Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Cachoeiro de Itapemirim
2021
GUILHERME AUGUSTO FIM ROSAS
RYAN LUIZ DA SILVA OLIVEIRA
Cachoeiro de Itapemirim
2021
AGRADECIMENTOS
Sou grato a Deus por ter me guiado durante essa caminhada, e por todas as graças
recebidas. Aos meus pais, José Tadeu Gonçalves Rosas e Maria Aparecida Fim
Rosas por todo carinho, amor, companheirismo e por nunca terem medido esforços
para que esse objetivo fosse alcançado.
Aos meus irmãos, Jorge Tadeu Fim Rosas, Luana Fim Rosas e Pedro Fim Rosas,
pela amizade e incentivo, e a cada familiar que me ajudou nessa etapa.
A Lorena Maria Souza Gomes por todo seu companheirismo, confiança,
compreensão e por ter me ajudado a nunca desistir me fazendo acreditar que eu era
capaz.
Agradeço ao Instituto Federal do Espírito Santo pela formação recebida e a todos os
professores pelos ensinamentos transmitidos durante a graduação. Em especial ao
orientador Carlos Eduardo Gomes Ribeiro, por toda boa vontade, disposição e
disponibilidade para que esse trabalho fosse realizado.
Agradeço a todos os amigos que fiz durante a faculdade, pelos momentos de
estudo, dificuldades, descontração e alegrias que passamos juntos.
Por fim, agradeço à minha dupla de TCC Ryan Luiz da Silva Oliveira por todo o
companheirismo e dedicação depositados por ele para tornar essa pesquisa
possível.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço aos meus pais, Nely e Paulo, por toda paciência, amor,
carinho, apoio e esforço investido na minha educação, em especial à minha mãe. À
minha irmã, Paula por sempre me incentivar. Aos meus familiares que sempre me
apoiaram, em especial ao meu tio Sérgio Albino, que me deu todo apoio na semana
de matrícula e à minha madrinha Cláudia.
Agradeço à minha namorada Mariana pelo apoio, compreensão e companheirismo
durante o meu percurso acadêmico.
Agradeço ao Instituto Federal do Espírito Santo - Campus Cachoeiro de Itapemirim,
seu corpo docente, direção e administração que mostraram seu comprometimento
com a qualidade e excelência de ensino.
Agradeço ao meu orientador Carlos Eduardo Gomes Ribeiro pelo incentivo, suporte
e dedicação do seu escasso tempo e por aceitar de bom grado conduzir meu
trabalho de pesquisa.
Agradeço à minha dupla de TCC, Guilherme Augusto Fim Rosas pela amizade e
parceria durante o período de graduação, assim como durante a realização deste
trabalho de pesquisa.
Agradeço aos meus colegas do curso de Engenharia Mecânica turma de 2015/1 e a
todos os amigos que sempre me apoiaram e incentivaram, bem como aos amigos
que fiz durante o período de graduação, pelos momentos de dificuldades, estudo e
descontração que passamos juntos.
E por fim, agradeço a todos que direta e indiretamente fazem parte da minha
formação. A todos vocês, o meu muito obrigado!
RESUMO
During the turning of metals, the application of the cutting fluid in an appropriate way
favors the cooling and the lubrication and chip expulsion needs during material
removal, and aims to increase the servisse life of the tool. Thus, this research
proposes to study and compare the flank wear with and without the use of the cutting
fluid in the machining of hot-rolled SAE 4140 steel using a carbide tool and a
synthetic bio-stable cutting fluid ALL PS 200 with anticorrosive property and
antioxidant, free from chlorine, nitrites and phenols, such a fluid is developed to be
mixed with water in different proportions. The tests consist in the cylindrical turning of
a specimen with and without the use of the cutting fluid, carried out until reaching the
assumed wear parameters. In the tests, a cutting speed of 220 m / min was adopted,
with an advance of 0.22 mm / rev and a depth of 1 mm, in addition to the cutting fluid
at 1:18 concentration, 1 part of synthetic fluid and 18 parts of water. During the tests,
the evolution of the flank wear was monitored until reaching the failure criteria.
