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Alta Floresta – MT
2023
ANA BEATRIZ DA SILVA
Orientador: Prof(a). Esp. Vinícius Eduardo de Jesus Pereira, Ms. (ou Me.), Dr. (ou
Dra.).
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Alta Floresta - MT
2023
ANA BEATRIZ DA SILVA
Aprovado em:
BANCA EXAMINADORA
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Prof. (Nome do orientador)
UNEMAT
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Prof. (Nome do professor avaliador)
Instituição
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Prof. (Nome do professor avaliador)
Instituição
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Keywords:
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................7
1 CONCEITO, NATUREZA JURIDICA E PROCESSO DA ADOÇÃO NO BRASIL...9
1.1 CONCEITO DE ADOÇÃO.................................................................................9
1.2 NATUREZA JURÍDICA DA ADOÇÃO............................................................11
1.2.1 PROCEDIMENTO DE HABILITAÇÃO..........................................................12
1.3 SISTEMA NACIONAL DE ADOÇÃO E ACOLHIMENTO – SNA....................16
2 DISPONIBILIZAÇÃO DO INFANTE PARA A ADOÇÃO................................19
2.1 DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR..........................................................19
2.2 ENTREGA VOLUNTARIA...............................................................................22
3 FATORES RESPONSAVEIS PELAS FILAS DE ADOÇÃO NO BRASIL..............28
3.1 MOROSIDADE DO PROCESSO........................................................................28
3.2 PERFIL ESCOLHIDO PELOS PRETENSOS ADOTANTES..............................30
3.2.1 ESTATÍSTICAS SOBRE AS PREFERÊNCIAS DOS ADOTANTES.................31
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................35
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 36
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INTRODUÇÃO
[Um parágrafo, com suas palavras, destacando a importância da família para
a sociedade e para o direito, sobretudo o direito civil]
A Constituição Federal de 1988, traz, reconhecidamente, ao termo “família”
uma ampliação de significado no ordenamento jurídico ao termo “família”, pois,que
anteriormente abarcava somente o conceito de família trazido era dea entidade
regida pelo poder patriarcal, onde o marido era considerado o “chefe da família” e
provedor.
, e nNa atual constituição carta magna a conceito de família se tornou mais
amplo, tornando a entidade mais democrática, além de proteger e tornar sujeitos de
direitos as crianças e adolescentes, com fim de protege-los e assegurar o direito a
afetividade, dignidade e igualdade.
Essa proteção foi posteriormente fortalecida pelo Estatuto da Criança e do
adolescente (ECA), trazendo o vínculo afetivo como sendo mais relevante que o
meramente biológico, fazendo com que houvesse equiparação, sem admitir qualquer
tipo de distinção de direitos e deveres entre filhos biológicos e adotados.
No Brasil, o sistema de adoção é regido nos termos dispostos no estatuto da
criança e do adolescente lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, e pela lei nº 12.010,
de 3 de agosto de 2009, que trata da adoção.
O interesse pelo tema apresentado surgiu da vontade de identificar quais
fatores são responsáveis pela discrepância tão grande entre o número de pretensos
adotantes em comparação a quantia de crianças e adolescentes já disponíveis para
ir para um lar substituto, gerando assim filas extensas de adoção.
Essa realidade revela que O o estudo acerca das hipóteses de colocação de
uma criança ou adolescente em família substituta é de grande relevância social, pois
são várias as situações em pode ocorrer essa necessidade no cotidiano jurídico.
Essas hipóteses derivam dos direitos da criança e do adolescente, pois a adoção é
um meio de assegurar as garantias constitucionais a estes indivíduos como o direito
à saúde, à educação, ao lazer, à dignidade e a convivência familiar, além de
promover proteção contra a violência, exploração e qualquer outro tipo de
negligência. Ademais vale ressaltar que é também por meio da adoção que se torna
possível para muitas pessoas a constituição de uma tão sonhada família.
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sejam diferentes, não é possível distinguir os laços que se criam entre filhos criados
por pais adotivos e filhos criados pelos pais de sangue (Silva Filho, 2009).
AntigamenteHistoricamente, em decorrência de grande peso religioso da
época, a adoção era vista como a consideração do adotado como filho, no entanto,
não havia de fato a transformação de alguém alheio em descendente. Ela serviu, em
outros tempos para transferência de patrimônio e para manter culto domésticos,
ficando claro assim, que a primazia de adoção voltava a proteção para o adotante e
seus interesses e não a proteção do adotado.
No entanto, no decorrer histórico, com o surgimento das codificações e da
evolução social as normas começaram a buscar a proteção da figura do infante.
O instituto jurídico da adoção passou a ser ato jurídico complexo que
estabelece o vinculo de filiação, por que há incialmente a vontade autônoma das
pessoas envolvidas, mais deve ficar esclarecido que os efeitos jurídicos nem sempre
decorreram dessa vontade, pois nem sempre as vontades são convergentes,
devendo sempre ser levado em consideração a resistência da família biológica e do
Ministério Público, pois trata-se de ato complexo, e precisa do concursos de diversas
vontades a fim de que, o processo resulte na sentença constitutiva de vinculovínculo
de filiação definitivo.
