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O ALFABETO HEBRAICO
unidade 2
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HEBRAICO - unidade 2
O ALFABETO HEBRAICO
SUMÁRIO
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................. 16
A letra “y” veio do inglês para o português. Em Jonas 1:1, temos as duas primeiras
Tem o som “i” como na palavra yin-yang. Em consoantes do alfabeto hebraico que é
hebraico o “y” é representado pela consoante composto somente de consoantes. São
hebraica y. O y é a menor consoante hebraica. vinte e duas ao todo. As vogais e semivogais
foram criadas por um grupo de gramáticos e
Finalmente chegamos à última consoante do linguistas chamados massoretas. Falaremos
alfabeto português, o “z”, mas não da última disso posteriormente com mais detalhes.
consoante do alfabeto hebraico. O “z” tem
um único som em português e também em
hebraico. Ele é representado assim: z.
Destacamos apenas duas palavras de Jonas 1:1 para o estudo das duas primeiras consoantes
do alfabeto hebraico. As outras doze consoantes, que aparecem nesse verso, serão estudadas
passo a passo um pouco mais adiante.
A primeira consoante do alfabeto hebraico é muda. Chama-se álef e significa boi. Está
de vermelho na palavra le) (êl = para, à, em direção a) [)] de Jonas 1:1. Em breve você
pronunciará todas as palavras deste texto. Ao final da disciplina, pronunciará, se quiser,
todo o livro de Jonas e qualquer parte da Bíblia Hebraica. Com um bom dicionário nas mãos
e/ou por meio da memória, você lerá o livro de Jonas em hebraico e traduzirá textos diversos
da Bíblia.
A segunda consoante soa como “b” ou “v”. Chama-se béit e significa casa. Está de verde na
palavra }eb (vên = filho de, filhote de) [b]. Um ponto dentro da letra nos auxilia a pronunciarmos
“b” [B] e com a ausência do ponto, lemos “v” [b].
De Jonas 1:2 retiramos mais quatro das vinte e duas consoantes do alfabeto. Na palavra
hflOd:Gah (hagdolá = a grande) estão: a terceira consoante na cor laranja [g] e a quarta, na cor
vermelha [d]. A terceira chama-se guímel, soa como “gu” e significa camelo. A quarta chama-
se dálet, soa como “d” e significa porta. A semivogal composta de “a” escreve-se com
dois pontos acompanhados de um traço [A ].
Nas palavras )fr:qU (uqrá = e chamou) e Lemos apenas o traço [a ] como “a”. Os dois
: (nínvê = Nínive) encontram-se a pontos [: ] são mudos nesse caso.
quinta [h]e a sexta [w] consoantes do
alfabeto. A quinta hê soa como o “h” inglês As palavras hfnOy (yoná) e yaTimA) (amitai)
ou o “r” português de início de palavras. de Jonas 1:1 ilustram o uso da vogal e da
No final de palavras, o hê é mudo, como na semivogal “a”.
palavra Nínveh. O hê significa janela.
A vogal “e”.
A sexta consoante chama-se vav, soa como
“v” e significa gancho. Português E e
Revisão: Hebraico e
As seis primeiras consoantes hebraicas, A pronúncia do “e” longo [ ] é idêntica ao
em ordem alfabética, lidas da direita do “e” breve [e ]. Em alguns casos, podemos
para a esquerda, e representadas pronunciar o “e” longo [ ] como “ey”.
foneticamente em caracteres latinos, da
esquerda para a direita, ficam assim: A semivogal composta de “e” escreve-se com
dois pontos acompanhados de três pontos [E ].
Lemos apenas os três pontos [e ] como
B,V GU D H V W h d g b ) “ê”. Os dois pontos [: ] são mudos.
Vamos dar uma pausa no estudo das As palavras le) e rom)l de Jonas 1:1
consoantes e aprender as vogais “a” apresentam o “e” breve [e ] e o “e” longo [ ].
e “e” a partir do alfabeto português.