Through the results it can be seen that the use of the cutting fluid during the turning
provided an increase in the tool’s service life by about 45%.
Keywords: Turning, cutting fluid, machining, carbide, service life, wear.
LISTA DE FIGURAS
Al Alumínio
𝑓 Avanço
NbC Carboneto de nióbio
TaC Carboneto de tântalo
TiC Carboneto de tungstênio
TiCN Carbonitreto de titânio
C Carbono
Cr Cromo
𝑉𝐵𝐵 Desgaste de flanco
𝐷 Diâmetro
CVD Disposição por vapor químico
HRc Dureza rockwell
S Enxofre
P Fósforo
Mn Manganês
WC+Co Metal duro sinterizado composto de carbeto de tungstênio e cobalto
TiN Nitreto de titânio
𝐴𝑙2 𝑂3 Óxido de alumínio
𝑎𝑝 Profundidade de corte
𝑛 Rotação da peça ou da ferramenta
Si Silício
𝑉𝑓 Velocidade de avanço
𝑉𝑐 Velocidade de corte
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 12
1.1 MOTIVAÇÃO ................................................................................................ 13
2 OBJETIVOS ................................................................................................. 14
2.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................... 14
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 14
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................ 15
3.1 PROCESSOS DE USINAGEM ..................................................................... 15
3.2 TORNEAMENTO .......................................................................................... 15
3.3 PARÂMETROS UTILIZADOS NOS PROCESSOS DE USINAGEM ............ 17
3.4 MATERIAIS PARA FERRAMENTA .............................................................. 19
3.4.1 Metal Duro ................................................................................................... 20
3.4.2 Metal Duro Revestido ................................................................................. 22
3.5 DESGASTES E AVARIAS DAS FERRAMENTAS DE CORTE .................... 24
3.5.1 Desgastes .................................................................................................... 24
3.5.2 Avarias ......................................................................................................... 26
3.6 VIDA DA FERRAMENTA .............................................................................. 28
3.6.1 Fatores que Influenciam no Desgaste e na Vida da Ferramenta ............ 29
3.7 USINABILIDADE DOS MATERIAIS ............................................................. 30
3.7.1 Fatores que Influenciam na Usinabilidade dos Materiais ....................... 31
3.8 FLUIDOS DE CORTE E SUAS FUNÇÕES .................................................. 32
3.8.1 Tipos de Fluido de Corte ............................................................................ 34
3.8.2 Efeitos da Aplicação do Fluido de Corte .................................................. 35
4 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................... 38
4.1 MATERIAIS .................................................................................................. 38
4.1.1 Equipamentos ............................................................................................. 40
4.2 PROCEDIMENTOS ...................................................................................... 42
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................. 45
5.1 DETERMINAÇÃO DA DUREZA E DA VELOCIDADE DE CORTE .............. 45
5.2 DESGASTE E VIDA DA FERRAMENTA ...................................................... 45
6 CONCLUSÃO............................................................................................... 54
6.1 SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS ............................................ 55
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 56
12
1 INTRODUÇÃO
1.1 MOTIVAÇÃO
2 OBJETIVOS
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.2 TORNEAMENTO
Na execução do processo de torneamento a peça pode ser fixada por diversos tipos
de dispositivos, sendo mais comumente utilizada a placa universal, que é ilustrada
na Figura 2. A placa universal movimenta as castanhas, fixando ou liberando a peça,
de forma simultânea, com o auxílio de uma chave.
Além das quatro variáveis citadas acima temos a taxa de remoção de material, dada
em 𝑚𝑚3 /𝑚𝑖𝑛 e que corresponde ao volume de material removido por unidade de
tempo. A taxa de remoção de material no decorrer do torneamento está diretamente
ligada aos parâmetros de velocidade de corte (𝑉𝑐 ), avanço (𝑓) e profundidade de
corte (𝑎𝑝). Portanto quaisquer mudanças que aumente esses parâmetros acarreta
no aumento de material removido, entretanto, ocorre uma redução na vida da
ferramenta (Tedesco, 2007).
