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Histórico Empresarial de CEZAR AUGUSTO BORDALLO

CEZAR AUGUSTO BORDALLO – Imigrante português, nasceu na vila histórica


portuguesa de ALMENDRA, junto às margens do Rio Douro, perto da Foz do afluente Rio
Côa, casado com a Sra. Isaura Andrade Bordallo.
Cezar Augusto Bordallo doou o “Fontánario do Largo da Amoreira”, na placa lê-se:
“Oferecido ao povo de Almendra por Cezar Augusto Bordallo 1927”.  Construiu a escola
primária como consta na placa de azulejos de 1929. Colaborou, ainda, com sua cidade
natal oferecendo, juntamente com seu irmão José Augusto Bordallo, uma Central Elétrica
movida a gasóleo (óleo diesel) que iluminava a Vila até a meia-noite (1931 – 1932)
Escola Primária na Cidade de Almendra – Portugal Fontanário doado por Cezar Augusto
Bordallo

     
                                                          

Cezar Augusto Bordallo chegou jovem ao Brasil, fixando-se no Rio de Janeiro junto com
os irmãos José Augusto, Luiz Cândido e João Ildefonso Bordallo, Armando Augusto
Bordallo, constituiu uma grande gama de empresas.
Nasceu em 2 de dezembro de 1875. Naturalizou-se brasileiro no dia 7 de Julho de
1905. Faleceu em 22 de novembro de 1939 quando iria completar, portanto, apenas 64
anos. Era o filho de João de Deus Bordallo e Anna Joaquina (Reis) Soares Manso.  Casado,
em segunda núpcia, com a Sra. Isaura Andrade Bordallo, teve três filhos Odette, Armando
e Solange. Primeira núpcia com a Sra. Satyra Cozzenza Bordallo.
Homem austero, de muitas qualidades e vida intensa, formou, em torno de si, um grupo de
amigos brasileiros e portugueses para constituírem empresas, entre os quais José da Cruz
Senna, Pedro Barcellos Pessoa, Bento Costa, Cândido Bordallo e outros. Foi um grande
empreendedor, de ideais perseverantes, atuava em regime de sociedades anônimas, com
capital societário dos quais ele e seus irmãos detinham a maioria das cotas.
Com tamanha credibilidade de comportamento e atitudes conseguiu angariar a confiança
de muitos para propor-lhes negócios em sociedades. Teve uma vida intensa ligada aos
negócios e objetivos de construção de uma sociedade dinâmica e fraterna. Pensou nas
condições de seguridade de seus trabalhadores, de pecúlio, pensão e aposentaria; além de
lazer e cultura.
Família Bordallo
Pais: João de Deus Bordallo e Anna Joaquina (Reis) Soares Manso
Filhos
José Augusto Bordallo - (Nascimento 1862)
Antonio Joaquim Bordallo - (Nascimento 1865)
Manuel Joaquim Bordallo - (Nascimento 1866)
Antonio Encarnação Bordallo - (Nascimento 1869)
Maria Josefá Bordallo - (Nascimento 1871)
Francisco José Bordallo - (Nascimento 1873)
Cezar Augusto Bordallo (Nascimento 1875)
Luís Cândido Bordallo (Nascimento 1878)
Maria Cândida Bordallo (Nascimento 1883)
José Antonio Bordallo (Nascimento 1885)
Mara dos Prazeres Bordallo (Nascimento 1888)
João Ildefonso Bordallo
Armando Augusto Bordallo
Conrado Augusto Bordallo
Cezar Augusto Bordallo esteve à frente de empresas para produção e comércio de
calçados, tecidos, água mineral, incorporadoras imobiliárias, transportes aéreos, etc.
Expandiu suas Empresas por diversas cidades do país, Rio de Janeiro, São Paulo, Santos,
Fortaleza, Manaus, Niterói, Porto Murtinho. Era considerado entre os maiores empresários
do Brasil.
A seguir, são apresentadas diversas atividades exercidas pelo Dr. Cezar Augusto Bordallo.
Bordallo & Comp Limitada.
De José Augusto Bordallo e Cezar Augusto Bordallo para o comércio de calçados, nesta
praça, à Rua da Prainha n. 122 com o capital de 90.000$, sob a firma de Bordallo & Comp.
05/07/1900; negociantes, estabelecidos com fábrica de calçado, à Rua da Prainha n.º 18 o
20, César Augusto Bordallo, subdito português, sócio solidário da firma Bordallo &
Comp., estabelecido nesta praça à rua do Núncio n. 35.  A fábrica de calçados Bordallo e
Companhia foi fundada em 05/07/1896 com depósitos e filiais “Rio, Ceará (Casa Bordallo)
e Amazonas”.
A Bordallo tem a participação significativa da família: Cezar Augusto, José Augusto,
Luiz Cândido, Antonio da Encarnação, Armando Augusto, Augusto Conrado. Dr.
Cezar Augusto Bordallo contava apenas 20 anos.

Publicação de felicitações da Companhia Calçado Bordallo, pode se observar os dois


magníficos prédios das instalações da matriz no Rio de Janeiro e o da filial de São Paulo.

