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MODELAGEM GEOMÉTRICA COMPUTACIONAL DE ESTRUTURAS

NAVAIS:
PROJETANDO UMA EMBARCAÇÃO ATRAVÉS DA FERRAMENTA AUTOCAD

Laura de Sousa Queiroz

Rio de Janeiro
2017
LAURA DE SOUSA QUEIROZ

MODELAGEM GEOMÉTRICA COMPUTACIONAL DE ESTRUTURAS


NAVAIS:
PROJETANDO UMA EMBARCAÇÃO ATRAVÉS DA FERRAMENTA AUTOCAD

Trabalho de Conclusão de Curso, TCC, apresentado


ao Curso de Graduação em Tecnologia em
Construção Naval, da UEZO como Tecnólogo em
Construção Naval, sob a orientação do Professor
Carlos Vitor de Alencar Carvalho.

Rio de Janeiro

Julho de 2017
MODELAGEM GEOMÉTRICA COMPUTACIONAL DE ESTRUTURAS
NAVAIS:
PROJETANDO UMA EMBARCAÇÃO ATRAVÉS DA FERRAMENTA AUTOCAD

Elaborado por Laura de Sousa Queiroz

Discente do Curso de Tecnologia em Construção Naval da UEZO

Este trabalho de Graduação foi analisado e aprovado com grau:________.

Rio de Janeiro, _____ de _____________ de 2017

________________________________________________________________

Carlos Vitor de Alencar Carvalho, Dr, UEZO

_________________________________________________________________

Patrícia dos Santos Matta, Drª, UEZO

_________________________________________________________________

Tatiana Santos da Cunha, Drª, UEZO

JULHO DE 2017
RESUMO

Com um mercado de trabalho cada vez mais competitivo é fundamental que não se perca tempo
e dinheiro ao projetar um produto. A modelagem computacional surgiu da necessidade de
realizar um projeto de forma virtual que gere pouquíssimo custo e renda o tempo de trabalho.
Assim como em qualquer indústria, o setor naval possui também essa necessidade. Produzir
uma embarcação requer muito material, mão de obra, custo e segurança, portanto um projeto
virtual te permite modificar, ao longo de toda elaboração do mesmo, sua estrutura sem perdas
financeiras, assim como também adequar também as exigências do cliente que podem vir mais
a frente, e correção de possíveis erros. Ter uma modelagem pronta em um programa com todas
ferramentas e cálculos de escala e proporção, permite enxergar o produto como um todo, uma
prévia daquilo que se quer de forma material para enfim colocar em prática a execução de forma
mais segura. Através da ferramenta utilizada neste trabalho, o AutoCAD, programa de
modelagem computacional, foi possível construir toda a estrutura de um navio, embasada em
um anterior estudo sobre estruturas navais e seus componentes, para enfim produzir peça por
peça e parte por parte, que posteriormente foram acopladas para formar a base da embarcação,
implementar os elementos necessários e presentes em um casco de navio.

Palavras-chave: AutoCAD, Estrutura, Projeto, Modelagem, Navio.


ABSTRACT

With an increasingly competitive job market, it is fundamental that there is not waste of time
and money when designing a product. A computational modeling has arisen the need to carry
out a project in a virtual way that generates very little cost and income the working time. As in
any industry, the naval sector has also these needs. A vessel requires a lot of material, labor,
cost and security, thus a virtual project allows you to modify, throughout its elaboration,
structure without financial losses, as well as also adapt customer requirements that may come
later, and correction of possible errors. Having a model ready in a program with all the tools
and calculations of scale and proportion, allows you to see the product as a whole, a preview of
what you want to know in a material form in order to implement the execution in a more secure
way. Through the tool used in this work, AutoCAD, a computer modeling program, was
possible to build a ship structure, based on an earlier study of naval structures and their
components, to finally product piece by piece and part by part, which were attached later to
form a base of the vessel, implement the necessary and presente elements in a ship's hull.

Keywords: AutoCAD, Structure, Project, Modeling, Ship.


SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO 1

2.REVISÃO DE LITERATURA 3

3.ESTRUTURAS NAVAIS 5

4.METODOLOGIA 11

5. MODELAGEM GEOMÉTRICA SEÇÃO MESTRA 14

5.1. Elementos 14

5.2. Montagem Seção Mestra 21

6. MODELAGEM GEOMÉTRICA PROA 24

6.1. Elementos 24

6.2. Montagem Proa 30

7. MODELAGEM GEOMÉTRICA POPA 33

7.1. Elementos 33

7.2. Montagem Popa 39

8. RESULTADOS 42

9. CONCLUSÕES 43

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA 44


1.INTRODUÇÃO

A modelagem geométrica consiste de um conjunto de métodos que visam descrever a forma e


as características geométricas de um objeto. Ela provê uma descrição ou modelo muito mais
analítico, matemático e abstrato que o real. Cria-se um modelo porque ele é mais conveniente
e econômico que o objeto ou o processo real. Através desse modelo fica mais fácil e prático
analisá-lo e testá-lo, como por exemplo a aerodinâmica de automóveis e aviões. Esta
modelagem é o ingrediente básico de sistemas CAD/CAM, computadores gráficos, arte por
computador, visão por computador, simulação, robótica e animação. Avanços em quaisquer
destes campos dependem de quão bem definidos estão os modelos geométricos criados
(NUNES, 2011).

