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Inglês Instrumental

Material Teórico
Construção de Significados

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Ms. Sandra Almeida Silva

Revisão Textual:
Prof. Esp. Bruno Reis
Construção de Significados

• Introdução

• Aprender a ler em Inglês – construção de


significados

• A intertextualidade

• Estratégia de leitura I

Estudaremos a construção de significados como objetivo


principal as Estratégias de Leitura que são: Scanning,
Skimming e Prediction aspectos importantes nos estudos de
Inglês Instrumental.

Como em toda boa estratégia, disciplina é fundamental, portanto a leitura integral e atenta
do material teórico antes de realizar as atividades é prioritária, bem como o respeito aos
prazos estabelecidos no cronograma do curso.
Para esclarecimento de dúvidas sobre o conteúdo teórico e sobre a elaboração das atividades
práticas, entre em contato com seu(sua) tutor(a), utilizando a ferramenta Mensagens ou o
Fórum de Dúvidas! As dúvidas nos ajudam a construir conhecimento! Compartilhe-as!

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Unidade: Construção de Significados

Contextualização

Nesta unidade, você deverá concentrar-se em um dos importantes princípios do Inglês


Instrumental que é a aplicação de Técnicas de Leitura. Logo abaixo, há um texto em inglês e
uma imagem. Em seguida, faremos uma pergunta a respeito do texto.
Antes de responder a pergunta, porém, observe atentamente o título e a imagem, e tente
responder: Que tipo de informação você espera encontrar no texto?

by Carol Dinn
Last month was a hard month for you, but this month will be great!
Thinkstock/Getty Images

But take care from April 15 to April 28, your energy will be a bit flat, but
it’s perfect for making plans for next year. 2014 is the year of expansion,
good jobs, a lot of money and a great opportunity to take a marvelous
trip with your family. But try not to take care of everyone else’s problems;
this is the year to take your own power.
Fonte: (Adaptado) http://www.astrologyzone.com/. Acesso: 07.Jun.2014.

Agora analise o texto e a imagem e tente adivinhar qual é o tema central do texto? O que te
levou a deduzir o tema central do texto? Por quê?

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Introdução

Se considerarmos que a Leitura é algo muito presente em nossa vida, desde os nossos
pequenos passos para a escolinha infantil até a faculdade, pós-graduação e depois no trabalho,
surge a pergunta: Por que será que a leitura, ou até mesmo, a compreensão de determinados
textos parece um grande desafio?
E esse desafio aumenta em se tratando de leitura em outro idioma diferente da nossa
língua materna?

A pesquisa revelou que a média de livros lidos pelos brasileiros é de dois por ano, além de mais
duas leituras parciais. Esse número inclui também os livros obrigatórios solicitados em sala de aula.
De acordo com a pesquisa, o consumo de livros tem aumentado. Metade da população
brasileira não tem o hábito da leitura. Esse número é maior do que o observado na última
edição da pesquisa, em 2008. Segundo os dados obtidos, existem hoje no Brasil cerca de 88,2
milhões de leitores e, para a pesquisa, foram considerados leitores as pessoas que leram pelo
menos um livro, inteiro ou em partes, nos últimos três meses (Fonte: Instituto Pró-Livro). http://
www.prolivro.org.br/ipl/publier4.0/texto.asp?id=48. Acesso em: 07.Jun.2014.
Como vimos na Unidade I, a Língua Inglesa se tornou, nos últimos anos, uma das ferramentas
primordiais para o acesso ao conhecimento, desempenho competente de qualquer profissão.
Há muito tempo o aprendizado de um idioma, e essencialmente a Língua Inglesa, deixou de ser
apenas para viagens internacionais ou fins acadêmicos.
É sabido que ler um texto em português requer um pouco menos de esforço do que ler um
texto em outro idioma. É claro, para nós brasileiros que temos a Língua Portuguesa como língua
materna. Mas é necessário muito esforço para a leitura de um texto em inglês?
Acredita-se que a causa dessas dificuldades é a especificidade de cada língua. A gramática,
o vocabulário e a Cultura, com seus usos e costumes, podem dificultar a leitura, mas isso não
quer dizer que é impossível.
Alguns estudiosos do assunto mencionam que o processo de leitura em outro idioma não é
mais difícil que a leitura no próprio idioma, ou seja, no idioma do leitor. O processo de leitura
em inglês, como em português, possui técnicas preliminares muito parecidas, ou seja, o mesmo
esforço para ler em português teremos em inglês, a diferença é, primordialmente, a estrutura
gramatical, o vocabulário e a cultura do país. Portanto, é necessário conhecer algumas estruturas
gramaticais e textuais que podem facilitar esse processo. Vejamos!

