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Cezar Augusto Bordallo chegou jovem ao Brasil, fixando-se no Rio de Janeiro junto com
os irmãos José Augusto, Luiz Cândido e João Ildefonso Bordallo, Armando Augusto
Bordallo, constituiu uma grande gama de empresas.
Nasceu em 2 de dezembro de 1875. Naturalizou-se brasileiro no dia 7 de Julho de
1905. Faleceu em 22 de novembro de 1939 quando iria completar, portanto, apenas 64
anos. Era o filho de João de Deus Bordallo e Anna Joaquina (Reis) Soares Manso. Casado,
em segunda núpcia, com a Sra. Isaura Andrade Bordallo, teve três filhos Odette, Armando
e Solange. Primeira núpcia com a Sra. Satyra Cozzenza Bordallo.
Homem austero, de muitas qualidades e vida intensa, formou, em torno de si, um grupo de
amigos brasileiros e portugueses para constituírem empresas, entre os quais José da Cruz
Senna, Pedro Barcellos Pessoa, Bento Costa, Cândido Bordallo e outros. Foi um grande
empreendedor, de ideais perseverantes, atuava em regime de sociedades anônimas, com
capital societário dos quais ele e seus irmãos detinham a maioria das cotas.
Com tamanha credibilidade de comportamento e atitudes conseguiu angariar a confiança
de muitos para propor-lhes negócios em sociedades. Teve uma vida intensa ligada aos
negócios e objetivos de construção de uma sociedade dinâmica e fraterna. Pensou nas
condições de seguridade de seus trabalhadores, de pecúlio, pensão e aposentaria; além de
lazer e cultura.
Família Bordallo
Pais: João de Deus Bordallo e Anna Joaquina (Reis) Soares Manso
Filhos
José Augusto Bordallo - (Nascimento 1862)
Antonio Joaquim Bordallo - (Nascimento 1865)
Manuel Joaquim Bordallo - (Nascimento 1866)
Antonio Encarnação Bordallo - (Nascimento 1869)
Maria Josefá Bordallo - (Nascimento 1871)
Francisco José Bordallo - (Nascimento 1873)
Cezar Augusto Bordallo (Nascimento 1875)
Luís Cândido Bordallo (Nascimento 1878)
Maria Cândida Bordallo (Nascimento 1883)
José Antonio Bordallo (Nascimento 1885)
Mara dos Prazeres Bordallo (Nascimento 1888)
João Ildefonso Bordallo
Armando Augusto Bordallo
Conrado Augusto Bordallo
Cezar Augusto Bordallo esteve à frente de empresas para produção e comércio de
calçados, tecidos, água mineral, incorporadoras imobiliárias, transportes aéreos, etc.
Expandiu suas Empresas por diversas cidades do país, Rio de Janeiro, São Paulo, Santos,
Fortaleza, Manaus, Niterói, Porto Murtinho. Era considerado entre os maiores empresários
do Brasil.
A seguir, são apresentadas diversas atividades exercidas pelo Dr. Cezar Augusto Bordallo.
Bordallo & Comp Limitada.
De José Augusto Bordallo e Cezar Augusto Bordallo para o comércio de calçados, nesta
praça, à Rua da Prainha n. 122 com o capital de 90.000$, sob a firma de Bordallo & Comp.
05/07/1900; negociantes, estabelecidos com fábrica de calçado, à Rua da Prainha n.º 18 o
20, César Augusto Bordallo, subdito português, sócio solidário da firma Bordallo &
Comp., estabelecido nesta praça à rua do Núncio n. 35. A fábrica de calçados Bordallo e
Companhia foi fundada em 05/07/1896 com depósitos e filiais “Rio, Ceará (Casa Bordallo)
e Amazonas”.
A Bordallo tem a participação significativa da família: Cezar Augusto, José Augusto,
Luiz Cândido, Antonio da Encarnação, Armando Augusto, Augusto Conrado. Dr.
Cezar Augusto Bordallo contava apenas 20 anos.
Oficina da Bordallo
Propaganda da Bordallo & Companhia - Foto da movimentada Casa Bordallo - Propaganda
em jornal Fundada 1896 – Ceará – Fachada da Companhia de Calçados Bordallo, RJ
Já em 1930, na fábrica de São Paulo, a “Cia. de Calçados Bordallo” empregava 197
operários e um capital de 7 mil contos. Era considerada entre as três maiores fábricas de
calçados do Brasil:
“secundada agora pela capital federal, o principal polo calçadista do país estava
na cidade de São Paulo, com as suas 184 indústrias. As três maiores indústrias de
calçados eram: Bordallo, Clark e Alpargatas”.