É inegável que o AutoCAD é um dos softwares mais usados para criar e manipular projetos e
desenhos técnicos, tanto por projetistas quanto pelos estudantes de engenharia. O uso dessa
ferramenta evolucionou a indústria de projetos, aumentando produtividade dos profissionais e
reduzindo drasticamente as chances de erros (BALADI, 2015).

Assim sendo, na Indústria Naval é imprescindível também o uso de tais ferramentas, onde se
projetam embarcações, estaleiros e peças em geral. Um projeto naval pode ser executado desde
a menor peça componente de sua estrutura até a sua totalidade e conjuntura. Como base deste
trabalho foi utilizado o sistema CAD, que permitiu através de suas ferramentas a elaboração de
toda uma estrutura naval base de um casco de uma embarcação.

O objetivo se dá como a própria funcionalidade e descrição básica do programa AutoCAD,


mostrar que é possível elaborar todo um passo a passo de uma forma geométrica, em especial
no caso deste a elaboração de uma construção naval, e como é importante para o setor o uso de
modelagens computacionais geométricas. Contudo é preciso salientar que o objetivo principal
não é trabalhar com dados exatos e cálculos totalmente precisos mas sim utilizar de parâmetros
e pesquisas para ter um embasamento sobre estruturas navais e através de proporções gerar
peças (não todas mas sim a base) que se assemelham hoje as comumente utilizadas no mercado
naval, portanto o presente trabalho traz suas metodologias e execução com foco em compor em
um ambiente virtual uma lógica e proporcionalidade de uma estrutura completa simulada, é
uma forma visual de enxergar uma projeção através de pesquisas e estudos realizados em toda
formação acadêmica, e que aplicados a esse sistema virtual façam sentido como um todo.

1
A principal motivação se justifica pelo interesse em um design completo de uma embarcação,
mas que traz toda a formação e junção de peças, muitas modelagens atualmente são feitas
através de um casco fixo que é modelado como se através de um grande paralelepípedo fosse
esculpido suas formas de acordo com o modelo de interesse, o intuito deste é um processo de
construção de sessões e suas partes, que traga ao leitor as explicações sobre sua elaboração
básica e conhecimento da técnica aplicada na mesma e por fim proporcionar uma visão de um
casco estrutural completo.

O trabalho apresenta oito capítulos, logo após esta introdução é possível colher informações
através da revisão da literatura, seguidamente de um breve capítulo sobre estruturas navais e
construção de cascos, como também um capítulo justificativo da escolha e versão do software
AutoCAD. Os demais capítulos se dividem em três seções base para a modelagem realizada:
seção mestra, proa e popa; assim como a junção de todas partes há também a metodologia
utilizada, os resultados e por fim as conclusões obtidas.

As medidas utilizadas nas projeções das figuras que compõem o trabalho foram trabalhadas em
escala utilizando um padrão em metros (m).

2
2. REVISÃO DE LITERATURA

Ao realizar uma pesquisa na literatura, observa –se, ainda que escasso, trabalhos centralizados
em construção naval e a ferramenta virtual de modelagem AutoCAD. Portanto, a seguir será
apresentado uma revisão sobre estudos anteriores e seus respectivos resultados.

Souza (2015), apresentou um trabalho focado em aspectos necessários para construção de


estaleiros, sua dissertação focou em legislações e detalhamentos das partes como estaleiros
como um todo. Embasada além de fotografias, pesquisas e textos, apresentou um estudo
importante também para modelagem computacional, dispondo de gráficos e imagens de outros
autores assim como de sua autoria, onde através do AutoCAD pôde concluir e executar uma
disposição que considerou ideal de uma planta virtual de um estaleiro, conforme a Figura 2.1.

FIGURA 2.1 – PLANTA VIRTUAL DE UM ESTALEIRO

Fonte: SOUZA (2015)1

Recentemente Marques (2016), elaborou um estudo de modelagem geométrica computacional


através de pesquisas sobre os programas operacionais existentes no mercado. Utilizando o
AutoCAD como ferramenta para a elaboração virtual de um navio cruzeiro e um submarino
(Figura 2.2), o autor embasou suas pesquisas em formas visuais e design de outras embarcações
já existentes e projetou suas modelagens proporcionando ao leitor explicações de forma técnica

1
SOUZA, C. S. Metodologia para Construção de Estaleiros. Trabalho de Conclusão de Curso (Tecnologia em
Construção Naval). Rio de Janeiro: UEZO, 2015.

3
sobre como utilizar os comandos do sistema escolhido e, por fim, obteve modelagens com a
devida proporcionalidade e artes satisfatórias.

FIGURA 2.2 – SUBMARINO FINALIZADO

Fonte: MARQUES (2016)2

Também no mesmo ano, SILVA (2016) contribuiu com o estudo da utilização de ferramentas
computacionais para a indústria naval, com foco em construção virtual de um porto (Figura 2.3)
utilizando o AutoCAD, apresentando de forma técnica os comandos por ele utilizados,
detalhando visualmente através de figuras um passo a passo da elaboração de seu projeto,
medidas e conceitos utilizados. O autor, portanto, teve como resultados além da apresentação
da interface do software a apresentação de um projeto virtual final de um porto e sua ideal
organização.

