1% no mesmo período.
IBGE. Brasil em números. Rio de Janeiro: IBGE, 2014.
As alterações no perfil demográfico brasileiro,
descritas no texto, trouxeram como consequência
socioeconômica o(a)
a) aumento da mortalidade infantil.
b) crescimento das desigualdades regionais.
c) redução dos gastos na educação superior.
d) restrição no atendimento público hospitalar.
e) expansão na demanda por ocupações laborais.
6. (Unesp) Em seu processo de transição demográfica,
a população brasileira registrou mudanças
relacionadas à revolução médico-sanitária. Essas
mudanças provocaram
a) a redução da taxa de mortalidade e o aumento da
expectativa de vida.
b) a ampliação da taxa de natalidade e o aumento da
população relativa.
c) a redução da taxa de dependência e a diminuição
do número de idosos.
d) a ampliação da taxa de fecundidade e a diminuição
da quantidade de adultos.
e) a redução da taxa de fertilidade e a diminuição da
população absoluta.
7. (Famema) Em 2018, pesquisadores chineses
propuseram a criação de um imposto para famílias
com menos de dois filhos, visando
a) incrementar a população relativa diante da baixa
taxa de fecundidade.
b) incentivar a natalidade diante do envelhecimento
da população.
c) desencorajar a natalidade devido à alta taxa de
fecundidade.
d) estimular o crescimento demográfico diante do
bônus demográfico.
e) desestimular o crescimento vegetativo devido à
baixa taxa de mortalidade.
8. (Enem) A fome não é um problema técnico, pois
ela não se deve à falta de alimentos, isso porque a
fome convive hoje com as condições materiais para
resolvê-la.
PORTO-GONÇALVES, C. W. Geografia da riqueza, fome e meio
ambiente. In: OLIVEIRA, A. U.; MARQUES, M. I. M. (Org.). O campo
no século XXI: território de vida, de luta e de construção da justiça
social. São Paulo: Casa Amarela; Paz e Terra, 2004 (adaptado).
O texto demonstra que o problema alimentar
apresentado tem uma dimensão política por estar
associado ao(à)
a) escala de produtividade regional.
b) padrão de distribuição de renda.
c) dificuldade de armazenamento de grãos.
d) crescimento da população mundial.
e) custo de escoamento dos produtos.
9. (Mackenzie) População mundial vai crescer 53% e
chegar a 11,2 bilhões em 2100, diz relatório da ONU.
Estudo demográfico prevê que a Índia vai ultrapassar
a China e se tornar o país mais populoso até 2022.
https://oglobo.globo.com/sociedade/sustentabilidade/populacao-
mundial-vai-crescer-53-chegar-112-bilhoes-em-2100-diz-relatorio-
da-onu-17003177
A respeito dos estudos referentes ao crescimento da
população mundial, é INCORRETO afirmar que
a) a teoria da transição demográfica procura traçar as
oscilações nas taxas de natalidade e mortalidade das
populações, classificando as sociedades em grupos de
crescimentos vegetativos semelhantes.
b) no Brasil, observa-se uma tendência à redução no
número de filhos por casal. De acordo com o IBGE,
atualmente os casais têm, em média, menos de 2 filhos.
Na década de 1960, esse valor atingia os 6,2 filhos por
casal em estudos realizados pelo mesmo Instituto.
c) as taxas de natalidade, mortalidade, fecundidade e
crescimento vegetativo contribuem para uma análise
estritamente quantitativa da evolução populacional
de um país. Assim sendo, não oferecem referenciais
para o estudo de suas condições sociais, econômicas
e de infraestrutura.
d) uma das principais Metas do Milênio é a redução da
taxa de mortalidade infantil antes dos 5 anos de idade
que tem sido alcançada com êxito nos últimos anos.
e) a pirâmide etária é uma forma de representar
graficamente a distribuição da população de um
determinado local por faixas etárias e por sexo.
GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR 11
10. (Enem) Os países industriais adotaram uma
concepção diferente das relações familiares e do
lugar da fecundidade na vida familiar e social. A
preocupação de garantir uma transmissão integral
das vantagens econômicas e sociais adquiridas tem
como resultado uma ação voluntária de limitação do
número de nascimentos.
GEORGE, P. Panorama do mundo atual. São Paulo: Difusão Europeia
do Livro, 1968 (adaptado).
Em meados do século XX, o fenômeno social descrito
contribuiu para o processo europeu de
a) estabilização da pirâmide etária.
b) conclusão da transição demográfica.
c) contenção da entrada de imigrantes.
d) elevação do crescimento vegetativo.
e) formação de espaços superpovoados.
Gabarito:
Resposta da questão 1: E
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia]
A afirmativa correta é [E], porque a condição de
refugiado resulta em adaptações a uma nova cultura
e seus costumes, legando-lhes o desenraizamento
cultural, ao mesmo tempo que não é lhes dado a
garantia de desfrutar da legalidade e reconhecimento
de sua situação no país. As afirmativas incorretas
são: [A], porque os refugiados não desfrutam de
ascensão social; [B], porque os refugiados tem uma
identidade nacional e, portanto, não são miscigenados
etnicamente; [C] e [D], porque o texto caracteriza
a questão identitária e cultural, e não a questão
financeira ou a qualificação profissional.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia]
O reconhecimento legal do status de refugiado
depende de um processo jurídico no país receptor.
Isso faz com que os indivíduos que se submetem a
essa condição tenham que lidar tanto com o fato de
estarem deslocados de suas raízes culturais, quanto de
estarem inseguros juridicamente para conseguirem
uma vida digna em seu novo país de residência.
12 GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR
Resposta da questão 2: D
Nos censos demográficos e pesquisas parciais
como a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostras de
Domicílios) realizados pelo IBGE, é importante o
componente étnico aferido a partir da cor da pele. O
levantamento dos indicadores sociais conforme a cor
da pele é fundamental para identificar desigualdades
étnicas e seu viés territorial para embasar políticas
públicas de ação afirmativa quanto a educação, saúde
e renda. O objetivo é mitigar as desigualdades sociais
e étnicas do país.
Resposta da questão 3: A
Os gráficos sobrepostos mostram a relação entre
a população absoluta e a taxa de crescimento
demográfico. Quanto a população mundial, após um
período de crescimento acentuado até meados do
século XX devido à queda da taxa de mortalidade,
aumento de expectativa de vida e taxa de natalidade
elevada, observa-se um declínio no crescimento em
decorrência da queda das taxas de natalidade de e
fecundidade a partir do final do século XX e início do
século XXI. A projeção é que até o final do século XXI,
o crescimento se aproxime de zero, o que significa o
término da transição demográfica.
Resposta da questão 4: C
Ao longo do tempo, as reformas previdenciárias
aplicadas em vários países utilizam como referência
o aumento da expectativa de vida e elevação
na proporção da população de terceira idade.
Geralmente, as reformas são caracterizadas pelo
aumento da idade para aposentadoria, elevação do
tempo de contribuição e até redução do valor das
aposentadorias. As reformas também dependem
de circunstâncias de crise econômica nos Estados-
nacionais.
Resposta da questão 5: E
A alternativa correta é [E], porque o aumento da
porcentagem da população ativa demanda maior
empregabilidade do setor produtivo de um país. As
alternativas incorretas são: [A], porque a redução
percentual da população jovem indica queda da
taxa de fecundidade e não aumento da mortalidade
infantil; [B], porque a distribuição etária não reflete
as desigualdades regionais; [C], porque a tendência é
o aumento dos gastos na educação superior em razão
do aumento percentual da população adulta; [D],
porque o aumento da população adulta não impacta
no atendimento hospitalar.
Resposta da questão 9: C
A alternativa [C] está incorreta porque os indicadores
estatísticos da população, a exemplo dos citados,
oferecem além da análise quantitativa, referências
para análise socioeconômica da população do país.

