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GEOGRAFIA

1.FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL

O território do Brasil ocupa uma área de 8 514 876 km². Em virtude de sua extensão
territorial, o Brasil é considerado um país continental por ocupar grande parte da América do Sul.
O país se encontra em quinto lugar em tamanho de território.
A população brasileira está irregularmente distribuída, pois grande parte da população
habita na região litorânea, onde se encontram as maiores cidades do país. Isso nada mais é do
que uma herança histórica, resultado da forma como o Brasil foi povoado, os primeiros núcleos
urbanos surgiram no litoral.
Até o século XVI, o Brasil possuía apenas a área estabelecida pelo Tratado de
Tordesilhas, assinado em 1494 por Portugal e Espanha. Esse tratado dividia as terras da América
do Sul entre Portugal e Espanha.
Os principais acontecimentos históricos que contribuíram para o povoamento do país
foram:
No século XVI: a ocupação limitava-se ao litoral, a principal atividade econômica desse
período foi o cultivo de cana para produzir o açúcar, produto muito apreciado na Europa, a
produção era destinada à exportação. As propriedades rurais eram grandes extensões de terra,
cultivadas com força de trabalho escrava. O crescimento da exportação levou aos primeiros
centros urbanos no litoral, as cidades portuárias.
Século XVII e XVIII: foram marcados pela produção pastoril que adentrou a oeste do país
e também pela descoberta de jazidas de ouro e diamante nos estados de Goiás, Minas Gerais e
Mato Grosso. Esse período foi chamado de aurífero e fez surgir várias cidades.
Século XIX: a atividade que contribuiu para o processo de urbanização foi a produção de
café, principalmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.
Essa atividade também contribuiu para o surgimento de várias cidades.

2. POPULAÇÃO MUNDIAL
A população mundial é de mais de 7,7 bilhões de pessoas. A China é o país mais
populoso e povoado do mundo.
A população mundial atual é de 7,8 milhões de habitantes e segue um ritmo lento de
crescimento.
A população mundial atual é composta por 7,7 bilhões de pessoas e continua crescendo
anualmente, porém a um ritmo lento, se comparado a períodos anteriores. A sua distribuição
sobre a superfície terrestre não é feita de forma homogênea. O continente asiático é o mais
populoso, com destaque para China e Índia, que, sozinhos, reúnem pouco mais de um terço
da população mundial.
A população brasileira é a segunda maior do continente americano e, seguindo a
tendência global, tem experimentado a desaceleração no seu crescimento.
2.1 - Crescimento da população mundial
O crescimento populacional ou crescimento demográfico mundial é calculado a partir
do saldo entre o total de pessoas nascidas vivas e o total de mortes em um determinado
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período de tempo (dentro de um ano, por exemplo).A população mundial no ano de 2020 era de
7.794.799.000 de pessoas, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas ( ONU). A
marca dos 7 bilhões foi atingida no dia 31 de outubro de 2011, data determinada pelo Fundo de
População das Nações Unidas.
Apesar de o número absoluto estar crescendo, a taxa em que esse crescimento se dá
vem diminuindo com o passar dos anos. Isso significa que houve diminuição na velocidade com
que a população mundial está crescendo.O período pós-Segunda Guerra Mundial marcou um
salto no crescimento da população mundial, principalmente a partir da década de 1950. A década
de 1960 representou uma verdadeira explosão demográfica e foi a primeira vez em que a taxa de
crescimento populacional atingiu e ultrapassou a marca de 2% anuais. Na época, a população
mundial era de 3 bilhões de pessoas.
Desde o final dos anos 1960, a taxa de crescimento entrou em declínio, movimento que
se acentuou a partir de 1990. Atualmente, a taxa de crescimento da população mundial é de 1,1%
(ONU, 2020). A projeção da ONU é que o mundo atinja o valor de 8,5 bilhões de habitantes em
2030 e 9,7 bilhões em 2050.Ressalta-se, entretanto, que o crescimento não acontece de forma
homogênea em todos os lugares. As maiores taxas de crescimento se encontram nos países
da Ásia e da África. Em um cenário oposto, países da Europa apresentam a tendência de redução
populacional para as próximas décadas.
Diversos são os fatores que podem levar ao crescimento da população, como melhorias
no sistema de saúde que aumentam a expectativa de vida ao nascer, aumento da fertilidade,
redução da mortalidade infantil, urbanização e desenvolvimento econômico — estes ligados aos
salários e acesso a melhores condições de vida.
2.2 - Distribuição da população mundial
A população mundial não se encontra igualmente distribuída na superfície terrestre. As
causas atreladas a esse fator podem ser naturais, como a geomorfologia, o clima, a cobertura
vegetal e aspectos correlacionados que podem dificultar ou mesmo impedir a vida em
determinadas porções do território. O desenvolvimento econômico e industrial, bem como fatores
de ordem social e histórica também influem na concentração populacional em um lugar em
detrimento de outros.
A Ásia concentra 59,5% de toda a população mundial. Nesse continente, apenas China e
Índia, ambos com mais de 1,3 bilhão de habitantes cada, concentram 36,1% do total de pessoas
no planeta. Na sequência está o continente África, cujos 54 países reúnem uma população de
1.340.598.000 habitantes, 17,1% do total mundial. O país mais populoso da África é a Nigéria,
com 206,14 milhões de habitantes.O continente americano reúne 13,1% da população mundial,
com 1.022.832.000 de habitantes. Os países mais populosos são os Estados Unidos, com 331
milhões de habitantes, e o Brasil, com 212.559.000.
O quarto continente em população é a Europa, que possuía 747.636.000 habitantes em
2020, 9,5% da população mundial. Com parte do seu território no continente, a Rússia detém a
maior população, com 145.934.000 habitantes.
A Oceania é o continente com menor concentração populacional do planeta, com
42.678.000 de habitantes. O país mais populoso é a Austrália, onde vivem 25,5 milhões de
pessoas.
2.3 - Lista dos países mais populosos do mundo
País População
China 1.439.324.000
Índia 1.380.004.000

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Estados Unidos 331.003.000
Indonésia 273.524.000
Paquistão 220.892.000
Brasil 212.559.000
Nigéria 206.140.000
Bangladesh 164.689.000
Rússia 145.934.000
México 128.933.000
Fonte: Organização das Nações Unidas (ONU), 2020.

2.4 - Diferença entre países populosos x países povoados


O termo populoso faz referência à população absoluta, isto é, diz respeito à quantidade
total de pessoas que habita uma determinada localidade. Povoado, por sua vez, é um termo que
se refere à população relativa, isto é, à distribuição da população sobre a área do país ou
qualquer outro território selecionado.
Um país populoso é aquele que possui uma grande população absoluta. Já um país
povoado é aquele que possui elevada densidade demográfica. Nem todos os países que são
populosos serão considerados povoados e vice-versa.
A China é um exemplo de país populoso e povoado. Sua população é de 1,397 bilhão de
pessoas, e a sua densidade demográfica é de 153,3 hab/km². O Brasil pode ser citado como país
populoso que não é povoado, tendo em vista que a sua densidade demográfica é de 25,4
hab/km². Um dos países menos povoados do mundo é a Mongólia, com 2,1 hab/km².
2.5 - População brasileira
O Brasil é o 6º maior país em população do mundo, sendo o segundo mais populoso do
continente americano, com 212.559.000 habitantes. As estatísticas mais recentes da ONU
indicam uma taxa de crescimento populacional de 0,8% em 2020, valor relativamente menor do
que o registrado em 2010, por exemplo, que era de 1%, o que demonstra a desaceleração no
crescimento da população brasileira.
O país se encontra na terceira fase de sua transição demográfica, com taxas de
mortalidade relativamente estáveis (em um movimento leve de ascensão) e queda na natalidade e
na fertilidade, determinando, assim, crescimento populacional lento.
Em nível regional, o Sudeste concentra a maior parcela da população brasileira, com 42%
do total, levando em consideração os dados do IBGE. O Centro-Oeste é a região menos populosa
do Brasil, com apenas 7,7% da população total.
2.6 - População chinesa
A China é o país mais populoso do mundo, abrigando atualmente 1.439.324.000 de
habitantes. A maior parte da população do país se encontra na faixa leste do território, e isso se
deve a razões como um oeste montanhoso e de clima mais seco. Fatores históricos e
relacionados ao modelo de desenvolvimento econômico também influenciaram a concentração
populacional na porção leste. Xangai é a cidade mais populosa do país, com 27.058.480 de
habitantes. A capital, Pequim, possui pouco mais de 20 milhões de habitantes.
O país passou por um rápido e intenso crescimento populacional a partir da década de
1950, quando possuía cerca de meio bilhão de habitantes. No ano de 1978, quando sua abertura
econômica teve início, a população chinesa já somava 962.590.000 pessoas. A marca de um
bilhão de habitantes foi atingida em 1980.

