Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Belo Horizonte
2022
AGRADECIMENTOS
Este texto foi produzido de modo conjunto a partir das contribuições de diversos atores
sociais, para os quais seguem nossos agradecimentos:
LISTA DE QUADROS
1. INTRODUÇÃO……………………………...……………………...………………………6
3. O PROCESSO COLETIVO…………………………………………………………….. 14
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS……………………………………………………………. 32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS………………………………………………………. 35
APÊNDICES………………………………………………………………………………….. 37
1 INTRODUÇÃO
6
Figura 2. Vista aérea de Camargos, Mariana/MG
7
pertencente ao primeiro Barão de Camargos, Senador do Império (POLÉN,
2017).
8
moradores, que buscasse compreender a realidade local antes e depois do
desastre-crime e levantar possíveis demandas desses moradores, no sentido
de melhoria de sua qualidade de vida.
9
2 DIRETRIZES METODOLÓGICAS E REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL
Somos duas arquitetas, sendo uma1 assessora técnica das pessoas atingidas
em Mariana, e a outra2 planejadora urbana com experiência em elaboração de
legislação urbanística. Ambas, habituadas a atuar em processos participativos
institucionalizados e, ainda que cientes da importância desses enquanto canal
de diálogo com as populações envolvidas, com posicionamento crítico em
relação a esses processos, reconhecendo neles (como já revelado em diversos
trabalhos acadêmicos) a existência de inúmeros problemas. Destacamos, a
seguir, alguns.
1
Sara Côrtes Gama Ferreira de Oliveira.
2
Daniele Nunes de Britto Marangoni.
3
A “imposição de uma ‘lei’ externa, de fora para dentro ou de cima para baixo, sendo o Estado,
por exemplo, uma estrutura heterônoma por natureza” (SOUZA, 2010, p. 174 apud
MARANGONI, 2020, p. 30). Seu oposto correspondente é a ‘autonomia’.
10
as decisões verdadeiramente importantes. (Nunca deveríamos usar
os termos participação e autonomia em conjunto, porque são opostos.
Autonomia significa fazer as próprias regras, enquanto participar é
apenas como estar na festa de outra pessoa.) (KAPP, 2014, p. 121)
11
envolvidos). Sobretudo com base nas ideias de Paulo Freire (1983) e Michel
Thiollent (1985), entendendo o morador local (nas palavras de Freire, aquele
do qual se “pensa que nada sabe”) como os “sujeitos da ação transformadora”
(THIOLLENT, 1985), contra práticas heterônomas e de imposição do saber
técnico sobre o saber local.
4
O conceito sócio-espacial, com hífen, embora inadequado de acordo com o novo acordo
ortográfico da língua portuguesa, é aqui utilizado com base na compreensão trazida por Souza
(2013, p. 16) de que dessa forma deixa-se claro que estamos falando não apenas do
“espacial”, qualificado pelo “social”, mas também, e principalmente, das relações sociais, que
são indissociáveis do espaço.
12
não saberem”, mas se estabelece nas relações homem-mundo “e se
aperfeiçoa na problematização crítica destas relações” (FREIRE, 1983, p. 22).
Deste modo, o conhecimento não se dá verticalmente, de cima para baixo (do
professor para o aluno; do técnico para o morador local; e assim por diante). O
conhecimento se troca horizontalmente, entre sujeitos. Sujeitos pensam,
criticam, buscam conhecer, se relacionam. Não são passivos (como pacientes
que escutam passivamente o diagnóstico dado pelo médico), mas agentes; os
protagonistas das ações transformadoras que almejam para seu espaço.
13
3 O PROCESSO COLETIVO
14
um momento posterior). Ainda, é interessante que esse mural (e,
eventualmente, outros que venham a ser feitos durante o processo, conforme
os objetivos pretendidos) seja feito manualmente, com o intuito de mostrar aos
moradores que “são eles os sujeitos da ação (tendo em vista reduzir a
dependência deles para com os planejadores/pesquisadores)” (MARANGONI,
2020, p. 271). Trata-se de tentar reduzir as distâncias entre o saber e o fazer
técnico e local (formal e informal). Não são necessárias ferramentas
tecnológicas ou complexas para um grupo sócio-espacial se auto-organizar.