  
Oficina da Bordallo

                                 
Propaganda da Bordallo & Companhia - Foto da movimentada Casa Bordallo - Propaganda
em jornal Fundada 1896 – Ceará – Fachada da Companhia de Calçados Bordallo, RJ
Já em 1930, na fábrica de São Paulo, a “Cia. de Calçados Bordallo” empregava 197
operários e um capital de 7 mil contos. Era considerada entre as três maiores fábricas de
calçados do Brasil:
“secundada agora pela capital federal, o principal polo calçadista do país estava
na cidade de São Paulo, com as suas 184 indústrias. As três maiores indústrias de
calçados eram: Bordallo, Clark e Alpargatas”.
A Comp. Calçados Bordallo vendia para o governo brasileiro através do Ministério da
Guerra:
“Aprova o ato do Presidente da República que mandou executar o contrato
celebrado entre a Diretoria de Intendência da Guerra e a Companhia de
Calçado Bordallo S.A., no exercício de 1927” para venda de botinas para o
Ministério da Aeronáutica.
Entrevista do Dr. Cezar Augusto Bordallo ao Jornal “A Noite”  – 26 de Outubro de 1928:
Ele aborda de questões trabalhistas, impostos e infraestrutura de transporte e sobretudo
formação e escolaridade dos trabalhadores de suas Empresas. Não abria mão da formação
educacional de seus trabalhadores, condição indispensável para melhoria da produtividade
e, sobretudo, para o crescimento do país. Sua Fábrica é única responsável pelo transporte
de seus trabalhadores à Fábrica com uma frota de 3 ônibus.
Em outra entrevista ao mesmo jornal “O PAIZ”, Dr. Cezar Augusto Bordallo expressa suas
preocupações a respeito das indústrias, ainda hoje atuais, e, por isso entendemos
importante transcrevê-las:
O entrevistador faz a apresentação do Dr. Cezar Bordallo:
“Viemos apresentar-lhes hoje as considerações que sobre o assumpto nos
fez um dos mais conceituados industriais do Rio de Janeiro, e talvez de todo
o Brasil, o Sr Cezar Augusto Bordallo, chefe da Casa Bordallo, uma das
maiores, sendo no Brasil e de toda a América do Sul”.
 E prossegue:
“A Casa Bordallo é um dos exemplos mais frisantes de quanto pôde a
tenacidade no trabalho, aliada a um conhecimento perfeito da indústria a
desenvolver... Entrar na fábrica Bordallo do Rio de Janeiro é ter a impressão
consoladora da intensa atividade, de irrepreensível ordem sem arredar pé
do seu posto, o Sr. Cezar Bordallo há muitos anos ali vive a tornar a cada
hora o pulso àquele formidável organismo que está sob a sua inteligente
vigilância.”.
Dr. Cezar Bordallo inicia a entrevista fazendo um breve, mas não menos importante
histórico da indústria calçadista:
- A indústria de calçado deixou de ser aquela tradicional indústria manual,
aí, por 1888, pouco mais ou menos por ocasião da libertação dos escravos.
Tornou-se então tão grande o consumo de calçados que a produção
existente mal dava para as enormes compras dos lojistas, apesar de nessa
época haver ainda forte importação da Inglaterra, da França e da Polônia.
A fabricação de calçado era então no Rio, como em toda parte, feita pelo
chamado “Sistema Black”, que consiste em uma máquina que cose por
dentro o calçado da parte interna para a parte externa, sendo o seu
acabamento exclusivamente manual.
- A indústria assim se manteve durante muito tempo até que, em 1905, se
deu um grande movimento operário e principiaram as greves a atormentar
os industriais que tinham a coragem de querer dar impulso à indústria.
Daqui o tomarem os industriais a resolução de procurar maquinismo que
pudesse permitir-lhes dispensar uma parte desse pessoal agitador e
turbulento. Foi esse o início do desenvolvimento da indústria com a adoção
do fabrico norte-americano denominado “Goodyear Welt”. No Districto
Federal e em São Paulo instalaram-se então grandes fábricas de calçado
com a introdução desses aperfeiçoadíssimos maquinismo, que embora
custosos, nivelaram a nossa indústria com as similares estrangeiras.
- Desde então nunca mais a indústria de calçado deixou de progredir? -
perguntou o repórter.
- Sim, mas teria progredido muito mais, podendo dominar a estas horas
todos os mercados sul-americanos se, a prender os surtos de progresso,
não tivessem vindo o peso considerável dos impostos. Foi durante o
Governo de Campos Salles que apareceu o imposto de consumo sobre o
calçado.
- Começou-se por taxar um par de sapatos com $200 e um par de botinas
com $400. Esse imposto tem ido pouco a pouco aumentando e assim é que
hoje um par de sapatos paga $800, um par de botinas 1$500 e um par de
botas de montaria 2$500. Estes aumentos consecutivos têm prejudicado
grandemente a indústria de calçado, isto é, os legítimos industriais, assim o
próprio consumidor.
Dr. Cezar Bodallo fala a seguir como presidente do Centro de Indústria de Calçado e
Commercio: -
“O Centro de Indústria de Calçado e Commercio jamais se descuidou de
pugnar pelos interesses da indústria que representa, procurando repetidas
vezes as comissões de finanças em várias representações, nada tendo,
porém, logrado obter das ditas comissões em benefício da indústria e
também do consumidor... Para obter este desideratum não se tem
encontrado outro meio que não seja a agravação de impostos. É este um
dos maiores obstáculos ao progresso da indústria de calçado, porque não
sabemos o que nos espera no dia de amanhã e não nos sentimos
encorajados a tomar novos e graves compromissos com o estrangeiro, na
intenção de fazer progredir ainda mais o nosso fabrico...”
E alertava: -
“o que é mais grave nessa matéria é que esse agravamento de impostos
resulta em última análise em uma enorme evasão de rendas da Fazenda
Nacional, ao mesmo tempo que impede o desenvolvimento da indústria.
Para se eximirem a esses pesados impostos em grande número de fábricas
não sai de um fabrico limitado para obter do governo a inscrição de
registro gratuito. As condições do mercado permitiriam que elas se
tornassem grandes fábricas, mas com receio das tributações ficam-se nesse
fabrico limitado. Estas fabricas não são nenhuma meia dúzia. São aos
milhares em todo o país”.
Dr Cezar Bordallo não deixa dúvidas quanto a suas afirmações quando apresenta os
números exibidos do setor referentes ao ano de 1922:
- “A estatística de 22 apresenta uma produção total de 20.781.547 pares de
calçados, estando ahi incluídos 9.532.000 de chinelos. Veja essa produção
comparada com a nossa população de mais de 30 milhões! Com um
apparelhamento que não tem rival em todo mundo, os industriais de
calçado no nosso país, pelo menos aqueles que merecem esse nome, que
cumprem com o dever pagando os pesados impostos que lhes são
cobrados, permanecem sujeitos a uma concorrência desleal por parte
daqueles que à sombra de favores dos governos não pagam os impostos
que deveriam pagar.
Neste ponto o Dr. Cezar Augusto Bordallo apresenta os números que julgava serem prova
cabal de suas afirmações:
- “A demonstração que lhe estou fazendo é clara e positiva e para isso basta
ver que o número de fábricas registradas é de 8.193, assim distribuídas”:
Pequenas fábricas - 4.715