FIGURA 2.3 – VISTA SUPERIOR PORTO MODELADO

Fonte: SILVA (2016)3

2
MARQUES, L.F. A. Modelagem Geométrica Computacional Para Embarcações Utilizando o AutoCAD:
Uma Experiência na Modelagem de um Navio Cruzeiro e de um Submarino. Trabalho de Conclusão de
Curso (Tecnologia em Construção Naval). Rio de Janeiro: UEZO, 2016.
3
SILVA, D. V. Estudo e Modelagem Computacional de um Porto. Trabalho de Conclusão de Curso
(Tecnologia em Construção Naval). Rio de Janeiro: UEZO, 2016.

4
3. ESTRUTURAS NAVAIS

Embarcação é uma construção feita de madeira, concreto, ferro, aço ou da combinação desses
e outros materiais, que flutua e é destinada a transportar pela água pessoas ou coisas. Barco tem
o mesmo significado, mas usa-se pouco. Navio, nau, nave, designam, em geral, as embarcações
de grande porte; nau e nave são palavras antiquadas, hoje empregadas apenas no sentido
figurado; vaso de guerra e belonave significam navio de guerra, mas são também pouco usados.
Em nossa Marinha, o termo embarcação é particularmente usado para designar qualquer das
embarcações pequenas transportáveis a bordo dos navios, e também as empregadas pelos
estabelecimentos navais, ou particulares, para seus serviços de porto (ARTE NAVAL, 2002).

Os navios apresentam tipicamente duas características geométricas importantes: têm um plano


de simetria longitudinal e têm o comprimento muito superior às outras duas dimensões
principais, a transversal e a vertical. Estas duas características são bem evidentes na Figura 3.1.
No estudo da geometria do navio elas permitem distinguir claramente um sentido longitudinal
e um sentido transversal.

FIGURA 3.1- DESENHO EXEMPLO DE UM NAVIO

Fonte: ARQUITECTURA NAVAL (2014)4

A “casca” exterior do navio, que assegura a estanqueidade e o volume necessários ao transporte


da carga e dos equipamentos do navio, denomina-se casco do navio. É usual distinguir entre a
superfície exterior do casco, denominada superfície fora do forro, e a superfície interior,
chamada superfície na ossada. Esta última coincide com a parte interior do casco e a parte

4
https://cnavblog.files.wordpress.com/2016/08/arquitecturanaval-lisboa.pdf
5
exterior das balizas. A diferença entre estas duas superfícies é a espessura do casco, o que em
navios metálicos representa alguns milímetros, mas em navios de madeira pode representar
vários centímetros. Nos navios de aço é frequente considerar que a superfície do casco é a
superfície na ossada, enquanto nos navios de madeira é a superfície fora do forro. A
representação da geometria do casco faz-se normalmente pela projeção em três planos
ortogonais, das intersecções de planos paralelos aos de referência com a superfície do casco, tal
como se mostra nas Figuras 3.2 e 3.3.

Os planos de referência são:

 Plano diametral ou de simetria (XOZ) – plano vertical, longitudinal (paralelo ao


comprimento do navio), que contém a linha base. Plano de construção, sobre o qual este
o a embarcação é erigida no estaleiro.
 Plano base (YOX) – plano paralelo à superfície da água na situação de embarcação
carregada, que contém o ponto mais profundo da embarcação. Contém a linha base, em
relação à qual se medem os calados. Coincide com o plano de construção, exceto se a
embarcação for definida com caimento de traçado.
 Plano transversal (ZOY) – plano vertical perpendicular aos dois primeiros, e que contém
a origem das abcissas, tipicamente localizada na perpendicular a ré, ou na perpendicular
a meio.
 As interseções (traços) do casco nos planos paralelos aos de referência, são figuras que
se projetam em verdadeira grandeza num daqueles planos. Consoante o plano a que
dizem respeito denominam-se por:
 Secções transversais ou balizas de traçado (x constante) quando são a intersecção do
casco com planos verticais perpendiculares ao plano de simetria. Projetam-se em
verdadeira grandeza no plano transversal e são segmentos de reta nos outros dois planos.
 Secções ou cortes longitudinais (y constante) quando são a intersecção com a superfície
do casco de planos paralelos ao plano de simetria. São projeções em verdadeira grandeza
no plano longitudinal e são segmentos de reta nos outros dois planos.
 Secções horizontais, linhas de flutuação ou (z constante) quando são a intersecção do
casco com planos horizontais perpendiculares ao plano de simetria. Projetam-se em
verdadeira grandeza no plano base e são segmentos de reta nos outros dois planos
(ARQUITECTURA NAVAL, 2014).