19
De acordo com Pereira (2009, p. 20-21), essa classificação foi feita pela Norma
ABNT NBR ISO 513:2004 e pode ser explicada da seguinte forma:
Classe P: Designada para exemplificar a classe de aços e cavacos longos,
tendo a cor azul como referência, sendo obtida pela adição do TiC, TaC e/ou
NbC;
Classe K: Classe de material que contém WC+Co, comumente conhecida
como classe de ferro fundido ou ainda, de cavacos curtos e que apresenta
coloração vermelha;
Classe M: Notabiliza-se por ser uma classe intermediária, quando o WC+Co
possui adições do TiC. Também conhecida por classe de aços inoxidáveis, a
sua coloração padrão é o amarelo;
Classe N: Corresponde à classe das ferramentas aplicáveis aos materiais não
ferrosos, classe identificada pela cor verde;
Classe S: Corresponde às superligas, designada pela cor marrom;
Classe H: Correspondem aos materiais endurecidos, aço e ferro fundido
temperado. Classe designada pela cor cinza.
Na norma ABNT NBR ISO 513:2004 é considerado principalmente a composição
química e as propriedades de dureza e tenacidade do material. Entretanto, muitas
vezes pode ser substituída pela classificação específica de um fabricante de
ferramenta de metal duro. E de acordo com isso, um determinado material pode
cobrir um grande intervalo com resultados muito próximos de acordo com a
classificação definida pela mesma norma, ou ainda, um mesmo produto ser
relacionado a mais de uma classe. Diante disso, os fabricantes estão destacando
mais a finalidade da ferramenta que propriamente o sentido da classificação original
(MACHADO et al., 2009).
camada de TiN recobrindo uma camada intermediária de 𝐴𝑙2 𝑂3, que, por sua vez,
recobre uma camada de TiC ou TiCN acima do núcleo de metal duro (DINIZ;
MARCONDES; COPPINI, 2014).
Por maior que seja a dureza e a resistência ao desgaste das ferramentas de corte, e
por menor que seja a resistência mecânica da peça de trabalho, a ferramenta de
corte sofrerá um processo de desgaste que exigirá a sua substituição.
Estudar o processo pelo qual as ferramentas se desgastam é muito importante, pois
permite ações coerentes e efetivas para reduzir a taxa desse processo, prolongando
a vida da aresta de corte.
Embora os custos com ferramentas de corte representem uma pequena fração do
custo de fabricação, desgastes acelerados e/ou avarias frequentes levam a paradas
da máquina para troca, e isso significa custos adicionais e perda de produtividade
(MACHADO et al., 2009).
Diversos são os tipos de desgastes e avarias que acontecem em uma ferramenta de
usinagem. Antes de defini-los é importante diferenciá-los. Desgaste é a perda
contínua e microscópica de partículas da ferramenta causadas devido à ação do
corte. As demais ocorrências são denominadas avarias (DINIZ; MARCONDES;
COPPINI, 2014).
3.5.1 Desgastes
Figura 9: Craterização.
3.5.2 Avarias
Segundo Diniz, Marcondes e Coppini (2014), avarias por trincas são provocadas
pela variação da temperatura e/ou dos esforços mecânicos e o crescimento destas
trincas leva à quebra da ferramenta. As trincas decorrentes dos esforços mecânicos
são paralelas à aresta e as trincas decorrentes da variação de temperatura, ocorrem
perpendicularmente à aresta de corte (Figura 12).
Alguns fatores que levam a variação de esforços mecânicos ou de temperatura na
usinagem são: variações bruscas de temperatura, solda da pastilha no cabo da
ferramenta, corte interrompido, acesso irregular do fluido de corte e variação da
espessura de corte (DINIZ; MARCONDES; COPPINI, 2014; FERRARESI, 1970).
Stemmer (1995), diz que o lascamento (Figura 13) é uma falha acidental e
prematura que ocorre quando a ferramenta tem baixa resistência mecânica ou
quando solicitadas a grandes esforços mecânicos. Diei e Dornfeld (1987), explicam
que a diferença entre microlascamento, lascamento e quebra está na dimensão da
fratura, definida pelo volume de material perdido na ferramenta.