Fábricas médias -  173
Grandes fábricas -  162
Fábricas gratuitas - 2.847
- “Estes algarismos são simplesmente espantosos e falam por si, mostrando
quanto o Estado perde e quando nos faz perder”.
Prosseguiu, depois, falando sobre a indústria subsidiária de curtume, chamando a atenção
para a necessidade dos criadores de gado se educarem:
“...e que a pele dos seus animais podia ser para pecuária nacional uma das
maiores riquezas... se entendessem que favoreceriam a indústria calçadista
nacional evitando se libertar das importações, pelo contrário, favorecendo-
os a exportação”.
Jornal Diário Carioca “O PAIZ” de 10 de dezembro de 1926 - AS NOSSAS FONTES DE
PRODUCÇÃO E RIQUEZA – A GRANDE INDÚSTRIA NACIONAL DE CALÇADOS
- A SUA SITUACÇÃO ATUAL - Entrevista com Dr. Cezar Augusto Bordallo.
O diário “Jornal do Ceará” em sua edição de 23/12/1907 repercute, com auspiciosa notícia,
a matéria da Revista do Brasil as novas instalações da Bordallo e Cª:
“Indústria do Calçado”
Felizmente já podemos afirmar que a indústria brasileira em surtos
gigantescos se vai desprendendo dos laços entorpecidos da letargia a que
tem estado entregue até os nossos dias e, incontestavelmente, a indústria
do calçado é uma das que mais tem progredido.
O fabrico do calçado nacional avulta-se e aperfeiçoa-se, dia a dia,
apresentando-se já em forte concorrência com o estrangeiro. É sempre com
a maior satisfação que devemos registrar novos empreendimentos
industriais. Assim é que, aproveitando assomo do progresso geral, os
conhecidos industriais Srs. BORDALLO E Cª, proprietários da conceituada
fábrica de calçados “ESTRELLA do BRASIL”, inauguraram, em Abril p.p., no
vasto e opulento prédio sito à rua do Núncio, 35, a instalação de moderna e
aperfeiçoadíssimo maquinismo, movida à eletricidade, para fabricação de
calçados no sistema Goodyear. O sistema Goodyear é propriedade dos srs.
BORDALLO & C.ª que para melhor distinguir os seus produtos, registraram
a marca do seu calçado sob o A 4763, na meritíssima Junta Comercial.
Fizeram a melhor aquisição de moderníssimos maquinismo europeus e
norte-americanos. Os materiais empregados são todos de primeira
qualidade. A produção diária da fabrica é de 1000 pares de calçados de
diversas qualidades para homens, senhoras, crianças e sandálias diversas.
A fim de melhor servir os seus fregueses e servir os numerosos pedidos que
chegavam de todas as partes do Norte do Brasil, os empreendedores
industriais abriram casas filiais no Ceará e Amazonas onde têm grandes
depósitos de mercadorias.
No corrente ano forneceram calçados ao Exército e pretendem fornecer à
polícia e corpo de Bombeiros o seu novo sistema de solido calçado
impermeável. O interior da fábrica dos Srs. Bordallo & C.ª nada deixa a
desejar, é um perfeito modelo de instalação. As fotografias que ilustram
essa notícia, darão uma ideia aproximada daquele conjunto de excelentes
maquinismo movido à eletricidade - poderoso fator de todas as forças da
indústria moderna (da Revista do Brasil).
A composição de sócios da Bordallo e Comp. Limitada era a seguinte:
Cezar Augusto Bordallo, 575 cotas,
José Augusto Bordallo, 500 cotas,
Belmiro Mendes de Vasconcelos, 360 cotas,
Luiz Cândido Bordallo, 300 cotas,
Manoel Francisco da Fonseca, 150 cotas,
Alberto Oliveira Fonseca, 150 cotas,
Silvino Peixoto, 150 cotas,
Augusto Conrado Bordallo, 150 cotas,
Delfim Eugênio da Silva Farrusco, 150 cotas,
Augusto dos Santos Bordallo, 50 cotas,
Antonio da Encarnação Bordallo, 50 cotas,
João Ildefonso Bordallo, 25 cotas,
Francisco José Bordallo, 25 cotas,
Florismundo Ribeiro, 25 cotas,
Cruz e Senna e Companhia
Fábrica de Tecidos Esperança: fica constituída, sob a firma Cruz, Barcellos & Comp,
uma sociedade em comandita por ações com sede e foro jurídico nesta cidade do Rio de
Janeiro, da qual são sócios solidários José da Cruz Senna e Pedro Barcellos Pessoa –
15/04/1909
A “Esperança” foi resultado de “compra feita em leilão judicial de 27 de
fevereiro de 1909 e passada em notas do tabelião major Carlos Theodoro
Gomes Guimarães, em 18 de março de 1909, do prédio e edifícios anexos,
maquinismo e acessórios, constantes do acervo da Companhia de Fiação e
Tecelagem <Santa Maria>, em liquidação forçada e bem assim das
despesas feitas pelos mesmos solidários com reparações, limpeza, tudo na
importância de 139:612$740 e, sendo esta compra e mais despesas feitas
pelos solidários, submetida a votos dos comanditários, foi unanimemente
aprovado, pelo que os ditos comanditários aprovam e ratificam todos os
atos preparatórios praticados pelos solidários para constituição da
sociedade.” Em 7de julho de 1919 a Cruz, Barcellos & Comp. continuará em
forma anônima sob a denominação de “Fábrica de Tecidos Esperança S.A”,
as suas operações industriais e comerciais, no mesmo local da Rua
Francisco Eugênio, 319”
Cezar Augusto Bordallo esteve à frente de diversas Associações ligadas à suas
atividades:
COMPANHIA SEGURANÇA INDUSTRIAL - 1920
ATA DA ASSEMBLÉA GERAL PARA CONSTITUIÇÃO DA SOCIEDADE
ANONYMA SEGURANÇA INDUSTRIAL
Objeto e fins da Companhia de Seguros Segurança Industrial: Seguros
contra accidentes no trabalho.
Aos sete dias do mez ' de fevereiro de mil novecentos a vinte, ás duas horas
da tarde, nesta cidade do Rio de Janeiro á Avenida Rio Branco número
cinquenta e oito, primeiro andar, reuniram-se em número legal,
representando mais de dois terços do capital social, e a convite da Diretoria
do Centro 'Industrial do Brasil:
São diretores da companhia, os seguintes senhores: Ildefonso Dutra,
presidente; Industrial, residente Rua Voluntários da Pátria n. 314. Rio; Dr.
Joaquim de Aguiar Costa Pinto, diretor-gerente, advogado, residente à Rua
Paissandu, n. 163. Rio; Julião de Baére, industrial residente à Rua
Copacabana, n.º 76, Rio; Joh Kunning. Industrial, residente à Rua Santa
Christina nº 161, Rio; Cezar Augusto Bordallo, industrial, residente à Rua
Almirante Tamandaré n. 47, Rio.
Nunca é demais lembrar que a Consolidação das Leis da Previdência é firmada, no
governo Vargas, sobretudo, após a promulgação da Consolidação das Leis do Trabalho, em
1943. Portanto, a CSI, se antecipou oferecendo aos trabalhadores um seguro próprio para
classe de trabalhadores.
Humberto Carvalho e Cia: Cezar Augusto Bordallo assume como “sócio comanditário”
depois da saída de Humberto Carvalho da diretoria - 12/1919.
CENTRO INDUSTRIAL do BRASIL – 1924
Em 1924, Cezar Augusto Bordallo é diretor do Centro Industrial do Brasil. O Centro
Industrial do Brasil foi uma ampliação, em caráter nacional, da Companhia Segurança
Industrial, Rio de Janeiro, uma sociedade cujo fim era formar uma “sociedade anônima,
destinada especialmente a funcionar em seguros contra acidentes do trabalho” no Brasil.
Além disso, o Centro Industrial do Brasil, CIB, representou uma importante iniciativa de
centralização e encaminhamento das reivindicações e demandas apresentadas pelos
industriais estabelecidos na Primeira República Brasileira.
De acordo com os estatutos a associação tinha entre outros objetivos promover o
