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Português

Questão 1: CEBRASPE (CESPE) - TAmb (ICMBio)/ICMBio/2022


Assunto: Fatos da Língua Portuguesa (porque, por que, porquê e por quê; onde, aonde e donde; há e a, etc)
Texto

Nossas cidades estão perdendo suas árvores rapidamente, mas até nisso somos um país desigual. Os bairros mais nobres do Rio de Janeiro e de São Paulo seguem
maravilhosamente arborizados, alguns cada vez mais, frequentemente com árvores das mesmas espécies das que foram cortadas na frente da sua casa ou do seu
trabalho por serem supostamente inadequadas, para não causarem danos à infraestrutura.

As castanholas, também conhecidas como sete-copas, são uma espécie extremamente abundante no Rio de Janeiro, mas demonizadas em outras regiões menos
urbanizadas, como no Pará, por exemplo, sob o argumento de que “A raiz dela cresce demais” ou de que “Vai quebrar a calçada”. Árvores com raízes robustas e que
crescem por grandes distâncias são acusadas de destruir a pavimentação, ao passo que aquelas de raízes reduzidas caem com facilidade.

As espécies de crescimento rápido são as que mais assustam os técnicos responsáveis pela arborização exageradamente tementes à infraestrutura. Todavia, as outras
demoram uma eternidade para crescer, a vida passa ligeiramente e todos querem ver a tão sonhada arborização avançada. Não podem ficar muito altas, especificam os
técnicos, nem derrubar muitas folhas. Se derrubarem frutos grandes, como mangas, por exemplo, nem pensar! Podem amassar a lataria de um carro! Flores e pequenos
frutos podem manchar a pintura! Há também aquelas árvores que atraem morcegos. Melhor não! Espinhos estão fora de questão. E se alguém se machuca? Na
autobiografia de Woody Allen, ele afirma algo interessante: mais do que os outros, o inferno é o gosto dos outros.

A expectativa é que, nas próximas décadas, a temperatura das cidades suba consideravelmente devido às mudanças climáticas globais. Nesse contexto, é muito bem-
vinda qualquer sombra que venha a reduzir a temperatura do asfalto, da calçada ou de uma parede. O canto dos pássaros e dos insetos e o colorido das flores também
têm importante papel na qualidade de vida dos cidadãos, comprovadamente reduzindo o estresse e o risco de depressão. Esses são outros benefícios da arborização
que, geralmente, não são incluídos no contexto técnico, mas que devem ser mais bem pesados na equação dos riscos e benefícios da arborização.

Rodolfo Salm. Cadê a árvore que estava aqui?, 19/2/2021. Internet: <www.correiocidadania.com.br> (com adaptações).

A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item.

Sem prejuízo da correção gramatical e dos sentidos do texto, a expressão “por serem”, ao final do primeiro parágrafo, poderia ser substituída por por que eram.

 Certo
 Errado
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Questão 2: CEBRASPE (CESPE) - Ass Adm (EBSERH)/EBSERH/2018


Assunto: Fatos da Língua Portuguesa (porque, por que, porquê e por quê; onde, aonde e donde; há e a, etc)
Texto

O Brasil, durante a maior parte da sua história, manteve uma cultura familista e pró-natalista. Por cerca de 450 anos, o incentivo à fecundidade elevada era justificado em
função da prevalência de altas taxas de mortalidade, dos interesses da colonização portuguesa, da expansão da ocupação territorial e do crescimento do mercado interno.

Durante o período do Estado Novo (1937-1945), no governo de Getúlio Vargas,  foram adotados  dispositivos legais para fortalecer a família numerosa, por meio de
diversas medidas: desestímulo ao trabalho feminino; facilidades para a aquisição de casa própria pelos indivíduos que pretendessem se casar; complemento de renda dos
casados com filhos e regras que privilegiavam os homens casados e com filhos quanto ao acesso e à promoção no serviço público.

O artigo 124 da Constituição Brasileira de 1937 afirmava: “A família, constituída pelo casamento indissolúvel, está sob a proteção especial do Estado. Às famílias
numerosas serão atribuídas compensações na proporção de seus encargos”. Naquele período, além dos incentivos ao casamento e à reprodução, vigia uma legislação que
proibia o uso de métodos contraceptivos e o aborto: o Decreto Federal n.º 20.291, de 1932, que vedava a prática médica que tivesse por fim impedir a concepção ou
interromper a gestação, e a Lei das Contravenções Penais, sancionada em 1941, que proibia “anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar o aborto ou
evitar a gravidez”.

José Eustáquio Diniz Alves O planejamento familiar no

Brasil Internet: <www ecodebate com br> (com adaptações)

Com relação a aspectos linguísticos do texto, julgue o item seguinte.

 
A correção gramatical e o sentido do texto seriam preservados caso o trecho “que tivesse por fim impedir a concepção” fosse assim reescrito: adotada afim de impedir a
concepção.

 Certo
 Errado
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Questão 3: CEBRASPE (CESPE) - Assist (FUB)/FUB/Administração/2018


Assunto: Fatos da Língua Portuguesa (porque, por que, porquê e por quê; onde, aonde e donde; há e a, etc)
O ensino superior no Brasil é oferecido por universidades, centros universitários, faculdades, institutos superiores e centros de educação tecnológica. O cidadão pode
optar por três tipos de graduação: bacharelado, licenciatura e formação tecnológica. Os cursos de pós graduação são divididos entre lato sensu  (especializações e MBAs)
e strictu sensu  (mestrados e doutorados).

Além da forma presencial, em que o aluno deve ter frequência em pelo menos 75% das aulas e avaliações, ainda é possível formar-se por meio do ensino a distância.
Nessa modalidade, não é necessária a presença do aluno dentro de sala de aula, e ele recebe livros e apostilas e conta com a ajuda da Internet. Há também cursos
semipresenciais, com aulas em sala e também a distância.

A Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior, órgão do Ministério da Educação, é a unidade responsável por afiançar que a legislação educacional seja
cumprida para garantir a qualidade dos cursos superiores do país.

Para medir a qualidade dos cursos de graduação no país, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e o Ministério da Educação
utilizam o índice geral de cursos (IGC), divulgado uma vez por ano, logo após a publicação dos resultados do ENADE. A base de cálculo do IGC é uma média dos
conceitos dos cursos de graduação de uma instituição, ponderada a partir do número de matrículas mais as notas de pós-graduação de cada instituição de ensino
superior.

Internet: <www.brasil.gov.br> (com adaptações).

Acerca das ideias e de aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.

A substituição da expressão “em que” pelo termo onde manteria a correção gramatical do texto.

 Certo
 Errado
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Questão 4: CEBRASPE (CESPE) - Tec (EBSERH)/EBSERH/Análises Clínicas/2018


Assunto: Fatos da Língua Portuguesa (porque, por que, porquê e por quê; onde, aonde e donde; há e a, etc)
Texto CB2A1AAA

O Brasil, durante a maior parte da sua história, manteve uma cultura familista e pró-natalista. Por cerca de 450 anos, o incentivo à fecundidade elevada era justificado
em função da prevalência de altas taxas de mortalidade, dos interesses da colonização portuguesa, da expansão da ocupação territorial e do crescimento do mercado
interno.

Durante o período do Estado Novo (1937-1945), no governo de Getúlio Vargas, foram adotados dispositivos legais para fortalecer a família numerosa, por meio de
diversas medidas: desestímulo ao trabalho feminino; facilidades para a aquisição de casa própria pelos indivíduos que pretendessem se casar; complemento de renda
dos casados com filhos e regras que privilegiavam os homens casados e com filhos quanto ao acesso e à promoção no serviço público.

O artigo 124 da Constituição Brasileira de 1937 afirmava: “A família, constituída pelo casamento indissolúvel, está sob a proteção especial do Estado. Às famílias
numerosas serão atribuídas compensações na proporção de seus encargos”. Naquele período, além dos incentivos ao casamento e à reprodução, vigia uma legislação
que proibia o uso de métodos contraceptivos e o aborto: o Decreto Federal  n.º 20.291, de 1932, que vedava a prática médica que tivesse por fim impedir a concepção
ou interromper a gestação, e a Lei das Contravenções Penais, sancionada em 1941, que proibia  “anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar o aborto
ou evitar a gravidez”.

José Eustáquio Diniz Alves

O planejamento familiar no Brasil Internet: <www ecodebate com br> (com adaptações)

Com relação a aspectos linguísticos do texto CB2A1AAA, julgue o item seguinte.

A correção gramatical e o sentido do texto seriam preservados caso o trecho “que tivesse por fim impedir a concepção” fosse assim reescrito: adotada afim de impedir a
concepção.

 Certo
 Errado
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Questão 5: CEBRASPE (CESPE) - Sold (PM AL)/PM AL/2021


Assunto: Acentuação

Texto CB2A1-I

As mãos que criam, criam o quê?

A ancestralidade de dona Irinéia mostra-se presente em suas peças feitas com o barro vermelho da sua região. São cabeças, figuras humanas, entre outras esculturas
que narram, por meio da forma moldada no barro, episódios históricos, lutas e conquistas vividos pelos moradores de sua comunidade e do Quilombo de Palmares.

Um exemplo é a escultura que representa pessoas em cima de uma jaqueira e que se tornou uma peça muito conhecida de dona Irinéia. A jaqueira se tornou objeto de
memória, pois remonta a uma enchente, durante a qual ela e suas três irmãs ficaram toda a noite em cima da árvore, esperando a água baixar.

O manejo da matéria-prima é feito com a retirada do barro que depois é pisoteado, amassado e moldado. As peças são então queimadas, e ganham uma coloração
naturalmente avermelhada.

Irinéia Rosa Nunes da Silva é uma das mais reconhecidas artistas da cerâmica popular brasileira. A história de dona Irinéia, mestra artesã do Patrimônio Vivo de Alagoas
desde 2005, está entrelaçada com a história do povoado quilombola Muquém, onde nasceu em 1949. O povoado pertence ao município de União dos Palmares, na zona
da mata alagoana, e se encontra próximo à serra da Barriga que carrega forte simbolismo, pois é a terra do Quilombo dos Palmares.

Por volta dos vinte anos, dona Irinéia começou a ajudar sua mãe no sustento da família, fazendo panelas de barro. Entretanto, o costume de fazer promessas aos santos
de quem se é devoto, quando se está passando por alguma provação ou doença, fez surgir para a artesã outras encomendas. Quando a graça é alcançada, costuma-se
levar a parte do corpo curado representado em uma peça de cerâmica, como agradecimento para o santo. Foi assim que dona Irinéia começou a fazer cabeças, pés e
assim por diante.

Até que um dia, uma senhora que sofria com uma forte dor de cabeça encomendou da ceramista uma cabeça, pois ia fazer uma promessa ao seu santo devoto. A
senhora alcançou sua graça, o que fez com que dona Irinéia ficasse ainda mais conhecida na região. Chegou, inclusive, ao conhecimento do SEBRAE de Alagoas, que foi
até dona Irinéia e ofereceu algumas capacitações que abriram mais possibilidades de produção para a ceramista. O número de encomendas foi aumentando e, com ele,
sua imaginação e criatividade que fizeram nascer objetos singulares.

Em Muquém, vivem cerca de quinhentas pessoas que contam com um posto de saúde, uma escola e a casa de farinha, onde as mulheres se reúnem para moer a
mandioca, alimento central na comunidade, assim como de tantos outros quilombos no Nordeste. No dia a dia do povoado, o trabalho com o barro também preenche o
tempo de muitas mulheres e alguns homens que se dedicam à produção de cerâmica, enquanto ensinam as crianças a mexer com a terra, produzindo pequenos
bonecos.

Internet: <www.artesol.org.br> (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto CB2A1-I, julgue o item seguinte.

O emprego do acento nas palavras “número” e “cerâmica” justifica-se com base na mesma regra de acentuação.

 Certo
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Questão 6: CEBRASPE (CESPE) - Sold (PM AL)/PM AL/Combatente/2018


Assunto: Acentuação
Texto 1A1-I

Dói. Dói muito. Dói pelo corpo inteiro. Principia nas unhas, passa pelos cabelos, contagia os ossos, penaliza a memória e se estende pela altura da pele. Nada fica sem
dor. Também os olhos, que só armazenam as imagens do que já fora, doem. A dor vem de afastadas distâncias, sepultados tempos, inconvenientes lugares, inseguros
futuros. Não se chora pelo amanhã. Só se salga a carne morta.

No princípio, se um de nós caía, a dor doía ligeiro.Um beijo seu curava a cabeça batida na terra, o dedo espremido na dobradiça da porta, o pé tropeçado no degrau da
escada, o braço torcido no galho da árvore. Seu beijo de mãe era um santo remédio. Ao machucar, pedia-se: mãe, beija aqui!

Há que experimentar o prazer para, só depois, bem suportar a dor. Vim ao mundo molhado pelo desenlace. A dor do parto é também de quem nasce. Todo parto decreta
um pesaroso abandono. Nascer é afastar-se — em lágrimas — do paraíso, é condenar-se à liberdade. Houve, e só depois, o tempo da alegria ao enxergar o mundo como
o mais absoluto e sucessivo milagre: fogo, terra, água, ar e o impiedoso tempo. Sem a mãe, a casa veio a ser um lugar provisório.

Uma estação com indecifrável plataforma, onde espreitávamos um cargueiro para ignorado destino. Não se desata com delicadeza o nó que nos amarra à mãe.
Impossível adivinhar, ao certo, a direção do nosso bilhete de partida. Sem poder recuar, os trilhos corriam exatos diante de nossos corações imprecisos. Os cômodos
sombrios da casa — antes bem- aventurança primavera — abrigavam passageiros sem linha do horizonte. Se fora o lugar da mãe, hoje ventilava obstinado exílio.

Bartolomeu Campos de Queirós. Vermelho amargo. São Paulo: Cosac Naify, 2013, p. 5 (com adaptações).

Ainda a respeito de aspectos linguísticos e dos sentidos do texto 1A1-I, julgue o item que se segue.

O emprego do acento gráfico nas palavras “Dói”, “só” e “nós” justifica-se pela mesma regra de acentuação.
 Certo
 Errado
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Questão 7: CEBRASPE (CESPE) - AB (BNB)/BNB/2018


Assunto: Acentuação
Não podemos descartar a operação humana por trás dos sistemas, muito menos a presença de analistas reais. Vamos supor que um sistema de aprendizagem de
máquina perceba que todas as pessoas com índice de massa corporal regular tomam café com açúcar, enquanto todas as pessoas com índice elevado tomam a bebida
com adoçante. A inteligência artificial poderá inferir, assim, que o adoçante é o responsável pela obesidade dos usuários, o que nós sabemos, pela nossa inteligência
humana, que não é bem assim.

O sistema de aprendizagem de máquina diminui a ocorrência de falsos positivos e deve contribuir para cortes de gastos. Contudo, não podemos deixar de considerar uma
pessoa que esteja por trás do sistema, pronta para lidar com casos realmente duvidosos, que mereçam ser mais bem avaliados.

Correio Braziliense, 1.º/10/2018, p. 14 (com adaptações).

A respeito de aspectos linguísticos e dos sentidos do texto, julgue o item que se segue.

Os vocábulos “trás”, “é” e “nós” recebem acento gráfico em obediência à mesma regra de acentuação.

 Certo
 Errado
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Questão 8: CEBRASPE (CESPE) - Tec (INSS)/INSS/2022


Assunto: Uso do Hifen
Texto CB1A1

Cresce, no mundo todo, o número de pessoas que demandam serviços de cuidado. De acordo com o último relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT),
esse universo deverá ser de 2,3 bilhões de pessoas em 2030 — há cinco anos, eram 2,1 bilhões. O envelhecimento da população e as novas configurações familiares,
com mulheres mais presentes no mercado de trabalho e menos disponíveis para assumir encargos com parentes sem autonomia, têm levado os países a repensar seus
sistemas de atenção a populações vulneráveis. Partindo desse panorama, as sociólogas Nadya Guimarães, da Universidade de São Paulo (USP), e Helena Hirata, do
Centro de Pesquisas Sociológicas e Políticas de Paris, na França, identificaram, em estudo, o surgimento, nos últimos vinte anos, de arranjos que visam amparar
indivíduos com distintos níveis de dependência, como crianças, idosos e pessoas com deficiência. Enquanto, em algumas nações, o papel do Estado é preponderante, em
outras, a atuação de instituições privadas se sobressai. Na América Latina, o protagonismo das famílias representa o aspecto mais marcante.

Conforme definição da OIT, o trabalho de cuidado, que pode ou não ser remunerado, envolve dois tipos de atividades: as diretas, como alimentar um bebê ou cuidar de
um doente, e as indiretas, como cozinhar ou limpar. “É um trabalho que tem uma forte dimensão emocional, se desenvolve na intimidade e, com frequência, envolve a
manipulação do corpo do outro”, diz Guimarães. Ela relata que o conceito de cuidado surgiu como categoria relevante para as ciências sociais há cerca de trinta anos e,
desde então, tem sido crescente a sua presença em linhas de investigação em áreas como economia, antropologia, psicologia e filosofia política. “Com isso, a discussão
sobre essa concepção ganhou corpo. Os estudos iniciais do cuidado limitavam-se à ideia de que ele era uma necessidade nas situações de dependência, mas tal
entendimento se ampliou. Hoje, ele é visto como um trabalho fundamental para assegurar o bem-estar de todos, na medida em que qualquer pessoa pode se fragilizar e
se tornar dependente em algum momento da vida”, explica a socióloga. Os avanços da pesquisa levaram à constatação de que a oferta de cuidados é distribuída de
forma desigual na sociedade, recaindo, de forma mais intensa, sobre as mulheres.

Ao refletir sobre esse desequilíbrio, a socióloga Heidi Gottfried, da Universidade Estadual Wayne, nos Estados Unidos da América, explica que persiste, nas sociedades, a
noção arraigada de que o trabalho de cuidado seria uma manifestação de amor e, por essa razão, deveria ser prestado gratuitamente. Conforme Gottfried, a ideia
decorre, entre outros aspectos, de construção cultural a respeito da maternidade e de que cuidar seria um talento feminino.

Por outro lado, Guimarães lembra que, a partir de 1970, as mulheres aumentaram sua participação no mercado de trabalho brasileiro. Em cinco décadas, a presença
feminina saltou de 18% para 50%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. “Consideradas provedoras naturais dos serviços de cuidado, as
mulheres passaram a trabalhar mais intensamente fora de casa. Esse fato, aliado ao envelhecimento da população, gerou o que tem sido analisado como uma crise no
provimento de cuidados que, em países do hemisfério norte, tem se resolvido com uma mercantilização desses serviços, além de uma maior atuação do Estado, por
meio da criação de instituições públicas de acolhimento, expansão de políticas de financiamento, formação e regulação do trabalho de cuidadores”, conta a socióloga.

Na América Latina, entretanto, o fornecimento de cuidados é tradicionalmente feito pelas famílias, nas quais mulheres desempenham gratuitamente papel central como
cuidadoras de crianças, idosos e pessoas com deficiência. Para a minoria que pode pagar, o mercado oferece serviços de cuidado que compensam a escassa presença do
Estado.

Christina Queiroz. Revista Pesquisa FAPESP. Ed. 299, jan./ 2021. Internet: <https://revistapesquisa.fapesp.br/economia-do-cuidado> (com adaptações).

Julgue o item a seguir, relativos a aspectos estruturais e gramaticais do texto CB1A1.

 
Por constituir um substantivo, o termo ‘bem-estar’, empregado no segundo parágrafo, poderia ser grafado, em conformidade com a ortografia oficial, sem o hífen: bem
estar.

 Certo
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Questão 9: CEBRASPE (CESPE) - TJ TRF1/TRF 1/Apoio Especializado/Taquigrafia/2017


Assunto: Substantivo
Texto 7A1AAA

O tema relativo à economia informal ganhou destaque expressivo na mídia e na literatura especializada a partir do final do século passado. Essa denominação pode
envolver fenômenos muito distintos, tais como sonegação fiscal, terceirização, atividades de microempresas, comércio de rua ou ambulante, contratação ilegal de
trabalhadores assalariados nativos ou migrantes, trabalho temporário e trabalho em domicílio, entre outros.

A economia informal apresenta um denominador comum no imaginário das pessoas: envolve atividades, trabalhos e rendas que desconsideram as regras expressas em
leis ou em procedimentos usuais. As recorrentes menções a esse tema refletem as dificuldades que as organizações, os indivíduos e o coletivo social vêm enfrentando
para superar, com as regras legais vigentes ou com os procedimentos- padrão, as mudanças estruturais econômicas, políticas e sociais em andamento.

Se, por um lado, as diferentes situações criadas pela economia informal respondem a demandas legítimas e encaminham possíveis soluções no âmbito da nova ordem
econômica e social, por outro, constituem focos de tensões e de desigualdades sociais.

Maria Cristina Cacciamali. Globalização e processo de

informalidade. In: Economia e Sociedade. Campinas, (14):153-74, jun./2000 (com adaptações).

Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto 7A1AAA, julgue o item que se segue.

Haveria prejuízo gramatical para o texto caso a palavra “procedimentos-padrão”  fosse alterada para procedimentos-padrões.

 Certo
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Questão 10: CEBRASPE (CESPE) - Tec GT (TELEBRAS)/TELEBRAS/Assistente Administrativo/2022


Assunto: Adjetivo

A comunicação tem-se transformado em um setor estratégico da economia, da política e da cultura. Da guerra, ela sempre o foi. A inclusão da informação e da
comunicação nas estratégias bélicas tem aumentado no correr de milênios.

No século VII a.C., o chinês Sun Tzu, em A arte da guerra, dizia que “toda guerra é embasada em dissimulação”, referindo-se à distribuição de informações falsas.
Contudo, quem mais desenvolveu esse conceito foi o general prussiano Carl von Clausewitz, em seu amplo tratado Da guerra (Vom Kriege), publicado em 1832. No
capítulo VI, Clausewitz afirma: “Grande parte das notícias recebidas na guerra é contraditória, uma parte ainda maior é falsa e a maior parte de todas é incerta. Em
suma, a maioria das notícias é falsa, e o medo do ser humano reforça a mentira e a inverdade. As pessoas conscientes que seguem as insinuações alheias tendem a
permanecer indecisas no lugar; acreditam ter encontrado as circunstâncias distintas do que imaginavam. Na guerra, tudo é incerto, e os cálculos devem ser feitos com
meras grandezas variáveis. Eles direcionam a observação apenas para magnitudes materiais, enquanto todo o ato de guerra está imbuído de forças e efeitos espirituais”.

Trata-se de desinformar, e não de informar. A desinformação é a informação falsa, incompleta, desorientadora. É propagada para enganar um público determinado. Seu
fim último é o isolamento do inimigo em um conflito concreto, é o de mantê-lo em um cerco informativo. Os nazistas levaram essa estratégia do engano quase à
perfeição.

Atualmente, pratica-se tanto o cerco econômico, militar e diplomático quanto o informativo. Já não se trata apenas de isolar o inimigo. As novas tecnologias permitem
aos militares intervir nos conflitos bélicos a distância, direcionando até mesmo os foguetes com a ajuda de GPS, a partir de um satélite. A telecomunicação militar
apoiada em satélites e a eletrônica determinarão as guerras do futuro imediato. Fala-se já de bombas eletrônicas (E) que podem paralisar estabelecimentos neurais da
sociedade moderna, como hospitais, centrais elétricas, oleodutos etc., destruindo os seus circuitos eletrônicos. Parece que hoje já se pode fazer a guerra sem bombas
atômicas. As bombas E do tipo FCG (flux compression generator — gerador de compressão de fluxo), cujo emprego não está limitado às grandes potências bélicas, têm
o mesmo efeito e fazem parte dos arsenais de alguns exércitos, e consistem em comprimir, mediante uma explosão, um campo eletromagnético, como um raio, sem os
custos, os efeitos colaterais ou o enorme alcance de um dispositivo de pulso eletromagnético nuclear.

Vicente Romano. Presente e futuro imediato das telecomunicações.


São Paulo em Perspectiva. Internet: <www.scielo.br> (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto CB4A1-I, julgue o próximo item.

No segundo parágrafo, na citação do general prussiano Carl von Clausewitz, o adjetivo ‘contraditória’, em ‘Grande parte das notícias recebidas na guerra é contraditória’,
expressa, em tom pejorativo, um atributo do termo ‘guerra’.

 Certo
 Errado
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Questão 11: CEBRASPE (CESPE) - Tec Leg (ALECE)/ALECE/2021


Assunto: Adjetivo
Texto CG5A1-I

E de repente aquela dor intolerável no olho esquerdo, este lacrimejando, e o mundo se tornando turvo. E torto: pois fechando um olho, o outro automaticamente se
entrefecha. Quatro vezes no decorrer de menos de um ano um objeto estranho entrou no meu olho esquerdo: duas vezes ciscos, uma vez um grão de areia, outra um
cílio. Das quatro vezes tive que procurar um oftalmologista de plantão. Da última vez, perguntei ao doutor Murilo Carvalho, cirurgião dos Oculistas Associados, e também
um artista em potencial que realiza sua vocação através de cuidar por assim dizer de nossa visão de mundo:

— Por que sempre o olho esquerdo? É simples coincidência?

Ele respondeu não; que, por mais normal que seja uma vista, um dos olhos vê mais que o outro e por isso é mais sensível. Chamou-o de “olho diretor”. E, por ser mais
sensível, disse ele, prende o corpo estranho, não o expulsa.

Quer dizer que o melhor olho é aquele que mais sofre. É a um só tempo mais poderoso e mais frágil, atrai problemas que, longe de serem imaginários, não poderiam ser
mais reais que a dor insuportável de um cisco ferindo e arranhando uma das partes mais delicadas do corpo.

Fiquei pensativa.

Será que é só com os olhos que isso acontece? Será que a pessoa que mais vê, portanto a mais potente, é a que mais sente e sofre. E a que mais se estraçalha com
dores tão reais quanto um cisco no olho.

Fiquei pensativa.

Clarice Lispector. Todas as crônicas. Rio de Janeiro: Rocco, 2018, p. 36 (com adaptações).

No texto CG5A1-I, o adjetivo “turvo”, em “o mundo se tornando turvo” (primeiro parágrafo), tem o mesmo sentido de

 a) sensível.
 b) conturbado.
 c) embaçado.
 d) invisível.

 e) difícil

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Questão 12: CEBRASPE (CESPE) - MGECAPPGE (SEDF)/SEDF/2017


Assunto: Adjetivo
Texto

O monitor — também chamado, em algumas instituições, de inspetor e bedel — é um dos profissionais mais atuantes na esfera educacional. Ele transita por toda a
escola, em geral conhece os alunos pelo nome e é um dos primeiros a ser procurado quando há algum problema que precisa ser solucionado rapidamente. Contudo, ele
nem sempre é valorizado como deveria. Infelizmente, muitos diretores entendem que quem atua nessa função deve apenas controlar os espaços coletivos para impedir a
ocorrência de agressões, depredações e furtos, vigiar grupos de alunos, observar comportamentos suspeitos e até mesmo revistar armários e mochilas.

Esse tipo de controle, além de perigoso — pois os conflitos abafados por ações repressoras acabam se manifestando com mais violência —, contribui para reforçar a
desconfiança entre a instituição e os estudantes. E uma relação fundada na insegurança fragiliza a construção de valores democráticos, que deveria ser um dos objetivos
de todas as escolas.

Como qualquer profissional do ambiente escolar, os monitores também são educadores, e cabe à equipe gestora realizar ações formativas para que eles saibam como
interagir com as crianças e os jovens nos diversos espaços (como o pátio, os corredores, as quadras, a cantina, o banheiro etc.). Com uma boa formação, eles serão
capazes de trazer informações importantes sobre a convivência entre os alunos e que poderão ser objeto de análise para que o orientador educacional, juntamente com o
diretor e a equipe docente, planeje e execute intervenções.

O papel do monitor na formação dos alunos.

Internet: <http://gestaoescolar.org.br> (com adaptações).

A respeito dos sentidos e de aspectos linguísticos do texto, julgue o próximo item.

O vocábulo “suspeitos” foi empregado, no texto, como substantivo, no sentido de aqueles sobre os quais recaem suspeitas.
 Certo
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Questão 13: CEBRASPE (CESPE) - Adm Edif (FUB)/FUB/2016


Assunto: Adjetivo
Texto

Minha condição humana me fascina. Conheço o limite de minha existência e ignoro por que estou nesta terra, mas às vezes o pressinto. Pela experiência cotidiana,
concreta e intuitiva, eu me descubro vivo para alguns homens, porque o sorriso e a felicidade deles me condicionam inteiramente, mais ainda para outros que, por acaso,
descobri terem emoções semelhantes às minhas.

E cada dia, milhares de vezes, sinto minha vida — corpo e alma — integralmente tributária do trabalho dos vivos e dos mortos. Gostaria de dar tanto quanto recebo e não
paro de receber. Mas depois experimento o sentimento satisfeito de minha solidão e quase demonstro má consciência ao exigir ainda alguma coisa de outrem. Vejo os
homens se diferenciarem pelas classes sociais e sei que nada as justifica. Sonho ser acessível e desejável para todos uma vida simples e natural, de corpo e de espírito.

Recuso-me a crer na liberdade e nesse conceito filosófico. Eu não sou livre, e sim às vezes constrangido por pressões estranhas a mim, outras vezes por convicções
íntimas. Ainda jovem, fiquei impressionado pela máxima de Schopenhauer: “O homem pode, é certo, fazer o que quer, mas não pode querer o que quer”; e hoje, diante
do espetáculo aterrador das injustiças humanas, essa moral me tranquiliza e me educa.

Albert Einstein. Como vejo o mundo. Rio de Janeiro:

Nova Frontei ra, 2015 (com adaptações).

Com relação ao texto, julgue o item a seguir.

O adjetivo “aterrador” modifica a palavra “espetáculo”, conferindo-lhe sentido negativo.

 Certo
 Errado
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Questão 14: CEBRASPE (CESPE) - TAA (MP TCE-SC)/TCE SC/2022


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais

Texto CB2A1-I

A astrônoma Jocelyn Bell Burnell disse sobre Ron Drever: “Ele realmente curtia ser tão engenhoso”. Ela tinha ido da Irlanda do Norte para Glasgow para estudar física e
Drever foi arbitrariamente designado para ser seu supervisor. Ele contava ao grupo de seus poucos orientandos as ideias mais interessantes que surgiam em sua mente,
inclusive as que levaram ao experimento de Hughes-Drever (embora ela não tivesse se dado conta de que ele o realizara no quintal da propriedade rural de sua família),
mas nenhuma que os ajudasse a passar nos exames. Após a frustração inicial, ao ver que ele não ia ajudá-la em seu dever de casa de física de estado sólido, ela acabou
admirando seu profundo entendimento de física fundamental e seu notável talento como pesquisador.

Drever, por sua vez, seria influenciado pelas iminentes e vitais descobertas de sua ex-aluna de graduação. A respeito de Bell Burnell, disse: “Ela também era obviamente
melhor do que a maioria deles… então cheguei a conhecê-la muito bem”. Drever escreveu uma carta de recomendação para apoiar o pedido de emprego dela à principal
instalação de radioastronomia na Inglaterra, em meados da década de 60, Jodrell Bank. Mas, ele continua, “não a admitiram, e a história conta que foi porque era
mulher. Mas isso não é oficial, você sabe. Ela ficou muito desapontada”. Drever acrescenta, esperando que se reconheça a obviedade daquele absurdo: “Sua segunda
opção era ir para Cambridge. Vê como são as coisas?”. Ele considerou isso uma reviravolta muito feliz. “Então ela foi para Cambridge e descobriu pulsares. Vê como são
as coisas?”, ele diz, rindo.

Janna Levin. A música do universo: ondas gravitacionais


e a maior descoberta científica dos últimos cem anos.
São Paulo, Cia. das Letras, 2016, p. 103-104 (com adaptações).

Acerca de aspectos linguísticos do texto CB2A1-I, julgue o item que se segue.

O emprego da forma verbal “seria”, no início do primeiro período do segundo parágrafo, indica um distanciamento entre a opinião da autora e o conteúdo da frase.

 Certo
 Errado
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Questão 15: CEBRASPE (CESPE) - AAE (SEE PE)/SEE PE/2022


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais

Texto CG3A1-I
 

Antes de mais nada, há a liberdade suspensiva oferecida pela caminhada, mesmo que seja um simples passeio: livrar-se da carga das preocupações, esquecer por algum
tempo os afazeres. Optamos por não levar o escritório conosco: saímos, flanamos, pensamos em outras coisas. Com as excursões de vários dias, acentua-se o
movimento de desapego: escapamos das obrigações do trabalho, libertamo-nos do jugo dos hábitos. Mas em que aspecto caminhar nos faria sentir essa liberdade mais
do que numa longa viagem? Afinal, surgem outras limitações não menos penosas: o peso da mochila, a duração das etapas, a incerteza do tempo (ameaças de chuva ou
de tempestade, calor sufocante), a rusticidade dos albergues, algumas dores... Mas só a caminhada consegue nos libertar das ilusões do indispensável. Como tal, ela
permanece o reino de poderosas necessidades. Para chegar a determinada etapa, é preciso caminhar tantas horas, que correspondem a tantos passos; a improvisação é
limitada, pois não estamos percorrendo caminhos de jardim e não podemos nos enganar nos entroncamentos, sob pena de pagar um preço muito alto. Quando a
neblina invade a montanha ou uma chuva torrencial começa a cair, é preciso seguir, continuar. A comida e a água são objeto de cálculos precisos, em função do percurso
e dos mananciais. Sem falar no desconforto. Ora, o milagre não é ficarmos felizes apesar disso, mas graças a isso. Quero dizer que não dispor de múltiplas opções de
comida ou de bebida, estar submetido à grande fatalidade das condições climáticas, contar somente com a regularidade do próprio passo, tudo isso faz, de pronto, que a
profusão da oferta (de mercadorias, de transportes, de conexões) e a multiplicação das facilidades (de comunicar, de comprar, de circular) nos pareçam outras tantas
formas de dependência. Todas essas microlibertações não passam de acelerações do sistema, que me aprisiona com mais força. Tudo o que me liberta do tempo e do
espaço me afasta da velocidade.

Frédéric Gros. Caminhar: uma filosofia.

São Paulo:Ubu Editora, 2021, p. 13-14 (com adaptações).

Acerca dos sentidos e dos mecanismos de coesão do texto CG3A1-I, julgue o item a seguir.

No segundo período, os verbos “saímos”, “flanamos” e “pensamos” estão conjugados no pretérito perfeito, pois designam ações iniciadas e concluídas no passado.

 Certo
 Errado
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Questão 16: CEBRASPE (CESPE) - AAE (SEE PE)/SEE PE/2022


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais

Texto CG3A1-I

Antes de mais nada, há a liberdade suspensiva oferecida pela caminhada, mesmo que seja um simples passeio: livrar-se da carga das preocupações, esquecer por algum
tempo os afazeres. Optamos por não levar o escritório conosco: saímos, flanamos, pensamos em outras coisas. Com as excursões de vários dias, acentua-se o
movimento de desapego: escapamos das obrigações do trabalho, libertamo-nos do jugo dos hábitos. Mas em que aspecto caminhar nos faria sentir essa liberdade mais
do que numa longa viagem? Afinal, surgem outras limitações não menos penosas: o peso da mochila, a duração das etapas, a incerteza do tempo (ameaças de chuva ou
de tempestade, calor sufocante), a rusticidade dos albergues, algumas dores... Mas só a caminhada consegue nos libertar das ilusões do indispensável. Como tal, ela
permanece o reino de poderosas necessidades. Para chegar a determinada etapa, é preciso caminhar tantas horas, que correspondem a tantos passos; a improvisação é
limitada, pois não estamos percorrendo caminhos de jardim e não podemos nos enganar nos entroncamentos, sob pena de pagar um preço muito alto. Quando a
neblina invade a montanha ou uma chuva torrencial começa a cair, é preciso seguir, continuar. A comida e a água são objeto de cálculos precisos, em função do percurso
e dos mananciais. Sem falar no desconforto. Ora, o milagre não é ficarmos felizes apesar disso, mas graças a isso. Quero dizer que não dispor de múltiplas opções de
comida ou de bebida, estar submetido à grande fatalidade das condições climáticas, contar somente com a regularidade do próprio passo, tudo isso faz, de pronto, que a
profusão da oferta (de mercadorias, de transportes, de conexões) e a multiplicação das facilidades (de comunicar, de comprar, de circular) nos pareçam outras tantas
formas de dependência. Todas essas microlibertações não passam de acelerações do sistema, que me aprisiona com mais força. Tudo o que me liberta do tempo e do
espaço me afasta da velocidade.

Frédéric Gros. Caminhar: uma filosofia.

São Paulo:Ubu Editora, 2021, p. 13-14 (com adaptações).

Acerca dos sentidos e dos mecanismos de coesão do texto CG3A1-I, julgue o item a seguir.

Na pergunta que constitui o quarto período do texto, a forma verbal “faria” transmite uma incerteza do autor.

 Certo
 Errado
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Questão 17: CEBRASPE (CESPE) - Tec (INSS)/INSS/2022


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais

Ora, graças a Deus, lá se foi mais um. Um ano, quero dizer. Menos um na conta, mais uma prestação paga. E tem quem fique melancólico. Tem quem deteste ver à
porta a cara do mascate em cada primeiro do mês, cobrando o vencido. Quando compram fiado, têm a sensação de que o homem deu de presente, e se esquecem das
prestações, que serão, cada uma, uma facada. Nem se lembram dessa outra prestação que se paga a toda hora, tabela Price insaciável comendo juros de vida, todo dia
um pouquinho mais; um cabelo que fica branco, mais um milímetro de pele que enruga, uma camada infinitesimal acrescentada à artéria que endurece, um pouco mais
de fadiga no coração, que também é carne e se cansa com aquele bater sem folga. E o olho que enxerga menos, e o dente que caria e trata de abrir lugar primeiro para
o pivô, depois para a dentadura completa.

O engraçado é que muito poucos reconhecem isso. Convencem-se de que a morte chega de repente, que não houve desgaste preparatório, e nos apanha em plena flor
da juventude, ou em plena frutificação da maturidade; se imaginam uma rosa que foi colhida em plena beleza desabrochada. Mas a rosa, se a não apanha o jardineiro,
que será ela no dia seguinte, após o mormaço do sol e a friagem do sereno? A hora da colheita não interessa ― de qualquer modo, o destino dela era murchar, perder
as pétalas, secar, sumir-se.

A gente, porém, não pode pensar muito nessas coisas. Tem que pensar em alegrias, sugestionar-se, sugestionar os outros. Vamos dar festas, vamos aguardar o ano
novo com esperanças e risadas e beijos congratulatórios. Desejar uns aos outros saúde, riqueza e venturas. Fazer de conta que não se sabe; sim, como se a gente nem
desconfiasse. Tudo que nos espera: dentro do corpo o que vai sangrar, doer, inflamar, envelhecer. As cólicas de fígado, as dores de cabeça, as azias, os reumatismos, as
gripes com febre, quem sabe o tifo, o atropelamento. Tudo escondido, esperando. Sem falar nos que vão ficar tuberculosos, nas mulheres que vão fazer cesariana. Os
que vão perder o emprego, os que se verão doidos com as dívidas, os que hão de esperar nas filas ― que seremos quase todos. E os que, não morrendo, hão de ver a
morte lhes entrando de casa adentro, carregando o filho, pai, amor, amizade. As missas de sétimo dia,
as cartas de rompimento, os bilhetes de despedida. E até guerra, quem sabe? Desgostos, desgostos de toda espécie. Qual de nós passa um dia, dois dias, sem um
desgosto? Quanto mais um ano!

Rachel de Queiroz. Um ano de menos.