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Nos anos 1970, uma política de controle de natalidade foi instituída na tentativa de frear o
crescimento populacional. Oito anos mais tarde, foi criada a Política do Filho Único, revogada no
ano de 2015. Atualmente, a China vive as etapas finais de sua transição demográfica e tem
enfrentado um novo cenário, que é o de envelhecimento populacional.

3. RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E DE GÊNERO


As relações étnico-raciais se referem às questões concernentes à população afro-
brasileira, a fim de sair do impasse e da postura dicotômica entre os conceitos raça e etnia. Para
se compreender a realidade do negro brasileiro, não somente as características físicas e a
classificação racial devem ser consideradas, mas também a dimensão simbólica, cultural,
territorial, mítica, política e identitária. É neste contexto que a pesquisadora Gomes, vai definir
relações étnico-raciais como sendo "relações imersas na alteridade e construídas historicamente
nos contextos de poder e das hierarquias raciais brasileiras", onde segundo a autora a "raça
opera como forma de classificação social, demarcação de diferenças e interpretação política e
identitária", num processo histórico, social, político, econômico e cultural.
3.1 - Ressignificação de raça e etnia
A partir das discussões acerca das relações estabelecidas sobre o conceito de raça pela
sociedade brasileira, um grupo de intelectuais, juntamente com o Movimento Negro adota uma
ressignificação para o termo, portanto rejeitando como coloca Gomes “o sentido biológico de raça,
uma vez que os avanços da ciência postulam que não existem raças humanas.” As raças,
acrescenta a pesquisadora, são compreendidas com um significado político e identitário e como
construções sociais, políticas e culturais produzidas no contexto das relações de poder ao longo
do processo histórico.Outro aspecto é o conceito de etnia, que é utilizado por alguns “por acharem
que, se falarmos em raça, mesmo que de forma ressignificada, acabamos presos ao
determinismo biológico, o qual já foi abolido pela biologia e pela genética. A intenção era enfatizar
que os grupos humanos não são marcados por características biológicas, mas, sim, por
processos históricos e culturais." Todavia, ainda segundo a autora, há questionamentos sobre o
alcance do conceito de etnia no que diz respeito aos negros brasileiros devido à forma como
esses indivíduos se veem e são vistos por meio de classificações raciais e experiências
vivenciadas e intensificadas por conta da origem africana e negra. Ao ser dissociado da
interpretação ressignificada de raça, o conceito de etnia se torna insatisfatório para a
compreensão do racismo e suas implicações na vida dos negros. Dessa forma a expressão
étnico-racial vem sendo adotada para se referir às questões concernentes à população negra
brasileira, sobretudo, no campo da educação.
3.2 - Relações Étnico-raciais e educação
Gomes aponta a Lei nº 10.639/03 que estabelece a obrigatoriedade do ensino da história
e cultura afro-brasileiras e africanas nas escolas públicas e privadas do ensino fundamental e
médio; o Parecer do CNE/CP 03/2004, que aprovou as Diretrizes Curriculares Nacionais para
Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileiras e
Africanas; e a Resolução CNE/CP 01/2004, que detalha os direitos e as obrigações dos entes
federados ante a implementação da lei compõem um conjunto de dispositivos legais considerados
como indutores de uma política educacional voltada para a afirmação da diversidade cultural e da
concretização de uma educação das relações étnico-raciais nas escolas, desencadeada a partir
dos anos 2000. É nesse mesmo contexto que foi aprovado, em 2009, o Plano Nacional das
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino
de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (BRASIL, 2009).

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Segundo a pesquisadora a sanção de tal legislação significa uma mudança não só nas
práticas e nas políticas, mas também no imaginário pedagógico e na sua relação com o diverso.
Mesmo sendo um preceito de caráter nacional, a Lei nº 10.639/03 se volta para a correção de
uma desigualdade histórica que recai sobre um segmento populacional e étnico-racial específico,
ou seja, os negros brasileiros. Ao fazer tal movimento, o Estado brasileiro, por meio de uma ação
educacional, sai do lugar da neutralidade estatal diante dos efeitos nefastos do racismo na
educação escolar e na produção do conhecimento e se coloca no lugar de um Estado
democrático, que reconhece e respeita as diferenças étnico-raciais e sabe da importância da sua
intervenção na mudança positiva dessa situação. Entretanto, mesmo com essas ações
afirmativas, há muito o que ser feito no que diz respeito à formação de professores para de fato
promover uma educação étnico-racial pautada na perspectiva de colonial.
A doutora em Ciências Humanas, Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva sinaliza que para
pensar a educação levando-se em conta as relações étnico-raciais em contextos de sociedades
multiculturais como no Brasil, deve-se estar aberto a diversidade cultural brasileira, onde
indígenas, afrodescendentes, descendentes de europeus e de asiáticos, precisam conviver sem
medo das tensões e diminuindo os conflitos. Além destas pesquisadoras existem também outros
autores e outras autoras como por exemplo, Kabengele Munanga, Vilma Reis, Carlos
Moore, Luiza Bairros que defendem este mesmo ponto de vista.

4. INDUSTRIALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO
Os processos de industrialização e urbanização estão intrinsecamente interligados. Foi
com os avanços e transformações proporcionados, por exemplo, pelas Revoluções Industriais na
Europa que esse continente concebeu o crescimento exponencial de suas principais cidades,
aquelas mais industrializadas. Ao mesmo tempo, o processo de urbanização intensifica o
consumo nas cidades, o que acarreta a produção de mais mercadorias e o aumento do ritmo da
atividade industrial.A industrialização é um dos principais fatores de transformação do espaço
geográfico, pois interfere nos fluxos populacionais, reorganiza as atividades nos contextos da
sociedade e promove a instrumentalização das diferentes técnicas e meios técnicos, que são
essenciais para as atividades humanas. A atividade industrial, por definição, corresponde ao
arranjo de práticas econômicas em que o trabalho e o capital transformam matérias-primas ou
produtos de base em bens de produção e consumo.
Com o avanço nos sistemas de comunicação e transporte – fatores que impulsionaram a
globalização –, praticamente todos os povos do mundo passaram a consumir produtos
industrializados, independentemente da distância entre o seu local de produção e o local de
consumo. Estabelece-se, com isso, uma rede de influências que atua em escalas que vão do local
ao global.Graças ao processo de industrialização e sua ampla difusão pelo mundo, incluindo boa
parte dos países subdesenvolvidos e emergentes, a urbanização também cresceu, a ponto de,
segundo dados da ONU, o mundo ter se tornado, pela primeira vez, majoritariamente urbano, isto
é, com a maior parte da população residindo em cidades, feito ocorrido no ano de 2010 em diante.
Mas como a industrialização interfere na urbanização?
É errôneo pensar que a industrialização é o único fator que condiciona o processo de
urbanização. Afinal, tal fenômeno está relacionado também a outros eventos, que envolvem
dinâmicas macroeconômicas, sociais e culturais, além de fatores específicos do local. No entanto,
a atividade industrial exerce uma influência quase que preponderante, pois ela atua tanto no
espaço das cidades, que apresentam crescimento, quanto no espaço rural, que vê uma gradativa
diminuição de seu contingente populacional em termos proporcionais.

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No meio rural, o processo de industrialização interfere com a produção e inserção de
modernos maquinários no sistema produtivo, como tratores, colheitadeiras, semeadeiras e outros.
Dessa forma, boa parte da mão de obra anteriormente empregada é substituída por máquinas e
técnicos qualificados em operá-las. Como consequência, boa parte dessa população passa a
residir em cidades, por isso, elas tornam-se cada vez maiores e mais povoadas. Vale lembrar que
a mecanização não é o único fator responsável pelo processo de migração em massa do campo
para a cidade, o que chamamos de êxodo rural, mas é um dos elementos mais importantes
nesse sentido. Além disso, a industrialização das cidades faz com que elas se tornem mais
atrativas em termos de migrações internas, o que provoca o aumento de seus espaços graças à
maior oferta de empregos, tanto na produção fabril em si quanto no espaço da cidade, que
demandará mais trabalho no setor comercial e também na prestação de serviços.
Não por acaso, os primeiros países a industrializem-se foram também os primeiros a
conhecer a urbanização em sua versão moderna, tornando-se territórios verdadeiramente urbano-
industriais. Atualmente, esse processo vem ocorrendo em países emergentes e
subdesenvolvidos, tal qual o Brasil, que passou por isso ao longo de todo o século XX. Segundo a
ONU, até 2030, todas as regiões do mundo terão mais pessoas vivendo nas cidades do que no
meio rural. O grande gargalo desse modelo é o crescimento acelerado das cidades, que contribui
para fomentar a macrocefalia urbana, quando há o inchaço urbano, com problemas ambientais e
sociais, além da ausência de infraestruturas, crescimento da periferização e do trabalho informal,
excesso de poluição, entre outros problemas. Estima-se, por exemplo, que até 2020 quase 900
milhões de pessoas estarão vivendo em favelas, em condições precárias de moradia e habitação.