5
Morar de Outras Maneiras, grupo de pesquisa da Escola de Arquitetura da UFMG.
15
Com base nessas definições metodológicas de percurso para a pesquisa,
partimos para o planejamento das atividades a serem feitas para o alcance dos
objetivos.
Entendemos que duas horas de duração para a oficina eram suficientes para o
alcance dos objetivos, sem que viéssemos a tomar muito tempo dos moradores
presentes. Assim, o planejamento inicialmente pensado de dinâmica da oficina
foi:
16
▪ cerca de quinze minutos excedentes de flexibilidade (para eventuais
atrasos, prolongamento de ações, imprevistos etc.).
Até esse momento, ainda não estava claro como faríamos a mobilização dos
moradores convidando-os a comparecem na oficina.
Para além do levantamento das percepções dos moradores acerca dos danos
sentidos na comunidade, nossa intenção era perceber os rompimentos nas
práticas sócio-espaciais. Para isso, era importante possibilitar que o grupo
presente entendesse, por si só, que o espaço não é apenas materialmente,
mas também socialmente formado — cumprindo, assim, também os propósitos
preconizados por Freire (1983) de apreensão do conhecimento. Com esse
intuito, a interface sócio-espacial que intencionávamos adotar no primeiro
momento de levantamento de percepções (com cerca de trinta minutos de
duração) era uma ‘oficina de fotografia’, em que os moradores dariam uma
rodada à pé no entorno de onde estivéssemos reunidos para registrarem, com
as câmeras fotográficas de seus celulares, elementos que revelassem a
história, memória e/ou possíveis reflexos do crime sofrido (podendo ser
registros de pessoas, coisas, lugares etc.). No retorno do grupo, projetaríamos
em uma parede as fotos então feitas para que cada morador apresentasse aos
demais o porquê de cada registro, abrindo, assim, espaço, no segundo
momento (também com previsão de cerca de trinta minutos de duração) para
uma roda de conversa e debate entre os presentes, a partir de uma
compreensão já mais informada (com maior consciência) acerca da
espacialidade da vida social. (O programa de atividades originalmente pensado
— até esse momento do planejamento da pesquisa — está apresentado no
APÊNDICE A.)
17
morador (um representante por domicílio), em que nos apresentaríamos,
explicaríamos brevemente a pesquisa, convidaríamos para o encontro,
apontando também de modo breve o objetivo desse, e pediríamos que
fizessem seus registros fotográficos e os levassem, pois seriam uma das bases
de discussão na nossa roda de conversa.
18
sócio-espaciais] sofridos aqui em Camargos após o crime da
Samarco. Entendemos que não podemos fazer isso sozinhas, mas
coletivamente com vocês, que são os que vivenciam esses impactos
no dia a dia. A ideia é registrarmos as percepções de vocês e o
documento técnico a ser elaborado será entregue à comunidade
posteriormente, como forma de registro.
Nesse sentido, faremos uma oficina com os moradores no sábado,
dia 18 de dezembro, das 15h às 17h, no Centro de Saúde de
Camargos. A ideia é que cada morador tire e leve fotos que
representem “O que você viveu aqui em Camargos e não vive mais?”.
Você pode tirar quantas fotos quiser, do que quiser (pessoas, lugares,
coisas, situações etc.). No dia do encontro, compartilharemos essas
fotos uns com os outros e faremos uma roda de conversa
descontraída, para registrarmos as percepções de vocês.
Você topa fazer isso com a gente?
Por favor, envie as fotos que você tirar até sábado, 18 de dezembro,
para o e-mail ___ ou whatsapp ___.
19
SILVA; ROCHA, 2018). Para tanto, partimos de um total de vinte e oito
questões (exmanentes) que representavam todo o conjunto de assuntos que
queríamos saber e, a partir delas, elaboramos seis questões centrais
(imanentes).