In: O Cruzeiro, Rio de Janeiro, dez./1951 (com adaptações).

Acerca das ideias e de aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se segue.

No trecho “os que hão de esperar nas filas” (último parágrafo), o termo “hão” corresponde a uma forma abreviada de haverão e, como tal, diz respeito ao tempo futuro.

 Certo
 Errado
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Questão 18: CEBRASPE (CESPE) - Ag PM (IBGE)/IBGE/2021


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
Texto 1A1-I

      Estou escrevendo um livro sobre a guerra...

     Eu, que nunca gostei de ler livros de guerra, ainda que, durante minha infância e juventude, essa fosse a leitura preferida de todo mundo. De todo mundo da minha
idade. E isso não surpreende — éramos filhos da Vitória. Filhos dos vencedores.

        Em nossa família, meu avô, pai da minha mãe, morreu no front; minha avó, mãe do meu pai, morreu de tifo; de seus três filhos, dois serviram no Exército e
desapareceram nos primeiros meses da guerra, só um voltou. Meu pai.

     Não sabíamos como era o mundo sem guerra, o mundo da guerra era o único que conhecíamos, e as pessoas da guerra eram as únicas que conhecíamos. Até agora
não conheço outro mundo, outras pessoas. Por acaso existiram em algum momento?

     A vila de minha infância depois da guerra era feminina. Das mulheres. Não me lembro de vozes masculinas. Tanto que isso ficou comigo: quem conta a guerra são as
mulheres. Choram. Cantam enquanto choram.

     Na biblioteca da escola, metade dos livros era sobre a guerra. Tanto na biblioteca rural quanto na do distrito, onde meu pai sempre ia pegar livros. Agora, tenho uma
resposta, um porquê. Como ia ser por acaso? Estávamos o tempo todo em guerra ou nos preparando para ela. E rememorando como combatíamos. Nunca tínhamos
vivido de outra forma, talvez nem saibamos como fazer isso. Não imaginamos outro modo de viver, teremos que passar um tempo aprendendo.

     Por muito tempo fui uma pessoa dos livros: a realidade me assustava e atraía. Desse desconhecimento da vida surgiu uma coragem. Agora penso: se eu fosse uma
pessoa mais ligada à realidade, teria sido capaz de me lançar nesse abismo? De onde veio tudo isso: do desconhecimento? Ou foi uma intuição do caminho? Pois a
intuição do caminho existe...

     Passei muito tempo procurando... Com que palavras seria possível transmitir o que escuto? Procurava um gênero que respondesse à forma como vejo o mundo, como
se estruturam meus olhos, meus ouvidos.

     Uma vez, veio parar em minhas mãos o livro Eu venho de uma vila em chamas. Tinha uma forma incomum: um romance constituído a partir de vozes da própria
vida, do que eu escutara na infância, do que agora se escuta na rua, em casa, no café. É isso! O círculo se fechou. Achei o que estava procurando. O que estava
pressentindo.

Svetlana Aleksiévitch. A guerra não tem rosto de mulher. Companhia das Letras, 2016, p. 9-11 (com adaptações).

Assinale a opção que contém um trecho do texto 1A1-I em que as formas verbais foram empregadas no mesmo tempo verbal.

 a) “Nunca tínhamos vivido de outra forma, talvez nem saibamos como fazer isso”
 b) “Não imaginamos outro modo de viver, teremos que passar um tempo aprendendo”
 c) “Por muito tempo fui uma pessoa dos livros: a realidade me assustava e atraía”
 d) “de seus três filhos, dois serviram no Exército e desapareceram nos primeiros meses da guerra”

 e) “Tanto que isso ficou comigo: quem conta a guerra são as mulheres”

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Questão 19: CEBRASPE (CESPE) - Sold (PM TO)/PM TO/QPE/2021


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
        Apenas dez anos atrás, ainda havia em Nova York (onde moro) muitos espaços públicos mantidos coletivamente nos quais cidadãos demonstravam respeito pela
comunidade ao poupá-la das suas intimidades banais. Há dez anos, o mundo não havia sido totalmente conquistado por essas pessoas que não param de tagarelar no
celular. Telefones móveis ainda eram usados como sinal de ostentação ou para macaquear gente afluente. Afinal, a Nova York do final dos anos 90 do século passado
testemunhava a transição inconsútil da cultura da nicotina para a cultura do celular. Num dia, o volume no bolso da camisa era o maço de cigarros; no dia seguinte, era
um celular. Num dia, a garota bonitinha, vulnerável e desacompanhada ocupava as mãos, a boca e a atenção com um cigarro; no dia seguinte, ela as ocupava com uma
conversa importante com uma pessoa que não era você. Num dia, viajantes acendiam o isqueiro assim que saíam do avião; no dia seguinte, eles logo acionavam o
celular. O custo de um maço de cigarros por dia se transformou em contas mensais de centenas de dólares na operadora. A poluição atmosférica se transformou em
poluição sonora. Embora o motivo da irritação tivesse mudado de uma hora para outra, o sofrimento da maioria contida, provocado por uma minoria compulsiva em
restaurantes, aeroportos e outros espaços públicos, continuou estranhamente constante. Em 1998, não muito tempo depois que deixei de fumar, observava, sentado no
metrô, as pessoas abrindo e fechando nervosamente seus celulares, mordiscando as anteninhas. Ou apenas os segurando como se fossem a mão de uma mãe, e eu
quase sentia pena delas. Para mim, era difícil prever até onde chegaria essa tendência: Nova York queria verdadeiramente se tornar uma cidade de viciados em celulares
deslizando pelas calçadas sob desagradáveis nuvenzinhas de vida privada, ou de alguma maneira iria prevalecer a noção de que deveria haver um pouco de autocontrole
em público?

Jonathan Franzen. Como ficar sozinho. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p. 17-18 (com adaptações).

Assinale a opção que apresenta um trecho do texto 1A1-I em que o autor emprega um verbo no presente do indicativo em referência a um hábito atual da sociedade.

 a)  “ainda havia em Nova York (onde moro) muitos espaços públicos mantidos coletivamente”
 b)  “Há dez anos, o mundo não havia sido totalmente conquistado por essas pessoas que não param de tagarelar no celular”
 c)  “A poluição atmosférica se transformou em poluição sonora”
 d)  “observava, sentado no metrô, as pessoas abrindo e fechando nervosamente seus celulares”

 e)  “de alguma maneira iria prevalecer a noção de que deveria haver um pouco de autocontrole em público?”

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Questão 20: CEBRASPE (CESPE) - Ag PT (IBGE)/IBGE/2021


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
Texto 1A1-I

Não sei quando começou a necessidade de fazer listas, mas posso imaginar nosso antepassado mais remoto riscando na parede da caverna, à luz de uma tocha, signos
que indicavam quanto de alimento havia sido estocado para o inverno que se aproximava ou, como somos competitivos, a relação entre nomes de integrantes da tribo e
o número de caças abatidas por cada um deles.

Se formos propor uma hermenêutica acerca do tema, talvez possamos afirmar que existem dois tipos de listas: as necessárias e as inúteis. Em muitos casos,
dialeticamente, as necessárias tornam-se inúteis e as inúteis, necessárias. Tomemos dois exemplos. Todo mês, enumero as coisas que faltam na despensa de minha casa
antes de me dirigir ao supermercado; essa lista arrolo na categoria das necessárias. Por outro lado, há pessoas que anotam suas metas para o ano que se inicia:
começar a fazer ginástica, parar de fumar, cortar em definitivo o açúcar, ser mais solidário, menos intolerante... Essa elenco na categoria das inúteis.

Feitas as compras, a lista do supermercado, necessária, torna-se então inútil. A lista contendo nossos desejos de sermos melhores para nós mesmos e para os outros,
embora inútil, pois dificilmente a cumprimos, converte-se em necessária, porque estabelece um vínculo com o futuro, e nos projetar é uma forma de vencer a morte.

Tudo isso para justificar o que se segue. Ninguém me perguntou, mas resolvi organizar uma lista dos melhores romances que li em minha vida — escolhi o número
vinte, não por motivos místicos, mas porque talvez, pela amplitude, alinhave, mais que preferências intelectuais, uma história afetiva das minhas leituras. Enquadro-a na
categoria das listas inúteis, mas, quem sabe, se consultada, municie discussões, já que toda escolha é subjetiva e aleatória, ou, na melhor das hipóteses, suscite
curiosidade a respeito de um título ou de um autor. Ocorresse isso, me daria por satisfeito.

Luiz Ruffato. Meus romances preferidos. Internet: <brasil.elpais.com> (com adaptações).

Mantendo-se o sentido original do texto 1A1-I, a locução “formos propor” (início do segundo parágrafo) poderia ser corretamente substituída pela forma verbal

 a) propuséssemos.
 b) proporemos.
 c) propusermos.
 d) proporíamos.

 e) propúnhamos.

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Questão 21: CEBRASPE (CESPE) - Ag (B dos Coqueiros)/Pref B dos Coqueiros/Comunitário de Saúde/2020


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
Texto CG2A2-I

Atribui-se ao filósofo Rousseau o uso originário da expressão serviço público. Em um texto da obra O contrato social, a expressão abrange qualquer atividade estatal. E
o faz com duas conotações: de um lado, trata-se de atividades destinadas ao serviço do público, isto é, ações pelas quais se assegura aos cidadãos a satisfação de uma
necessidade sentida coletivamente, sem que cada um tenha de atendê-la pessoalmente; de outro, é concebida como uma atividade estatal que sucede ao serviço do rei,
porque se operou uma substituição na titularidade da soberania.

Na França e nos países que sofreram sua influência, esse conceito político de Rousseau vai extravasar para o plano jurídico, com as duas mesmas notas entrelaçadas,
que, por sinal, permanecem válidas na configuração atual do conceito, quais sejam: 1) trata-se de uma atividade estatal, não de uma atividade privada; 2) trata-se de
uma atuação a serviço do público para satisfazer a uma necessidade sentida coletivamente pela sociedade.
Ademais, para a captação do conceito de serviço público, deve-se considerar ainda o fator histórico- político, o seu surgimento em uma época presidida ideologicamente
por determinada concepção das relações entre Estado e sociedade e pela separação de suas distintas esferas de atuação, que apareceram com a Revolução Francesa.

A concepção predominante no século XIX, na fórmula do Estado liberal ou Estado abstencionista, pretendia o distanciamento do Estado em relação à vida social,
econômica e religiosa dos indivíduos.

Esse afastamento significava, em primeiro lugar, a não interferência do Estado na sociedade; daí as reduzidas funções que lhe cabiam e a inibição do Estado no âmbito
econômico e social. Em segundo lugar, importava no antagonismo à existência de grupos intermediários que pudessem interpor-se entre o indivíduo e o Estado, como
associações políticas, culturais, profissionais.

Ficando o indivíduo politicamente só diante do Estado, este se viu progressivamente obrigado a assumir, como próprias, algumas tarefas que, até então, não tinham sido
consideradas estatais, por serem desenvolvidas pela sociedade organicamente estruturada, ou seja, eram assumidas pela Igreja (em todas as suas múltiplas
personificações), pelas fundações, pelas corporações, pelas universidades e por outros entes representativos do corpo social.

Assim aconteceu, até meados do século XIX, com os hoje chamados serviços públicos assistenciais e sociais, aqueles que garantiam o direito do administrado à
conservação da vida e da saúde e ao aprimoramento de sua personalidade, como beneficência, saúde e educação, que eram atividades assumidas pela sociedade,
embora o Estado as regulasse.

Dinorá Adelaide Mussetti Grossi. Evolução da teoria do serviço público. Internet: <https://enciclopediajuridica.pucsp.br> (com adaptações).

No texto CG2A2-I, o verbo “extravasar” tem o mesmo sentido de

 a)  veicular.
 b)  transformar.
 c) deliberar.
 d) expressar-se.
 e) estender-se.

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Questão 22: CEBRASPE (CESPE) - Arqt (B Coqueiros)/Pref B dos Coqueiros/2020


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
Texto CG1A2-I

A empatia é, em termos simples, a habilidade de se colocar no lugar do outro. Por exemplo, se você, leitor, escuta uma história sobre uma criança que teve muitos
problemas de saúde, que vem de uma família muito pobre, e se comove, é possível ter dois tipos de emoção: o dó, que é a simpatia; ou colocar-se no lugar daquela
criança, imaginar o que ela passou e tentar entender o que ela sentia, enxergar o panorama a partir dos olhos dela. “É ser sensível a ponto de compreender emoções e
sentimentos de outras pessoas”, explica Rodrigo Scaranari, da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional.

E é uma característica que pode, sim, ser aprendida — ou, pelo menos, treinada. Para Rodrigo, o exercício passa pelo autoconhecimento: para compreender a emoção do
outro, é preciso conhecer e entender o que se passa dentro da própria cabeça. “Assim como podemos treinar os bíceps na academia, e ficar mais fortes, podemos ser
cada vez mais empáticos com a prática. A plasticidade do cérebro torna isso possível”, explica a professora Anita Nowak, pesquisadora da empatia e diretora da Área de
Iniciativas Sociais e Econômicas da Universidade McGill, em Montreal.

Mas por que nos colocamos no lugar do outro? Para o psicólogo, psicanalista e professor João Ângelo Fantini, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a empatia
seria “uma forma de restabelecer um contato com um objeto de amor perdido, uma parte incompreendida do sujeito”. Enxergamos no outro uma humanidade
compartilhada, sentimentos que também temos e que são aplicados em situações completamente diferentes. Por reconhecermos nós mesmos no próximo, temos
empatia.

Tal sentimento é uma via de mão dupla: beneficia não só quem o desenvolve, mas também o emissor. “A empatia é, sem dúvida nenhuma, uma das habilidades mais
importantes para que se tenha uma boa convivência social, interferindo diretamente tanto no sucesso pessoal como no profissional. Ao entender melhor as emoções e as
necessidades de cada um, temos menos dificuldades para lidar com eventuais conflitos pessoais em qualquer ambiente ou situação”, afirma Rodrigo.

Juliana Contaifer e Renata Rusky.

Colocando-se no lugar do outro. In: Correio Braziliense, 1/1/2017. Internet: <www.correiobraziliense.com.br> (com adaptações).

No texto CG1A2-I, o emprego da forma verbal “seria” expressa

 a) um fato que se passa no presente.


 b)  uma concepção ou hipótese.
 c) um fato passado não habitual.
 d) algo impossível de se realizar.
 e) um fato ocorrido no passado e totalmente concluído.

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Questão 23: CEBRASPE (CESPE) - TMCI (CGM J Pessoa)/Pref João Pessoa/2018


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
A corrupção é uma doença da alma. Como todas as doenças, ela não acomete a todos. Muitas pessoas são suscetíveis a ela, outras não. A corrupção é uma doença que
deve ser combatida por meio de uma vacina: a educação. Uma educação de qualidade para todos os brasileiros deverá exercitar o pensamento e a crítica argumentada e,
principalmente, introduzir e consolidar virtudes como a solidariedade e a ética. Devemos preparar uma nova geração na qual a corrupção seja um fenômeno do passado.
Nesse futuro não tão remoto, teremos conquistado a utopia de uma verdadeira justiça social.

Isaac Roitman. Corrupção e democracia. Internet: <https://noticias.unb.br> (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto apresentado, julgue o item a seguir.

A substituição de “teremos conquistado” por conquistaremos manteria os sentidos originais do texto.

 Certo
 Errado
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Questão 24: CEBRASPE (CESPE) - SM (PM MA)/PM MA/Combatente/2018


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
Texto CG2A1BBB

A respeito de aspectos linguísticos do texto CG2A1BBB, julgue o item.

A forma verbal empregada no trecho ENTRE NESTA LUTA! sinaliza a intenção do autor do texto de levar os leitores a executarem determinada ação ou a desenvolverem
determinado comportamento.

 Certo
 Errado
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Questão 25: CEBRASPE (CESPE) - TJ (STM)/STM/Apoio Especializado/Programação de Sistemas/2018


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
Texto CB4A1BBB

O Zoológico de Sapucaia do Sul abrigou um dia um macaco chamado Alemão. Em um domingo de Sol, Alemão conseguiu abrir o cadeado de sua jaula e escapou. O largo
horizonte do mundo estava à sua espera. As árvores do bosque estavam ao alcance de seus dedos. Ele passara a vida tentando abrir aquele cadeado. Quando conseguiu,
em vez de mergulhar na liberdade, desconhecida e sem garantias, Alemão caminhou até o restaurante lotado de visitantes. Pegou uma cerveja e ficou bebericando no
balcão.

Um zoológico serve para muitas coisas, algumas delas edificantes. Mas um zoológico serve, principalmente, para que o homem tenha a chance de, diante da jaula do
outro, certificar-se de sua liberdade e da superioridade de sua espécie. Ele pode então voltar para o apartamento financiado em quinze anos satisfeito com sua vida. Pode
abrir as grades da porta contente com seu molho de chaves e se aboletar no sofá em frente à TV; acordar na segunda-feira feliz para o batente.

Há duas maneiras de se visitar um zoológico: com ou  sem inocência. A primeira é a mais fácil e a única com satisfação garantida. A outra pode ser uma jornada sombria
para dentro do espelho, sem glamour e também sem volta.

Os tigres-de-bengala são reis de fantasia. Têm voz, possuem músculos, são magníficos. Mas, nascidos em cativeiro, já chegaram ao mundo sem essência. São um desejo
que nunca se tornará realidade. Adivinham as selvas úmidas da Ásia, mas nem sequer reconhecem as estrelas. Quando o Sol escorrega sobre a região metropolitana, são
trancafiados em furnas de pedra, claustrofóbicas. De nada servem as presas a caçadores que comem carne de cavalo abatido em frigorífico. De nada serve a sanha a
quem dorme enrodilhado, exilado não do que foi, mas do que poderia ter sido.

Eliane Brum. O cativeiro. In: A vida que ninguém vê. Porto Alegre: Arquipélago, 2006, p. 53-4 (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto CB4A1BBB, julgue o item que se segue.

A forma verbal “passara” denota um fato ocorrido antes de duas outras ações também já concluídas, as quais são descritas nos dois períodos imediatamente anteriores
ao período em que ela se insere.

 Certo
 Errado
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Questão 26: CEBRASPE (CESPE) - Ass Adm (EBSERH)/EBSERH/2018


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
Texto

O Brasil, durante a maior parte da sua história, manteve uma cultura familista e pró-natalista. Por cerca de 450 anos, o incentivo à fecundidade elevada era justificado em
função da prevalência de altas taxas de mortalidade, dos interesses da colonização portuguesa, da expansão da ocupação territorial e do crescimento do mercado interno.

Durante o período do Estado Novo (1937-1945), no governo de Getúlio Vargas,  foram adotados  dispositivos legais para fortalecer a família numerosa, por meio de
diversas medidas: desestímulo ao trabalho feminino; facilidades para a aquisição de casa própria pelos indivíduos que pretendessem se casar; complemento de renda dos
casados com filhos e regras que privilegiavam os homens casados e com filhos quanto ao acesso e à promoção no serviço público.

O artigo 124 da Constituição Brasileira de 1937 afirmava: “A família, constituída pelo casamento indissolúvel, está sob a proteção especial do Estado. Às famílias
numerosas serão atribuídas compensações na proporção de seus encargos”. Naquele período, além dos incentivos ao casamento e à reprodução, vigia uma legislação que
proibia o uso de métodos contraceptivos e o aborto: o Decreto Federal n.º 20.291, de 1932, que vedava a prática médica que tivesse por fim impedir a concepção ou
interromper a gestação, e a Lei das Contravenções Penais, sancionada em 1941, que proibia “anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar o aborto ou
evitar a gravidez”.

José Eustáquio Diniz Alves O planejamento familiar no

Brasil Internet: <www ecodebate com br> (com adaptações)

Com relação a aspectos linguísticos do texto, julgue o item seguinte.

A forma verbal “vigia” tem, no texto, o sentido de estava vigente.

 Certo
 Errado
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Questão 27: CEBRASPE (CESPE) - Assist (FUB)/FUB/Administração/2018


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
Texto

Ciência e tecnologia são potentes motores do desenvolvimento da sociedade moderna, pois produzem conhecimentos e inovações que transformam a vida de bilhões de
pessoas. Da Internet à agricultura, da automação à indústria farmacêutica, o investimento em pesquisa científica viabilizou melhorias significativas no nosso dia a dia. A
revolução nas comunicações, na produção de alimentos, na diversificação de máquinas e equipamentos e na sofisticação da medicina atesta avanços extraordinários
alcançados pela sociedade na transição do século XX para o atual.

Além disso, a complexidade dos desafios do mundo moderno coloca a ciência cada vez mais em evidência. A Organização Mundial de Saúde, em 2016, declarou o vírus
zika uma emergência de saúde pública internacional. Esse vírus se espalhou de forma muito rápida em toda a América do Sul e na América Central e foi detectado em
mais de 20 países. À época, não havia ainda vacina ou cura para a zika, o que exigiu de governos e autoridades sanitárias enorme esforço para gerir a adversidade,
enquanto mais conhecimento sobre o vírus e seu controle fosse produzido. Em momentos como esse, fica claro quão imperativo é o investimento em pesquisa científica.
Conhecimento novo deveria ser gerado com rapidez para se conter a propagação do vírus e de seu vetor — o mosquito Aedes aegypti  — em todo o globo.

Ainda assim, há uma crítica recorrente do setor de ciência e tecnologia à crescente dificuldade de se garantir mais constância no apoio à pesquisa científica brasileira, seja
pela limitação e instabilidade no fluxo dos recursos, seja pela percepção de que pouco uso é feito dos conhecimentos gerados. Quando recursos são mais escassos,
acirra-se a discussão acerca da efetividade dos investimentos públicos em pesquisa científica e crescem comparações e oposição entre a pesquisa acadêmica, sem
aplicação imediata, e a pesquisa aplicada, orientada à solução de problemas do mercado e da sociedade. Soma-se a isso o debate sobre os papéis dos setores público e
privado na pesquisa científica e tecnológica. As pressões impostas pelo vírus zika ilustram bem quão estéreis são muitas dessas discussões, pois, sem sintonia entre a
geração de conhecimento fundamental e aplicado e entre o investimento público e o privado, muitos problemas da sociedade ficarão sem solução.

Internet: <www.embrapa.br> (com adaptações).

Com relação a aspectos linguísticos do texto, julgue o item que se segue.

A substituição de “o que exigiu” por exigindo manteria a correção gramatical e os sentidos do texto.

 Certo
 Errado
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Questão 28: CEBRASPE (CESPE) - Assist (FUB)/FUB/Administração/2018
Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
Texto

Ciência e tecnologia são potentes motores do desenvolvimento da sociedade moderna, pois produzem conhecimentos e inovações que transformam a vida de bilhões de
pessoas. Da Internet à agricultura, da automação à indústria farmacêutica, o investimento em pesquisa científica viabilizou melhorias significativas no nosso dia a dia. A
revolução nas comunicações, na produção de alimentos, na diversificação de máquinas e equipamentos e na sofisticação da medicina atesta avanços extraordinários
alcançados pela sociedade na transição do século XX para o atual.

Além disso, a complexidade dos desafios do mundo moderno coloca a ciência cada vez mais em evidência. A Organização Mundial de Saúde, em 2016, declarou o vírus
zika uma emergência de saúde pública internacional. Esse vírus se espalhou de forma muito rápida em toda a América do Sul e na América Central e foi detectado em
mais de 20 países. À época, não havia ainda vacina ou cura para a zika, o que exigiu de governos e autoridades sanitárias enorme esforço para gerir a adversidade,
enquanto mais conhecimento sobre o vírus e seu controle fosse produzido. Em momentos como esse, fica claro quão imperativo é o investimento em pesquisa científica.
Conhecimento novo deveria ser gerado com rapidez para se conter a propagação do vírus e de seu vetor — o mosquito Aedes aegypti  — em todo o globo.

Ainda assim, há uma crítica recorrente do setor de ciência e tecnologia à crescente dificuldade de se garantir mais constância no apoio à pesquisa científica brasileira, seja
pela limitação e instabilidade no fluxo dos recursos, seja pela percepção de que pouco uso é feito dos conhecimentos gerados. Quando recursos são mais escassos,
acirra-se a discussão acerca da efetividade dos investimentos públicos em pesquisa científica e crescem comparações e oposição entre a pesquisa acadêmica, sem
aplicação imediata, e a pesquisa aplicada, orientada à solução de problemas do mercado e da sociedade. Soma-se a isso o debate sobre os papéis dos setores público e
privado na pesquisa científica e tecnológica. As pressões impostas pelo vírus zika ilustram bem quão estéreis são muitas dessas discussões, pois, sem sintonia entre a
geração de conhecimento fundamental e aplicado e entre o investimento público e o privado, muitos problemas da sociedade ficarão sem solução.

Internet: <www.embrapa.br> (com adaptações).

Com relação a aspectos linguísticos do texto, julgue o item que se segue.

A substituição da forma verbal “ficarão” por ficam preservaria a coerência e as ideias originais do último período do texto.

 Certo
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Questão 29: CEBRASPE (CESPE) - Tec (EBSERH)/EBSERH/Análises Clínicas/2018


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
Texto CB2A1AAA

O Brasil, durante a maior parte da sua história, manteve uma cultura familista e pró-natalista. Por cerca de 450 anos, o incentivo à fecundidade elevada era justificado
em função da prevalência de altas taxas de mortalidade, dos interesses da colonização portuguesa, da expansão da ocupação territorial e do crescimento do mercado
interno.

Durante o período do Estado Novo (1937-1945), no governo de Getúlio Vargas, foram adotados dispositivos legais para fortalecer a família numerosa, por meio de
diversas medidas: desestímulo ao trabalho feminino; facilidades para a aquisição de casa própria pelos indivíduos que pretendessem se casar; complemento de renda
dos casados com filhos e regras que privilegiavam os homens casados e com filhos quanto ao acesso e à promoção no serviço público.

O artigo 124 da Constituição Brasileira de 1937 afirmava: “A família, constituída pelo casamento indissolúvel, está sob a proteção especial do Estado. Às famílias
numerosas serão atribuídas compensações na proporção de seus encargos”. Naquele período, além dos incentivos ao casamento e à reprodução, vigia uma legislação
que proibia o uso de métodos contraceptivos e o aborto: o Decreto Federal  n.º 20.291, de 1932, que vedava a prática médica que tivesse por fim impedir a concepção
ou interromper a gestação, e a Lei das Contravenções Penais, sancionada em 1941, que proibia  “anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar o aborto
ou evitar a gravidez”.

José Eustáquio Diniz Alves

O planejamento familiar no Brasil Internet: <www ecodebate com br> (com adaptações)

Com relação a aspectos linguísticos do texto CB2A1AAA, julgue o item seguinte.

A forma verbal “vigia” tem, no texto, o sentido de estava vigente.

 Certo
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Questão 30: CEBRASPE (CESPE) - Sold (PM AL)/PM AL/Combatente/2017


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
Quino. Toda a Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1993, p. 384

A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto, julgue o próximo item.

Susanita emprega verbos no imperativo em todas as falas dirigidas a Mafalda, pois, a todo momento, dá ordens a ela.

 Certo
 Errado
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Questão 31: CEBRASPE (CESPE) - Adm Edif (FUB)/FUB/2016


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
Texto 

Ao final do século XIX, os cientistas podiam refletir com satisfação que haviam desvendado a maioria dos mistérios do mundo físico: eletricidade, magnetismo, gases,
óptica, acústica, cinética e mecânica estatística, para citar alguns campos, foram submetidos à ordem. Eles haviam descoberto os raios X, o raio catódico, o elétron e a
radioatividade, e inventado o ohm, o watt, o kelvin, o joule, o ampere e o pequeno erg.

Se uma coisa podia ser oscilada, acelerada, perturbada, destilada, combinada, pesada ou gaseificada, eles o fizeram, e no processo produziram um corpo de leis
universais tão importantes e majestosas que ainda tendemos a escrevê-las com maiúsculas: Teoria do Campo Eletromagnético da Luz, a Lei das Proporções Recíprocas de
Richter, a Lei dos Gases de Charles, a Lei dos Volumes de Combinação, a Lei de Zeroth, o Conceito de Valência, a Lei das Ações das Massas e um sem-número de outras.
O mundo inteiro clangorava e silvava com o maquinário e os instrumentos produzidos por sua engenhosidade. Muitas pessoas cultas acreditavam que não restava muito
para a ciência fazer.

Em 1875, quando estava decidindo se dedicaria a vida à matemática ou à física, um jovem alemão chamado Max Planck foi fortemente aconselhado a não escolher a
física, porque os grandes avanços já haviam sido realizados. Garantiram-lhe que o século vindouro seria de consolidação e refinamento, não de revolução. Planck não deu
ouvidos.

Bill Bryson. Uma breve história de quase tudo.

São Paulo: Companhia das Letras, 2015 (com adaptações).

Acerca das ideias e de aspectos linguísticos do texto, julgue o item subsequente.

As formas verbais “clangorava” e “silvava” poderiam ser substituídas pelas formas clangorou e silvou, sem prejuízo para os sentidos do texto, uma vez que a noção de
passado seria preservada.

 Certo
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Questão 32: CEBRASPE (CESPE) - TJ STJ/STJ/Administrativa/2018


Assunto: Correlação verbal
Texto CB4A1AAA

As discussões em torno de questões como “o que é justiça?” ou “quais são os mecanismos disponíveis para produzir situações cada vez mais justas ao conjunto da
sociedade?” não são novidade. Autores do século XIX já procuravam construir análises para identificar qual o sentido exato do termo justiça e quais formas de promovê-la
eram possíveis e desejáveis ao conjunto da sociedade à época. O debate se enquadra em torno de três principais ideias: bem-estar; liberdade e desenvolvimento; e
promoção de formas democráticas de participação. Autores importantes do campo da ciência política e da filosofia política e moral se debruçaram intensamente em torno
dessa questão ao longo do século XX, e chegaram a conclusões diversas uns dos outros. Embora a perspectiva analítica de cada um desses autores divirja entre si, eles
estão preocupados em desenvolver formas de promoção de situações de justiça social e têm hipóteses concretas para se chegar a esse estado de coisas.

Para Amartya Sen, por exemplo, a injustiça é percebida e mensurada por meio da distribuição e do alcance social das liberdades. Para Rawls, ela se manifesta
principalmente nas estruturas básicas da sociedade e sua solução depende de uma nova forma de contrato social e de uma definição de princípios básicos que criem
condições de promoção de justiça. Já para Habermas, a questão gira em torno da manifestação no campo da ação comunicativa, na qual a fragilidade de uma ação
coletiva que tenha pouco debate ou pouca representação pode enfraquecer a qualidade da democracia e, portanto, interferir no seu pleno funcionamento, tendo, por
consequência, desdobramentos sociais injustos. Em síntese, os autores argumentam a favor de instrumentos variados para a solução da injustiça, os quais dependem da
interpretação de cada um deles acerca do conceito de justiça.
Augusto Leal Rinaldi. Justiça, liberdade

e democracia. In: Pensamento Plural. Pelotas [12]: 57-74, jan.-jun./2013 (com adaptações).

A respeito dos aspectos linguísticos do texto CB4A1AAA, julgue o item.

Embora haja semelhança de sentido entre os verbos divergir e diferir, a substituição da forma verbal “divirja” por difere prejudicaria a correção gramatical do texto.

 Certo
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Questão 33: CEBRASPE (CESPE) - AB (BNB)/BNB/2018


Assunto: Correlação verbal
O carrinho de compras do sítio eletrônico está lotado, e o preço total agrada. Animado, você digita todas as informações referentes ao cartão de crédito e, sem entender,
observa a transação ser negada. Mais tarde, descobre que o banco tinha considerado suspeito aquele seu procedimento virtual, uma vez que tinha características
semelhantes às de uma fraude. Decepcionante, não? E muito comum.

A fim de melhorar a experiência dos consumidores em compras pela Internet, cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos da América,
desenvolveram um sistema baseado em princípios de aprendizagem de máquina.

A aprendizagem de máquina para a detecção de fraude é baseada em equações matemáticas e algoritmos e funciona em duas etapas. Na primeira, o sistema recebe
exemplificações de compras legítimas e ilegítimas. Em seguida, a máquina avalia compras reais, levando em consideração os padrões observados. O sistema funciona
mais ou menos como nossos neurônios. A partir de números e fórmulas, une ponto a ponto informações sobre características de transações já feitas pelo usuário — como
valores médios gastos, horários de compra, uso de celular, pontos usados, principais estabelecimentos —, até chegar a uma probabilidade de fraude final. Com cada
constatação, o programa consegue melhorar os padrões aprendidos.

Segundo um arquiteto de software  de uma empresa não participante do estudo, o modo como a máquina aprende os padrões antes de começar a analisar compras
interfere diretamente no registro de falsos positivos e fraudes reais. “Se a prepararmos apenas para detectar casos de não fraude, podemos aumentar os riscos de
fraudes que passam. Sendo assim, precisamos aumentar ao máximo o balanço de situações apresentadas à máquina para não pesar um lado mais do que o outro”,
detalha.

Correio Braziliense, 1.º/10/2018, p. 14 (com adaptações).

Julgue o próximo item, relativo aos sentidos e a aspectos linguísticos do texto.

A substituição da forma verbal ‘podemos’ por poderemos não prejudicaria a correção gramatical nem alteraria os sentidos originais do texto.

 Certo
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Questão 34: CEBRASPE (CESPE) - AB (BNB)/BNB/2018


Assunto: Correlação verbal
Não podemos descartar a operação humana por trás dos sistemas, muito menos a presença de analistas reais. Vamos supor que um sistema de aprendizagem de
máquina perceba que todas as pessoas com índice de massa corporal regular tomam café com açúcar, enquanto todas as pessoas com índice elevado tomam a bebida
com adoçante. A inteligência artificial poderá inferir, assim, que o adoçante é o responsável pela obesidade dos usuários, o que nós sabemos, pela nossa inteligência
humana, que não é bem assim.

O sistema de aprendizagem de máquina diminui a ocorrência de falsos positivos e deve contribuir para cortes de gastos. Contudo, não podemos deixar de considerar uma
pessoa que esteja por trás do sistema, pronta para lidar com casos realmente duvidosos, que mereçam ser mais bem avaliados.

Correio Braziliense, 1.º/10/2018, p. 14 (com adaptações).

A respeito de aspectos linguísticos e dos sentidos do texto, julgue o item que se segue.

A forma verbal “tomam”, em ambas as suas ocorrências, poderia ser substituída por tomem, sem prejuízo para a correção gramatical e para a coerência do texto.

 Certo
 Errado
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Questão 35: CEBRASPE (CESPE) - Sold (PM AL)/PM AL/Combatente/2017


Assunto: Correlação verbal
A palavra violência frequentemente nos remete a crimes como assassinato, estupro, roubo e lesão corporal, ou mesmo a guerras e terrorismo. Pensamos que violência e
crime violento são a mesma coisa e não levamos em conta que nem toda violência é considerada crime.

A sociedade, para reafirmar seus valores e se manter, pune as transgressões, com a intenção de que a punição aplicada ao transgressor seja útil para que os demais
indivíduos não sigam o mau exemplo, tendo em vista as consequências. Nesse caso, considera-se crime a transgressão de regras socialmente preestabelecidas, que
variam de acordo com a sociedade e o contexto histórico.

Lançadas com o intuito de encontrar  respostas  para as  possíveis  causas da violência, hipóteses clássicas na sociologia do crime acabaram por defender a tese de
associação entre o aumento nos índices de criminalidade e a pobreza. Essa associação sustenta a premissa de que o crime seja combatido e punido com maior rigor e
frequência nas classes economicamente mais desfavorecidas, em contraposição à tolerância e à impunidade de crimes cometidos tipicamente ou ocasionalmente por
indivíduos detentores de poder.

O mito da criminalidade associada à pobreza cria estereótipos, marginaliza e criminaliza a pobreza — que, em si, é uma violência. Rotula os que são tidos como pobres e
faz uma proporção extremamente grande da população ser prejulgada por atos ilícitos praticados por uma minoria.

A violência nas cidades deve ser vista sob duas vias. Um tipo de violência é a dos crimes praticados nas ruas, principalmente nas grandes cidades, que pode atingir
qualquer pessoa. O segundo tipo é a violência praticada pela própria cidade, que massacra os pobres, marginalizando e criminalizando esses cidadãos. Enquanto se
diz(1) que os pobres da cidade são violentos, a atenção da violência que eles sofrem é invertida. A violência contra quem mora próximo de condomínios de luxo e
mansões fortificadas, sem ter acesso a bens básicos para garantir razoáveis condições de vida, é esquecida.

Geélison Ferreira da Silva. Considerações sobre criminalidade: marginalização, medo e mitos no Brasil. In: Revista Brasileira de Segurança Pública. ano 5, 8.ª ed. São Paulo, fev. – mar./2011, p. 91-102
(com adaptações)

No que se refere aos sentidos e às propriedades linguísticas do texto, julgue o item a seguir. 

A forma verbal “diz” (1) poderia ser substituída por disser, sem prejuízo da correção gramatical do texto. 

 Certo
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Questão 36: CEBRASPE (CESPE) - TJ (TRE BA)/TRE BA/Administrativa/"Sem Especialidade"/2017


Assunto: Locução verbal
Texto 

Pode-se dizer que a cidadania é essencialmente consciência de direitos e deveres e exercício da democracia: direitos civis, como segurança e locomoção; direitos sociais,
como trabalho, salário justo, saúde, educação, habitação etc.; direitos políticos, como liberdade de expressão, de voto, de participação em partidos políticos e sindicatos
etc.

Não há cidadania sem democracia. O conceito de cidadania, contudo, é um conceito ambíguo. Em 1789, a  Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão  estabelecia as primeiras normas para assegurar a liberdade individual e a propriedade. Nascia a cidadania como uma conquista liberal. Hoje, o conceito de
cidadania é mais complexo.

Com a ampliação dos direitos, nasceu também uma concepção mais ampla de cidadania. De um lado, existe uma concepção consumerista de cidadania (direito de defesa
do consumidor) e, de outro, uma concepção plena, que se manifesta na mobilização da sociedade para a conquista de novos direitos e na participação direta da
população na gestão da vida pública, por meio, por exemplo, da discussão  democrática do orçamento. Esta tem sido uma prática, sobretudo no nível do poder local, que
tem ajudado na construção de uma democracia participativa, superando os limites da democracia puramente representativa.

Moacir Gadotti. Escola cidadã – educação para e pela cidadania.

Internet: <http://acervo.paulofreire.org> (com adaptações).

A correção gramatical, a coerência e o sentido do texto seriam mantidos caso a forma verbal “tem ajudado” fosse substituída por

 a)  vem ajudando.

 b)  ajudou.

 c)  ajudaria.

 d)  vinha ajudando.

 e)  pode ajudar.

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Questão 37: CEBRASPE (CESPE) - Tec Min (MPE PI)/MPE PI/Administrativa/2018
Assunto: Questões Variadas de Verbo
Eis que se inicia então uma das fases mais intensas na vida de Geraldo Viramundo: sua troca de correspondência com os estudantes, julgando estar a se corresponder
com sua amada. E eis que passo pela rama nesta fase de meu relato, já que me é impossível dar a exata medida do grau de maluquice que inspiraram tais cartas:
infelizmente se perderam e de nenhuma encontrei paradeiro, por maiores que tenham sido os meus esforços em rebuscar coleções, arquivos e alfarrábios em minha
terra. Sou forçado, pois, a limitar-me aos elementos de que disponho, encerrando em desventuras as aventuras de Viramundo em Ouro Preto, e dando viço às suas
peregrinações.

Fernando Sabino. O grande mentecapto. 62.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2002.

Com referência aos sentidos do texto precedente e às estruturas linguísticas nele empregadas, julgue o item a seguir.