5. A HEGEMONIA EUROPEIA NA ECONOMIA, NA POLÍTICA E NA CULTURA


Sob os aspectos histórico, político e social a Europa é considerada um continente em
virtude dos fatores que a distinguem tanto do conjunto mundial como da Ásia. A Europa foi o
centro de movimentos importantes, com desdobramentos em todo o mundo, como a democracia
grega, o direito romano, o renascimento cultural e artístico, o capitalismo, a Revolução Industrial
(1750), a Revolução Francesa (1789) e a implantação do socialismo. Na Europa ocorreu a
formação dos primeiros blocos econômicos, mas nela também houve muitos conflitos internos ao
longo da história para a formação de Estados nacionais, além de ter sido campo de batalha de
duas guerras mundiais: a primeira, entre 1914 e 1918; e a segunda, entre 1939 e 1945, que
causaram a morte de milhões de pessoas e alteraram não apenas as fronteiras entre seus
Estados, mas também resultaram na formação de novos. A expansão marítimo-comercial
europeia nos séculos XV, XVI e XVII foi o marco inicial da construção da hegemonia da Europa no
mundo entre esses séculos e a Primeira Guerra Mundial. Ao incorporar a África, a América e a
Oceania ao seu horizonte geográfico e fundar colônias na América e feitorias na África e na Ásia,
a Europa ampliou consideravelmente o seu espaço comercial permitindo que realizasse a
“acumulação primitiva do capital”, ou seja, o processo de acumulação de riquezas, que,
posteriormente, nos séculos XVIII e seguintes, possibilitou a alguns países europeus, como
Inglaterra, França, Bélgica, Itália, Alemanha etc., a realização da Primeira e da Segunda
Revolução Industrial e a implantação do capitalismo industrial e do neocolonialismo ou
imperialismo. No século XIX, esses países se lançaram sobre a África e a Ásia, substituindo as
feitorias do século XVI pela apropriação de territórios e a implantação de impérios coloniais.
Apesar da resistência de povos africanos e asiáticos, a superioridade técnica, principalmente em
armamentos, facilitou a conquista. Vêse que a influência europeia no mundo foi grande nos dois
períodos históricos representados, do século XVI até o XIX. E continuou pelo século XX, pois a
descolonização africana e asiática ocorreu somente na segunda metade do século XX, com a
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exceção da Índia, em 1947. A influência europeia também se estendeu pelo mundo por meio de
instituições, leis, religiões, formas e sistemas de governo, línguas, artes, filosofias, ciências,
tecnologias etc. A Europa ditava a moda na maneira de se vestir, no modo de pensar e na
educação formal, e a língua francesa era falada entre classes sociais mais abastadas em
diferentes países do mundo. Após a Primeira Guerra Mundial, com a emergência dos Estados
Unidos na condição de potência industrial, a hegemonia europeia começou a declinar, apesar de
manter até os dias atuais grande presença política, econômica e científica nas relações
internacionais. A separação cultural ocorreu a partir de duas vertentes, na qual, de um lado está a
civilização romana e grega, ambas representantes da parte europeia, do outro lado os
representantes asiáticos, árabes, hindus e chineses. Essa foi uma separação de valor cultural e
nem tanto físico, pois o que foi levado em conta foram as disparidades culturais, religiosas e
econômicas, singulares a cada grupo. Atualmente, com o estágio avançado em que se encontra a
Globalização, o Ocidente tem promovido grande influência no Oriente, algo que ocorria raramente
no século XIX. Apesar da imensa distribuição de cultura e conhecimento da Europa para o
mundo, realmente quem distribuiu cultura para os dois continentes foi o Oriente como, por
exemplo, o cristianismo, o alfabeto entre outros. O domínio europeu no mundo teve início durante
os séculos XV e XVI, por meio da busca da expansão de seu território. Isso foi possível através
das grandes navegações, as quais eram necessárias para extrair riquezas em outros continentes,
para suprir as necessidades do mercado em constante expansão, uma vez que crescia o número
da população. Por terem desenvolvido os aspectos político e cultural em âmbito interno,
conseguiu implantar sobre os outros povos domínio, pois detinham conhecimento em ciências,
estratégia militar e tecnologias. Justamente nesse momento da história que se criaram as
expressões “civilizado” e “selvagem”, essas denominações tinham como finalidade principal
diferenciar a cultura grecoromana chamadas também de civilizações clássicas e europeizadas.
No entanto, essa distinção entre dois grupos atualmente pode ser identificada, basta observar o
grupo de países mais ricos do mundo, salvo Estados Unidos e Japão, todos são europeus. Na
concepção europeia, o restante do mundo se limita a um “canteiro” de exploração econômica,
ambiental e social, mão de obra e mercado consumidor. As grandes metrópoles ocidentais
europeias apresentam obras com grande quantidade de ouro e prata, adquiridas às custas do
trabalho de escravos e nativos provenientes da exploração das colônias, hoje existe uma grande
fortuna em pedras preciosas guardadas em instituições financeiras.

6. ORGANISMOS INTERNACIONAIS
Os organismos internacionais, além de serem vistos como instituições supranacionais,
são considerados espaços de ampla disputa geopolítica e estratégica. Entende-se
por organizações ou organismos internacionais as instituições internacionais que agregam em si
ações de vários países sob um objetivo ou bem comum. Elas atuam, desse modo, a partir de
diversas causas ou missões, sendo essas abrangentes ou específicas, a exemplo da ONU
(Organização das Nações Unidas), do FMI (Fundo Monetário Internacional) e várias outras.
Os organismos internacionais, de um modo geral, podem atuar em diversas frentes, tanto
no campo econômico quanto no âmbito social, mas exercem um peso primordial no cerne das
relações geopolíticas. Decisões, por exemplo, tomadas na esfera da ONU ou do Banco Mundial,
para citar dois exemplos muito comuns, podem reverberar em conflitos ideológicos ou disputas de
bastidores entre diferentes governos e Estados. Nesse sentido, as organizações internacionais
são encaradas por muitos como centros estratégicos de disputa pelo poder.
A ONU é considerada por muitos como o principal organismo internacional da atualidade,
sendo comumente chamada de “estatal mundial”. No entanto, embora essa entidade exerça uma
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grande influência no mundo, suas ações estão condicionadas aos termos empreendidos pelos
seus países-membros, sobretudo aqueles que compõem o Conselho de Segurança, esfera
máxima decisória da organização. Nesse conselho, existem apenas cinco países permanentes, os
quais têm o poder de veto sobre qualquer decisão (Estados Unidos, China, França, Reino Unido e
Rússia), além de dez temporários sem poder de veto.
O FMI, por sua vez, apesar de limitar suas ações no plano econômico, também possui um
elevado peso político. O organismo opera por meio da concessão de crédito e empréstimos a
países que sinalizam necessidade de ajuda econômica, exigindo em contrapartida uma série de
medidas político-econômicas internas, geralmente relacionadas com corte de gastos,
desregulação da economia e implantação de outras medidas liberais. O FMI foi criado em 1944,
na Conferência de Bretton Woods, e conta atualmente com 187 países-membros.
Outra organização internacional de elevado peso político na esfera internacional é
a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), criada durante a Guerra Fria como uma
espécie de pacto entre os países da frente capitalista diante de um eventual ataque da frente
socialista em seus territórios. Atualmente, essa organização bélica é utilizada como um
instrumento militar e também um meio de pressão pelas grandes potências, com grande poder de
intervenção sobre outros países, a exemplo das ações sobre o Iraque (2003), a Líbia (2011) e a
Síria (2013).
A OMC (Organização Mundial do Comércio), por sua vez, atua no âmbito das relações de
exportação e importação tanto entre países quanto entre blocos econômicos. Além de julgar
recursos e apelações frente a atitudes que possam ser consideradas ilegais ou incorretas por
parte dos países – como cartéis e outros –, a OMC objetiva a liberalização mundial do comércio
internacional, com a diminuição ou eliminação das barreiras protecionistas e alfandegárias. As
disputas no âmbito da OMC e as rodadas de deliberações são consideradas muito importantes e
estratégicas geopoliticamente.
Além dessas, existem muitas outras organizações internacionais consideradas
importantes e necessárias para uma série de questões. Nesse ínterim, cabe destaque para o
BIRD (Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento), a OEA (Organização dos
Estados Americanos), a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento), a OIT
(Organização Internacional do Trabalho), a OMS (Organização Mundial da Saúde), entre tantas
outras entidades.