A Comp. Calçados Bordallo vendia para o governo brasileiro através do Ministério da
Guerra:
“Aprova o ato do Presidente da República que mandou executar o contrato
celebrado entre a Diretoria de Intendência da Guerra e a Companhia de
Calçado Bordallo S.A., no exercício de 1927” para venda de botinas para o
Ministério da Aeronáutica.
Entrevista do Dr. Cezar Augusto Bordallo ao Jornal “A Noite” – 26 de Outubro de 1928:
Ele aborda de questões trabalhistas, impostos e infraestrutura de transporte e sobretudo
formação e escolaridade dos trabalhadores de suas Empresas. Não abria mão da formação
educacional de seus trabalhadores, condição indispensável para melhoria da produtividade
e, sobretudo, para o crescimento do país. Sua Fábrica é única responsável pelo transporte
de seus trabalhadores à Fábrica com uma frota de 3 ônibus.
Em outra entrevista ao mesmo jornal “O PAIZ”, Dr. Cezar Augusto Bordallo expressa suas
preocupações a respeito das indústrias, ainda hoje atuais, e, por isso entendemos
importante transcrevê-las:
O entrevistador faz a apresentação do Dr. Cezar Bordallo:
“Viemos apresentar-lhes hoje as considerações que sobre o assumpto nos
fez um dos mais conceituados industriais do Rio de Janeiro, e talvez de todo
o Brasil, o Sr Cezar Augusto Bordallo, chefe da Casa Bordallo, uma das
maiores, sendo no Brasil e de toda a América do Sul”.
E prossegue:
“A Casa Bordallo é um dos exemplos mais frisantes de quanto pôde a
tenacidade no trabalho, aliada a um conhecimento perfeito da indústria a
desenvolver... Entrar na fábrica Bordallo do Rio de Janeiro é ter a impressão
consoladora da intensa atividade, de irrepreensível ordem sem arredar pé
do seu posto, o Sr. Cezar Bordallo há muitos anos ali vive a tornar a cada
hora o pulso àquele formidável organismo que está sob a sua inteligente
vigilância.”.
Dr. Cezar Bordallo inicia a entrevista fazendo um breve, mas não menos importante
histórico da indústria calçadista:
- A indústria de calçado deixou de ser aquela tradicional indústria manual,
aí, por 1888, pouco mais ou menos por ocasião da libertação dos escravos.
Tornou-se então tão grande o consumo de calçados que a produção
existente mal dava para as enormes compras dos lojistas, apesar de nessa
época haver ainda forte importação da Inglaterra, da França e da Polônia.
A fabricação de calçado era então no Rio, como em toda parte, feita pelo
chamado “Sistema Black”, que consiste em uma máquina que cose por
dentro o calçado da parte interna para a parte externa, sendo o seu
acabamento exclusivamente manual.
- A indústria assim se manteve durante muito tempo até que, em 1905, se
deu um grande movimento operário e principiaram as greves a atormentar
os industriais que tinham a coragem de querer dar impulso à indústria.
Daqui o tomarem os industriais a resolução de procurar maquinismo que
pudesse permitir-lhes dispensar uma parte desse pessoal agitador e
turbulento. Foi esse o início do desenvolvimento da indústria com a adoção
do fabrico norte-americano denominado “Goodyear Welt”. No Districto
Federal e em São Paulo instalaram-se então grandes fábricas de calçado
com a introdução desses aperfeiçoadíssimos maquinismo, que embora
custosos, nivelaram a nossa indústria com as similares estrangeiras.
- Desde então nunca mais a indústria de calçado deixou de progredir? -
perguntou o repórter.
- Sim, mas teria progredido muito mais, podendo dominar a estas horas
todos os mercados sul-americanos se, a prender os surtos de progresso,
não tivessem vindo o peso considerável dos impostos. Foi durante o
Governo de Campos Salles que apareceu o imposto de consumo sobre o
calçado.