Os sentidos do texto seriam alterados caso o trecho “estar a se corresponder” fosse assim reescrito: estar se correspondendo.

 Certo
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Questão 38: CEBRASPE (CESPE) - Tec Min (MPE PI)/MPE PI/Administrativa/2018


Assunto: Questões Variadas de Verbo
Saiu a mais nova lista de coisas que devem ou não ser feitas, moda que parece ter contagiado o planeta. Desta vez, Arthur Frommer e Holly Hugues elencam os 500
locais que precisamos visitar antes que desapareçam (500 places to see before they disappear). O livro traz lugares naturais e históricos, de antigos centros de culto
a paisagens em vias de extinção, assim como tesouros culturais únicos, como o Fenway Park, de Boston, inaugurado em 1912: um dos últimos estádios norte-americanos
que mantêm sua construção original, diz o Atlanta Journal Constitution.

Revista da Semana, dez./2008 (com adaptações).

Julgue o item a seguir, relativo aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto apresentado.

Seria incorreto o emprego do verbo “ser” no plural — serem.

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Questão 39: CEBRASPE (CESPE) - Sold (PM AL)/PM AL/Combatente/2018


Assunto: Questões Variadas de Verbo
Texto 1A1-I

Dói. Dói muito. Dói pelo corpo inteiro. Principia nas unhas, passa pelos cabelos, contagia os ossos, penaliza a memória e se estende pela altura da pele. Nada fica sem
dor. Também os olhos, que só armazenam as imagens do que já fora, doem. A dor vem de afastadas distâncias, sepultados tempos, inconvenientes lugares, inseguros
futuros. Não se chora pelo amanhã. Só se salga a carne morta.

No princípio, se um de nós caía, a dor doía ligeiro.Um beijo seu curava a cabeça batida na terra, o dedo espremido na dobradiça da porta, o pé tropeçado no degrau da
escada, o braço torcido no galho da árvore. Seu beijo de mãe era um santo remédio. Ao machucar, pedia-se: mãe, beija aqui!

Há que experimentar o prazer para, só depois, bem suportar a dor. Vim ao mundo molhado pelo desenlace. A dor do parto é também de quem nasce. Todo parto decreta
um pesaroso abandono. Nascer é afastar-se — em lágrimas — do paraíso, é condenar-se à liberdade. Houve, e só depois, o tempo da alegria ao enxergar o mundo como
o mais absoluto e sucessivo milagre: fogo, terra, água, ar e o impiedoso tempo. Sem a mãe, a casa veio a ser um lugar provisório.

Uma estação com indecifrável plataforma, onde espreitávamos um cargueiro para ignorado destino. Não se desata com delicadeza o nó que nos amarra à mãe.
Impossível adivinhar, ao certo, a direção do nosso bilhete de partida. Sem poder recuar, os trilhos corriam exatos diante de nossos corações imprecisos. Os cômodos
sombrios da casa — antes bem- aventurança primavera — abrigavam passageiros sem linha do horizonte. Se fora o lugar da mãe, hoje ventilava obstinado exílio.

Bartolomeu Campos de Queirós. Vermelho amargo. São Paulo: Cosac Naify, 2013, p. 5 (com adaptações).

Ainda a respeito de aspectos linguísticos e dos sentidos do texto 1A1-I, julgue o item que se segue.

No segundo parágrafo do texto, as formas verbais “caía”, “doía”, “curava” e “pedia” designam ações frequentes ou contínuas no passado.

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Questão 40: CEBRASPE (CESPE) - Sold (PM AL)/PM AL/Combatente/2018


Assunto: Questões Variadas de Verbo
Texto 1A12-I

Preguiça e covardia são as causas que explicam por que uma grande parte dos seres humanos, mesmo muito após a natureza tê-los declarado livres da orientação alheia,
ainda permanecem, com gosto e por toda a vida, na condição de menoridade. As mesmas causas explicam por que parece tão fácil outros afirmarem-se como seus
tutores. É tão confortável ser menor! Tenho à disposição um livro que entende por mim, um pastor que tem consciência por mim, um médico que me prescreve uma dieta
etc.: então não preciso me esforçar. Não me é necessário pensar, quando posso pagar; outros assumirão a tarefa espinhosa por mim.

A maioria da humanidade vê como muito perigoso, além de bastante difícil, o passo a ser dado rumo à maioridade, uma vez que tutores já tomaram para si de bom grado
a sua supervisão. Após terem previamente embrutecido e cuidadosamente protegido seu gado, para que essas pacatas criaturas não ousem dar qualquer passo fora dos
trilhos nos quais devem andar, os tutores lhes mostram o perigo que as ameaça caso queiram andar por conta própria. Tal perigo, porém, não é assim tão grande, pois,
após algumas quedas, aprenderiam finalmente a andar; basta, entretanto, o exemplo de um tombo para intimidá-las e aterrorizá-las por completo para que não façam
novas tentativas.

Kant. Resposta à pergunta: Que é esclarecimento?

Tradução de Pedro Caldas. In: Danilo Marcondes. Textos básicos de ética: de Platão a Foucault. Zahar, 4.ª edição, 2008 (com adaptações).

A respeito das propriedades linguísticas do texto 1A12-I, julgue o item a seguir.

A forma verbal “assumirão” expressa uma ação futura, ainda não concretizada, mas que se acredita que certamente se realizará, de acordo com os sentidos do texto.

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Questão 41: CEBRASPE (CESPE) - TJ TRF1/TRF 1/Administrativa/"Sem Especialidade"/2017


Assunto: Pronomes pessoais
Texto CB2A2AAA

O pensamento do filósofo grego Sócrates, no século V a. C., marcou uma reviravolta na história humana. Até então, a filosofia procurava explicar o mundo com base na
observação das forças da natureza. A partir de Sócrates, o ser humano voltou-se para si mesmo.

A preocupação do filósofo era levar as pessoas, por meio do autoconhecimento, à sabedoria e à prática do bem. Para o filósofo grego, o papel do educador é, portanto, o
de ajudar o discípulo a caminhar nesse sentido, despertando sua cooperação para que ele consiga, por si próprio, iluminar sua inteligência e sua consciência.

Assim, o verdadeiro mestre não é um provedor de conhecimentos, mas alguém que desperta os espíritos. Ele deve, segundo Sócrates, admitir a reciprocidade ao exercer
sua função iluminadora, permitindo que os alunos contestem seus argumentos da mesma forma que ele contesta os argumentos dos alunos. Para esse pensador, só a
troca de ideias dá liberdade ao pensamento e a sua expressão, condição imprescindível para o aperfeiçoamento do ser humano.

Sócrates. In: Coleção Grandes Pensadores.

Revista Nova Escola. Ed. 179, jan.–fev./2005. Internet: <https://novaescola.org.br> (com adaptações).

A respeito das propriedades linguísticas do texto CB2A2AAA, julgue o item subsequente.

O pronome na forma verbal “voltou-se” denota reciprocidade, aspecto enfatizado pela expressão “para si mesmo” .

 Certo
 Errado
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Questão 42: CEBRASPE (CESPE) - APPGE (SEDF)/SEDF/Apoio Administrativo/2017


Assunto: Pronomes interrogativos
Não têm conta entre nós os pedagogos da prosperidade que, apegando-se a certas soluções onde, na melhor hipótese, se abrigam verdades parciais, transformam-nas
em requisito obrigatório e único de todo progresso. É bem característico, para citar um exemplo, o que ocorre com a miragem da alfabetização. Quanta inútil retórica se
tem desperdiçado para provar que todos os nossos males ficariam resolvidos de um momento para o outro se estivessem amplamente difundidas as escolas primárias e o
conhecimento do abc.

A muitos desses pregoeiros do progresso seria difícil convencer de que a alfabetização em massa não é condição obrigatória nem sequer para o tipo de cultura técnica e
capitalista que admiram. Desacompanhada de outros elementos fundamentais da educação, que a completem, é comparável, em certos casos, a uma arma de fogo posta
nas mãos de um cego.

Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil. 27.ª ed. São Paulo:

Companhia das Letras, 2015 (com adaptações).

 
Julgue o item a seguir, que trata de aspectos gramaticais do texto.

O vocábulo “Quanta”  classifica-se, na oração em que ocorre, como pronome interrogativo.

 Certo
 Errado
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Questão 43: CEBRASPE (CESPE) - Tec (FUB)/FUB/Tecnologia da Informação/2022


Assunto: Pronomes relativos

Texto CB2A1-I

Ser mais humano em meio a um mundo cada vez mais digital — esse é o grande desafio das organizações para o ano de 2022 no Brasil e em todo o mundo. O equilíbrio
entre home office e escritório, em um modelo híbrido de trabalho, deve ser a tendência para os próximos anos. E, no contexto da vida pós-pandemia, há desafios que os
departamentos de recursos humanos (RH) vão enfrentar para manter uma relação saudável e positiva entre empresas e colaboradores e garantir, ainda, a produtividade
do negócio. E no meio de tudo isso, a tecnologia mais uma vez surge como a viabilizadora de bons resultados.

O primeiro desafio do RH é demonstrar segurança em um mundo de incertezas. É fundamental que toda a comunicação da companhia com seus colaboradores seja feita
de maneira clara, precisa e sem hesitação, para evitar dúvidas e ansiedades, transmitindo-se segurança às equipes de trabalho. Nesse sentido, uma plataforma digital
workplace, a famosa intranet, é uma ferramenta indispensável para sustentar uma comunicação de fato eficiente.

Não há mais espaço para um modelo de trabalho independente e não colaborativo nas organizações, depois de quase dois anos de mudanças profundas nas relações de
trabalho. Se o RH não dá as respostas certas no tempo certo, os gestores tendem a agir sozinhos em busca de soluções para seus desafios de atração e retenção de
talentos. O resultado é uma desvalorização da área de recursos humanos, que é um dos pilares para a produtividade e sustentabilidade de qualquer empresa.

O suporte da tecnologia ganha um papel cada vez mais estratégico para apoiar a tomada de decisão, que precisa ser cada vez mais humanizada. Não se trata de usar a
tecnologia para automatizar e otimizar processos em uma estrutura “robotizada”, mas de ampliar o uso de ferramentas que humanizem as relações a partir de dados
mais ricos e informações mais completas e valiosas, para buscar o melhor tanto para os colaboradores quanto para a própria empresa.

Em 2022, o foco deve ser encontrar soluções que possam resolver os desafios da gestão de capital humano das organizações. Mesmo com toda a tecnologia existente, a
ideia não é substituir pessoas, mas conferir-lhes poder para que suas tomadas de decisões sejam ainda melhores. É a tecnologia viabilizando relações mais humanas,
precisas, por meio de dados reais, confiáveis. Esse é o caminho para o futuro.

Robson Campos. Internet: <www.abeinfobrasil.com.br> (com adaptações).

Em relação a aspectos linguísticos do texto CB2A1-I, julgue o seguinte item.

Em “há desafios que os departamentos de recursos humanos (RH) vão enfrentar” (terceiro período do primeiro parágrafo), o emprego do vocábulo “que” atribui ao trecho
o sentido de que os “desafios” pertencem aos “departamentos de recursos humanos”, logo seria gramaticalmente correto substituir o segmento “que os” por cujos.

 Certo
 Errado
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Questão 44: CEBRASPE (CESPE) - Tec (INSS)/INSS/2016


Assunto: Pronomes relativos
Texto

Naquele novo apartamento da rua Visconde de Pirajá pela primeira vez teria um escritório para trabalhar. Não era um cômodo muito grande, mas dava para armar ali a
minha tenda de reflexões e leitura: uma escrivaninha, um sofá e os livros. Na parede da esquerda ficaria a grande e sonhada estante onde caberiam todos os meus livros.
Tratei de encomendá-la a seu Joaquim, um marceneiro que tinha oficina na rua Garcia D’Ávila com Barão da Torre.

O apartamento não ficava tão perto da oficina. Era quase em frente ao prédio onde morava Mário Pedrosa, entre a Farme de Amoedo e a antiga Montenegro, hoje
Vinicius de Moraes. Estava ali havia uma semana e nem decorara ainda o número do prédio. Tanto que, quando seu Joaquim, ao preencher a nota de encomenda,
perguntou-me onde seria entregue a estante, tive um momento de hesitação. Mas foi só um momento. Pensei rápido: “Se o prédio do Mário é 228, o meu, que fica quase
em frente, deve ser 227”. Mas lembrei-me de que, ao ir ali pela primeira vez, observara que, apesar de ficar em frente ao do Mário, havia uma diferença na numeração.

― Visconde de Pirajá, 127 ― respondi, e seu Joaquim desenhou o endereço na nota.


― Tudo bem, seu Ferreira. Dentro de um mês estará lá sua estante.
― Um mês, seu Joaquim! Tudo isso? Veja se reduz esse prazo.
― A estante é grande, dá muito trabalho... Digamos, três semanas.

Ferreira Gullar. A estante. In: A estranha vida banal. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989 (com adaptações).

Julgue o seguinte item, a respeito de aspectos linguísticos do texto.


 

Seria mantida a correção do texto caso o trecho “onde caberiam” fosse substituído por que caberia.

 Certo
 Errado
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Questão 45: CEBRASPE (CESPE) - Ass (APEX)/ApexBrasil/Apoio Administrativo/2021


Assunto: Preposição
Texto CB2A1-I

A rapidez da difusão do comércio eletrônico tem trazido novas oportunidades para o pequeno negócio, o varejo e as micro e pequenas empresas (MPE), que se veem na
contingência de mudança na gestão do comércio, visando um aumento de lucratividade e novas oportunidades, com uma fatia maior do comércio eletrônico.

Com a utilização do sistema B2C, sistema de comércio eletrônico, várias vantagens podem ser apresentadas, como a facilidade de estabelecer compras online 24 horas
por dia, sete dias da semana. Verifica-se, ainda, a otimização dos fatores da atividade empresarial, como quadro pessoal, loja física e mobilidade urbana, a diminuição de
tempo gasto com as operações e a sustentabilidade com a teoria de utilização racional de papéis (em inglês, less paper).

Este guia é direcionado aos pequenos empresários, aos varejistas e a todo tipo de comerciante que vise ampliar suas atividades pelo uso de novas tecnologias. Os
produtos englobados por este guia resumem-se em mercadorias, software, hardware e serviço. Os consumidores protegidos pela norma conceituam-se como membro
individual do público geral, que compra ou usa produtos para fins pessoais ou finalidades domésticas.

Todavia, para que esse sistema de transações de comércio eletrônico seja eficaz, o comerciante deve planejar, implantar e desenvolver o sistema de comércio eletrônico e
mantê-lo atualizado e transparente, de modo a auxiliar os consumidores na efetivação da credibilidade desse tipo de negociação online.

Para tanto, a capacidade, a adequação, a conformidade, a pluralidade e a diversidade na rede devem gerar um maior suporte ao consumidor, em relação às suas
reclamações e dúvidas na transação eletrônica.

Utilize o passo a passo sugerido neste guia e seja bem-sucedido em seu comércio eletrônico!

ABNT/ SEBRAE. Guia de implementação ABNT NBR ISO 10008: gestão da qualidade –

satisfação do cliente – diretrizes para transações de comércio eletrônico de negócio a

consumidor. Rio de Janeiro: 2014, p. 31 (com adaptações).

No trecho “Com a utilização do sistema B2C”, no segundo parágrafo do texto CB2A1-I, o termo “Com” expressa

 a) causa.
 b) consequência.
 c) companhia.
 d) modo.

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Questão 46: CEBRASPE (CESPE) - Aux Inst (IPHAN)/IPHAN/Área 1/2018


Assunto: Preposição
Texto CB2A1BBB

Uma das principais características da sociedade contemporânea é a velocidade de suas transformações.

Esse novo cenário traz um desafio para as cidades: a necessidade de conciliar os novos hábitos de sua população, em constante mutação, com a ocupação territorial, ou
seja, com as soluções de habitação, de localização de equipamentos públicos, de mobilidade.

Essas mudanças são um reflexo da inserção das cidades na economia global, o que aumentou o número de atores (empresas, instituições públicas, associações)
envolvidos na condução das políticas públicas.

Com a multiplicação das demandas sociais, no lugar de soluções únicas para a cidade, passou-se a considerar a segmentação ainda maior de interesses. É cada vez mais
difícil imaginar que uma ação pública vá atingir a aspiração de todos em um único objetivo comum.

Há de se pensar em sistemas mais ágeis de governança urbana, em que os cidadãos sejam chamados a participar das decisões para ações de pequena ou grande escala.

Além de todos os desafios impostos pela inconstância e pela fragmentação das demandas sociais, vivemos um divórcio entre política e poder.

Para fazer frente a essas transformações, é necessário um novo tipo de planejamento urbano. Conceitos rígidos dão lugar à flexibilidade, à análise de cenários alternativos
e à inclusão da sociedade na formulação das políticas.
Nesse contexto novo, o patrimônio histórico tem de ser integrado ao planejamento da cidade, sob pena de ficar à deriva em um mar de interesses puramente
econômicos.

Vanessa Fernandes Correa e Mauro Sérgio Procópio Calliari. As transformações da cidade contemporânea. In: Preservando o patrimônio histórico – um manual para gestores municipais. São Paulo (com
adaptações).

Acerca das ideias e dos aspectos linguísticos do texto CB2A1BBB, julgue o item seguinte.

Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a expressão “Com a” poderia ser substituída pela expressão Devido à.

 Certo
 Errado
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Questão 47: CEBRASPE (CESPE) - Aux Inst (IPHAN)/IPHAN/Área 1/2018


Assunto: Preposição
Texto CB2A1BBB

Uma das principais características da sociedade contemporânea é a velocidade de suas transformações.

Esse novo cenário traz um desafio para as cidades: a necessidade de conciliar os novos hábitos de sua população, em constante mutação, com a ocupação territorial, ou
seja, com as soluções de habitação, de localização de equipamentos públicos, de mobilidade.

Essas mudanças são um reflexo da inserção das cidades na economia global, o que aumentou o número de atores (empresas, instituições públicas, associações)
envolvidos na condução das políticas públicas.

Com a multiplicação das demandas sociais, no lugar de soluções únicas para a cidade, passou-se a considerar a segmentação ainda maior de interesses. É cada vez mais
difícil imaginar que uma ação pública vá atingir a aspiração de todos em um único objetivo comum.

Há de se pensar em sistemas mais ágeis de governança urbana, em que os cidadãos sejam chamados a participar das decisões para ações de pequena ou grande escala.

Além de todos os desafios impostos pela inconstância e pela fragmentação das demandas sociais, vivemos um divórcio entre política e poder.

Para fazer frente a essas transformações, é necessário um novo tipo de planejamento urbano. Conceitos rígidos dão lugar à flexibilidade, à análise de cenários alternativos
e à inclusão da sociedade na formulação das políticas.

Nesse contexto novo, o patrimônio histórico tem de ser integrado ao planejamento da cidade, sob pena de ficar à deriva em um mar de interesses puramente
econômicos.

Vanessa Fernandes Correa e Mauro Sérgio Procópio Calliari. As transformações da cidade contemporânea. In: Preservando o patrimônio histórico – um manual para gestores municipais. São Paulo (com
adaptações).

Acerca das ideias e dos aspectos linguísticos do texto CB2A1BBB, julgue o item seguinte.

A substituição da expressão “Além de” por Apesar de não alteraria os sentidos originais do texto.

 Certo
 Errado
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Questão 48: CEBRASPE (CESPE) - TJ TRT8/TRT 8/Administrativa/2023


Assunto: Conjunção

Texto CB1A1-I

A 4.ª revolução industrial, marcada por avanços tecnológicos exponenciais, está produzindo uma transformação acelerada das ocupações e dos requisitos de habilidades
necessárias ao ingresso dos jovens no mundo do trabalho. A demanda por novas qualificações aumenta, e a obsolescência das existentes se acelera; além disso, muitas
atividades rotineiras estão sujeitas à robotização ou à substituição por máquinas inteligentes.

Embora essa nova realidade possa abrir grandes oportunidades, a transformação acelerada das ocupações gera também o risco de maior desigualdade.

O mundo tecnológico que emerge exige novas qualificações, ou mesmo novas alfabetizações, uma vez que as habilidades do século XXI estão em processo de
redefinição radical, o que reforça a importância de educação de qualidade e formação profissional dos jovens para melhorar a empregabilidade e facilitar a transição da
educação para o trabalho; de políticas ativas de mercado de trabalho que compreendam serviços e programas de emprego e contratos especiais para jovens; da
promoção do respeito aos direitos trabalhistas e do trato não discriminatório dos jovens; além de políticas públicas que estimulem e desenvolvam a oferta de emprego
pelas empresas, desde políticas de desenvolvimento e diversificação produtiva até o apoio às pequenas e médias empresas.
 

Entre as modalidades de programas para fomentar o emprego juvenil, as alianças público-privadas desempenhampapel essencial, pois representam um campo fértil para
a responsabilidade social empresarial e podem ser centrais para o desenvolvimento competitivo das empresas.

Internet: <www.ilo.org> (com adaptações).

No terceiro parágrafo do texto CB1A1-I, a oração “uma vez que as habilidades do século XXI estão em processo de redefinição radical” expressa circunstância de

 a)  tempo.
 b) consequência.
 c) proporcionalidade.
 d) condição.

 e)  causa.

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Questão 49: CEBRASPE (CESPE) - TAmb (ICMBio)/ICMBio/2022


Assunto: Conjunção
Texto

Nossas cidades estão perdendo suas árvores rapidamente, mas até nisso somos um país desigual. Os bairros mais nobres do Rio de Janeiro e de São Paulo seguem
maravilhosamente arborizados, alguns cada vez mais, frequentemente com árvores das mesmas espécies das que foram cortadas na frente da sua casa ou do seu
trabalho por serem supostamente inadequadas, para não causarem danos à infraestrutura.

As castanholas, também conhecidas como sete-copas, são uma espécie extremamente abundante no Rio de Janeiro, mas demonizadas em outras regiões menos
urbanizadas, como no Pará, por exemplo, sob o argumento de que “A raiz dela cresce demais” ou de que “Vai quebrar a calçada”. Árvores com raízes robustas e que
crescem por grandes distâncias são acusadas de destruir a pavimentação, ao passo que aquelas de raízes reduzidas caem com facilidade.

As espécies de crescimento rápido são as que mais assustam os técnicos responsáveis pela arborização exageradamente tementes à infraestrutura. Todavia, as outras
demoram uma eternidade para crescer, a vida passa ligeiramente e todos querem ver a tão sonhada arborização avançada. Não podem ficar muito altas, especificam os
técnicos, nem derrubar muitas folhas. Se derrubarem frutos grandes, como mangas, por exemplo, nem pensar! Podem amassar a lataria de um carro! Flores e pequenos
frutos podem manchar a pintura! Há também aquelas árvores que atraem morcegos. Melhor não! Espinhos estão fora de questão. E se alguém se machuca? Na
autobiografia de Woody Allen, ele afirma algo interessante: mais do que os outros, o inferno é o gosto dos outros.

A expectativa é que, nas próximas décadas, a temperatura das cidades suba consideravelmente devido às mudanças climáticas globais. Nesse contexto, é muito bem-
vinda qualquer sombra que venha a reduzir a temperatura do asfalto, da calçada ou de uma parede. O canto dos pássaros e dos insetos e o colorido das flores também
têm importante papel na qualidade de vida dos cidadãos, comprovadamente reduzindo o estresse e o risco de depressão. Esses são outros benefícios da arborização
que, geralmente, não são incluídos no contexto técnico, mas que devem ser mais bem pesados na equação dos riscos e benefícios da arborização.

Rodolfo Salm. Cadê a árvore que estava aqui?, 19/2/2021. Internet: <www.correiocidadania.com.br> (com adaptações).

A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item.

No primeiro período do texto, a conjunção “mas” introduz uma ressalva à afirmação de que “Nossas cidades estão perdendo suas árvores rapidamente”.

 Certo
 Errado
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Questão 50: CEBRASPE (CESPE) - Tec GT (TELEBRAS)/TELEBRAS/Assistente Administrativo/2022


Assunto: Conjunção

A comunicação tem-se transformado em um setor estratégico da economia, da política e da cultura. Da guerra, ela sempre o foi. A inclusão da informação e da
comunicação nas estratégias bélicas tem aumentado no correr de milênios.

No século VII a.C., o chinês Sun Tzu, em A arte da guerra, dizia que “toda guerra é embasada em dissimulação”, referindo-se à distribuição de informações falsas.
Contudo, quem mais desenvolveu esse conceito foi o general prussiano Carl von Clausewitz, em seu amplo tratado Da guerra (Vom Kriege), publicado em 1832. No
capítulo VI, Clausewitz afirma: “Grande parte das notícias recebidas na guerra é contraditória, uma parte ainda maior é falsa e a maior parte de todas é incerta. Em
suma, a maioria das notícias é falsa, e o medo do ser humano reforça a mentira e a inverdade. As pessoas conscientes que seguem as insinuações alheias tendem a
permanecer indecisas no lugar; acreditam ter encontrado as circunstâncias distintas do que imaginavam. Na guerra, tudo é incerto, e os cálculos devem ser feitos com
meras grandezas variáveis. Eles direcionam a observação apenas para magnitudes materiais, enquanto todo o ato de guerra está imbuído de forças e efeitos espirituais”.

Trata-se de desinformar, e não de informar. A desinformação é a informação falsa, incompleta, desorientadora. É propagada para enganar um público determinado. Seu
fim último é o isolamento do inimigo em um conflito concreto, é o de mantê-lo em um cerco informativo. Os nazistas levaram essa estratégia do engano quase à
perfeição.

Atualmente, pratica-se tanto o cerco econômico, militar e diplomático quanto o informativo. Já não se trata apenas de isolar o inimigo. As novas tecnologias permitem
aos militares intervir nos conflitos bélicos a distância, direcionando até mesmo os foguetes com a ajuda de GPS, a partir de um satélite. A telecomunicação militar
apoiada em satélites e a eletrônica determinarão as guerras do futuro imediato. Fala-se já de bombas eletrônicas (E) que podem paralisar estabelecimentos neurais da
sociedade moderna, como hospitais, centrais elétricas, oleodutos etc., destruindo os seus circuitos eletrônicos. Parece que hoje já se pode fazer a guerra sem bombas
atômicas. As bombas E do tipo FCG (flux compression generator — gerador de compressão de fluxo), cujo emprego não está limitado às grandes potências bélicas, têm
o mesmo efeito e fazem parte dos arsenais de alguns exércitos, e consistem em comprimir, mediante uma explosão, um campo eletromagnético, como um raio, sem os
custos, os efeitos colaterais ou o enorme alcance de um dispositivo de pulso eletromagnético nuclear.

Vicente Romano. Presente e futuro imediato das telecomunicações.


São Paulo em Perspectiva. Internet: <www.scielo.br> (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto CB4A1-I, julgue o próximo item.

Os dois primeiros períodos do primeiro parágrafo compõem uma relação de causa e consequência, de modo que seria correto uni-los em um só período, empregando-se
uma conjunção causal, como já que, imediatamente antes de “Da guerra”, desde que feitos os devidos ajustes de maiúsculas e minúsculas e de pontuação.

 Certo
 Errado
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1981922

Questão 51: CEBRASPE (CESPE) - Tec GT (TELEBRAS)/TELEBRAS/Assistente Administrativo/2022


Assunto: Conjunção

A comunicação tem-se transformado em um setor estratégico da economia, da política e da cultura. Da guerra, ela sempre o foi. A inclusão da informação e da
comunicação nas estratégias bélicas tem aumentado no correr de milênios.

No século VII a.C., o chinês Sun Tzu, em A arte da guerra, dizia que “toda guerra é embasada em dissimulação”, referindo-se à distribuição de informações falsas.
Contudo, quem mais desenvolveu esse conceito foi o general prussiano Carl von Clausewitz, em seu amplo tratado Da guerra (Vom Kriege), publicado em 1832. No
capítulo VI, Clausewitz afirma: “Grande parte das notícias recebidas na guerra é contraditória, uma parte ainda maior é falsa e a maior parte de todas é incerta. Em
suma, a maioria das notícias é falsa, e o medo do ser humano reforça a mentira e a inverdade. As pessoas conscientes que seguem as insinuações alheias tendem a
permanecer indecisas no lugar; acreditam ter encontrado as circunstâncias distintas do que imaginavam. Na guerra, tudo é incerto, e os cálculos devem ser feitos com
meras grandezas variáveis. Eles direcionam a observação apenas para magnitudes materiais, enquanto todo o ato de guerra está imbuído de forças e efeitos espirituais”.

Trata-se de desinformar, e não de informar. A desinformação é a informação falsa, incompleta, desorientadora. É propagada para enganar um público determinado. Seu
fim último é o isolamento do inimigo em um conflito concreto, é o de mantê-lo em um cerco informativo. Os nazistas levaram essa estratégia do engano quase à
perfeição.

Atualmente, pratica-se tanto o cerco econômico, militar e diplomático quanto o informativo. Já não se trata apenas de isolar o inimigo. As novas tecnologias permitem
aos militares intervir nos conflitos bélicos a distância, direcionando até mesmo os foguetes com a ajuda de GPS, a partir de um satélite. A telecomunicação militar
apoiada em satélites e a eletrônica determinarão as guerras do futuro imediato. Fala-se já de bombas eletrônicas (E) que podem paralisar estabelecimentos neurais da
sociedade moderna, como hospitais, centrais elétricas, oleodutos etc., destruindo os seus circuitos eletrônicos. Parece que hoje já se pode fazer a guerra sem bombas
atômicas. As bombas E do tipo FCG (flux compression generator — gerador de compressão de fluxo), cujo emprego não está limitado às grandes potências bélicas, têm
o mesmo efeito e fazem parte dos arsenais de alguns exércitos, e consistem em comprimir, mediante uma explosão, um campo eletromagnético, como um raio, sem os
custos, os efeitos colaterais ou o enorme alcance de um dispositivo de pulso eletromagnético nuclear.

Vicente Romano. Presente e futuro imediato das telecomunicações.


São Paulo em Perspectiva. Internet: <www.scielo.br> (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto CB4A1-I, julgue o próximo item.

No segundo período do segundo parágrafo do texto, o vocábulo “Contudo” introduz uma ressalva.

 Certo
 Errado
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Questão 52: CEBRASPE (CESPE) - TCE (TCE RJ)/TCE RJ/Técnico/2022


Assunto: Conjunção

A atividade política, para os antigos, estava associada à prática das virtudes e à busca por uma ordem moral duradoura. A corrupção, por sua vez, era identificada com
vícios como a ambição, a ganância pelo poder, a covardia etc., ou seja, tudo aquilo que causa caos social, desordem e violência.

Essa noção de corrupção associada ao desvirtuamento e à falta de cuidado com o bem comum atravessaria a Idade Média e chegaria até o início da modernidade com
os teóricos políticos do  Renascimento. Contudo, com a ampliação das relações comerciais decorrentes das grandes navegações, o crescimento urbano, o advento da
indústria, a ascensão da burguesia como classe política — por meio de revoluções como a inglesa (1640-1668) e a francesa (1789-1799) —, o sistema político começou
a ser pensado de forma diferente.

A concepção antiga das virtudes como guias da política não funcionava mais na modernidade. Era necessária uma concepção de política que levasse em conta os
interesses individuais e as ambições, que faziam parte do mundo moderno. Mas como fazer isso sem deixar que tais interesses e ambições degenerassem o sistema
político? Montesquieu foi quem ofereceu o melhor modelo, que, em grande parte, ainda se faz presente até hoje nos regimes democráticos.

 
Segundo Montesquieu, para que os interesses pessoais dos governantes não triunfassem sobre o bem público e para que o corpo político não se corrompesse, seriam
necessárias as leis positivas, isto é, um conjunto de medidas jurídicas que se ajustassem à realidade dos interesses de determinada sociedade e impusesse controle
sobre ela, sendo capaz de intermediar os homens e suas necessidades.

Esse modelo foi seguido pelas democracias liberais do século XIX. No entanto, desde a transição do século XIX para o século XXI, o mundo ficou cada vez mais
integrado, tanto econômica quanto politicamente, sobretudo após as guerras mundiais. Essa integração, apesar de ter trazido inúmeros benefícios, também trouxe
grandes dificuldades.

Internet: <https://brasilescola.uol.com.br> (com adaptações).

Julgue o item que se segue, relativo às ideias e a aspectos linguísticos do texto anterior.

No segundo parágrafo, o emprego de “Contudo” indica que as informações do segundo período expressam adversidade em relação às ideias apresentadas no primeiro
período.

 Certo
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Questão 53: CEBRASPE (CESPE) - Assist (FUB)/FUB/Administração/2022


Assunto: Conjunção

Texto CB2A1-I

Ser mais humano em meio a um mundo cada vez mais digital — esse é o grande desafio das organizações para o ano de 2022 no Brasil e em todo o mundo. O equilíbrio
entre home office e escritório, em um modelo híbrido de trabalho, deve ser a tendência para os próximos anos. E, no contexto da vida pós-pandemia, há desafios que os
departamentos de recursos humanos (RH) vão enfrentar para manter uma relação saudável e positiva entre empresas e colaboradores e garantir, ainda, a produtividade
do negócio. E no meio de tudo isso, a tecnologia mais uma vez surge como a viabilizadora de bons resultados.

O primeiro desafio do RH é demonstrar segurança em um mundo de incertezas. É fundamental que toda a comunicação da companhia com seus colaboradores seja feita
de maneira clara, precisa e sem hesitação, para evitar dúvidas e ansiedades, transmitindo-se segurança às equipes de trabalho. Nesse sentido, uma plataforma digital
workplace, a famosa intranet, é uma ferramenta indispensável para sustentar uma comunicação de fato eficiente.

Não há mais espaço para um modelo de trabalho independente e não colaborativo nas organizações, depois de quase dois anos de mudanças profundas nas relações de
trabalho. Se o RH não dá as respostas certas no tempo certo, os gestores tendem a agir sozinhos em busca de soluções para seus desafios de atração e retenção de
talentos. O resultado é uma desvalorização da área de recursos humanos, que é um dos pilares para a produtividade e sustentabilidade de qualquer empresa.

O suporte da tecnologia ganha um papel cada vez mais estratégico para apoiar a tomada de decisão, que precisa ser cada vez mais humanizada. Não se trata de usar a
tecnologia para automatizar e otimizar processos em uma estrutura “robotizada”, mas de ampliar o uso de ferramentas que humanizem as relações a partir de dados
mais ricos e informações mais completas e valiosas, para buscar o melhor tanto para os colaboradores quanto para a própria empresa.

Em 2022, o foco deve ser encontrar soluções que possam resolver os desafios da gestão de capital humano das organizações. Mesmo com toda a tecnologia existente, a
ideia não é substituir pessoas, mas conferir-lhes poder para que suas tomadas de decisões sejam ainda melhores. É a tecnologia viabilizando relações mais humanas,
precisas, por meio de dados reais, confiáveis. Esse é o caminho para o futuro.

Robson Campos. Internet: <www.abeinfobrasil.com.br> (com adaptações).

Em relação a aspectos linguísticos do texto CB2A1-I, julgue o seguinte item.

No segundo período do quarto parágrafo, o trecho introduzido pela conjunção “mas” tem sentido aditivo, o que se confirma pelo emprego do advérbio de negação no
início do período.

 Certo
 Errado
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Questão 54: CEBRASPE (CESPE) - Tec (INSS)/INSS/2022


Assunto: Conjunção
Texto CB1A1

Cresce, no mundo todo, o número de pessoas que demandam serviços de cuidado. De acordo com o último relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT),
esse universo deverá ser de 2,3 bilhões de pessoas em 2030 — há cinco anos, eram 2,1 bilhões. O envelhecimento da população e as novas configurações familiares,
com mulheres mais presentes no mercado de trabalho e menos disponíveis para assumir encargos com parentes sem autonomia, têm levado os países a repensar seus
sistemas de atenção a populações vulneráveis. Partindo desse panorama, as sociólogas Nadya Guimarães, da Universidade de São Paulo (USP), e Helena Hirata, do
Centro de Pesquisas Sociológicas e Políticas de Paris, na França, identificaram, em estudo, o surgimento, nos últimos vinte anos, de arranjos que visam amparar
indivíduos com distintos níveis de dependência, como crianças, idosos e pessoas com deficiência. Enquanto, em algumas nações, o papel do Estado é preponderante, em
outras, a atuação de instituições privadas se sobressai. Na América Latina, o protagonismo das famílias representa o aspecto mais marcante.
 

Conforme definição da OIT, o trabalho de cuidado, que pode ou não ser remunerado, envolve dois tipos de atividades: as diretas, como alimentar um bebê ou cuidar de
um doente, e as indiretas, como cozinhar ou limpar. “É um trabalho que tem uma forte dimensão emocional, se desenvolve na intimidade e, com frequência, envolve a
manipulação do corpo do outro”, diz Guimarães. Ela relata que o conceito de cuidado surgiu como categoria relevante para as ciências sociais há cerca de trinta anos e,
desde então, tem sido crescente a sua presença em linhas de investigação em áreas como economia, antropologia, psicologia e filosofia política. “Com isso, a discussão
sobre essa concepção ganhou corpo. Os estudos iniciais do cuidado limitavam-se à ideia de que ele era uma necessidade nas situações de dependência, mas tal
entendimento se ampliou. Hoje, ele é visto como um trabalho fundamental para assegurar o bem-estar de todos, na medida em que qualquer pessoa pode se fragilizar e
se tornar dependente em algum momento da vida”, explica a socióloga. Os avanços da pesquisa levaram à constatação de que a oferta de cuidados é distribuída de
forma desigual na sociedade, recaindo, de forma mais intensa, sobre as mulheres.

Ao refletir sobre esse desequilíbrio, a socióloga Heidi Gottfried, da Universidade Estadual Wayne, nos Estados Unidos da América, explica que persiste, nas sociedades, a
noção arraigada de que o trabalho de cuidado seria uma manifestação de amor e, por essa razão, deveria ser prestado gratuitamente. Conforme Gottfried, a ideia
decorre, entre outros aspectos, de construção cultural a respeito da maternidade e de que cuidar seria um talento feminino.

Por outro lado, Guimarães lembra que, a partir de 1970, as mulheres aumentaram sua participação no mercado de trabalho brasileiro. Em cinco décadas, a presença
feminina saltou de 18% para 50%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. “Consideradas provedoras naturais dos serviços de cuidado, as
mulheres passaram a trabalhar mais intensamente fora de casa. Esse fato, aliado ao envelhecimento da população, gerou o que tem sido analisado como uma crise no
provimento de cuidados que, em países do hemisfério norte, tem se resolvido com uma mercantilização desses serviços, além de uma maior atuação do Estado, por
meio da criação de instituições públicas de acolhimento, expansão de políticas de financiamento, formação e regulação do trabalho de cuidadores”, conta a socióloga.

Na América Latina, entretanto, o fornecimento de cuidados é tradicionalmente feito pelas famílias, nas quais mulheres desempenham gratuitamente papel central como
cuidadoras de crianças, idosos e pessoas com deficiência. Para a minoria que pode pagar, o mercado oferece serviços de cuidado que compensam a escassa presença do
Estado.

Christina Queiroz. Revista Pesquisa FAPESP. Ed. 299, jan./ 2021. Internet: <https://revistapesquisa.fapesp.br/economia-do-cuidado> (com adaptações).

Acerca de aspectos semânticos e sintáticos do texto CB1A1, julgue o item que se segue.

Seria preservada a coerência das ideias do texto se, no segundo parágrafo, a expressão “na medida em que” fosse substituída pelo vocábulo pois.