Resposta da questão 6: A Resposta da questão 10: B

A alternativa [A] está correta porque a revolução
médico-sanitária – processo que levou aos
investimentos em saúde pública, vacinação em
massa, uso de antibióticos, dentre outros – resultou
na redução da mortalidade do país, realidade que, em
conjunto com a melhoria da condição de vida, leva
ao aumento da expectativa de vida. As alternativas
incorretas são: [B] e [D], porque ocorreu redução da
taxa de natalidade e fecundidade; [C], porque ocorre
aumento do número de idosos e, consequentemente,
aumento da taxa de dependência; [E], porque não
ocorreu diminuição da população absoluta.
Resposta da questão 7: B
A alternativa [B] está correta porque transição
demográfica é o conceito que explica a evolução
das taxas de natalidade, mortalidade e crescimento
vegetativo dos países e, no caso europeu, a transição
demográfica encontra-se concluída, em razão
das baixas taxas de natalidade e mortalidade. As
alternativas incorretas são: [A], porque a pirâmide
não se estabiliza, haja vista o crescimento do
número de idosos e a redução do número de jovens;
[C], porque a redução da PEA tende a aumentar a
demanda por imigrantes; [D], porque ocorre redução
do crescimento vegetativo; [E], porque a redução da
natalidade não causa superpovoamento.

A afirmativa [B] é correta porque o controle de

natalidade intitulado Política do Filho Único reduziu Anotações:
a taxa de reposição populacional da China e, dessa
forma, o programa encerrado em 2010 reverte-se em
mecanismos para ampliar a natalidade, evitando o
escasseamento da população economicamente ativa
do país. As afirmativas incorretas são: [A], porque
população relativa é densidade demográfica; [C],
porque a taxa de fecundidade está baixa; [D], porque
o objetivo é ampliar a natalidade além do bônus
demográfico; [E], porque os impostos visam estimular
o crescimento vegetativo.

Resposta da questão 8: B

A alternativa correta é [B], porque a fome é um

problema perpetuado pela ausência ou insuficiência
de renda que garanta acesso ao alimento e, portanto,
está associada a desigual distribuição de renda. As
alternativas seguintes são incorretas porque com
a modernização da agropecuária, a produtividade,
a produção, o armazenamento e a mobilidade da
produção alimentícia são garantidos, mesmo em
áreas de bolsões de pobreza, contudo, o que impede o
acesso ao alimento é o baixo poder de compra.

GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR 13

14 GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR

URBANIZAÇÃO
(BRASIL E MUNDO)
A REDE URBANA BRASILEIRA,
HIERARQUIA, SERVIÇOS E
COMÉRCIO.
Origem das cidades (Antiguidade)
O processo de urbanização corresponde à
transformação de paisagens naturais e rurais em
espaços urbanos, simultaneamente à transferência
da população do campo para a cidade que, quando
acontece em larga escala, é chamada de êxodo
rural.
As cidades vêm sendo erguidas desde a Antiguidade:
Ur e Babilônia foram construídas há cerca de 5 mil
anos na Mesopotâmia, planície drenada pelos rios
Tigre e Eufrates, no atual Iraque. Elas eram centros
de poder e de negócios.
Durante a Idade Média, sob o feudalismo, as
cidades perderam importância em razão da
descentralização político-econômica, característica
desse sistema de produção, e da consequente
redução das trocas comerciais. Sob o capitalismo,
em sua fase comercial, as cidades passaram a
ganhar cada vez mais importância porque voltaram
a ser o centro dos negócios. Mas foi somente a
partir do capitalismo industrial que se iniciou um
processo de urbanização contínuo.
Urbanização e revolução industrial
No fim do século XVIII, no início da Primeira
Revolução Industrial, a taxa de urbanização da
população mundial era de apenas 3%, percentual
que subiu para 30%, em 1950, 55%, em 2018, e
deverá chegar a 68% em 2050, segundo estimativa
da Divisão de População da ONU.
Embora tenha se acelerado com as revoluções
industriais, até meados do século XX a urbanização
era um fenômeno relativamente lento e limitado aos
países precursores do processo de industrialização.
Na Europa o processo foi mais intenso. É importante
enfatizar que inicialmente as cidades eram sujas,
sem saneamento básico e poluídas. A desigualdade
social-espacial existente e os pobres ficavam com
as piores áreas para moradia.
Divisão de Rural e Urbano no Brasil
Nas décadas de 1970 e 1980, o Brasil sofreu um
intenso processo de êxodo rural. A mecanização
da produção agrícola expulsou trabalhadores
do campo que se deslocaram para as cidades
em busca de oportunidades de trabalho. Hoje,
o deslocamento do campo para a cidade
continua, porém, em percentuais menores. O
intenso processo de urbanização no Brasil
gerou o fenômeno da metropolização (ocupação
urbana que ultrapassa os limites das cidades) e,
consequentemente, o desenvolvimento de grandes
centros metropolitanos como São Paulo, Rio de
Janeiro, Porto Alegre, Recife, Goiânia, Manaus,
entre outros.
GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR 15
 industrializados. A América Latina urbanizou-
se rapidamente com a migração de pessoas que
buscavam trabalho e melhores condições de vida
nas cidades. O Cone Sul, do qual o Brasil faz parte, é
a região onde há uma proporção maior da população
vivendo em cidades.

Crescimento das cidades

Fonte: IBGE.
Modernização dos grandes centros
Sistemas de saneamento, transporte e saúde foram
modernizados e avançaram depois da segunda
guerra mundial, principalmente nos países
Embora as áreas urbanizadas concentrem um
percentual cada vez maior da população mundial,
a proporção de pessoas que vivem nas grandes
aglomerações urbanas continua pequena. As
aglomerações de mais de 10 milhões de habitantes
estão em crescimento, metade dos moradores
urbanos ainda se concentra em pequenas e médias
cidades, situadas na faixa de menos de 500 mil
habitantes. No entanto, a tendência no futuro é
concentrar cada vez mais pessoas nas maiores
cidades acima de 500 mil habitantes.

Fonte: UNITED NATIONS. Department of Economic and Social Affairs. Population Division. World Urbanization Prospects: the 2014 Revision.
New York, 2015. p. 17. Eustáquio Sene e João Moreira. Ed. Ática.