Exemplificaremos com palavras do livro de Na palavra wyfholE) de Jonas 1:5, temos a
Jonas. semivogal composta de “e” [E ].
Português Aa Revisão:
Hebraico a f
Com as seis primeiras consoantes e as
Todas as vogais têm dois formatos em vogais “a” e “e” e as semivogais compostas
hebraico bíblico (texto massorético). A vogal de “a” e “e”, podemos formar as primeiras
“a” é representada por um pequeno “t” [f ], sílabas em hebraico. Estudaremos as
o “a” longo, colocado abaixo de qualquer sílabas na unidade 3. No entanto, não faz
consoante, e por um traço [a ], o “a” breve, mal adiantar que o número de sílabas
colocado abaixo de qualquer consoante. A em uma palavra é definido pelo número
pronúncia dos dois é idêntica. de vogais desta. Com as seis primeiras
consoantes do alfabeto hebraico e as
vogais e semivogais apresentadas no
quadro abaixo, formamos as primeiras
sílabas.
E e ") A a f W h d g b )
e e e a a a v h d gu b, v
gfD )fBf) ew w ah fh ad fd eg g ab fb aB fB E) A) e) ) a) f)
Na palavra {yixfLaMah (hamalarrim = os marinheiros), temos o rréit [x], na cor azul. O rréit soa
como “rr” e significa cerca.
Na palavra Uli+fYaw (vayatílu = e lançaram), temos o têit [+], na cor vermelha. O têit soa como
“t” e significa serpente.
Revisão:
Até aqui temos as nove primeiras consoantes do alfabeto hebraico. Essas consoantes
representam as unidades. Colocamos aqui em ordem alfabética as unidades, com a
devida representação fonética:
__ B,V GU D H V Z RR T + x z W h d g b )
Na palavra hfYinF)fB (booniá = no navio), temos o yud [y], na cor laranja. O yud soa como “y”
e significa mão. Aqui começam as dezenas. O número dez, portanto, é representado pela
menor consoante do alfabeto hebraico.
Vamos dar uma pausa no estudo das consoantes e aprender as vogais “i”, “o” e “u” a partir do
A vogal “o” breve é um “t” [f ], colocado abaixo Na palavra le) (êl = para, à, em direção a),
das consoantes e o “o” longo, um ponto temos o lâmed [l], na cor vermelha. O lâmed
acima de qualquer consoante. Normalmente soa como “l” e significa aguilhão.
o “o” longo aparece acima da consoante vav
[w]. Na palavra {ehylA(m (mealeyhem = de sobre
eles), temos o mêm [m], na cor verde. O mêm
Português O o soa como “m” e significa água.
Hebraico O f
Na palavra hfnOy:w (veyoná = então Jonas),
A semivogal composta de “o” escreve-se com temos o nun [n], na cor laranja. O nun soa
dois pontos acompanhados do “t” [F ]. Nesse como “n” e significa peixe.
caso, lemos apenas o “t” [f ] como “ô”. Os
dois pontos [: ] são mudos. Na palavra hfnyip:Sah (hasefiná = o navio),
temos o sâmerr [s], na cor vermelha. O
Português U u sâmerr soa como “s” e significa estaca.
Hebraico U u
Em Jonas 1:2 (ver página 1), temos duas
Em vayatilu [Uli+fYaw ] temos as vogais “i” outras das vinte e duas consoantes do
breve [i ] e “u” longo [U]. O “i” [y i ] longo está alfabeto hebraico. Na palavra {ftf(fr (raatam
na palavra ish [$yi)]. Em elohav [wyfholE)], = a maldade deles), temos o áin [(], na cor
veyoná [hfnOy:w] e booniá [hfYinF)fB] vemos a azul. O áin é mudo como o “h” português e
vogal “o” longo [ o O] e “o” breve [f ]. Em booniá significa olho.
Na palavra yfnfp:l (lefanay = diante de mim) temos o pê [p], na cor verde. O pê soa como “p”
ou “f” e significa boca.
