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ANÁLISE CRÍTICA DAS LEIS DE ZONEAMENTO E DE PARCELAMENTO DA
TERRA EM VIGOR NA CIDADE DE SÃO JOÃO DE MERITI
1. Introdução
A Lei de Zoneamento de São João de Meriti, Lei 213 de junho de 1981 é constituída por
61 artigos, organizada em 12 capítulos; já o Parcelamento da Terra é regido pela Lei
211 de junho de 1981. É uma lei com 08 capítulos e 73 artigos. É preciso antes de
qualquer análise, contextualizar o cenário em que elas foram concebidas e entraram em
vigor.
Este documento legal, a Lei 50 de Nova Iguaçu já fez parte de um movimento local de
planejadores, arquitetos, advogados e economistas, de reação ao Planejamento
centralizado, de algum modo, naquele momento, exógeno, da FUNDREM. Finalmente, a
promulgação da Lei Federal 6766 de 19 de dezembro de 1979, que rege o Parcelamento
da Terra Urbana, que redunda de uma grande discussão nacional vinda desde o
Seminário de Habitação e Reforma Urbana de 1963, e que tencionou ordenar o caótico
quadro de loteamentos sem infra estrutura e sem responsabilidade dos loteadores
reinante, (embora haja análises que culpam a Lei 6766 parcialmente, pelo processo de
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ocupação informal, modo favela, que se tornaram mais agudos nas cidades brasileiras
desde então). É neste cenário, e sob estas influências que ocorre a elaboração e
aprovação das Leis de Parcelamento da Terra, Código de Obras e Lei de Zoneamento,
respectivamente Leis 211, 212 e 213 de junho de 1981.
Há, portanto, dois tipos de críticas a se fazer às Leis 211/81 de Parcelamento e 213/81
de Zoneamento. Um é funcional, relativo à análise do que nelas não funcionou bem, e
daí tem que ser revisto.
A lei como um todo, está tecnicamente correta cabendo algumas pequenas ressalvas
formais:
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- Com o uso de computadores não tem sentido citar na lei, papel tela, acetato ou cópias
heliográficas.
A análise da Lei de Zoneamento e Uso e Ocupação do Solo foram feita por capítulos
buscando manter a sua estrutura, propiciando que na elaboração da nova lei, ela seja
mantida, a nosso ver facilitando seu manuseio por parte dos analistas da Prefeitura
como também dos usuários do espaço urbano meritiense, técnicos ou cidadãos do
Município.
Capítulo 1 - da finalidade
Não há crítica aos conceitos adotados. Podem ser agregados outros conceitos sem
prejuízo dos apresentados.
Tem o mesmo espírito do Plano Diretor, mantendo o seu espírito, buscando a integração
com os municípios limítrofes e com a Região Metropolitana.
Peca ainda num exagerado detalhamento do desenho de cada Zona, correto como
“retrato” do momento, mas como é baseado na existência de infraestrutura e na
superestrutura predial visível, logo consegue ser superado, não sendo dinâmico para o
lapso de tempo que vá vigorar um zoneamento, nem fortemente indutor do que se
deseja, sendo somente fortalecedor de tendências.
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A área industrial é composta de duas partes, uma menor entre a Dutra e a Estrada de
Ferro, limítrofe a Belford Roxo e o grande entorno do Shopping Grande Rio, uma área
que apesar da topografia, da erosão e da geomorfologia dominantes sempre foi vista
como “pulmão” futuro e receptáculo de todas as expansões imaginadas da cidade.
A área de preservação é composta de vários enclaves ainda verdes àquela época, todos
entre as Avenida Automóvel Clube e Duque de Caxias, e onde se concentram, nas
franjas dos morros, os pobres não inseridos na malha urbana formal, que suscitarão
agora Áreas de Especial Interesse Sócio-Ambiental.
Buscava reservar área para a criação de um Parque Metropolitano, com a limitação dos
coeficientes de aproveitamento, taxa de ocupação reduzida e tipos de uso permitido.
A lei, também neste Capitulo detalha demais e subdivide em zonas, que na realidade
impede os novos e múltiplos usos das cidades contemporâneas.
No Plano Diretor são definidos ZONAS, ÄREAS e EIXOS, com os conceitos descritos
abaixo:
Áreas são enclaves definidos e finitos com uma ou mais funções, como o CB-Centro de
Bairro ou a AEIS- Área de Especial Interesse Social;
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A zona urbana será simples ou consolidada, em função da infraestrutura de que
disponha: com água potável, esgotamento sanitário, distribuição de energia elétrica e
manejo de águas pluviais, são urbanos; com mais iluminação pública, pavimentação e
rede de telefonia, será consolidada. A simples adição de itens de infraestrutura fará com
que a zona mude de status.
Capitulo 9 – dos tipos gerais de construção e sua intensidade nas diversas zonas
Define as tipologias das edificações. Não se aplicará mais na nova legislação em vista
das determinações do Plano Diretor, quando os índices urbanísticos e edilícios se
modificam de acordo com a infraestrutura urbana oferecida em cada área.
É apresentado um glossário dos instrumentos de controle, que deverá na nova lei ser
adequado aos instrumentos criados pelo Plano Diretor.
Define os anexos da lei e permite que o aperfeiçoamento desta Lei seja feita por
Decreto do Poder Executivo Municipal.
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disponível, ocupando com dois, três pavimentos os terrenos, e não permitindo que a
terra "respire" influenciando fortemente o "run-off" utilizado para os projetos de
drenagem urbana. Além do prejuízo coletivo, da cidade, há um prejuízo econômico para
os proprietários, já que com terra privativa muito pequena, fica técnica e
economicamente inviável a introdução de escadas, corredores, vagas de
estacionamento e elevadores, que permitam melhor aproveitamento econômico quando
possível, dos terrenos.