Refrigeração da máquina-ferramenta.
Durante o corte se desenvolve uma grande quantidade de calor, este calor gerado
precisa ser reduzido da peça-ferramenta, a fim de minimizar o desgaste da
ferramenta, a dilatação térmica e o dano térmico à estrutura superficial da peça. O
calor pode ser reduzido com a diminuição do coeficiente de atrito (lubrificação). Se
isto acontecer, não somente a geração de calor é diminuída, mas também os
esforços e a potência de corte. Isto tem sido levado a cabo com o desenvolvimento
de novos materiais para ferramenta, com o desenvolvimento de materiais com
melhor usinabilidade ou com a utilização de fluidos de corte com capacidade
lubrificante (DINIZ; MARCONDES; COPPINI, 2014).
Mesmo com todo esforço para redução do calor no processo de usinagem, o calor
continua sendo gerado, ocorrendo em menor ou maior escala, dependendo dos
fatores como as condições de usinagem, máquina, material da peça e etc... Com o
uso do fluido de corte esse calor deve ser extraído da região de corte, da peça e da
ferramenta (refrigeração), para evitar efeitos danosos (FERRARESI,1970).
De acordo com Machado et al. (2009), sendo as funções de lubrificação e de
refrigeração normalmente consideradas prioritárias, há situações onde a remoção
dos cavacos se torna crítica devido a aplicação deficiente ou até mesmo a falta de
aplicação do fluido de corte, que pode ocasionar o engripamento dos cavacos,
causando a quebra prematura da ferramenta de corte. Essa função do fluido de
corte de remoção dos cavacos da zona de corte depende da viscosidade e vazão do
fluido, além da operação de usinagem e do tipo de cavaco formado.
Machado et al. (2009) diz ainda, que em casos de baixas velocidades de corte (onde
as temperaturas são mais baixas), a lubrificação é mais importante que a
refrigeração, pois ela atua de forma a reduzir o atrito e evitar a formação da aresta
postiça de corte, enquanto que para casos de altas velocidades de corte (onde a
temperatura de usinagem é mais elevada), o fluido de corte não consegue penetrar
na interface da peça de forma adequada para que ele exerça suas funções. Sendo
assim, Naves (2013) diz que é importante que o fluido penetre em regiões mais
próximas da ponta da ferramenta durante a formação de cavaco, facilitando o
escoamento do mesmo pela superfície de saída da ferramenta, deste modo, o uso
do fluido de corte à alta pressão no torneamento torna-se um eficiente método para
o acesso a essas regiões.
34
Para Diniz, Marcondes e Coppini (2014), os tipos de fluidos de corte podem ser
classificados conforme a Figura 15:
No estudo de Naves (2013), este investigou a ação do fluido de corte a alta pressão
durante o processo de torneamento cilíndrico externo de um aço austenítico ABNT
316 UF. O fluido de corte utilizado foi uma emulsão de base vegetal com
concentrações de 5% e 10% em diferentes pressões, utilizando ferramentas de
pastilha de metal duro da classe ISO K05 com tripla cobertura, e velocidade de corte
de 300 m/min, avanço de 0,2 mm/rev e profundidade de 1 mm, mantidos constantes.
O autor obteve que o uso do fluido de corte a alta pressão aumentou o tempo de
vida das ferramentas, devido a menor evolução do desgaste na aresta de corte.
Também observou através de análises em microscópio eletrônico de varredura que
a área e o comprimento de contato cavaco-ferramenta reduziram de forma
significativa quando o fluido de corte foi aplicado em alta pressão.
Micarone (2006) avaliou a viabilidade do corte a seco, da aplicação do fluido de
corte em fluxo abundante ou convencional e em alta pressão em diferentes direções
no torneamento do aço ABNT 1045, utilizando ferramenta de metal duro. Os critérios
de comparação adotados foram o desgaste e vida da ferramenta, rugosidade da
peça, potência e temperatura de corte. Observou-se que as condições de
36
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 MATERIAIS
Os materiais que serão necessários para a execução dos ensaios estão listados na
Tabela 1.