desenvolvimento da indústria e incentivar a formação de associações congêneres nas outras
federações brasileiras. O CIB mantinha ações junto ao poder público. No período de 1928
– 1931, Cezar Augusto Bordallo foi 2º. Tesoureiro do CIB.
Centro da Indústria de Calçados e Commercio de Couros
O Jornal Correio da Manhã registra a reunião do Centro da Indústria de Calçados e
Commercio de Couros "sob a presidência do Sr. Cezar Augusto Bordallo”. (10 -12 – 1913)
Sindicato dos Lojista do Rio de Janeiro – O Diário Oficial da União de 17 de Janeiro de
1936 – Cezar Augusto Bordallo é membro do Conselho Fiscal
“Grêmio Republicano Português” - 1934:
Grêmio Republicano Português foi fundado em 19 de maio de 1908 e Cezar Augusto
Bordallo era membro, fazendo parte do corpo de diretores fiscais.
No século XX, a imagem do emigrante português radicado no Brasil é caracterizada pela
ligação que mantém com o regime de Salazar. Na verdade, o Salazarismo é o referencial
para os estereótipos do "portuguesismo", que marcam a propaganda oficial do Estado
Novo.
A sua base ruralista, a ênfase na superioridade dos valores simples da vida camponesa, são
elementos presentes na elaboração de uma imagem oficial do "ser português" e da
realidade portuguesa como um todo.  No entanto, há outra “imagem” da emigração a ser
considerada, já que o Brasil sempre foi o refúgio de muitos dissidentes dos regimes
conservadores de Portugal, nomeadamente, os liberais, perseguidos pelo Miguelismo,
(guerra civil portuguesa de cunho monarquista afeita às causas de sucessão do trono
português 1828 – 1834) e republicanos, após o fracasso do Movimento de 1891.
Alguns destes emigrados formam associações de cunho político, como o Grêmio
Republicano Português fundado por um republicano do 31 de Janeiro 1891, que foi o
primeiro movimento revolucionário para implantação do regime republicano, em Portugal,
e que tem como uma de suas metas "exercer a propaganda republicana entre a colônia
portuguesa". Para este Centro, convergem figuras importantes de exilados, como Sarmento
Pimentel, escritor e político ligado ao 31 de Janeiro, um dos seus diretores.
Instituto do Câncer:
Cezar Augusto Bordallo, atuou em apoio à instituição e tem seu nome gravado quando
subscreveu:
Kroeff, no primeiro dia após sua nomeação, em 31 de dezembro de 1937,
solicitaria a Raul Leitão da Cunha, presidente da comissão do monumento à
memória de Oswaldo Cruz, a cessão para o Centro de Cancerologia do
terreno existente no bairro de Santo Cristo, doado à Fundação Oswaldo
Cruz, onde fracassara o projeto de construção do Hospital de Câncer. A
resposta só seria retornada em 21 de janeiro de 1938, assinada pelos
médicos que compunham a Comissão, Raul Leitão da Cunha, Salles Guerra,
Clementino Fraga e pelo Comendador Cezar Augusto Bordallo. O ofício,
favorável à cessão do terreno, pediria, como única exigência, o nome de
Oswaldo Cruz na nova instituição. Apesar do acordo firmado, e o recurso
com a venda do terreno servido para alçar três anos depois, o Serviço
Nacional de Câncer na vanguarda técnica no tratamento anticâncer na
década de 1940, o nome de Oswaldo Cruz jamais seria associado à luta
contra o câncer no país.
Comissão do Monumento à Oswaldo Cruz:
Dr. Cezar Augusto Bordallo esteve sempre envolvido com a sociedade carioca,
sobretudo, à colônia portuguesa. Levando em conta isso, o Ministro da Educação e Saúde
Pública do governo Vargas (1934 a 1945), Dr. Gustavo Capanema, faz-lhe convite pessoal
como representante da colônia portuguesa junto à Comissão do Monumento a Oswaldo
Cruz:
Sr. Cezar Augusto Bordallo:
Tenho o prazer de comunicar-vos que vos designei para, juntamente com os
Srs.• Deputado Conde Pereira Carneiro, Drs. Clementino Fraga e Egídio do
Sales Guerra, constituirdes, sob a presidência do professor Raul Leitão da
Cunha, reitor da Universidade do Rio de Janeiro, a comissão encarregada
de erigir, nesta Capital, um monumento á memória de Osvaldo Cruz.
'Saúde' e fraternidade’. — “Gustavo Capanema." Sr..,Cesar Augusto
Bordalo, designado nos seguisites termos, por aviso, E s216, de 14 de
novembro de 1935.”
Companhia Industrial São Joanense
Em outubro de 1919 a Fábrica de Tecidos Esperança começa a participar como sócia da
Cia Industrial São Joannense conforme cautela assinada por Cezar Augusto Bordallo,
José da Cruz Senna e Pedro Barcellos Pessoa, com capital de 398:083$880 representados
em 1350 ações. 11/10/1919   Em Fevereiro de 1925, por sugestão de acionista da Fábrica
de Tecido Esperança, o Sr. Antonio Pinto Osório Junior, faz a proposta de que as ações
da Cia. Industrial São Joannense e outras que venha a possuir
não podem ser vendidas ou alienadas, sem expressa autorização da Diretoria. A proposta
foi de pronto acatada por todos. Em outubro de 1928, em assembléia, a Fábrica de Tecidos
Esperança autoriza a Diretoria a adquirir, por compra, o restante das ações da Companhia
Industrial São Joannense. 15/10/1928
Bordallo & Comp., estabelecidos com fábrica de calçado, à rua José
Mauricio 55/61, nesta capital e com filial em S. Paulo, à rua da
Conceição, n.º 58 e 60, registrada na M. Junta Comercial desta Capital sob
o n. 75.002, resolvem Converter a atual sociedade em Sociedade por quotas
de Responsabilidade Limitada, de conformidade com o decreto nº. 3.708 de
10 do Janeiro do 1.919. A Bordallo & Comp. passa a denominar-se Bordallo
e Companhia Limitada. O Sr. Cezar Augusto Bordallo declarou que esta
reunião tinha por fim tratar da organização definitiva da Companhia
Calçado Bordallo que deve substituir a firma por quotas de capital
limitado, Bordallo & Comp. Limitada - 02/03/1923
Bordallo & Comp. Ltda na cidade em São Paulo
Sob a razão de Bordallo & Comp. Limitada, fica constituída nesta data uma sociedade
por quotas limitadas, para exploração de fabrico e comércio de calçado, sita à rua José
Mauricio números 55/61 nesta Capital e filial em S. Paulo, à rua da Conceição ns 58/60,
podendo criar outras filiais, (Santos) - em São Paulo. - 15/01/1920
Na Assembléia Geral Extraordinária de 23 de fevereiro de 1935, o Sr. Cezar Bordallo
solicita a renúncia do cargo de presidente da Bordallo e Comp. Ltda.
Pede então, a palavra o senhor Cezar Augusto Bordallo para apresentar a
sua renuncia de presidente da companhia, alegando o seu estado de saúde
que não lhe permitia continuar a prestar os seus serviços à companhia,
onde colaborava há trinta e nove anos. Todos os presentes, embora
lamentando o afastamento do senhor Cezar Augusto Bordallo, aquiesceram
ao pedido de renúncia em atenção ao justo motivo apresentado.
Propaganda publicada no Jornal Santista Gazeta Popular - 12/01/1934.
NAS CAMPANHAS DO INÍCIO DO SÉCULO E, SOBRETUDO, A PARTIR DOS ANOS 20, NOVOS ESTILOS E
MOTIVOS EVIDENCIAM-SE: NAS PROPAGANDAS, A MULHER, SÍMBOLO MAIOR DA REPÚBLICA, É
PERSONAGEM CENTRAL. MUITAS VEZES, AO LADO DAS FIGURAS FEMININAS, SURGEM IMAGENS
FOTOGRAFADAS QUE FALAM DA AGILIDADE E DO SUCESSO DOS NOVOS ESTABELECIMENTOS, EM SUA MAIOR
PARTE, INDUSTRIAIS.