20
Quadro 1. Questões exmanentes, tópicos centrais e questões imanentes
Tópicos
Questões exmanentes Questões imanentes
centrais
1. Qual é a história de formação daqui?
História 1. Como você chegou aqui em Camargos?
2. Há quanto tempo você mora aqui?
3. O que você me conta sobre a atuação da Renova aqui? E da Prefeitura? E
demais agentes externos?
4. Há algum grupo ou órgão externo que atue aqui na comunidade (ex.: igrejas,
associações de bairro etc.)?
5. Os moradores foram consultados ou comunicados sobre as intervenções que 2. Como são as relações e diálogos dos moradores
seriam feitas aqui para reparação Agentes
com os grupos/agentes externos (Renova, Prefeitura,
6. Como a Renova/Prefeitura estabelece diálogos com os moradores? Realizam externos
outros)?
reuniões com os moradores? Como
7. Quais são os conflitos existentes?
8. Alguma família se opôs às intervenções? Como os agentes externos
procediam nesses casos? As decisões eram
9. Como é o dia a dia aqui? [pergunta subentende um presente...]
10. Quem mora aqui? (como são essas famílias daqui)
11. Quem frequenta aqui?
12. O que você costuma fazer aqui? Quando não estão em casa, o que fazem?
13. Os moradores aqui fazem coisas juntos? Cotidiano 3. Como é o dia a dia de vocês, aqui?
14. Tem algum lugar onde gostam de ir? Sozinhos ou para reunir com outros?
15. O que você mais gosta daqui?
16. Do que as pessoas daqui, em geral, vivem? (entender espaços de moradia, de
trabalho, de lazer)
17. Como são construídos os espaços coletivos daqui?
21
Tópicos
Questões exmanentes Questões imanentes
centrais
História /
18. Qual sua relação com as comunidades do entorno [Bento Rodrigues e outras]? 4. Qual a relação de Camargos com as comunidades
Cotidiano /
Existe alguma dependência deles? Quais? do entorno?
Impactos
22
Nossa expectativa era que ao longo da semana, entre a mobilização e a
realização da oficina (dos dias onze a dezoito de dezembro), os moradores nos
enviassem os registros fotográficos que tivessem feito. Ainda durante essa
semana, pedimos que Vaninha reforçasse pelos grupos de whatsapp o convite,
bem como o envio das fotos – muito importante para nossa dinâmica. Com o
passar dos dias sem recebermos nenhuma foto e, ainda, somando ao período
de fortes chuvas que não cessavam, imaginamos que seria importante
planejarmos outras interfaces, estratégias de ação e diálogo com os moradores
na oficina, caso nenhuma foto fosse feita e enviada previamente. Para tanto,
delineamos que, caso não estivesse chovendo, retomaríamos a ideia inicial dos
presentes fazerem seus registros fotográficos durante uma parte da oficina,
para que depois fossem coletivamente discutidos. Por outro lado, caso a chuva
não interrompesse, o tempo seria todo dedicado às discussões com o grupo,
utilizando-nos das questões imanentes e exmanentes, para além da questão
central, como pano de fundo orientador, e do quadro de ideias-chave para que
fossem registrados os pontos mais relevantes e centrais apontados nas falas
dos moradores.
23
atividades ocorreram na antiga escola de Camargos, onde hoje funciona o
serviço público de saúde. Na edificação há apenas uma sala reservada ao uso
da comunidade, onde ocorrem aulas de yoga, reuniões comunitárias diversas
(inclusive com a Fundação Renova, Assessoria Técnica Cáritas6, dentre outros
atores externos) e, eventualmente, até missas. Nesta sala, as cadeiras foram
organizadas em círculo para a realização das atividades.
Após o momento de abertura da oficina, tendo como pano de fundo para nosso
diálogo a pergunta “O que você viveu aqui em Camargos e não vive mais?”