16 GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR

Brasil Urbano
De acordo com dados da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (PNAD) 2015 a maior parte da
população brasileira, 84,72%, vive em áreas urbanas.
Já 15,28% dos brasileiros vivem em áreas rurais. A
Grande Região com maior percentual de população
urbana é o Sudeste, com 93,14% das pessoas vivendo
em áreas urbanas. A Região Nordeste é a que conta
com o maior percentual de habitantes vivendo em
áreas rurais, 26,88%.
Fonte: IBGE.
Leitura complementar:
Mapas da urbanização
brasileira
https://biblioteca.ibge.gov.br/
visualizacao/livros/liv64529_
cap6.pdf
O urbano no Brasil
Urbano é todo habitante que reside no interior dos
perímetros delineados pelas Câmaras Municipais
em torno de toda e qualquer sede de município ou
de distrito. Infelizmente é assim que o Brasil conta a
sua população urbana desde o auge do Estado Novo,
quando Getúlio Vargas baixou o decreto-lei 311/38.
Até tribos indígenas foram consideradas urbanas
pelos censos demográficos realizados entre 1940 e
2000. O decreto também afirma que as cidades não
podem ter nos quadros urbano e suburbano, uma
quantidade menor do que 200 moradias, enquanto as
vilas não poderiam ter menos de 30.
Cidade
No Brasil, o IBGE considera população urbana
as pessoas que residem no interior do perímetro
urbano de cada município, e população rural as
que residem fora desse perímetro. Entretanto, as
autoridades administrativas de alguns municípios
utilizam as atribuições que a lei lhes garante e
determinam um perímetro urbano bem mais
amplo do que a área efetivamente urbanizada.
Dessa forma, muitas chácaras, sítios ou fazendas,
inegavelmente áreas rurais, acabam registrados
como parte do perímetro urbano e são taxados com
o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), e não
com o Imposto Territorial Rural (ITR). Com o IPTU,
o governo dos municípios obtém uma arrecadação
muito superior à que obteria com o ITR.
As dimensões da rede urbana brasileira
A rede urbana brasileira está estruturada em duas
dimensões: a hierarquia dos centros urbanos,
dividida em cinco níveis; e as regiões de influência,
identificadas pela ligação das cidades de menor
para as de maior hierarquia urbana. O elo final de
cada rede são as Metrópoles, para onde convergem
as vinculações de todas as Cidades presentes no
Território Nacional.
Fonte: IBGE.
GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR 17
Região de influência das cidades brasileiras (REGIC)
Hierarquia e influência dos centros urbanos
no Brasil
A hierarquia urbana é a maneira como as cidades
organizam-se dentro de uma escala de subordinação.
Na prática, ocorre quando vilas e cidades menores
subordinam-se às cidades médias, e estas se
subordinam às cidades grandes. Por meio da hierarquia
urbana, pode-se conhecer a importância de uma cidade
e a sua relação de subordinação ou influência sobre as
outras que estão à sua volta.
Dentro da rede urbana, as cidades são os nós dos
sistemas de produção e distribuição de mercadorias
e da prestação de serviços diversos, que se organizam
segundo níveis hierárquicos distribuídos de forma
desigual pelo território brasileiro.
Por exemplo, o Centro-Sul do país possui uma rede
urbana com grande número de metrópoles, capitais
18 GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR
Fonte: IBGE.
regionais e centros sub-regionais bastante articulados
entre si. Já na Amazônia as cidades são esparsas e
bem menos articuladas, o que leva centros menores a
exercerem o mesmo nível de importância na hierarquia
urbana regional que outros maiores localizados no
Centro-Sul. Deste modo, a influência de uma cidades
não pode ser mensurada apenas pela quantidade
de habitantes, mas pelo grau de importância dela na
região/rede.
Metrópoles Nacionais
A metrópole corresponde aos principais pontos de
representação da economia capitalista sobre o meio
urbano e geográfico. A região de influência dessas
centralidades é ampla e cobre toda a extensão territorial
do País, com áreas de sobreposição em determinados
contatos. As Metrópoles se subdividem em três níveis:
• Grande metrópole nacional – São Paulo (21,5
milhões de habitantes em 2018), é a maior
metrópole do país, com poder de polarização em
escala nacional;
• Metrópole nacional – Rio de Janeiro e Brasília
(12,7 milhões 4,3 milhões de habitantes,
respectivamente, em 2018), que também
estendem seu poder de polarização em escala
nacional, mas com um nível de influência menor
que o de São Paulo;
• Metrópole – Belo Horizonte, Porto Alegre,
Fortaleza, Salvador, Recife, Curitiba, Campinas
e Manaus, com população variando de 2,6
(Manaus) a 5,9 milhões de habitantes (Belo
Horizonte), são regiões metropolitanas que têm
poder de polarização em escala regional.

Fonte: IBGE.

As Regiões Metropolitanas e Aglomerações Urbanas

Leitura complementar
Mapas e análises sobre a hierarquia e rede urbana
brasileira
Pesquisa: Regiões de Influência das
Cidades (REGIC, 2018)
https://biblioteca.ibge.gov.br/index.
php/biblioteca-catalogo?view=detal
hes&id=2101719
por lei estadual, de acordo com a determinação da
Constituição Federal de 1988. É competência dos Estados
a definição das Regiões Metropolitanas e Aglomerações
Urbanas.
As Regiões Integradas de Desenvolvimento (RIDEs) são
definidas como regiões administrativas que abrangem
diferentes unidades da federação, como Estados e
Municípios. No caso das RIDEs, a competência de criá-las
é da União.

Conurbação e Aglomeração Urbana

As Regiões Metropolitanas
Existem atualmente no Brasil 74 regiões
metropolitanas, sendo que o Estado com maior
número de RMs é a Paraíba (12), seguido por Santa
Catarina (11), Alagoas (9) e Paraná (8).
Além disso, no país há um total de cinco Aglomerações
Urbanas, sendo três no estado de São Paulo e duas no
Rio Grande do Sul. Não houve alterações nas Regiões
integradas de desenvolvimento (RIDEs) brasileiras,
nem nas demais Regiões Metropolitanas.
A conurbação trata-se da junção de um município
com outro, o que ocorre quando essas áreas crescem
horizontalmente e expandem seus espaços de influência
além dos limites municipais. É um fenômeno típico de
áreas urbanizadas em que há cidades com alto índice de
crescimento urbano e populacional.
Em razão da expansão das cidades, esses limites
praticamente desaparecem, formando, em muitos casos,
áreas em que é quase impossível saber onde termina uma
cidade e onde começa outra, sendo bastante comum em
áreas populosas, grandes capitais e também nas médias
cidades interioranas que são próximas geograficamente
umas das outras.

GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR 19

Já a aglomeração urbana é um processo de expansão de
núcleos urbanos distintos com produção e intensificação
de fluxos que extrapolam os limites políticos/
administrativos dos municípios.
Megalópoles
Uma megalópole é formada quando os fluxos de
pessoas, capitais, informações, mercadorias e serviços
entre duas ou mais metrópoles que estão fortemente
integradas por modernas redes de transporte e
telecomunicação.
A megalópole BosWash, abrange um cordão de cidades
no nordeste dos Estados Unidos, que se estende de
Boston até Washington, tendo Nova York como a
metrópole mais importante. A BosWash possui uma
população aproximada de 52 milhões de habitantes.
A megalópole japonesa, Tokaido, de 80 milhões de
habitantes, situa-se no sudeste da Ilha de Honshu, no
eixo que se estende de Tóquio até o norte da Ilha de
Kyushu, passando por Osaka e Kobe.
20 GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR
Imagem noturna de satélite com destaque para as
megalópoles americana e japonesa
Fonte: Wikipédia
Ainda nos Estados Unidos, há San-San, que se
estende de San Francisco a San Diego, passando por
Los Angeles, na Califórnia. E a Chipitts (também
conhecida como megalópole dos Grandes Lagos), que
vai de Chicago a Pittsburgh e se estende até o Canadá,
por cidades como Toronto, a maior desse país.
No Brasil, está em formação uma megalópole que
une as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e de
São Paulo, estendo-se até a região metropolitana de
Campinas e da Baixada Santista.
A megalópole brasileira
Fonte: Print do Google Maps.
Classificação Internacional das Cidades
Segundo classificação desenvolvidas pela Globalization and World Cities (GaWC), rede de pesquisas da
globalização e das cidades globais, do Departamento de Geografia da Universidade de Loughborough (Reino
Unido), em 2016, havia 214 cidades globais. Essa pesquisa classificou-as em três níveis (alfa, beta e gama),
com seus subníveis de acordo com a densidade e a qualidade da infraestrutura, a oferta de bens e serviços e,
consequentemente, a capacidade de polarização de cada uma delas sobre os fluxos regionais e mundiais.
As duas cidades mais influentes, que mais polarizam os fluxos de pessoas, investimentos e informações no
mundo – as principais comandantes da globalização – são Londres e Nova York, classificadas como cidades alfa
++.
Após as cidades alfa ++ aparecem sete cidades alfa +, também com alto grau de integração, porém complementares
às duas principais. Ainda fortemente conectadas, mas em patamar inferior a essas primeiras, vêm 19 cidades
alfa, entre as quais está São Paulo, e 21 alfa, completando as 49 cidades dessa categoria. As 81 seguintes foram
classificadas na hierarquia como cidades globais beta, onde aparece o Rio de Janeiro. As 84 do último grupo,
cujos fluxos e oferta de serviços são bem menores em comparação às dos dois primeiros, foram definidas como
cidades globais gama.