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Unidade: Construção de Significados

Cereja (2008) propõe três passos básicos para uma leitura eficiente, sendo o primeiro passo
identificar o tema central do texto. Do que se trata o texto lido? Qual é o foco principal, seu objetivo?
O tema gira em torno de quais informações? Analise criteriosamente o título. É conhecido?
O segundo passo é organizar as próprias ideias com relação aos elementos relevantes retirados
do texto, os quais você foi capaz de reconhecer no primeiro passo. Analise seus conhecimentos
sobre o tema, as principais informações, você concorda ou discorda do texto?
E, por último, o terceiro passo é interpretar os dados e fatos apresentados e, com base na sua
analise do texto e nos passos anteriores, construa um sentido “seu” para o texto, um significado
construído por você e pergunte a si mesmo: Qual é o significado do texto para mim, qual é o
sentido do que eu li?
Portanto, a leitura instrumental de um texto em inglês requer particularmente uma postura
mais ativa do leitor do que a leitura de um texto na língua do leitor.
Esta unidade apresentará o conceito de Construção de Significados, aplicado ao aprendizado
de uma língua estrangeira, intertextualidade e estratégias de leitura I, as principais ferramentas
nos estudos de um curso de Inglês Instrumental. O objetivo é que você possa se munir de
instrumentos para iniciar seu processo de aprendizagem em leitura em outro idioma. O objetivo
primário é o uso do idioma como uma ferramenta instrumental para o desempenho de uma
função ou de um trabalho e, até mesmo, o uso no cotidiano.
Inicialmente conforme Almeida (2002), a necessidade de utilizar um segundo idioma
para algumas profissões é vital, seu domínio é condicionado sempre a um grande esforço e
investimento, além de tempo, em média, de 4 a 8 anos, o que é muito tempo para quem
necessita utilizar o idioma no dia a dia.
Segundo o autor, muitas profissões, por exemplo, analistas de sistemas, jornalistas,
programadores, secretárias bilíngues, gestores administrativos de empresas multinacionais,
bancários, entre outros, se encontram em uma situação em que a maior parte das publicações
e das informações é em inglês.
Para esses profissionais, a Língua Inglesa faz parte do seu dia a dia como uma rotina, em
que falar, ouvir, ler e escrever é fundamental. Entretanto, a leitura é parte principal, pois está
condicionada diretamente ao ambiente de trabalho, em forma de documentos, contratos,
formulários, etc. O Inglês Instrumental surge como uma técnica a ser aprendida para ter acesso
à literatura especializada e ao uso cotidiano do inglês. Almeida (2002) menciona ainda que é
possível aprender, dentre as quatro habilidades requeridas para dominar um idioma: audição,
fala escrita e leitura, apenas uma delas, por exemplo, a leitura.
Pare para refletir um pouco! Vivemos em um país onde a língua nativa é o português,
utilizado pela maioria da população, nas relações e interações no trabalho que acontecem
primordialmente através de documentos técnicos, livros, artigos, correspondências e, portanto,
a compreensão do conteúdo é muito importante para o dia a dia. Portanto, Almeida (2002)
enfatiza que a habilidade de leitura é uma das mais importantes, sendo, em sua opinião, a mais
importante para o profissional nos dias atuais, por ser mais duradora e mais fácil de dominar.
Vejam alguns exemplos que podem facilitar o processo de leitura em outro idioma.