7. A DIVISÃO DO MUNDO EM OCIDENTE E ORIENTE


A divisão   Ocidente-Oriente remonta à época do império Romano e, desde os primórdios,
já guardava aspectos tanto geográficos quanto culturais.No período de queda do império, a
divisão tomou caráter oficial com a instituição do Império Romano do Ocidente, com capital em
Roma, e o Império Romano do Oriente, com sede em Constantinopla (atual Istambul):
          Enquanto a parte ocidental se desintegrou já no século V, o império a Oriente se manteve
unificado até 1453, quando foi tomado pelos turcos islâmicos. A partir desse momento, o conceito
de Ocidente começa a aproximar da ideia de “cristandade”, em oposição ao islã que vinha do
oriente.
         “O Ocidente sempre se definiu em oposição a algo, ora em relação aos povos islâmicos do
Oriente Médio, ora em relação aos povos asiáticos de maneira geral” “É um conceito que
necessariamente abarca uma exclusão do outro”.
Geograficamente, o Meridiano de Greenwich, a Linha do Equador de pé, divide o mundo
em Oriente (também chamado de Leste) e Ocidente (tcd Oeste).

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Mas quando falamos Oriente, não estamos nos referindo apenas à divisão geográfica, mas
também a religião, valores e cultura.  essa é apenas uma separação longitudinal é que 90% da
Europa está a leste de Greenwich, o que, geograficamente, faz dela parte do Oriente. Tudo que
fica para lá de Greenwich, na região de Londres.
Onde começa e termina o Oriente?
Para entender onde começa e onde termina o Oriente é preciso analisar onde está o
mundo islâmico. De oeste a leste, estende-se desde o Senegal, no oeste da África, até às
Filipinas...Dos romanos aos dias atuais, o conceito de ocidente ganhou diversas interpretações e
durante a Guerra Fria adquiriu também contornos políticos e econômicos.
“No período da Guerra Fria, o conceito de Ocidente passa a ser associado a existência de
certas instituições, como democracia e capitalismo e, ainda que de maneira difusa, também a
valores judaico-cristãos.”                         
Dessa maneira, países como Austrália e Nova Zelândia seriam indiscutivelmente parte do
mundo ocidental, ainda que geograficamente estejam mais próximos da Ásia.
E o Brasil?
Não há consenso sobre qual a classificação para o Brasil. Se não somos ocidentais, há
diversas classificações possíveis: latino-americanos ou mundo em desenvolvimento são
opções.  Outras regiões neste ‘limbo’ classificatório são a África e a Rússia.
“A classificação da América Latina e do Brasil é particularmente problemática. Se por um
lado a colonização europeia deixou marcas na língua e no modelo de organização dos países
latino-americanos, o subdesenvolvimento socioeconômico e as ditaduras que marcaram a história
da região excluiriam esses países do clube ocidental.
“Alguns estudiosos se referiam a América Latina como ‘extremo ocidente’ para demarcar a
diferença em relação aos países capitalistas avançados” 
Considerações finais
Em outras palavras, na parte ‘desenvolvida’ do mundo, o Ocidente é sinônimo de
desenvolvimento, democracia e cultura de base europeia — uma definição vaga que não deixa de
ter certa carga de preconceito.
O conceito de Ocidente é ambíguo e, na prática, traz mais problemas que soluções Mesmo
entre os formuladores da política externa brasileira parece não existir consenso. “O Itamaraty
evita o uso do termo ‘Ocidente’ na sua linguagem diplomática oficial porque mesmo entre
diplomatas não há entendimento comum”.  Stuenkel, no entanto, vê vantagens nessa
ambiguidade do Brasil em relação ao ocidente. “Em um mundo multipolar, ter legitimidade para
dialogar com vários atores é estratégico. O Brasil é um dos poucos países que consegue dialogar
com as potências ocidentais ao mesmo tempo que tem legitimidade para liderar os países não
ocidentais”.  

8. CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO BRASILEIRA


A população brasileira, no início da década de 2010, ultrapassou os 190 milhões de
habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. Desde o
século XX, o número de habitantes do nosso país cresceu mais de 10 vezes! Mas quais são as
características gerais dessa população?
Do total de pessoas que vivem no Brasil, 51,8% (um pouco mais da metade) são
mulheres e 48,5% são homens. A estimativa é que existam no país seis milhões de mulheres a
mais que os homens. A diferença, no entanto, é que a maior parte dos homens tem idade entre 25
e 39 anos, enquanto, entre as mulheres, a maioria está com idade entre 40 e 59 anos.

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Dividindo a população por cor, 47,7% das pessoas declaram-se brancas, 43,1%
declaram-se pardas e 7,6% declaram-se negras. Estes dados são do Censo Demográfico de 2010
e, se comparados ao censo demográfico de 2000, representam um aumento da população negra
e parda, além de uma diminuição das pessoas que se declaram como brancas.
A Região mais populosa do Brasil é a Sudeste, com 42% do número total de pessoas; em
segundo lugar fica a região Nordeste, com 27%; em terceiro fica a região Sul, com 14%; em
quarto, a região norte, com 8%, e, por último, o centro-oeste, com 7%.
O estado mais populoso é São Paulo, com mais de 41 milhões de habitantes, seguido por
Minas Gerais, que conta com quase 20 milhões e, em terceiro lugar, o Rio de Janeiro, com 16
milhões. O estado que possui o menor número de pessoas é Roraima, com menos de 500 mil.
Entre os municípios, a liderança fica com a cidade de São Paulo, com quase 12 milhões,
e a lanterna fica com a pequena cidade de Borá, no interior paulista, com pouco mais que 800
pessoas.
Com a análise dos dados demográficos disponibilizados pelo Censo Demográfico do
IBGE é possível concluir que a população brasileira é, em sua maioria, urbana. Pouco mais de
84% dos brasileiros vivem nas cidades, e menos de 16% dos brasileiros vivem no campo.

9. GLOBALIZAÇÃO E MUNDIALIZAÇÃO
A partir da segunda metade do século XX, as grandes empresas industriais, comerciais e
prestação de serviços (bancos, hotéis, redes de restaurantes e companhias de telecomunicações,
por exemplo), começaram a instalar filiais em vários países. Esse processo ficou conhecido como
mundialização ou internacionalização do capital e da produção. Com a globalização, o processo
de expansão do capitalismo constituiu a chamada economia global, que teve a tecnologia como
propulsora. Dentre suas características estão o crescimento do comércio internacional , a rápida
expansão dos fluxos e o aumento da inter-relação dos países. O termo mundialização tem sido
usado para denominar a atual fase de internacionalização do capital. Algumas leituras consideram
globalização e mundialização como sinônimos. Outras utilizam o termo mundialização para
denominar o processo de fusão do capital distribuído entre os diferentes países, por meio da
atuação das empresas transnacionais. Por fim, há leituras que consideram a globalização como a
atual fase da mundialização, inserida em um processo histórico mais amplo, iniciado com as
Grandes Navegações dos séculos XV e XVI. Tal processo provocou profundas mudanças nas
relações sociais e econômicas entre os países.

10. PRODUÇÃO, CIRCULAÇÃO E CONSUMO DE MERCADORIAS


O homem transforma a natureza a partir do trabalho. Com a revolução industrial, houve
um avanço científico e tecnológico, ampliando e diversificando a produção. A exploração de
recursos ambientais, as atividades de trabalho, a transformação das paisagens - envolvendo
construções de estradas, portos e aeroportos para a circulação de produtos - visam atender às
necessidades dos seres humanos, que fazem parte de um grupo social. A partir daí as atividades
se voltam à produção de bens (alimentos, roupas, automóveis e matéria de construção) e serviços
(fornecimento de água e energia elétrica, atendimento escolar, assistência à saúde, lazer e
entretenimento para comercialização e para consumo). Por meio da propaganda, as empresas
divulgam seus produtos, despertando nos consumidores o desejo de comprar algo, que as vezes,
não necessitam. Como o consumo é dinâmico, são criados produtos, alguns com curto prazo de
utilização gerando a Obsolescência Programada, que é quando um produto lançado no mercado
se torna inutilizável em um período de tempo relativamente curto de forma proposital, ou seja, são
rapidamente descartadas e estimulam o consumidor a comprar novamente. O impacto ambiental
10
causado pela produção, circulação e consumo traz sérias consequências para a natureza. Um
dos fatores mais preocupantes é o que diz respeito aos recursos hídricos. Problemas como a
escassez e o uso indiscriminado da água estão sendo considerados como as questões mais
graves do século XXI. É preciso que tomemos partido nesta luta contra os impactos ambientais.
Poluição é qualquer alteração físicoquímica ou biológica que venha a desequilibrar um
ecossistema, e o agente causador desse problema é denominado de poluente. Os principais
poluentes têm origem na atividade humana. A indústria é a principal fonte, ela gera resíduos que
podem ser eliminados na natureza causando grandes danos. Historicamente, desde o início de
nossa colonização, a renda sempre esteve concentrada nas mãos de uma pequena parcela. O
espaço rural e urbano se distingue pelas práticas socioeconômicas e ambos 2 são dependentes.
O espaço rural agrega as atividades primárias como (agricultura, pecuária e extrativismo). O
espaço urbano é constituído pelas cidades onde atuam os setores secundário (indústrias,
produção de energia) e terciário (comércio e serviços).