6
FIGURA 3.2 – PROJEÇÃO EM PLANOS ORTOGONAIS DE CORTES DO CASCO

Fonte: ARQUITECTURA NAVAL, 20145

FIGURA 3.3 – LINHAS DEFINIDORAS DO CASCO

Fonte: ARQUITECTURA NAVAL (2014)6

5
https://cnavblog.files.wordpress.com/2016/08/arquitecturanaval-lisboa.pdf

6
https://cnavblog.files.wordpress.com/2016/08/arquitecturanaval-lisboa.pdf
7
Uma embarcação é constituída de várias partes, mas como foco deste trabalho, o leitor terá
aprofundamento sobre a construção de cascos e seus elementos.

O casco é corpo do navio sem mastreação, ou aparelhos acessórios, ou qualquer outro arranjo.
Normalmente, o casco não possui uma forma geométrica definida, e a principal característica
de sua forma é ter um plano de simetria (plano diametral) que se imagina passar pelo eixo da
quilha. Da forma adequada do casco dependem as qualidades náuticas de um navio: resistência
mínima à propulsão, mobilidade e estabilidade de plataforma (ARTE NAVAL, 2002).

FIGURA 3.4 – CASCO SIMPLES EM CONSTRUÇÃO

Fonte: Educolorir.com7

7
https://www.educolorir.com/foto-casco-de-barco-i4901.html
8
FIGURA 3.5 – CASCO VIRTUAL

Fonte: Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Tecnologia – Escola Politécnica Departamento de
Engenharia Naval e Oceânica8

 Proa (Pr) – É a extremidade anterior do navio no sentido de sua marcha normal. Quase
sempre tem a forma exterior adequada para mais facilmente fender o mar.
 Popa (Pp) – É a extremidade posterior do navio. Quase sempre, tem a forma exterior
adequada para facilitar a passagem dos filetes líquidos que vão encher o vazio produzido
pelo navio em seu movimento, a fim de tornar mais eficiente a ação do leme e do hélice.
 Bordos – São as duas partes simétricas em que o casco é dividido pelo plano diametral.
Boreste (BE) é a parte à direita e bombordo (BB) é a parte à esquerda, supondo-se o
observador situado no plano diametral e olhando para a proa. Em Portugal se diz
estibordo, em vez de boreste.
 Meia-nau (MN) – Parte do casco compreendida entre a proa e a popa. As palavras proa,
popa e meia-nau não definem uma parte determinada do casco, e sim uma região cujo
tamanho é indefinido. Em seu significado original, o termo meia-nau referia-se à parte
do casco próxima do plano diametral, isto é, eqüidistante dos lados do navio.
 A vante e a ré – Diz-se que qualquer coisa é de vante ou está a vante (AV), quando está
na proa; e que é de ré ou está a ré (AR), quando está na popa. Se um objeto está mais
para a proa do que outro, diz-se que está por ante-a-vante (AAV) dele; se está mais para
a popa, diz-se por ante-a-ré (AAR).

8
http://www.deno.oceanica.ufrj.br/deno/prod_academic/relatorios/ate-2002/joaoluiz/relat1/relat-1.htm
9
 Corpo de proa (em arquitetura naval) – Metade do navio por ante-avante da seção a
meia-nau. Corpo de popa (em arquitetura naval) – Metade do navio por ante-aré da
seção a meia-nau. Obras vivas (OV) e carena – Parte do casco abaixo do plano de
flutuação em plena carga, isto é, a parte que fica total ou quase totalmente imersa.
Carena é um termo empregado muitas vezes em lugar de obras vivas, mas significa com
mais propriedade o invólucro do casco nas obras vivas.
 Obras mortas (OM) – Parte do casco que fica acima do plano de flutuação em plena
carga e que está sempre emersa.
 Linha-d’água (LA) – É uma faixa pintada com tinta especial no casco dos navios, de
proa a popa; sua aresta inferior é a linha de flutuação leve. Normalmente só é usada nos
navios de guerra. Linha-d’água, em arquitetura naval, tem outra significação.
 Cavernas – Peças curvas que se fixam na quilha em direção perpendicular a ela e que
servem para dar forma ao casco e sustentar o chapeamento exterior. Gigante (fig. 1-4)
é uma caverna reforçada. Caverna mestra é a caverna situada na seção mestra.
Cavername é o conjunto das cavernas no casco. O intervalo entre duas cavernas
contíguas, medido de centro a centro, chama-se espaçamento. Os braços das cavernas
acima do bojo chamam-se balizas.
 Vaus – Vigas colocadas de BE a BB em cada caverna, servindo para sustentar os
chapeamentos dos conveses e das cobertas, e também para atracar entre si as balizas das
cavernas; os vaus tomam o nome do pavimento que sustentam.
 Hastilhas– Chapas colocadas no fundo do navio, em cada caverna, aumentando a altura
destas na parte que se estende da quilha ao bojo.
 Quilha – Peça disposta em todo o comprimento do casco no plano diametral e na parte
mais baixa do navio. Constitui a “espinha dorsal” e é a parte mais importante do navio,
qualquer que seja o seu tipo; nas docagens e nos encalhes, por exemplo, é a quilha que
suporta os maiores esforços.
 Longarinas ou longitudinais – Peças colocadas de proa a popa, na parte interna das
cavernas, ligando-as entre si.
 Sicordas – Peças colocadas de proa a popa num convés ou numa coberta, ligando os
vaus entre si (ARTE NAVAL, 2002).