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O Estrangeirismo, para Silva (2008), em sua tese sobre os conceitos de “Estrangeirismo” em
sua definição, o conceito mais comum e simples de definição seria o uso de palavra, expressão
ou construção estrangeira que tenha ou não equivalência na língua do falante, ou seja, palavras
vindas de outros idiomas na Língua Portuguesa. Porém, o estrangeirismo é apontado, nas
gramáticas normativas, como um vício de linguagem. O assunto tem dividido muitos estudiosos
e linguistas.
Tais “empréstimos linguísticos”, conforme Silva (2008) passam a existir quando um falante
ou um grupo de falantes tomam emprestados de outras línguas palavras ou traços linguísticos
que julgam não possuírem em suas línguas maternas.

Existem também alguns estrangeirismos que, devido ao seu uso frequente na Língua
Portuguesa, já foram incorporados ao léxico da língua, ou seja, já são palavras dicionarizadas.
São exemplos: xampu (shampoo), deletar (delete), futebol (football), basquete (basketball).

Muitos linguistas consideram que o estrangeirismo no Brasil é um


fenômeno linguístico e que há palavras de outros idiomas utilizadas
na Língua Portuguesa que formam até expressões e são pronunciadas
de maneira igual ao seu idioma de origem. Entretanto, muitas delas
sofrem modificações, pequenas ou grandes, na sua pronúncia, por
conta de uma acomodação da linguagem, e são adaptadas para uma
pronúncia semelhante às palavras da língua nativa, denominadas, no
uso comum, “aportuguesadas” Exemplos: recorde, abajur, etc.
Fonte: Portal da Língua Portuguesa. http://www.portaldalinguaportuguesa.org/?action=estrangeirismos.

Portanto, se observarmos que o nosso foco aqui é a Língua Inglesa, vamos tratar especificamente
do vocabulário inglês incorporado ao português, fenômeno chamado de Anglicismo.

Glossário
Anglicismo: s.m. Palavra ou locução própria da língua inglesa, introduzida em outra língua.
Exemplos: meeting é um anglicismo, browser, cowboy, etc. Fonte: http://www.dicionariodoaurelio.
com/Anglicismo.html. Acesso em: 07.Jun.2014.

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Unidade: Construção de Significados

Cereja (2008) descreve o fenômeno chamado “Empréstimos e Gírias”. Eles entram no idioma
por um processo natural, em decorrência do contato cultural e comercial ou da proximidade
geográfica entre países. Já a gíria, a seu ver, é uma palavra ou expressão de criação popular
que nasce em determinados grupos. A autora acrescenta que o vocabulário da língua se dá
ainda por expressividade, acaba estendendo à linguagem de todas as camadas sociais.

Love handles: Gordurinhas, pneuzinhos!


Eu não estou gordo, querida! Esses são os meus pneuzinhos sexies!

(Fonte: http://www.englishexperts.com.br/2011/05/03/giria-shout-out/.

Para Almeida (2002), o aprendizado da Língua Inglesa para leitura acontece em um


período bem curto e, às vezes, devido a sua necessidade, acontece de imediato. Já vimos os
estrangeirismos no nosso dia a dia, as palavras que recheiam o cotidiano do trabalho e, quando
percebemos, possuímos um vocabulário muito maior do que pensamos ter.
Um fator a ser considerado é a universalidade da Língua Inglesa. Essa universalidade faz que
o idioma seja familiar com seu som, sua aparência e sua constante incidência na publicidade,
no ambiente de trabalho, etc. e, com isso, o aprendizado se torna mais atraente.

Atenção
Gramáticas normativas: A gramática normativa é aquela que prescreve as regras, normas
gramaticais de uma língua, admite apenas uma forma correta para a realização da língua, tratando as
variações como erros gramaticais (Fonte: http://www.partes.com.br/educacao/gramaticanormativa.
asp). Acesso em: 30.Mai.2014.