 Certo
 Errado
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Questão 55: CEBRASPE (CESPE) - Tec (INSS)/INSS/2022


Assunto: Conjunção
Texto CB1A1

Cresce, no mundo todo, o número de pessoas que demandam serviços de cuidado. De acordo com o último relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT),
esse universo deverá ser de 2,3 bilhões de pessoas em 2030 — há cinco anos, eram 2,1 bilhões. O envelhecimento da população e as novas configurações familiares,
com mulheres mais presentes no mercado de trabalho e menos disponíveis para assumir encargos com parentes sem autonomia, têm levado os países a repensar seus
sistemas de atenção a populações vulneráveis. Partindo desse panorama, as sociólogas Nadya Guimarães, da Universidade de São Paulo (USP), e Helena Hirata, do
Centro de Pesquisas Sociológicas e Políticas de Paris, na França, identificaram, em estudo, o surgimento, nos últimos vinte anos, de arranjos que visam amparar
indivíduos com distintos níveis de dependência, como crianças, idosos e pessoas com deficiência. Enquanto, em algumas nações, o papel do Estado é preponderante, em
outras, a atuação de instituições privadas se sobressai. Na América Latina, o protagonismo das famílias representa o aspecto mais marcante.

Conforme definição da OIT, o trabalho de cuidado, que pode ou não ser remunerado, envolve dois tipos de atividades: as diretas, como alimentar um bebê ou cuidar de
um doente, e as indiretas, como cozinhar ou limpar. “É um trabalho que tem uma forte dimensão emocional, se desenvolve na intimidade e, com frequência, envolve a
manipulação do corpo do outro”, diz Guimarães. Ela relata que o conceito de cuidado surgiu como categoria relevante para as ciências sociais há cerca de trinta anos e,
desde então, tem sido crescente a sua presença em linhas de investigação em áreas como economia, antropologia, psicologia e filosofia política. “Com isso, a discussão
sobre essa concepção ganhou corpo. Os estudos iniciais do cuidado limitavam-se à ideia de que ele era uma necessidade nas situações de dependência, mas tal
entendimento se ampliou. Hoje, ele é visto como um trabalho fundamental para assegurar o bem-estar de todos, na medida em que qualquer pessoa pode se fragilizar e
se tornar dependente em algum momento da vida”, explica a socióloga. Os avanços da pesquisa levaram à constatação de que a oferta de cuidados é distribuída de
forma desigual na sociedade, recaindo, de forma mais intensa, sobre as mulheres.

Ao refletir sobre esse desequilíbrio, a socióloga Heidi Gottfried, da Universidade Estadual Wayne, nos Estados Unidos da América, explica que persiste, nas sociedades, a
noção arraigada de que o trabalho de cuidado seria uma manifestação de amor e, por essa razão, deveria ser prestado gratuitamente. Conforme Gottfried, a ideia
decorre, entre outros aspectos, de construção cultural a respeito da maternidade e de que cuidar seria um talento feminino.

Por outro lado, Guimarães lembra que, a partir de 1970, as mulheres aumentaram sua participação no mercado de trabalho brasileiro. Em cinco décadas, a presença
feminina saltou de 18% para 50%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. “Consideradas provedoras naturais dos serviços de cuidado, as
mulheres passaram a trabalhar mais intensamente fora de casa. Esse fato, aliado ao envelhecimento da população, gerou o que tem sido analisado como uma crise no
provimento de cuidados que, em países do hemisfério norte, tem se resolvido com uma mercantilização desses serviços, além de uma maior atuação do Estado, por
meio da criação de instituições públicas de acolhimento, expansão de políticas de financiamento, formação e regulação do trabalho de cuidadores”, conta a socióloga.

Na América Latina, entretanto, o fornecimento de cuidados é tradicionalmente feito pelas famílias, nas quais mulheres desempenham gratuitamente papel central como
cuidadoras de crianças, idosos e pessoas com deficiência. Para a minoria que pode pagar, o mercado oferece serviços de cuidado que compensam a escassa presença do
Estado.

Christina Queiroz. Revista Pesquisa FAPESP. Ed. 299, jan./ 2021. Internet: <https://revistapesquisa.fapesp.br/economia-do-cuidado> (com adaptações).

Julgue o item a seguir, relativos a aspectos estruturais e gramaticais do texto CB1A1.

No início do último parágrafo, o emprego da conjunção “entretanto” objetiva evidenciar uma contraposição com o que se afirma no parágrafo anterior; por isso, essa
conjunção poderia ser substituída, sem prejuízo dos sentidos e da coerência do texto, por conquanto.

 Certo
 Errado
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Questão 56: CEBRASPE (CESPE) - Sup C Qual (IBGE)/IBGE/2021


Assunto: Conjunção
Texto 1A1-I

O termo “dado de pesquisa” tem uma amplitude de significados que vão se transformando de acordo com domínios científicos específicos, objetos de pesquisas,
metodologias de geração e coleta de dados e muitas outras variáveis. Pode ser o resultado de um experimento realizado em um ambiente controlado de laboratório, um
estudo empírico na área de ciências sociais ou a observação de um fenômeno cultural ou da erupção de um vulcão em um determinado momento e lugar. Dados digitais
de pesquisa ocorrem na forma de diferentes tipos de dados, como números, figuras, vídeos, softwares; com diferentes níveis de agregação e de processamento, como
dados crus ou primários, dados intermediários e dados processados e integrados; e em diferentes formatos de arquivos e mídias. Essa diversidade, que vai sendo
delineada pelas especificidades de cada disciplina, suas condicionantes metodológicas, protocolos, workflows e seus objetivos, se torna um desafio — pelo alto grau de
contextualização necessário — para o pesquisador na sua tarefa de definir precisamente o que é dado de pesquisa de uma forma transversal aos diversos domínios
disciplinares.

As definições encontradas nos dicionários e enciclopédias falham em capturar a riqueza e a variedade dos dados no mundo da ciência ou falham em revelar as premissas
epistemológicas e ontológicas sobre as quais eles são baseados. Na esfera acadêmica, grande parte das definições são uma enumeração de exemplos: dados são fatos,
números, letras e símbolos. Listas de exemplos não são verdadeiramente definições, visto que não estabelecem uma clara fronteira entre o que inclui e o que não inclui o
conceito.

Luis Fernando Sayão; Luana Farias Sales. Afinal, o que é dado de pesquisa? In: Biblos: Revista do Instituto de Ciências Humanas e da Informação, Rio Grande. v. 34, n. 02, jul.-dez./2020,
p.32-33. Internet: <periodicos.furg.br>. (com adaptações).

A locução “visto que” (último período do texto) é usada no texto 1A1-I com o mesmo sentido que

 a) mesmo que.
 b) de modo que.
 c) se bem que.
 d) sempre que.

 e) uma vez que.

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Questão 57: CEBRASPE (CESPE) - Ag PM (IBGE)/IBGE/2021


Assunto: Conjunção
Texto 1A1-I

      Estou escrevendo um livro sobre a guerra...

     Eu, que nunca gostei de ler livros de guerra, ainda que, durante minha infância e juventude, essa fosse a leitura preferida de todo mundo. De todo mundo da minha
idade. E isso não surpreende — éramos filhos da Vitória. Filhos dos vencedores.

        Em nossa família, meu avô, pai da minha mãe, morreu no front; minha avó, mãe do meu pai, morreu de tifo; de seus três filhos, dois serviram no Exército e
desapareceram nos primeiros meses da guerra, só um voltou. Meu pai.

     Não sabíamos como era o mundo sem guerra, o mundo da guerra era o único que conhecíamos, e as pessoas da guerra eram as únicas que conhecíamos. Até agora
não conheço outro mundo, outras pessoas. Por acaso existiram em algum momento?

     A vila de minha infância depois da guerra era feminina. Das mulheres. Não me lembro de vozes masculinas. Tanto que isso ficou comigo: quem conta a guerra são as
mulheres. Choram. Cantam enquanto choram.

     Na biblioteca da escola, metade dos livros era sobre a guerra. Tanto na biblioteca rural quanto na do distrito, onde meu pai sempre ia pegar livros. Agora, tenho uma
resposta, um porquê. Como ia ser por acaso? Estávamos o tempo todo em guerra ou nos preparando para ela. E rememorando como combatíamos. Nunca tínhamos
vivido de outra forma, talvez nem saibamos como fazer isso. Não imaginamos outro modo de viver, teremos que passar um tempo aprendendo.

     Por muito tempo fui uma pessoa dos livros: a realidade me assustava e atraía. Desse desconhecimento da vida surgiu uma coragem. Agora penso: se eu fosse uma
pessoa mais ligada à realidade, teria sido capaz de me lançar nesse abismo? De onde veio tudo isso: do desconhecimento? Ou foi uma intuição do caminho? Pois a
intuição do caminho existe...

     Passei muito tempo procurando... Com que palavras seria possível transmitir o que escuto? Procurava um gênero que respondesse à forma como vejo o mundo, como
se estruturam meus olhos, meus ouvidos.
     Uma vez, veio parar em minhas mãos o livro Eu venho de uma vila em chamas. Tinha uma forma incomum: um romance constituído a partir de vozes da própria
vida, do que eu escutara na infância, do que agora se escuta na rua, em casa, no café. É isso! O círculo se fechou. Achei o que estava procurando. O que estava
pressentindo.

Svetlana Aleksiévitch. A guerra não tem rosto de mulher. Companhia das Letras, 2016, p. 9-11 (com adaptações).

No segundo parágrafo do texto 1A1-I, a expressão “ainda que” expressa uma

 a) consequência.
 b) concessão.
 c) oposição.
 d) explicação.

 e) causa.

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Questão 58: CEBRASPE (CESPE) - Sold (PM TO)/PM TO/QPE/2021


Assunto: Conjunção
        Apenas dez anos atrás, ainda havia em Nova York (onde moro) muitos espaços públicos mantidos coletivamente nos quais cidadãos demonstravam respeito pela
comunidade ao poupá-la das suas intimidades banais. Há dez anos, o mundo não havia sido totalmente conquistado por essas pessoas que não param de tagarelar no
celular. Telefones móveis ainda eram usados como sinal de ostentação ou para macaquear gente afluente. Afinal, a Nova York do final dos anos 90 do século passado
testemunhava a transição inconsútil da cultura da nicotina para a cultura do celular. Num dia, o volume no bolso da camisa era o maço de cigarros; no dia seguinte, era
um celular. Num dia, a garota bonitinha, vulnerável e desacompanhada ocupava as mãos, a boca e a atenção com um cigarro; no dia seguinte, ela as ocupava com uma
conversa importante com uma pessoa que não era você. Num dia, viajantes acendiam o isqueiro assim que saíam do avião; no dia seguinte, eles logo acionavam o
celular. O custo de um maço de cigarros por dia se transformou em contas mensais de centenas de dólares na operadora. A poluição atmosférica se transformou em
poluição sonora. Embora o motivo da irritação tivesse mudado de uma hora para outra, o sofrimento da maioria contida, provocado por uma minoria compulsiva em
restaurantes, aeroportos e outros espaços públicos, continuou estranhamente constante. Em 1998, não muito tempo depois que deixei de fumar, observava, sentado no
metrô, as pessoas abrindo e fechando nervosamente seus celulares, mordiscando as anteninhas. Ou apenas os segurando como se fossem a mão de uma mãe, e eu
quase sentia pena delas. Para mim, era difícil prever até onde chegaria essa tendência: Nova York queria verdadeiramente se tornar uma cidade de viciados em celulares
deslizando pelas calçadas sob desagradáveis nuvenzinhas de vida privada, ou de alguma maneira iria prevalecer a noção de que deveria haver um pouco de autocontrole
em público?

Jonathan Franzen. Como ficar sozinho. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p. 17-18 (com adaptações).

Sem prejuízo dos sentidos originais do texto 1A1-I, a expressão “assim que”, em “viajantes acendiam o isqueiro assim que saíam do avião”, poderia ser corretamente
substituída por

 a)  da mesma forma que.


 b)  de maneira que.
 c)  consoante.
 d)  tão logo.

 e)  à medida que.

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Questão 59: CEBRASPE (CESPE) - AgFEP (DEPEN)/DEPEN/2021


Assunto: Conjunção
A Casa de Detenção Feminina era antiquada, embolorada, lúgubre e sombria. O chão da sala de admissão era de cimento, sem pintura, com a sujeira dos sapatos de
milhares de prisioneiras, policiais e inspetoras de polícia incrustada na superfície.

Disseram para eu me sentar no banco da frente, na fileira da direita. De repente, ouviu-se um estrondo do lado de fora do portão. Várias mulheres se aproximavam da
entrada, esperando que o portão de ferro se abrisse.

Enquanto as mulheres que tinham voltado do tribunal estavam em pé do lado de fora dos portões de ferro, fui levada para fora da sala. Lá, havia o mesmo piso de
cimento imundo, paredes de azulejos amarelados descorados e duas escrivaninhas velhas de escritório. Uma inspetora branca e robusta estava no comando. Quando eu
descobri, entre os papéis grudados na parede, um cartaz de pessoas procuradas pelo FBI com a minha fotografia e descrição, ela o arrancou de lá.

Eu ainda estava esperando naquela sala suja quando houve a troca de turno. Outra agente prisional foi enviada para me vigiar. Ela era negra, jovem — mais nova do que
eu —, usava cabelos crespos naturais e, ao se aproximar, não demonstrou nenhum tipo de arrogância. Foi uma experiência que me desarmou. No entanto, não foi o fato
de ela ser negra que me surpreendeu, foi seu comportamento: sem agressividade e aparentemente solidário.

Imaginando que eu pudesse ser capaz de obter dela alguma informação sobre a minha situação, perguntei por que a demora era tão longa. Ela não sabia detalhes, disse,
mas achavaque estavam tentando decidir como me manteriam separada da população prisional. Seu pressentimento era de que eu seria colocada na área da prisão
reservada para mulheres com transtornos psicológicos. Olhei para ela com incredulidade. Para mim, prisão era prisão — não existia gradação de melhor ou pior.

Angela Y. Davis. Uma autobiografia. Heci Regina Candiani (Trad.). 1.ª ed. São Paulo: Boitempo, 2019 (com adaptações).

Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.

À
Sem alteração dos sentidos originais do texto, o vocábulo “Enquanto”, que introduz o terceiro parágrafo, poderia ser substituído por À medida que.

 Certo
 Errado
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Questão 60: CEBRASPE (CESPE) - Ass (APEX)/ApexBrasil/Apoio Administrativo/2021


Assunto: Conjunção
Texto CB2A1-I

A rapidez da difusão do comércio eletrônico tem trazido novas oportunidades para o pequeno negócio, o varejo e as micro e pequenas empresas (MPE), que se veem na
contingência de mudança na gestão do comércio, visando um aumento de lucratividade e novas oportunidades, com uma fatia maior do comércio eletrônico.

Com a utilização do sistema B2C, sistema de comércio eletrônico, várias vantagens podem ser apresentadas, como a facilidade de estabelecer compras online 24 horas
por dia, sete dias da semana. Verifica-se, ainda, a otimização dos fatores da atividade empresarial, como quadro pessoal, loja física e mobilidade urbana, a diminuição de
tempo gasto com as operações e a sustentabilidade com a teoria de utilização racional de papéis (em inglês, less paper).

Este guia é direcionado aos pequenos empresários, aos varejistas e a todo tipo de comerciante que vise ampliar suas atividades pelo uso de novas tecnologias. Os
produtos englobados por este guia resumem-se em mercadorias, software, hardware e serviço. Os consumidores protegidos pela norma conceituam-se como membro
individual do público geral, que compra ou usa produtos para fins pessoais ou finalidades domésticas.

Todavia, para que esse sistema de transações de comércio eletrônico seja eficaz, o comerciante deve planejar, implantar e desenvolver o sistema de comércio eletrônico e
mantê-lo atualizado e transparente, de modo a auxiliar os consumidores na efetivação da credibilidade desse tipo de negociação online.

Para tanto, a capacidade, a adequação, a conformidade, a pluralidade e a diversidade na rede devem gerar um maior suporte ao consumidor, em relação às suas
reclamações e dúvidas na transação eletrônica.

Utilize o passo a passo sugerido neste guia e seja bem-sucedido em seu comércio eletrônico!

ABNT/ SEBRAE. Guia de implementação ABNT NBR ISO 10008: gestão da qualidade –

satisfação do cliente – diretrizes para transações de comércio eletrônico de negócio a

consumidor. Rio de Janeiro: 2014, p. 31 (com adaptações).

Mantendo-se os sentidos e a correção gramatical do quarto parágrafo do texto CB2A1-I, a palavra “Todavia” poderia ser substituída por

 a) Ademais.
 b) Enfim.
 c) Portanto.
 d) Entretanto.

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Questão 61: CEBRASPE (CESPE) - Tec Min (MPE AP)/MPE AP/Auxiliar Administrativo/2021


Assunto: Conjunção

Texto CG2A1-II

A atenção é uma vantagem evolutiva e tanto, pois permite que o animal concentre sua capacidade cognitiva (um recurso finito e sempre escasso) em determinada coisa
e, a partir daí, tente entendê-la — podendo antecipar-se, ou reagir melhor, a ela. Preste atenção a seu s predadores, ou a suas presas, e você terá mais chance de
comer e não ser comido. Atenção é útil para todo animal. Tanto é assim que ela emana do sistema límbico: a parte mais interna e antiga do cérebro, que o Homo
sapiens compartilha com diversas espécies. A mente humana tem um desejo insaciável de encontrar coisas novas e interessantes, e dedicar atenção a elas.

A Internet é uma fonte praticamente inesgotável de coisas nas quais prestar atenção. Nela, o conteúdo e os serviços costumam ser gratuitos, pois seus criadores
ganham dinheiro publicando anúncios, que também atrairão nossa atenção (e somente a partir daí, quem sabe, poderão nos induzir a comprar ou consumir algum
produto). Percebeu? A principal mercadoria do Google não é o buscador, os mapas ou o Gmail. É a sua atenção, que ele coleta e revende. A atenção é a maior riqueza
das empresas de Internet. Fez fortunas, criou gigantes, mudou o mundo. Por isso há tanta gente lutando por ela: a loja do sistema Android tem 2,1 milhões de
aplicativos; a do sistema utilizado pelo iPhone, 1,8 milhão.

Superinteressante. Edição do Kindle,

out./ 2019, p. 28 (com adaptações).

No último período do texto CG2A1-II, a expressão “Por isso” introduz, com relação às ideias imediatamente anteriores, uma circunstância de
 a) causa.
 b) conclusão.
 c) explicação.
 d) condição.

 e) adição.

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Questão 62: CEBRASPE (CESPE) - TJ (PGDF)/PG DF/Administrativo/2021


Assunto: Conjunção

A lembrança da empregada ausente me coagia. Quis lembrar-me de seu rosto, e admirada não consegui — de tal modo ela acabara de me excluir de minha própria
casa, como se me tivesse fechado a porta e me tivesse deixado remota em relação à minha moradia. A lembrança de sua cara fugia-me, devia ser um lapso temporário.
Mas seu nome — é claro, é claro, lembrei-me finalmente: Janair. E, olhando o desenho hierático, de repente me ocorria que Janair me odiara. Eu olhava as figuras de
homem e mulher que mantinham expostas e abertas as palmas das mãos vigorosas, e que ali pareciam ter sido deixadas por Janair como mensagem bruta para quando
eu abrisse a porta. De súbito, dessa vez com mal-estar real, deixei finalmente vir a mim uma sensação que durante seis meses, por negligência e desinteresse, eu não
me deixara ter: a do silencioso ódio daquela mulher. O que me surpreendia é que era uma espécie de ódio isento, o pior ódio: o indiferente. Não um ódio que me
individualizasse mas apenas a falta de misericórdia. Não, nem ao menos ódio. Foi quando inesperadamente consegui rememorar seu rosto, mas é claro, como pudera
esquecer? Revi o rosto preto e quieto, revi a pele inteiramente opaca que mais parecia um de seus modos de se calar, as sobrancelhas extremamente bem desenhadas,
revi os traços finos e delicados que mal eram divisados no negror apagado da pele.

Clarice Lispector.

A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 2009 (com adaptações).

Julgue o item que se segue, relativo às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente.

No trecho “Quis lembrar-me de seu rosto, e admirada não consegui”, a conjunção “e” está empregada com o mesmo sentido de porém.

 Certo
 Errado
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Questão 63: CEBRASPE (CESPE) - TJ (PGDF)/PG DF/Administrativo/2021


Assunto: Conjunção

A lembrança da empregada ausente me coagia. Quis lembrar-me de seu rosto, e admirada não consegui — de tal modo ela acabara de me excluir de minha própria
casa, como se me tivesse fechado a porta e me tivesse deixado remota em relação à minha moradia. A lembrança de sua cara fugia-me, devia ser um lapso temporário.
Mas seu nome — é claro, é claro, lembrei-me finalmente: Janair. E, olhando o desenho hierático, de repente me ocorria que Janair me odiara. Eu olhava as figuras de
homem e mulher que mantinham expostas e abertas as palmas das mãos vigorosas, e que ali pareciam ter sido deixadas por Janair como mensagem bruta para quando
eu abrisse a porta. De súbito, dessa vez com mal-estar real, deixei finalmente vir a mim uma sensação que durante seis meses, por negligência e desinteresse, eu não
me deixara ter: a do silencioso ódio daquela mulher. O que me surpreendia é que era uma espécie de ódio isento, o pior ódio: o indiferente. Não um ódio que me
individualizasse mas apenas a falta de misericórdia. Não, nem ao menos ódio. Foi quando inesperadamente consegui rememorar seu rosto, mas é claro, como pudera
esquecer? Revi o rosto preto e quieto, revi a pele inteiramente opaca que mais parecia um de seus modos de se calar, as sobrancelhas extremamente bem desenhadas,
revi os traços finos e delicados que mal eram divisados no negror apagado da pele.

Clarice Lispector.

A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 2009 (com adaptações).

Julgue o item que se segue, relativo às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente.

A expressão “de tal modo” introduz uma informação com ideia de consequência.

 Certo
 Errado
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Questão 64: CEBRASPE (CESPE) - Cad (CBM TO)/CBM TO/2021


Assunto: Conjunção

Texto 1A1-I

A manhã era fresca na palhoça da velha dona Ana no Alto Rio Negro, um lugar onde a história é viva e a gente é parte dessa continuidade. Dona Ana explicava que
“antes tinha o povo Cuchi, depois teve Baré escravizado vindo de Manaus pra cá na época do cumaru, da batala, do pau-rosa. Muitos se esconderam no rio Xié. Agora
somos nós”. Terra de gente poliglota, de encontros e desencontros estrangeiros.

No início desse mundo, havia dois tipos de cuia: a cuia de tapioca e a cuia de ipadu. Embora possam ser classificadas como pertencentes à mesma espécie botânica
(Crescentia cujete), a primeira era ligada ao uso diário, ao passo que a outra era usada como veículo de acesso ao mundo espiritual em decorrência do consumo de
ipadu e gaapi (cipó Banisteriopsis caapi). Os pesquisadores indígenas atuais da região também destacam essa especificidade funcional. Assim, distinguem-se até hoje
dois tipos de árvore no Alto Rio Negro: as árvores de cuiupis e as de cuias, que recebem nomes diferentes pelos falantes da língua tukano.

Dona Ana me explica que os cuiupis no Alto Rio Negro são plantios muito antigos dos Cuchi, e os galhos foram trazidos da beira do rio Cassiquiari (afluente do rio
Orinoco, na fronteira entre Colômbia e Venezuela), onde o cuiupi “tem na natureza”, pois cresce sozinho e em abundância. Já a cuia redonda, diz-se que veio de
Santarém ou de Manaus, com o povo Baré nas migrações forçadas que marcaram a colonização do Rio Negro. Os homens mais velhos atestam que em Manaus só tinha
cuia. De lá, uma família chamada Coimbra chegou trazendo gado e enriqueceu vendendo cuias redondas no Alto Rio Negro.

Cuiupis e cuias diferem na origem e também nos ritmos de vida. As árvores de cuiupi frutificam durante a estação chamada kipu-wahro. Antes de produzirem frutos,
perdem todas as folhas uma vez por ano. A árvore de cuia, diferentemente do cuiupi, mantém as folhas e a produção de frutos durante todo o ano.

Priscila Ambrósio Moreira. Memórias sobre as cuias. O que contam os quintais e as florestas alagáveis na Amazônia brasileira? In: Joana Cabral de Oliveira et al. (Org.). Vozes Vegetais.
São Paulo: Ubu Editora, p. 155-156 (com adaptações).

No trecho “Já a cuia redonda, diz-se que veio de Santarém ou de Manaus, com o povo Baré nas migrações forçadas que marcaram a colonização do Rio Negro” (terceiro
parágrafo do texto 1A1-I), o termo “Já” está empregado com o mesmo sentido de

 a)  Ora.
 b) Logo.
 c) Mas.
 d) Até.

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Questão 65: CEBRASPE (CESPE) - Sold (CBM TO)/CBM TO/2021


Assunto: Conjunção

Texto 2A1-I

Olhe para a tomada mais próxima, para um conjunto de janelas ou então para a traseira de um carro. Se você vê figuras parecidas com rostos nesses e em outros
objetos, saiba que não é o único: trata-se de um fenômeno bem conhecido pela ciência, chamado pareidolia. Basta posicionar duas formas que lembrem olhos acima de
outra que pareça uma boca para as pessoas começarem a enxergar rostos.

A pareidolia já foi vista como um sinal de psicose no passado, mas hoje se sabe que ela é uma tendência completamente normal entre humanos. De acordo com o
cientista Carl Sagan, a tendência está provavelmente associada à necessidade evolutiva de reconhecer rostos rapidamente.

Pense na pré-história: se uma pessoa conseguisse identificar os olhos e a boca de um predador escondido na mata, ela teria mais chances de fugir e sobreviver. Quem
tivesse dificuldade em ver um rosto camuflado ali provavelmente seria pego de surpresa — e consequentemente viraria jantar.

Pesquisadores da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, investigaram o fenômeno e escreveram em um artigo que, além da vantagem evolutiva, a pareidolia
também pode estar relacionada ao mecanismo do cérebro que reconhece e processa informações sociais em outras pessoas. “Não basta perceber a presença de um
rosto; precisamos reconhecer quem é aquela pessoa, ler as informações presentes no rosto, se ela está prestando atenção em nós, e se está feliz ou triste”, diz o líder
do estudo.

De fato, os objetos inanimados não parecem ser apenas rostos inexpressivos. Em uma simples caminhada na rua, você pode ter a impressão de que semáforos, carros,
casas e até tijolos jogados na calçada te encaram e parecem esboçar expressões faciais — medo, raiva, alegria, susto ou tristeza.

Segundo os autores do estudo, os objetos são, de fato, interpretados como rostos humanos pelo nosso cérebro. “Nós sabemos que o objeto não tem uma mente, mas
não conseguimos evitar olhar para ele como se tivesse características inteligentes, como direção do olhar ou emoções; isso acontece porque os mecanismos ativados
pelo nosso sistema visual são os mesmos quando vemos um rosto real ou um objeto com características faciais”, diz um dos pesquisadores.

Os cientistas pretendem também investigar os mecanismos cognitivos que levam ao oposto: a prosopagnosia (a inabilidade de identificar rostos) ou algumas
manifestações do espectro autista, o que inclui a dificuldade em ler rostos e interpretar as informações presentes neles, como o estado emocional.

Maria Clara Rossini. Pareidolia: por que vemos “rostos” em objetos

inanimados? Este estudo explica. Internet: <super.abril.com.br> (com adaptações).

Mantendo-se o sentido e a correção gramatical do texto 2A1-I, o conectivo “se”, em “se uma pessoa conseguisse identificar os olhos e boca de um predador escondido na
mata, ela teria mais chances de fugir e sobreviver” (terceiro parágrafo), poderia ser substituído por

 a) embora.
 b) caso.
 c) ainda que.
 d) a menos que.
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Questão 66: CEBRASPE (CESPE) - Ag PT (IBGE)/IBGE/2021


Assunto: Conjunção
Texto 1A1-I

Não sei quando começou a necessidade de fazer listas, mas posso imaginar nosso antepassado mais remoto riscando na parede da caverna, à luz de uma tocha, signos
que indicavam quanto de alimento havia sido estocado para o inverno que se aproximava ou, como somos competitivos, a relação entre nomes de integrantes da tribo e
o número de caças abatidas por cada um deles.

Se formos propor uma hermenêutica acerca do tema, talvez possamos afirmar que existem dois tipos de listas: as necessárias e as inúteis. Em muitos casos,
dialeticamente, as necessárias tornam-se inúteis e as inúteis, necessárias. Tomemos dois exemplos. Todo mês, enumero as coisas que faltam na despensa de minha casa
antes de me dirigir ao supermercado; essa lista arrolo na categoria das necessárias. Por outro lado, há pessoas que anotam suas metas para o ano que se inicia:
começar a fazer ginástica, parar de fumar, cortar em definitivo o açúcar, ser mais solidário, menos intolerante... Essa elenco na categoria das inúteis.

Feitas as compras, a lista do supermercado, necessária, torna-se então inútil. A lista contendo nossos desejos de sermos melhores para nós mesmos e para os outros,
embora inútil, pois dificilmente a cumprimos, converte-se em necessária, porque estabelece um vínculo com o futuro, e nos projetar é uma forma de vencer a morte.

Tudo isso para justificar o que se segue. Ninguém me perguntou, mas resolvi organizar uma lista dos melhores romances que li em minha vida — escolhi o número
vinte, não por motivos místicos, mas porque talvez, pela amplitude, alinhave, mais que preferências intelectuais, uma história afetiva das minhas leituras. Enquadro-a na
categoria das listas inúteis, mas, quem sabe, se consultada, municie discussões, já que toda escolha é subjetiva e aleatória, ou, na melhor das hipóteses, suscite
curiosidade a respeito de um título ou de um autor. Ocorresse isso, me daria por satisfeito.

Luiz Ruffato. Meus romances preferidos. Internet: <brasil.elpais.com> (com adaptações).

No trecho “como somos competitivos” (primeiro parágrafo do texto 1A1-I), a conjunção “como” expressa o mesmo que

 a) conforme.
 b) tanto quanto.
 c) apesar de.
 d) porque.

 e) embora.

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Questão 67: CEBRASPE (CESPE) - Tec Min (MPE CE)/MPE CE/2020


Assunto: Conjunção
Em qualquer tempo ou lugar, a vida social é sempre marcada por rituais. Essa afirmação pode ser inesperada para muitos, porque tendemos a negar tanto a existência
quanto a importância dos rituais na nossa vida cotidiana. Em geral, consideramos que rituais seriam eventos de sociedades históricas, da vida na corte europeia, por
exemplo, ou, em outro extremo, de sociedades indígenas. Entre nós, a inclinação inicial é diminuir sua relevância. Muitas vezes comentamos “Ah, foi apenas um ritual”,
querendo enfatizar exatamente que o evento em questão não teve maior significado e conteúdo. Por exemplo, um discurso pode receber esse comentário se for
considerado superficial em relação à expectativa de um importante comunicado. Ritual, nesse caso, é a dimensão menos importante de um evento, sinal de uma forma
vazia, algo pouco sério — e, portanto, “apenas um ritual”. Agimos como se desconhecêssemos que forma e conteúdo estão sempre combinados e associamos o ritual
apenas à forma, isto é, à convencionalidade, à rigidez, ao tradicionalismo. Tudo se passa como se nós, modernos, guiados pela livre vontade, estivéssemos liberados
desse fenômeno do passado. Em suma, usamos o termo ritual no dia a dia com uma conotação de fenômeno formal e arcaico.

Mariza Peirano. Rituais ontem e hoje. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003, p. 7-8 (com adaptações).

Com relação às ideias, aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item a seguir.

A substituição da conjunção “porque” pela locução de modo que preservaria os sentidos originais do texto.

 Certo
 Errado
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Questão 68: CEBRASPE (CESPE) - Ag (B dos Coqueiros)/Pref B dos Coqueiros/Comunitário de Saúde/2020


Assunto: Conjunção
Texto CG2A2-I

Atribui-se ao filósofo Rousseau o uso originário da expressão serviço público. Em um texto da obra O contrato social, a expressão abrange qualquer atividade estatal. E
o faz com duas conotações: de um lado, trata-se de atividades destinadas ao serviço do público, isto é, ações pelas quais se assegura aos cidadãos a satisfação de uma
necessidade sentida coletivamente, sem que cada um tenha de atendê-la pessoalmente; de outro, é concebida como uma atividade estatal que sucede ao serviço do rei,
porque se operou uma substituição na titularidade da soberania.
Na França e nos países que sofreram sua influência, esse conceito político de Rousseau vai extravasar para o plano jurídico, com as duas mesmas notas entrelaçadas,
que, por sinal, permanecem válidas na configuração atual do conceito, quais sejam: 1) trata-se de uma atividade estatal, não de uma atividade privada; 2) trata-se de
uma atuação a serviço do público para satisfazer a uma necessidade sentida coletivamente pela sociedade.

Ademais, para a captação do conceito de serviço público, deve-se considerar ainda o fator histórico- político, o seu surgimento em uma época presidida ideologicamente
por determinada concepção das relações entre Estado e sociedade e pela separação de suas distintas esferas de atuação, que apareceram com a Revolução Francesa.

A concepção predominante no século XIX, na fórmula do Estado liberal ou Estado abstencionista, pretendia o distanciamento do Estado em relação à vida social,
econômica e religiosa dos indivíduos.

Esse afastamento significava, em primeiro lugar, a não interferência do Estado na sociedade; daí as reduzidas funções que lhe cabiam e a inibição do Estado no âmbito
econômico e social. Em segundo lugar, importava no antagonismo à existência de grupos intermediários que pudessem interpor-se entre o indivíduo e o Estado, como
associações políticas, culturais, profissionais.

Ficando o indivíduo politicamente só diante do Estado, este se viu progressivamente obrigado a assumir, como próprias, algumas tarefas que, até então, não tinham sido
consideradas estatais, por serem desenvolvidas pela sociedade organicamente estruturada, ou seja, eram assumidas pela Igreja (em todas as suas múltiplas
personificações), pelas fundações, pelas corporações, pelas universidades e por outros entes representativos do corpo social.

Assim aconteceu, até meados do século XIX, com os hoje chamados serviços públicos assistenciais e sociais, aqueles que garantiam o direito do administrado à
conservação da vida e da saúde e ao aprimoramento de sua personalidade, como beneficência, saúde e educação, que eram atividades assumidas pela sociedade,
embora o Estado as regulasse.

Dinorá Adelaide Mussetti Grossi. Evolução da teoria do serviço público. Internet: <https://enciclopediajuridica.pucsp.br> (com adaptações).

No texto CG2A2-I, a conjunção “Ademais” introduz um trecho com sentido

 a)  conclusivo.
 b) adversativo.
 c) explicativo.
 d) aditivo.
 e) condicional.

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Questão 69: CEBRASPE (CESPE) - Arqt (B Coqueiros)/Pref B dos Coqueiros/2020


Assunto: Conjunção
Texto CG1A2-I

A empatia é, em termos simples, a habilidade de se colocar no lugar do outro. Por exemplo, se você, leitor, escuta uma história sobre uma criança que teve muitos
problemas de saúde, que vem de uma família muito pobre, e se comove, é possível ter dois tipos de emoção: o dó, que é a simpatia; ou colocar-se no lugar daquela
criança, imaginar o que ela passou e tentar entender o que ela sentia, enxergar o panorama a partir dos olhos dela. “É ser sensível a ponto de compreender emoções e
sentimentos de outras pessoas”, explica Rodrigo Scaranari, da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional.

E é uma característica que pode, sim, ser aprendida — ou, pelo menos, treinada. Para Rodrigo, o exercício passa pelo autoconhecimento: para compreender a emoção do
outro, é preciso conhecer e entender o que se passa dentro da própria cabeça. “Assim como podemos treinar os bíceps na academia, e ficar mais fortes, podemos ser
cada vez mais empáticos com a prática. A plasticidade do cérebro torna isso possível”, explica a professora Anita Nowak, pesquisadora da empatia e diretora da Área de
Iniciativas Sociais e Econômicas da Universidade McGill, em Montreal.

Mas por que nos colocamos no lugar do outro? Para o psicólogo, psicanalista e professor João Ângelo Fantini, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a empatia
seria “uma forma de restabelecer um contato com um objeto de amor perdido, uma parte incompreendida do sujeito”. Enxergamos no outro uma humanidade
compartilhada, sentimentos que também temos e que são aplicados em situações completamente diferentes. Por reconhecermos nós mesmos no próximo, temos
empatia.

Tal sentimento é uma via de mão dupla: beneficia não só quem o desenvolve, mas também o emissor. “A empatia é, sem dúvida nenhuma, uma das habilidades mais
importantes para que se tenha uma boa convivência social, interferindo diretamente tanto no sucesso pessoal como no profissional. Ao entender melhor as emoções e as
necessidades de cada um, temos menos dificuldades para lidar com eventuais conflitos pessoais em qualquer ambiente ou situação”, afirma Rodrigo.

Juliana Contaifer e Renata Rusky.

Colocando-se no lugar do outro. In: Correio Braziliense, 1/1/2017. Internet: <www.correiobraziliense.com.br> (com adaptações).

No trecho “Tal sentimento é uma via de mão dupla: beneficia não só quem o desenvolve, mas também o emissor”, do texto CG1A2-I, a expressão “não só ... mas
também” exprime uma relação de

 a)  conclusão.
 b) consequência.
 c) comparação.
 d) oposição.
 e) adição.

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Questão 70: CEBRASPE (CESPE) - AssP (PGE PE)/PGE PE/2019


Assunto: Conjunção
Passávamos férias na fazenda da Jureia, que ficava na região de lindas propriedades cafeeiras. Íamos de automóvel até Barra do Piraí, onde pegávamos um carro de boi.
Lembro-me do aboio do condutor, a pé, ao lado dos animais, com uma vara: “Xô, Marinheiro! Vâmu, Teimoso!”. Tenho ótimas recordações de lá e uma foto da qual gosto
muito, da minha infância, às gargalhadas, vestindo um macacão que minha própria mãe costurava, com bastante capricho. Ela fazia um para cada dia da semana, assim,
eu podia me esbaldar e me sujar à vontade, porque sempre teria um macacão limpo para usar no dia seguinte.

Jô Soares. O livro de Jô:

uma autobiografia desautorizada. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.

Com relação aos aspectos linguísticos desse texto, julgue o item a seguir.

A substituição do conectivo “porque” por pois manteria os sentidos originais do texto.

 Certo
 Errado
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Questão 71: CEBRASPE (CESPE) - Tec Jud (TJ PR)/TJ PR/2019


Assunto: Conjunção
Texto 1A2-I

Ética é o conjunto de princípios e valores que usamos individualmente para decidir nossa conduta social. Se só existisse um ser humano no planeta, não existiria a
questão ética, porque ela é a regulação da conduta, da vida coletiva. Esse sujeito único seria absolutamente soberano para fazer tudo sem se importar com nada. Como
vivemos todos juntos, precisamos ter princípios e valores de convivência, de maneira que tenhamos uma vida íntegra, do ponto de vista físico, material e espiritual.

A ética é o conjunto desses princípios de convivência. A moral é a prática. Não existe ética individual, existe ética de um grupo, de uma sociedade, de uma nação. Porém,
existe moral individual, porque moral é a prática. Ainda não temos uma ética universal, isto é, que tenha validade para todos os seres humanos em qualquer tempo e em
qualquer lugar. O que mais se aproximou disso foi a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948.

As grandes questões universais são: o que é certo e o que é errado? O que é o bem e o que é o mal? Tenho um princípio pessoal para julgar o que é bom e o que é
ruim.Tudo o que eu fizer que ajude a mim ou outro ser humano a ter mais vitalidade e não diminua sua dignidade e capacidade é bom. Tudo o que eu fizer que diminua
sua dignidade, capacidade ou vitalidade não é bom.