Outro ponto, é que a colocação em família substituta deve sempre seguir o
princípio da proteção integral e melhor interesse do menor, e ainda, nos casos em
que for possível a opinião da criança e do adolescente objetivando a “relação de
afinidade ou afetividade” (Brasil, 1990).
Ademais, de acordo com o art. 43 do ECA a adoção deve estar fundada em
legítimos motivos e deve também apresentar vantagem para o adotado, vês que, o
objetivo é garantir a ambiente familiar adequado para este.
Nota-se então que não basta apenas a autonomia da vontade dos envolvidos,
mas depende da apreciação do poder jurisdicional do Estado, que após apreciação,
pode, por meio de sentença constituir o vinculo de filiação que se torna irrevogável.
etapas perante o Poder Judiciário, um segmento de etapas que devem ser passadas
para ao final tornarem-se habilitadas a adoção e serem incluídas no Sistema
Nacional da Adoção e Acolhimento (SNA).
É estabelecido pelo ECA uma lista de requisitos para a habilitação dos
pretendentes, podendo esses serem classificados de ordem objetiva e ordem
subjetiva (Pereira, 2019), todos com intuito objetivo de aferir a capacidade,
motivação e preparação dos pré-candidatos. Os requisitos objetivos estão expressos
no art.197-A, Lei n. 8.069/90:
Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será
inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá
certidão.
§ 1º. A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o
nome de seus ascendentes (Brasil, 1990).
efeitos legais a partir do trânsito em julgado da sentença que lhe instituiu, devendo
seguir totalmente sigiloso e com prazo máximo de 120 dias para conclusão.
A busca pode ser feita em todo território nacional, por Estado ou por comarca,
e quando é encontrado o perfil que se assemelha entre adotante e adotado, o juiz
responsável é notificado automaticamente pelo sistema sobre a compatibilidade
entre as partes. Insta salientar que cada comarca será responsável por manter o seu
cadastro de crianças e adolescentes, bem como de pretendentes atualizado,
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medida mais punitiva que pode ser aplicada buscando o melhor interesse da criança
ou do adolescente.
Sobre o tema Denise Damo Comel leciona:
O art. 22 do ECA traz de maneira clara as obrigações dos pais com os filhos,
não sendo cumpridas, as sançsões já citadas deverão ser aplicadas. Não é
incomum na sociedade casos de castigos físicos e psicológicos imoderados, mais
ainda se tratando de famílias que vivem em extrema pobreza, convivendo com falta
de recursos para manter a prole, que instigados por descontroles descontam em
seus filhos as suas frustações.
Deve existir por parte do Juiz que analisa o caso, um grande cuidado, por se
tratar de uma sanção gravíssima, e além de punir os pais pode também multiplicar
os traumas dos menores. Segundo Rodrigues:
Quando se entrega uma criança para que outra pessoa possa criar e
educar, está-se cumprindo o princípio do melhor interesse da
criança/adolescente. E vem neste sentido a Lei 13.509/2017, que fez
alterações ao Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA e incluiu a
chamada “entrega voluntária”, que consiste na possibilidade de uma
gestante ou mãe entregar seu filho, recém-nascido ou não, para adoção em
um procedimento assistido pela Justiça da Infância e da Juventude. Esse
ato de entregar diverge da situação de desamparo, ou exposição de perigo,
o que nesses casos configurará crime de abandono de incapaz. Para que se
afaste a incidência do crime, necessário seguir o comando do artigo 19-A do
ECA (Pereira, 2023, p. 454).
biológica. O art. 19-A, § 3.º estabelece o prazo de 90 dias prorrogáveis por igual
período para que se busque a família extensa.
A Resolução n. 485 de 18 de janeiro de 2023 do CNJ, nomeada “Manual da
entrega voluntaria “, foi feita com objetivo de regular o instituto da entrega voluntaria,
buscando fortalecer e instrumentalizar Judiciário no atendimento desses casos, no
acompanhamento e suporte às mulheres que tenham desejo de entregar
voluntariamente o recém-nascido. Esse manual, traz muitos esclarecimentos a cerca
da entrega:
aptos à adoção”, isso por que os dados estatístico evidenciam que, do universo de.
4.488 menores disponíveis no SNA 3.505 possuem mais de 6 anos, ou seja, 78.9%
já passaram da idade “preferida” dos candidatos, já que apenas 19,7% deles
aceitam essa idade no perfil enquanto a grande maioria, 80,2 só aceitam crianças
até 6 anos de idade como veja-se a baixo:
Todos esses dados e números revelam que a adoção, no Brasil, ainda está
sendo trabalhada pela máxima de dar um filho a alguém, e não sob o olhar
necessário – e exigido pela Doutrina da Proteção Integral – de se garantir
uma família às crianças e aos adolescentes, para que elas possam ser
amadas e se desenvolver na plenitude de suas possibilidades. (Silveira,
2021, p. 27).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
[faça uma síntese em dois parágrafos de cada capítulo, depois teça breves
comentários respondendo o título do seu trabalho]
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REFERÊNCIAS
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