Propaganda dos Calçados Bordallo.  


Mais uma vez, ao centro, junto com a nova bandeira da República a mulher
leva ramos e “sopra pelo sucesso”, em ambiente repleto de elementos
modernistas. Na campanha do anúncio, a chamada: “produção diária de
2500 pares”. MMP
Companhia Extrativa de Taninos S/A
Foi pioneira na extração de extratos de tanantes, mas em função das dificuldades oriundas
em sua maior parte na péssima localização da fábrica chega-se a conclusão que só poderia
ser possível dominá-las e vencê-las transferindo a Fábrica de Sengés, no Estado do Paraná,
para local mais apropriado. A diretoria resolve transferir a fábrica para   Corumbá depois
Porto Murtinho – Mato Grosso Sul com a mudança de denominação para Florestal
Brasileira, 1935. O Dr. Cezar Augusto Bordallo exerceu a Presidência da Companhia –
15/01/1927.  
Art. 1º: Companhia Extrativa do Taninos Sociedade Anônima, fundada, em
15 de janeiro de 1927, sob a denominação de "Companhia Extrativa do
Taninos, S. A.", tem a sua sede no Rio do Janeiro, podendo criar sucursais,
filiais e agências em quaisquer outros lugares do pais ou no estrangeiro.
Aos oito dias de março de mil novecentos e trinta, pelas duas horas da
tarde, no escritório desta companhia, à Rua do Núncio número sessenta e
um, presentes sete acionistas, representando seiscentas e cinquenta e nove
ações, o senhor Cesar Augusto Bordallo, diretor (presidente) da
companhia, verificando que havia número legal, declarou instalada
Assembleia Geral Ordinária...
No Brasil, a extração do tanino foi realizada pela Companhia Extrativa de
Tanino S.A. cuja fundação data de 1927 com sede(administrativa) no Rio de
Janeiro. Em 1935 a Florestal Brasileira S.A. substituiu a “Taninos” em Porto
Murtinho, Mato Grosso, e foi fundada em consórcio do governo alemão,
com início das atividades em 1936. No período de funcionamento chegou a
empregar cerca de duas mil pessoas que trabalhavam na administração
local, extração e industrialização do tanino, cujo processo de produção
envolve a trituração da madeira e processo químico originando o produto
final, muito utilizado em curtumes e derivados de couro, no processamento
de medicamentos e na produção de vinho.
A Florestal Brasileira manteve-se de 1935, quando inicia a exploração do
quebracho, até 1974, encerrando definitivamente as atividades em 1978,
com a transferência de sua sede para Campo Grande, MS. A Florestal
Brasileira investiu na construção de uma vila para abrigar os trabalhadores
do tanino, que consistia na construção de casas, escola, posto médico,
serviço de água, luz elétrica.
Construção de oficinas mecânicas, fundições, ferrarias, curtume
experimental, enfim, toda uma infraestrutura que viesse atender aos
trabalhadores evitando que os mesmos se afastassem do local de trabalho
que, neste caso incluía mulheres e crianças desenvolvendo as mais variadas
atividades como lavar roupas e recolher lascas de madeira utilizadas como
lenha. Ainda assim, faz-se uma ressalva quanto à mão de obra utilizada na
fábrica e das dificuldades enfrentadas pela mesma em face da escassez da
mão de obra.
Acta da Assembleia realizada em 8 de março de 1930. Destacamos que o
funcionamento da Florestal Brasileira consistia em toda uma infraestrutura
que abrangia não apenas a instalações locais, como também as áreas de
extração da madeira do quebracho.
O controle da produção e da mão de obra incluía postos de observação e
um sistema de telefonia que permitia o contato entre os diversos
departamentos da empresa. Controle metódico dos horários dos
trabalhadores no interior das fábricas e das obragens evitando o
desperdício de tempo e também da matéria prima no processamento do
tanino.
A organização do espaço da vila de operários e a ordem no local seguia
preceitos rígidos que impediam qualquer tipo de conflito entre as famílias
que ali estavam. A manutenção de serviços básicos como mercado e serviço
de saúde, evitava as ausências e os deslocamentos do local. A escola
atendia as crianças e as inseria no contexto da rotina de trabalho de seus
pais, sendo no auxílio das atividades domésticas bem como nas atividades
em redor da fábrica como a limpeza do pátio. O convênio com a escola
Nossa Senhora das Graças mantida pelas freiras, permitia a continuação
dos estudos, mediante prova de admissão, muitas crianças não conseguiam
aprovação e, consequentemente, permaneciam na vila engrossando o
contingente de trabalhadores no local.
Navegação Murtinhense Ltda.
Organização ligada a Florestal Brasileira encarregada de transportar a produção de madeira
e tanino produzida pela Florestal Brasileira. Idealizada por Cezar Augusto Bordallo, foi
fundada em 1940, portanto, logo após a sua morte. Toda frota de navios foi cedida pela
Florestal Brasileira.
Hospital Cezar Augusto Bordallo:
Hospital na cidade de Porto Murtinho cuja finalidade precípua era atender os funcionários
da Florestal Brasileira e acaba por se estender aos cidadãos murtinhenses.
Florestal Brasileira S.A     

 Usina de Força e Luz. Oficina - Vila Operária - Fábrica e trecho de via Férrea de
Bissulfitação

    