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4. METODOLOGIA

O software escolhido para a modelagem computacional geométrica foi o AutoCAD, versão


2016. Através deste foi possível obter o material final de estudo com maior facilidade e rapidez
devido as versões mais recentes do programa permitirem melhor acesso aos comandos, como
por exemplo em sistemas inferiores os comandos precisavam ser inteiramente digitados
enquanto na versão mais recente basta a primeira letra do comando para que uma caixa sugira
as opções e se confirmar através de um clique ou tecla ENTER, conforme figura 4.1. Trabalhar
com esse tipo de sistema não precisa necessariamente de um conhecimento prévio de comandos,
a interface em sua barra de ferramentas (figura 4.2) possui todos os ícones das formas, linhas,
curvas, ou seja, basicamente qualquer coisa que se queira modelar e ainda possui explicações
de como utilizar aquele ícone específico (figura 4.3). Apesar de versões mais antigas também
apresentarem uma interface fácil de utilizar e conterem ícones, a versão 2016 tem suas
vantagens em seus gráficos melhorados e posicionamentos mais adequados e espaçados,
ademais possui a inclusão de abas e a modificação/inclusão dos esquemas de cores.

FIGURA 4.1 – EXEMPLO DE CAIXA DE OPÇÕES DE COMANDO UTILIZANDO A LETRA INICIAL

Fonte: A própria autora / AutoCAD 2016.

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FIGURA 4.2 – ÍCONES DA INTERFACE

Fonte: A própria autora / AutoCAD 2016.

FIGURA 4.3 – ÍCONE EXPLICATIVO

Fonte: A própria autora / AutoCAD 2016.

Com o devido estudo básico e conhecimentos sobre o sistema utilizado, a metodologia segue
preceitos visuais e criativos, as formas foram obtidas através de estudo de peças já existentes e
reproduzidas com escalas e proporções adequadas em referência a uma embarcação em
tamanho real, o projeto resulta em características visuais similares a de estruturas reais. Todas
as formas geométricas partiram de conceitos bidimensionais e transformados em
tridimensionais, ambas obtidas por meio de comandos específicos inseridos na linha de
comando do programa.

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O processo de construção da estrutura naval virtual foi pensado em três seções principais e suas
partes: seção mestra, proa e popa. Assim como as figuras geométricas em si, o posicionamento
e encaixe de peças e seções foram todos por meio dos comandos devidos inseridos, que serão
detalhados no capítulo posterior.

Além de comandos de produção, o software possui algumas opções que facilitaram a construção
assim como visualização da forma geométrica, como por exemplo os layers (Figura 4.4) que
permitiram ativar/desativar as vistas das peças, mudar suas cores e outras propriedades.

FIGURA 4.4 - LAYERS

Fonte: A própria autora / AutoCAD 2016.

Todas peças produzidas foram cotadas através da aba Annotate.

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5. MODELAGEM GEOMÉTRICA SEÇÃO MESTRA

5.1. Elementos

Chama-se seção mestra a maior das seções transversais de um casco. A seção mestra se situa
coincidentemente com a seção a meia nau, ou muito próximo desta, na maioria dos navios
modernos, qualquer que seja o tipo. Em muitos navios modernos, e particularmente nos navios
mercantes de carga, certo comprimento da região central do casco é constituído por seções
iguais à seção mestra numa distância apreciável, quer para vante, quer para ré da seção a meia-
nau ou seção mestra; diz-se então que o navio têm formas cheias. Nos navios que têm formas
finas, a forma das seções transversais varia muito em todo o comprimento do navio a vante e a
ré da seção mestra (ARTE NAVAL, volume 1, 2002).

FIGURA 5.1 – QUILHAS 3D

Fonte: A própria autora.

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FIGURA 5.2 – QUILHAS 2D

Fonte: A própria autora.

As quilhas foram feitas em 3D com o comando BOX que permite jogar os valores desejados de
todos os eixos (x,y,z) conforme o projeto pensado. O comando COPY permitiu reproduzir duas
peças iguais (Figuras 5.1 e 5.2).

FIGURA 5.3 – CAVERNAS 3D

Fonte: A própria autora.

15
FIGURA. 5.4 – CAVERNAS 2D.

Fonte: A própria autora.

Primeiramente foi iniciado o formato da peça em 2D com o comando REC para fazer os dois
tipos de formatos de retângulos vazados da peça, seguido de LINE, as linhas que determinaram
os limites externos e internos da peça. Os cantos arredondados foram feitos utilizando FILLET
e as parte interiores em diagonais CHAMFER. Os retângulos foram posicionados através do
MOVE e repetidos com COPY. Para transformação em 3D a peça virou um objeto único através
do BOUNDARY, e EXTRUDE para dar profundidade a peça, e SUBTRACT nos retângulos
para furar e permitir a passagem das quilhas e hastilhas. O comando COPY permitiu reproduzir
seis peças iguais (Figuras 5.3 e 5.4).

FIGURA 5.5 – LONGARINAS BASE 3D

Fonte: A própria autora.


16
FIGURA 5.6 – LONGARINAS BASE 2D

Fonte: A própria autora.