- Começou-se por taxar um par de sapatos com $200 e um par de botinas
com $400. Esse imposto tem ido pouco a pouco aumentando e assim é que
hoje um par de sapatos paga $800, um par de botinas 1$500 e um par de
botas de montaria 2$500. Estes aumentos consecutivos têm prejudicado
grandemente a indústria de calçado, isto é, os legítimos industriais, assim o
próprio consumidor.
Dr. Cezar Bodallo fala a seguir como presidente do Centro de Indústria de Calçado e
Commercio: -
“O Centro de Indústria de Calçado e Commercio jamais se descuidou de
pugnar pelos interesses da indústria que representa, procurando repetidas
vezes as comissões de finanças em várias representações, nada tendo,
porém, logrado obter das ditas comissões em benefício da indústria e
também do consumidor... Para obter este desideratum não se tem
encontrado outro meio que não seja a agravação de impostos. É este um
dos maiores obstáculos ao progresso da indústria de calçado, porque não
sabemos o que nos espera no dia de amanhã e não nos sentimos
encorajados a tomar novos e graves compromissos com o estrangeiro, na
intenção de fazer progredir ainda mais o nosso fabrico...”
E alertava: -
“o que é mais grave nessa matéria é que esse agravamento de impostos
resulta em última análise em uma enorme evasão de rendas da Fazenda
Nacional, ao mesmo tempo que impede o desenvolvimento da indústria.
Para se eximirem a esses pesados impostos em grande número de fábricas
não sai de um fabrico limitado para obter do governo a inscrição de
registro gratuito. As condições do mercado permitiriam que elas se
tornassem grandes fábricas, mas com receio das tributações ficam-se nesse
fabrico limitado. Estas fabricas não são nenhuma meia dúzia. São aos
milhares em todo o país”.
Dr Cezar Bordallo não deixa dúvidas quanto a suas afirmações quando apresenta os
números exibidos do setor referentes ao ano de 1922:
- “A estatística de 22 apresenta uma produção total de 20.781.547 pares de
calçados, estando ahi incluídos 9.532.000 de chinelos. Veja essa produção
comparada com a nossa população de mais de 30 milhões! Com um
apparelhamento que não tem rival em todo mundo, os industriais de
calçado no nosso país, pelo menos aqueles que merecem esse nome, que
cumprem com o dever pagando os pesados impostos que lhes são
cobrados, permanecem sujeitos a uma concorrência desleal por parte
daqueles que à sombra de favores dos governos não pagam os impostos
que deveriam pagar.
Neste ponto o Dr. Cezar Augusto Bordallo apresenta os números que julgava serem prova
cabal de suas afirmações:
- “A demonstração que lhe estou fazendo é clara e positiva e para isso basta
ver que o número de fábricas registradas é de 8.193, assim distribuídas”:
Pequenas fábricas - 4.715
Fábricas médias - 173
Grandes fábricas - 162
Fábricas gratuitas - 2.847
- “Estes algarismos são simplesmente espantosos e falam por si, mostrando
quanto o Estado perde e quando nos faz perder”.
Prosseguiu, depois, falando sobre a indústria subsidiária de curtume, chamando a atenção
para a necessidade dos criadores de gado se educarem:
“...e que a pele dos seus animais podia ser para pecuária nacional uma das
maiores riquezas... se entendessem que favoreceriam a indústria calçadista
nacional evitando se libertar das importações, pelo contrário, favorecendo-
os a exportação”.
Jornal Diário Carioca “O PAIZ” de 10 de dezembro de 1926 - AS NOSSAS FONTES DE
PRODUCÇÃO E RIQUEZA – A GRANDE INDÚSTRIA NACIONAL DE CALÇADOS
- A SUA SITUACÇÃO ATUAL - Entrevista com Dr. Cezar Augusto Bordallo.
O diário “Jornal do Ceará” em sua edição de 23/12/1907 repercute, com auspiciosa notícia,
a matéria da Revista do Brasil as novas instalações da Bordallo e Cª:
“Indústria do Calçado”
Felizmente já podemos afirmar que a indústria brasileira em surtos
gigantescos se vai desprendendo dos laços entorpecidos da letargia a que
tem estado entregue até os nossos dias e, incontestavelmente, a indústria
do calçado é uma das que mais tem progredido.