As questões éticas podem mudar ao longo da história. O advento das plataformas digitais, por exemplo, trouxe novas questões éticas relacionadas à ideia de privacidade.
A ética é relativa ao seu tempo. Ela só é compreendida quando se levam em consideração a sociedade em que surge, a época em que vem à tona e também a cultura em
que se situa.

Há coisas que quero, mas não posso. Há coisas que posso, mas não devo. E há coisas que devo, mas não quero. O equilíbrio na vida vem quando o que você quer é algo
que você pode e algo que você deve.

Posso fazer qualquer coisa porque sou livre, mas não devo fazer qualquer coisa. E o que não devo fazer? O que macula a minha história, o que torna desonrosa a minha
vitória, o que torna indecente o meu sucesso, o que torna repugnante o meu patrimônio... Isto é, tudo aquilo que fraturar, que apodrecer a minha integridade.

Até o século VI a.C., ethos (em grego arcaico) significava morada do humano, o lugar onde nós vivemos juntos. Depois, os gregos passaram a chamar isso de oikos, o
que chamamos de ecologia. Se moramos juntos, temos de conviver bem. Os latinos traduziram isso por “moral” — morada, moradia — ou “hábito” — habitação. É onde
vivemos juntos. Portanto, a ética relaciona-se com a nossa convivência. Não existe ser humano que tenha só vivência; tudo para nós é convivência.

Mario Sergio Cortella. Ética e convivência. Internet: <www.multirio.rj.gov.br> (com adaptações).

Sem prejuízo para a correção gramatical e para os sentidos originais do texto 1A2-I, o termo “Como”, no trecho “Como vivemos todos juntos”, poderia ser substituído por

 a) Porque.
 b) Assim.
 c) Enquanto.
 d) Conforme.
 e) Ainda que.

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Questão 72: CEBRASPE (CESPE) - Ag (TCE-PB)/TCE PB/Documentação/2018


Assunto: Conjunção
Texto 

O medo do esquecimento obcecou as sociedades europeias da primeira fase da modernidade. Para dominar sua inquietação, elas fixaram, por meio da escrita, os traços
do passado, a lembrança dos mortos ou a glória dos vivos e todos os textos que não deveriam desaparecer. A pedra, a madeira, o tecido, o pergaminho e o papel
forneceram os suportes nos quais podia ser inscrita a memória dos tempos e dos homens.

 
No espaço aberto da cidade, no refúgio da biblioteca, na magnitude do livro e na humildade dos objetos mais simples, a escrita teve como  missão  conjurar contra a
fatalidade da perda. Em um mundo no qual as escritas podiam ser apagadas, os manuscritos podiam ser perdidos e os livros estavam sempre ameaçados de destruição, a
tarefa não era fácil. Paradoxalmente, seu sucesso poderia criar, talvez, outro perigo: o de uma incontrolável proliferação textual de um discurso sem ordem nem limites.

O excesso de escrita, que multiplica os textos  inúteis  e abafa o pensamento sob o acúmulo de discursos, foi considerado um perigo tão  grande  quanto seu contrário.
Embora fosse temido, o apagamento era necessário, assim  como  o esquecimento também o é para a memória. Nem todos os escritos foram destinados a se
tornar arquivos cuja proteção os defenderia da imprevisibilidade da história. Alguns foram traçados sobre suportes que permitiam escrever, apagar e depois escrever de
novo.

Roger Chartier. Inscrever e apagar: cultura escrita e literatura

(séculos XI-XVIII). Trad.: Luzmara Curcino Ferreira. São Paulo:

UNESP, 2007, p. 9-10 (com adaptações).

No texto, as relações sintático-semânticas do período “Embora fosse temido, o apagamento era necessário, assim como o esquecimento também o é para a memória”
seriam preservadas caso a conjunção “Embora” fosse substituída por

 a)  Por conseguinte.

 b)  Ainda que.

 c)  Consoante.

 d)  Desde que.

 e)  Uma vez que.

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Questão 73: CEBRASPE (CESPE) - SM (PM MA)/PM MA/Combatente/2018


Assunto: Conjunção
Texto CG2A1CCC

A questão da segurança pública passou a ser considerada problema fundamental e principal desafio ao Estado de direito no Brasil. A segurança ganhou enorme
visibilidade pública e jamais, em nossa história recente, esteve tão presente nos debates.

A amplitude dos temas e problemas relativos à segurança pública alerta para a necessidade de qualificação do debate sobre segurança e para a incorporação de novos
atores, cenários e paradigmas às políticas públicas.

O problema da segurança, portanto, não pode mais estar adstrito apenas ao repertório tradicional do direito e das instituições da justiça. Evidentemente, as soluções
devem passar pelo fortalecimento da capacidade do Estado em gerir a violência, pela retomada da capacidade gerencial no âmbito das políticas públicas de segurança,
mas também devem passar pelo alongamento dos pontos de contato das instituições públicas com a sociedade civil e com a produção acadêmica mais relevante à área.

Em síntese, os novos gestores da segurança pública devem enfrentar esses desafios, além de fazer o amplo debate nacional sobre o tema transformar-se em real controle
sobre as políticas de segurança pública e, mais ainda, estimular a parceria entre órgãos do poder público e da sociedade civil na luta por segurança e qualidade de vida
dos cidadãos brasileiros.

Internet: <www.observatoriodeseguranca.org> (com adaptações).

Acerca das ideias e de aspectos linguísticos do texto CG2A1CCC, julgue o seguinte item.

A locução “mas também” estabelece uma relação de oposição no período em que ocorre.

 Certo
 Errado
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Questão 74: CEBRASPE (CESPE) - TJ (STM)/STM/Administrativa/"Sem Especialidade"/2018


Assunto: Conjunção
Texto CB4A1BBB

O Zoológico de Sapucaia do Sul abrigou um dia um macaco chamado Alemão. Em um domingo de Sol, Alemão conseguiu abrir o cadeado de sua jaula e escapou. O largo
horizonte do mundo estava à sua espera. As árvores do bosque estavam ao alcance de seus dedos. Ele passara a vida tentando abrir aquele cadeado. Quando conseguiu,
em vez de mergulhar na liberdade, desconhecida e sem garantias, Alemão caminhou até o restaurante lotado de visitantes. Pegou uma cerveja e ficou bebericando no
balcão.

Um zoológico serve para muitas coisas, algumas delas edificantes. Mas um zoológico serve, principalmente, para que o homem tenha a chance de, diante da jaula do
outro, certificar-se de sua liberdade e da superioridade de sua espécie. Ele pode então voltar para o apartamento financiado em quinze anos satisfeito com sua vida. Pode
abrir as grades da porta contente com seu molho de chaves e se aboletar no sofá em frente à TV; acordar na segunda-feira feliz para o batente.
Há duas maneiras de se visitar um zoológico: com ou  sem inocência. A primeira é a mais fácil e a única com satisfação garantida. A outra pode ser uma jornada sombria
para dentro do espelho, sem glamour e também sem volta.

Os tigres-de-bengala são reis de fantasia. Têm voz, possuem músculos, são magníficos. Mas, nascidos em cativeiro, já chegaram ao mundo sem essência. São um desejo
que nunca se tornará realidade. Adivinham as selvas úmidas da Ásia, mas nem sequer reconhecem as estrelas. Quando o Sol escorrega sobre a região metropolitana, são
trancafiados em furnas de pedra, claustrofóbicas. De nada servem as presas a caçadores que comem carne de cavalo abatido em frigorífico. De nada serve a sanha a
quem dorme enrodilhado, exilado não do que foi, mas do que poderia ter sido.

Eliane Brum. O cativeiro. In: A vida que ninguém vê. Porto Alegre: Arquipélago, 2006, p. 53-4 (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto CB4A1BBB, julgue o item que se segue.

Ao empregar o termo “nem sequer”, a autora reforça a contraposição entre adivinhar “as selvas úmidas da Ásia” e não reconhecer as estrelas.

 Certo
 Errado
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Questão 75: CEBRASPE (CESPE) - Tec Enf (IHB DF)/IHB DF/2018


Assunto: Conjunção
Texto CG2A1AAA

A vida de Florence Nightingale, a criadora da moderna enfermagem, daria um romance. Florence estava destinada a receber uma boa educação, a casar-se com um
cavalheiro de fina estirpe, a ter filhos, a cuidar da casa e da família. Mas logo ficou claro que a menina não se conformaria a esse modelo. Era diferente; gostava de
matemática, e era o que queria estudar (os pais não deixaram). Aos dezesseis anos, algo aconteceu: Deus falou-me — escreveu depois — e convocou-me para servi-lo.

Servir a Deus significava, para ela, cuidar dos enfermos, e especialmente dos enfermos hospitalizados. Naquela época, os hospitais curavam tão pouco e eram tão
perigosos (por causa da sujeira, do risco de infecção) que os ricos preferiam tratar-se em casa. Hospitalizados eram só os pobres, e Florence preparou-se para cuidar
deles, praticando com os indigentes que viviam próximos à sua casa. Viajou por toda a Europa, visitando hospitais. Coisa que os pais não viam com bons olhos:
enfermeiras eram consideradas pessoas de categoria inferior, de vida desregrada. Mas Florence foi em frente e logo surgiu a oportunidade para colocar em prática o que
aprendera. Sidney Herbert, membro do governo inglês e amigo pessoal, pediu-lhe que chefiasse um grupo de enfermeiras enviadas para o front turco, uma tarefa a que
Florence entregou-se de corpo e alma; providenciava comida, remédios, agasalhos, além de supervisionar o trabalho das enfermeiras. Mais que isso, fez estudos
estatísticos (sua vocação matemática enfim triunfou) mostrando que a alta mortalidade dos soldados resultava das péssimas condições de saneamento.

Isso tudo não quer dizer que Florence fosse, pelos padrões habituais, uma mulher feliz. Para começar, não havia, em sua vida, lugar para ligações amorosas. Cortejou-a o
político e poeta Richard Milnes, Barão Houghton, mas ela rejeitou-o. Ao voltar da guerra, algo estranho lhe aconteceu: recolheu-se ao leito e nunca mais deixou o quarto.
É possível, e até provável, que isso tenha resultado de brucelose, uma infecção crônica contraída durante a guerra; mas havia aí um óbvio componente emocional, uma
forma de fuga da realidade. Contudo — Florence era Florence —, mesmo acamada, continuou trabalhando intensamente. Colaborou com a comissão governamental sobre
saúde dos militares, fundou uma escola para treinamento de enfermeiras, escreveu um livro sobre esse treinamento.

Estranha, a Florence Nightingale? Talvez. Mas estranheza pode estar associada a qualidades admiráveis. Grande e estranho é o mundo; grandes, ainda que estranhas, são
muitas pessoas. E se elas têm grandeza, ao mundo pouco deve importar que sejam estranhas.

Moacyr Scliar. Uma estranha, e admirável, mulher. Internet: <http://moacyrscliar.blogspot.com.br> (com adaptações).

Acerca dos aspectos linguísticos do texto CG2A1AAA, julgue o item.

O trecho “que os ricos preferiam tratar-se em casa” expressa uma consequência do que se afirma nas duas orações imediatamente anteriores, no mesmo período.

 Certo
 Errado
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Questão 76: CEBRASPE (CESPE) - Tec Enf (IHB DF)/IHB DF/2018


Assunto: Conjunção
Surpresas fazem parte da rotina de um socorrista. Quando um chamado chega via 192, as informações nem sempre vêm de acordo com a real situação. Às vezes, é
menos grave do que se dizia. Em outras, o interlocutor — por pânico ou desconhecimento — não dá nem conta de descrever a gravidade do caso. Quase sempre,
condutores, técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos saem em disparada, ambulância cortando o trânsito, sirenes ligadas, para atender a alguém que nunca
viram. Mas podem chegar à cena e encontrar um amigo. Estão preparados. O espaço para a emoção é pequeno em um serviço que só funciona se apoiado em seu
princípio maior: a técnica.

Internet: <https://especiais.zh.clicrbs.com.br>.

Considerando os aspectos linguísticos do texto precedente e as informações nele veiculadas, julgue o item.

O elemento “Quando” introduz no texto uma oração condicional, podendo ser substituído por Se.

 Certo
 Errado
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Questão 77: CEBRASPE (CESPE) - Asst (IFF)/IFF/Alunos/2018


Assunto: Conjunção
Texto

O acesso à educação é fundamental para que todos possam intervir de modo consciente na esfera pública, participar plenamente da vida cultural e contribuir com seu
trabalho para a satisfação das necessidades básicas e a melhoria das condições de vida da sociedade. Entretanto, em pleno século XXI, o Brasil ainda possui um enorme
contingente de cidadãos privados do mais elementar direito: a educação. O censo demográfico de 2010 contabilizou 13,9 milhões de jovens e adultos com idade superior
a quinze anos que declararam não saber ler ou escrever.

Ao longo das últimas décadas, o Brasil consolidou uma consciência social do direito à educação na infância, mas ainda não construiu uma cultura do direito à educação ao
longo de toda a vida. Assim, é comum que pais com baixa escolaridade lutem para que os filhos tenham acesso a um ensino de qualidade, sem reivindicar para si
mesmos o direito que lhes foi violado. Entretanto, não é raro que pessoas com escolaridade elevada permaneçam alheias ao fato de que estão cercadas por adultos que a
pobreza e o trabalho precoce afastaram da escola, ou que têm precário manejo da leitura, da escrita e do cálculo matemático.

Maria Clara Di Pierro Os desafios para garantir a educação de

jovens e adultos Internet: <https://gestaoescolar org br> (com adaptações)

A coerência e o sentido do texto seriam mantidos se a conjunção “mas” fosse substituída por

 a) embora.
 b) logo.
 c) porque.
 d) todavia.
 e) portanto.

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Questão 78: CEBRASPE (CESPE) - Ass Port (EMAP)/EMAP/Administrativa/2018


Assunto: Conjunção
A crescente internacionalização da economia, decorrente, principalmente, da redução de barreiras ao comércio mundial, da maior velocidade das inovações tecnológicas e
dos grandes avanços nas comunicações, tem exigido mudanças efetivas na atuação do comércio internacional.

A abordagem desse tipo de comércio, inevitavelmente, passa pela concorrência, visto que é por meio da garantia e da possibilidade de entrar no mercado internacional,
de estabelecer permanência ou de engendrar saída, que se consubstancia a plena expansão das atividades comerciais e se alcança o resultado último dessa interatuação:
o preço eficiente dos bens e serviços.

Defesa da concorrência e defesa comercial são instrumentos à disposição dos Estados para lidar com distintos cenários que afetem a economia. Destaca-se como a
principal diferença o efeito que cada instrumento busca neutralizar.

A política de defesa da concorrência busca preservar o ambiente competitivo e coibir condutas desleais advindas do exercício de poder de mercado. A política de defesa
comercial busca proteger a indústria nacional de práticas desleais de comércio internacional.

Elaine Maria Octaviano Martins Curso de direito

marítimo Barueri: Manoele, v 1, 2013, p 65 (com adaptações)

Acerca de aspectos linguísticos do texto precedente e das ideias nele contidas, julgue o item a seguir.

A oração introduzida pela locução “visto que” explica o porquê de ser necessário considerar a concorrência na abordagem do comércio internacional.

 Certo
 Errado
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Questão 79: CEBRASPE (CESPE) - Ass Port (EMAP)/EMAP/Administrativa/2018


Assunto: Conjunção
É curioso notar que a ideia de porto está presente nas sociedades humanas desde o aparecimento das cidades. Isso porque uma das características das primeiras
estruturas urbanas existentes na região do Oriente Próximo foi a presença do porto.

As primeiras cidades, no sentido moderno, surgiram no período compreendido entre 3.100 e 2.900 a.C., na Mesopotâmia, civilização situada às margens dos rios Tigre e
Eufrates. A estrutura desses primeiros agrupamentos urbanos era tripartite: a cidade propriamente dita, cercada por muralhas, onde ficavam os principais locais de culto e
as células dos futuros palácios reais; uma espécie de subúrbio, extramuros, local que agrupava residências e instalações para criação de animais e plantio; e o porto
fluvial, espaço destinado à prática do comércio e que era utilizado como local de instalação dos estrangeiros, cuja admissão, em regra, era vedada nos muros da cidade.

Não se trata, portanto, de uma criação aleatória apenas vinculada à atividade comercial. O porto aparece como mais um elemento de uma forte mudança civilizacional
que marcou o contexto do surgimento das cidades e da escrita. O comportamento fundamental dessa mudança localiza-se no aumento das possibilidades do agir
humano, na diversificação dos papéis sociais e na abertura para o futuro. Houve, em resumo, uma ampliação no grau de complexidade da sociedade.

Cristiano Paixão e Ronaldo C Fleury Trabalho portuário — a modernização dos portos

e as relações de trabalho no Brasil São Paulo: Método, 2008, p 17-8 (com adaptações)

Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item.

A palavra “portanto” introduz, no período em que ocorre, uma ideia de conclusão.

 Certo
 Errado
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Questão 80: CEBRASPE (CESPE) - Aux Inst (IPHAN)/IPHAN/Área 1/2018


Assunto: Conjunção
Texto CB2A1AAA

Se os historiadores produzem o passado e é o passado que faz uma nação, os historiadores do patrimônio fazem política, inventando o patrimônio nacional, atribuindo
valor e significados a bens e práticas culturais que circunscrevem os limites da nação.

Sabemos bem que o trabalho do historiador, ao fabricar um patrimônio no seu próprio ofício da escrita da história, está integrado a um projeto de nacionalização, de
construção do Estado e, portanto, de poder.

Certa produção historiográfica e sociológica, em debate pelo menos desde os anos 70 do século passado e já clássica na atualidade, trouxe novos ingredientes para a
reflexão sobre essa ambiguidade do papel do historiador e do intelectual de um modo geral. Essa literatura aponta os numerosos constrangimentos a que estavam
submetidos, na sua produção intelectual, em função de um processo de formação, enquadramento e disciplinarização que delineava um lugar de fala, limitado por regras
de diversas naturezas. Dentre elas, podem ser destacadas as de financiamento de estudos, postos a julgamentos sobre suas finalidades e objetivos por comissões de alto
nível, bem como as regras que regem a oferta de trabalho. O perfil e a política das instituições em que estão inseridos, entre outros aspectos, impõem a agenda dos
estudos do momento.

Alguns desses autores, em confronto com interpretações totalizantes acerca dos fenômenos sociais, verificavam, também, que, diante de estratégias de dominação —
identificadas em microescalas e em diferentes tipos e níveis de relações —, havia a possibilidade de pequenas subversões ou da adoção de sutis táticas de resistência;
noutra vertente, pode-se falar nas brechas que se verificam em todo sistema e que arejam e alimentam esperanças de transformação.

Ainda que circunscritas a determinados limites, essas ações de resistência, aparentemente insignificantes, colocam em movimento as relações e podem alterar a realidade
de uma ordem imposta ou dominante, em um jogo vivido cotidiana e mais ou menos silenciosamente.

É evidente, nessa perspectiva, que, diante do exercício de violência simbólica ao qual somos submetidos, na qualidade de sujeitos históricos, verificam-se nossas
capacidades inventivas nos limites de possibilidades de ação de que dispomos. Essa estranha “margem de manobra”, ou, em melhores palavras, essa interseção entre um
profundo pessimismo e a utopia de se construir um mundo melhor, é que mobiliza os homens para a ação.

Márcia Chuva. História e patrimônio. In: Revista do patrimônio histórico e artístico nacional, n.º 34, 2012, p. 11 (com adaptações).

Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto CB2A1AAA, julgue o item a seguir.

A expressão “Ainda que” poderia ser substituída por Embora, sem prejuízo das relações de coesão e dos sentidos originais do texto.

 Certo
 Errado
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Questão 81: CEBRASPE (CESPE) - Sold (PM AL)/PM AL/Combatente/2018


Assunto: Conjunção
Texto 1A12-I

Preguiça e covardia são as causas que explicam por que uma grande parte dos seres humanos, mesmo muito após a natureza tê-los declarado livres da orientação alheia,
ainda permanecem, com gosto e por toda a vida, na condição de menoridade. As mesmas causas explicam por que parece tão fácil outros afirmarem-se como seus
tutores. É tão confortável ser menor! Tenho à disposição um livro que entende por mim, um pastor que tem consciência por mim, um médico que me prescreve uma dieta
etc.: então não preciso me esforçar. Não me é necessário pensar, quando posso pagar; outros assumirão a tarefa espinhosa por mim.

A maioria da humanidade vê como muito perigoso, além de bastante difícil, o passo a ser dado rumo à maioridade, uma vez que tutores já tomaram para si de bom grado
a sua supervisão. Após terem previamente embrutecido e cuidadosamente protegido seu gado, para que essas pacatas criaturas não ousem dar qualquer passo fora dos
trilhos nos quais devem andar, os tutores lhes mostram o perigo que as ameaça caso queiram andar por conta própria. Tal perigo, porém, não é assim tão grande, pois,
após algumas quedas, aprenderiam finalmente a andar; basta, entretanto, o exemplo de um tombo para intimidá-las e aterrorizá-las por completo para que não façam
novas tentativas.

Kant. Resposta à pergunta: Que é esclarecimento?

Tradução de Pedro Caldas. In: Danilo Marcondes. Textos básicos de ética: de Platão a Foucault. Zahar, 4.ª edição, 2008 (com adaptações).

A respeito das propriedades linguísticas do texto 1A12-I, julgue o item a seguir.

O período final do último parágrafo apresenta a conclusão do texto, por isso o termo “entretanto” poderia ser substituído por portanto, sem alteração dos sentidos
originais do texto.

 Certo
 Errado
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Questão 82: CEBRASPE (CESPE) - Sold (PM AL)/PM AL/Combatente/2018


Assunto: Conjunção
Texto 1A12-I

Preguiça e covardia são as causas que explicam por que uma grande parte dos seres humanos, mesmo muito após a natureza tê-los declarado livres da orientação alheia,
ainda permanecem, com gosto e por toda a vida, na condição de menoridade. As mesmas causas explicam por que parece tão fácil outros afirmarem-se como seus
tutores. É tão confortável ser menor! Tenho à disposição um livro que entende por mim, um pastor que tem consciência por mim, um médico que me prescreve uma dieta
etc.: então não preciso me esforçar. Não me é necessário pensar, quando posso pagar; outros assumirão a tarefa espinhosa por mim.

A maioria da humanidade vê como muito perigoso, além de bastante difícil, o passo a ser dado rumo à maioridade, uma vez que tutores já tomaram para si de bom grado
a sua supervisão. Após terem previamente embrutecido e cuidadosamente protegido seu gado, para que essas pacatas criaturas não ousem dar qualquer passo fora dos
trilhos nos quais devem andar, os tutores lhes mostram o perigo que as ameaça caso queiram andar por conta própria. Tal perigo, porém, não é assim tão grande, pois,
após algumas quedas, aprenderiam finalmente a andar; basta, entretanto, o exemplo de um tombo para intimidá-las e aterrorizá-las por completo para que não façam
novas tentativas.

Kant. Resposta à pergunta: Que é esclarecimento?

Tradução de Pedro Caldas. In: Danilo Marcondes. Textos básicos de ética: de Platão a Foucault. Zahar, 4.ª edição, 2008 (com adaptações).

A respeito das propriedades linguísticas do texto 1A12-I, julgue o item a seguir.

A palavra “porém” poderia ser corretamente substituída por mas, sem alteração da coesão e dos sentidos do texto.

 Certo
 Errado
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Questão 83: CEBRASPE (CESPE) - Tec I (IPHAN)/IPHAN/Área 2/2018


Assunto: Conjunção
Texto CB3A1-I

As consequências da extinção de línguas são diversas e irreparáveis. O desaparecimento de línguas tem impacto imediato na perda de diversidade cultural.

O desconhecimento da diversidade linguística por grande parte da população brasileira é sustentado pela representação de uma suposta unidade da língua portuguesa,
ou seja, pela ideia de que a língua portuguesa é a única língua falada no país. Essa falta de conhecimento e de valorização leva, por conseguinte, à marginalização e à
discriminação de grupos falantes de outras línguas.

A construção de uma política específica para a diversidade linguística constitui uma iniciativa que busca a valorização da diversidade linguística do país. Atuar para a
sustentabilidade da diversidade linguística, entretanto, exige a articulação de produção de conhecimento sobre as línguas existentes no território nacional e de valorização
e promoção dessas línguas.

As línguas faladas por grupos sociais minoritários requerem atenção especial de uma política de salvaguarda da diversidade linguística, pois elas se encontram em posição
de maior vulnerabilidade linguística. Tal situação decorre não só do fato de essas línguas serem faladas por grupos sociais pouco numerosos, mas também da falta de
conhecimento sobre elas. Colocar no mapa as centenas de línguas ainda ocultadas pela representação majoritária de um país com uma única língua talvez seja o caminho
mais significativo para o reconhecimento das línguas como patrimônio cultural.

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Guia de pesquisa e documentação para o INDL: patrimônio cultural e diversidade linguística. Brasília: IPHAN, 2016, p. 23-4 (com adaptações).

A locução “por conseguinte”  introduz no período uma ideia de oposição e equivale à conjunção entretanto

 Certo
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Questão 84: CEBRASPE (CESPE) - AB (BNB)/BNB/2018
Assunto: Conjunção
Não podemos descartar a operação humana por trás dos sistemas, muito menos a presença de analistas reais. Vamos supor que um sistema de aprendizagem de
máquina perceba que todas as pessoas com índice de massa corporal regular tomam café com açúcar, enquanto todas as pessoas com índice elevado tomam a bebida
com adoçante. A inteligência artificial poderá inferir, assim, que o adoçante é o responsável pela obesidade dos usuários, o que nós sabemos, pela nossa inteligência
humana, que não é bem assim.

O sistema de aprendizagem de máquina diminui a ocorrência de falsos positivos e deve contribuir para cortes de gastos. Contudo, não podemos deixar de considerar uma
pessoa que esteja por trás do sistema, pronta para lidar com casos realmente duvidosos, que mereçam ser mais bem avaliados.

Correio Braziliense, 1.º/10/2018, p. 14 (com adaptações).

A respeito de aspectos linguísticos e dos sentidos do texto, julgue o item que se segue.

Tanto na primeira quanto na segunda ocorrência, o vocábulo “assim” confere sentido de conclusão às ideias do período em que é empregado.

 Certo
 Errado
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Questão 85: CEBRASPE (CESPE) - AB (BNB)/BNB/2018


Assunto: Conjunção
Não podemos descartar a operação humana por trás dos sistemas, muito menos a presença de analistas reais. Vamos supor que um sistema de aprendizagem de
máquina perceba que todas as pessoas com índice de massa corporal regular tomam café com açúcar, enquanto todas as pessoas com índice elevado tomam a bebida
com adoçante. A inteligência artificial poderá inferir, assim, que o adoçante é o responsável pela obesidade dos usuários, o que nós sabemos, pela nossa inteligência
humana, que não é bem assim.

O sistema de aprendizagem de máquina diminui a ocorrência de falsos positivos e deve contribuir para cortes de gastos. Contudo, não podemos deixar de considerar uma
pessoa que esteja por trás do sistema, pronta para lidar com casos realmente duvidosos, que mereçam ser mais bem avaliados.

Correio Braziliense, 1.º/10/2018, p. 14 (com adaptações).

A respeito de aspectos linguísticos e dos sentidos do texto, julgue o item que se segue.

O termo “Contudo” foi empregado com o mesmo sentido de Porquanto.

 Certo
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Questão 86: CEBRASPE (CESPE) - APPGE (SEDF)/SEDF/Apoio Administrativo/2017


Assunto: Conjunção
Texto

As críticas à extrema confiança que demos à ciência como forma única de conhecimento são muitas e espalham-se em diversas frentes. Embora não possamos
desconsiderar o avanço científico a que os últimos séculos assistiram — as revoluções consideráveis no campo da medicina, da física, da química e das próprias ciências
sociais e humanas —, essa ciência capitalista, androcêntrica e colonial não tem conseguido dar conta de resolver o problema que ela própria ajudou a construir.

Atualmente há uma grande preocupação quanto à capacidade dessa ciência, criada pelos interesses do desenvolvimento e da exploração da natureza, de oferecer
soluções para lidar com a crise ambiental, social e econômica.

Pensar a crise socioambiental no contexto da razão moderna é pensar que essa crise é o resultado do triunfo do capitalismo e da racionalidade técnico-científica. Falamos
não só de uma crise ecológica, mas também de uma crise civilizatória de amplas dimensões, do funcionamento de um sistema que destrói e ameaça as suas próprias
bases de sobrevivência, sustentado pela separação homem/natureza, com repercussões para toda a vida social.

J. Dourado et al. Escolas sustentáveis. São Paulo:

Oficina de Textos, 2015, p. 25-6 (com adaptações).

Considerando as ideias e estruturas linguísticas do texto, julgue o item a seguir.

 
A expressão “mas também”  introduz no período em que ocorre uma ideia de oposição.

 Certo
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Questão 87: CEBRASPE (CESPE) - APPGE (SEDF)/SEDF/Apoio Administrativo/2017


Assunto: Conjunção
Texto

As críticas à extrema confiança que demos à ciência como forma única de conhecimento são muitas e espalham-se em diversas frentes. Embora não possamos
desconsiderar o avanço científico a que os últimos séculos assistiram — as revoluções consideráveis no campo da medicina, da física, da química e das próprias ciências
sociais e humanas —, essa ciência capitalista, androcêntrica e colonial não tem conseguido dar conta de resolver o problema que ela própria ajudou a construir.

Atualmente há uma grande preocupação quanto à capacidade dessa ciência, criada pelos interesses do desenvolvimento e da exploração da natureza, de oferecer
soluções para lidar com a crise ambiental, social e econômica.

Pensar a crise socioambiental no contexto da razão moderna é pensar que essa crise é o resultado do triunfo do capitalismo e da racionalidade técnico-científica. Falamos
não só de uma crise ecológica, mas também de uma crise civilizatória de amplas dimensões, do funcionamento de um sistema que destrói e ameaça as suas próprias
bases de sobrevivência, sustentado pela separação homem/natureza, com repercussões para toda a vida social.

J. Dourado et al. Escolas sustentáveis. São Paulo:

Oficina de Textos, 2015, p. 25-6 (com adaptações).

Considerando as ideias e estruturas linguísticas do texto, julgue o item a seguir.

O conectivo “Embora”  introduz no período em que ocorre uma ideia de concessão.

 Certo
 Errado
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Questão 88: CEBRASPE (CESPE) - APPGE (SEDF)/SEDF/Apoio Administrativo/2017


Assunto: Conjunção
Não têm conta entre nós os pedagogos da prosperidade que, apegando-se a certas soluções onde, na melhor hipótese, se abrigam verdades parciais, transformam-nas
em requisito obrigatório e único de todo progresso. É bem característico, para citar um exemplo, o que ocorre com a miragem da alfabetização. Quanta inútil retórica se
tem desperdiçado para provar que todos os nossos males ficariam resolvidos de um momento para o outro se estivessem amplamente difundidas as escolas primárias e o
conhecimento do abc.

A muitos desses pregoeiros do progresso seria difícil convencer de que a alfabetização em massa não é condição obrigatória nem sequer para o tipo de cultura técnica e
capitalista que admiram. Desacompanhada de outros elementos fundamentais da educação, que a completem, é comparável, em certos casos, a uma arma de fogo posta
nas mãos de um cego.

Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil. 27.ª ed. São Paulo:

Companhia das Letras, 2015 (com adaptações).

No que se refere às ideias e aos sentidos do texto e à sua classificação quanto ao tipo e ao gênero textual, julgue o próximo item.

A preposição “para”  introduz, no período em que ocorre, uma ideia de finalidade.

 Certo
 Errado
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Questão 89: CEBRASPE (CESPE) - MGECAPPGE (SEDF)/SEDF/2017


Assunto: Conjunção
Texto

É preciso considerar a relação entre universidade e cultura. Quais são as condições de preservação, de apropriação da cultura, e de reflexão crítica sobre ela? Mesmo um
diagnóstico superficial da época em que vivemos é suficiente para mostrar a precariedade dessas condições. O ritmo do tempo histórico é marcado pelo círculo produção
e consumo, até mesmo daquilo que entraria na categoria dos “bens culturais”. Os fatores de desagregação cultural incluem o imediatismo e o caráter efêmero e disperso
dos interesses que os indivíduos são encorajados a cultivar, a fragmentação e a distorção da informação, a mercantilização extremada dos meios de comunicação.
 

Os acessos ao mundo da cultura são cada vez mais intensamente submetidos a mecanismos industriais, sem que se assuma qualquer medida no sentido de garantir
acesso efetivamente democrático. A universidade pública é uma instância em que se pode resistir, de alguma maneira e por algum tempo, a esse processo, sendo a
instituição em que a cultura pode ser considerada sem as regras do mercado e sem os critérios de utilidade e oportunidade socialmente introjetados a partir da mídia.

Para que a disseminação pública da cultura fuja a determinações pragmáticas e economicistas, é necessário um espaço público de preservação, de apropriação e de
reflexão. As atividades que aí se desenvolvam não se podem subordinar a critérios da expectativa de retorno de investimento. Por isso, a universidade, como instituição
pública, pode assumir a função de garantir o efetivo caráter público de que, em princípio, se revestem os bens de cultura historicamente legados ao presente.

Faz parte da autonomia da universidade pública essa relação intrínseca com a cultura, que permite que o acesso não seja filtrado por mecanismos de outras instâncias da
vida social. É essa publicidade desinteressada da cultura — que só na instituição pública pode-se articular em algum grau — que garante o conhecimento, a apropriação
intelectual, a reflexão, a crítica e o debate.

Franklin Leopoldo e Silva. Universidade pública e cultura.

In: Estudos Avançados, v. 15, n.º 42, São Paulo (com adaptações).

Julgue o próximo item, referente a aspectos linguísticos do texto e à sua tipologia.

Considerando-se as ideias expressas no primeiro e no segundo parágrafos do texto, seria garantida a progressão textual caso se inserisse a conjunção Portanto no início
do segundo parágrafo da seguinte forma: Portanto, os acessos (...).

 Certo
 Errado
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Questão 90: CEBRASPE (CESPE) - TJ (TRE PE)/TRE PE/Administrativa/"Sem Especialidade"/2017


Assunto: Conjunção
Texto CG3A1AAA

A moralidade, que deve ser uma característica do conjunto de indivíduos da sociedade, deve caracterizar de modo mais intenso ainda aqueles que exercem funções
administrativas e de gestão pública ou privada. Com relação a essa ideia, vale destacar que o alcance da moralidade vincula-se a princípios ou normas de conduta, aos
padrões de comportamento geralmente reconhecidos, pelos quais são julgados os atos dos membros de determinada coletividade. Disso é possível deduzir que os
membros de uma corporação profissional — no caso, funcionários e servidores da administração pública — também devem ser submetidos ao julgamento ético-moral. A
administração pública deve pautar-se nos princípios constitucionais que a regem. É necessário, ainda, que tais princípios estejam pública e legalmente disponíveis ao
conhecimento de todos os cidadãos, para que estes possam respeitá-los e vivenciá-los. Nesse contexto, destacam-se os princípios constitucionais tidos como base da
função pública e que, sem dúvida, constituem pilares de sustentabilidade da função gestora.

O Estado constitui uma esfera ético-política caracterizada pela união de partes que lhe conferem a característica de um organismo vivo, composto pela participação dos
cidadãos e de todos aqueles que se abrigam em sua circunscrição constitucional e legal, ou seja, se abrigam sob a égide de uma Constituição.

A ética e a cidadania não se desvinculam da questão dos princípios da ação do Estado e da moralidade administrativa, uma vez que, por mais alargados que pareçam os
direitos e as esferas individuais — as quais parecem ser extremamente flexíveis nos atuais contextos —, urge que sejam regulamentadas as vinculações estreitas que
existem entre esferas individuais e esferas coletivas, pressupondo-se, assim, níveis de avanço no campo do progresso moral da sociedade.

Z. A. L. Rodriguez. Ética na gestão pública. Curitiba: InterSaberes, 2016, p. 130-1 (com adaptações).

No texto CG3A1AAA, a locução “uma vez que” (R.28) introduz no período em que ocorre uma ideia de

 a) causa.
 b) consequência.
 c) conclusão.
 d) finalidade.
 e) condição.

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Questão 91: CEBRASPE (CESPE) - TJ (TRE BA)/TRE BA/Administrativa/"Sem Especialidade"/2017


Assunto: Conjunção
Texto 

Em sua definição, o voto em branco é aquele que não se dirige a nenhum candidato entre os que disputam as eleições. São considerados, portanto, votos estéreis,
porque não produzem frutos. Os votos nulos, por sua vez, são aqueles que, somados aos votos em branco, compõem a categoria dos votos estéreis, inválidos ou, como
denominou o Tribunal Superior Eleitoral, votos apolíticos. Logo, os votos em branco e os nulos são votos que, a princípio, não produzem resultado nem influenciam no
resultado do pleito.

Ao comparecer às urnas no dia das eleições, o eleitor que apresentar voto em branco ou nulo pode fazê-lo por diversas razões. Esses motivos podem embasar tanto a
postura dos que votam em branco quanto a dos que votam nulo, pois o resultado final é o mesmo: invalidar o voto. Assim sendo, não é razoável diferenciar o voto em
É
branco do voto nulo. Deve-se considerar a essência do ato, a sua real motivação, que é a invalidação. É evidente que não se sabe, ao certo, a razão que motiva cada
eleitor a votar em branco ou nulo; entretanto, em ambos os casos, não há dúvida quanto à invalidade do voto por ele dado.

Renata Dias. Os votos brancos e nulos no estado democrático de

direito: a legitimidade das eleições majoritárias no Brasil. In: Estudos

eleitorais, v. 8, n.º 1, jan./abr. 2013, p. 36-8 (com adaptações).

Acerca do papel das conjunções na organização argumentativa do texto, julgue os itens subsequentes.

I A conjunção “porque” combina duas orações que mantêm entre si uma relação de causalidade.

II A conjunção “como” indica uma comparação entre as afirmações das orações por ela conectadas.

III A conjunção “Logo” introduz um período que explica o raciocínio apresentado em períodos anteriores.

IV A conjunção “entretanto” estabelece relação de contraposição entre os conteúdos das orações por ela combinadas.

Estão certos apenas os itens

 a)  I e III.

 b)  I e IV.

 c)  II e III.

 d)  II e IV.

 e)  III e IV.

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Questão 92: CEBRASPE (CESPE) - Of (CBM AL)/CBM AL/Combatente/2017


Assunto: Conjunção
Texto

O século XX assistiu a duas sangrentas conflagrações, cujos efeitos se fizeram sentir sobre a maior parte da humanidade e, por isso, foram justamente chamadas Guerras
Mundiais. O primeiro conflito, entre 1914 e 1918, gerou a constituição da Liga das Nações, que não conseguiu sobreviver às tensões entre as principais potências da
época. O segundo, entre 1939 e 1945, teve por consequência a criação da Organização das Nações Unidas, encarregada principalmente da manutenção da paz e
segurança internacionais.