Aprender a ler em Inglês – Construção de Significados

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A língua nos fornece a habilidade e a liberdade de falar, escrever, ler o que quisermos, mas
não podemos esquecer que é uma convenção social e, por isso, há regras que temos de respeitar,
do contrário, podemos ter problemas com a comunicação.
A língua não é constituída apenas de palavras, vocabulário, ela é constituída por regras, leis
combinatórias, ou seja, conforme define Cereja (2008), a língua é um conjunto de palavras e leis
combinatórias que permitem a união verbal e a comunicação de maneira geral entre as pessoas.
A língua, juntamente com outros elementos, como a dança, a música, as crenças, a culinária,
faz parte da cultura de cada povo, nação. Cereja (2008), em sua gramática, define que o
Enunciado, a Situação e o Discurso são partes fundamentais para o processo de comunicação.

Enunciado: É tudo que o locutor enuncia, isto é, tudo o que diz ao locutário em
uma situação concreta de interação pela linguagem (CEREJA, 2008).
Texto: é um enunciado verbal ou não verbal, que apresenta unidade de sentido e
intencionalidade discursiva (CEREJA, 2008).
Discurso: é o processo comunicativo capaz de construir sentido, além dos
enunciados, envolve elementos da situação (quem são os interlocutores, a situação
em que ocorre a interação, o momento histórico, a intencionalidade do enunciado)
(CEREJA, 2008).

O autor ainda menciona que a Intencionalidade Discursiva (as intenções, implícitas ou


explicitas existentes no discurso) é colabarotiva para o entendimento completo do texto.
Para Aburre (2008), a relação entre o sentido e o contexto é muito importante no entendimento
de um texto e, por conseguinte, para a leitura, uma vez que a identificação do contexto contribui
primordialmente para a compreensão do sentido do texto através da dedução de palavras e
pelo encadeamento de ideias. Portanto, existe uma forte relação entre o sentido dos enunciados,
a situação em que eles são utilizados e a análise das informações, que nos permitem identificar a
situação a que um texto, ou uma leitura, está associado, ou o contexto em que ele está inserido.

Importante
Contexto: é a situação concreta a que um texto faz referencia, é formado pelas
relações estabelecidas entre o conjunto de circunstâncias associadas à ocorrência de determinado
fato ou situação de que trata o texto. Há diferentes tipos de contexto (social, cultural, estético,
político, religioso, ideológico) e sua identificação é essencial para que se compreenda o sentido
do texto (ABURRE, 2008, p. 245).

Segundo Schultz (2012), em seu artigo Language Acquisition & Language Learning: Assimilação
Natural & Estudo Formal, o aprendizado de línguas abrange dois conceitos distintos. O primeiro é
receber informações a respeito da língua e depois transformar tais informações em conhecimento,
por esforço intelectual e acumulação de conhecimento, que é o estudo formal da língua. O segundo
é o desenvolvimento da habilidade funcional de interagir com estrangeiros, entendendo e falando
sua língua, que é o language acquisition, porém o autor afirma que um conceito não é decorrência
natural do outro e que tais conceitos são uma das hipóteses do linguista americano Stephen Krashen,
baseado na sua teoria sobre aprendizado de línguas estrangeiras.

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Unidade: Construção de Significados

Aprender uma língua estrangeira requer mais do que decorar palavras, construir vocabulário,
fazer deduções lógicas ou praticar a fala repetidamente. É necessário entender que línguas
em geral, segundo Schultz (2012), são fenômenos complexos e, muitas vezes, repletos de
ambiguidades e que estão em constante transformação.

A palavra e seu significado são partes integrantes do processo de construção de significados,


importantes para leitura de textos em outros idiomas, porém, não há mais fatores a serem
considerados.

Em Cereja (2008), a palavra e seu significado são também dependentes da Semântica e da


Estilística, sendo que a semântica é a parte da gramática que estuda os aspectos relacionados
ao significado das palavras e dos textos, como por exemplo, a sinonímia, a antonímia, a
ambiguidade, entre outros. A Estilística é o estudo sobre os recursos de expressão da língua,
como por exemplo, as figuras de linguagem; é uma forma de expressão que consiste no uso
de palavras em sentido figurado, isto é, em um sentido diferente daquele em que elas são
empregadas normalmente.