O fabrico do calçado nacional avulta-se e aperfeiçoa-se, dia a dia,
apresentando-se já em forte concorrência com o estrangeiro. É sempre com
a maior satisfação que devemos registrar novos empreendimentos
industriais. Assim é que, aproveitando assomo do progresso geral, os
conhecidos industriais Srs. BORDALLO E Cª, proprietários da conceituada
fábrica de calçados “ESTRELLA do BRASIL”, inauguraram, em Abril p.p., no
vasto e opulento prédio sito à rua do Núncio, 35, a instalação de moderna e
aperfeiçoadíssimo maquinismo, movida à eletricidade, para fabricação de
calçados no sistema Goodyear. O sistema Goodyear é propriedade dos srs.
BORDALLO & C.ª que para melhor distinguir os seus produtos, registraram
a marca do seu calçado sob o A 4763, na meritíssima Junta Comercial.
Fizeram a melhor aquisição de moderníssimos maquinismo europeus e
norte-americanos. Os materiais empregados são todos de primeira
qualidade. A produção diária da fabrica é de 1000 pares de calçados de
diversas qualidades para homens, senhoras, crianças e sandálias diversas.
A fim de melhor servir os seus fregueses e servir os numerosos pedidos que
chegavam de todas as partes do Norte do Brasil, os empreendedores
industriais abriram casas filiais no Ceará e Amazonas onde têm grandes
depósitos de mercadorias.
No corrente ano forneceram calçados ao Exército e pretendem fornecer à
polícia e corpo de Bombeiros o seu novo sistema de solido calçado
impermeável. O interior da fábrica dos Srs. Bordallo & C.ª nada deixa a
desejar, é um perfeito modelo de instalação. As fotografias que ilustram
essa notícia, darão uma ideia aproximada daquele conjunto de excelentes
maquinismo movido à eletricidade - poderoso fator de todas as forças da
indústria moderna (da Revista do Brasil).
A composição de sócios da Bordallo e Comp. Limitada era a seguinte:
Cezar Augusto Bordallo, 575 cotas,
José Augusto Bordallo, 500 cotas,
Belmiro Mendes de Vasconcelos, 360 cotas,
Luiz Cândido Bordallo, 300 cotas,
Manoel Francisco da Fonseca, 150 cotas,
Alberto Oliveira Fonseca, 150 cotas,
Silvino Peixoto, 150 cotas,
Augusto Conrado Bordallo, 150 cotas,
Delfim Eugênio da Silva Farrusco, 150 cotas,
Augusto dos Santos Bordallo, 50 cotas,
Antonio da Encarnação Bordallo, 50 cotas,
João Ildefonso Bordallo, 25 cotas,
Francisco José Bordallo, 25 cotas,
Florismundo Ribeiro, 25 cotas,
Cruz e Senna e Companhia
Fábrica de Tecidos Esperança: fica constituída, sob a firma Cruz, Barcellos & Comp,
uma sociedade em comandita por ações com sede e foro jurídico nesta cidade do Rio de
Janeiro, da qual são sócios solidários José da Cruz Senna e Pedro Barcellos Pessoa –
15/04/1909
A “Esperança” foi resultado de “compra feita em leilão judicial de 27 de
fevereiro de 1909 e passada em notas do tabelião major Carlos Theodoro
Gomes Guimarães, em 18 de março de 1909, do prédio e edifícios anexos,
maquinismo e acessórios, constantes do acervo da Companhia de Fiação e
Tecelagem <Santa Maria>, em liquidação forçada e bem assim das
despesas feitas pelos mesmos solidários com reparações, limpeza, tudo na
importância de 139:612$740 e, sendo esta compra e mais despesas feitas
pelos solidários, submetida a votos dos comanditários, foi unanimemente
aprovado, pelo que os ditos comanditários aprovam e ratificam todos os
atos preparatórios praticados pelos solidários para constituição da
sociedade.” Em 7de julho de 1919 a Cruz, Barcellos & Comp. continuará em
forma anônima sob a denominação de “Fábrica de Tecidos Esperança S.A”,
as suas operações industriais e comerciais, no mesmo local da Rua
Francisco Eugênio, 319”
Cezar Augusto Bordallo esteve à frente de diversas Associações ligadas à suas
atividades:
COMPANHIA SEGURANÇA INDUSTRIAL - 1920
ATA DA ASSEMBLÉA GERAL PARA CONSTITUIÇÃO DA SOCIEDADE
ANONYMA SEGURANÇA INDUSTRIAL
Objeto e fins da Companhia de Seguros Segurança Industrial: Seguros
contra accidentes no trabalho.