As longarinas base foram feitas em 3D com o comando BOX que permite jogar os valores
desejados de todos os eixos (x,y,z) conforme o projeto pensado. O comando COPY permitiu
reproduzir quatro peças iguais (Figuras 5.5 e 5.6).

FIGURA 5.7 – LONGARINAS LATERAIS 3D

Fonte: A própria autora.

17
FIGURA 5.8 – LONGARIAS LATERIAS 2D

Fonte: A própria autora.

As longarinas laterais foram feitas em 3D com o comando BOX que permite jogar os valores
desejados de todos os eixos (x,y,z) conforme o projeto pensado. O comando COPY permitiu
reproduzir seis peças iguais (Figuras 5.7 e 5.8).

FIGURA 5.9 – VAUS 3D

Fonte: A própria autora.

18
FIGURA 5.10 – VAUS 2D

Fonte: A própria autora.

Primeiramente foi iniciado o formato da peça em 2D com o comando REC para fazer os
formatos de retângulos vazados da peça, seguido de LINE, as linhas que determinaram os
limites externos e internos da peça. Os retângulos foram posicionados através do MOVE e
repetidos com COPY. Para transformação em 3D a peça virou um objeto único através do
BOUNDARY, e EXTRUDE para dar profundidade a peça, e SUBTRACT nos retângulos para
furar e permitir a passagem das sicordas. O comando COPY permitiu reproduzir seis peças
iguais (Figuras 5.9 e 5.10).

19
FIGURA 5.11 – SICORDAS 3D

Fonte: A própria autora.

FIGURA 5.12 – SICORDAS 2D

Fonte: A própria autora.

20
As sicordas foram feitas em 3D com o comando BOX que permite jogar os valores desejados
de todos os eixos (x,y,z) conforme o projeto pensado. O comando COPY permitiu reproduzir
seis peças iguais (Figuras 5.11 e 5.12).

5.2. MONTAGEM SEÇÃO MESTRA

A montagem foi feita respeitando as ordens das peças onde umas são apoios e encaixes para
as outras. Começou- se com o posicionamento aleatório das duas quilhas e com as distâncias
já definidas pelos furos (retângulos) das cavernas foram posicionados através do MOVE na
distância adequada as quatro longarinas bases (Figura 5.2.1).

Com a sessão mestra pronta foi feita uma última verificação através da aba de visualização de
vistas (FRONT, TOP, EW, SW, ETC) e também ORBIT e ZOOM IN para total certeza do
encaixe.

FIGURA 5.2.1- LONGARINAS POSICIONADAS

Fonte: A própria autora.

As seis cavernas foram posicionadas (Figura 5.2.2) com um distanciamento proporcional entre
si, respeitando a proporção do casco e a proporção do projeto e inspiração inicial. Foi utilizado
o comando MOVE para o posicionamento e também ROTATE e ROTATE 3D para que todas
peças se encaixassem na posição ideal.

21
FIGURA 5.2.2- POSICIONAMENTO CAVERNAS

Fonte: A própria autora.

Os mesmos comandos, MOVE, ROTATE e ROTATE 3D continuaram sendo utilizados e


auxiliados pelo PAN (mão de posicionamento) e ZOOM IN para verificação e aproximaçao do
trabalho, assim como o ORBIT permitiu girar a peça e ajudou também em todo processo de
encaixe das sicordas e vaus (Figuras 5.2.3 e 5.2.4).

FIGURA 5.2.3- POSICIONAMENTO VAUS

Fonte: A própria autora.

22
FIGURA 5.2.4 - POSICIONAMENTO SICORDAS

Fonte: A própria autora

23
6. MODELAGEM GEOMÉTRICA PROA

6.1. Elementos

É a extremidade anterior do navio no sentido de sua marcha normal. Quase sempre tem a forma
exterior adequada para mais facilmente fender o mar (ARTE NAVAL, volume 1, 2002).

FIGURA 6.1 – QUIILHAS 3D

Fonte: A própria autora.

FIGURA 6.2 – QUILHAS 2D.

Fonte: A própria autora.

24
As quilhas foram feitas em 3D com o comando BOX que permite jogar os valores desejados de
todos os eixos (x,y,z) conforme o projeto pensado. O comando COPY permitiu reproduzir duas
peças iguais (Figuras 6.1 e 6.2).

FIGURA 6.3 – LONGARINAS BASE 3D

Fonte: A própria autora.

FIGURA 6.4 – LONGARINAS BASE 2D

Fonte: A própria autora.


25
As quilhas foram feitas em 3D com o comando BOX que permite jogar os valores desejados de
todos os eixos (x,y,z) conforme o projeto pensado. O comando COPY permitiu reproduzir
quatro peças iguais (Figuras 6.3 e 6.4).

FIGURA 6.5 – CAVERNAS 3D

Fonte: A própria autora

FIGURA 6.6 – CAVERNAS 2D

Fonte: A própria autora


26
Primeiramente foi iniciado o formato da peça em 2D na caverna maior com o comando REC
para fazer os dois tipos de formatos de retângulos vazados da peça, seguido de LINE, as linhas
que determinaram os limites externos e internos da peça. Os cantos arredondados foram feitos
utilizando FILLET e as parte interiores em diagonais CHAMFER. Os retângulos foram
posicionados através do MOVE e repetidos com COPY. Para transformação em 3D a peça virou
um objeto único através do BOUNDARY, e EXTRUDE para dar profundidade a peça, e
SUBTRACT nos retângulos para furar e permitir a passagem das quilhas e hastilhas.