Dica
Figura de linguagem: Metáfora, emprego de uma palavra em um sentido que
não lhe é comum ou próprio, resultante de uma relação de semelhança entre
dois termos.

A Intertextualidade

Uma etapa muito importante nos estudos sobre Inglês Instrumental é a Intertextualidade
contida nos textos.
Sabemos que a intertextualidade é um tipo de diálogo, uma conversa entre os textos, ou seja,
uma interação entre eles. A intertextualidade está ligada ao conhecimento do mundo, que deve
ser comum ao produtor e o receptor do texto.

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Existem alguns tipos de intextualidade que podem ocorrer na literatura, na pintura e na
publicidade. Como você pode perceber, é possível elaborar um texto novo a partir de um texto
já existente e, desse modo, fazer que os textos coversem entre si. É comum encontrar “chamados
ecos” ou referência de um texto a outro texto. A essa relação se dá o nome de intertextualidade
(ABAURRE & PONTARA, 2008)

Portanto, entender tais aspectos da gramática e da estrutura de uma língua nos ajudará a
entender a ideia central do texto a ser lido em outro idioma. O estudo de Inglês Instrumental
nos auxilia nessa tarefa de reconhecimento da estrutura gramatical e significativa do texto antes
da leitura propriamente dita.

Você Sabia ?
Paródia e Paráfrase são exemplos de intertextualidade. A paráfrase é a repetição da ideia já
citada, mas utilizando outras palavras, ou seja, é a reafirmação do que já foi dito anteriormente. A
paródia é uma forma de satirizar ou ridicularizar uma ideia.

A intertextualidade é um elemento muito importante para que o leitor contextualize seu


conhecimento de mundo no texto que está lendo e ainda promova aquilo que, por ventura,
não sabia, ou seja, a partir da menção de um texto no outro, o leitor é capaz de intuir um
conhecimento que antes não sabia ou não tinha registro na memória.

O principal objetivo desse recurso intertextual é remeter a algo que faz parte do conhecimento
de mundo dos leitores e também diminuir as barreiras da formalidade da língua, possibilitando
a todos os falantes o acesso aos mais diversos textos, temas, assuntos ou conceitos.

A intertextualidade faz que os conteúdos a serem lidos e aprendidos pelos leitores se tornem
mais significativos e próximos deles. Desse modo, acredita-se que é possível amenizar a dificuldade
de assimilação do conteúdo e, portanto, os conteúdos tornam-se mais agradáveis, a partir do
momento em que são mesclados ou relacionados a algo atual e dinâmico de conhecimento ou
não do leitor, por exemplo: charges, histórias em quadrinhos, músicas, filmes, entre outros.

Para Abaurre & Pontara (2008), em sua gramática da Língua Portuguesa, o Contexto, a
Interlocução e o Sentido nos dizem que a intertextualidade é que nos fornece a sensação, ao
nos depararmos com um texto ou uma imagem que nos provoca a intuição, de estarmos diante
de algo conhecido.

O texto, ou a informação, à primeira vista, pode parecer incompreensível, porém, ao


analisarmos melhor seu contexto e seu sentido e ao recorremos ao nosso conhecimento de
mundo, poderemos identificar muito rapidamente o seu significado e interpretá-lo.

A intertextualidade pode acontecer em um texto diretamente ou indiretamente, essa relação


intertextual pode dizer respeito ao conteúdo, à forma ou a ambos.

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Unidade: Construção de Significados

As autoras mencionam que, mesmo sem perceber, todo leitor sempre analisará o contexto
criado por um texto ou uma ideia já pré-concebida, pois é com base nessas informações que
será possível atribuir sentido ao texto. Alguns gêneros textuais, como por exemplo, os textos
publicitários, apostam frequentemente nessa competência dos leitores, para persuadir o público
ao qual se dirigem.

Porém, é verdade que nem sempre o contexto referido por um texto faz parte do conhecimento
de mundo dos leitores e isso pode ser um grande problema no momento de compreender o
sentido dos textos (ABAURRE & PONTARA, 2008).