Os conflitos do século XX possuem uma diferença marcante em relação às guerras ocorridas em épocas anteriores. Até o século XIX, as guerras provocavam morte e
destruição principalmente nas zonas de combate e em suas proximidades, e a maior parte das baixas era causada entre os combatentes. As populações civis sofriam
efeitos indiretos dessas guerras, mas em geral não estavam expostas ao alcance imediato do armamento com o qual os exércitos se defrontavam. Durante o século XX e
agora no limiar do segundo milênio, porém, o poder destruidor do armamento de que dispõem as principais potências e outros países economicamente mais adiantados
ameaça igualmente a sobrevivência de combatentes e não combatentes. Cidades inteiras são reféns de armas de destruição em massa que podem ser acionadas a
distância e que são capazes de viajar em poucos minutos até seus alvos urbanos, a bordo de centenas de vetores disparados de silos subterrâneos ou de submarinos e
aviões que permanecem sob os oceanos ou nos ares durante 24 horas, todos os dias, sob o pretexto de dissuadir potenciais agressores. A doutrina da “destruição mútua
assegurada”, em voga durante os anos mais intensos da Guerra Fria, não deixava dúvida quanto a seus resultados: a completa eliminação recíproca tanto de agressores
quanto de agredidos, e com eles boa parte do restante da comunidade internacional, em meio a nuvens radioativas em forma de cogumelo. Quem quer que tenha tido
ocasião de visitar os museus de Hiroshima e Nagasaki não pode deixar de refletir com apreensão sobre o destino da humanidade e da civilização, tal como as
conhecemos, caso ocorra uma confrontação entre potências possuidoras de armamento atômico. Por esse motivo, têm recrudescido nos anos recentes os clamores da
sociedade civil por medidas urgentes e concretas de desarmamento nuclear.

Sergio de Queiroz Duarte. Esforços internacionais em prol do desarmamento. In:

Desarmamento e temas correlatos. Brasília: FUNAG, 2014, p. 23-5 (com adaptações).

Acerca dos aspectos linguísticos e dos sentidos do texto, julgue o próximo item.

Os sentidos do texto seriam preservados se o termo “caso” fosse substituído por ainda que.

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Questão 93: CEBRASPE (CESPE) - TJ TRF1/TRF 1/Administrativa/"Sem Especialidade"/2017
Assunto: Conjunção
Texto CB2A1AAA

A pergunta a respeito da exigibilidade ou não de procedimento licitatório prévio para a contratação de serviços profissionais de advocacia não comporta uma resposta
genérica, seja em sentido positivo, seja em sentido negativo. Na verdade, o campo de atuação profissional do advogado é bastante amplo e compreende tanto trabalhos
usuais, corriqueiros, de pequena complexidade técnica, quanto situações de extrema dificuldade, verdadeiramente polêmicas e de enorme repercussão prática, de ordem
tanto econômica quanto propriamente jurídica.

O estudo desse problema exige muita ponderação, repudiando-se, de uma vez, soluções simplistas e extremadas. Nem se pode dizer que toda contratação direta de
advogado pelo poder público é lícita, dado o caráter fundamentalmente intelectual e pessoal do trabalho advocatício, nem se pode afirmar que toda e qualquer
contratação de advogado deve ser precedida de licitação, em face do princípio da isonomia.

Existem, no entanto, assuntos de grande repercussão política correspondentes a programas ou prioridades determinadas exatamente pela estrutura política eleita
democraticamente pelo corpo social, e o tratamento de temas dessa natureza requer a seleção de assistentes jurídicos nomeados para cargos de provimento em
comissão ou a contratação temporária de profissionais alheios ao corpo permanente de servidores.

Adilson Abreu Dallari. Contratação de serviços de advocacia

pela administração pública. Brasília. a. 35 n. 140 out./dez. 1998. Internet: <www2.senado.leg.br> (com adaptações).

Com relação aos aspectos linguísticos do texto CB2A1AAA, julgue o item.

O vocábulo “seja”, nas suas duas ocorrências, introduz uma condição.

 Certo
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Questão 94: CEBRASPE (CESPE) - TJ TRF1/TRF 1/Administrativa/"Sem Especialidade"/2017


Assunto: Conjunção
Texto CB2A2AAA

O pensamento do filósofo grego Sócrates, no século V a. C., marcou uma reviravolta na história humana. Até então, a filosofia procurava explicar o mundo com base na
observação das forças da natureza. A partir de Sócrates, o ser humano voltou-se para si mesmo.

A preocupação do filósofo era levar as pessoas, por meio do autoconhecimento, à sabedoria e à prática do bem. Para o filósofo grego, o papel do educador é, portanto, o
de ajudar o discípulo a caminhar nesse sentido, despertando sua cooperação para que ele consiga, por si próprio, iluminar sua inteligência e sua consciência.

Assim, o verdadeiro mestre não é um provedor de conhecimentos, mas alguém que desperta os espíritos. Ele deve, segundo Sócrates, admitir a reciprocidade ao exercer
sua função iluminadora, permitindo que os alunos contestem seus argumentos da mesma forma que ele contesta os argumentos dos alunos. Para esse pensador, só a
troca de ideias dá liberdade ao pensamento e a sua expressão, condição imprescindível para o aperfeiçoamento do ser humano.

Sócrates. In: Coleção Grandes Pensadores.

Revista Nova Escola. Ed. 179, jan.–fev./2005. Internet: <https://novaescola.org.br> (com adaptações).

A respeito das propriedades linguísticas do texto CB2A2AAA, julgue o item subsequente.

O vocábulo “portanto” denota que a oração na qual está inserido constitui uma conclusão, alcançada a partir das informações expostas no período anterior.

 Certo
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Questão 95: CEBRASPE (CESPE) - TJ TRF1/TRF 1/Administrativa/Segurança e Transporte/2017


Assunto: Conjunção
Texto CB2A2AAA

O pensamento do filósofo grego Sócrates, no século V a. C., marcou uma reviravolta na história humana. Até então, a filosofia procurava explicar o mundo com base na
observação das forças da natureza. A partir de Sócrates, o ser humano voltou-se para si mesmo.

A preocupação do filósofo era levar as pessoas, por meio do autoconhecimento, à sabedoria e à prática do bem. Para o filósofo grego, o papel do educador é, portanto, o
de ajudar o discípulo a caminhar nesse sentido, despertando sua cooperaçãopara que ele consiga, por si próprio, iluminar sua inteligência e sua consciência.

Assim, o verdadeiro mestre não é um provedor de conhecimentos, mas alguém que desperta os espíritos. Ele deve, segundo Sócrates, admitir a reciprocidade ao exercer
sua função iluminadora, permitindo que os alunos contestem seus argumentos da mesma forma que ele contesta os argumentos dos alunos. Para esse pensador, só a
troca de ideias dá liberdade ao pensamento e a sua expressão, condição imprescindível para o aperfeiçoamento do ser humano.

Sócrates. In: Coleção Grandes Pensadores.

Revista Nova Escola. Ed. 179, jan.–fev./2005. Internet: <https://novaescola.org.br> (com adaptações).

Ainda com relação às propriedades linguísticas do texto CB2A2AAA, julgue o item a seguir.

O trecho “para que ele consiga, por si próprio, iluminar sua inteligência e sua consciência” expressa uma condição em relação à oração “despertando sua cooperação”.

 Certo
 Errado
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Questão 96: CEBRASPE (CESPE) - TJ TRE TO/TRE TO/Administrativa/2017


Assunto: Conjunção
A questão baseia no texto apresentado abaixo.

Somente em um sistema de democracia indireta ou representativa existem partidos políticos. A democracia indireta ou representativa, segundo Kelsen, é aquela em que a
função legislativa é exercida por um parlamento eleito pelo povo, e as funções administrativa e judiciária são exercidas por funcionários igualmente escolhidos por um
eleitorado. Dessa forma, um governo é representativo quando(3)  os seus funcionários, durante a ocupação do poder, refletem a vontade do eleitorado e são
responsáveis para com este.

Como o sistema de democracia representativa procurava representar uma unidade, os partidos políticos foram vistos com maus olhos em um primeiro momento. Em seu
início, não tinham sequer o respaldo da Constituição.

Kelsen explica que os partidos políticos surgiram porque, em uma democracia parlamentar, o indivíduo isolado tem pouca influência sobre a criação dos órgãos legislativos
e executivos. Assim, para obter influência, ele tem de se associar a outros que compartilhem as suas opiniões políticas. Para o autor, o partido político é um veículo
essencial para a formação da vontade pública em uma democracia parlamentar.

Ana Cláudia Santano. Os partidos políticos. Internet: <www.egov.ufsc.br> (com adaptações). 

A correção gramatical e os sentidos do texto seriam preservados caso a expressão “quando” fosse substituída por

 a) conquanto.

 b) à medida que.

 c) enquanto.

 d) se.

 e) bem como.

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Questão 97: CEBRASPE (CESPE) - Ag Adm (DPU)/DPU/2016


Assunto: Conjunção
 

Quino. Toda Mafalda, 2003, p. 349, tira 2.

Julgue o item subsequente, relativo à ideias e aos aspectos linguísticos da tirinha apresentada, da personagem Mafalda.

No terceiro quadrinho, o pensamento de Mafalda é introduzido por uma oração adversativa, que apresenta ideia que contrasta com as ideias veiculadas nos quadrinhos
anteriores.

 Certo
 Errado
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Questão 98: CEBRASPE (CESPE) - Tec Ge (CPRM)/CPRM/Hidrologia/2016


Assunto: Conjunção
Texto CB1A01BBB
 
Fácil de produzir a partir de derivados do petróleo, cômodo de moldar por sopro, transparente e acessível por menos de cinco reais o quilo, o politereftalato de etileno
(PET) é um dos plásticos mais utilizados no mundo. Haja vista ele ser pouco biodegradável e sua reciclagem ser ineficaz, é excelente a notícia de que os cientistas
tenham descoberto uma bactéria capaz de usá-lo como alimento. Nasce uma estrela da reciclagem: a Ideonella sakaiensis.
 
A presença desse organismo em um lixão, ou em uma usina de reciclagem de PET, apresenta um enigma de sumo interesse: o PET existe há apenas 70 anos, e, portanto,
foi esse exíguo tempo que a bactéria teve para evoluir e transformar o plástico na sua principal fonte de carbono. A solução desse enigma não é um mero desafio teórico,
mas algo de grande utilidade para o desenvolvimento de enzimas que degradem outros plásticos de uso comum.
 
Há, ainda, outro detalhe surpreendente: os dois genes em questão só se ativam na presença do PET, o que constitui uma “ativação por substrato”, mecanismo muito
comum em velhas rotas metabólicas. Parece evidente, entretanto, que isso não precisa ser o resultado de milhões de anos de paciente evolução. Basta um século, ou
menos.
 
Internet: <http://brasil.elpais.com> (com adaptações).
 
A conjunção “entretanto” do texto CB1A01BBB introduz, no período em que se insere, ideia de

 a)  condição.
 b)  explicação.
 c)  oposição.
 d)  comparação.
 e)  adição.
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Questão 99: CEBRASPE (CESPE) - TJ (TRE PE)/TRE PE/Apoio Especializado/Programação de Sistemas/2016


Assunto: Conjunção
Texto para à questão.
 
Atualmente, existe uma evidente preocupação no meio jurídico em associar o direito à sua efetividade, isto é, em superar a visão oriunda do positivismo que via o direito
como um sistema fechado ou como um fim em si mesmo, de forma a afastar do raciocínio jurídico qualquer interferência de outras ciências humanas, como a sociologia
ou a filosofia.
 
Para aqueles que entendem que o direito é, antes de tudo, o meio necessário para alcançar uma sociedade mais livre, justa e solidária (art. 3.º, inciso I, da CF), é
impossível raciocinar sobre a norma jurídica sem pensar na sua efetividade. Deixa-se de considerar que a efetividade da norma está fora do campo jurídico, e passa-se a
considerá-la elemento principal da norma. Assim, sem a efetividade, não se estará diante de norma jurídica, mas apenas de um texto legal. Nesse sentido, diversos
doutrinadores pátrios passaram a realizar nítida distinção entre o enunciado normativo e a norma jurídica. O jurista Luiz Roberto Barroso bem esclarece a distinção ao
afirmar que “Enunciado normativo é o texto ainda por interpretar. Já a norma é o produto da incidência do enunciado normativo sobre os fatos da causa, fruto da
interação entre texto e realidade.” Portanto, o enunciado normativo resume-se ao texto legal, o qual, porém, somente se torna norma jurídica quando aplicado aos casos
concretos, ou seja, ao tornar-se efetivo.
 
Fábio Nesi Venzon. A efetividade do direito eleitoral e a soberania popular. Internet: <http://apps.tre-rn.jus.br> (com adaptações).
 
O vocábulo “Portanto” introduz no texto a efetividade do direito eleitoral e a soberania popular uma ideia de

 a)  finalidade.
 b)  conclusão.
 c)  causa.
 d)  consequência.
 e)  condição.
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Questão 100: CEBRASPE (CESPE) - AGPP I (Pref SP)/Pref SP/Gestão Administrativa/2016


Assunto: Conjunção
O Brasil é um país de cidades novas. A maior parte de seus núcleos urbanos surgiu no século passado. Há cidades, entretanto, que já existem há bastante tempo.
Contemporâneas dos primeiros tempos da colonização, algumas delas já ultrapassaram inclusive a marca do quarto centenário. Poucas são as cidades brasileiras,
contudo, que ainda apresentam vestígios materiais consideráveis do passado.

Se hoje o Rio de Janeiro, fundado em 1565, vangloria-se de seu “corredor cultural”, que preserva edificações da área central construídas na virada do século XIX para o
XX, é importante lembrar que as edificações aí situadas substituíram inúmeras outras antes existentes no mesmo local. Nem mesmo o berço histórico da cidade existe
mais, arrasado devido à destruição do Morro do Castelo em 1922. E o que falar de São Paulo, fundada em 1554? Da pauliceia colonial e imperial quase mais nada existe,
e, se ainda temos uma boa noção do que foi a cidade da primeira metade do século XX, é porque contamos com a paisagem eternizada das fotografias e com os
belíssimos trabalhos realizados pelos geógrafos paulistas por ocasião do quarto centenário da cidade.

Há outros exemplos. Olinda, fundada em 1537, orgulha-se de ser patrimônio cultural da humanidade, mas esse título não lhe foi conferido em razão dos testemunhos que
sobraram da cidade antiga, em grande parte substituída por construções em estilo eclético ou art déco do início do século passado. E se Salvador, criada em 1549, e Ouro
Preto, fundada em 1711, podem gabar-se de manter ainda um patrimônio histórico-arquitetônico apreciável, isso se deve muito mais à longa decadência econômica pela
qual passaram, que atenuou os ataques ao parque construído, do que a qualquer veleidade preservacionista local.

Em suma, não é muito comum encontrarem-se vestígios materiais do passado nas cidades brasileiras, mesmo naquelas que já existem há bastante tempo. Há,
entretanto, algo novo acontecendo em todas elas. Independentemente de qual tenha sido o estoque de materialidades históricas que tenham conseguido salvar da
destruição, as cidades do país vêm hoje engajando-se decisivamente em um movimento de preservação do que sobrou de seu passado, em uma indicação flagrante de
que muita coisa mudou na forma como a sociedade brasileira se relaciona com as suas memórias.

Mauricio Abreu. Sobre a memória das cidades. In: Ana Fani Alessandri
Carlos et al (Orgs.). A produção do espaço urbano: agentes e processos, escalas e desafios. São Paulo: Editora Contexto, 2013, p. 21-2 (com adaptações).
 
No texto I, a conjunção “entretanto” introduz, no período em que ocorre, uma ideia de

 a) condição.
 b) causa.
 c) consequência.
 d) oposição.
 e) adição.
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Questão 101: CEBRASPE (CESPE) - AGPP I (Pref SP)/Pref SP/Gestão Administrativa/2016


Assunto: Conjunção
Texto II

Os lixões são depósitos sem qualquer controle, fontes de enormes impactos ambientais, causadores de contaminações — como, por exemplo, contaminações do solo, dos
lençóis freáticos, das fontes de água — e lugares responsáveis pela proliferação de insetos transmissores de inúmeras doenças. São, portanto, um perigo constante à
saúde e à qualidade de vida de todos. Os lixões deverão dar lugar a aterros sanitários, que, se não representam uma solução perfeita, ao menos são locais mais
adequados para o depósito dos rejeitos, uma vez que evitam problemas como os citados anteriormente.

As cidades precisam se comprometer a dar cumprimento à Lei Nacional de Resíduos Sólidos. Uma maneira de fazer isso é adotar políticas de gestão eficiente dos resíduos
a fim de que a menor quantidade possível desses materiais precise ser encaminhada para os aterros. Para que isso seja possível, será necessária a implantação ou a
ampliação da coleta seletiva de lixo, além de apoio efetivo ao trabalho desenvolvido pelas cooperativas de catadores. Capacitar essas pessoas e dar-lhes condições dignas
de trabalho são requisitos fundamentais para o sucesso da lei e para a melhoria das condições de vida e de trabalho desses profissionais. Mais de um milhão de pessoas
trabalham e sobrevivem da reciclagem, muitas delas em condições bastante precárias.

O Brasil produz mais de 220 mil toneladas de lixo domiciliar por dia, o que resulta em mais de um quilo de lixo por pessoa. Ao menos 90% de todo esse material poderia
ser reaproveitado, reutilizado ou reciclado. Apenas 3% acabam sendo efetivamente reciclados, um destino mais nobre do que o de se degradar e contaminar o nosso
ambiente. Os especialistas calculam que o Brasil deixa de ganhar ao menos 8 bilhões de reais por ano por não reciclar toda essa grande quantidade de resíduos gerados
no país.

Reinaldo Canto. As cidades brasileiras conseguirão tratar seu lixo? Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações).
 
Seriam mantidos o sentido original e a correção gramatical do texto II caso o trecho “por não reciclar” fosse substituído por

 a) quando não recicla.


 b) se não reciclar.
 c) sem reciclar.
 d) para não reciclar.
 e) porque não recicla.
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Questão 102: CEBRASPE (CESPE) - AGPP I (Pref SP)/Pref SP/Gestão Administrativa/2016


Assunto: Conjunção
Texto III

A história do grafite no Brasil iniciou-se na década de 70 do século XX, precisamente na cidade de São Paulo, em uma época conturbada da história do Brasil, época essa
silenciada pela censura resultante da chegada dos militares ao poder.

Paralelamente ao movimento que despontava em Nova York, o grafite surgiu no cenário da metrópole brasileira como uma arte transgressora, a linguagem da rua, da
marginalidade, que não pedia licença e que gritava nas paredes da cidade os incômodos de uma geração.

A partir disso, a arte de grafitar se transformou em um importante veículo de comunicação urbano, corroborando, de alguma maneira, a existência de outras vozes, de
outros sujeitos históricos e ativos que participam da cidade.

É importante ressaltar que o grafite, inicialmente, foi uma arte caracterizada pela autoria anônima, por meio da qual o grafiteiro transformava a cidade em um importante
suporte de comunicação artística sem delimitação de espaço, de mensagem ou de mensageiro.

Portanto, o que importava naquele momento era a arte em si e não o nome de seu autor. Por esse motivo, os ditos “cânones” são retirados de sua posição central e
imperativa para dar lugar a uma arte de todos e para todos; arte da rua, na rua e para a rua; arte da cidade, na cidade e para a cidade: o grafite. Nesse sentido, a arte se
funde com a vida do cidadão da metrópole por meio do movimento mútuo de transformação e de identificação de seus sujeitos.

Internet: <www.todamateria.com.br> (com adaptações).

Seriam mantidos o sentido e a correção gramatical do texto III caso a palavra “Portanto”, no trecho “Portanto, o que importava naquele momento era a arte em si e não
o nome de seu autor”, fosse substituída por

 a) Pois.
 b) No entanto.
 c) Logo.
 d) Entretanto.
 e) Porquanto.

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Questão 103: CEBRASPE (CESPE) - Adm Edif (FUB)/FUB/2016


Assunto: Conjunção
Texto

Minha condição humana me fascina. Conheço o limite de minha existência e ignoro por que estou nesta terra, mas às vezes o pressinto. Pela experiência cotidiana,
concreta e intuitiva, eu me descubro vivo para alguns homens, porque o sorriso e a felicidade deles me condicionam inteiramente, mais ainda para outros que, por acaso,
descobri terem emoções semelhantes às minhas.

E cada dia, milhares de vezes, sinto minha vida — corpo e alma — integralmente tributária do trabalho dos vivos e dos mortos. Gostaria de dar tanto quanto recebo e não
paro de receber. Mas depois experimento o sentimento satisfeito de minha solidão e quase demonstro má consciência ao exigir ainda alguma coisa de outrem. Vejo os
homens se diferenciarem pelas classes sociais e sei que nada as justifica. Sonho ser acessível e desejável para todos uma vida simples e natural, de corpo e de espírito.

Recuso-me a crer na liberdade e nesse conceito filosófico. Eu não sou livre, e sim às vezes constrangido por pressões estranhas a mim, outras vezes por convicções
íntimas. Ainda jovem, fiquei impressionado pela máxima de Schopenhauer: “O homem pode, é certo, fazer o que quer, mas não pode querer o que quer”; e hoje, diante
do espetáculo aterrador das injustiças humanas, essa moral me tranquiliza e me educa.

Albert Einstein. Como vejo o mundo. Rio de Janeiro:

Nova Frontei ra, 2015 (com adaptações).

No que se refere a aspectos linguísticos do texto, julgue o item que se segue.

A expressão “e sim” introduz no texto uma ideia de oposição.


 Certo
 Errado
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Questão 104: CEBRASPE (CESPE) - Assist (FUB)/FUB/Tecnologia da Informação/2016


Assunto: Conjunção
Texto

Ao final do século XIX, os cientistas podiam refletir com satisfação que haviam desvendado a maioria dos mistérios do mundo físico: eletricidade, magnetismo, gases,
óptica, acústica, cinética e mecânica estatística, para citar alguns campos, foram submetidos à ordem. Eles haviam descoberto os raios X, o raio catódico, o elétron e a
radioatividade, e inventado o ohm, o watt, o kelvin, o joule, o ampere e o pequeno erg.

Se uma coisa podia ser oscilada, acelerada, perturbada, destilada, combinada, pesada ou gaseificada, eles o fizeram, e no processo produziram um corpo de leis
universais tão importantes e majestosas que ainda tendemos a escrevê-las com maiúsculas: Teoria do Campo Eletromagnético da Luz, a Lei das Proporções Recíprocas de
Richter, a Lei dos Gases de Charles, a Lei dos Volumes de Combinação, a Lei de Zeroth, o Conceito de Valência, a Lei das Ações das Massas e um sem-número de outras.
O mundo inteiro clangorava e silvava com o maquinário e os instrumentos produzidos por sua engenhosidade. Muitas pessoas cultas acreditavam que não restava muito
para a ciência fazer.

Em 1875, quando estava decidindo se dedicaria a vida à matemática ou à física, um jovem alemão chamado Max Planck foi fortemente aconselhado a não escolher a
física, porque os grandes avanços já haviam sido realizados. Garantiram-lhe que o século vindouro seria de consolidação e refinamento, não de revolução. Planck não deu
ouvidos. Bill Bryson. Uma breve história de quase tudo.

São Paulo: Companhia das Letras, 2015 (com adaptações).

Acerca das ideias e de aspectos linguísticos do texto, julgue o item subsequente.

A palavra “que” introduz no texto uma ideia de consequência.

 Certo
 Errado
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Questão 105: CEBRASPE (CESPE) - Tec (INSS)/INSS/2022


Assunto: Questões Variadas de Classe de Palavras
Texto CB1A1-I

As pessoas que driblaram o desemprego trabalhando por conta própria desde o início da pandemia estão ganhando 31% menos em comparação com as que optaram
por esse tipo de trabalho dois anos antes da covid-19. Entre estas, o rendimento médio mensal era de R$ 2.074, enquanto, entre aquelas, o rendimento é de R$ 1.434.
Os dados, publicados no Boletim Emprego em Pauta, são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e foram obtidos a partir de
uma análise comparativa que levou em conta os resultados referentes ao quarto trimestre de 2021 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, realizada pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Ao final de 2021, o número de trabalhadores por conta própria havia crescido 6,6%. A maioria não tem nenhuma proteção social, o que confirma a precarização do
trabalho até mesmo para quem conseguiu se manter no mercado por conta própria. Três em cada quatro pessoas que trabalham por conta própria deixam de contribuir
para a previdência social, ou seja, apenas 12,7% desses trabalhadores conseguem pagar a contribuição previdenciária para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS),
para terem alguma segurança no futuro com a aposentadoria e outros benefícios. Entre os mais antigos, o percentual era de 58,3%.

Os técnicos do DIEESE sugerem as seguintes hipóteses para explicar esse percentual menor de inscrição no cadastro nacional da pessoa jurídica (CNPJ) entre aqueles
que começaram a trabalhar mais recentemente por conta própria: a baixa remuneração e a incerteza do negócio, assim como a preocupação com o endividamento que a
regularização do trabalho pode gerar.

Internet: <www.cut.org.br> (com adaptações).

Julgue o item que se segue, relativos a aspectos linguísticos do texto CB1A1-I.

O vocábulo “obtidos” (terceiro período do primeiro parágrafo) e o vocábulo “crescido” (primeiro período do segundo parágrafo) constituem adjetivos nos contextos
sintáticos em que se inserem, haja vista a concordância dos referidos termos, respectivamente, com “dados” (terceiro período do primeiro parágrafo) e com “número”
(primeiro período do segundo parágrafo).

 Certo
 Errado
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Á
Questão 106: CEBRASPE (CESPE) - Aux Inst (IPHAN)/IPHAN/Área 1/2018
Assunto: Questões Variadas de Classe de Palavras
Texto CB2A1AAA

Se os historiadores produzem o passado e é o passado que faz uma nação, os historiadores do patrimônio fazem política, inventando o patrimônio nacional, atribuindo
valor e significados a bens e práticas culturais que circunscrevem os limites da nação.

Sabemos bem que o trabalho do historiador, ao fabricar um patrimônio no seu próprio ofício da escrita da história, está integrado a um projeto de nacionalização, de
construção do Estado e, portanto, de poder.

Certa produção historiográfica e sociológica, em debate pelo menos desde os anos 70 do século passado e já clássica na atualidade, trouxe novos ingredientes para a
reflexão sobre essa ambiguidade do papel do historiador e do intelectual de um modo geral. Essa literatura aponta os numerosos constrangimentos a que estavam
submetidos, na sua produção intelectual, em função de um processo de formação, enquadramento e disciplinarização que delineava um lugar de fala, limitado por regras
de diversas naturezas. Dentre elas, podem ser destacadas as de financiamento de estudos, postos a julgamentos sobre suas finalidades e objetivos por comissões de alto
nível, bem como as regras que regem a oferta de trabalho. O perfil e a política das instituições em que estão inseridos, entre outros aspectos, impõem a agenda dos
estudos do momento.

Alguns desses autores, em confronto com interpretações totalizantes acerca dos fenômenos sociais, verificavam, também, que, diante de estratégias de dominação —
identificadas em microescalas e em diferentes tipos e níveis de relações —, havia a possibilidade de pequenas subversões ou da adoção de sutis táticas de resistência;
noutra vertente, pode-se falar nas brechas que se verificam em todo sistema e que arejam e alimentam esperanças de transformação.

Ainda que circunscritas a determinados limites, essas ações de resistência, aparentemente insignificantes, colocam em movimento as relações e podem alterar a realidade
de uma ordem imposta ou dominante, em um jogo vivido cotidiana e mais ou menos silenciosamente.

É evidente, nessa perspectiva, que, diante do exercício de violência simbólica ao qual somos submetidos, na qualidade de sujeitos históricos, verificam-se nossas
capacidades inventivas nos limites de possibilidades de ação de que dispomos. Essa estranha “margem de manobra”, ou, em melhores palavras, essa interseção entre um
profundo pessimismo e a utopia de se construir um mundo melhor, é que mobiliza os homens para a ação.

Márcia Chuva. História e patrimônio. In: Revista do patrimônio histórico e artístico nacional, n.º 34, 2012, p. 11 (com adaptações).

A respeito dos aspectos linguísticos e textuais do texto CB2A1AAA, julgue o item que se segue.

No período em que aparece, o vocábulo “cotidiana” expressa uma característica de “uma ordem imposta ou dominante”.

 Certo
 Errado
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Questão 107: CEBRASPE (CESPE) - TAA (MP TCE-SC)/TCE SC/2022


Assunto: Colocação pronominal

Texto CB2A1-I

A astrônoma Jocelyn Bell Burnell disse sobre Ron Drever: “Ele realmente curtia ser tão engenhoso”. Ela tinha ido da Irlanda do Norte para Glasgow para estudar física e
Drever foi arbitrariamente designado para ser seu supervisor. Ele contava ao grupo de seus poucos orientandos as ideias mais interessantes que surgiam em sua mente,
inclusive as que levaram ao experimento de Hughes-Drever (embora ela não tivesse se dado conta de que ele o realizara no quintal da propriedade rural de sua família),
mas nenhuma que os ajudasse a passar nos exames. Após a frustração inicial, ao ver que ele não ia ajudá-la em seu dever de casa de física de estado sólido, ela acabou
admirando seu profundo entendimento de física fundamental e seu notável talento como pesquisador.

Drever, por sua vez, seria influenciado pelas iminentes e vitais descobertas de sua ex-aluna de graduação. A respeito de Bell Burnell, disse: “Ela também era obviamente
melhor do que a maioria deles… então cheguei a conhecê-la muito bem”. Drever escreveu uma carta de recomendação para apoiar o pedido de emprego dela à principal
instalação de radioastronomia na Inglaterra, em meados da década de 60, Jodrell Bank. Mas, ele continua, “não a admitiram, e a história conta que foi porque era
mulher. Mas isso não é oficial, você sabe. Ela ficou muito desapontada”. Drever acrescenta, esperando que se reconheça a obviedade daquele absurdo: “Sua segunda
opção era ir para Cambridge. Vê como são as coisas?”. Ele considerou isso uma reviravolta muito feliz. “Então ela foi para Cambridge e descobriu pulsares. Vê como são
as coisas?”, ele diz, rindo.

Janna Levin. A música do universo: ondas gravitacionais


e a maior descoberta científica dos últimos cem anos.
São Paulo, Cia. das Letras, 2016, p. 103-104 (com adaptações).

Acerca de aspectos linguísticos do texto CB2A1-I, julgue o item que se segue.

Estaria mantida a correção gramatical do texto caso a forma pronominal “os”, em “mas nenhuma que os ajudasse a passar nos exames” (terceiro período do primeiro
parágrafo), fosse deslocada para a posição enclítica — ajudasse-os.

 Certo
 Errado
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Questão 108: CEBRASPE (CESPE) - Ag PM (IBGE)/IBGE/2021


Assunto: Colocação pronominal
Texto 1A1-I

      Estou escrevendo um livro sobre a guerra...

     Eu, que nunca gostei de ler livros de guerra, ainda que, durante minha infância e juventude, essa fosse a leitura preferida de todo mundo. De todo mundo da minha
idade. E isso não surpreende — éramos filhos da Vitória. Filhos dos vencedores.

        Em nossa família, meu avô, pai da minha mãe, morreu no front; minha avó, mãe do meu pai, morreu de tifo; de seus três filhos, dois serviram no Exército e
desapareceram nos primeiros meses da guerra, só um voltou. Meu pai.

     Não sabíamos como era o mundo sem guerra, o mundo da guerra era o único que conhecíamos, e as pessoas da guerra eram as únicas que conhecíamos. Até agora
não conheço outro mundo, outras pessoas. Por acaso existiram em algum momento?

     A vila de minha infância depois da guerra era feminina. Das mulheres. Não me lembro de vozes masculinas. Tanto que isso ficou comigo: quem conta a guerra são as
mulheres. Choram. Cantam enquanto choram.

     Na biblioteca da escola, metade dos livros era sobre a guerra. Tanto na biblioteca rural quanto na do distrito, onde meu pai sempre ia pegar livros. Agora, tenho uma
resposta, um porquê. Como ia ser por acaso? Estávamos o tempo todo em guerra ou nos preparando para ela. E rememorando como combatíamos. Nunca tínhamos
vivido de outra forma, talvez nem saibamos como fazer isso. Não imaginamos outro modo de viver, teremos que passar um tempo aprendendo.

     Por muito tempo fui uma pessoa dos livros: a realidade me assustava e atraía. Desse desconhecimento da vida surgiu uma coragem. Agora penso: se eu fosse uma
pessoa mais ligada à realidade, teria sido capaz de me lançar nesse abismo? De onde veio tudo isso: do desconhecimento? Ou foi uma intuição do caminho? Pois a
intuição do caminho existe...

     Passei muito tempo procurando... Com que palavras seria possível transmitir o que escuto? Procurava um gênero que respondesse à forma como vejo o mundo, como
se estruturam meus olhos, meus ouvidos.

     Uma vez, veio parar em minhas mãos o livro Eu venho de uma vila em chamas. Tinha uma forma incomum: um romance constituído a partir de vozes da própria
vida, do que eu escutara na infância, do que agora se escuta na rua, em casa, no café. É isso! O círculo se fechou. Achei o que estava procurando. O que estava
pressentindo.

Svetlana Aleksiévitch. A guerra não tem rosto de mulher. Companhia das Letras, 2016, p. 9-11 (com adaptações).

Com relação à colocação pronominal, a correção gramatical do texto 1A1-I seria mantida caso, no trecho

I “Não me lembro de vozes”, o pronome “me” fosse deslocado para logo após “lembro”: lembro-me.

II “Estávamos o tempo todo em guerra ou nos preparando para ela”, o pronome “nos” fosse deslocado para logo após “preparando”: preparando-nos.

III “a realidade me assustava”, o pronome “me” fosse deslocado para logo após “assustava”: assustava-me.

Assinale a opção correta.

 a) Apenas o item I está certo.


 b) Apenas o item III está certo.
 c) Apenas os itens I e II estão certos.
 d) Apenas os itens II e III estão certos.

 e) Todos os itens estão certos.

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Questão 109: CEBRASPE (CESPE) - AgFEP (DEPEN)/DEPEN/2021


Assunto: Colocação pronominal
A Declaração Universal dos Direitos do Homem, que é certamente, com relação ao processo de proteção global dos direitos do homem, um ponto de partida para uma
meta progressiva, representa, ao contrário, com relação ao conteúdo, isto é, com relação aos direitos proclamados, um ponto de parada em um processo de modo algum
concluído. Os direitos elencados na Declaração não são os únicos e possíveis direitos do homem: são os direitos do homem histórico, tal como este se configurava na
mente dos redatores da Declaração após a tragédia da Segunda Guerra Mundial, em uma época que tivera início com a Revolução Francesa e desembocara na Revolução
Soviética. Não é preciso muita imaginação para prever que o desenvolvimento da técnica, a transformação das condições econômicas e sociais, a ampliação dos
conhecimentos e a intensificação dos meios de comunicação poderão produzir tais mudanças na organização da vida humana e das relações sociais que se criem ocasiões
favoráveis para o nascimento de novos carecimentos e, portanto, para novas demandas de liberdade e de poderes. Para dar apenas alguns exemplos, lembro que a
crescente quantidade e intensidade das informações a que o homem de hoje está submetido faz surgir, com força cada vez maior, a necessidade de não se ser enganado,
excitado ou perturbado por uma propaganda maciça e deformadora; começa a se esboçar, contra o direito de expressar as próprias opiniões, o direito à verdade das
informações.

Norberto Bobbio. A era dos direitos. Internet: <https://edisciplinas.usp.br> (com adaptações).

Considerando as estruturas linguísticas e os sentidos do texto anterior, julgue o próximo item.

No trecho, “poderão produzir tais mudanças na organização da vida humana e das relações sociais que se criem ocasiões favoráveis para o nascimento de novos
carecimentos”, seria mantida a correção gramatical, caso o “se” fosse deslocado para imediatamente após o verbo: criem-se.
 Certo
 Errado
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Questão 110: CEBRASPE (CESPE) - TJ (PGDF)/PG DF/Administrativo/2021


Assunto: Colocação pronominal

A compreensão da comunicação como direito humano é formulação mais ou menos recente na história do direito. Tal conceito foi expresso pela primeira vez em 1969
por Jean D’Arcy, então diretor dos Serviços Visuais e de Rádio no Escritório de Informação Pública da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, em artigo
na revista EBU Review, do European Broadcasting Union (EBU): “Virá o tempo em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos terá de abarcar um direito mais
amplo que o direito humano à informação, estabelecido pela primeira vez 21 anos atrás no artigo 19. Trata-se do direito do homem de se comunicar.”.

Na década de 70 do século XX, o direito à comunicação passou a ser discutido no âmbito da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(UNESCO). Desde 2000, vem ganhando ressonância no debate político. Primeiro na União Europeia — o Parlamento Europeu aprovou em 2008 uma diretiva, válida em
todos os países-membros, estabelecendo limites à publicidade e padrões mínimos de veiculação de conteúdo independente, regional e acessível — e, em seguida, na
América Latina, onde marcos regulatórios foram aprovados na Argentina (2009), na Venezuela (2010), no Equador (2013) e no Uruguai (2013).

No Brasil, o direito à comunicação foi oficialmente reconhecido pelo Estado em 2009, no Decreto n.º 7.037, que instituiu a terceira edição do Programa Nacional de
Direitos Humanos (PNDH-3). Sua diretriz número 22 tem o condão de conciliar os conceitos de “comunicação”, “informação” e “democracia”, e apresentá-los como
princípios orientadores da abordagem contemporânea dos direitos humanos: “Garantia do direito à comunicação democrática e ao acesso à informação para
consolidação de uma cultura em Direitos Humanos”, diz a diretriz. Ao referir-se nominalmente ao “direito à comunicação”, o PNDH-3 contribuiu para inaugurar uma nova
etapa no debate sobre o tema. Até então, as instituições se referiam, quando muito, ao direito à informação.

Camilo Vannuchi Galaxia. São Paulo, online,

ISSN 1982 – 2553, n.º 38, maio-ago./2018, p. 167-80. Internet: <www.dx.doi.org> (com adaptações).

No que se refere às ideias, aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se segue.

No último período do primeiro parágrafo, a anteposição do pronome ‘se’ à forma verbal ‘Trata’ prejudicaria a correção gramatical do texto.

 Certo
 Errado
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Questão 111: CEBRASPE (CESPE) - Sold (CBM AL)/CBM AL/2021


Assunto: Colocação pronominal

Texto 2A2-I

O termo “refugiado ambiental” é utilizado para se referir às pessoas que fogem de onde vivem, em razão de problemas como seca, erosão dos solos, desertificação,
inundações, desmatamento, mudanças climáticas, entre outros. A migração causada por eventos climáticos não é nova, mas tende a intensificar-se. O tema é bastante
atual, mas, na obra Vidas Secas, o escritor Graciliano Ramos já tratava, embora com outras palavras, dos refugiados do clima do semiárido brasileiro.

Vidas Secas não é um romance de seca, no entanto. A centralidade dessa obra literária está em um “ano bom”, ou seja, um ano de chuvas na caatinga. O sétimo
capítulo, localizado bem no centro da obra, composta por 13 capítulos, é intitulado “Inverno”, o que remete ao período de chuvas na região. Essa visão contraria certa
leitura superficial da obra.

Graciliano Ramos acreditava em um mundo com mais justiça social e menos desigualdades no Nordeste, para o que era necessário transformar o modelo de sociedade
extremamente perverso que caracterizava as relações sociais no meio rural.

Ao mostrar a vida da uma família de sertanejos durante um ano de “inverno”, com relativa segurança e estabilidade, o escritor alagoano questionou as relações sociais
excludentes e tensivas, que impediam essa família de viver com mais estabilidade no Nordeste brasileiro.

Na obra, quando a família ocupou uma fazenda abandonada, no fim de uma seca, o vaqueiro parecia satisfeito.

Mas suas esperanças esmoreceram, pois as chuvas vieram e, com elas, também o proprietário da fazenda, sob o domínio do qual o vaqueiro passou a viver, sendo
humilhado, enganado, animalizado.

Somente com muita insistência, Fabiano conseguiu ficar trabalhando ali como vaqueiro. Moraria com a família pouco “mais de um ano” numa “casa velha” da fazenda.

Para o escritor de Vidas Secas, a opressão à família de Fabiano era causada por questões sociais, não pela seca. Caso tivesse acesso à terra e à água, a família
conseguiria obter o sustento, como resultado do seu esforço e trabalho.