Fonte: IBGE.

Avanço do setor terciário e a urbanização

O setor terciário da economia é a área de atuação pautada
no oferecimento de serviços e na prática do comércio.
Por definição, esse setor é tido como aquele que produz
os chamados bens “intangíveis” ou imateriais (os
serviços), bem como o destino final dos bens produzidos
pelos setores primário (extração de matérias primas)
e secundário (indústria). Como exemplos podemos
citar: a atividade bancária, as administrações públicas
e privadas, o trabalho dos professores e dos advogados,
os vendedores, as empresas de seguro, entre inúmeros
outros exemplos. Mas a definição “comércio e serviços”
para designar o setor terciário da economia é muito
abrangente. Dessa forma, podemos segmentá-lo em
várias práticas:
Comércio; Turismo e lazer; Educação; Restaurantes;
Hospitais; Bancos e consultoria; Transportes e serviços de
entrega; Corretagem de imóveis; Consertos, manutenções
e assistência técnica em geral; Atendimento (pessoal,
telemarketing, call-centers); Serviços administrativos e
jurídicos, entre outros; Marketing e publicidade.

GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR 21

Desigualdade socioespacial
As grandes cidades apresentam funções comerciais,
financeiras, industriais, residenciais e de lazer. Entretanto,
é comum que funções diferentes coexistem, além do
centro, em alguns bairros que, com isso, polarizam
seus vizinhos. Por isso, essas cidades são policêntricas.
É possível que muitas pessoas vivam na zona sul sem
conhecer bairros mais distantes do centro da cidade, do
mesmo modo que muitos moradores da periferia pouco
frequentam os bairros centrais. Ocupação urbana em área de morro na Região Metropolitana do
Recife. Fonte: Heitor Salvador

Anotações:

22 GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR

GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR 23
EXERCÍCIOS 3. (Unesp) O predomínio mundial da urbanização,
com o crescimento no número absoluto de cidades,
teve como uma de suas consequências
1. (Unesp) De fato, a própria organização espacial
a) a terciarização da economia, que levou à absorção
da cidade denota uma elisão de qualquer forma de
da população economicamente ativa dos setores
democracia, com a segregação das massas populares,
primário e secundário.
com os traçados apropriados ao automóvel, e com o
b) a terceirização da gestão pública, que contribuiu
sistema fabril tendo sido erigido como modelo para o
para otimizar recursos ao restringir os cargos e os
planejamento que visa à produtividade dos espaços
locais de atuação de profissionais.
com a harmonia social.
c) o fim do setor secundário, que valorizou setores
Nesse sentido, a concepção urbanística de Brasília,
mais modernos da economia urbana.
cidade que nasceu como forma de controle social, é
d) a valorização do terceiro setor, que ampliou o
bastante adequada para sediar a cúpula de qualquer
papel do comércio para suprir as necessidades de
Estado autoritário [...].
consumo das populações.
e) o desenvolvimento de cidades globais, que
(José William Vesentini. A capital da geopolítica, 1986.)
contribuiu para a padronização de leis de uso e
ocupação do solo, a fim de ampliar a circulação de
A caracterização de Brasília pelo excerto apresenta-a
pessoas.
como uma cidade
a) projetada a partir de uma perspectiva socialista,
4. (Fgv) A urbanização acelerada dos países
para conciliar as noções de poder popular e economia
subdesenvolvidos, articulando o êxodo rural
planificada.
e a metropolização, caracteriza o fenômeno
b) reestruturada no decorrer do regime militar, para
denominado
eliminar as características democráticas do projeto,
a) conurbação, que ressignifica saberes e costumes
tornando-a autoritária.
herdados da vida no campo.
c) inadequada ao período em que foi edificada, quando
b) macrocefalia urbana, que explicita as carências e
o Brasil vivia uma inédita experiência de participação
as contradições das grandes cidades.
política direta.
c) especulação imobiliária, que modera o preço das
d) concebida num momento de integração nacional,
propriedades de maneira inclusiva.
quando o governo brasileiro buscava transferir o
d) cooperação urbana, que subverte o uso e a
comando econômico para o centro-sul do país.
ocupação esperados dos espaços públicos.
e) planejada e construída segundo uma lógica
e) morfologia urbana, que justifica a toponímia
política centralizadora, para abrigar a sede do poder,
adotada nos espaços recém-construídos.
afastando-a da sociedade.

5. (Unesp) O processo de desmetropolização,

2. (Fgv) As cidades brasileiras foram classificadas,
hierarquicamente, a partir das funções de gestão que
exercem sobre outras cidades, considerando tanto
seu papel de comando em atividades empresariais
quanto de gestão pública, e, ainda, em função da sua
atratividade para suprir bens e serviços para outras
cidades.
(https://biblioteca.ibge.gov.br. Adaptado.)
Essa classificação é estabelecida a partir da análise
a) do PIB per capita das cidades.
b) da área de influência das cidades.
c) do plano diretor das cidades.
d) da densidade demográfica das cidades.
e) do déficit público das cidades.
observado no Brasil desde o final do século XX, é
caracterizado
a) pela retração do setor terciário diante dos
movimentos urbanos de compartilhamento de
bens e serviços.
b) pelo conflito jurídico na regulação do solo urbano,
como resultado da conurbação entre as cidades.
c) pelo registro de maior crescimento populacional
em cidades médias, quando comparado ao das
metrópoles.
d) pela redução das manchas metropolitanas como
resultado de uma saturação populacional.
e) pela fragmentação de metrópoles em sub-
regiões, para otimizar recursos financeiros e
administrativos.

24 GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR

6. (Enem) A expansão das cidades e a formação das 8. (Famema) A concentração fundiária, a mecanização
aglomerações urbanas no Brasil foram marcadas do campo e a facilidade de acesso aos serviços sociais
pela produção industrial e pela consolidação das nas cidades brasileiras explicam
metrópoles como locais de seu desenvolvimento. a) a desmetropolização.
Na segunda metade do século XX, as metrópoles b) o êxodo urbano.
brasileiras estenderam-se por áreas de ocupação c) a transição demográfica.
contínua, configurando densas regiões urbanizadas. d) o êxodo rural.
e) a conurbação.
MOURA, R. Arranjos urbano-regionais no Brasil: especificidades e
reprodução de padrões. Disponível em: www.ub.edu. Acesso em: 11 9. (Enem) Foi-se o tempo em que era possível mostrar
fev. 2015.
um mundo econômico organizado em camadas bem
definidas, onde grandes centros urbanos se ligavam,
por si próprios, a economias adjacentes “lentas”,
O resultado do processo geográfico descrito foi o(a)
com o ritmo muito mais rápido do comércio e das
a) valorização da escala local.
finanças de longo alcance. Hoje tudo ocorre como se
b) crescimento das áreas periféricas.
essas camadas sobrepostas estivessem mescladas e
c) densificação do transporte ferroviário.
interpermeadas. Interdependências de curto e longo
d) predomínio do planejamento estadual.
alcance não podem mais ser separadas umas das
e) inibição de consórcios intermunicipais.
outras.
7. (Fgv) O Brasil, em apenas cinquenta anos, entre BRENNER, N. A globalização como reterritorialização. Cadernos
1960 e 2010, passou de 70,2 milhões para 191,7 Metrópole, n. 24, jul-dez. 2010 (adaptado).
milhões de habitantes, e sua população urbana
passou de 44% para 84%. O crescimento das cidades
brasileiras ocorreu de maneira desenfreada, sem que A maior complexidade dos espaços urbanos
os investimentos em infraestrutura acompanhassem contemporâneos ressaltada no texto explica-se pela
a ocupação do solo. a) expansão de áreas metropolitanas.
b) emancipação de novos municípios.
Sobre os impactos do acelerado processo de c) consolidação de domínios jurídicos.
urbanização, analise as afirmações a seguir. d) articulação de redes multiescalares.
e) redefinição de regiões administrativas.
I. Os indicadores sociais, como a taxa de mortalidade
e a expectativa de vida, apresentam uma evolução 10. (Upe-ssa 3) Observe o mapa a seguir:
positiva, graças à integração das pessoas e famílias à
vida urbana.
II. Os indicadores urbanísticos que refletem as reais
condições de vida da população, como a mobilidade
urbana e o saneamento básico, mostram um espaço
desigual e fragmentado.
III. Os indicadores de empregabilidade, como o nível
de escolaridade e a renda per capita, revelam que as
grandes cidades foram capazes de incorporar a força
de trabalho disponível.