As ferramentas de metal duro empregadas neste estudo foram escolhidas por serem
as disponíveis no laboratório de fabricação do Instituto, além de serem comumente
utilizadas em processos de usinagem. São fabricadas pela SANDVIK coromant e
tem o formato mostrado na Figura 16:
4.1.1 Equipamentos
Os equipamentos que serão utilizados para execução dos ensaios estão listados na
Tabela 3.
A avaliação do desgaste das ferramentas foi feita por meio de medições realizadas
com o auxílio de um microscópio USB, Figura 20. O equipamento é conectado a um
computador com o software Measurement e com isso é possível observar as
imagens capturadas pelo microscópio e analisar o desgaste.
O suporte representado na Figura 21, foi utilizado para fixar a ferramenta de corte e
possui a seguinte denominação ISO, MTJNR 2020 K16.
Com o auxílio de um durômetro portátil digital por impacto (Figura 22) foi mensurada
a dureza do corpo de prova:
4.2 PROCEDIMENTOS
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O valor de dureza encontrado para o aço SAE 4140 foi de 320 HB, ou seja 140 HB
maior que o usado como base pelo fabricante da ferramenta.
A Figura 23, trata-se de um diagrama representativo da Tabela 4, apresentando
inclusive, uma linha de tendência para durezas que excedam mais que 100 HB.
A partir da Figura 23 foi possível encontrar o fator de compensação para a
ferramenta tipo P sendo de 0,58. O fator encontrado multiplicado pela velocidade
média recomendada para a ferramenta (385 m/min) resulta em um valor igual à
223,3 m/min. Essa velocidade ajustada serviu como um parâmetro para a escolha
da velocidade dos ensaios, onde buscou-se seu arredondamento para 220 m/min.
ser devido as diferentes condições de corte usadas e ao fato da peça de aço AISI
1050 ter propriedades diferentes de usinabilidade.
No estudo de Micaroni (2006), observou-se que com a aplicação do fluido de corte
em alta pressão, a ferramenta de corte teve vida útil de no máximo 15% maior em
comparação com o corte a seco. Apesar do uso do fluido de corte aumentar a vida
útil da ferramenta, esse valor é menor do que o encontrado no presente trabalho, e
que pode ser justificado pelas diferenças dos parâmetros de usinagem utilizados,
das formas de aplicação do fluido de corte, das ferramentas de corte utilizadas na
usinagem e do material usinado.
Analogamente a Micaroni (2006), Naves (2013) diz no seu estudo sobre usinagem
do aço inoxidável austenítico ABNT 316UF com aplicação de fluido de corte a alta
pressão que o ensaio de vida da ferramenta no torneamento utilizando fluido de
corte apresentou melhores resultados quando comparado com o torneamento a
seco. Nos ensaios realizados constatou-se que a usinagem a seco levou um tempo
médio de 8,58 minutos até atingir o critério de falha de 0,8 mm já com o fluido de
corte o tempo médio foi de 16,8 minutos, ou seja, o fluido de corte teve uma vida útil
de aproximadamente 96% maior.
A Figura 26 indica as curvas de desgastes da ferramenta para determinado
desgaste em função tempo. As duas curvas estão relacionadas ao uso ou não do
fluido de corte.
Curva de Desgaste
0,25
0,208 0,216
0,20
0,187 0,187
Desgaste (mm)
0,185
0,15 0,156
0,14
0,123
0,10 0,108
0,095
0,077
0,05
0,00
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 20,00 22,00 24,00
Tempo por aresta (minutos)
utilizando fluido de corte, e isso ocorre porque o fluido de corte auxilia na lubrificação
e conservação da ferramenta, sendo assim obteve-se que ao utilizar o fluido de corte
de base vegetal (Carecut S 142 BF) o melhor resultado obtido foi 124% a mais de
vida útil da ferramenta.