Entretanto, para que o contexto e o conhecimento de mundo facilitem esse processo de leitura,
considerando que, muitas vezes, o contexto apresentado em um texto é de conhecimento geral
e outras vezes não, é indicado ter muito cuidado em leituras em outros idiomas que não sejam o
do falante e não somente confiar no contexto e no sentido. Sabemos que facilita a identificação
primária de um texto e, quando isso ocorre, a interpretação do texto é imediata, mas em se
tratando de outros idiomas, é necessário um maior cuidado e outras estratégias associadas a essas.

Portanto, o aprendizado do Inglês Instrumental auxilia nessa habilidade, utilizando-se das


mesmas estratégias ora aplicadas na leitura de textos no idioma do falante, mas com alguns
cuidados extras visando a leitura em qualquer idioma, uma vez que o objetivo é, por meio de
técnicas de leitura, facilitar o processo da leitura do texto e a correta assimilação do conteúdo,
bem como a interpretação do contexto e sua aplicabilidade no dia a dia do leitor.

Porém, porque é mais fácil ler do que falar em outro idioma?

Para Almeida (2002), a resposta dessa pergunta é a internet. Em um estudo realizado em


1997, foi feita uma pesquisa para determinar as palavras mais comuns da Língua Inglesa e seu
percentual de ocorrência em alguns textos.

Para essa pesquisa, foram utilizados os livros on-line do Projeto Gutenberg. Esse projeto
foi realizado por voluntários com o principal objetivo de digitalizar obras de literatura cujos
direitos autorais tenham expirado (Fonte: Projeto Gutenberg). http://www.gutenberg.org/wiki/
PT_Principal. Acesso em: 07. Jun. 2014.

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PROJETO Gutenberg: o Project Gutenberg oferece-lhe mais de 38.000 livros
eletrônicos gratuitos: escolha entre livros grátis em formato e-pub ou livros grátis em
formato kindle, etc. Todos os nossos livros eletrônicos foram previamente publicados
por editores genuínos.
Fonte: http://www.gutenberg.org/wiki/PT_Principal. Acesso em: 07.Jun.2014.

Nos Estados Unidos, uma obra é colocada no domínio público 60 anos após a morte de
seu autor. Obras de autores como Jane Austen, Arthur Conan Doyle, Edgar Rice Burroughs e
muitos outros estão disponíveis gratuitamente na internet.

Almeida (2008) ainda menciona que os pesquisadores, de posse desses livros, 1600 ao todo
na época da pesquisa, realizaram alguns cálculos. Os 1600 livros combinados geraram um
arquivo de 680 MB, contendo aproximadamente 7 milhões de palavras e, segundo o autor, os
resultados foram bastante surpreendentes.

Em outras palavras, isso quer dizer que, se você conhece as 250 palavras mais comuns, 60%
de qualquer texto em inglês será composto por palavras familiares.

Para facilitar ainda mais a tarefa, os cognatos, que são as palavras parecidas em ambos os
idiomas (possible e possível, por exemplo), totalizam entre 20 e 25% do total das palavras. Aí,
já temos então de 80 a 85% do problema de vocabulário resolvido. Se subirmos o número de
palavras mais comuns a 1.000, chegamos a 70%. Somando a esse valor os cognatos, chegamos
a valores entre 90 a 95% de um texto (ALMEIDA, 2008).

Você Sabia ?
No Projeto Gutenberg, você pode baixar grátis mais de 30 mil livros, são todos livros que
estão em domínio público e, por isso, não sofrem com a incidência de direitos autorais restritos. O
trabalho no site é feito de forma colaborativa.