(em referência ao desastre-crime da Samarco), apresentamos ao grupo de
moradoras as opções de interface pensadas: (1) que saíssem pelo entorno do
Centro de Saúde para tomar fotos que “respondessem” à pergunta central
(aproveitando a “trégua” na chuva), atividade que chamamos de ‘oficina de
fotografia’; ou (2) que usássemos de todo o tempo previsto na roda de
conversa guiada (tendo as perguntas exmanentes/imanentes como pontos de
6
A Cáritas Brasileira – Regional Minas Gerais, é a entidade eleita pelas pessoas atingidas pelo
rompimento da barragem de Fundão para prestar assessoria técnica no processo de reparação integral
das perdas e danos sofridos pelas comunidades do município de Mariana, Minas Gerais.
24
atenção). Elas optaram pela segunda opção. Neste momento, foram trazidos
relatos sobre a forte ligação entre as comunidades de Camargos e Bento
Rodrigues. Por exemplo, as crianças de Camargos dirigiam-se a Bento
Rodrigues para estudar e, após o crime, tinham que ir até a sede de Mariana
(muito mais longe e de difícil acesso para elas).
Segundo elas: Zezé pretendia montar uma oficina; Adriano estava montando
uma pousada – que foi interditada pelo risco de dam break7; Elcio havia
construído um poço de peixes para abrir um pesque-pague, contando com o
público de Bento Rodrigues; Maria Inês gostaria de abrir uma padaria; Nero
tinha uma carvoaria e era empregador, gerava emprego para as pessoas de
Bento Rodrigues e, após o rompimento, com a devastação do território de
7
Dam break é o estudo que avalia os potenciais impactos do rompimento de uma barragem e
define as áreas que serão potencialmente atingidas. Disponível em:
<https://saffengenharia.com.br/dam-break-incertezas-e-imprecisoes-em-estudos-de-ruptura-hip
otetica/>. Acesso em: 17 jan. 2022.
25
Bento, ficou sem mão-de-obra e, só agora [passados 6 anos], está retomando
suas atividades; Álvaro vendia queijos em Bento Rodrigues; Ângela ficou sem
caseiro.
A Sra. Creuza relatou que residiu em Bento Rodrigues por quarenta anos, e
trabalhava em Camargos. Após o rompimento, foi morar na sede de Mariana, e
não conseguiu mais emprego. Em 2020, mudou-se para Camargos por não
gostar de “morar na cidade”.
26
A igreja de Nossa Senhora da Conceição, localizada no centro da comunidade,
é um patrimônio histórico de suma importância, sendo uma das primeiras
capelas de Minas Gerais. No entanto, de acordo com as moradoras,
historicamente, a igreja foi saqueada diversas vezes, tendo passado por um
processo de abandono, agravado pelo rompimento da barragem da Samarco.
A situação de “abandono” por elas sentido, em relação à igreja, por sua vez,
também revela a resistência e união dessa comunidade. A missa é celebrada
por um padre, apenas no primeiro domingo do mês. Nos demais domingos, são
as próprias moradoras que abrem a igreja para rezarem.
Vaninha respondeu que tiraria uma foto sua dançando no forró que ocorria no
pátio da Igreja na festa de Santa Cruz; Creuza tiraria foto das cavalgadas, dos
cavaleiros de Bento Rodrigues que vinham para as festas de Camargos, da
preparação das festas e da trilha de acesso a Bento; Cláudia registraria o
trajeto que fazia diariamente de Bento a Camargos; Maria Inês tiraria uma foto
de sua casa cheia com seus familiares que a visitavam com frequência, mas
que, após o desastre-criminoso da Samarco, ficaram com medo de visitá-la em
Camargos.
27
realizada a oficina é o único equipamento público existente na comunidade e
onde, como já mencionado, funciona o centro de saúde pública, e seria
importante que a comunidade tivesse mais espaço para realizar outras
atividades coletivas para lazer, educação, prática esportiva etc. Elas
complementaram: “a comunidade precisa de uma área de lazer bem bonita
para as crianças”, como um parquinho.
28
Figura 3. Quadro de ideias-chave
29
nomes de cada um, como uma forma de fazer presente mesmo quem não
estava.
30
Figura 4. Dinâmica de encerramento
31
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
32
às interações com os agentes externos, que, por sua vez, se mostrou
pouco relevante naquele momento.