As últimas cinco consoantes do alfabeto serão estudadas a partir de Jonas 1:3. Veremos a
representação das dezenas e das centenas. Em seguida, utilizaremos palavras do Pentateuco
para o estudo detalhado dos sinais massoréticos.
Na palavra )fc:miYaw (vaymtsá = e encontrou), temos o tsadi [c], na cor azul. O tsadi soa como
“ts” e significa anzol.
Revisão:
Y K,RR L M N S __ P,F TS c p ( s n m l k y
Agora nos restam as centenas. São as últimas quatro das vinte e duas consoantes do alfabeto
hebraico.
Na palavra {fqfYaw (vayaqom = e levantou-se), temos o qof [q], na cor vermelha. O qof soa
como “q” e significa nuca.
Na palavra derYaw (vayêred = então desceu), temos o rêish [r], na cor laranja. O rêish soa como
“r” e significa cabeça.
Na palavra $yi$:rat (tarshish = Tarsis), temos o shin [$], na cor verde. O shin soa como “sh”
ou “s” e significa dente.
Na palavra }TiYaw (vayten = e deu), temos o tav [t], na cor lilás. O tav soa como “t” e significa
sinal.
Eis as centenas:
Q R SH,S T t $ r q
O alfabeto e sua representação fonética, na devida ordem hebraica, podem ser contemplados
na linha e nas três tabelas abaixo.
t $ r qc p ( s n m l k y + x z W h d g b )
Unidades:
+ x z W h d g b )
T RR Z V H D GU B,V
Obs.: Utilizamos o “h” inglês ao invés do “r” português de início de palavras para representar
foneticamente a consoante “h”.
Dezenas:
c p ( s n m l k y
TS P,F S N M L K,RR Y
Centenas:
t $ r q
T SH,S R Q
As semivogais ou vogais indistintas foram criadas também pelos massoretas. À vogal indistinta dá-se
o nome de shewa’/shwá/. O shewa’ /shwá/ classifica-se pela forma em: simples ou composto e pela
função em: mudo (secante) ou sonoro (vocálico).
:B
O shewa’ /shwá/ simples são dois pontos perpendiculares ( ), colocados sob uma consoante qualquer
B
(no exemplo acima está sob a consoante ), e o shewa’ composto é a junção do shewa’ /shwá/ simples
com as vogais /a/, /e/ ou /o/ breves, colocado sob uma consoante gutural. Exemplos: yimF(fn
[noomi]
(a$yilE)
/ rOmAx
[elisha] / dyim:laT
[rramor] / dUm:l
[talmid] / [lmud].
Vejamos as vogais, semivogais, hífen, ponto final e o daguesh, por meio do Pentateuco e
de outros textos bíblicos. Começamos por Gênesis 1:1. Estou usando as informações
apresentadas no livro Urim tumim, de minha autoria.(1)
Êxodo 1:1.
Levítico 1:1.
Entre as palavras /el/ le) e /moshê/ he$om há um sinal [-]. Esse sinal é o hífen do hebraico bíblico,
e chama-se: maquef.
Números 1:1.
Deuteronômio 1:1.
Josué 1:1.
a
O “a” breve [ ] chama-se patah e pode deixar a função de vogal. Isso acontece em palavras que
terminam em guturais, precedidas de vogal longa, que não seja o qámets gadol [ ]. f
O som do patah furtivo não forma sílaba. O patah, nesse caso, é um som de transição, e é pronunciado
antes da gutural.
Exemplos: (Noé) /nóach/ axon; (ouve, escuta) /shomêa/ a(mo$; (vento, espírito) /rúarr/ axUr; (alto) /
gavóah/ aHObaG
.
Observe que estamos utilizando tanto o “ch” alemão quanto os dois “rr” do português para representar
x
foneticamente a consoante “ ”. Os dois “rr” do português é o que temos de mais próximo do “ch”
alemão ou do “j” espanhol.