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Unidade: Construção de Significados

Estratégia de Leitura I

Para Munhoz (2004), há varias abordagens do Inglês


Instrumental e a técnica se constitui em priorizar
algumas habilidades em detrimentos de outras, por
exemplo, a leitura em detrimento da escrita, da fala
Fonte: Thinkstock / Getty Images

ou da audição.
As habilidades e estratégias propostas pela autora
propõem que há técnicas básicas e eficientes e
as mais utilizadas pela metodologia do ensino de
Inglês Instrumental e que também são amplamente
utilizadas para leitura em português ou qualquer
outro idioma são:

»» Palavras Repetidas (ALMEIDA, 2008): o autor afirma que, se uma palavra aparece várias
vezes no texto, isso significa que ela é importante para sua compreensão, portanto segregá-
la é um bom começo, haja vista o que ocorreu na pesquisa do Projeto Gutenberg.
»» Skimming (MUNHOZ, 2004): é uma estratégia de leitura rápida para absorver de maneira
dinâmica e instantânea a ideia central do texto. Essa técnica de skimming nos leva a ler um
texto superficialmente sem que tenhamos de ler frase por frase; é como se passássemos os
olhos sobre o texto em busca de ocorrências conhecidas, palavras conhecidas, ortografia,
evidencias tipográficas, etc.

Essa técnica nos permite praticar o nosso conhecimento de mundo, pois nos auxilia a
encontrar, aqui e ali no texto, expressões conhecidas, palavras repetidas, gírias comuns, ou seja,
é um reconhecimento do texto que ativa nossa memória como apoio para o aprofundamento
da leitura e, assim, obtemos informações gerais do texto, permitindo assim contextualizá-lo.
A técnica de skimming é muito útil para identificar datas, nomes, lugares e para revisar
figuras e tabelas. É muito útil também para encontrar a ideia principal do texto ou avaliar se
determinado tema pode servir como pesquisa.

»» Scanning: é uma técnica que requer um pouco mais de tempo do que o skimming
e consiste em ler o texto cuidadosamente, rastreando tudo o que você acha que
é importante, todo parágrafo ou linha. A técnica de scanning, que é a leitura com o
objetivo de encontrar algumas informações específicas no texto, vem de scan que, em
inglês, quer dizer examinar, sondar, explorar. O que faz um scanner? Uma varredura,
não é?! A técnica scanning funciona como se o leitor pudesse “varrer” o texto sem se
deter nos detalhes que podem “atrapalhar” a fluência de uma leitura inicial, ou seja, é
realizada uma leitura sem que se tenha de parar para ler cada palavra desconhecida ou
cada palavra do texto.

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É uma rápida visualização do texto: lê-se a informação contida no texto de forma imediata,
movendo os olhos de cima para baixo na página à procura de palavras-chave, frases específicas
ou ideias; o objetivo é encontrar a “familiaridade do texto”.
Portanto, ao realizar o scanning, procure verificar se há organizadores no texto, como:
informações específicas de um número de telefone numa lista, uma palavra num dicionário,
uma data de nascimento ou de falecimento numa biografia, um endereço ou a fonte para a
resposta de determinada pergunta, números, letras, passos ou as palavras primeiro, segundo,
próximas, bem como as palavras em negrito, itálico, tamanhos de fontes ou cores diferentes. Tais
“organizadores” auxiliam na obtenção de informações importantes em pouco tempo.

»» Prediction: Dedução, que é inferir, deduzir o conteúdo de um texto por meio do


conhecimento prévio sobre o tema da leitura, através do contexto semântico, linguístico
ou da estrutura do texto, ou seja, é prever o conteúdo de um texto. A técnica propõe que a
primeira coisa a fazer antes de começar a  leitura do texto é tentar adivinhar seu conteúdo,
principalmente o tema central do texto. Munhoz (2002) informa que é possível antecipar,
ou mesmo prever, o conteúdo de um texto. Por exemplo, o título. Por meio do título, de
um subtítulo, de um gráfico ou de umafigura incluída, identificamos o assunto do texto.

Scanning e skimming são, então, além de técnicas de leitura, mecanismos de pesquisa, porém
distintos. Se você procura por informação especifica, deverá utilizar-se da técnica scanning, entretanto,
se está apenas explorando ou revendo um documento, deverá utilizar-se da técnica skimming.
Por exemplo, quando é necessário ler um grande volume de informações, ao aplicar tais
técnicas, o tempo de leitura diminui e a praticidade do estudo aumenta, pois, durante a procura
de uma informação específica, de dicas ou ao revisar informações, o leitor vai definindo o
material importante a ser lido e o material a ser descartado.