 Almoxarifado e casa da Diretoria Oficinas e Fábrica  Serraria, Carpintaria e Olaria Linha


Férrea
Companhia de Calçados “D.N.B” S/A
Cezar Augusto Bordallo se associa à Companhia de Calçados Diniz de James Watson
Bennett, Flávio Maria Novaes e outros. Cria, então, a Companhia de Calçados D. N. B.
S/A. Em outubro de 1933 expande a empresa encampando a fábrica de Calçados Polar
S/A. 18/07/1928.
“Aos dezoito dias de julho de mil novecentos e vinte e oito; às duas horas da
tarde, no escriptorio da Companhia de Calçado Diniz, reunidos os srs.
accionistas.-o Sr. .Flavio Maria de Novaes, presidente da companhia,
verificando pelo livro de presença que havia numero legal, pediu aos
mesmos quem devia presidir trabalhos. Por indicação do Sr. José Antonio de
Souza foi acclamado  presidente o Sr. Cezar Augusto Bordallo que
assumindo...1.° A Companhia de Calçados Diniz que funcciona nesta
Capital, à avenida  Pedro II n. 224, passa a denominar-se  Companhia de
Calçados D. N. B.” (D = Diniz ; N = Novaes; B = Bordallo)
Banco de Crédito Geral:
Cezar Augusto Bordallo é acionista do Banco Crédito Geral com participação na
administração - 10/10/1932
Banco Alliança do Rio de Janeiro: banco ligado ao banco português Banco Alliança.
Cezar Augusto Bordallo foi diretor do banco
V. J. Miranda & Companhia
Firma composta dos sócios solidários Volantim José de Miranda e do sócio comanditário
Cezar Augusto Bordallo para o comércio de calçados a varejo, sita à praça Tiradentes n.
1, com e capital de réis 10:000$, prazo indeterminado – 23/06/1933
Bairro de Fátima S/A
Cezar Augusto Bordallo se junta a outros para a constituição de uma sociedade anônima
sob a denominação de "Bairro de Fátima S. A.". Com sede nesta Capital do Rio de Janeiro
com o objetivo de terraplenar, arruar e vender em lotes a área de terreno sita à Rua do
Riachuelo números 221à 231, com frente também para as ruas Monte Alegre, Oriente e
Costa Bastos, na freguesia de Santo Antonio, desta cidade. Entre os sócios se encontra o
Dr. Joaquim José Fernandes Couto. 05/03/1934
Companhia Brasileira de Empresas Civis
A "Companhia Brasileira de Empresas Civis", sociedade civil anônima, que
fazem Cezar Augusto Bordallo, Dr. Joaquim José Fernandes Couto e outros.
A escritura de fundação e constituição de uma sociedade civil sob a forma
anônima, a qual, com a denominação de "Companhia Brasileira de
Empresas Civis" sociedade civil anônima e terá como objetivo a exploração
ou financiamento técnico de empreendimentos civis, inclusive concessões
de serviços públicos, ou quaisquer outras, federais, estaduais ou municipais;
e, para este fim, eles, fundadores, subscreveram em ações o capital de sete
mil contos de reis (7.000:000$000) - 11/01/1938.
Escritura de fundação e constituição da "Companhia Brasileira de
Ernpresas" Civis", sociedade civil anônima, que fazem
César Augusto Bordallo
Joaquim José Fernandes Couto,
João António de Almeida Gonzaga Júnior.
António Joaquim Peixoto de Castro
Jámor,Alfredo Salcedo Jacobsen,
José Eugênio Vilar,
Pedro Raggi Dorval de Oliveira Gomes,
Dr. Artur Machado Castro.
Dr. João Novaes de Souza Júnior e Márno Petrucci, na forma abaixo: ... a
formação do capital social: Cezar Augusto Bordalo, cem (100) ações, mil
contos de reis (1.000:000$000)
Dr.Joaquim José Fernandes Couto, cincoenta (50) ações, quinhentos centos
de reis (500:0008000);
Dr. João António de Almeida Gonzaga Junior, oitenta e sete (87) ações,
oitocentos e setenta contos de réis (870:000$0000);
Dr. Antônio Joaquim Peixoto de Castro Junior, cem (100) ações, mil contos
de reis (1.000:000$000);
Dr. Alfredo Salcedo Jacobsen, quarenta (40) ações, quatrocentos contos de
reis 40:000$000);
José Eugênio Vilar cincoenta- (50) ações, quinhentos contos de réis
(500:000$000);
Pedro Reggio. cincoenta (50) ações, quinhentos contos de reis
(500:000$000);
Dorval de Oliveira Gomes, cincoenta (50) ações, quinhentos contos de reis
(500:000000);
Dr.Artur Machado de Castro cincoenta (50) ações, quinhentos contos de
reis (500:000$000);
Dr. João Novais de Souza Junior, quarenta (40) quatrocentos contos de réis
(400:000$000), e
Mário Petrucci, oitenta e ires ações (83): oitocentos e trinta contos de reis
(830:000$000...).
Sociedade Anônima Tritônia
Cezar Augusto Bordallo, capitalista, brasileiro nacionalizado; Augusto
Frederico Schir do comércio, brasileiro; Dr. Hugo Napoleão do Rego,
advogado, brasileiro; Dr. Joaquim José Fernandes do Couto, advogado,
brasileiro; Dorval de Oliveira Gomes, do comércio, brasileiros todos
domiciliados nesta cidade, resolveram entre si à constituição sob a
denominação de Sociedade Anônima "Tritônia", de uma sociedade
anônima civil destinada a inversão de capitais em imóveis para a produção
de renda ou em empresas civis, podendo adquirir ações ou quotas de
sociedade dessa natureza. – 8/11/1939
SOCIEDADE ANÔNIMA “TRITÔNIA”
Primeiro traslado — Livro 281 _fl. C's
Escritura de fundação e constituição da sociedade anônima civil “Tritônia",
que fazem
Mário Petrucci,
Pedro Raggio,
João Novais de Sousa Júnior,
César Augusto Bordalo,
Augusto Frederico Schmidt,
Dr. Hugo Napoleão do Rego,
Dr. Joaquim José Fernandes Couto e
Dorval de Oliveira Gomes...
O conselho fiscal, para o primeiro exercício, compor-se-á dos Srs. Hugo
Napoleão do Rego, César Augusto Bordallo, patirares e Dr..Érico Delamare ,
São Paulo, como membros efetivos, e dos Srs. Dr. Augusto Frederico
Schmidt, César Augusto Bordallo e Dr. Alonso Soares Dutra, como
suplentes.
Disseram mais os outorgantes e reciprocamente outorgados que a
quantidade dos capitais e respectivas ações por eles subscrita é a seguinte:
César Augusto Bordalo, 150 ações. 1.500:0008 (mil e quinhentos contos de
réis);
Augusto Frederico Schmidt. 35 ações. 350:0008000 (trezentos e cincoenta
contos de réis);
Dr. Hugo Napoleão do Rego, 10 ações, 100:0008000 (cem contos de réis);
Dr. Joaquim José Fernandes Couto, 35 ações, 350:0008000 (trezentos e
cincoenta contos de réis);
Pedro Raggio, 150 ações, 1.500:0008000 (mil e quinhentos contos de réis);
Dr. João Novais de Sousa Júnior,'30 ações, 300:0008000 (trezentos contos
de réis);
Mário Petrucci, 100 ações, 1.000:0008000 (mil contas de réis);
Dorval de Oliveira Gomes, l00 ações, 1.000:0008000 (mil contos de réis).
8/11/1939.
A morte de César Augusto Bordallo foi sentida e o reconhecimento dos seus méritos por
seus pares e aconteceu em cada reunião que se sucedeu; não foi diferente na S.A. Tritônia:
“Nessa ocasião pediu a palavra o doutor João Novais de Souza Júnior e em
nome da diretoria solicitou que ficasse constando da ata um voto de pesar
pelo falecimento do senhor Cezar Augusto Bordallo que era, por ocasião de
sua morte, membro suplente do conselho fiscal. A essa justa homenagem
se associaram os srs. Hugo Napoleão do Rego e Heitor Dias Palhares,
primeiro em nome dos companheiros de conselho fiscal e o segundo em
nome dos demais acionistas sendo por todos aprovado”.
Assinam a ata: Dorval de Oliveira Gomes, Dr. Joaquim José Fernandes Couto, Augusto
Frederico Schmidt, Heitor Dias Palhares, Hugo Napoleão do Rego, Mario Petrucci, Pedro
Rogai, João Nosmes de Souza Junior assinam esta ata. Ata assembléia de 22/04/1941
Instituto La-fayete
Sociedade de Ensino dirigida pelo professor La-fayete Côrtes, amigo de Cezar Augusto
Bordallo onde este é sócio e colaborador. Este Instituto objetivava o ensino e discussão da
geografia aplicada no país.
Jockey Club do Rio de Janeiro:
Cezar Augusto Bordallo encontra tempo para participar com sócio-fundador do Jockey
Club do Rio de Janeiro (Jornal “O Paíz” – Sábado, dia 13 de Maio de 1926).
Real Sociedade Clube Ginástico Português: Cezar Augusto Bordallo foi seu presidente
eleito em 1935.
Real Gabinete Português de Leitura: Cezar Augusto Bordallo é membro desta
sociedade ano de 1925.
Centro da Indústria de Calçados e Commércio de Couros: Cezar Augusto Bordallo é
seu presidente, ano de 1931.
Igreja Santíssimo Sacramento da Antiga Sé: Cezar Augusto Bordallo é membro da mesa
administrativa (irmão mesário) abril de 1921.