Aos sete dias do mez ' de fevereiro de mil novecentos a vinte, ás duas horas
da tarde, nesta cidade do Rio de Janeiro á Avenida Rio Branco número
cinquenta e oito, primeiro andar, reuniram-se em número legal,
representando mais de dois terços do capital social, e a convite da Diretoria
do Centro 'Industrial do Brasil:
São diretores da companhia, os seguintes senhores: Ildefonso Dutra,
presidente; Industrial, residente Rua Voluntários da Pátria n. 314. Rio; Dr.
Joaquim de Aguiar Costa Pinto, diretor-gerente, advogado, residente à Rua
Paissandu, n. 163. Rio; Julião de Baére, industrial residente à Rua
Copacabana, n.º 76, Rio; Joh Kunning. Industrial, residente à Rua Santa
Christina nº 161, Rio; Cezar Augusto Bordallo, industrial, residente à Rua
Almirante Tamandaré n. 47, Rio.
Nunca é demais lembrar que a Consolidação das Leis da Previdência é firmada, no
governo Vargas, sobretudo, após a promulgação da Consolidação das Leis do Trabalho, em
1943. Portanto, a CSI, se antecipou oferecendo aos trabalhadores um seguro próprio para
classe de trabalhadores.
Humberto Carvalho e Cia: Cezar Augusto Bordallo assume como “sócio comanditário”
depois da saída de Humberto Carvalho da diretoria - 12/1919.
CENTRO INDUSTRIAL do BRASIL – 1924
Em 1924, Cezar Augusto Bordallo é diretor do Centro Industrial do Brasil. O Centro
Industrial do Brasil foi uma ampliação, em caráter nacional, da Companhia Segurança
Industrial, Rio de Janeiro, uma sociedade cujo fim era formar uma “sociedade anônima,
destinada especialmente a funcionar em seguros contra acidentes do trabalho” no Brasil.
Além disso, o Centro Industrial do Brasil, CIB, representou uma importante iniciativa de
centralização e encaminhamento das reivindicações e demandas apresentadas pelos
industriais estabelecidos na Primeira República Brasileira.
De acordo com os estatutos a associação tinha entre outros objetivos promover o
desenvolvimento da indústria e incentivar a formação de associações congêneres nas outras
federações brasileiras. O CIB mantinha ações junto ao poder público. No período de 1928
– 1931, Cezar Augusto Bordallo foi 2º. Tesoureiro do CIB.
Centro da Indústria de Calçados e Commercio de Couros
O Jornal Correio da Manhã registra a reunião do Centro da Indústria de Calçados e
Commercio de Couros "sob a presidência do Sr. Cezar Augusto Bordallo”. (10 -12 – 1913)
Sindicato dos Lojista do Rio de Janeiro – O Diário Oficial da União de 17 de Janeiro de
1936 – Cezar Augusto Bordallo é membro do Conselho Fiscal
“Grêmio Republicano Português” - 1934:
Grêmio Republicano Português foi fundado em 19 de maio de 1908 e Cezar Augusto
Bordallo era membro, fazendo parte do corpo de diretores fiscais.
No século XX, a imagem do emigrante português radicado no Brasil é caracterizada pela
ligação que mantém com o regime de Salazar. Na verdade, o Salazarismo é o referencial
para os estereótipos do "portuguesismo", que marcam a propaganda oficial do Estado
Novo.
A sua base ruralista, a ênfase na superioridade dos valores simples da vida camponesa, são
elementos presentes na elaboração de uma imagem oficial do "ser português" e da
realidade portuguesa como um todo. No entanto, há outra “imagem” da emigração a ser
considerada, já que o Brasil sempre foi o refúgio de muitos dissidentes dos regimes
conservadores de Portugal, nomeadamente, os liberais, perseguidos pelo Miguelismo,
(guerra civil portuguesa de cunho monarquista afeita às causas de sucessão do trono
português 1828 – 1834) e republicanos, após o fracasso do Movimento de 1891.