A caverna subsequente foi feita em tamanho menor com os mesmos comandos porém sua linha
exterior foi desfeita e produzida uma leve curva com o comando ARC, fromando assim hastes
mais arqueadas que acompanhe as hatilhas que possuem este formato.

As demais cavernas foram feitas apenas uma lateral e posteriormente acionado o comando
MIRROR que espelhou o mesmo formato em sentido oposto. Foi iniciada uma lateral em 2D
com o comando LINE que delimitou os limites externos, a base e começo do limite “interno”,
seguido do comando CHAMFER para as diagonais e retorno do LINE para finalização
respeitando os mesmos tamanhos dos retângulos da maior caverna para o encaixa das hastilhas
e finalizadas as maiores com uma linha horizontal e as menores com a linha vertical. O comando
COPY facilitou a criação da menor caverna em base da maior. Para transformação em 3D a
peça virou um objeto único através do BOUNDARY, e EXTRUDE para dar profundidade a peça
(Figuras 6.5 e 6.6).

FIGURA 6.7 – HASTILHAS 3D

Fonte: A própria autora.


27
FIGURA 6.8 – HASTILHAS 2D

Fonte: A própria autora.

Foi iniciado o formato de uma lateral peça em 2D com o comando REC para fazer os formatos
base de retângulos vazados da peça. Em seguida foi utilizado o comando POLYLINE pra fazer
a linha guia para a hastilha e auxiliado pelo SWEEPE para fazer o retangulo percorrer a
POLYLINE, seguidos do comandor MIRROR onde foi possível espelhar a peça exatamente
igual para seu lado oposto e formar a hastilha. Para transformação em 3D a peça virou um
objeto único através do BOUNDARY, e EXTRUDE para dar profundidade a peça. (Figuras 6.7
e 6.8). O comando COPY permitiu reproduzir três vezes as hastilhas.

FIGURA 6.9– VAUS 3D

Fonte: A própria autora.


28
FIGURA 6.10– VAUS 2D

Fonte: A própria autora.

Primeiramente foi iniciado o formato da peça em 2D com o comando REC para fazer os
formatos de retângulos vazados da peça, seguido de LINE, as linhas que determinaram os
limites externos e internos da peça. Os retângulos foram posicionados através do MOVE e
repetidos com COPY. Para transformação em 3D a peça virou um objeto único através do
BOUNDARY, e EXTRUDE para dar profundidade a peça, e SUBTRACT nos retângulos para
furar e permitir a passagem das sicordas. A segunda vau foi feita pelo comando REC com as
mesmas medidas das linhas da primeira vau (Figuras 6.9 e 6.10).

FIGURA 6.11 – SICORDAS 3D

Fonte: A própria autora.

29
FIGURA 6.12 – SICORDAS 2D.

Fonte: A própria autora.

As sicordas foram feitas em 3D com o comando BOX que permite jogar os valores desejados
de todos os eixos (x,y,z) conforme o projeto pensado. O comando COPY permitiu reproduzir
seis peças iguais (Figuras 6.11 e 6.12).

6.2. MONTAGEM PROA

A montagem foi feita respeitando as ordens das peças onde umas são apoios e encaixes para as
outras. Começou- se com o posicionamento aleatório das longarinas e quilhas com as distâncias
já definidas pelos furos (retângulos) das cavernas foram posicionados através do MOVE na
distância adequada as quatro longarinas bases (Figura 6.2.1).

Com a proa pronta foi feita uma última verificação através da aba de visualização de vistas
(FRONT, TOP, EW, SW, ETC) e também ORBIT e ZOOM IN para total certeza do encaixe.

30
FIGURA 6.2.1 – POSICIONAMENTO DE QUILHAS E LONGARINAS.

Fonte: A própria autora.

As quatro cavernas foram posicionadas (Figura 6.2.2) com um distanciamento proporcional


entre si, respeitando a proporção do casco e a proporção do projeto e inspiração inicial. Foi
utilizado o comando MOVE para o posicionamento e também ROTATE e ROTATE 3D para que
todas peças se encaixassem na posição ideal.

FIGURA 6.2.2 – POSICIONAMENTO DAS CAVERNAS

Fonte: A própria autora.

31
Os mesmos comandos, MOVE, ROTATE e ROTATE 3D continuaram sendo utilizados e
auxiliados pelo PAN (mão de posicionamento) e ZOOM IN para verificação e aproximaçao do
trabalho, assim como o ORBIT permitiu girar a peça e ajudou também em todo processo de
encaixe das hastilhas, vaus e sicordas (Figuras 6.2.3 e 6.2.4).

FIGURA 6.2.3 – POSICIONAMENTO DAS HASTILHAS

Fonte: A própria autora.

FIGURA 6.2.4 – POSICIONAMENTO DAS VAUS E SICORDAS

Fonte: A própria autora.


