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1 – DAS PRELIMINARES
1.1 - DO CABIMENTO
[...]
V - a associação que, concomitantemente:
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei
civil;
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao
patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem
econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou
religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico.
(...)
IX – promover a cultura, a defesa e conservação do patrimônio
histórico cultural;
(...)
XIV – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e
promoção do desenvolvimento sustentável;
(...)
2 - DOS FATOS
Posição do Governo
O GDF apoia a demanda dos atuais ocupantes de
revitalizar o local, e considera desapropriar a
área para transformá-la num pólo de atividade
cultural em Taguatinga, conforme lei nº 4.132, de 10
de setembro de 1962, que segue:
Art. 1º A desapropriação por interesse social será
decretada para promover a justa distribuição da
propriedade ou condicionar o seu uso ao bem estar
social, na forma do art. 147 da Constituição Federal.
Art. 2º Considera-se de interesse social:
(...)
VIII - a utilização de áreas, locais ou bens que, por suas
características, sejam apropriados ao desenvolvimento
de atividades turísticas.
Proposta do Governo
O GDF tem interesse em desapropriar o terreno
para preservar o uso cultural do Mercado Sul,
revitalizá-lo e torná-lo um centro artístico-
cultural em Taguatinga.
[...] (grifo nosso)
a) Capoeira
A “Capoeira Angola” está presente no Mercado Sul há cerca
de 8 anos e é um dos grupos que atuam na Ocupação Cultural. Além
dos treinos, o grupo organiza oficinas de construção de instrumentos,
vivências, rodas de capoeira, saraus, grupo de estudo e momentos de
conversas com mestras e mestres de diferentes matizes da capoeira.
O espaço físico da ocupação, ainda que precário, garante a
continuidade das atividades, que se desenvolvem praticamente sem
nenhum apoio externo e tornam possível a participação de toda e
qualquer pessoa da comunidade e da vizinhança que esteja
interessada em praticar. A capoeira se faz presente também em
outras atividades do Mercado Sul, como apresentações musicais,
feiras, projetos audiovisuais, promovendo as tradições, valores e
saberes de matriz africana e desenvolvendo papel fundamental de
difusão da cultura e história afro-brasileira na comunidade.
b) Jongo, Rap, Coco, Maracatu, Ciranda, Cavalo
Marinho, Samba de Roda
No Mercado Sul as raízes afro-indígenas se manifestam nos
mais variados ritmos. De tempo em tempo a Ocupação abriga cursos,
oficinas e vivências de percussão, canto e dança, com forte presença
da raiz nordestina. Entre os grupos que participam das atividades tem
a Mãe Taguá, Thabata, Som de Papel, Batuqueiras, Jongo do Cerrado,
Samba do Formigueiro, Samba do Recôncavo com Aroeira,
Mambembrincantes.
c) Yoga
O Yoga faz parte do Mercado Sul e da ocupação há anos, por
meio de oficinas, cursos periódicos, rodas e apresentações. Diferentes
professoras e professores de Yoga já desenvolveram trabalhos neste
espaço. Os conhecimentos milenares da Yoga, que em outros locais
da cidade só podem ser acessados por grupos sociais com relativo
poder aquisitivo, na Ocupação, estão à disposição da comunidade e
vizinhança, independente de contribuição financeira. O espaço da
Ocupação é o que viabiliza essa dinâmica.
d) Rádio
A Rádio Mercado Sul é uma iniciativa promovida pelo Núcleo
da Rede Mocambos, já presente há mais de quatro anos, disponível na
internet no site www.radio.mercadosul.org . A Rádio realiza uma
programação periódica, como os programas Rádio Xepa, e Gole de
Poesia realizados às quartas e sextas. Além dos programas, são
realizadas transmissões ao vivo dos eventos como a EcoFeira. A rádio
transmite uma programação gerada por acervo próprio do Núcleo de
Pesquisa e Desenvolvimento Digital Dpadua e da rede Baobáxia, que
armazenam as memórias da própria comunidade do Mercado Sul,
oferecendo conteúdos inéditos e de alto valor pedagógico.