Está correto o que se afirma em

a) II, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR 25

O que nele estão sendo representados(as)?
a) Os índices de poluição ambiental das principais
cidades
b) As hierarquias urbanas
c) Os sítios urbanos
d) As industrializações das cidades
e) As principais cidades sustentáveis
Gabarito:
Resposta da questão 1: [E]
O deslocamento da capital federal do Rio de
Janeiro (litoral) para Brasília (interior) teve
objetivos múltiplos, entre as quais, afastar
o principal centro do poder das áreas mais
populosas e com maior pressão da sociedade. O
que beneficiou muito a Ditadura Civil-Militar que
se instalou no país em 1964. A nova capital teve
um objetivo geopolítico, o de garantir melhores
condições de defesa da capital, uma vez que uma
capital litorânea seria mais vulnerável do ponto
de vista militar a incursões e ataques militares.
A implantação da nova capital também teve a
finalidade de induzir o desenvolvimento regional,
estimulando a ocupação e atividades econômicas
no Centro-Oeste. Cabe salientar, que a construção
da capital estimulou vários setores da economia
como a indústria da construção civil (edifícios,
apartamentos e casas) e pesada, a exemplo das
rodovias.
Resposta da questão 2: [B]
A alternativa correta é: [B], porque a hierarquia
urbana é estabelecida a partir da polarização ou
do grau de influência de uma cidade sobre as
outras. As alternativas seguintes são incorretas
porque não correspondem ao critério estabelecido
pela hierarquia urbana.
Resposta da questão 3: [A]
Na atualidade, predomina a população urbana no
mundo devido ao intenso processo de urbanização,
principalmente nos países emergentes e
subdesenvolvidos nas últimas décadas. Várias
cidades tiveram transformações importantes em
suas economias, notadamente a terciarização
da economia, isto é, o setor terciário tornou-se
dominante. Fenômeno que ocorreu em cidades
desenvolvidas como Nova York, mas também em
cidades emergentes como São Paulo. Concomitante
26 GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR
ao crescimento do terciário, declinaram os
porcentuais de trabalhadores nos setores primário
e secundário (indústria). Os avanços tecnológicos
na agropecuária e na indústria liberam mão de
obra para o terciário, que nos países periféricos é
integrada inclusive por atividades informais e de
baixa qualificação.
Resposta da questão 4: [B]
A alternativa correta é: [B], porque a urbanização
caótica dos países subdesenvolvidos direcionando
a maior parcela da população para as grandes
cidades resulta no inchaço da estrutura urbana
ampliando sua área periférica.
As alternativas incorretas são: [A], porque
conurbação é a integração físico-espacial de
duas ou mais cidades; [C], porque a especulação
imobiliária não é inclusiva; [D], porque a
cooperação urbana não subverte o uso dos espaços
públicos; [E], porque morfologia urbana é a
modelagem da cidade em ruas, avenidas e espaços
comuns.
Resposta da questão 5: [C]
Durante o século XX, o Brasil sofreu um processo
de urbanização e metropolização intenso com o
surgimento de metrópoles e regiões metropolitanas
de grande porte. A partir do final do século XX, a
velocidade de crescimento demográfico de muitas
metrópoles se reduziu, fenômeno por vezes
denominado de “desmetropolização”. Algumas
metrópoles como São Paulo passaram a ter saldo
migratório negativo. Os dados dos últimos Censos
Demográficos mostram um crescimento maior
da população nas cidades de porte médio, isto
ocorre devido a processos socioeconômicos como
a descentralização industrial, maior capacidade
de geração de empregos, crescimento da oferta de
educação (ensino médio, ensino técnico e ensino
superior), que fazem com que estas cidades se
tornem polos de atração migratória em relação a
municípios menos populosos e até metrópoles.
Resposta da questão 6: [B]
A afirmativa correta é [B], porque o processo
de urbanização no Brasil, consolidado com
a industrialização promovida pelo governo
JK nas grandes cidades, cria um processo de
metropolização excludente, fazendo crescer
as áreas periféricas. As afirmativas incorretas
são: [A], porque a metropolização é um enfoque
regional e não local; [C], porque se priorizou o
transporte rodoviário nas metrópoles; [D], porque
o processo descrito mostra uma urbanização Anotações:
desordenada e não planejada; [E], porque com o
crescimento das metrópoles, ocorre a formação de
áreas metropolitanas.
Resposta da questão 7: [B]
O item incorreto é o [III], a urbanização brasileira foi
impulsionada pela industrialização, expansão do
setor terciário e êxodo rural. Todavia, foi marcada
pela especulação imobiliária, desigualdade social,
insuficiência de planejamento urbano e longas
fases de baixo crescimento econômico. Entre as
consequências, as altas taxas de desemprego e o
subemprego nas regiões metropolitanas.

Resposta da questão 8: [D]

A alternativa [D] está correta porque o êxodo
rural – processo de saída do homem com campo
para a cidade – resultam dentre outros fatores,
da concentração fundiária que causa exclusão, da
modernização do campo que causa desemprego
e do acesso a serviços sociais nas cidades.
As alternativas incorretas são: [A], porque
desmetropolização é o processo em que as cidades
médias crescem em ritmo superior às metrópoles;
[B], porque êxodo urbano é o deslocamento da
população entre as cidades; [C], porque transição
demográfica é o processo de redução da taxa de
natalidade e de mortalidade dos países; [E], porque
conurbação é o processo de integração de duas ou
mais cidades.

Resposta da questão 9: [D]

A alternativa [D] está correta porque a globalização
imputa um maior significado às cidades globais
que passam a acumular funções em termos locais,
nacionais e planetários e, portanto, articulam
redes multiescalares. As alternativas seguintes são
incorretas porque o texto indica a sobreposição e a
articulação da significância das cidades globais em
suas diferentes escalas e dimensões, não fazendo
referência à metropolização ou reordenação
política das cidades.

Resposta da questão 10: [B]

A alternativa [B] está correta porque o mapa
representa a hierarquia urbana, ou seja, a
polarização das cidades brasileiras. As alternativas
seguintes são incorretas porque não correspondem
ao tema do mapa.
GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR 27
28 GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR
 O que são energias renováveis?
As fontes de energia são recursos naturais ou artificiais
utilizados pela sociedade para a produção de algum tipo
de energia. Essas fontes podem ser divididas em dois
grupos principais: renováveis e não-renováveis. As fontes
não renováveis de energia são aquelas que poderão
esgotar-se em um futuro relativamente próximo. Alguns
recursos energéticos, como o petróleo, possuem seu
esgotamento estimado para algumas poucas décadas, o
que eleva o caráter estratégico desses elementos.

HIDRELÉTRICAS
O Brasil é um dos maiores geradores de energia

FONTES DE ENERGIA E O hidrelétrica no mundo, atrás apenas da China.

Historicamente, essas usinas têm sido responsáveis
AVANÇO DAS ENERGIAS por gerar a maior parte da nossa eletricidade. Nos
últimos anos, no entanto, sua participação tem caído em

ALTERNATIVAS E detrimento da geração termelétrica, às custas do aumento

das emissões de gases de efeito estufa e também da conta

LIMPAS de luz dos brasileiros.A participação da fonte hídrica na

matriz elétrica, que figurou em torno dos 80% em 2014,
caiu para 65% em 2016 e 59% em 2020.