 
A condição climática natural da caatinga era instrumentalizada pelos latifundiários para a exploração de uma população extremamente vulnerável à seca, como era o
caso da família de Fabiano e sinhá Vitória.

A concentração fundiária era, e continua sendo, uma das formas mais perversas de impedir a autonomia dos pequenos produtores rurais do semiárido brasileiro. O
romance denuncia a realidade social dos sertanejos pobres que viviam no Nordeste da época, cujo cotidiano era marcado pela opressão, humilhação, miséria, espoliação
econômica e extremas privações, sobretudo nos períodos de seca.

Internet: <https://www.letrasambientais.org.br> (com adaptações).

No que se refere aos aspectos linguísticos do texto 2A2-I, julgue o item que se seguem.

A substituição da expressão “se referir” por referir-se prejudicaria a correção gramatical do período.

 Certo
 Errado
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Questão 112: CEBRASPE (CESPE) - Sold (PM AL)/PM AL/2021


Assunto: Colocação pronominal

Texto CB2A1-I

As mãos que criam, criam o quê?

A ancestralidade de dona Irinéia mostra-se presente em suas peças feitas com o barro vermelho da sua região. São cabeças, figuras humanas, entre outras esculturas
que narram, por meio da forma moldada no barro, episódios históricos, lutas e conquistas vividos pelos moradores de sua comunidade e do Quilombo de Palmares.

Um exemplo é a escultura que representa pessoas em cima de uma jaqueira e que se tornou uma peça muito conhecida de dona Irinéia. A jaqueira se tornou objeto de
memória, pois remonta a uma enchente, durante a qual ela e suas três irmãs ficaram toda a noite em cima da árvore, esperando a água baixar.

O manejo da matéria-prima é feito com a retirada do barro que depois é pisoteado, amassado e moldado. As peças são então queimadas, e ganham uma coloração
naturalmente avermelhada.

Irinéia Rosa Nunes da Silva é uma das mais reconhecidas artistas da cerâmica popular brasileira. A história de dona Irinéia, mestra artesã do Patrimônio Vivo de Alagoas
desde 2005, está entrelaçada com a história do povoado quilombola Muquém, onde nasceu em 1949. O povoado pertence ao município de União dos Palmares, na zona
da mata alagoana, e se encontra próximo à serra da Barriga que carrega forte simbolismo, pois é a terra do Quilombo dos Palmares.

Por volta dos vinte anos, dona Irinéia começou a ajudar sua mãe no sustento da família, fazendo panelas de barro. Entretanto, o costume de fazer promessas aos santos
de quem se é devoto, quando se está passando por alguma provação ou doença, fez surgir para a artesã outras encomendas. Quando a graça é alcançada, costuma-se
levar a parte do corpo curado representado em uma peça de cerâmica, como agradecimento para o santo. Foi assim que dona Irinéia começou a fazer cabeças, pés e
assim por diante.

Até que um dia, uma senhora que sofria com uma forte dor de cabeça encomendou da ceramista uma cabeça, pois ia fazer uma promessa ao seu santo devoto. A
senhora alcançou sua graça, o que fez com que dona Irinéia ficasse ainda mais conhecida na região. Chegou, inclusive, ao conhecimento do SEBRAE de Alagoas, que foi
até dona Irinéia e ofereceu algumas capacitações que abriram mais possibilidades de produção para a ceramista. O número de encomendas foi aumentando e, com ele,
sua imaginação e criatividade que fizeram nascer objetos singulares.

Em Muquém, vivem cerca de quinhentas pessoas que contam com um posto de saúde, uma escola e a casa de farinha, onde as mulheres se reúnem para moer a
mandioca, alimento central na comunidade, assim como de tantos outros quilombos no Nordeste. No dia a dia do povoado, o trabalho com o barro também preenche o
tempo de muitas mulheres e alguns homens que se dedicam à produção de cerâmica, enquanto ensinam as crianças a mexer com a terra, produzindo pequenos
bonecos.

Internet: <www.artesol.org.br> (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto CB2A1-I, julgue o item seguinte.

Em “O manejo da matéria-prima é feito com a retirada do barro que depois é pisoteado, amassado e moldado”, a substituição do trecho “é pisoteado, amassado e
moldado” por se pisoteia, se amassa e se molda preservaria a correção gramatical do texto.

 Certo
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Questão 113: CEBRASPE (CESPE) - Sold (PM AL)/PM AL/2021


Assunto: Colocação pronominal

Texto CB2A1-I
As mãos que criam, criam o quê?

A ancestralidade de dona Irinéia mostra-se presente em suas peças feitas com o barro vermelho da sua região. São cabeças, figuras humanas, entre outras esculturas
que narram, por meio da forma moldada no barro, episódios históricos, lutas e conquistas vividos pelos moradores de sua comunidade e do Quilombo de Palmares.

Um exemplo é a escultura que representa pessoas em cima de uma jaqueira e que se tornou uma peça muito conhecida de dona Irinéia. A jaqueira se tornou objeto de
memória, pois remonta a uma enchente, durante a qual ela e suas três irmãs ficaram toda a noite em cima da árvore, esperando a água baixar.

O manejo da matéria-prima é feito com a retirada do barro que depois é pisoteado, amassado e moldado. As peças são então queimadas, e ganham uma coloração
naturalmente avermelhada.

Irinéia Rosa Nunes da Silva é uma das mais reconhecidas artistas da cerâmica popular brasileira. A história de dona Irinéia, mestra artesã do Patrimônio Vivo de Alagoas
desde 2005, está entrelaçada com a história do povoado quilombola Muquém, onde nasceu em 1949. O povoado pertence ao município de União dos Palmares, na zona
da mata alagoana, e se encontra próximo à serra da Barriga que carrega forte simbolismo, pois é a terra do Quilombo dos Palmares.

Por volta dos vinte anos, dona Irinéia começou a ajudar sua mãe no sustento da família, fazendo panelas de barro. Entretanto, o costume de fazer promessas aos santos
de quem se é devoto, quando se está passando por alguma provação ou doença, fez surgir para a artesã outras encomendas. Quando a graça é alcançada, costuma-se
levar a parte do corpo curado representado em uma peça de cerâmica, como agradecimento para o santo. Foi assim que dona Irinéia começou a fazer cabeças, pés e
assim por diante.

Até que um dia, uma senhora que sofria com uma forte dor de cabeça encomendou da ceramista uma cabeça, pois ia fazer uma promessa ao seu santo devoto. A
senhora alcançou sua graça, o que fez com que dona Irinéia ficasse ainda mais conhecida na região. Chegou, inclusive, ao conhecimento do SEBRAE de Alagoas, que foi
até dona Irinéia e ofereceu algumas capacitações que abriram mais possibilidades de produção para a ceramista. O número de encomendas foi aumentando e, com ele,
sua imaginação e criatividade que fizeram nascer objetos singulares.

Em Muquém, vivem cerca de quinhentas pessoas que contam com um posto de saúde, uma escola e a casa de farinha, onde as mulheres se reúnem para moer a
mandioca, alimento central na comunidade, assim como de tantos outros quilombos no Nordeste. No dia a dia do povoado, o trabalho com o barro também preenche o
tempo de muitas mulheres e alguns homens que se dedicam à produção de cerâmica, enquanto ensinam as crianças a mexer com a terra, produzindo pequenos
bonecos.

Internet: <www.artesol.org.br> (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto CB2A1-I, julgue o item seguinte.

Em “A jaqueira se tornou objeto de memória” (segundo parágrafo), o deslocamento da forma pronominal “se” para logo após a forma verbal “tornou” — escrevendo-se
tornou-se — prejudicaria a correção gramatical do texto.

 Certo
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Questão 114: CEBRASPE (CESPE) - Tec Min (MPE CE)/MPE CE/2020


Assunto: Colocação pronominal
Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava
outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.

Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se
poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma
surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.

Clarice Lispector. Uma galinha. In: Laços de família: contos. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Considerando as ideias, os sentidos e os aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se segue.

No trecho “É verdade que não se poderia contar com ela para nada”, o uso da próclise justifica-se pela presença da palavra negativa “não”.

 Certo
 Errado
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Questão 115: CEBRASPE (CESPE) - Tec Enf (IHB DF)/IHB DF/2018


Assunto: Colocação pronominal
Surpresas fazem parte da rotina de um socorrista. Quando um chamado chega via 192, as informações nem sempre vêm de acordo com a real situação. Às vezes, é
menos grave do que se dizia. Em outras, o interlocutor — por pânico ou desconhecimento — não dá nem conta de descrever a gravidade do caso. Quase sempre,
condutores, técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos saem em disparada, ambulância cortando o trânsito, sirenes ligadas, para atender a alguém que nunca
viram. Mas podem chegar à cena e encontrar um amigo. Estão preparados. O espaço para a emoção é pequeno em um serviço que só funciona se apoiado em seu
princípio maior: a técnica.

Internet: <https://especiais.zh.clicrbs.com.br>.
Considerando os aspectos linguísticos do texto precedente e as informações nele veiculadas, julgue o item.

A correção gramatical do texto seria prejudicada caso se deslocasse a partícula “se”, em “se dizia”, para imediatamente após a forma verbal: dizia-se.

 Certo
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Questão 116: CEBRASPE (CESPE) - Ass Port (EMAP)/EMAP/Administrativa/2018


Assunto: Colocação pronominal
A crescente internacionalização da economia, decorrente, principalmente, da redução de barreiras ao comércio mundial, da maior velocidade das inovações tecnológicas e
dos grandes avanços nas comunicações, tem exigido mudanças efetivas na atuação do comércio internacional.

A abordagem desse tipo de comércio, inevitavelmente, passa pela concorrência, visto que é por meio da garantia e da possibilidade de entrar no mercado internacional,
de estabelecer permanência ou de engendrar saída, que se consubstancia a plena expansão das atividades comerciais e se alcança o resultado último dessa interatuação:
o preço eficiente dos bens e serviços.

Defesa da concorrência e defesa comercial são instrumentos à disposição dos Estados para lidar com distintos cenários que afetem a economia. Destaca-se como a
principal diferença o efeito que cada instrumento busca neutralizar.

A política de defesa da concorrência busca preservar o ambiente competitivo e coibir condutas desleais advindas do exercício de poder de mercado. A política de defesa
comercial busca proteger a indústria nacional de práticas desleais de comércio internacional.

Elaine Maria Octaviano Martins Curso de direito

marítimo Barueri: Manoele, v 1, 2013, p 65 (com adaptações)

Acerca de aspectos linguísticos do texto precedente e das ideias nele contidas, julgue o item a seguir.

A correção gramatical do texto seria mantida caso o trecho “que se consubstancia” fosse alterado para que consubstancia-se.

 Certo
 Errado
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Questão 117: CEBRASPE (CESPE) - Tec Min (MPE PI)/MPE PI/Administrativa/2018


Assunto: Colocação pronominal
Eis que se inicia então uma das fases mais intensas na vida de Geraldo Viramundo: sua troca de correspondência com os estudantes, julgando estar a se corresponder
com sua amada. E eis que passo pela rama nesta fase de meu relato, já que me é impossível dar a exata medida do grau de maluquice que inspiraram tais cartas:
infelizmente se perderam e de nenhuma encontrei paradeiro, por maiores que tenham sido os meus esforços em rebuscar coleções, arquivos e alfarrábios em minha
terra. Sou forçado, pois, a limitar-me aos elementos de que disponho, encerrando em desventuras as aventuras de Viramundo em Ouro Preto, e dando viço às suas
peregrinações.

Fernando Sabino. O grande mentecapto. 62.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2002.

Com referência aos sentidos do texto precedente e às estruturas linguísticas nele empregadas, julgue o item a seguir.

A correção gramatical do texto seria prejudicada caso o trecho “Eis que se inicia” fosse reescrito da seguinte forma: Eis que inicia-se.

 Certo
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Questão 118: CEBRASPE (CESPE) - Tec I (IPHAN)/IPHAN/Área 2/2018


Assunto: Colocação pronominal
Texto CB3A1-I

As consequências da extinção de línguas são diversas e irreparáveis. O desaparecimento de línguas tem impacto imediato na perda de diversidade cultural.

O desconhecimento da diversidade linguística por grande parte da população brasileira é sustentado pela representação de uma suposta unidade da língua portuguesa,
ou seja, pela ideia de que a língua portuguesa é a única língua falada no país. Essa falta de conhecimento e de valorização leva, por conseguinte, à marginalização e à
discriminação de grupos falantes de outras línguas.

A construção de uma política específica para a diversidade linguística constitui uma iniciativa que busca a valorização da diversidade linguística do país. Atuar para a
sustentabilidade da diversidade linguística, entretanto, exige a articulação de produção de conhecimento sobre as línguas existentes no território nacional e de valorização
e promoção dessas línguas.

As línguas faladas por grupos sociais minoritários requerem atenção especial de uma política de salvaguarda da diversidade linguística, pois elas se encontram em posição
de maior vulnerabilidade linguística. Tal situação decorre não só do fato de essas línguas serem faladas por grupos sociais pouco numerosos, mas também da falta de
conhecimento sobre elas. Colocar no mapa as centenas de línguas ainda ocultadas pela representação majoritária de um país com uma única língua talvez seja o caminho
mais significativo para o reconhecimento das línguas como patrimônio cultural.

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Guia de pesquisa e documentação para o INDL: patrimônio cultural e diversidade linguística. Brasília: IPHAN, 2016, p. 23-4 (com adaptações).

Seria mantida a correção gramatical do texto caso a partícula “se”, em “pois elas se encontram em posição de maior vulnerabilidade linguística”, fosse deslocada para
imediatamente após a forma verbal “encontram”, da seguinte forma: encontram-se.

 Certo
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Questão 119: CEBRASPE (CESPE) - Sold (PM AL)/PM AL/Combatente/2017


Assunto: Colocação pronominal

A palavra violência frequentemente (1) nos remete a crimes como assassinato, estupro, roubo e lesão corporal, ou mesmo a guerras e terrorismo. Pensamos que
violência e crime violento são a mesma coisa e não levamos em conta que nem toda violência é considerada crime.

A sociedade, para reafirmar seus valores e se manter, pune as transgressões, com a intenção de que a punição aplicada ao transgressor seja útil para que os demais
indivíduos não sigam o mau exemplo, tendo em vista as consequências. Nesse caso, considera-se crime a transgressão de regras socialmente preestabelecidas, que
variam de acordo com a sociedade e o contexto histórico.

Lançadas com o intuito de encontrar respostas para as possíveis causas da violência, hipóteses clássicas na sociologia do crime acabaram por defender a tese de
associação entre o aumento nos índices de criminalidade e a pobreza. Essa associação sustenta a premissa de que o crime seja combatido e punido com maior rigor e
frequência nas classes economicamente mais desfavorecidas, em contraposição à tolerância e à impunidade de crimes cometidos tipicamente ou ocasionalmente por
indivíduos detentores de poder.

O mito da criminalidade associada à pobreza cria estereótipos, marginaliza e criminaliza a pobreza — que, em si, é uma violência. Rotula os que são tidos como pobres e
faz uma proporção extremamente grande da população ser prejulgada por atos ilícitos praticados por uma minoria.

A violência nas cidades deve ser vista sob duas vias. Um tipo de violência é a dos crimes praticados nas ruas, principalmente nas grandes cidades, que pode atingir
qualquer pessoa. O segundo tipo é a violência praticada pela própria cidade, que massacra os pobres, marginalizando e criminalizando esses cidadãos. Enquanto se diz
que os pobres da cidade são violentos, a atenção da violência que eles sofrem é invertida. A violência contra quem mora próximo de condomínios de luxo e mansões
fortificadas, sem ter acesso a bens básicos para garantir razoáveis condições de vida, é esquecida.

Geélison Ferreira da Silva. Considerações sobre criminalidade: marginalização, medo e mitos no Brasil. In: Revista Brasileira de Segurança Pública. ano 5, 8.ª ed. São Paulo, fev. – mar./2011, p. 91-102
(com adaptações)

No que se refere aos sentidos e às propriedades linguísticas do texto, julgue o item a seguir.

A posição do advérbio “frequentemente”(1) justifica a ocorrência de próclise em “nos remete”.

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Questão 120: CEBRASPE (CESPE) - Ag Adm (DPU)/DPU/2016


Assunto: Colocação pronominal
Maria Silva é moradora do Assentamento Noroeste, onde moram cerca de cem pessoas cuja principal forma de renda é o trabalho com reciclagem. Ela é uma das líderes
que lutam pelos direitos daquela comunidade. Vinda do estado do Ceará, Maria chegou a Brasília em 2002 e conheceu o trabalho da Defensoria Pública por meio do
projeto Monitoramento da Política Nacional para a População em Situação de Rua, tendo seu primeiro contato com a defensoria ocorrido quando ela precisou de novos
documentos para substituir os que haviam sido perdidos no período em que esteve nas ruas.

O objetivo do referido projeto é o de ir até a população que normalmente não tem acesso à Defensoria Pública. “Nós chegamos de forma humanizada até essas pessoas
em situação de rua. Com esse trabalho nós estamos garantindo seu acesso à justiça e aos direitos para que consigam se beneficiar de outras políticas públicas”, explica a
coordenadora do Departamento de Atividade Psicossocial.

A mais recente visita de participantes de outro projeto, o Atenção à População de Rua do Assentamento Noroeste, levou respostas às demandas solicitadas pelos
moradores. O foco foram soluções e retornos de casos como o de um morador que tem problemas com a justiça e que está sendo assistido por um defensor público e o
de uma senhora que estava internada em um hospital público e conseguiu uma cirurgia por meio dos serviços da defensoria. As visitas acontecem mensalmente, sendo a
maior demanda a solicitação de registro civil. “As certidões de nascimento figuram entre as demandas porque essas pessoas não as conseguiram por outros serviços, e a
defensoria teve que intervir. Nós entramos para solucionar problemas: vamos até as ruas para informar sobre o trabalho da defensoria, para que seus direitos sejam
garantidos”, afirma a coordenadora.

Internet: <www.defensoria.df.gov.br.> (com adaptações).

Acerca dos aspectos linguísticos e das ideias do texto acima, julgue o item seguinte.

Seria mantida a correção gramatical do período caso a partícula “se”, em “se beneficiar” (l.8), fosse deslocada para imediatamente após a forma verbal “beneficiar” —
escrevendo-se beneficiar-se.

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Questão 121: CEBRASPE (CESPE) - Aux Per (POLC AL)/POLC AL/2023


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Texto CB3A1

Em 2007, o Brasil recebeu a exposição de anatomia intitulada Bodies revealed: fascinating + real, traduzida como Corpo humano: real e fascinante. Cerca de 670 mil
pessoas de diversas cidades brasileiras puderam visitar a exposição na qual os objetos expostos eram nada menos do que 16 cadáveres e 225 órgãos humanos. Adentrar
em um salão repleto de cadáveres estripados e mutilados deveria suscitar a mesma sensação de uma câmara dos horrores, já que os mortos são notoriamente objetos
de tabu, fontes de mana, considerados impuros, perigosos e, não raramente, repugnantes. Entretanto, os corpos dissecados da exposição, apresentados esfolados ou
fatiados, inteiros ou em partes, eviscerados ou não, e tematicamente organizados em sistemas — esquelético, muscular, nervoso, respiratório, digestório, excretor,
reprodutor, circulatório — eram tratados como objetos de “arte”. Ao contrário daqueles grandes vidros de formol que distorcem a imagem do seu conteúdo desbotado,
largamente usados em laboratórios e museus para conservar restos biológicos, Bodies revealed é um espetáculo cadavérico no qual corpos dissecados e partes
corporais — reduzidos a formas, cores e texturas — são espetacularmente exibidos em pedestais, displays e caixas transparentes, distribuídos meticulosamente em
espaços organizados e iluminados para realçar suas formas e cores.

Há um evidente sensacionalismo mórbido nas exposições de corpos humanos, visto que não haveria o mesmo impacto se os corpos expostos fossem sintéticos ou de
animais. Isto evidencia o fato de que a relação que se estabelece entre nós, espectadores, e os cadáveres expostos tem uma dimensão social, distinta da que teríamos
se fossem apenas modelos de plástico ou cera, ainda que reproduções perfeitas, ou de um cadáver animal, qualquer que seja a técnica de conservação. As exposições
de corpos humanos até podem oferecer motivações mais nobres do que o simples entretenimento mórbido, mas sem abrirem mão da morbidez como peça fundamental
do espetáculo. Com efeito, o tom geral daqueles que defendem essas exposições apela para a utilidade educativa de se usarem corpos humanos reais, dissecados e
modelados, em posições didáticas, pois essa técnica possibilita o acesso a “espécimes” cuja riqueza de detalhes e de informações era antes acessível apenas aos
anatomistas.

Internet: <www.scielo.br> (com adaptações).

No que se refere aos sentidos do texto CB3A1, julgue o item a seguir.

As expressões “objetos de tabu”, “fontes de mana” e “impuros, perigosos e (...) repugnantes” (terceiro período doprimeiro parágrafo) são empregadas no texto como
sinônimas.

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Questão 122: CEBRASPE (CESPE) - TCE (TCE RJ)/TCE RJ/Técnico/2022


Assunto: Sinônimos e Antônimos

A preocupação com o desenvolvimento das indústrias criativas ocorre de forma não intuitiva e direcionada há muitos anos. Em 1918, o presidente dos Estados Unidos da
América, Woodrow Wilson, promoveu a nascente indústria cinematográfica, considerando que “o comércio vai atrás dos filmes”, uma afirmação clássica sobre o fato de
que as indústrias criativas têm um significado que vai muito além do seu impacto econômico imediato. O governo australiano publicou, em 1994, um documento
chamado Creative Nation, no qual já apresentava alguns posicionamentos oficiais sobre a pauta. Nele, afirmava que “uma política cultural também é uma política
econômica” e que “o nível de nossa criatividade determina substancialmente nossa capacidade de adaptação aos novos imperativos econômicos”.

Após as eleições para primeiro-ministro do Reino Unido, em 1997, foi realizado o primeiro mapeamento concreto e aprofundado sobre a economia criativa em uma
nação. Esse mapeamento causou polêmica quanto à conceituação de indústria criativa. De acordo com a definição do governo inglês, as indústrias criativas são aquelas
atividades que têm origem na criatividade, na habilidade e no talento individual e que potencializam a geração de riqueza e empregos por meio da geração e da
exploração da propriedade intelectual. Os críticos que analisaram o projeto de Tony Blair/DCMS consideraram que as colocações deixaram o contexto muito aberto, pois
poderia englobar áreas como engenharia e indústria farmacêutica, que não têm conexão com a economia criativa.

Como em qualquer área de pesquisa, alguns cientistas apresentam visões bem controversas. O pesquisador estadunidense Richard Florida, por exemplo, trouxe o
conceito de classe criativa. Segundo Florida, regiões metropolitanas com alta concentração de trabalhadores ligados a tecnologia, artistas, músicos, lésbicas e gays e o
grupo definido por high bohemians são áreas com alto potencial de crescimento neste milênio. Na visão de Florida, as cidades devem posicionar-se de forma diferente
no novo milênio e virar todos os holofotes para a economia criativa.

Vinnie de Oliveira. Economia criativa 4.0: o mundo não gira ao contrário. Edição do Kindle (com adaptações).

 
Julgue o item seguinte, no que diz respeito às ideias e a aspectos linguísticos do texto precedente.

No segundo parágrafo, os termos “economia” (primeiro período) e “indústria” (segundo período) são empregados no texto como sinônimos.

 Certo
 Errado
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Questão 123: CEBRASPE (CESPE) - AgFEP (DEPEN)/DEPEN/2021


Assunto: Sinônimos e Antônimos
A Casa de Detenção Feminina era antiquada, embolorada, lúgubre e sombria. O chão da sala de admissão era de cimento, sem pintura, com a sujeira dos sapatos de
milhares de prisioneiras, policiais e inspetoras de polícia incrustada na superfície.

Disseram para eu me sentar no banco da frente, na fileira da direita. De repente, ouviu-se um estrondo do lado de fora do portão. Várias mulheres se aproximavam da
entrada, esperando que o portão de ferro se abrisse.

Enquanto as mulheres que tinham voltado do tribunal estavam em pé do lado de fora dos portões de ferro, fui levada para fora da sala. Lá, havia o mesmo piso de
cimento imundo, paredes de azulejos amarelados descorados e duas escrivaninhas velhas de escritório. Uma inspetora branca e robusta estava no comando. Quando eu
descobri, entre os papéis grudados na parede, um cartaz de pessoas procuradas pelo FBI com a minha fotografia e descrição, ela o arrancou de lá.

Eu ainda estava esperando naquela sala suja quando houve a troca de turno. Outra agente prisional foi enviada para me vigiar. Ela era negra, jovem — mais nova do que
eu —, usava cabelos crespos naturais e, ao se aproximar, não demonstrou nenhum tipo de arrogância. Foi uma experiência que me desarmou. No entanto, não foi o fato
de ela ser negra que me surpreendeu, foi seu comportamento: sem agressividade e aparentemente solidário.

Imaginando que eu pudesse ser capaz de obter dela alguma informação sobre a minha situação, perguntei por que a demora era tão longa. Ela não sabia detalhes, disse,
mas achavaque estavam tentando decidir como me manteriam separada da população prisional. Seu pressentimento era de que eu seria colocada na área da prisão
reservada para mulheres com transtornos psicológicos. Olhei para ela com incredulidade. Para mim, prisão era prisão — não existia gradação de melhor ou pior.

Angela Y. Davis. Uma autobiografia. Heci Regina Candiani (Trad.). 1.ª ed. São Paulo: Boitempo, 2019 (com adaptações).

Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.

Sem alteração dos sentidos do texto, a palavra “lúgubre”, no primeiro parágrafo do texto, poderia ser substituída por fúnebre.

 Certo
 Errado
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Questão 124: CEBRASPE (CESPE) - AssP (PGE PE)/PGE PE/2019


Assunto: Sinônimos e Antônimos
A modernidade é um contrato. Todos nós aderimos a ele no dia em que nascemos, e ele regula nossa vida até o dia em que morremos. Pouquíssimos entre nós são
capazes de rescindi-lo ou transcendê-lo. Esse contrato configura nossa comida, nossos empregos e nossos sonhos; ele decide onde moramos, quem amamos e como
morremos.

À primeira vista, a modernidade parece ser um contrato extremamente complicado, por isso poucos tentam compreender no que exatamente se inscreveram. É como se
você tivesse baixado algum software e ele te solicitasse assinar um contrato com dezenas de páginas em “juridiquês”; você dá uma olhada nele, passa imediatamente
para a última página, tica em “concordo” e esquece o assunto. Mas a modernidade, de fato, é um contrato surpreendentemente simples. O contrato interno pode ser
resumido em uma única frase: humanos concordam em abrir mão de significado em troca de poder.

Yuval Noah Harari. Homo Deus: uma breve história do amanhã. São Paulo: Companhia das Letras, 2016 (com adaptações).

Considerando as ideias, os sentidos e os aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.

No trecho “tica em ‘concordo’” , o verbo ticar é sinônimo de clicar, mas difere deste por ser de uso informal.

 Certo
 Errado
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Questão 125: CEBRASPE (CESPE) - AssP (PGE PE)/PGE PE/2019


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Passávamos férias na fazenda da Jureia, que ficava na região de lindas propriedades cafeeiras. Íamos de automóvel até Barra do Piraí, onde pegávamos um carro de boi.
Lembro-me do aboio do condutor, a pé, ao lado dos animais, com uma vara: “Xô, Marinheiro! Vâmu, Teimoso!”. Tenho ótimas recordações de lá e uma foto da qual gosto
muito, da minha infância, às gargalhadas, vestindo um macacão que minha própria mãe costurava, com bastante capricho. Ela fazia um para cada dia da semana, assim,
eu podia me esbaldar e me sujar à vontade, porque sempre teria um macacão limpo para usar no dia seguinte.

Jô Soares. O livro de Jô:

uma autobiografia desautorizada. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.


Com relação aos aspectos linguísticos desse texto, julgue o item a seguir.

A palavra “capricho” está empregada no texto com o mesmo sentido de zelo.

 Certo
 Errado
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Questão 126: CEBRASPE (CESPE) - SM (PM MA)/PM MA/Combatente/2018


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Texto CG2A1CCC

A questão da segurança pública passou a ser considerada problema fundamental e principal desafio ao Estado de direito no Brasil. A segurança ganhou enorme
visibilidade pública e jamais, em nossa história recente, esteve tão presente nos debates.

A amplitude dos temas e problemas relativos à segurança pública alerta para a necessidade de qualificação do debate sobre segurança e para a incorporação de novos
atores, cenários e paradigmas às políticas públicas.

O problema da segurança, portanto, não pode mais estar adstrito apenas ao repertório tradicional do direito e das instituições da justiça. Evidentemente, as soluções
devem passar pelo fortalecimento da capacidade do Estado em gerir a violência, pela retomada da capacidade gerencial no âmbito das políticas públicas de segurança,
mas também devem passar pelo alongamento dos pontos de contato das instituições públicas com a sociedade civil e com a produção acadêmica mais relevante à área.

Em síntese, os novos gestores da segurança pública devem enfrentar esses desafios, além de fazer o amplo debate nacional sobre o tema transformar-se em real controle
sobre as políticas de segurança pública e, mais ainda, estimular a parceria entre órgãos do poder público e da sociedade civil na luta por segurança e qualidade de vida
dos cidadãos brasileiros.

Internet: <www.observatoriodeseguranca.org> (com adaptações).

Acerca das ideias e de aspectos linguísticos do texto CG2A1CCC, julgue o seguinte item.

No texto, a palavra “adstrito” tem o mesmo sentido de limitado.

 Certo
 Errado
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Questão 127: CEBRASPE (CESPE) - Ass Adm (EBSERH)/EBSERH/2018


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Texto 

Um estudo de pesquisadores da Universidade da Califórnia acrescentou mais itens ao vasto repertório de problemas trazidos pelo consumo de açúcar: além de aumentar
os riscos de doenças como o diabetes do tipo 2, ele também pode atrapalhar o aprendizado e a memória.

O potencial danoso do  açúcar  pode ter origem no fato de que  ele  é um ingrediente recente na dieta humana. Ao longo da história, o homem obteve quantidades
limitadas desse alimento, por meio de frutas ou mel. O consumo anual, no final do século XIX, por exemplo, era de apenas dois quilos por pessoa. Atualmente, é de 37
quilos, segundo Michel Raymond, pesquisador do Instituto de Ciências Evolutivas da Universidade de Montpellier, na França.

Essa mudança drástica não deixou o organismo humano ileso. Estudos mostram que o açúcar, por alterar alguns tecidos humanos durante a fase de crescimento, pode
ser o responsável por problemas que vão de miopia e acne até o câncer. Segundo a Associação Americana do Coração, o açúcar pode causar, ainda, problemas
metabólicos, como diabetes, hipertensão e aumento do colesterol ruim.

Internet: <https://veja abril com br> (com adaptações)

Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto, julgue o item que se segue.

A correção e a coerência do texto seriam mantidas caso o termo “ileso” fosse substituído por incólume.

 Certo
 Errado
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Questão 128: CEBRASPE (CESPE) - Ass Port (EMAP)/EMAP/Administrativa/2018


Assunto: Sinônimos e Antônimos
A crescente internacionalização da economia, decorrente, principalmente, da redução de barreiras ao comércio mundial, da maior velocidade das inovações tecnológicas e
dos grandes avanços nas comunicações, tem exigido mudanças efetivas na atuação do comércio internacional.

A abordagem desse tipo de comércio, inevitavelmente, passa pela concorrência, visto que é por meio da garantia e da possibilidade de entrar no mercado internacional,
de estabelecer permanência ou de engendrar saída, que se consubstancia a plena expansão das atividades comerciais e se alcança o resultado último dessa interatuação:
o preço eficiente dos bens e serviços.

Defesa da concorrência e defesa comercial são instrumentos à disposição dos Estados para lidar com distintos cenários que afetem a economia. Destaca-se como a
principal diferença o efeito que cada instrumento busca neutralizar.

A política de defesa da concorrência busca preservar o ambiente competitivo e coibir condutas desleais advindas do exercício de poder de mercado. A política de defesa
comercial busca proteger a indústria nacional de práticas desleais de comércio internacional.

Elaine Maria Octaviano Martins Curso de direito

marítimo Barueri: Manoele, v 1, 2013, p 65 (com adaptações)

Acerca de aspectos linguísticos do texto precedente e das ideias nele contidas, julgue o item a seguir.

Infere-se dos sentidos do texto que o vocábulo “engendrar” foi empregado como sinônimo de imaginar, fantasiar.

 Certo
 Errado
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Questão 129: CEBRASPE (CESPE) - Ass Port (EMAP)/EMAP/Administrativa/2018


Assunto: Sinônimos e Antônimos
É curioso notar que a ideia de porto está presente nas sociedades humanas desde o aparecimento das cidades. Isso porque uma das características das primeiras
estruturas urbanas existentes na região do Oriente Próximo foi a presença do porto.
 
As primeiras cidades, no sentido moderno, surgiram no período compreendido entre 3.100 e 2.900 a.C., na Mesopotâmia, civilização situada às margens dos rios Tigre e
Eufrates. A estrutura desses primeiros agrupamentos urbanos era tripartite: a cidade propriamente dita, cercada por muralhas, onde ficavam os principais locais de culto e
as células dos futuros palácios reais; uma espécie de subúrbio, extramuros, local que agrupava residências e instalações para criação de animais e plantio; e o porto
fluvial, espaço destinado à prática do comércio e que era utilizado como local de instalação dos estrangeiros, cuja admissão, em regra, era vedada nos muros da cidade.
 
Não se trata, portanto, de uma criação aleatória apenas vinculada à atividade comercial. O porto aparece como mais um elemento de uma forte mudança civilizacional
que marcou o contexto do surgimento das cidades e da escrita. O comportamento fundamental dessa mudança localiza-se no aumento das possibilidades do agir
humano, na diversificação dos papéis sociais e na abertura para o futuro. Houve, em resumo, uma ampliação no grau de complexidade da sociedade.
 
Cristiano Paixão e Ronaldo C Fleury Trabalho portuário — a modernização dos portos
e as relações de trabalho no Brasil São Paulo: Método, 2008, p 17-8 (com adaptações)
 
Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item.
 
A palavra “tripartite” poderia ser substituída por tripartida, sem prejuízo dos sentidos e da correção gramatical do texto.

 Certo
 Errado
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Questão 130: CEBRASPE (CESPE) - Aux Inst (IPHAN)/IPHAN/Área 1/2018


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Texto CB2A1AAA

Se os historiadores produzem o passado e é o passado que faz uma nação, os historiadores do patrimônio fazem política, inventando o patrimônio nacional, atribuindo
valor e significados a bens e práticas culturais que circunscrevem os limites da nação.

Sabemos bem que o trabalho do historiador, ao fabricar um patrimônio no seu próprio ofício da escrita da história, está integrado a um projeto de nacionalização, de
construção do Estado e, portanto, de poder.

Certa produção historiográfica e sociológica, em debate pelo menos desde os anos 70 do século passado e já clássica na atualidade, trouxe novos ingredientes para a
reflexão sobre essa ambiguidade do papel do historiador e do intelectual de um modo geral. Essa literatura aponta os numerosos constrangimentos a que estavam
submetidos, na sua produção intelectual, em função de um processo de formação, enquadramento e disciplinarização que delineava um lugar de fala, limitado por regras
de diversas naturezas. Dentre elas, podem ser destacadas as de financiamento de estudos, postos a julgamentos sobre suas finalidades e objetivos por comissões de alto
nível, bem como as regras que regem a oferta de trabalho. O perfil e a política das instituições em que estão inseridos, entre outros aspectos, impõem a agenda dos
estudos do momento.

Alguns desses autores, em confronto com interpretações totalizantes acerca dos fenômenos sociais, verificavam, também, que, diante de estratégias de dominação —
identificadas em microescalas e em diferentes tipos e níveis de relações —, havia a possibilidade de pequenas subversões ou da adoção de sutis táticas de resistência;
noutra vertente, pode-se falar nas brechas que se verificam em todo sistema e que arejam e alimentam esperanças de transformação.

Ainda que circunscritas a determinados limites, essas ações de resistência, aparentemente insignificantes, colocam em movimento as relações e podem alterar a realidade
de uma ordem imposta ou dominante, em um jogo vivido cotidiana e mais ou menos silenciosamente.

É evidente, nessa perspectiva, que, diante do exercício de violência simbólica ao qual somos submetidos, na qualidade de sujeitos históricos, verificam-se nossas
capacidades inventivas nos limites de possibilidades de ação de que dispomos. Essa estranha “margem de manobra”, ou, em melhores palavras, essa interseção entre um
profundo pessimismo e a utopia de se construir um mundo melhor, é que mobiliza os homens para a ação.

Márcia Chuva. História e patrimônio. In: Revista do patrimônio histórico e artístico nacional, n.º 34, 2012, p. 11 (com adaptações).

A respeito dos aspectos linguísticos e textuais do texto CB2A1AAA, julgue o item que se segue.

Sem prejuízo dos sentidos originais do texto, o verbo “fabricar” poderia ser substituído por forjar.

 Certo
 Errado
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Questão 131: CEBRASPE (CESPE) - Aux Inst (IPHAN)/IPHAN/Área 1/2018


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Texto CB2A1BBB

Uma das principais características da sociedade contemporânea é a velocidade de suas transformações.

Esse novo cenário traz um desafio para as cidades: a necessidade de conciliar os novos hábitos de sua população, em constante mutação, com a ocupação territorial, ou
seja, com as soluções de habitação, de localização de equipamentos públicos, de mobilidade.

Essas mudanças são um reflexo da inserção das cidades na economia global, o que aumentou o número de atores (empresas, instituições públicas, associações)
envolvidos na condução das políticas públicas.

Com a multiplicação das demandas sociais, no lugar de soluções únicas para a cidade, passou-se a considerar a segmentação ainda maior de interesses. É cada vez mais
difícil imaginar que uma ação pública vá atingir a aspiração de todos em um único objetivo comum.

Há de se pensar em sistemas mais ágeis de governança urbana, em que os cidadãos sejam chamados a participar das decisões para ações de pequena ou grande escala.

Além de todos os desafios impostos pela inconstância e pela fragmentação das demandas sociais, vivemos um divórcio entre política e poder.

Para fazer frente a essas transformações, é necessário um novo tipo de planejamento urbano. Conceitos rígidos dão lugar à flexibilidade, à análise de cenários alternativos
e à inclusão da sociedade na formulação das políticas.

Nesse contexto novo, o patrimônio histórico tem de ser integrado ao planejamento da cidade, sob pena de ficar à deriva em um mar de interesses puramente
econômicos.

Vanessa Fernandes Correa e Mauro Sérgio Procópio Calliari. As transformações da cidade contemporânea. In: Preservando o patrimônio histórico – um manual para gestores municipais. São Paulo (com
adaptações).
 
 
 
Com relação aos aspectos linguísticos do texto CB2A1BBB, julgue o item.

No trecho “vivemos um divórcio entre política e poder”, a palavra “divórcio” poderia ser substituída por apartamento, sem alteração dos sentidos originais do texto.

 Certo
 Errado
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Questão 132: CEBRASPE (CESPE) - Tec MPU/MPU/Apoio Técnico e Administrativo/Administração/2018


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Texto 

Se a cultura, no que tange a valores e visões de mundo, é fundamental para nossa constituição enquanto indivíduos (servindo-nos como parâmetro para nosso
comportamento moral, por exemplo), limitarmo-nos a ela, desconhecendo ou depreciando as demais culturas de povos ou grupos dos quais não fazemos parte, pode nos
levar a uma visão estreita das dimensões da vida humana. O etnocentrismo, dessa forma, representa uma visão de mundo que toma a cultura do outro (alheia ao
observador) como algo menor, sem valor, errado, primitivo. Ou seja, a visão etnocêntrica desconsidera a lógica de funcionamento de outra cultura, o que faz o indivíduo
limitar-se à visão que possui como referência cultural. A herança cultural que recebemos de nossos pais e antepassados contribui para isso, pois nos condiciona ao
mesmo tempo em que nos educa.