Alguns destes emigrados formam associações de cunho político, como o Grêmio
Republicano Português fundado por um republicano do 31 de Janeiro 1891, que foi o
primeiro movimento revolucionário para implantação do regime republicano, em Portugal,
e que tem como uma de suas metas "exercer a propaganda republicana entre a colônia
portuguesa". Para este Centro, convergem figuras importantes de exilados, como Sarmento
Pimentel, escritor e político ligado ao 31 de Janeiro, um dos seus diretores.
Instituto do Câncer:
Cezar Augusto Bordallo, atuou em apoio à instituição e tem seu nome gravado quando
subscreveu:
Kroeff, no primeiro dia após sua nomeação, em 31 de dezembro de 1937,
solicitaria a Raul Leitão da Cunha, presidente da comissão do monumento à
memória de Oswaldo Cruz, a cessão para o Centro de Cancerologia do
terreno existente no bairro de Santo Cristo, doado à Fundação Oswaldo
Cruz, onde fracassara o projeto de construção do Hospital de Câncer. A
resposta só seria retornada em 21 de janeiro de 1938, assinada pelos
médicos que compunham a Comissão, Raul Leitão da Cunha, Salles Guerra,
Clementino Fraga e pelo Comendador Cezar Augusto Bordallo. O ofício,
favorável à cessão do terreno, pediria, como única exigência, o nome de
Oswaldo Cruz na nova instituição. Apesar do acordo firmado, e o recurso
com a venda do terreno servido para alçar três anos depois, o Serviço
Nacional de Câncer na vanguarda técnica no tratamento anticâncer na
década de 1940, o nome de Oswaldo Cruz jamais seria associado à luta
contra o câncer no país.
Comissão do Monumento à Oswaldo Cruz:
Dr. Cezar Augusto Bordallo esteve sempre envolvido com a sociedade carioca,
sobretudo, à colônia portuguesa. Levando em conta isso, o Ministro da Educação e Saúde
Pública do governo Vargas (1934 a 1945), Dr. Gustavo Capanema, faz-lhe convite pessoal
como representante da colônia portuguesa junto à Comissão do Monumento a Oswaldo
Cruz:
Sr. Cezar Augusto Bordallo:
Tenho o prazer de comunicar-vos que vos designei para, juntamente com os
Srs.• Deputado Conde Pereira Carneiro, Drs. Clementino Fraga e Egídio do
Sales Guerra, constituirdes, sob a presidência do professor Raul Leitão da
Cunha, reitor da Universidade do Rio de Janeiro, a comissão encarregada
de erigir, nesta Capital, um monumento á memória de Osvaldo Cruz.
'Saúde' e fraternidade’. — “Gustavo Capanema." Sr..,Cesar Augusto
Bordalo, designado nos seguisites termos, por aviso, E s216, de 14 de
novembro de 1935.”
Companhia Industrial São Joanense
Em outubro de 1919 a Fábrica de Tecidos Esperança começa a participar como sócia da
Cia Industrial São Joannense conforme cautela assinada por Cezar Augusto Bordallo,
José da Cruz Senna e Pedro Barcellos Pessoa, com capital de 398:083$880 representados
em 1350 ações. 11/10/1919 Em Fevereiro de 1925, por sugestão de acionista da Fábrica
de Tecido Esperança, o Sr. Antonio Pinto Osório Junior, faz a proposta de que as ações
da Cia. Industrial São Joannense e outras que venha a possuir
não podem ser vendidas ou alienadas, sem expressa autorização da Diretoria. A proposta
foi de pronto acatada por todos. Em outubro de 1928, em assembléia, a Fábrica de Tecidos
Esperança autoriza a Diretoria a adquirir, por compra, o restante das ações da Companhia
Industrial São Joannense. 15/10/1928
Bordallo & Comp., estabelecidos com fábrica de calçado, à rua José
Mauricio 55/61, nesta capital e com filial em S. Paulo, à rua da
Conceição, n.º 58 e 60, registrada na M. Junta Comercial desta Capital sob
o n. 75.002, resolvem Converter a atual sociedade em Sociedade por quotas
de Responsabilidade Limitada, de conformidade com o decreto nº. 3.708 de
10 do Janeiro do 1.919. A Bordallo & Comp. passa a denominar-se Bordallo
e Companhia Limitada. O Sr. Cezar Augusto Bordallo declarou que esta
reunião tinha por fim tratar da organização definitiva da Companhia
Calçado Bordallo que deve substituir a firma por quotas de capital
limitado, Bordallo & Comp. Limitada - 02/03/1923
Bordallo & Comp. Ltda na cidade em São Paulo
Sob a razão de Bordallo & Comp. Limitada, fica constituída nesta data uma sociedade
por quotas limitadas, para exploração de fabrico e comércio de calçado, sita à rua José
Mauricio números 55/61 nesta Capital e filial em S. Paulo, à rua da Conceição ns 58/60,
podendo criar outras filiais, (Santos) - em São Paulo. - 15/01/1920
Na Assembléia Geral Extraordinária de 23 de fevereiro de 1935, o Sr. Cezar Bordallo
solicita a renúncia do cargo de presidente da Bordallo e Comp. Ltda.