11. DESIGUALDADE SOCIAL E O TRABALHO


A desigualdade social apresenta diversos aspectos e interfaces que se acumulam e se
potencializam, estando presentes ao longo de todo o ciclo de vida. Elas englobam a dimensão
socioeconômica (como renda, propriedade, riqueza e consumo), mas, também, aquelas
relacionadas a gênero, etnia e raça, geração, território, classe, bem como as desigualdades de
direito, poder, oportunidade, capacidade e autonomia. Sem contar as chamadas desigualdades de
risco no sentido de que mesmo estes podem ser distribuídos de forma desigual (como
desabamento de casas, enchentes, doenças). Por sua vez, estas situações sociais estão
relacionadas, ainda, às de injustiça, exclusão, vulnerabilidade, iniquidade, dominação e
exploração. Para o entendimento da situação atual, faz-se necessária a análise dos diversos
processos que produziram e produzem tais desigualdades, partindo-se do pressuposto de que
estas não são estáticas nem naturais (sendo continuamente criadas, recriadas, destruídas e
transformadas). É necessário, ainda, identificar os aspectos que estabelecem a mediação entre
os processos macrossociais e o perfil dos diferentes grupos. Mesmo que a sociedade capitalista
tenha sido precedida por outros modos de produção caracterizados por fortes desigualdades, as
condições políticas, sociais e econômicas desenvolvidas com o seu advento, tais como as
péssimas condições de labor da classe trabalhadora, acabaram por fortalecer antigas
desigualdades, além de criar novas formas. No caso dos países com histórico de longo regime
escravocrata e industrialização tardia, caso do Brasil, a situação torna-se ainda mais complexa.
Neste curso, teremos como foco um dos principais determinantes da desigualdade, que é o
trabalho. Este entendido como uma construção social e, portanto, fruto da relação entre atores
sociais em diferentes momentos históricos. Analisaremos de que forma as relações de trabalho na
sociedade capitalista podem reproduzir, superar, sustentar, aprofundar, criar e/ou justificar as
desigualdades sociais. Indagando sobre a estruturação do “mercado de trabalho” e o papel dos
diferentes atores, priorizando o caso da sociedade brasileira contemporânea, ainda que em
diálogo com outros momentos históricos e experiências de outras sociedades.

12. REDES VIRTUAIS E RELAÇÕES SOCIAIS


Cada vez mais as pessoas, tanto jovens como adultos estão conectados através das
redes sociais, essas redes facilitam a comunicação a distância com rapidez e eficácia, além de
ser um eficiente método de interação, porém, o problema começa a partir do momento em que se
dá mais valor à “imagem virtual” do que a vida pessoal, a saúde e a família, pesquisas mostram

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que os efeitos negativos da internet estão destruindo relacionamentos, famílias e são uma das
causas de demissões na atualidade.
O que os especialistas dizem
A psicóloga Priscila Pavan Detoni, supervisora do Serviço de Assitência Jurídica da
Univates (Sajur) diz “as redes sociais alteraram a forma como as pessoas se conhecem e se
relacionam. Ao mesmo tempo em que aproximam por afinidades em comum, podem provocar
exposições exageradas e dar margens para paranoias e ciúmes.”
Vivemos em sociedade, por isso, estamos em constante relacionamento com outras
pessoas, seja na escola, no trabalho, relacionamentos amorosos ou em família, e as redes sociais
podem facilitar ou atrapalhar esse processo de convivência, um exemplo é uma situação cada vez
mais comum,que tem sido o número de demissões provindas do mau uso de redes sociais tanto
no trabalho quanto fora dele,
Uma funcionária que se ausentou do trabalho e apresentou atestado médico por causa de
um suposto problema de saúde foi “entregue” pelos registros no Facebook e demitida por justa
causa de um hospital no Rio de Janeiro. As fotos e comentários comprovaram que, na verdade,
ela estava participando da 16ª Maratona do Rio de Janeiro. A 9ª Turma do Tribunal Regional do
Trabalho da 1ª Região (TRT/RJ) confirmou a demissão por justa causa da funcionária.
(EXTRA.GLOBO. 2015)
Casos como o citado acima se tornam cada vez mais comuns no ambiente de trabalho,
além do tempo que os funcionários gastam na internet durante o expediente, fazendo com que
muitas empresas proíbam o uso do celular, postagens negativas a respeito da empresa, ou
postagens com conteúdo antiético e ofensivo podem prejudicar a imagem do funcionário.
A respeito de relacionamentos amorosos uma pesquisa de 2013, feita pela Universidade
do Missouri (EUA), concluiu que pessoas que navegam por mais de uma hora na rede social têm
relações mais turbulentas. Isso se dá devido a desconfiança, crises de ciúme, e provoca muitos
fins de relacionamentos.Quando se trata do ambiente familiar, nota-se que em momentos onde há
alguns anos atrás era comum a família sentar para conversar, hoje, vemos pais, mães e filhos
cada um em seu smartphone, acessando as redes sociais geralmente para conversar com outras
pessoas, esquecendo-se do tão importante relacionamento que deveriam manter dentro de casa
junto a família.
O que os dados apontam
Numa sociedade cada vez mais tecnológica, é comum se apegar ao que é virtual, e é
importante usar isso em prol da rapidez e da facilidade, deve-se ter o cuidado, entretanto, de
saber quais são as prioridades. Mais importante do que manter bons relacionamentos nas redes
sociais é manter boas relações pessoais no dia a dia e mais ainda manter a família bem
estruturada e unida. Pode-se assim dizer que a vida real deve prevalecer sobre a vida virtual.
Porém não é isso que vem acontecendo. A Kaspersky, uma empresa russa produtora de
softwares de segurança para a internet realizou uma pesquisa com seus usuários, 35% dos
usuários ouvidos admitiram que agora se encontram menos com amigos, filhos (33%), pais (31%)
e até parceiros (23%). O levantamento foi feito entre outubro e novembro de 2016 com 16 mil
homens e mulheres de 18 países, com idades acima de 16 anos, sendo cerca de mil brasileiros.
Falando também a respeito da idade com que as crianças começam a acessar a internet
uma pesquisa aponta que 24% das crianças entrevistadas têm celular com 9 anos de idade, 16%
aos 6 anos e 7% aos 5 anos. O estudo é do Centro de Estudos Sobre as Tecnologias da
Informação e da Comunicação (Cetic). Esses dados são mais chocantes se considerado que
especialista recomendam o uso do celular apenas a partir dos 12 anos. E o mais incrível é que o
tempo de permanência diária de uma criança ao celular muitas vezes supera o tempo que
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passam brincando ao ar livre, e até mesmo que recebem a atenção dos pais, talvez em uma
brincadeira, ou conversa, ou outra atividade.

13. CADEIAS INDUSTRIAIS E INOVAÇÃO NO USO DOS RECURSOS NATURAIS E


MATÉRIAS-PRIMAS
Os recursos naturais são definidos como tudo aquilo que é necessário ao homem e que
se encontra na natureza, eles são classificados em renováveis e não renováveis.
Os recursos naturais não renováveis abrangem todos os elementos que são usados nas
atividades antrópicas, e que não têm capacidade de renovação. Com esse aspecto temos: o
alumínio, o ferro, o petróleo, o ouro, o estanho, o níquel e muitos outros.
Os recursos naturais renováveis detêm a capacidade de renovação após serem utilizados
pelo homem em suas atividades produtivas. Os recursos com tais características são: florestas,
água e solo. Caso haja o uso ponderado de tais recursos, certamente não se esgotarão.
A cadeia produtiva compreende o processo primário da organização. Ela nada mais é do
que um conjunto de etapas consecutivas ao longo da produção, as quais os diversos insumos
(matéria-prima) são transformados em um produto final (bem ou serviço).
A cadeia produtiva, de modo geral, funciona como se fosse uma corrente desde a
extração e manuseio da matéria-prima até a transformação da matéria-prima em produto, e
posteriormente, sua distribuição.(Veja a imagem de como é a cadeia produtiva do leite)
Sustentabilidade: de uma forma simplificada a sustentabilidade pode ser definida como
ações/atividades humanas que visam suprir as necessidades do presente sem comprometer as
gerações futuras.
A sustentabilidade tem como pilar 3 elementos: meio ambiente, impacto social e
economia. Por isso, entende-se que para uma sociedade ou sistema ser sustentável deve-se
incentivar a conservação do meio ambiente, o bem-estar social e o ganho econômico de modo
que não coloque em risco os 2 primeiros elementos. 
Recursos minerais são substâncias inorgânicas extraídas da Terra e que têm utilidade
como matéria prima
Reserva Mineral corresponde àquela parte do depósito mineral que pode ser
tecnicamente, economicamente e legalmente extraída, no momento da determinação da Reserva
e é classificada, em ordem crescente de confiança, em Prováveis e Provadas.
Petróleo - Mineral, muito utilizado para produção de energia.
Bauxita - Mineral, que serve para a produção de alumínio. ( o Brasil possui grandes
reservas).