Além dos aspectos fonéticos da língua, podemos utilizar um processo chamado de transliteração
para representar os caracteres do hebraico para o português e vice-versa. Transliterar é o mesmo
que representar uma letra de um idioma em outro. Há inúmeras maneiras de se transliterar um
texto. Os gramáticos variam muito neste tema. Transliteração se faz por certas convenções. Por
isso, utilizo, nesta unidade, um modo particular de se transliterar vocábulos hebraicos. Valemo-nos,
é claro, dos métodos já estabelecidos. Porém, propomos novas maneiras de se tratar deste tema.
Para representar as consoantes que apresentam uma mesma fonética, por exemplo, valemo-nos do
sublinhado para diferir umas das outras.
+ x z w h d g b )
t h z w h d g bh ’
t $ r q c p ( s n m l k y
t sh r q ts f ‘ s n m l ch y
F E A : & P K B
O E A e
s p k b
Como forma de recapitulação dos sons vocálicos e consonantais hebraicos estudados até aqui,
fazemos agora uma transliteração e a devida fonética de Gênesis 1:1 e de outros textos bíblicos
indicados logo abaixo.
Começamos por Gênesis 1:1:
Êxodo 1:1.
Levítico 1:1.
Transliteração: wayyiqrâ’ ’el môsheh waydabêr Adonay ’êlâyw mê’ôhel mô‘êd lê’môr
Números 1:1.
Transliteração: waydabêr Adonay ’el môshêh bemidbar sînay be’ôhel mo‘êd be‘êhâd lahôdesh
hashênî bashânâh hashênît letsê’tâm mê’erets mitsrayim lê’môr
Pronúncia: vaidaber Adonay êl môshê bêmidbar sinai bêôhêl môêd beêrrad larródesh hashêni
bashaná hashenit lêtsêtam mêérets mitsráim lêmôr
Deuteronômio 1:1.
Transliteração: ’êlleh hadbhârîm ’Asher dibber Môsheh ’el kol yisrâ’êl be‘êbher hayyardên
bammidbâr bâ‘Arâbhâh môl sûph bêyn-pâ’rân ubhêyn-tôphel welâbhân wahAtsêrôt wedî
zâhâbh
Pronúncia: êle hadvarim asher diber Moshê êl kôl Israel beêver haiarden bamidbar baaravá
Josué 1:1.
;rom)l he$om trf$:m }Un-}iB a(u$Oh:y-le) hfwh:y rem)oYaw hfwh:y debe( he$om
tOm yrAxa) yih:yaw
Pronúncia: waihi arrarei môt môshê évêd Adonay waiômer Adonay êl yehoshua bin nun
meshárêt môshê lêmôr
2 Reis 1:1,2.
Transliteração: wayyiphsha‘ mô’âbh beyisrâ’êl ’ahArêy môt ’ah’âbh wayyipôl ’Ahazyâh be‘ad
hasbhâchâ ba‘Aliyyâtô ’Asher beshômrôn wayyâhal wayyishlah mal’âchîm wayyô’mer ’Alêhem
lechû dirshû bebha‘al zebhûbh ’Elôhêy ‘eqrôn ’im ’ehyeh mêhOlî zeh
Pronúncia: wayifsha moav beisrael arrarey mot arrav wayipol arrázya bead hasvarra baaliatô
asher beshomrôn wayarral wayishlarr malarrim wayômer aléihem lérru dírshu bevaal zvuv
elohey eqron im erryê mêrrôli zê
REFERÊNCIA
ARAUJO, Tarcísio Caixeta de. Urim Tumim: Introdução ao hebraico. Belo Horizonte: Edição
do Autor, 2010.
SILVA, Cássio Murilo da. Metodologia de exegese bíblica. São Paulo: Paulinas, 2000.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
BUNIN, Irving M. A ética do Sinai: ensinamentos dos sábios do Talmud. São Paulo: Séfer,
2004.
KAISER, Walter C.; SILVA, Moisés. Introdução à hermenêutica bíblica. São Paulo: Cultura
Cristã, 2002.
KELLEY, Page. Hebraico bíblico: uma gramática introdutória. São Leopoldo: Sinodal, 1998.