Glossário
skim (v.) do verbo skim: barbear, fazer a barba, desnatar, seleccionar, ler em diagnonal, folhear,
ricochetear, escumar, deslizar, percorrrer, estudar, esquadrinhar etc.
Fonte: http://www.linguee.com.br/portugues-gles?query=scanningsource=english. Acesso em: 07.jun.2014.

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Unidade: Construção de Significados

Glossário
Scanning: é a leitura de um texto para obter a informação sem que haja a necessidade de ler
palavra por palavra; fazer uma varredura, exame, escanear.
Fonte: http://www.linguee.com.br/portugues-%20ingl%C3%AAs. Acesso em 07.Jun.2014.

A parte prática inicial da Leitura I em Inglês Instrumental


E, agora, vamos para um exemplo de Leitura I.

Observe a figura anterior e o texto abaixo,


utilizando as técnicas (skimming, scanning e
prediction). É claro que você pode utilizar as
três técnicas ou apenas uma delas, ou duas, por
exemplo: SKIMMING e SCANNING, o importante
é que você perceba as indicações no texto para a
interpretação correta.

O primeiro passo é fazer o SKIMMING do texto. Logo após a leitura, responda as perguntas,
volte novamente ao texto e faça o SCANNING.

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Primeiramente, analise o texto com cuidado, analise o formato do texto, observe o layout, a
fonte, etc. e responda as perguntas:
1 - Onde você acha que poderia encontrar esse texto?
2 - Quem você acha que estaria interessado em ler um texto desse tipo?

Observe as palavras que você conhece, por exemplo: telephone, interview, candidates, job,
administrative, secretary, day-to-day, departments, print, education, level, etc. Qual seria o
contexto onde essas palavras seriam mais recorrentes?

Observe no exemplo acima, que há palavras em negrito, que há palavras conhecidas e do dia a dia,
como: fax, phones, fax/file/photocopy, secretary, years, software, numerais entre outras. Qual é o
objetivo desse texto? É claro, um anúncio de emprego!

Esta Unidade do curso chegou ao fim. Conceituamos a importância das estratégias, das
técnicas de leitura tanto em português como em outro idioma, bem como sua aplicabilidade no
dia a dia. A leitura é a parte fundamental no aprendizado do Inglês Instrumental.
Nas próximas unidades, iniciaremos nossos estudos para aquisição de habilidades na
distinção de diversos tipos de correspondências e aspectos de gramática e vocabulário,
portanto, estaremos sempre refletindo sobre a importância de aprender outro idioma como
ferramenta de trabalho!

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Unidade: Construção de Significados

Material Complementar

Explore
ALMEIDA, Rubens Queiroz de. As palavras mais comuns da língua inglesa. São
Paulo: Novatec, 2002.

Explore

http://dictionary.cambridge.org/us/
http://www.macmillandictionary.com/
http://www.yourdictionary.com/
http://www.bartleby.com/
http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23
http://www.priberam.pt/DLPO/Default.aspx

20
Referências e Webgrafia

ABAURRE, M. L; PONTARA, M. N. Gramática: texto: análise e construção de sentido. São


Paulo: Moderna, 2008.

ALMEIDA, Rubens Queiroz de. As palavras mais comuns da língua inglesa. São Paulo: Novatec,
2002.

CEREJA, Willian Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática: texto, reflexão e uso. 3
ed. reform. São Paulo: Atual, 2008.

MARRAFA, P. et al. LexTec – Léxico técnico do português: ambiente, banca, comércio, construção
civil, direito comercial internacional, economia e gestão de empresas, energia, seguros, turismo,
telecomunicações. 2009. Instituto Camões. http://instituto-camoes.pt/lextec.

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21
Unidade: Construção de Significados

Dicionário de Estrangeirismo Disponível em: http://www.portaldalinguaportuguesa.org/.


Acesso em: 07.Jun.2014

Retrato da leitura Disponível em: http://www.oretratodobrasil.com.br. Acesso em: 07.Jun.2014

22
Anotações

23
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Tel: (55 11) 3385-3000

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