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Estudos de Viabilidade e Planejamento

Técnico e Econômico na Construção Civil I –


EVPTECCII

Curso Técnico de Edificações

Profª. Luciana L. Ferreira


Art. 1o. O parcelamento do solo
para fins urbanos será regido por
esta Lei.

Parágrafo único - Os Estados, o


Distrito Federal e os Municípios
poderão estabelecer normas
complementares relativas ao
parcelamento do solo municipal
para adequar o previsto nesta Lei
às peculiaridades regionais e
locais.
LEGISLAÇÃO
Lei Parcelamento do solo - Lei nº 6.766 / 1979
A lei federal nº 6.766 / 1979, dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e dá outras
providências origem : legislativo.

O parcelamento do solo urbano tem por finalidade precípua ordenar o espaço urbano
destinado a habitação.

Para fins da Lei n.º 6.766/79, consiste na subdivisão de gleba, situada em zonas
determinadas do território municipal urbano, em lotes destinados à edificação. Sendo que o
parcelamento compreende dois tipos: Loteamento – tem necessidade de abertura,
modificação ou ampliação de logradouros públicos na área; Desmembramento – aproveita
o sistema viário existente.

O parcelamento do solo urbano tem como objetivo desenvolver as diferentes atividades


urbanas, com a concentração equilibrada dessas atividades e de pessoas no Município,
estimulando e orientando o desenvolvimento urbano, mediante o controle do uso e
aproveitamento do solo.
Art. 2o. O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou desmembramento,
observadas as disposições desta Lei e as das legislações estaduais e municipais pertinentes.
GLEBA É uma área rural ou urbana, sem proporções definidas em lei, que ainda não teve sua
aprovação de loteamento efetivada pelo órgão municipal competente, é uma terra crua, sem regulamentação e
adequação das leis brasileiras e regionais. É definida também como toda porção de terra que nunca foi loteada
ou desmembrada é considerada uma gleba.

A gleba na verdade, dá início ao lote, ao comprar a gleba, você deverá investir em toda a infraestrutura do
loteamento para parcelar a gleba em lotes ou terrenos.
• LOTEAMENTO

É a primeira forma prevista na legislação de parcelamento do solo


urbano. Dando sequência às definições, a Lei n.° 6.766/79 esclarece
o que entende por loteamento que dá seu conceito no art. 2°, § 1°:
"§ 1° - Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes
destinados à edificação, com abertura de novas vias de
circulação, de logradouros públicos ou prolongamento,
modificação ou ampliação das vias existentes”.

Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados


a edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouro
publico ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias
existente.
Às vezes pode ocorrer o reloteamento, que nada mais é que o
parcelamento do solo resultante de loteamento ou desmembramento já
aprovado, com abertura de novas vias de circulação.
§ 4o Considera-se lote o terreno servido de infra-estrutura básica cujas dimensões atendam
aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em que se
situe.

LOTE é a parcela de terreno contida em uma quadra, resultante de Loteamento, Desmembramento ou


Desdobro, e com pelo menos uma divisa lindeira à via de circulação
• DESMEMBRAMENTO É a subdivisão de gleba em lotes
destinados a edificação, com aproveitamento dos sistema viário
existente, desde que não implique na abertura de novas vias e
logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou
ampliação dos já existentes.
Trata-se de uma espécie de parcelamento do solo urbano. Aí já se
pode entrever alguma diferença entre os institutos destinados ao
parcelamento do solo urbano. Veja o que diz a lei, em seu art. 2, § 2º:
"§ 2° - Considera-se desmembramento subdivisão de gleba em
lotes destinados à edificação, com aproveitamento do sistema
viário existente, desde que não implique abertura de novas vias
e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou
ampliação dos já existentes."
Consideram – se infra-estrutura básica os equipamentos urbanos de escoamento das águas pluviais, iluminação
pública, redes de esgoto sanitário e abastecimento de água potável, e de energia elétrica pública e domiciliar e
as vias de circulação pavimentadas ou não (Lei 6766/79).
Parcelamento do Solo Urbano
Com a alteração da Lei 6.766/79, pela Lei nº 9.785/99, “as áreas destinadas a sistema de
circulação, a implantação de equipamento urbano e comunitário, bem como a espaços livres
de uso público, serão proporcionais à densidade de ocupação prevista pelo plano diretor ou
aprovada por lei municipal para a zona em que se situem”.