e) Residências artísticas e seminários
A ocupação recebe de tempo em tempo artistas,
pesquisadores e artesãos do mundo todo. Por meio da troca e da
colaboração muitos se hospedaram e construíram juntos atividades
socioculturais com a comunidade e com o território, trazendo suas
experiências de países como Bolívia, Chile, México, Peru, Uruguai,
Tunísia, Itália, Senegal, África do Sul, Estados Unidos, Espanha e
Suíça. Esse intercâmbio cultural permite que os moradores e vizinhos
do Beco conectem-se com culturas do mundo inteiro, bem como que
a vivência da Ocupação Cultural seja conhecida e propagada
internacionalmente.
f) EcoLoja
A EcoLoja constitui um espaço coletivo e autogestionado de
convivência, trocas de produtos e serviços com princípios ecológicos e
da Economia Solidária. Foi construída num processo a partir das
edições mensais da EcoFeira do Mercado Sul, com inauguração dia 09
de setembro de 2016. Este espaço abriga artesanatos, ilustrações,
livros e publicações independentes, camisetas, cosméticos naturais e
outros produtos solidários, além de promover e apoiar redes de
colaboração e consumo coletivo de alimentos em Taguatinga. A
EcoLoja também promove e participa de debates visando a
implementação de políticas públicas de Economia Solidária, além de
ser integrante da Rede Brasileira de Comercialização Solidária na
categoria ponto fixo.
i) Comedoria
De produção familiar, a Comedoria fornece refeições na
localidade, com cardápios pensados de acordo com os princípios de
alimentação saudável e sustentável. Na produção dos alimentos
destacam-se as verduras colhidas da horta comunitária presente em
toda a extensão do Mercado Sul. Por vezes a refeição é viabilizada
pela arrecadação voluntária da comunidade.
3 - DA TUTELA DE URGÊNCIA
5. DO MÉRITO
a) Becomposto
É uma prática comunitária voltada para o desafio de
construir relações prósperas entre seres humanos, animais e plantas
no meio da cidade. Tal prática se insere no universo da permacultura
urbana. O projeto Becomposto foca em tecnologias e diálogos que
permitam construir essas relações de harmonia no contexto da
comunidade do Mercado Sul. A proposta, que começou a ser colocada
em prática a partir do início de 2016, se soma a diferentes iniciativas
pré-existentes de moradores que cultivam plantas (comestíveis,
medicinais e/ou ornamentais) e realizam algum tipo de
aproveitamento de resíduos urbanos.
b) Horta Conunitária
Ao longo das duas vielas situadas no Mercado Sul é possível
observar a imensa quantidade de plantas comestíveis, medicinais ou
decorativas cultivadas na horta comunitária. Objetos como pneus, que
antigamente estavam abandonados ocasionando inúmeros focos de
dengue no local, hoje são utilizados como canteiros da horta que é
cultivada pela comunidade para os mais diversos fins, sejam
alimentícios ou medicinais.
d) Hacklab
A mais de dez anos o Mercado Sul abriga iniciativas que
visam a apropriação das novas tecnologias com um olhar ao reuso de
equipamentos eletrônicos. O Hacklab é mais uma etapa dessa
construção propondo um espaço permanente de formação e
laboratório de informática. O grupo do Hacklab colabora com os
coletivos presentes no Mercado e com a coleta dos resíduos
eletrônicos junto a estação de metareciclagem de ValParaiso. Entre as
atividades desenvolvidas podemos citar a metareciclagem
(recondicionamento e ressignificação do hardware), installfest
(instalação de GNU\Linux e Software Livre), e oficinas de informática
básica. Além da formação, o hacklab promove a pesquisa e
desenvolvimento de novas tecnologias no Mercado Sul, onde já se
produz software livre de relevo nacional e internacional como o
Responsa e o Baobáxia.
Posição do Governo
O GDF apoia a demanda dos atuais ocupantes de
revitalizar o local, e considera desapropriar a área
para transformá-la num pólo de atividade cultural
em Taguatinga, conforme lei nº 4.132, de 10 de
setembro de 1962, que segue:
Art. 1º A desapropriação por interesse social será
decretada para promover a justa distribuição da
propriedade ou condicionar o seu uso ao bem estar
social, na forma do art. 147 da Constituição
Federal.
Art. 2º Considera-se de interesse social:
(...)
VIII - a utilização de áreas, locais ou bens que, por
suas características, sejam apropriados ao
desenvolvimento de atividades turísticas.
Proposta do Governo
O GDF tem interesse em desapropriar o terreno
para preservar o uso cultural do Mercado Sul,
revitalizá-lo e torná-lo um centro artístico-cultural
em Taguatinga.
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6 - DOS PEDIDOS