O artigo descreve a tagarelice do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, notando que fala muito rápido sobre diversos assuntos sem aprofundar nenhum. Sugere que a tagarelice presidencial merecia ser estudada pela Academia e que a filosofia de Heidegger poderia ajudar a compreender a inautenticidade representada pela fala vazia do Presidente.
O artigo descreve a tagarelice do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, notando que fala muito rápido sobre diversos assuntos sem aprofundar nenhum. Sugere que a tagarelice presidencial merecia ser estudada pela Academia e que a filosofia de Heidegger poderia ajudar a compreender a inautenticidade representada pela fala vazia do Presidente.
O artigo descreve a tagarelice do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, notando que fala muito rápido sobre diversos assuntos sem aprofundar nenhum. Sugere que a tagarelice presidencial merecia ser estudada pela Academia e que a filosofia de Heidegger poderia ajudar a compreender a inautenticidade representada pela fala vazia do Presidente.
Num contraste estratosférico com o perfil esfíngico e salazarento do seu
antecessor, a figura de Marcelo lembra a irrequietude do pardal. A velocidade com que fala, aliás, de tudo e de nada, é estonteante. Salta de tema para tema como ramos da mesma árvore, plantando novas com a astúcia das velhas…
A tagarelice compulsiva não terá a particularidade folclórica de um
certo mergulho no Tejo, mas já deveria ter merecido a atenção da Academia. Embora haja «cientistas políticos» a diagnosticar (com ar circunspecto e contrito) a perda presidencial de auctoritas e gravitas, tem sido muito curta a manta do Latim para tanta verborreia de Belém.
In extremis, talvez possamos trocar a ciência lusa pela filosofia alemã.
Apelemos, pois, para o maior filósofo (segundo alguns) do século XX: Heidegger, o pensador da Floresta Negra. Na sua obra-prima, Ser e Tempo, temos, pela primeira vez, uma objectivação fenomenológica da tagarelice, à qual corresponde, enquanto facúndia falaz e vazia, o sinal da inautenticidade.
Aqui fica, portanto, o conselho que dirigimos a quem queira
compreender as aventuras e desventuras de Marcelo: «Leia Heidegger!» — E esta, hem?!
Eurico de Carvalho
In Expresso, n.º 2 614 (2 de Dezembro de 2022), p. 33.