Em razão dessa modificação, o percentual antes determinado pela lei 6.766/79 para
parcelamentos (35% da área da gleba), que poderia ser reduzida apenas em loteamentos
destinados a uso industrial, cujos lotes tivessem área superior a 15.000 m², já não vigora mais.

A partir de 1º de fevereiro de 1999 (início da vigência da Lei 9.785/99) os municípios podem


exigir, por lei, o percentual que entenderem, bem como determinar as áreas mínimas e
máximas dos lotes, e os coeficientes máximos de aproveitamento. O Município poderá ainda
exigir infraestrutura complementar à mínima prevista no inciso V, do artigo 18, da Lei 6.766/79
(execução de vias de circulação do loteamento, demarcação dos lotes, quadras e logradouros
e das obras de escoamento de águas pluviais).
São consideradas áreas livres de uso público aquelas destinadas a sistema de
circulação, à implantação de equipamento urbano (abastecimento de água, serviços de
esgotos, energia elétrica, coletas de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado) e
de equipamento comunitário (educação, saúde, lazer e similares e as áreas verdes).
Só o proprietário do imóvel pode parcelá-lo. Assim, fica bem claro que o mero
compromissário comprador não pode fazê-lo.
Porém, o título de propriedade será dispensado quando se tratar de parcelamento
popular, destinado à classes de menor renda, em imóvel declarado de utilidade pública,
com processo de desapropriação judicial em curso e imissão de provisória na posse,
desde que promovido pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios ou suas
entidades delegadas, autorizadas por lei a implantar projetos de habitação.
É a própria Lei Federal n.º 6.766/79 que regula os meios adequados ao parcelamento do
solo urbano em seu art. 2º, in verbis:

"Art. 2° - O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou


desmembramento, observadas as disposições desta Lei e das legislações estaduais e
municipais pertinentes."
Conforme art 3. "§ 4 e 5, Equipamento urbanos está ligado com urbanismo, estão diretamente ligado
com a infraestrutura da cidade.
Requisitos para o parcelamento para o uso do solo em geral.

§ 4o Considera-se lote o terreno servido de infra-estrutura básica cujas dimensões


atendam aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona
em que se situe. (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999)
§ 5o A infra-estrutura básica dos parcelamentos é constituída pelos equipamentos
urbanos de escoamento das águas pluviais, iluminação pública, esgotamento sanitário,
abastecimento de água potável, energia elétrica pública e domiciliar e vias de
circulação. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007). (Vigência)
Parcelamento do solo situados em zonas habitacionais que são declaradas por lei
como interesse social.
Equipamento comunitários fazem parte da coletividade, que serão usados pela coletividade.
Como equipamentos de saúde, educação, lazer etc...
Proibições de Parcelamento Urbano

A Lei nº 6.766/79 traçou, nos incisos do parágrafo único do art. 3º, os casos de
proibição de parcelamento do solo urbano. Antes, porém, tratou de afirmar
que "somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas
urbanas ou de expansão urbana, assim definidas por lei municipal."

As vedações constantes na lei são de caráter sanitário e de segurança pública.