14. CARTOGRAFIA
Cartografia é a ciência que representa graficamente uma área geográfica ou uma
superfície plana. É o estudo que atua na concepção, a produção, divulgação, representação e
todo o processo dos mapas. Essa é a definição da Associação Cartográfica Internacional.
A cartografia é um campo complexo em mudança constante e, no sentido mais amplo
inclui desde a recolha até a avaliação e processamento dos dados de origem por meio da recolha
de dados, avaliação, processamento, concepção gráfica do mapa e desenho final.
Além da representação física, a cartografia é utilizada para ilustrar a realidade social,
econômica, histórica e cultural.
O estudo dos mapas é, por vezes, traduzido como uma mistura única de ciência, arte e
tecnologia que envolve mais de um indivíduo. A cartografia envolve, além da elaboração, a
investigação científica, envolvendo a matemática, história e tecnologia.
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No modelo atual de civilização, a cartografia desempenha importante papel na
compreensão de fenômenos sociais e geográficos. Está envolvida no uso da terra, na previsão do
tempo, no manejo florestal e, até, na construção de estradas.
O conhecimento sobre as riquezas minerais, a resposta a emergências e, até, a
navegação dependem dos estudos cartográficos.
Entre as características da cartografia está o dinamismo. Antes dependente de
equipamentos manuais, mesmo canetas e papel, hoje o trabalho é feito com os mais modernos
softwares gráficos. O computador, como na maioria dos campos, dotou a cartografia de maior
precisão e confiabilidade.

15. DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS


O Brasil pode ser dividido em sete domínios morfoclimáticos: amazônico, cerrado, mares
de morros, caatinga, araucárias, pradarias, pantanal. Como o nome já diz, são determinadas
áreas nas quais dominam determinado tipo de clima, de uma forma (morfo) do relevo e,
consequentemente, de uma vegetação.
O domínio morfoclimático amazônico predomina na região norte, sendo caracterizado
pelo clima equatorial (com suas características de clima intensamente quente e úmido, chuvoso),
pela vegetação de florestas equatoriais (Floresta Amazônica), um relevo de planícies e
depressões. Também pode ser chamado de domínio equatorial amazônico.
O domínio morfoclimático do cerrado predomina na região centro-oeste, possui relevo
de planaltos (formando várias "chapadas", como a Chapada dos Guimarães), vegetação também
chamada de cerrado ou savana e clima tropical continental.
O domínio morfoclimático de mares de morros é o que predomina na costa brasileira,
especialmente nas áreas litorâneas das regiões Nordeste e Sudeste. Seu clima é o tropical
marítimo e é nesse domínio que é possível encontrar em abundância a Mata Atlântica. O domínio
recebe este nome por conta do seu relevo característico de morros que, quando agrupados, pelo
seu formato mais baixo que uma montanha e formato arredondado (descrito como o formato da
metade de uma laranja com a parte cortada encostada no solo do nível do mar e a parte curvada
visível) acabam por formar uma figura semelhante à de um mar com ondas). Apesar de seu nome
ser mares DE morros, por ser um domínio de áreas litorâneas, acaba muitas vezes sendo
chamado de forma pouco convencional de domínio de mares E morros, porém a primeira forma é
a mais adequada e consensual. Historicamente, o domínio de mares e morros foi o primeiro a
receber a colonização europeia, portanto, sendo o domínio que abrange a maioria das grandes
cidades brasileiras, sendo também onde está concentrada boa parte da riqueza industrial e
financeira do país.
O domínio morfoclimático da caatinga predomina no sertão nordestino, especialmente
na região conhecida como polígono das secas, sendo dominado pela vegetação de mesmo nome
e pelo clima semiárido. É o domínio morfoclimático mais seco de nosso país. O relevo de
destaque nesta região é o de depressão, com a maior parte dos rios sendo temporários, a
vegetação é rala com diversos tipos de cactos e bromélias.
O domínio morfoclimático das araucárias predomina no sul do país, sendo também
domínio de clima mais frio no Brasil, considerando que o seu clima é subtropical. Predomina nele
a Mata de Araucárias, uma espécie de pinheiro brasileiro. O relevo é predominantemente de
planaltos e possui um tipo de solo muito rico em nutrientes chamado de terra roxa.
O domínio morfoclimático das pradarias é dominado pela vegetação de pradaria,
campos ou pampas (sendo uma vegetação rasteira muito utilizada na pastagem de animais), está

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muito presente no extremo sul do Brasil, especialmente nos pampas gaúchos, seu clima também
é o subtropical.
O domínio morfoclimático do pantanal está presente em parte da região centro-oeste,
tendo como característica principal os campos alagadiços e a vegetação adaptada a estes
constantes alagamentos, seu relevo dominante é o das planícies. É um dos mais ameaçados pela
expansão do agronegócio brasileiro.

Os domínios morfoclimáticos brasileiros.

16. FATORES E ELEMENTOS CLIMÁTICOS


O clima é o conjunto de variações na atmosfera em um determinado local ou região.
Trata-se de uma dinâmica que dura um período superior a 30 anos, diferentemente do tempo, que
são as oscilações momentâneas nessa mesma atmosfera. Por exemplo, quando dizemos que
uma região possui duas estações bem definidas ao longo do ano, estamos falando do clima, mas
ao falarmos que hoje choveu e amanhã vai fazer sol, estamos nos referindo ao tempo.
Nesse sentido, o clima pode ser compreendido a partir de seus fatores e elementos,
termos que, aparentemente semelhantes, referem-se a questões totalmente diferentes.
Os elementos climáticos são as grandezas atmosféricas que podem ser medidas ou
instantaneamente mensuradas. São os elementos atmosféricos que variam no tempo e no espaço
e que se configuram como o atributo básico para se definir o clima da região. Os principais
elementos climáticos são: radiação, temperatura, pressão e umidade.
Os fatores climáticos são as condições que determinam ou interferem nos elementos
climáticos e os climas deles resultantes. São eles que ajudam a explicar o porquê de uma região
ser quente e úmida e outra ser fria e seca, por exemplo. Os principais fatores climáticos são:
latitude, altitude, maritimidade e continentalidade, massas de ar, vegetação, correntes marítimas e
até o relevo.
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Elementos climáticos
a) radiação: a radiação climática, em linhas gerais, pode ser definida como todo o calor
recebido pela atmosfera, a maior parte advinda do sol, mas que também recebe a influência dos
seres vivos e dos elementos naturais e artificiais que refletem o calor já existente. A radiação solar
manifesta-se em diferentes tons de intensidade ao longo do planeta, o que contribui para a
formação das chamadas zonas térmicas ou climáticas da Terra.
b) temperatura: é a mensuração do calor na atmosfera, podendo ser medida em graus
celsius (ºC) ou em outras unidades de medida, como fahrenheit (ºF) e o kelvin (K).
c) pressão atmosférica: é o “peso” ou “força” exercidos pelo ar sobre a superfície, pois, ao
contrário do que muitas pessoas pensam, o ar possui massa e, consequentemente, peso. A
pressão atmosférica costuma ser medida em milibares (mb).
d) umidade: é a quantidade de água em sua forma gasosa presente na atmosfera. Temos,
assim, a umidade absoluta (quantidade total de água na atmosfera) e a umidade relativa do ar
(quantidade de água na atmosfera em relação ao total necessário para haver chuva).
Fatores climáticos
a) latitude: está intrinsecamente ligada às diferenças da radiação solar sobre a Terra.
Assim, quanto mais próximo à Linha do Equador (baixas latitudes), mais as temperaturas tendem
a aumentar. Por outro lado, à medida que nos direcionamos rumo às zonas polares (altas
latitudes), menores tendem a ser as temperaturas.
b) altitude: em regiões mais altas, a pressão atmosfera costuma ser menor, além do fato
de a irradiação também ser mais diminuta. Assim a temperatura costuma ser inferior, o que nos
faz concluir que quanto maior a altitude, menores as temperaturas e, quanto mais próximo ao
nível do mar, maiores as temperaturas.
c) maritimidade ou continentalidade: são termos que designam, respectivamente, a
proximidade de um local do mar ou a sua posição em uma região mais continental, o que interfere
diretamente sobre o clima. Isso ocorre porque o solo costuma se aquecer ou se resfriar mais
rapidamente do que a água, o que acarreta uma maior amplitude térmica (diferença entre a maior
e menor temperatura) ao longo do ano em regiões continentais e o inverso em regiões litorâneas.
d) massas de ar: em função das diferenças de pressão atmosférica, temos a
movimentação do ar. Quando esse movimento ocorre em blocos de ar com a mesma temperatura
e umidade, formam-se as massas de ar, que transferem suas características para o clima dos
locais por onde passam. Massas de ar frio e úmido, por exemplo, são responsáveis por
diminuírem as temperaturas e aumentarem a umidade. O encontro entre duas massas diferentes
forma as frentes de ar.
e) vegetação: interfere no clima de várias formas diferentes. As principais delas são a
contenção ou absorção dos raios solares, minimizando os seus efeitos, e a elevação da umidade
por meio da evapotranspiração, o que ajuda a diminuir as temperaturas e elevar os índices de
chuva.
f) relevo: também influencia o clima quando as regiões mais altas impedem a passagem
de massas de ar, fazendo com que algumas regiões se tornem mais secas ou até desérticas.
g) correntes marítimas: apresentam condições específicas de temperatura, influenciando
diretamente o clima. Em regiões em que o mar é mais quente, por exemplo, a evaporação
aumenta e eleva a umidade, que se dispersa para outras regiões. Quando as correntes são mais
frias, a umidade local diminui e a pressão atmosférica e a umidade passam a ser menores, o que
faz com que essa região acabe “sugando” as massas de ar de outras localidades, que passam a
sofrer alterações em seus climas.