Ao atuar como refrigerante o fluido de corte conserva a ferramenta de corte, fazendo
com que mais ensaios sejam realizados com o mesmo inserto, portanto torna-se
viável gastar mais com fluido de corte e economizar com a ferramenta e o tempo de
troca da mesma (OYAFUSO; SILVA, 2018).
Em todos os trabalhos observados (Micarone, 2006; Naves, 2013 e Oyafuso e Silva
2018) nota-se que as condições de refrigeração influenciam o desgaste da
ferramenta, onde as melhores situações são encontradas quando o fluido de corte é
aplicado. Ezugwu e Bonney (2004) apontam que o fluido de corte aumenta a
lubrificação e reduz a temperatura na interface entre o cavaco e a ferramenta e no
contato entre a peça e a superfície de folga, e assim aumenta a vida útil da
ferramenta.
Assim, com o gráfico da Figura 26 nota-se resultados coerentes com a literatura, em
que com a utilização do fluido de corte o desgaste tende a evoluir de forma mais
lenta, com isso o tempo de usinagem aumenta até atingir o critério de falha adotado.
Conforme o estudo realizado por Micaroni (2006), os ensaios realizados com a
aplicação do fluido de corte de forma convencional tiveram redução substancial do
desgaste de flanco, o que também pôde ser observado nos experimentos realizados
neste presente trabalho.
Conforme a Tabela 5 pode-se observar que todos os ensaios estão de acordo com a
norma ABNT NBR ISO 3685:2017, onde os ensaios tiveram um tempo de corte
superior ao tempo mínimo que é de 5 minutos. Dentre os tempos verificados nos
ensaios, o maior deles foi relativo ao uso do fluido de corte, por favorecer o processo
de usinagem. Nota-se também que em ambos os ensaios o critério de falha adotado
foi atingido.
52
Estes dados indicam que o uso do fluido de corte permitiu usinar 297,9 cm³,
aproximadamente 45% a mais de material até atingir o critério de falha de 0,2 mm, e
com isso, mais uma vez é notado a influência do fluido de corte no desgaste de
flanco.
54
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
CAMARGO, A.; LIMA, É. C. Torno mecânico. Instituto Federal Sul Rio Grandense-
Charqueadas: [s.n.], 2011.
COSTA, E. S., MACHADO, A. R., ROSA, S. N., SOUZA JR. E. Qualidade dos
Furos Usinados com Diferentes Métodos de Lubrificação e Refrigeração
[Quality of machined holes with different methods of cooling and lubrication]. [In:
Portuguese]. Revista Máquinas e Metais, São Paulo, 2006.
DANIEL, Ipilakyaa T.; TYOVENDA, Tuleun L.; TERFA, Gundu D. Comparative study
on the effect of cutting fluids on the flank wear of high speed and carbide tipped
cutting tools. International Journal of Trend in Scientific Research and
Development, [s. l.], v. 1, 2017.
DIEI, EN.; DORNFELD, DA. A Model of Tool Fracture Generated Acoustic Emission
During Cutting. Journal of Engineering for Industry, [S. l.], n. 3, v. 109, p. 234-240,
1987.
MACHADO, Álisson Rocha et al. Teoria da Usinagem dos Materiais. 1. ed. rev.
São Paulo: Blucher, 2009. ISBN 978-85-212-0452-7.
MACHADO, Alísson Rocha; SILVA, Marcio Bacci da. Usinagem dos Metais. 8. ed.
Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia, 2004.
OSARENMWINDA, Jo. Effect of cutting fluids on the flank wear of high speed and
carbide tipped cutting tools. Journal of Applied Sciences and Environmental
Management, Benin City, v. 18, 2014.
58
PEREIRA, C.; CORREA, S.J.; PIVATO, C. Como se apresenta e para que serve os
lubrificantes e refrigerantes. Máquinas e Metais. São Paulo: Aranda, 2005.
SHAW, Milton Clayton. Metal Cutting Principles. 3. ed. Oxford: Oxford University
Press, 1984. v. 3.
TRENT, Edward M.; WRIGHT, Paul K. Metal Cutting. 4. ed. Boston: Butterworth-
Heinemann, 2000. ISBN 0-7506-7069-X.