Associação dos Empregados do Comércio do Rio de Janeiro: Cezar Augusto Bordallo é


vice-presidente em 1921 e empossado depois de receber 893 votos para Conselho
Consultivo da AEC – RJ, ano de 1931.
  
Instituto La-Faiete
Além do Instituto La-fayete, o Dr. Cezar Augusto Bordallo participa da “Obra de
Assistência aos Mendigos e Menores Desamparados do Rio de Janeiro” sociedade
beneficente que atua no amparo e assistência aos necessitados do Rio de Janeiro.
Em 25 de dezembro de 1936 era inaugurado na cidade do Rio de Janeiro o
Abrigo do Cristo Redentor - Obra de Assistência aos Mendigos e Menores
Desamparados surgiu como uma Sociedade Civil com a perspectiva da
“assistência ativa”, buscando a recuperação de mendigos e menores
desvalidos através do trabalho. Por isso, em suas dependências existiam
oficinas nas quais os abrigados “válidos” trabalhavam e, especificamente,
aos menores era oferecido o ensino associado ao aprendizado profissional.
Sociedade Anônima Nacional de Transportes Aéreos (SANTA)
Empresa de transportes que prestava serviços para os correios onde Cezar Augusto
Bordallo fazia parte, como sócio, assina a ata da Assembléia Geral.
“ATA DA 7ª  ASSEMBLEIA GERAL  EXTRAORDINARIA DA SOCIEDADE
ANONIMA NACIONAL DE TRANSPORTE AEREO  - “SANTA”
Aos vinte seis dias do mês de janeiro do ano de 1940, às quinze horas
reuniram-se em Assembléia Geral Extraordinária, em segunda convocação,
conforme publicações feitas no Diário Oficial de 19, 20 e 21 do corrente
mês, sob a presidência do Sr. Francisco Dias Lacerda, presidente interino,
em exercício, os senhores acionistas cujos nomes constam no  livro te
presença, em número legal, em sede provisória da Sociedade Anônima
Nacional de Transportes Aéreos S. A.N.T.A, à avenida Nilo Peçanha  38-1).
sala 112, para deliberarem sobre os assuntos consignados na referida
convocação...
Nada mais havendo a tratar, foram encerrados os trabalhos, tendo antes, a
Assembléia Geral, autorizado a mesa a subscrever a presente ata, que feita
por mim, segundo secretário, vai assinada pelos senhores presidente
interino e primeiro secretário. Rio de Janeiro, 26 de janeiro de 1940.
Tobias Filadelfo da Rocha. — Francisco Dias Lacerda - Oscar Bastos Coelho.
— Kleber Cardoso. — Aurélio Silva. — Alberto José Rodrigues - Cezar
Augusto Bordallo. — Amélia Gonçalves Pereira. — Maria Rosa Gonçalves
Pereira — Capitão Themístocles Souto de Barros Falcão. — Marcelino
Gonçalves Pereira. — Marcelino Gonçalves Pereira p. p de Manoel José
Pereira. — Elias Crispim. — Francisco de Paula Pinto Guedes — Francisco
Dias Lacerda p.p. do Sociedade Anônima Industrial Sul Americana - A.
Brandão Junior - Jorge Medeiros.”
Sociedade Anônima Empresa de Águas São Lourenço
Empresa de exploração de águas na cidade de São Lourenço em Minas Gerais englobando
vários tipos de fontes com águas “magnesianas” e alcalinas. As instalações dispunham de
Parque e lago, ajardinamentos.
Em 24/04/1940 em assembleia da Empresa são registrados votos de profundo pesar pelo
falecimento do senhor Cezar Augusto Bordallo membro efetivo do Conselho Fiscal da
Sociedade Anônima Empresa de Águas São Lourenço

         

Prédio do Engarrafamento - Caminhões de Transporte de Água Mineral - Garrafas Prontas


para Comercialização

             
 