A Primeira Revolução Industrial, além de gerar

transformações relacionadas ao processo de trabalho
e produção, aumentou o consumo e a dependência de
diferentes fontes energéticas para as mais variadas
atividades antrópicas. Inicialmente, o carvão (tanto
vegetal quanto mineral) era a principal fonte energética
utilizada no mundo. Posteriormente, outras fontes
passaram a compor a matriz energética do planeta,
como o petróleo, a eletricidade e a biomassa.
O petróleo, o carvão mineral e o gás natural, O país já explorou extensivamente o potencial
também denominados combustíveis fósseis devido hidrelétrico mais próximo aos grandes centros
à sua formação decorrente da sedimentação e consumidores, onde a velocidade de recarga do
decomposição de matéria orgânica, correspondem sistema era menor que o consumo, especialmente nas
às principais fontes energéticas utilizadas no mundo, regiões Sul, Sudeste e Nordeste.
representando aproximadamente 80% da matriz
energética global.
A elevada dependência mundial dos combustíveis
fósseis traz diversos desafios para o futuro. Em
primeiro lugar, tratam-se de fontes energéticas
finitas, já que o seu ciclo de produção envolve longas
eras geológicas. Além disso, são fontes que produzem
gases do efeito estufa, como o CO2, que agravam as
mudanças climáticas e suas consequências futuras.
Fonte: Chesf/Divulgação/Arquivo

GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR 29

Impactos da Construção das Usinas
Hidrelétricas (UHE) Anotações:
ƍ Inundação de terras agricultáveis;
ƍ Impacto na reprodução de animais, especialmente
os peixes;
ƍ Reassentamento de pessoas e cidades;
ƍ Represamento de grandes volumes de água,
alterando o nível do rio;
ƍ Perda da biodiversidade e de sítios arqueológicos;

Eólica
Nas últimas duas décadas, a energia eólica cresceu no
mundo mais rapidamente que todas as outras fontes
na geração de eletricidade e tem atraído boa parte
dos investimentos em energias renováveis. Em 2004,
o mundo tinha 48 GW instalados em energia a partir
dos ventos. Dez anos depois, saltou para 370 GW.

Fonte: https://www.ufrgs.br/sieolica/mapaeolico1.html

Dos 19 GW de capacidade instalada, 85% estão no

Nordeste. Veja a distribuição desse montante por
região:

30 GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR

Carvão Mineral
O carvão é o mais abundante dos combustíveis fósseis e também o maior emissor de gases de efeito estufa. No
Brasil, a exploração das poucas reservas de carvão concentra-se em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. As
usinas termelétricas a carvão têm participação de 4,3% na matriz elétrica atual. Atende 11,5% do consumo de
energia no mundo e é responsável por cerca de 46% das emissões globais.

Geração por Estado - 2020 (MWmed.)

Gás natural
O gás natural ainda terá um papel importante na
transição para as energias renováveis já que, dentre
as fontes fósseis, é o que emite menos gases de efeito
estufa. Para gerar a mesma quantidade de eletricidade,
o gás natural libera quase a metade de CO2 do que o
carvão, por exemplo.
O Gás Natural Veicular (GNV) é uma mistura
combustível gasosa, proveniente do gás natural
ou do biometano, destinada ao uso veicular e cujo
componente principal é o metano. É a fonte fóssil
que mais cresceu no mundo nas ultimas décadas e Fonte: Notícias Automotivas
sua participação na geração de eletricidade saltou de
cerca de 12%, na década de 1970, para cerca de 22%,
em 2013. Petróleo
O gás é considerado um combustível de transição, e O Brasil está atualmente na 16ª posição no ranking
será o último combustível fóssil a ser abandonado, em mundial das maiores reservas provadas de petróleo,
2049. Combustível de energia não renovável devido com 16,2 bilhões de barris, e na 9º dos maiores
a sua fonte ser de origem fóssil.Risco de explosão e produtores de petróleo do mundo, com 3 milhões
vazamentos. de barris por dia. Nossos mares concentram 95% do
volume de reservas e 90% da atual produção. Vinte e
dois por cento da produção está na área do pré sal, em
águas profundas.

GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR 31

 Consumo nacional de derivados de
petróleo

Fonte: Asmetro-SN
Fonte: EPE 2018

CRIAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
DOS PAÍSES EXPORTADORES DE
PETRÓLEO OPEP/OPEC

Até a criação da OPEP, os principais países

exportadores de petróleo do mundo – e que no período
detinham a maior parte das reservas petrolíferas
até então conhecidas – pouco se beneficiavam
Fonte: Elaboração IBP com dados BP
com a exploração do ouro negro. A maior parte dos
astronômicos lucros ficavam nas mãos das empresas
que faziam a exploração, refino, transporte e revenda
do petróleo.
As sete irmãs – como eram conhecidas a maiores
empresas petrolíferas – possuíam o monopólio sobre
todas as etapas da produção e comercialização do
petróleo no mundo. Eram: as Estadunidenses: Exxon,
Texaco, Amoco e Chevron; A anglo-holandesa Royal
Dutch Shell e a britânica British Petroleum.

Fonte: Elaboração IBP com dados BP

As sete irmãs

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/conheca-os-segredos-e-crimes-das-sete-irmas-do-
Fonte: Elaboração IBP com dados BP petroleo.

32 GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR

Essas grandes corporações controlavam o mercado ƍ Iraque
mundial petrolífero. Determinavam o valor do
ƍ Ucrânia
combustível fóssil pago aos países produtores, bem
como o valor de revenda ao consumidor final. ƍ Venezuela

A OPEP surge, então na Conferência de Bagdá, no dia 14 ƍ Palestina x Israel

de setembro de 1960, para se contrapor as sete irmãs, ƍ Iêmen
que definiam o valor pago e o percentual, na maior parte
das vezes, ínfimo, pelo direito à exploração do petróleo.
A OPEC (Organization of the Petroleum Exporting
Countries) - em inglês - (2017) tem como membros
os seguintes países: Países fundadores: República
Islâmica do Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e
Venezuela. Demais países membros:
(País membro – Ano de adesão)
ƍ Qatar – 1961,
ƍ Indonésia – 1962, Campos de petróleo e gás no mundo

ƍ Líbia – 1962,
ƍ Emirados Árabes Unidos – 1967,
OUTROS USOS DO PETRÓLEO
ƍ Argélia – 1969,
ƍ Nigéria – 1971,
ƍ Equador – 1973,
ƍ Gabão – 1975.
Por questões políticas e relacionadas aos acordos
econômicos, algumas nações passaram por períodos
de afastamento da OPEP, no entanto as vantagens de
participação na organização fizeram com que estes
membros retornassem.
Equador, que entrou no grupo em 1973, suspendeu
a sua participação em 1992, e retornou em 2007.
A Indonésia, que aderiu à OPEP em 1962, saiu da
organização em 2009, e regressou em 2016, para
mais uma vez, sair no final deste mesmo ano. O Gabão Fonte: Braskem (2016)
findou sua participação em 1995, retornando 21 anos
depois, em 2016.
Nuclear
A energia nuclear é proveniente da fissão do urânio
Conflitos próximos a regiões de reserva e em reator nuclear. Apesar da complexidade de uma
usina nuclear, seu princípio de funcionamento é
produção de gás e petróleo similar ao de uma termelétrica convencional, na
ƍ Líbia qual o calor gerado pela queima de um combustível
produz vapor, que aciona uma turbina, acoplada a
ƍ Síria
um gerador de corrente elétrica. No final dos anos
ƍ Irã x Iraque 1960, o governo brasileiro decidiu ingressar na
ƍ Golfo Pérsico geração termonuclear, visando conhecer melhor a
tecnologia e adquirir experiências para o futuro. Na

GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR 33

época, cogitava-se a necessidade de complementação
térmica para o suprimento de eletricidade no Rio de
Janeiro. Decidiu-se, então, que essa complementação
ocorresse por meio da construção de uma usina
nuclear (Angra I) em Angra dos Reis (RJ).
A construção de Angra I (657 MW) teve início em
1972. A primeira reação nuclear em cadeia ocorreu
em março de 1982 e a usina entrou em operação
comercial em janeiro de 1985. Mas, logo após,
interrompeu suas atividades, voltando a funcionar
somente em abril de 1987, operando, porém, de modo
intermitente, até dezembro de 1990 (nesse período,
operou com 600 MW médios durante apenas 14 dias).
Entre 1991 e 1994, as interrupções foram menos
frequentes, mas somente a partir de 1995 a usina
passou a ter operação regular.
Usina de Angra 1. Fonte: Agência Brasil/EBC
A construção de Angra II (1.350 MW) teve início
em 1976 e a previsão inicial para a usina entrar
em operação era 1983. Em razão, porém, da falta
de recursos, a construção ficou paralisada durante
vários anos e a operação do reator ocorreu somente
em julho de 2000, com carga de 200 MW a 300 MW.
Entre 20 de agosto e 3 de setembro daquele ano, a
usina funcionou regularmente, com 915 MW médios.
A partir de então, operou de modo intermitente até 9 de
novembro, quando passou a funcionar com potência
de 1.350 MW médios. Apesar do avanço tecnológico,
acidentes e incidentes envolvendo usinas nucleares
acontecem com frequência. Além da insegurança,
figuram outros problemas, como a administração de
resíduos e o descarte radioativo, a pouca experiência
com o comissionamento das usinas e a necessidade de
elevados subsídios do governo para sua construção.
34 GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR
Usinas internacionais
O acidente nuclear de Chernobyl, em 1986, na Ucrânia,
freou a expansão da energia nuclear por cerca de 20
anos. E o mais recente desastre, em Fukushima, no
Japão, no ano de 2011, colocou uma nova dúvida
sobre esse tipo de empreendimento.
Após Fukushima, todos os reatores europeus foram
submetidos a testes de segurança para reavaliar sua
verdadeira vulnerabilidade a acidentes. Países como
Estados Unidos e França paralisaram seus planos de
expansão nuclear.
Outros, como Alemanha, Itália e Suíça, planejam a
desativação de suas centrais até a próxima década.
Ainda não existe uma solução permanente para os
rejeitos radioativos e há a constante necessidade
de se construir novos depósitos. Esse é um passivo
socioambiental e econômico que deixaremos para
diversas gerações futuras.
Solar
O Brasil possui um alto potencial para uso da
energia solar. A energia solar pode ser utilizada
na forma fotovoltaica ou no aproveitamento do
calor para aquecimento doméstico ou industrial.
Utilização em locais sem acesso à rede elétrica e
desconectado do sistema elétrico nacional. Existem
outras formas de utilizar a energia solar, como as
usinas solares concentradas, que funcionam de
forma similar a termoelétrica. A energia térmica
é obtida pela concentração de radiação solar, por
meio de grandes espelhos ou calhas parabólicas. O
calor é utilizado para gerar vapor, que movimenta
as turbinas geradoras de eletricidade. Alto custo
para instalação das placas solares e usinas ocupam
grandes áreas.

Fonte:https://www.gov.br/pt-br/noticias/energia-minerais-e-combustiveis/2020/01/fontes-
de-energia-renovaveis-representam-83-da-matriz-eletrica-brasileira
Áreas em vermelho possuem maior potencial energético solar
Biomassa
Biomassa é a massa total de organismos vivos numa
área. Esta massa constitui uma importante reserva
de energia, pois é formada essencialmente por
hidratos de carbono. Do ponto de vista energético,
para fins de outorga de empreendimentos do setor
elétrico, biomassa é todo recurso renovável oriundo
de matéria orgânica (de origem animal ou vegetal)
que pode ser utilizada na produção de energia.
O setor sucroalcooleiro gera grande quantidade
de resíduos, que pode ser aproveitada na geração
de eletricidade, principalmente em sistemas de
cogeração. Ao contrário da produção de madeira, o
cultivo e o beneficiamento da cana são realizados em
grandes e contínuas extensões, e o aproveitamento de
resíduos (bagaço, palha, vinhoto etc.) é facilitado pela
centralização dos processos de produção.
Fonte:FLIRCK.COM| Alexandre R. Costa
Energia Maremotriz
Energia maremotriz, também chamada de energia das
marés, é aquela proveniente do movimento das marés. Dois
tipos de energia maremotriz podem ser obtidos: energia
cinética das correntes marítimas e energia potencial pela
diferença de altura entre as marés alta e baixa.
A energia maremotriz ainda é pouco utilizada. Isso
porque, para ser eficiente e economicamente viável,
a costa precisa ter características específicas, como
marés maiores que três metros. Além disso, seu
preço final é alto, tornando a energia maremotriz não
atrativa se comparada com outras fontes.
Fonte:Picasa/Coppe-UFRJ/Divulgação
GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR 35
REPENSAR OS USOS
É importante enfatizar que todas as fontes de energias, Anotações:
mesmos as alternativas, limpas e renováveis, podem
causar algum impacto no meio ambiente.
Portanto, a economia de energia passa por diversos
desafios, como desconcentrar serviços que exigem
deslocamentos para grandes centros comerciais
nas grandes cidades. Aproveitar modais saudáveis
e limpos, como bicicleta. Utilizar o lixo orgânico
para produção de adubo, visando o cultivo urbano
em pequena escala. Reduzindo o desperdício na
produção, no transporte, distribuição e venda para os
grandes centros urbanos.
ƍ Não basta pensar apenas na mudança da matriz,
mas em outras formas de uso e investir em novas
fontes de energia.
ƍ No transporte: mudança para o modal ferroviário
e aquaviário, uso de biocombustíveis na transição.
ƍ Na construção civil: com prédios que reaproveitam
água e usa fonte de energia solar, construções bem
feitas que não precisam nem de ar-condicionado
nem aquecimento.