Ao final da oficina, uma das moradoras nos presenteou com uma edição da
revista Curinga, de 2016,9 que, segundo ela, registrava uma série de
“coisas tristes” que ela já não queria se lembrar, dizendo que estava
preparada para as coisas boas que estão por vir. Foi com esse clima que
deixamos a comunidade de Camargos, reconhecendo as limitações de
alcance dos nossos objetivos, mas satisfeitas com o resultado da oficina, e
8
Contados até a data da realização da oficina, 18 dez. 2021.
9
Disponível em: <https://issuu.com/revistacuringa/docs/curinga16issuu>. Acesso em: 19 jan.
2022.
33
inspiradas pela resistência, senso de coletividade e união demonstrados
pelas moradoras.
34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
35
SOUZA, Marcelo Lopes de. Mudar a cidade: uma introdução crítica ao
planejamento e à gestão urbanos. 6ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.
558p.
36
APÊNDICES
37
APÊNDICE A – PROPOSTA INICIAL DE ROTEIRO DE PESQUISA PARA LEVANTAMENTO
DE PERCEPÇÕES E DEMANDAS DOS MORADORES DE CAMARGOS, MARIANA/MG
38
> 3º momento – Levantamento de percepções (30 min)
Material:
- computador
- projetor
- mapa grande com imagem aérea, incluindo a área onde era a sede de Bento
Rodrigues e onde será o acesso ao reassentamento de Bento Rodrigues.
- Sara vai apresentar proposta para moradora e liderança local (e outros moradores,
se possível);
1) Pesquisadoras se apresentam
39
auto-organização da comunidade, nas tomadas de decisão acerca desse espaço e em
futuras negociações com agentes externos [refletir melhor, posteriormente, se
contribuiríamos em pequena medida para isso, ou não].
Pedir para cada um se apresentar, falando seu nome, onde mora, de onde veio, por
que veio e há quanto tempo.
[Explicar a atividade]
▪ História daqui...
▪ O que você costuma fazer aqui? Quando não estão em casa, o que fazem?
40
▪ Tem algum lugar onde gostam de ir? Sozinhos ou para reunir com outros?
▪ Esses espaços (de moradia, trabalho e lazer) são suficientes para atendê-los?
▪ Têm famílias que tiveram que sair daqui e não voltaram? Por quê?
▪ Há algum grupo ou órgão externo que atue aqui na comunidade (ex.: igrejas,
associações de bairro etc.)?
▪ O que você acha que essas intervenções feitas por agentes externos têm feito
com o lugar aqui e com sua vida?
▪ O que vocês acham que deveria ser feito para reparar esses danos/impactos
apontados?
41
APÊNDICE B – ROTEIRO FINAL DE PESQUISA PARA LEVANTAMENTO DE
PERCEPÇÕES E DEMANDAS DOS MORADORES DE CAMARGOS, MARIANA/MG
Para isso, vamos fazer uma oficina com os moradores no dia 28 de novembro,
domingo, de 10h às 12h, no Posto de Saúde. A ideia para esse encontro é que
cada morador tire e leve fotos que representem "O que você viveu aqui em
Camargos e não vive mais?". Você pode tirar quantas fotos quiser, do que quiser
(pessoas, lugares, coisas, situações). No dia do encontro, compartilharemos
essas fotos uns com os outros, e faremos uma roda de conversa descontraída,
para registrarmos as percepções de vocês.
1) Pesquisadoras se apresentam
42
invisibilizada no processo de reparação. É importante deixarmos claro que essa
pesquisa tem fins acadêmicos, ou seja, nós não incidimos diretamente no processo
reparatório que vem sendo conduzido pela Fundação Renova. Vamos aprender uns
com os outros hoje, em um processo coletivo de trabalho que considera os interesses
e percepções de vocês, moradores, como ponto central, e que pretende sistematizar e
disponibilizar informações daqui que poderão contribuir, posteriormente, na
auto-organização da comunidade, nas tomadas de decisão acerca desse espaço e em
futuras negociações com agentes externos.
43