Tomar conhecimento do outro sem aceitar sua lógica de pensamento e seus hábitos acaba por gerar uma visão etnocêntrica e preconceituosa, o que pode até mesmo se
desdobrar em conflitos diretos. O etnocentrismo está, certamente, entre as principais causas da intolerância internacional e da xenofobia. Basta pensarmos nas relações
entre norte-americanos e latinos imigrantes, entre franceses e os povos vindos do norte do continente africano que buscam residência em países estrangeiros, apenas
como exemplos. A visão etnocêntrica caminha na contramão do processo de integração global decorrente da modernização dos meios de comunicação como a Internet,
pois é sinônimo de estranheza e de falta de tolerância.

Internet: <https://brasilescola.uol.com.br> (com adaptações).

 
Considerando os sentidos e os aspectos linguísticos do texto, julgue o próximo item.

No texto, a palavra “depreciando” foi empregada com o sentido de desprezar.

 Certo
 Errado
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Questão 133: CEBRASPE (CESPE) - AFA (SEFAZ RS)/SEFAZ RS/2018


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Texto 1A2-II

Neide nunca tinha pensado naquilo até que, mexendo um cremezinho de laranja na cozinha, a nutricionista do programa das dez da manhã falou:

— Ninguém é obrigado a parecer velho.

Tirando a canseira provocada por aquele horror de exames que o médico tinha pedido, Neide considerou que, aos sessenta e quatro anos, até que não parecia velha.
Mexeu o creme com mais vigor. A dermatologista deu aparte:

— Alguns estudos afirmam que a velhice começa aos trinta e seis anos de idade.

Aos trinta e seis anos, ela já era casada havia doze anos com João Carlos, já era mãe dos gêmeos, já sustentava a casa e tinha até contratado um auxiliar só para
atender as freguesas que batiam palmas no portão. Aos trinta e seis anos, João Carlos já havia sido despedido da firma e já indicava que ia se tornar um deprimido de
marca e um desempregado crônico. O fogão de seis bocas e a campainha com barulho de sino vieram depois, e seus préstimos de doceira eram anunciados em uma
tabuleta de madeira. A apresentadora, que já nem era tão mocinha, considerou que tudo dependia do estado de espírito da pessoa e das escolhas feitas durante a vida:

— Às vezes, é preciso dizer não.

Neide pensou que falar era fácil e que mais a vida mandava do que ela escolhia. Na tevê, a palavra era do geriatra, um homem robusto, de tez bronzeada e cabelos fartos
e grisalhos.

— As pessoas podem continuar sexualmente ativas até a morte. Literalmente, o amor não tem idade. Neide sentiu uma tontura, e, de repente, a colher de pau caiu ao
chão com barulho. Foi bem na hora em que João Carlos entrou na cozinha: estava com sede. Varreu com os olhos a figura diante de si: o pijama azul de listras estava tão
acabado que nem dava para pano de chão, e a barriga do marido esgarçava as casas dos dois últimos botões. A tontura deu uma pequena trégua, o suficiente para que
ela se desgostasse à visão do descaimento.

Cíntia Moscovich. Aos sessenta e quatro. In: Essa coisa brilhante que é a chuva. Rio de Janeiro: Record, 2012 (com adaptações).

A afirmação “A dermatologista deu aparte:” do texto 1A2-II foi empregada para informar que a especialista apresentaria um(a)

 a) reflexão.
 b) advertência.
 c)  repreensão.
 d) aviso.
 e) comentário.

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Questão 134: CEBRASPE (CESPE) - Assist (FUB)/FUB/Administração/2018


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Texto

Ciência e tecnologia são potentes motores do desenvolvimento da sociedade moderna, pois produzem conhecimentos e inovações que transformam a vida de bilhões de
pessoas. Da Internet à agricultura, da automação à indústria farmacêutica, o investimento em pesquisa científica viabilizou melhorias significativas no nosso dia a dia. A
revolução nas comunicações, na produção de alimentos, na diversificação de máquinas e equipamentos e na sofisticação da medicina atesta avanços extraordinários
alcançados pela sociedade na transição do século XX para o atual.

Além disso, a complexidade dos desafios do mundo moderno coloca a ciência cada vez mais em evidência. A Organização Mundial de Saúde, em 2016, declarou o vírus
zika uma emergência de saúde pública internacional. Esse vírus se espalhou de forma muito rápida em toda a América do Sul e na América Central e foi detectado em
mais de 20 países. À época, não havia ainda vacina ou cura para a zika, o que exigiu de governos e autoridades sanitárias enorme esforço para gerir a adversidade,
enquanto mais conhecimento sobre o vírus e seu controle fosse produzido. Em momentos como esse, fica claro quão imperativo é o investimento em pesquisa científica.
Conhecimento novo deveria ser gerado com rapidez para se conter a propagação do vírus e de seu vetor — o mosquito Aedes aegypti  — em todo o globo.

Ainda assim, há uma crítica recorrente do setor de ciência e tecnologia à crescente dificuldade de se garantir mais constância no apoio à pesquisa científica brasileira, seja
pela limitação e instabilidade no fluxo dos recursos, seja pela percepção de que pouco uso é feito dos conhecimentos gerados. Quando recursos são mais escassos,
acirra-se a discussão acerca da efetividade dos investimentos públicos em pesquisa científica e crescem comparações e oposição entre a pesquisa acadêmica, sem
aplicação imediata, e a pesquisa aplicada, orientada à solução de problemas do mercado e da sociedade. Soma-se a isso o debate sobre os papéis dos setores público e
privado na pesquisa científica e tecnológica. As pressões impostas pelo vírus zika ilustram bem quão estéreis são muitas dessas discussões, pois, sem sintonia entre a
geração de conhecimento fundamental e aplicado e entre o investimento público e o privado, muitos problemas da sociedade ficarão sem solução.
 

Internet: <www.embrapa.br> (com adaptações).

Com relação a aspectos linguísticos do texto, julgue o item que se segue.

Mantendo-se o sentido e a correção gramatical do texto, a expressão “dia a dia” poderia ser substituída por cotidiano.

 Certo
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Questão 135: CEBRASPE (CESPE) - Tec (EBSERH)/EBSERH/Análises Clínicas/2018


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Texto CB2A1BBB

Um estudo de pesquisadores da Universidade da Califórnia acrescentou mais itens ao vasto repertório de problemas trazidos pelo consumo de açúcar: além de aumentar
os riscos de doenças como o diabetes do tipo 2, ele também pode atrapalhar o aprendizado e a memória.

O potencial danoso do açúcar pode ter origem no fato de que ele é um ingrediente recente na dieta humana. Ao longo da história, o homem obteve quantidades
limitadas desse alimento, por meio de frutas ou mel. O consumo anual, no final do século XIX, por exemplo, era de apenas dois quilos por pessoa. Atualmente, é de 37
quilos, segundo Michel Raymond, pesquisador do Instituto de Ciências Evolutivas da Universidade de Montpellier, na França.

Essa mudança drástica não deixou o organismo humano ileso. Estudos mostram que o açúcar, por alterar alguns tecidos humanos durante a fase de crescimento, pode
ser o responsável por problemas que vão de miopia e acne até o câncer. Segundo a Associação Americana do Coração, o açúcar pode causar, ainda, problemas
metabólicos, como diabetes, hipertensão e aumento do colesterol ruim.

Internet: <https://veja abril com br> (com adaptações)

Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto CB2A1BBB, julgue o item que se segue.

A correção e a coerência do texto seriam mantidas caso o termo “ileso” fosse substituído por incólume.

 Certo
 Errado
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Questão 136: CEBRASPE (CESPE) - TMNM (Pref SL)/Pref SL/Monitor de Transporte Escolar/2017


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Texto CB3A2AAA

Tinha chegado o tempo da colheita, era uma manhã risonha, e bela, como o rosto de um infante, entretanto eu tinha um peso enorme no coração. Sim, eu estava triste,
e não sabia a que atribuir minha tristeza. Era a primeira vez que me afligia tão incompreensível pesar. Minha filha sorria para mim, era ela gentilzinha, e em sua inocência
semelhava um anjo. Desgraçada de mim! Deixei-a nos braços de minha mãe e fui-me à roça colher milho. Ah! Nunca mais devia eu vê-la...

Ainda não tinha vencido cem braças de caminho, quando um assobio, que repercutiu nas matas, me veio orientar acerca do perigo iminente que aí me aguardava. E logo
dois homens apareceram e me amarraram com cordas. Era uma prisioneira — era uma escrava! Foi embalde que supliquei, em nome de minha filha, que me restituíssem
a liberdade: os bárbaros sorriam-se das minhas lágrimas e me olhavam sem compaixão. Julguei enlouquecer, julguei morrer, mas não me foi possível... a sorte me
reservava ainda longos caminhos.

Meteram-me a mim e a mais trezentos companheiros de infortúnio e de cativeiro no estreito e infecto porão de um navio. Trinta dias de cruéis tormentos e de falta
absoluta de tudo quanto é mais necessário à vida passamos nessa sepultura, até que aportamos nas praias brasileiras. Para caber a mercadoria humana no porão, fomos
amarrados em pé e, para que não houvesse receio de revolta, acorrentados como os animais ferozes das nossas matas, que se levam para recreio dos potentados da
Europa. Davam-nos a água imunda, podre e dada com mesquinhez; a comida má e ainda mais porca: vimos morrer ao nosso lado muitos companheiros à falta de ar, de
alimento e de água. É horrível lembrar que criaturas humanas tratem a seus semelhantes assim e que não lhes doa a consciência de levá-los à sepultura, asfixiados e
famintos.

Maria Firmina dos Reis. Úrsula. Florianópolis: Ed. Mulheres, 2004, p. 116-7 (com adaptações).
 
No texto CB3A2AAA, a palavra “sorte” foi empregada no sentido de

 a) prêmio.
 b) felicidade.
 c)  viagem.
 d) destino.
 e)  sortilégio.
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Questão 137: CEBRASPE (CESPE) - MGECAPPGE (SEDF)/SEDF/2017


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Texto
 
O monitor — também chamado, em algumas instituições, de inspetor e bedel — é um dos profissionais mais atuantes na esfera educacional. Ele transita por toda a
escola, em geral conhece os alunos pelo nome e é um dos primeiros a ser procurado quando há algum problema que precisa ser solucionado rapidamente. Contudo, ele
nem sempre é valorizado como deveria. Infelizmente, muitos diretores entendem que quem atua nessa função deve apenas controlar os espaços coletivos para impedir a
ocorrência de agressões, depredações e furtos, vigiar grupos de alunos, observar comportamentos suspeitos e até mesmo revistar armários e mochilas.
 
Esse tipo de controle, além de perigoso — pois os conflitos abafados por ações repressoras acabam se manifestando com mais violência —, contribui para reforçar a
desconfiança entre a instituição e os estudantes. E uma relação fundada na insegurança fragiliza a construção de valores democráticos, que deveria ser um dos objetivos
de todas as escolas.
 
Como qualquer profissional do ambiente escolar, os monitores também são educadores, e cabe à equipe gestora realizar ações formativas para que eles saibam como
interagir com as crianças e os jovens nos diversos espaços (como o pátio, os corredores, as quadras, a cantina, o banheiro etc.). Com uma boa formação, eles serão
capazes de trazer informações importantes sobre a convivência entre os alunos e que poderão ser objeto de análise para que o orientador educacional, juntamente com o
diretor e a equipe docente, planeje e execute intervenções.
 
O papel do monitor na formação dos alunos.
Internet: <http://gestaoescolar.org.br> (com adaptações).
 
A respeito dos sentidos e de aspectos linguísticos do texto, julgue o próximo item.
 
A forma verbal “transita” foi empregada para transmitir a ideia de que o monitor muda constantemente de função na escola.

 Certo
 Errado
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Questão 138: CEBRASPE (CESPE) - MGECAPPGE (SEDF)/SEDF/2017


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Texto
 
É preciso considerar a relação entre universidade e cultura. Quais são as condições de preservação, de apropriação da cultura, e de reflexão crítica sobre ela? Mesmo um
diagnóstico superficial da época em que vivemos é suficiente para mostrar a precariedade dessas condições. O ritmo do tempo histórico é marcado pelo círculo produção
e consumo, até mesmo daquilo que entraria na categoria dos “bens culturais”. Os fatores de desagregação cultural incluem o imediatismo e o caráter efêmero e disperso
dos interesses que os indivíduos são encorajados a cultivar, a fragmentação e a distorção da informação, a mercantilização extremada dos meios de comunicação.
 
Os acessos ao mundo da cultura são cada vez mais intensamente submetidos a mecanismos industriais, sem que se assuma qualquer medida no sentido de garantir
acesso efetivamente democrático. A universidade pública é uma instância em que se pode resistir, de alguma maneira e por algum tempo, a esse processo, sendo a
instituição em que a cultura pode ser considerada sem as regras do mercado e sem os critérios de utilidade e oportunidade socialmente introjetados a partir da mídia.
 
Para que a disseminação pública da cultura fuja a determinações pragmáticas e economicistas, é necessário um espaço público de preservação, de apropriação e de
reflexão. As atividades que aí se desenvolvam não se podem subordinar a critérios da expectativa de retorno de investimento. Por isso, a universidade, como instituição
pública, pode assumir a função de garantir o efetivo caráter público de que, em princípio, se revestem os bens de cultura historicamente legados ao presente.
 
Faz parte da autonomia da universidade pública essa relação intrínseca com a cultura, que permite que o acesso não seja filtrado por mecanismos de outras instâncias da
vida social. É essa publicidade desinteressada da cultura — que só na instituição pública pode-se articular em algum grau — que garante o conhecimento, a apropriação
intelectual, a reflexão, a crítica e o debate.
 
Franklin Leopoldo e Silva. Universidade pública e cultura.
In: Estudos Avançados, v. 15, n.º 42, São Paulo (com adaptações).
 
Julgue o próximo item, referente a aspectos linguísticos do texto e à sua tipologia.
 
Haveria prejuízo para o sentido original do texto se o termo “desinteressada” fosse substituído por negligente.

 Certo
 Errado
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Questão 139: CEBRASPE (CESPE) - Of (CBM AL)/CBM AL/Combatente/2017


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Texto
 
O século XX assistiu a duas sangrentas conflagrações, cujos efeitos se fizeram sentir sobre a maior parte da humanidade e, por isso, foram justamente chamadas Guerras
Mundiais. O primeiro conflito, entre 1914 e 1918, gerou a constituição da Liga das Nações, que não conseguiu sobreviver às tensões entre as principais potências da
época. O segundo, entre 1939 e 1945, teve por consequência a criação da Organização das Nações Unidas, encarregada principalmente da manutenção da paz e
segurança internacionais.
 
Os conflitos do século XX possuem uma diferença marcante em relação às guerras ocorridas em épocas anteriores. Até o século XIX, as guerras provocavam morte e
destruição principalmente nas zonas de combate e em suas proximidades, e a maior parte das baixas era causada entre os combatentes. As populações civis sofriam
efeitos indiretos dessas guerras, mas em geral não estavam expostas ao alcance imediato do armamento com o qual os exércitos se defrontavam. Durante o século XX e
agora no limiar do segundo milênio, porém, o poder destruidor do armamento de que dispõem as principais potências e outros países economicamente mais adiantados
ameaça igualmente a sobrevivência de combatentes e não combatentes. Cidades inteiras são reféns de armas de destruição em massa que podem ser acionadas a
distância e que são capazes de viajar em poucos minutos até seus alvos urbanos, a bordo de centenas de vetores disparados de silos subterrâneos ou de submarinos e
aviões que permanecem sob os oceanos ou nos ares durante 24 horas, todos os dias, sob o pretexto de dissuadir potenciais agressores. A doutrina da “destruição mútua
assegurada”, em voga durante os anos mais intensos da Guerra Fria, não deixava dúvida quanto a seus resultados: a completa eliminação recíproca tanto de agressores
quanto de agredidos, e com eles boa parte do restante da comunidade internacional, em meio a nuvens radioativas em forma de cogumelo. Quem quer que tenha tido
ocasião de visitar os museus de Hiroshima e Nagasaki não pode deixar de refletir com apreensão sobre o destino da humanidade e da civilização, tal como as
conhecemos, caso ocorra uma confrontação entre potências possuidoras de armamento atômico. Por esse motivo, têm recrudescido nos anos recentes os clamores da
sociedade civil por medidas urgentes e concretas de desarmamento nuclear.
 
Sergio de Queiroz Duarte. Esforços internacionais em prol do desarmamento. In:
Desarmamento e temas correlatos. Brasília: FUNAG, 2014, p. 23-5 (com adaptações).
 
Acerca dos aspectos linguísticos e dos sentidos do texto, julgue o próximo item.
 
A palavra “dissuadir” foi empregada no sentido de afastar.
 Certo
 Errado
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Questão 140: CEBRASPE (CESPE) - Sold (CBM AL)/CBM AL/Combatente/2017


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Texto
 
O açúcar arrasou o Nordeste. A faixa úmida do litoral, bem regada por chuvas, tinha um solo de grande fertilidade, muito rico em húmus e sais minerais, coberto por
matas tropicais da Bahia até o Ceará. Essa região de matas tropicais converteu-se em região de savanas. Naturalmente nascida para produzir alimentos, passou a ser
uma região de fome. O latifúndio açucareiro, destrutivo e avassalador, deixou rochas estéreis, solos lavados, terras erodidas. Fizeram-se, a princípio, plantações de
laranjas e mangas, que foram abandonadas e se reduziram a pequenas hortas que rodeavam a casa do dono do engenho, exclusivamente reservadas para a família do
plantador branco. Os incêndios que abriam terras aos canaviais devastaram a floresta e com ela a fauna; desapareceram os cervos, os javalis, as toupeiras, os coelhos, as
pacas e os tatus. A flora e a fauna foram sacrificadas, nos altares da monocultura, à cana-de-açúcar. A produção extensiva esgotou rapidamente os solos. A abundância e
a prosperidade eram, como de costume, simétricas à miséria da maioria da população, que vivia em estado crônico de subnutrição. Daqueles tempos coloniais nasceu o
costume, ainda vigente, de comer terra. Antigamente, castigava-se esse “vício africano” colocando-se mordaças nas bocas das crianças ou pendurando-as dentro de
cestas a grande distância do solo. A falta de ferro provoca anemia; o instinto leva as crianças a compensar com terra os sais minerais que não encontram em sua comida
habitual. O Nordeste brasileiro padece hoje a herança da monocultura do açúcar.
 
Eduardo Galeano. As veias abertas da América Latina.
Galeano de Freitas (Trad.). Rio de Janeiro, Paz e Terra (com adaptações).
 
Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto, julgue o item a seguir.
 
O vocábulo “esgotou” foi empregado no sentido de desocupou.

 Certo
 Errado
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Questão 141: CEBRASPE (CESPE) - Sold (PM AL)/PM AL/Combatente/2017


Assunto: Sinônimos e Antônimos
A palavra violência frequentemente nos remete a crimes como assassinato, estupro, roubo e lesão corporal, ou mesmo a guerras e terrorismo. Pensamos que violência e
crime violento são a mesma coisa e não levamos em conta que nem toda violência é considerada crime.
 
A sociedade, para reafirmar seus valores e se manter, pune as transgressões, com a intenção de que a punição aplicada ao transgressor seja útil para que os demais
indivíduos não sigam o mau exemplo, tendo em vista as consequências. Nesse caso, considera-se crime a transgressão de regras socialmente preestabelecidas, que
variam de acordo com a sociedade e o contexto histórico.
 
Lançadas com o intuito de encontrar respostas para as possíveis causas da violência, hipóteses clássicas na sociologia do crime acabaram por defender a tese de
associação entre o aumento nos índices de criminalidade e a pobreza. Essa associação sustenta a premissa de que o crime seja combatido e punido com maior rigor e
frequência nas classes economicamente mais desfavorecidas, em contraposição à tolerância e à impunidade de crimes cometidos tipicamente ou ocasionalmente por
indivíduos detentores de poder.
 
O mito da criminalidade associada à pobreza cria estereótipos, marginaliza e criminaliza a pobreza — que, em si, é uma violência. Rotula os que são tidos como pobres e
faz uma proporção extremamente grande da população ser prejulgada por atos ilícitos praticados por uma minoria.
 
A violência nas cidades deve ser vista sob duas vias. Um tipo de violência é a dos crimes praticados nas ruas, principalmente nas grandes cidades, que pode atingir
qualquer pessoa. O segundo tipo é a violência praticada pela própria cidade, que massacra os pobres, marginalizando e criminalizando esses cidadãos. Enquanto se diz
que os pobres da cidade são violentos, a atenção da violência que eles sofrem é invertida. A violência contra quem mora próximo de condomínios de luxo e mansões
fortificadas, sem ter acesso a bens básicos para garantir razoáveis condições de vida, é esquecida.
 
Geélison Ferreira da Silva. Considerações sobre criminalidade: marginalização, medo e mitos no Brasil. In: Revista Brasileira de Segurança Pública. ano 5, 8.ª ed. São Paulo, fev. – mar./2011, p. 91-102
(com adaptações)
 
No que se refere aos sentidos e às propriedades linguísticas do texto, julgue o item a seguir.
 
No texto, as palavras “violência” e “crime” foram empregadas como antônimas, porque a intenção do autor é explicitar que o sentido de uma é contrário ao da outra. 

 Certo
 Errado
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Questão 142: CEBRASPE (CESPE) - Sold (PM AL)/PM AL/Combatente/2017


Assunto: Sinônimos e Antônimos
A palavra violência frequentemente nos remete a crimes como assassinato, estupro, roubo e lesão corporal, ou mesmo a guerras e terrorismo. Pensamos que violência e
crime violento são a mesma coisa e não levamos em conta que nem toda violência é considerada crime.
 
A sociedade, para reafirmar seus valores e se manter, pune as transgressões, com a intenção de que a punição aplicada ao transgressor seja útil para que os demais
indivíduos não sigam o mau exemplo, tendo em vista as consequências. Nesse caso, considera-se crime a transgressão de regras socialmente preestabelecidas, que
variam de acordo com(1) a sociedade e o contexto histórico.
 
Lançadas com o intuito de encontrar respostas para as possíveis causas da violência, hipóteses clássicas na sociologia do crime acabaram por defender a tese de
associação entre o aumento nos índices de criminalidade e a pobreza. Essa associação sustenta a premissa de que o crime seja combatido e punido com maior rigor e
frequência nas classes economicamente mais desfavorecidas, em contraposição à tolerância e à impunidade de crimes cometidos tipicamente ou ocasionalmente por
indivíduos detentores de poder.
 
O mito da criminalidade associada à pobreza cria estereótipos, marginaliza e criminaliza a pobreza — que, em si, é uma violência. Rotula os que são tidos como pobres e
faz uma proporção extremamente grande da população ser prejulgada por atos ilícitos praticados por uma minoria.
 
A violência nas cidades deve ser vista sob duas vias. Um tipo de violência é a dos crimes praticados nas ruas, principalmente nas grandes cidades, que pode atingir
qualquer pessoa. O segundo tipo é a violência praticada pela própria cidade, que massacra os pobres, marginalizando e criminalizando esses cidadãos. Enquanto se diz
que os pobres da cidade são violentos, a atenção da violência que eles sofrem é invertida. A violência contra quem mora próximo de condomínios de luxo e mansões
fortificadas, sem ter acesso a bens básicos para garantir razoáveis condições de vida, é esquecida.
 
Geélison Ferreira da Silva. Considerações sobre criminalidade: marginalização, medo e mitos no Brasil. In: Revista Brasileira de Segurança Pública. ano 5, 8.ª ed. São Paulo, fev. – mar./2011, p. 91-102
(com adaptações)
 
No que se refere aos sentidos e às propriedades linguísticas do texto, julgue o item a seguir.
 
No texto, a expressão “de acordo com” (1) tem o mesmo sentido de conforme.

 Certo
 Errado
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Questão 143: CEBRASPE (CESPE) - TJ TRT7/TRT 7/Apoio Especializado/Tecnologia da Informação/2017


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Texto CB3A1AAA

Um livro é como uma casa. Tem fachada, jardim, sala de visitas, quartos, dependência de empregada e até mesmo cozinha e porão. Suas páginas iniciais, como aquelas
conversas cerimoniais que antigamente eram regadas a guaraná geladinho e biscoito champanhe, servem solenemente para dizer ao leitor (esse fantasma que nos chega
da rua.) o que se diz a uma visita de consideração: que não repare nos móveis, que o dono da morada é modesto e bem-intencionado. (...) Que vá, enfim, ficando à
vontade e desculpando alguma coisa...

Assim, se o leitor quiser me acompanhar, eu lhe mostro, daqui da sala de visitas, esta minha nova casa. Diria, inicialmente, que ela começou com uma ideia, e não com
um  projeto bem-acabado, pois não sou engenheiro civil, mas estudante das coisas humanas. Desse modo, esta coleção de ensaios nasceu da motivação de compreender
a sociedade brasileira como alguma coisa totalizada.

Pode estar seguro o meu leitor-visita de que fiz o que pude e de que tentei até mesmo lhe indicar o caminho do quintal e da cozinha. Mas, se mesmo assim tudo lhe for
desagradável, se considerar a casa mal construída, se o café estiver frio e fraco, e a cerveja, muito quente, se tudo — enfim — lhe parecer errado ou ruim, então eu só
lhe peço que se lembre de uma coisa: a casa, afinal de contas, é brasileira. Nela, se há regras para o anfitrião, há também normas para a visita. E, até mesmo quando
não se gosta de algo, se pode dizer isso educada e generosamente. Fique à vontade...

Roberto Damatta. A casa & a rua: espaço, cidadania, mulher e morte no Brasil. Rio de Janeiro: Rocco, 1997, p. 5 (com adaptações).
 
Sem prejuízo para o sentido original do texto CB3A1AAA, a expressão “mesmo assim”, em “Mas, se mesmo assim tudo lhe for desagradável”, poderia ser substituída por

 a) até mesmo.
 b)  malgrado.
 c)  por isso.
 d)  apesar disso.
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Questão 144: CEBRASPE (CESPE) - TJ TRT7/TRT 7/Apoio Especializado/Tecnologia da Informação/2017


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Texto CB3A1BBB
 
O velocista jamaicano Usain Bolt, considerado o homem mais rápido do mundo, declarou certa vez que queria se tornar jogador de futebol do Manchester United. (...)
Bolt jogaria de ala e aproveitaria para imprimir velocidade ao jogo, segundo afirmou. Dá pra imaginar o corredor levando nove segundos e meio para sair da pequena
área, sem sombra de impedimento, e chegar saltitante ao gol rival, antes que os locutores tenham tempo de informar as horas.

Isso me leva a uma boa ideia para os próximos jogos olímpicos: no evento de abertura, as delegações desfilariam e confraternizariam; no dia seguinte, haveria um
eletrizante sorteio. Neste, descobriríamos que o time de vôlei iria representar o Brasil na canoagem e que a equipe de pentatlo moderno havia sido escalada para jogar
handebol.

Os atletas do levantamento de peso adorariam encarar uma coreografia de ginástica rítmica, enquanto os meninos do basquete teriam certa dificuldade em driblar um
ciclista durante a partida de futebol. Equipes masculinas seriam convocadas para esportes femininos, como o nado sincronizado, e seriam obrigadas a exibir toda a sua
graça e malemolência aos juízes.

Estes, aliás, seriam mantidos em seus esportes, bem como os técnicos de cada modalidade, porque, afinal, a gente não está de brincadeira.

Vanessa Barbara. Pato na água. In: O louco de palestra. São Paulo: Companhia das Letras, 2014. e-Book, localização: 204 (com adaptações).
 
Sem prejuízo para o sentido original e a correção gramatical do texto CB3A1BBB, o verbo “imprimir” poderia ser substituído por

 a) conferir.
 b)  desferir.
 c) gravar.
 d) produzir.
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Questão 145: CEBRASPE (CESPE) - TJ TRF1/TRF 1/Administrativa/Segurança e Transporte/2017


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Texto CB2A2AAA

O pensamento do filósofo grego Sócrates, no século V a. C., marcou uma reviravolta na história humana. Até então, a filosofia procurava explicar o mundo com base na
observação das forças da natureza. A partir de Sócrates, o ser humano voltou-se para si mesmo.

A preocupação do filósofo era levar as pessoas, por meio do autoconhecimento, à sabedoria e à prática do bem. Para o filósofo grego, o papel do educador é, portanto, o
de ajudar o discípulo a caminhar nesse sentido, despertando sua cooperação para que ele consiga, por si próprio, iluminar sua inteligência e sua consciência.

Assim, o verdadeiro mestre não é um provedor de conhecimentos, mas alguém que desperta os espíritos. Ele deve, segundo Sócrates, admitir a reciprocidade ao exercer
sua função iluminadora, permitindo que os alunos contestem seus argumentos da mesma forma que ele contesta os argumentos dos alunos. Para esse pensador, só a
troca de ideias dá liberdade ao pensamento e a sua expressão, condição imprescindível para o aperfeiçoamento do ser humano.
 
Sócrates. In: Coleção Grandes Pensadores.
Revista Nova Escola. Ed. 179, jan.–fev./2005. Internet: <https://novaescola.org.br> (com adaptações).
 
A respeito das propriedades linguísticas do texto CB2A2AAA, julgue o item subsequente.
 
Sem prejuízo para a correção gramatical e para os sentidos do texto, a expressão “Até então" poderia ser substituída por Até aquela época.

 Certo
 Errado
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Questão 146: CEBRASPE (CESPE) - TJ TRE TO/TRE TO/Apoio Especializado/Programação de Sistemas/2017


Assunto: Sinônimos e Antônimos
A questão baseia no texto apresentado abaixo.
 
As mudanças climáticas já são uma realidade para a população mundial, com ameaças à infraestrutura de cidades, diminuição da produtividade nas lavouras, alterações
nos oceanos e risco em relação à disponibilidade de peixes.
   As transformações são causadas pela emissão excessiva de gases de efeito estufa, em atividades como desmatamento, queima de combustíveis fósseis para a geração
de energia ou práticas insustentáveis na agricultura e na pecuária.
   Caso nada seja feito, a previsão é de que haja um aumento de 1 ºC em 2020 em relação à era pré-industrial. Parece pouco, mas é suficiente para gerar consequências
para todas as populações do mundo, em especial as comunidades pobres e vulneráveis, causando impactos na segurança alimentar, hídrica e energética, aumento do
nível do mar, tempestades, ondas de calor e intensificação(10) de secas, chuvas e inundações.
Internet: <www.wwf.org.br> (com adaptações).
 
Mantendo-se o sentido e a correção gramatical do texto, a expressão “intensificação” (R.16) poderia ser substituída por

 a) supressão.
 b)  rarefação.
 c)  desfalque.
 d) limitação.
 e) aumento.
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Questão 147: CEBRASPE (CESPE) - Ag Adm (DPU)/DPU/2016


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Saúde: direito de todos e dever do Estado. É assim que a Constituição Federal de 1988 inicia a sua seção sobre o tema. Uma vez que muitas ações ou omissões vão de
encontro a essa previsão, cotidianamente é possível observar graves desrespeitos à Carta Magna. A Defensoria Pública, importante instituição garantida por lei assim
como a saúde, busca sanar o problema por meio da via judicial quando a mediação não produz resultados. Recentemente, a Defensoria Pública em Foz do Iguaçu, por
exemplo, obteve três decisões liminares garantindo o direito à saúde a três pessoas por ela assistidas. Em todos os casos, a Defensoria Pública fez intervenção judicial
para suprir a negativa ou a má prestação do serviço público de saúde na localidade.

Em um dos casos, atendeu uma gestante com histórico de abortos decorrentes de doença trombofílica e que necessitava de uma medicação diária de alto custo. A
medicação, única opção na manutenção da gestação, havia sido negada pelo município e pelo estado, o que colocava a gestante em sério risco de sofrer mais um aborto.

Em mais uma intervenção judiciária do defensor público, foi deferida liminar em favor da assistida, tendo o estado e o município sido obrigados a fornecer o medicamento
necessário durante toda a sua gestação e enquanto houver prescrição médica, sob pena de multa diária.

Internet: <www.defensoriapublica.pr.gov.br> (com adaptações).

Com relação às informações e aos aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item a seguir.

Seria mantida a coerência do texto caso “cotidianamente” fosse substituído por habitualmente.

 Certo
 Errado
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Questão 148: CEBRASPE (CESPE) - TJ (TRE PE)/TRE PE/Apoio Especializado/Programação de Sistemas/2016


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Texto para à questão.
 
Com o apoio de 1,3 milhão de assinaturas, a Lei Complementar n.º 135/2010 surgiu como fruto de iniciativa popular e, posteriormente, acabou aprovada, a uma só voz,
nas duas Casas do Poder Legislativo.
 
Essa lei veio dezesseis anos após terem sido introduzidos outros elementos no parágrafo 9.º do art. 14 da CF, visando preservar, acima de tudo, a coisa pública. Com a
Emenda Constitucional de Revisão n.º 4, de 1994, inseriu-se, no referido parágrafo 9.º, a previsão de que lei complementar trataria das exigências voltadas a proteger —
vocábulo empregado pelo legislador — a probidade administrativa e a moralidade para o exercício do mandato. Assim, incluiu-se algo que apresenta conceito aberto: a
vida pregressa, que tem como sinônimo “idoneidade” e que, na maioria das vezes, é definida no campo administrativo. Tudo se dá a partir do bom senso, da ordem
natural das coisas, da razoabilidade, da proporcionalidade, considerando-se esse conceito aberto — o alusivo(c) à vida pregressa, ou seja, ao que vem antes, e também o
referente à idoneidade.
 
O propósito moralizante(c)  da nova legislação — digno de elogio  — não impediu que brotassem questionamentos jurídicos, os quais chegaram à Corte Constitucional — o
Supremo Tribunal Federal (STF). O primeiro caso envolveu a pretensão de aplicação imediata da Lei Complementar n.º 135. Após precedente no qual se assentou(a) o
contrário, prevaleceu, no STF, o entendimento de que a norma tem impactos no processo eleitoral, daí porque não poderia valer para as eleições do ano de 2010, em
razão do disposto no art. 16 da CF. A postergação(b)  da eficácia da nova lei atrasou debate ainda mais importante: a compatibilidade com os dispositivos da CF, em
especial com os princípios da irretroatividade e da presunção(c) de inocência.
 
Marco Aurélio Mendes de Farias Mello. Ficha limpa e o Supremo Tribunal Federal – notas sobre o julgamento das ações declaratórias de constitucionalidade n.º 29 e 30 e ação direta
de inconstitucionalidade n.º 4.578. Internet: <www.tre-se.jus.br> (com adaptações).
 
O sentido original e a correção gramatical do texto Ficha limpa e o Supremo Tribunal Federal... seriam preservados caso se substituísse

 a)  “assentou” por discutiu.


 b)  “postergação” por prorrogação.
 c)  “presunção” por comprovação.
 d)  “alusivo” por referente.
 e)  “moralizante” por regulador.
 
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Questão 149: CEBRASPE (CESPE) - Tec (INSS)/INSS/2016


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Texto
 
Naquele novo apartamento da rua Visconde de Pirajá pela primeira vez teria um escritório para trabalhar. Não era um cômodo muito grande, mas dava para armar ali a
minha tenda de reflexões e leitura: uma escrivaninha, um sofá e os livros. Na parede da esquerda ficaria a grande e sonhada estante onde caberiam todos os meus livros.
Tratei de encomendá-la a seu Joaquim, um marceneiro que tinha oficina na rua Garcia D’Ávila com Barão da Torre.
 
O apartamento não ficava tão perto da oficina. Era quase em frente ao prédio onde morava Mário Pedrosa, entre a Farme de Amoedo e a antiga Montenegro, hoje
Vinicius de Moraes. Estava ali havia uma semana e nem decorara ainda o número do prédio. Tanto que, quando seu Joaquim, ao preencher a nota de encomenda,
perguntou-me onde seria entregue a estante, tive um momento de hesitação. Mas foi só um momento. Pensei rápido: “Se o prédio do Mário é 228, o meu, que fica quase
em frente, deve ser 227”. Mas lembrei-me de que, ao ir ali pela primeira vez, observara que, apesar de ficar em frente ao do Mário, havia uma diferença na numeração.
 
― Visconde de Pirajá, 127 ― respondi, e seu Joaquim desenhou o endereço na nota.
― Tudo bem, seu Ferreira. Dentro de um mês estará lá sua estante.
― Um mês, seu Joaquim! Tudo isso? Veja se reduz esse prazo.
― A estante é grande, dá muito trabalho... Digamos, três semanas.
 
Ferreira Gullar. A estante. In: A estranha vida banal. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989 (com adaptações).
 
No que se refere aos sentidos do texto, julgue o próximo item.
 
O verbo dever foi empregado no sentido de ser provável.

 Certo
 Errado
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Questão 150: CEBRASPE (CESPE) - AGPP I (Pref SP)/Pref SP/Gestão Administrativa/2016


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Texto II

Os lixões são depósitos sem qualquer controle, fontes de enormes impactos ambientais, causadores de contaminações — como, por exemplo, contaminações do solo, dos
lençóis freáticos, das fontes de água — e lugares responsáveis pela proliferação de insetos transmissores de inúmeras doenças. São, portanto, um perigo constante à
saúde e à qualidade de vida de todos. Os lixões deverão dar lugar a aterros sanitários, que, se não representam uma solução perfeita, ao menos são locais mais
adequados para o depósito dos rejeitos, uma vez que evitam problemas como os citados anteriormente.

As cidades precisam se comprometer a dar cumprimento à Lei Nacional de Resíduos Sólidos. Uma maneira de fazer isso é adotar políticas de gestão eficiente dos resíduos
a fim de que a menor quantidade possível desses materiais precise ser encaminhada para os aterros. Para que isso seja possível, será necessária a implantação ou a
ampliação da coleta seletiva de lixo, além de apoio efetivo ao trabalho desenvolvido pelas cooperativas de catadores. Capacitar essas pessoas e dar-lhes condições dignas
de trabalho são requisitos fundamentais para o sucesso da lei e para a melhoria das condições de vida e de trabalho desses profissionais. Mais de um milhão de pessoas
trabalham e sobrevivem da reciclagem, muitas delas em condições bastante precárias.

O Brasil produz mais de 220 mil toneladas de lixo domiciliar por dia, o que resulta em mais de um quilo de lixo por pessoa. Ao menos 90% de todo esse material poderia
ser reaproveitado, reutilizado ou reciclado. Apenas 3% acabam sendo efetivamente reciclados, um destino mais nobre do que o de se degradar e contaminar o nosso
ambiente. Os especialistas calculam que o Brasil deixa de ganhar ao menos 8 bilhões de reais por ano por não reciclar toda essa grande quantidade de resíduos gerados
no país.

Reinaldo Canto. As cidades brasileiras conseguirão tratar seu lixo? Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações).
 
No texto II, sem prejuízo do sentido original e da correção gramatical do trecho “Para que isso seja possível, será necessária a implantação ou a ampliação da coleta
seletiva de lixo, além de apoio efetivo ao trabalho desenvolvido pelas cooperativas de catadores” as palavras “possível” e “efetivo” poderiam ser substituídas,
respectivamente, por

 a) frustrado e real.
 b) realizável e verdadeiro.
 c) factível e duvidoso.
 d) imaginável e completo.
 e) exequível e iminente.
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Gabarito
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