Rótulo da garrafa de água - Presidente do Brasil Getúlio Vargas - Prédio de
Encarrafamento - Visita às instalações da São Lourenço.
Falecimento de Cezar Augusto Bordallo
O jornal paulistano Correio Paulistano registra em nota o falecimento do Dr. Cezar
Augusto Bordallo - 22/11/1939.
“Cezar Augusto Bordallo – Faleceu, nesta capital, no Sanatório Santa
Catharina, o Sr. Cezar Augusto Bordallo, chefe e sócio principal das Fábricas
e Casas Bordallo. O extinto residia no Rio de Janeiro e para cá viera a fim de
se submeter a uma intervenção cirúrgica.
Era casado com a Sra. Isaura Bordallo e deixa os seguintes filhos: Armando,
Solange e Odete, casados. O corpo seguiu ante ontem para o Rio de
Janeiro, em trem especial das 22:30 horas, acompanhado da viúva, filhos e
parentes e será sepultado no Cemitério S. João Baptista, às 9:00 horas”.
O Jornal Correio da Manhã, em sua página de "Actos Religiosos", publica o convite para
missa de 7º dia de falecimento do Dr. Cezar Augusto Bordallo a ser realizada no dia 28 de
novembro de 1939 no Altar Sagrado da "Egreja da Candelária" na Cidade do Rio de
Janeiro.
Família Bordallo, Amigos, Diretorias, Conselho de Administração e Funcionários e
Operários das principais Empresas em que ele esteve à frente:
Companhia de Calçados Bordallo,
Bairro de Fátima, Diretoria,
Conselho Fiscal da S.A Fábrica de Tecido,
Florestal Brasileira, Diretoria,
Conselho Fiscal da Companhia Industrial São Joanense,
Funcionários e Operários da S.A Fábrica de Tecido Esperança,
Empresa de Águas São Lourenço,
Operários das principais Empresas em que ele esteve à frente Companhia de Calçados
Bordallo,
Bairro de Fátima, Diretoria e Conselho Fiscal da S.A Fabrica de Tecido Esperança,
Florestal Brasileira,
Diretoria e Conselho Fiscal da Companhia Industrial São Joanense,
Funcionários e Operários da S.A Fábrica de Tecido Esperança e
Empresa de Águas São Lourenço.
 

Cezar Augusto Bordallo praticava um capitalismo de riscos através de inversões de seus


próprios recursos. Além disso, convidava os parentes e amigos para participarem dos
negócios através de sociedades anônimas. Acreditava no conceito societário, para tanto,
não se furtava conquistar companheiros de fora do país. A captação de recursos no exterior
fica claro na composição societária da Sociedade Anônima Fábrica de Tecidos Esperança,
em 1919, pode-se ver a presença de:
C.H. Bennet, Londres .................. 162 ações
Louis Monnier, Paris ....................   61 ações
Viúva de Jules Henner, Paris ...... 800 ações
O aumento do capital para ampliar os negócios, aproveitando as boas performances das
administrações, era feito quase exclusivamente por aumento de cotas de capital.
Em quase todos os empreendimentos, na composição administrativa, o nome de Cezar
Augusto Bordallo era o de Diretor-Presidente, eleito pelos votos da maioria dos acionistas,
independente de ter o controle societário pela maioria de ações.
Atua em nichos de mercados verticalizados, isto é, indústria, comércio e serviços. Pode-se
resumir a sua atuação nos negócios através da síntese:
“Tenacidade, Perseverança, Visão e Esperança”
Substancialmente exemplificada na construção da “Taninos” e da “Florestal”, além é claro,
do próprio nome da primeira companhia de tecelagem.
Era obstinado, a sua presença era constante à frente dos negócios; por perseverar em seus
propósitos acabava vencendo as dificuldades que surgiam; a perspectiva de futuro
conferia-lhe enxergar o incomum e, por sua fé e esperança, conquistar seus objetivos.
É evidente que muitas outras qualidades compunham o seu caráter, honestidade, lealdade,
solidariedade, entre outras, mas essa síntese são-lhes atributos de personalidade que
caracterizavam a liderança e confiança de seus pares.
O que fica bem caracterizado é que Cezar Augusto Bordallo acreditou no Brasil e
vislumbrou o enorme potencial do país de sua época, isto é, construir o desenvolvimento e
gerar riquezas.
O nome de Cezar Augusto Bordallo está presente na história e construção do país.
Calçados Bordallo “melhor calçado do mundo”
Com este slogan, os sapatos Cook chegavam aos pés de cavalheiros e
senhoras na filial em Fortaleza, não só em enormes letreiros na fachada,
mas também na marca registrada: conforme descrição no pedido de
patente, “uma esfera, no cimo da qual vê-se um menino vestido de clown ,
calçando um borzeguim e abaixo uma faixa como nome ‘Cook’ – e os
dizeres – ‘O melhor calçado do mundo’ (Diario Official da União,
3.4.1908).
E mais: em tempos de pós-guerra, vinha como símbolo de modernidade (bélica, no caso) e
sugerindo supremacia do produto em relação aos concorrentes: até aviões, trazendo a
marca Cook à frente, são convocados para compor o cenário da peça publicitária. Tanto
alarde tinha sua correspondência na autopromoção e na produção da fábrica:
“A maior e melhor produtora de calçados do Brasil. Produção diária 2500
pares”.
A Bordallo & Cia., fundada em 5 de julho de 1896, abriu unidades também no Rio de
Janeiro, no Ceará e no Amazonas.  Não sem motivo, em1908 chamava-se Fabrica a Vapor
de Calçados “Estrela do Brasil” Bordallo & Cia., então alinhada com a expressão
“Estrela do Norte” – tradicionalmente utilizada para denominar lojas, publicações,
empresas e produtos do Norte e Nordeste desde a segunda metade do século XIX. No
início do século XX, já se apresentava como a “maior e mais importante fábrica de
calçado pelo sistema americano” (Almanak Hénault, 1909). Sua produção anual era então
de 250.000 pares, fabricados sob sua patente Goodyear.
Como a primeira fábrica de calçados no Brasil surgira em 1888, no Vale dos Sinos, RS,
por iniciativa de imigrantes alemães, a Bordallo & Cia., fundada em 1896, integrou esse
movimento embrionário de passagem da produção de sapatos, com características ainda
artesanais, para uma atividade predominantemente fabril, decorrente dos avanços técnicos
oriundos da Europa no final do século XIX e da produção pelo “sistema americano”.
Em um período em que o sucesso da industrialização dependia, entre outros fatores, da
modernização tecnológica, a Bordallo & Cia. dava sinais de vitalidade – adotando métodos
mais evoluídos e patenteando seus próprios – que a levariam a adotar, no anúncio,
alegorias como a da mulher que, levando ramos, enseja o sucesso. - Annuncio do Almanak
Laemmert
Foto Interna da Fábrica de Calçado Bordallo - RJ - 1929

Foto interna da Fábrica de Calçado Bordallo - RJ - 1929

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