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Além de todos esses fatores, que são os de ordem natural, também é preciso lembrar que
o homem acaba se tornando um dos agentes mais intensos de transformação do clima. Ele pode
ser responsável tanto por fenômenos climáticos mais localizados (ilhas de calor, inversão térmica
e outros) quanto por processos mais amplos e diversificados."
17. TIPOS DE SOLO
O solo é um recurso natural renovável formado pela desagregação das rochas e dos
minerais, especialmente por meio do processo de intemperismo. O solo oferece o substrato
necessário para o desenvolvimento das atividades produtivas humanas. A formação dos
solos envolve diversos agentes geográficos, como clima, relevo, hidrografia e vegetação, além
da influência antrópica.
Quais são os tipos de solo?
A tipologia dos solos é realizada conforme as características pedogênicas deles. Por meio
dessa tipologia, os solos são identificados, por meio de nomenclatura e definição. São variáveis
importantes para a tipologia dos solos a cor, a textura, a porosidade, dentre outros aspectos, além
da influência de elementos naturais, como a água e a matéria orgânica. Os tipos de solos mais
comuns são:
Solos argilosos: possuem uma grande quantidade de água na sua composição, sendo
típicos de regiões bastante úmidas. Esses solos geralmente possuem uma textura fina. A argila é
um dos sedimentos mais importantes na formação desse tipo de solo.
Solos arenosos: são bastante permeáveis, porosos e areados, apresentando muita areia
na sua composição. Eles são típicos de regiões quentes e secas. Esses solos são altamente
vulneráveis ao fenômeno da erosão e apresentam baixa fertilidade em razão da pequena
quantidade de matéria orgânica.
Solos humosos: apresentam uma coloração muito escura por causa do alto teor de
matéria orgânica, sendo extremamente férteis. Esse tipo de solo é típico de climas mais úmidos e
com quantidade adequada de chuvas.
Solos calcários: têm uma grande quantidade de fragmentos de rochas na sua
composição, ou seja, não passaram amplamente pelo processo de intemperismo. Esse tipo de
solo é típico de zonas áridas e semiáridas, com pouca ocorrência de chuvas. Eles apresentam
baixa fertilidade.
Tipos de solo no Brasil
Os solos presentes no Brasil apresentam grande diversidade, em razão da ampla
extensão territorial do país, atrelada às diferenças de clima, relevo e vegetação. Portanto, são
solos que possuem características distintas, com certo predomínio de solos dos tipos argilosos e
arenosos, além de formações pedogênicas bastante específicas e com distribuição geográfica
pontual. São eles:
Solo de massapê: presente no litoral nordestino, apresenta um alto teor de matéria
orgânica e um elevado índice de fertilidade. Portanto, é amplamente utilizado para o
desenvolvimento de atividades agropecuárias, com destaque para as plantações de cana-de-
açúcar.
Solo de terra roxa: presente especialmente no interior dos estados de São
Paulo e Paraná, é um tipo de solo formado por meio do intemperismo em rochas basálticas. Ele
apresenta elevado teor de fertilidade. A terra roxa é muito utilizada para cultivos agrícolas, como o
café.
Solos aluviais: encontrados em várias partes do país, são formados especialmente por
meio de sedimentos provenientes de fontes de água. Logo, são comumente encontrados nas
margens de rios e lagos, sendo por isso um tipo de solo muito úmido, ou seja, com grande
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quantidade de água na sua composição. Esses solos são indicados para cultivo de alimentos
como o arroz.
Solos salmorão: típicos da porção sul do território brasileiro, são formados
predominantemente por fragmentos de rochas, apresentando assim uma textura granulosa. Esse
tipo de solo apresenta baixa fertilidade. Porém, pode ser utilizado para atividades agrícolas
quando adubado.

18. TIPOS DE RELEVO


O relevo é o conjunto de formas que são observadas na superfície terrestre. Em outras
palavras, podemos dizer que o relevo corresponde às variadas feições da litosfera, camada mais
externa do planeta, que são ocasionadas pela atuação de uma série de fatores combinados que
modelam a superfície. Tais fatores podem ser tanto internos ao planeta, relacionados à tectônica
de placas e às forças interiores da Terra, quanto externos, como é o caso dos ventos e da água.
A área do conhecimento responsável pelo estudo das formas de relevo é a Geomorfologia.
Tipos de relevo
A partir da análise do modelado terrestre, é possível fazer a identificação de quatro
formas principais. São elas: montanhas, planaltos, planícies e depressões.
Montanhas
Constituem as maiores elevações da superfície terrestre, podendo atingir milhares de
metros acima do nível do mar, caracterizadas ainda pelas encostas íngremes e pelos vales
profundos formados entre uma encosta e outra. As montanhas e cadeias montanhosas
(cordilheiras) são formadas pela ação de agentes endógenos, como o soerguimento de partes da
crosta terrestre a partir do encontro de placas convergentes que formam o que chamamos de
dobramentos.
Os dobramentos modernos constituem as feições mais novas e elevadas da litosfera
atualmente, as quais sofreram pouca interferência dos processos erosivos. Como exemplo,
podemos citar as cordilheiras dos Himalaias e dos Andes.
Os dobramentos antigos são aqueles em que as forças exógenas atuaram por um maior
período de tempo, constituindo assim formas mais rebaixadas modeladas a partir de um substrato
mais antigo, dando origem a outras feições de relevo (serras, planaltos).
O Monte Everest, na Cordilheira do Himalaia, é um exemplo de montanha formada em
uma região de dobramentos modernos.
Planaltos
Os planaltos são áreas elevadas compostas por feições planas ou onduladas onde
predomina a ação dos processos erosivos, isto é, os agentes exógenos. Localizam-se acima dos
300 metros de altitude e são mais baixos do que as cadeias montanhosas. Caracterizam-se ainda
por formas como chapadas e mesas, que possuem topo plano e escarpas íngremes nas laterais.
É a forma de relevo predominante no território brasileiro.
Planícies
Correspondem a áreas rebaixadas e de feições planas, formadas a partir de processos de
deposição de sedimentos pela ação das águas de rios, lagos, mares e também de geleiras. Saiba
mais sobre essa forma de relevo lendo: Planícies.
Depressões
As depressões são unidades de relevo caracterizadas por serem mais rebaixadas do que
as áreas que a circundam, com terrenos planos ou levemente inclinados formados a partir de
longos e intensos processos erosivos. São, portanto, superfícies bastante acidentadas. Quando
as áreas rebaixadas estão situadas a altitudes menores que a do nível do mar, são chamadas de
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depressões absolutas. As depressões relativas situam-se em cotas altimétricas superiores à do
nível do mar.
Quais são os agentes do relevo?
Os agentes formadores do relevo são fatores que atuam diretamente na definição das
formas que observamos na superfície terrestre. Eles podem ser divididos em dois grupos:
Agentes endógenos ou internos
Dizem respeito à estrutura interna do planeta e às forças que trabalham no soerguimento
ou rebaixamento de áreas. Trata-se:
 do tectonismo, ou seja, da movimentação e do arranjo das placas tectônicas;
 das atividades vulcânicas; e
 também das pressões exercidas internamente pelo magma.
O tipo de rocha também influencia diretamente na formação do relevo, uma vez que pode
ser mais ou menos resistente ao processo de erosão.
Agentes exógenos ou externos
Os fatores externos são aqueles que promovem o intemperismo tanto físico quanto
químico-biológico das rochas, os quais, por sua vez, podem dar origem aos processos que
caracterizam a erosão. São agentes exógenos:
 águas das chuvas,
 ventos,
 mares,
 rios,
 geleiras (tanto quando se movimentam quanto no momento do degelo),
 variações de temperatura e
 a gravidade.
É importante notar que a ação antrópica acelera os processos de intemperismo e erosão,
transformando, assim, a paisagem e as formas de relevo.
Relevo brasileiro
O relevo brasileiro foi formado sobre um substrato bastante antigo e composto por rochas
cristalinas e sedimentares, com baixa influência do tectonismo moderno. Por essas razões, há a
predominância de formas como:
 planaltos,
 planícies,
 depressões e
 algumas serras e morros.
Existem duas classificações do relevo do território brasileiro que são bastante utilizadas
quando vamos fazer o estudo desse tema. Uma delas é a do geógrafo Aziz Ab’Sáber, que foi feita
durante a década de 1960. De acordo com essa divisão, duas formas de relevo são
predominantes: os planaltos e as planícies. Estas se localizam na Região Norte, na região do
Pantanal e por todo o litoral brasileiro. Os planaltos correspondem ao restante do território e são
nomeados conforme a sua localização. Ao todo, Ab’Sáber identificou três planícies e sete
planaltos, que são:
 das Guianas;
 Central;
 Meridional;
 Nordestino;
 Serras e Planaltos do Leste-Sudeste;
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 Maranhão-Piauí;
 Uruguaio-Rio-Grandense.
A compartimentação do relevo brasileiro foi também realizada pelo geógrafo e professor
Jurandyr Ross, que levou em consideração o mapeamento via satélite da superfície do país feita
no contexto do Projeto Radam Brasil entre os anos de 1970 e 1985. Publicada em 1995, a
classificação de Ross é mais detalhada e indica a existência de:
 11 unidades planálticas, as quais estão divididas conforme o tipo de rocha do
substrato;
 11 depressões;
 6 planícies.
Totalizam, assim, 28 unidades de relevo."