Pede então, a palavra o senhor Cezar Augusto Bordallo para apresentar a
sua renuncia de presidente da companhia, alegando o seu estado de saúde
que não lhe permitia continuar a prestar os seus serviços à companhia,
onde colaborava há trinta e nove anos. Todos os presentes, embora
lamentando o afastamento do senhor Cezar Augusto Bordallo, aquiesceram
ao pedido de renúncia em atenção ao justo motivo apresentado.
Propaganda publicada no Jornal Santista Gazeta Popular - 12/01/1934.
NAS CAMPANHAS DO INÍCIO DO SÉCULO E, SOBRETUDO, A PARTIR DOS ANOS 20, NOVOS ESTILOS E
MOTIVOS EVIDENCIAM-SE: NAS PROPAGANDAS, A MULHER, SÍMBOLO MAIOR DA REPÚBLICA, É
PERSONAGEM CENTRAL. MUITAS VEZES, AO LADO DAS FIGURAS FEMININAS, SURGEM IMAGENS
FOTOGRAFADAS QUE FALAM DA AGILIDADE E DO SUCESSO DOS NOVOS ESTABELECIMENTOS, EM SUA MAIOR
PARTE, INDUSTRIAIS.
Usina de Força e Luz. Oficina - Vila Operária - Fábrica e trecho de via Férrea de
Bissulfitação
Rótulo da garrafa de água - Presidente do Brasil Getúlio Vargas - Prédio de
Encarrafamento - Visita às instalações da São Lourenço.
Falecimento de Cezar Augusto Bordallo
O jornal paulistano Correio Paulistano registra em nota o falecimento do Dr. Cezar
Augusto Bordallo - 22/11/1939.
“Cezar Augusto Bordallo – Faleceu, nesta capital, no Sanatório Santa
Catharina, o Sr. Cezar Augusto Bordallo, chefe e sócio principal das Fábricas
e Casas Bordallo. O extinto residia no Rio de Janeiro e para cá viera a fim de
se submeter a uma intervenção cirúrgica.
Era casado com a Sra. Isaura Bordallo e deixa os seguintes filhos: Armando,
Solange e Odete, casados. O corpo seguiu ante ontem para o Rio de
Janeiro, em trem especial das 22:30 horas, acompanhado da viúva, filhos e
parentes e será sepultado no Cemitério S. João Baptista, às 9:00 horas”.
O Jornal Correio da Manhã, em sua página de "Actos Religiosos", publica o convite para
missa de 7º dia de falecimento do Dr. Cezar Augusto Bordallo a ser realizada no dia 28 de
novembro de 1939 no Altar Sagrado da "Egreja da Candelária" na Cidade do Rio de
Janeiro.
Família Bordallo, Amigos, Diretorias, Conselho de Administração e Funcionários e
Operários das principais Empresas em que ele esteve à frente:
Companhia de Calçados Bordallo,
Bairro de Fátima, Diretoria,
Conselho Fiscal da S.A Fábrica de Tecido,
Florestal Brasileira, Diretoria,
Conselho Fiscal da Companhia Industrial São Joanense,
Funcionários e Operários da S.A Fábrica de Tecido Esperança,
Empresa de Águas São Lourenço,
Operários das principais Empresas em que ele esteve à frente Companhia de Calçados
Bordallo,
Bairro de Fátima, Diretoria e Conselho Fiscal da S.A Fabrica de Tecido Esperança,
Florestal Brasileira,
Diretoria e Conselho Fiscal da Companhia Industrial São Joanense,
Funcionários e Operários da S.A Fábrica de Tecido Esperança e
Empresa de Águas São Lourenço.