As proibições podem ser assim elencadas:

1ª hipótese: proibição de parcelamento do solo urbano em terrenos alagadiços e


sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o
escoamento das águas;

2ª hipótese: é exigido o saneamento do terreno para o parcelamento do solo


urbano em terrenos aterrados com material nocivo à saúde pública;
3ª hipótese: o atendimento de exigências específicas das
autoridades para o parcelamento do solo urbano em terrenos
com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento);

4ª hipótese: o não-parcelamento do solo urbano em áreas cujas


condições geológicas não aconselhem a edificação;

5ª hipótese: a vedação em áreas de preservação ecológica ou


naqueles onde a poluição impeça condições sanitárias
suportáveis.
§ 7o O lote poderá ser constituído sob a forma de imóvel autônomo ou de unidade imobiliária
integrante de condomínio de lotes. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
DIFERENÇA ENTRE LOTEAMENTO FECHADO E CONDOMÍNIO HORIZONTAL

Loteamento fechado e condomínio fechado tem suas


peculiaridades, embora algumas pessoas ainda pensem
que é a mesma coisa, mas não são. Há algumas
diferenças expressivas que diferenciam um instituto do
outro, inclusive com implicação criminais quanto há o uso
indevido de um em lugar do outro.
Os Loteamentos Fechados são regidos pela lei
nº 6.766/79 e consistem na subdivisão de uma gleba (área
maior) em lotes (áreas menores), com abertura de novas
vias. Ao final, o perímetro da gleba é cercado ou murado.
Entretanto, no caso dos Loteamentos Fechados, as vias
em questão são públicas, podendo haver
uma Concessão Administrativa do poder público
municipal para a Associação de Moradores no tocante ao
fechamento, manutenção e conservação das vias de
acesso e circulação.

Deste modo, ainda que haja a Concessão municipal para o


fechamento, a portaria não pode impedir o acesso de
terceiros estranhos aos empreendimentos, pois as áreas
internas são públicas.
Com relação às despesas oriundas das áreas comuns, considerando que cada
morador é proprietário apenas do seu lote, não há frações ideias nem condomínio.
Assim, o morador é responsável somente pelo pagamento do IPTU do seu
imóvel. Para cobrar dos moradores as despesas das áreas comuns é preciso haver
um Regulamento, registrado na matrícula e nas escrituras de compra e venda,
assim o adquirente estará obrigado a contribuir com as despesas de manutenção do
espaço comum (despesas propter rem).
Os Condomínios são regidos pela lei nº Lei 4.591/64. Neles, toda a área é privativa, ou
seja, além do lote, as vias de circulação e espaços comuns são de propriedade dos
moradores. A parte de cada um é definida de acordo com um cálculo cujo resultado se
chama “fração ideal”.
na matrícula e nas escrituras de compra e venda, assim o adquirente estará obrigado a
contribuir com as despesas de manutenção do espaço comum (despesas propter rem).
Assim, além do IPTU referente ao seu próprio lote, as despesas atinentes à conservação
das áreas comuns (manutenção das vias, canteiros, vigilância, limpeza, preservação, etc)
são de responsabilidade dos condôminos, que através da Assembleia Geral, aprovarão um
plano orçamentário onde definirão uma tarifa condominial mensal.
No caso dos Condomínios fechados, a restrição à entrada de terceiros estranhos pode
ser feita pela portaria, isto porque suas áreas internas são privadas e de responsabilidade
direta de seus condôminos.
Dos Requisitos Urbanísticos para Loteamento

Art. 4o Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos:


Projeto de loteamento
Art. 6o Antes da elaboração do projeto de loteamento, o interessado deverá solicitar à Prefeitura
Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o caso, que defina as diretrizes para o uso do solo,
traçado dos lotes, do sistema viário, dos espaços livres e das áreas reservadas para equipamento
urbano e comunitário, apresentando, para este fim, requerimento e planta do imóvel contendo, pelo
menos:
Antes de elaborar o projeto de loteamento o interessado deve fazer é consultar a
prefeitura sobre as diretrizes de uso e ocupação do solo. Normalmente as
prefeituras já tem sua lei zoneamento ocupação do solo, mas sempre é importante
pesquisar e consultar quais são sua regras, lá já vem especificado o que é permitido
e o que não é permitido as curvas de níveis entre outras diretrizes.