Fonte: One Central Park, Instagram.com/ateliersjeannouvel

36 GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR

GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR 37
EXERCÍCIOS
1. (Unicamp) O petróleo continua sendo a fonte
de energia mais importante do mundo. A posse de
reservas, o transporte e a capacidade de refino figuram
como elementos de soberania nacional e estratégicos
em um mundo extremamente competitivo. Em
relação ao petróleo no Brasil, é correto afirmar:
a) As descobertas das reservas nacionais ocorreram a
partir dos anos 1980 e a Bacia de Campos (RJ) é hoje a
principal produtora do país.
b) A extração nacional é cada dia maior, mas a
inexistência de oleodutos exige que o transporte seja
realizado por meio rodoviário.
c) A maior produção em terra provém do Estado do
Rio Grande do Norte e, em mar, do pré-sal situado
entre os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
d) Apesar de possuir grandes reservas, especialmente
com as descobertas do pré-sal, não há refino no país,
por isso os derivados são importados.
2. (Fgv)
Com base nas informações do gráfico e em seus
conhecimentos sobre os países da OPEP, pode-se
afirmar que
a) o Irã possui a terceira maior jazida de petróleo da
OPEP e está aumentando as exportações do produto
devido às sanções norte-americanas.
b) o Iraque possui a quinta maior jazida de petróleo da
OPEP e por incentivo estatal está diversificando a sua
matriz energética para fontes renováveis.
c) o Kuwait possui a sexta maior jazida de petróleo da OPEP
e está reduzindo sua produção e exportação desse recurso.
d) a Arábia Saudita possui a segunda maior jazida
de petróleo da OPEP e o governo está incentivando o
processo de privatização das empresas de petróleo.
e) a Venezuela apresenta a maior jazida de petróleo
da OPEP e desde 2014 tem reduzido a produção desse
recurso devido à instabilidade política e econômica.
38 GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR
3. (Unesp) A construção da Usina Hidrelétrica de
Itaipu durante os anos 1970 e 1980
a) contribuiu para a queda do regime cívico-militar
brasileiro, depois que a imprensa denunciou grandes
desvios de verbas da obra.
b) assegurou a autonomia energética definitiva de
Argentina e Paraguai, países que participaram do
projeto e se beneficiaram com sua execução.
c) permitiu o restabelecimento das relações
diplomáticas entre Argentina, Brasil e Paraguai,
rompidas desde a Guerra do Paraguai.
d) proporcionou a consolidação das hegemonias
argentina e brasileira no comércio e no controle
político da região do Rio da Prata.
e) foi uma iniciativa conjunta dos governos militares
do Brasil e do Paraguai, que teve forte impacto
geoestratégico na região do Rio da Prata.
4. (Fgv)
Avaliando conhecimentos acerca da produção rural
no Brasil, é correto afirmar que as diferenças entre a
faixa litorânea nordestina e o oeste paulista residem
a) nos programas de qualificação profissional, reflexo
da maior produtividade no sul do país.
b) na dimensão dos mercados consumidores, restrito
no Nordeste brasileiro.
c) na adoção de zonas francas, sobretaxando a
produção realizada no Nordeste.
d) na instituição de parcerias público-privadas,
potencializando os cultivos em São Paulo.
e) nos diferentes modelos de exploração, intensiva na
porção centro-sul do país.
5. (Unesp) Examine o mapa.
O mapa apresenta o potencial de exploração da
energia
a) hidráulica.
b) geotérmica.
c) termoelétrica.
d) eólica.
e) solar.
6. (Enem)
Comparando os dados das hidrelétricas, uma
características territorial positiva de Belo Monte é o(a)
a) reduzido espaço relativo inundado.
b) acentuado desnível do relevo local.
c) elevado índice de urbanização nacional.
d) presença dos grandes parques industriais.
e) proximidade de fronteiras internacionais
estratégicas.
7. (Unesp) O desastre de Chernobyl ainda custa
caro. Hoje o governo gasta até 7% dos impostos para
garantir o isolamento e a segurança de uma região
maior que um Parque do Ibirapuera e meio. O país
já aceitou que a Zona de Exclusão não vai servir para
moradia, plantação nem para a atividade madeireira
tão cedo.
www.superinteressante.com.br. Adaptado.
O acidente e o país relacionados ao fato mencionado
no excerto correspondem, respectivamente,
a) ao soterramento de planícies e à Índia.
b) ao vazamento de poços de petróleo e ao Kuwait.
c) à ocorrência de um terremoto e ao Japão.
d) ao rompimento de uma barragem hidrelétrica e à
China.
e) à explosão de uma usina nuclear e à Ucrânia.
8. (Fuvest) Em 2015, os Estados Unidos (EUA), país
que não é membro da OPEP, tornaram-se o maior
produtor mundial de petróleo, superando grandes
produtores históricos mundiais, de acordo com a
publicação.
Statistical Review of World Energy (BP) - 2015.
Sobre essa fonte de energia, é correto afirmar:
a) A queda da oferta de petróleo, em 2015, pelos países
não membros da OPEP é resultado do uso de fontes
de energia alternativas, como os biocombustíveis, e
também da expansão das termelétricas.
b) O Brasil, país que não é membro da OPEP, destaca-
se pela exploração de jazidas de petróleo em rochas
vulcânicas do embasamento cristalino do pré-sal.
c) O crescimento da produção de petróleo nos EUA,
que levou esse país à condição de maior produtor
mundial em 2015, deu-se pela exploração das jazidas
de óleo de xisto.
d) A elevação da produção de petróleo em países
da OPEP, como Arábia Saudita, Rússia e China, é
resultado da alta dos preços dessa commodity em
2015.
e) A exploração das jazidas de óleo de xisto do subsolo
oceânico foram fatores para a industrialização de
países, como México, Japão e EUA.
9. (Upe-ssa 2) Analise o texto a seguir:
Para evitar crise, Brasil precisa diversificar matriz
energética
As termoelétricas são acionadas sempre que o setor
hidroelétrico – responsável porda energia gerada no
GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR 39
país – ameaça não dar conta da demanda de consumo.
Segundo especialistas, em curto prazo, nenhuma
outra fonte de energia renovável será capaz de suprir
as atuais necessidades do sistema, mas, para os
próximos anos, é preciso investir em alternativas.
Fonte: Revista Carta Capital/ publicado 06/02/2014
Sobre as usinas termoelétricas referidas no texto,
analise as afirmativas a seguir:
1. O seu uso prolongado provoca a emissão de
toneladas de gás carbônico na atmosfera.
2. Atualmente o parque térmico brasileiro possui
várias usinas movidas a gás natural, óleo diesel e
carvão mineral.
3. A energia térmica é considerada uma matriz limpa,
pois o uso do gás natural permite amenizar os efeitos
poluentes das energias fósseis de outras matrizes
energéticas.
4. As instalações industriais termoelétricas utilizam
para a geração de energia a queima de combustíveis
renováveis e não renováveis.
Está CORRETO o que se afirma em
a) 1, apenas.
b) 3 e 4, apenas.
c) 1 e 2, apenas.
d) 1, 2 e 4, apenas.
e) 1, 2, 3 e 4.
10. (Fgv)
Considerado uma fonte estratégica para todo o mundo
e, principalmente, para o Brasil, o mar vem chamando
a atenção de especialistas em energia, que já testam e
implantam algumas alternativas de geração, como a
usina de ondas. Localizada no quebra-mar do Porto de
Pecém, a usina de ondas é a primeira na América Latina
40 GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR
responsável pela geração de energia elétrica por meio do
movimento das ondas do mar. Com tecnologianacional,
a estimativa é de que o equipamento de baixo impacto
ambiental esteja completamente pronto para funcionar
até o ano de 2020.
A cidade em que está sendo implantado o projeto é:
a) Recife – PE.
b) Natal – RN.
c) Fortaleza – CE.
d) Vitória – ES.
e) Angra dos Reis – RJ.
11. (Enem PPL)
Energia de Noronha virá da força das águas
A energia de Fernando de Noronha virá do mar, do ar,
do sol e até do lixo produzido por seus moradores e
visitantes. É o que promete o projeto de substituição
da matriz energética da ilha, que prevê a troca dos
geradores atuais, que consomem 310 mil litros de
diesel por mês.
GUIBU, F. Folha de S. Paulo, 19 ago. 2012 (adaptado).
No texto, está apresentada a nova matriz energética do
Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha. A
escolha por essa nova matriz prioriza o(a)
a) expansão da oferta de energia, para aumento da
atividade turística.
b) uso de fontes limpas, para manutenção das
condições ecológicas da região.
c) barateamento dos custos energéticos, para estímulo
da ocupação permanente.
d) desenvolvimento de unidades complementares,
para solução da carência energética local.
e) diminuição dos gastos operacionais de transporte,
para superação da distância do continente.
12. (Unesp) No território brasileiro, petróleo e gás são
mais extraídos em áreas de
a) rifteamento, sobretudo na depressão sertaneja do
Nordeste.
b) núcleos cristalinos, sobretudo nas planícies
costeiras.
c) cinturões orogenéticos, especialmente nos
planaltos residuais da Amazônia.
d) bacias sedimentares, sobretudo na plataforma
continental.
e) dobramentos modernos, especialmente nos Anotações:
planaltos e serras do Sudeste.

7: [E]; 8: [C]; 9: [D]; 10: [C]; 11: [B]; 12: [D]

1: [C]; 2: [E]; 3: [E]; 4: [E]; 5: [D]; 6: [A]

Gabarito:

GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR 41