19. FORMAÇÕES VEGETAIS


Vegetação é o termo utilizado para se referir à cobertura vegetal de um espaço
geográfico. As vegetações nativas em uma região são influenciadas diretamente pelo seu clima.
Além dos aspectos climáticos, outros fatores participam do desenvolvimento da
vegetação. São exemplos relevo, hidrografia, solo, pressão atmosférica, altitude, latitude e
movimentação das massas de ar. A vegetação é importante, por exemplo, para regular os ciclos
biogeoquímicos, como o ciclo da água e do carbono, manutenção do solo, equilíbrio climático,
habitat e fonte de energia para outros seres. Vale ressaltar que vegetação não é sinônimo de
flora. A vegetação representa as características gerais da vida vegetal, já a flora é o agrupamento
de todas as espécies botânicas desenvolvidas em um local.
Tipos de Vegetação do Brasil
A vegetação do Brasil pode ser dividida basicamente em:
Vegetações florestais ou arbóreas: densas vegetações formadas por árvores, como
Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Mata das Araucárias e Mata dos Cocais.
Vegetações herbáceas e arbustivas: vegetação formada por plantas de porte rasteiro,
nomeadamente, ervas e arbustos, como Cerrado, Caatinga e Pampas.
Vegetações complexas: formações vegetais heterogêneas, como o Pantanal e a
vegetação litorânea.
Caatinga
A Caatinga desenvolve-se nos locais que apresentam clima tropical semiárido e reúne
uma vegetação predominantemente arbustiva, com presença de cactos e plantas xerófilas,
adaptadas aos climas secos. Esse tipo de vegetação é encontrado na região nordeste, e em
menor escala, no sudeste do Brasil. Também encontra-se em outros países da América, Europa,
Ásia e África, a qual recebe o nome de “estepe”.
Cerrado
O Cerrado é comparado às savanas posto que reúne árvores baixas, esparsas com
troncos retorcidos, além de gramíneas e arbustos. Esse tipo de vegetação é encontrado nas
regiões norte, nordeste, sudeste e centro-oeste do país, desenvolvidas no clima tropical sazonal.
Mangue
O Mangue é a vegetação típica de regiões alagadiças e lodosas, denominado de
“vegetação de transição”, que surge entre o ambiente terrestre e marinho. Apresenta um solo rico
em nutrientes, água salobra (decorrente da união dos rios e mares) e reúne vegetais halófilos,
tolerantes à salinidade, com árvores de médio e grande porte, as quais podem apresentar raízes
aéreas, em virtude da falta de oxigênio nos manguezais. É encontrado na costa litorânea do Brasil

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nas zonas tropicais e subtropicais. É também possível encontrar mangues em outras partes do
continente americano, na África, Ásia e Oceania.
Pampa
Os Pampas assemelham-se às pradarias, posto que reúne um tipo de vegetação rasteira
como as gramíneas, embora apresentem arbustos e árvores de pequeno porte, os quais não
aparecem nas pradarias. Surgem em zonas de clima subtropical, vegetação encontrada no sul do
país, sendo também encontrada nos países vizinhos: Argentina e Uruguai.
Pantanal
O Pantanal é considerado a maior planície alagável do mundo. A vegetação presente no
pantanal, chamada de “vegetação de transição” (entre cerrado e campos) é bem diversificada, e
se desenvolve, em maior parte, nos períodos mais secos (estiagem), sendo que a maior parte do
ano o local permanece alagado. Está localizado no centro-oeste do país (nos estados do Mato
Grosso e Mato grosso do Sul) em regiões de clima tropical. Além do Brasil, esse bioma abrange
os países vizinhos do Paraguai e Bolívia, o qual recebe o nome de “Chaco”.
Mata Atlântica
A Mata Atlântica também chamada de Floresta Tropical ou Floresta Atlântica reúne
grande diversidade vegetal, com presença de árvores de médio e grande porte, as quais formam
densas florestas. Com predominância do clima tropical úmido (quente e úmido), pode também
apresentar microclimas (tropical de altitude e subtropical úmido), na medida que é formada por
planaltos e serras. Esse tipo de vegetação está presente em grande parte do litoral brasileiro.
Esse tipo de vegetação pode também ser encontrada, em outros países da América do Sul,
América Central, África, Ásia e Oceania.
Mata das Araucárias
A Mata das Araucárias também chamada de “Mata dos Pinhais” se desenvolve em locais
de clima subtropical (invernos frios e verões quentes) com presença de árvores de grande porte,
da qual se destaca o “pinheiro-do-paraná” ou “araucária”. Juntas, elas formam uma floresta densa
e fechada. Esse tipo de vegetação é encontrada principalmente, no sul do país. Embora seja
predominantemente encontrada nos estados do Paraná e Santa Catarina, essa formação vegetal
também é encontrada na Serra do Mar e da Mantiqueira, no estado de São Paulo.
Mata dos Cocais
A Mata dos Cocais é considerada uma “mata de transição”, posto que surge entre os
biomas da Amazônia, Caatinga e Cerrado. Por esse motivo, essa vegetação surge em dois tipos
de clima: o equatorial úmido e o semiárido.
Geralmente apresenta altas temperaturas, constituída por invernos secos e verões
chuvosos. Apresentam árvores de grande porte que formam uma floresta, das quais se destacam
a carnaúba, o buriti, a açaí e o babaçu.
Essa vegetação está localizada no nordeste do país (Planalto do Maranhão-Piauí).
Floresta Amazônica
A floresta Amazônia é muito diversa classificada em: Floresta de Várzea, Floresta de
Igapó, Floresta de Igarapé, Floresta de Terra Firme e Floresta Montanhosas Andinas.
Essa vegetação se desenvolve em regiões de clima equatorial (quente e úmido) e
apresenta uma mata densa e fechada, formada por árvores de grande, médio e pequeno porte.
Com uma área total de 4.196.943 Km², a Amazônia está localizada na região norte do
Brasil, além de abranger outros países da América do Sul: Bolívia, Colômbia, Equador,
Venezuela, Guiana, Guiana Francesa, Peru e Suriname.

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