Depois de consultar a prefeitura e obedecer todas as diretrizes fixada pelo município


o projeto de loteamento deve ser apresentado a prefeitura acompanhado de:

E de qualquer outro que ele venham requerer Projeto de desmembramento


Para aprovar o projeto de desmembramento, o
interessado deve presentar um requerimento a
prefeitura conforme padrão solicitado de cada
instituto acompanhados dos seguintes
documentos:

E de qualquer outro que ele venham requerer.


• Responsabilidade do Registrador Imobiliário
Com a devida aprovação da autoridade municipal, isenta o
registrador imobiliário da responsabilidade pelo crime de registro
irregular, pois só se configura a conduta criminosa definida no artigo
52 da Lei n.º 6.766/79, se houver registro de loteamento ou
desmembramento não aprovado pelas autoridades competentes,
como elemento objetivo, caracterizador da ação proibida ao oficial.

O oficial registrador poderá suscitar dúvida ao Juiz Diretor do Foro,


se a aprovação feita pelo Município contrariar a lei federal, mas se
registrar o parcelamento, não terá responsabilidade penal.
Alteração do Loteamento

Nos termos do artigo 28 da Lei 6.766/79, qualquer alteração ou


cancelamento parcial do loteamento registrado dependerá de acordo
entre o loteador e os adquirentes de lotes atingidos pela alteração, bem
como da aprovação pela Prefeitura Municipal, ou Distrito Federal quando
for o caso, devendo ser depositada no Registro de Imóveis, em
complemento ao projeto original, com a devida averbação.

Aplica-se estas mesmas disposições ao desmembramento submetido a


registro. O cancelamento do registro do loteamento se fará de acordo
com o disposto no art. 23 da mesma Lei.
.
Lotes situados em mais de uma circunscrição
Se o imóvel a ser loteado estender-se por área atribuída a mais de
uma circunscrição imobiliária, o registro do parcelamento será
requerido sucessivamente, começando por aquela à qual for atribuída
a maior parte da área, terminando com a menor porção, é o que diz o
artigo 21 da Lei 6.766/79 e 169, II da Lei 6.015/73 (Lei dos Registros
Públicos).

Nenhum lote poderá, porém, situar-se em mais de uma circunscrição.


É limitação de outra natureza, específica dos loteamentos, na
elaboração dos projetos pelo empreendedor.
• Legislação
Para a implantação de um loteamento ou desmembramento para fins urbanos, o loteador deve se
submeter aos termos da Lei Federal 6.766/79, com as alterações advindas da Lei 9.785/99 e,
também, à legislação municipal respectiva. Isso quando a gleba estiver localizada em zona urbana
ou de expansão urbana.

Quando se tratar de parcelamento de imóveis rurais para fins urbanos ou de expansão urbana, o
loteador deve se ater aos termos do Decreto-Lei 58/37 e também à Instrução nº 17-B do INCRA,
que dispõe sobre o parcelamento de imóveis rurais para fins urbanos ou de expansão urbana e
outras modalidades de parcelamentos rurais.
• Aprovação e Legalidade
Para os loteamentos e desmembramentos serem considerados legais, a planta e o projeto devem
ser previamente aprovados pela Prefeitura, obedecida a legislação pertinente.

Após a aprovação o loteamento, deve ser registrado no Cartório de Registro de Imóveis


competente, nos termos e na forma como dispõe o art.18 da lei 6.766/79. A execução das obras de
infraestrutura se dará segundo a respectiva aprovação.

Desta forma, o loteamento ou desmembramento só se tornará legal depois de aprovado,


executadas as obras de infraestrutura ou garantida a sua execução e submetido ao registro
imobiliário, conforme definido pela legislação vigente.
• Procedimento de Registro do Parcelamento
O registro do parcelamento deve ser pedido ao serviço imobiliário ao qual a área é atribuída, dentro de 180 (cento e
oitenta) dias a partir da aprovação pela autoridade administrativa competente.

O procedimento de registro do parcelamento do solo urbano tem natureza administrativa, mas pode comportar uma fase
jurisdicional.

Em regra, todos os requerimentos, documentos, exames e atos, estão atrelados a um procedimento administrativo que
tramita perante o registro de imóveis competente, onde ficarão arquivados os respectivos autos depois de registrado o
loteamento ou o desmembramento.

A natureza desse procedimento é administrativa, porque não se exclui a possibilidade de ocorrência de conflitos de
interesses que se verifica quando há impugnação ao registro pretendido. Neste caso, para solucionar a questão será
necessário um processo jurisdicional – não administrativo, uma vez que a solução da impugnação de registro de
parcelamento do solo não fica na esfera administrativa do registrador de imóveis, nem no âmbito administrativo do Juiz
Diretor do Foro, mas sim na esfera jurisdicional do Juiz de Direito (art.19 e parágrafos da lei 6.766/79).

Por isso, pode-se dizer que o procedimento de registro de parcelamento do solo urbano tem duas fases: a primeira
administrativa, que é necessária; a segunda é jurisdicional, que é eventual.
• Da fase administrativa não se pode prescindir. A fase jurisdicional só surgirá se houver impugnação ao
registro pretendido.
Não se devem confundir quaisquer dessas fases do registro com a suscitação de dúvida, que pode
ocorrer em procedimento de registro de loteamento ou desmembramento ou mesmo em qualquer outro
procedimento de registro.
A suscitação de dúvida tem fundamento legal no artigo198 da Lei de Registros Públicos (Lei 6.015/73) e é
fruto do dissenso sobre a prática de ato de registro entre o Oficial Registrador (que se nega a proceder ao
registro) e o interessado. Esse dissenso é solucionado em âmbito administrativo judicial por reexame do
Juiz Diretor do Foro da respectiva Comarca.
A impugnação de registro de loteamento ou de desmembramento tem fundamento legal no artigo 19 da
Lei 6.766/79 e pode ser exercida por qualquer interessado, estribada em direito real e que deve ser
resolvida no âmbito jurisdicional, por Juiz de Direito, e, se houver apelação, pelo Tribunal de Justiça.
Em suma, na esfera da legalidade do parcelamento do solo, a aprovação pela Prefeitura está para o início
das obras de infra-estrutura básica, assim como o registro está para as vendas. O registro do
parcelamento, portanto, pressupõe sua aprovação e deve preceder às vendas dos lotes.
Assim, o registro atua como ponto final da amarração jurídica do parcelamento do solo. A principal
conseqüência do registro é que atribui ao imóvel o estado jurídico-registrário de propriedade parcelada.
Desta forma, os lotes passam a existir autônoma e distintamente. Passa a existir a separação das vias
públicas e demais espaços livres, que nos termos do art. 22, da Lei nº 6.766/79, passam a integrar o
domínio do município. Há, com o registro, a subordinação do parcelamento, à citada Lei 6.766/79.
O registro será procedido após intervalo temporal de 15 (quinze) dias, necessariamente decorrente da
última publicação do edital do pedido de registro em 03 (três) dias consecutivos no Diário Oficial do
Estado e num dos jornais de circulação diária, se na capital, ou num dos jornais locais, se no interior.
• Registro Obrigatório
É obrigado a depositar no Cartório de Registro de Imóveis, os
documentos indicados no artigo 18 da Lei 6.766/79, quem quiser
vender lotes mediante pagamento do preço a prazo em prestações
sucessivas e periódicas.
Entre os documentos exigidos está o “contrato-padrão”, que cabe ao
oficial registrador verificar se satisfazem os requisitos do artigo 26
da citada lei.
O parcelamento que desobedecer qualquer das formalidades, não
será permitida alienação legítima de áreas em que se indique lote e
quadra, sendo que nenhuma venda desse tipo merece acolhida no
registro imobiliário.
A pessoa que adquirir um lote e verificar que o registro não foi
efetuado, tem o dever de suspender o pagamento das prestações
de compra e notificar o parcelador a suprir a falha.
• Impedimento de Registro
A existência de ação penal, com denúncia recebida, contra as pessoas
em nome das quais se promove o parcelamento do solo, por crime contra
a Administração Pública e contra o Patrimônio, impede o registro a teor do
disposto no artigo 18, III, § 2º, da Lei 6.766/79.
Não se está com a restrição, fragilizando a presunção constitucional de
inocência, que seguramente milita em favor do denunciado. Apenas e tão
somente estão a lume determinadas limitações que sofrem os réus após o
recebimento da denúncia.
Quando se tratar de pessoa jurídica, as certidões previstas no artigo 18 da
Lei sob comento, da mesma forma, deverão ser tiradas em nome de seus
administradores. E se ela for composta por outras pessoas jurídicas, do
mesmo modo, em nome dos administradores destas.
Os crimes contra o patrimônio estão tipificados nos artigos 155 a 183 do
Código Penal e os contra a administração pública, estão tipificados nos
artigos 312 a 337 do mesmo codex.
• Responsabilidade do Registrador Imobiliário

Com a devida aprovação da autoridade municipal, isenta o


registrador imobiliário da responsabilidade pelo crime de
registro irregular, pois só se configura a conduta criminosa
definida no artigo 52 da Lei n.º 6.766/79, se houver registro de
loteamento ou desmembramento não aprovado pelas
autoridades competentes, como elemento objetivo,
caracterizador da ação proibida ao oficial.

O oficial registrador poderá suscitar dúvida ao Juiz Diretor do


Foro, se a aprovação feita pelo Município contrariar a lei
federal, mas se registrar o parcelamento, não terá
responsabilidade penal.
• Alteração do Loteamento

Nos termos do artigo 28 da Lei 6.766/79, qualquer alteração ou


cancelamento parcial do loteamento registrado dependerá de
acordo entre o loteador e os adquirentes de lotes atingidos pela
alteração, bem como da aprovação pela Prefeitura Municipal,
ou Distrito Federal quando for o caso, devendo ser depositada
no Registro de Imóveis, em complemento ao projeto original,
com a devida averbação.

Aplica-se estas mesmas disposições ao desmembramento


submetido a registro. O cancelamento do registro do
loteamento se fará de acordo com o disposto no art. 23 da
mesma Lei.
• C ompetênc ia do Munic ípio na Urbaniz aç ão
Convêm deixar claro que as normas legais urbanísticas alusivas a loteamento ou
desmembramento são de competência Municipal, ou do Distrito Federal, quando for
o caso.
Não se trata aqui de normas de registro imobiliário pura e simplesmente, e isso
porque nesse campo a União tem expressa e privativa competência para legislar,
não devendo sequer ser considerada qualquer norma Municipal porventura
existente a respeito.
Tratando-se, porém de questão urbanística, de zoneamento urbano, a competência
legislativa passa a ser Municipal, por força de sua autonomia consagrada
constitucionalmente.
Seria o caso de perguntar: um cartório imobiliário, ao receber um projeto de
desmembramento já aprovado pela municipalidade, com base em lei, autorizando
área inferior à norma federal, deve proceder ao registro? Obedecerá a norma
municipal ou à federal? Do que foi exposto, inegavelmente prevalece a norma
municipal, com amparo na própria Constituição Federal, face à autonomia municipal
consagrada no artigo 30, incisos I e II da Constituição Federal.
OBRIGADA PELA ATENÇÃO!
BONS ESTUDOS
Referencias bibliográficas

• CENEVIVA, Walter. Lei dos notários e dos registradores comentada. São Paulo: Saraiva, 4. .ª
ed., 2002.
• NOGUEIRA, Wagner Rodolfo Faria. Parcelamento do solo. Jus Navigandi, Teresina, a. 7, n. 84,
25 set. 2003. Disponível em: <http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=4349>.
• SILVA, José Afonso da. Direito Urbanístico Brasileiro. ERT, São Paulo: 1981.
• GALHARDO, João Baptista. O Registro do Parcelamento DO Solo Para Fins Urbanos. Porto
Alegre: IRIB, 2004, página 32 e 33.

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