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7. MODELAGEM GEOMÉTRICA DA POPA

É a extremidade posterior do navio. Quase sempre, tem a forma exterior adequada para facilitar
a passagem dos filetes líquidos que vão encher o vazio produzido pelo navio em seu movimento,
a fim de tornar mais eficiente a ação do leme e do hélice (ARTE NAVAL, volume 1, 2002).

7.1. Elementos

FIGURA 7.1 – QUILHAS 3D

Fonte: A própria autora

FIGURA 7.2 – QUILHAS 2D

Fonte: A própria autora.


33
As quilhas foram feitas em 3D com o comando BOX que permite jogar os valores desejados de
todos os eixos (x,y,z) conforme o projeto pensado. O comando COPY permitiu reproduzir duas
peças iguais (Figuras 7.1 e 7.2).

FIGURA 7.3- CAVERNAS 3D

Fonte: A própria autora.

FIGURA 7.4 – CAVERNAS 2D

Fonte: A própria autora.

34
Primeiramente foi iniciado o formato da peça em 2D na caverna maior com o comando REC
para fazer os dois tipos de formatos de retângulos vazados da peça, seguido de LINE, as linhas
que determinaram os limites externos e internos da peça. Os cantos arredondados foram feitos
utilizando FILLET e as parte interiores em diagonais CHAMFER. Os retângulos foram
posicionados através do MOVE e repetidos com COPY. Para transformação em 3D a peça virou
um objeto único através do BOUNDARY, e EXTRUDE para dar profundidade a peça, e
SUBTRACT nos retângulos para furar e permitir a passagem das quilhas, hastilhas e longarinas.

A caverna subsequente foi feita em tamanho menor seguindo a proporção da primeira,


primeiramente foram traças linhas base pelo comando LINE. Os cantos arredondados foram
feitos utilizando FILLET e as parte interiores em diagonais CHAMFER, e suas linhas
exterioriores produzidas através de uma leve curva com o comando ARC, formando assim
hastes mais arqueadas que acompanhe as hatilhas que possuem este formato.

As demais cavernas foram feitas seguindo o modelo da segunda mas em menor escola, atráves
do comando COPY foi possível copiar e retirar seu meio através do comando TRIM. Suas linhas
exterioriores produzidas através de uma leve curva com o comando ARC seguiram também o
padrão da caverna base. Para transformação em 3D de todas as peças, foram transfomadas em
um objeto único através do BOUNDARY, e EXTRUDE para dar profundidade a peça (Figuras
7.3 e 7.4).

FIGURA 7.5 - LONGARINAS LATERAIS 3D

Fonte: A própria autora


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FIGURA 7.6 – LONGARINAS LATERAIS 2D

Fonte: A própria autora.

Foi iniciado o formato de uma lateral da peça em 2D sendo utilizado o comando POLYLINE
pra fazer a linha guia para a longarina e auxiliado pelo SWEEPE para fazer o retangulo
percorrer a POLYLINE e formar a longarina. O comando MIRROR foi utilizado com a
marcação de centro adequada às cavernas para espelhar o outro lado da peça exatamente igual
mas sem encostrar as pontas. Para transformação em 3D a peça virou um objeto único através
do BOUNDARY, e EXTRUDE para dar profundidade a peça (Figuras 7.5 e 7.6).

FIGURA 7.7 - HASTILHAS 3D

Fonte: A própria autora.

36
FIGURA 7.8 – HASTILHAS 2D

Fonte: A própria autora.

Foi iniciado o formato de uma lateral peça em 2D com o comando REC para fazer os formatos
base de retângulos vazados da peça. Em seguida foi utilizado o comando POLYLINE pra fazer
a linha guia para a hastilha e auxiliado pelo SWEEPE para fazer o retangulo percorrer a
POLYLINE, seguidos do comando MIRROR foi utilizado com a marcação de centro adequada
às cavernas para espelhar o outro lado da peça exatamente igual mas sem encostrar as
pontas.Para transformação em 3D a peça virou um objeto único através do BOUNDARY, e
EXTRUDE para dar profundidade a peça (Figuras 7.7 e 7.8).

FIGURA 7.9 – SICORDAS 3D

Fonte: A própria autora.


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FIGURA 7.10 – SICORDAS 2D

Fonte: A própria autora.

As sicordas foram feitas em 3D com o comando BOX que permite jogar os valores desejados
de todos os eixos (x,y,z) conforme o projeto pensado. O comando COPY permitiu reproduzir
seis peças iguais (Figuras 7.9 e 7.10).

FIGURA 7.11. - VAUS 3D

Fonte: A própria autora.


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FIGURA 7.12 – VAUS 2D.

Fonte: A própria autora.

Foram feitas três vaus de tamanhos diferentes mas as duas primeiras pelo mesmo processo:
primeiramente foi iniciado o formato da peça em 2D com o comando REC para fazer os
formatos de retângulos vazados da peça, seguido de LINE, as linhas que determinaram os
limites externos e internos da peça. Os retângulos foram posicionados através do MOVE e
repetidos com COPY.

A terceira vau foi feita pelo comando REC com as medidas proporcionais às das linhas da
primeira e segunda vau, porém não há retângulos de perfuração.

Para transformação em 3D as peças viraram objetos únicos através do BOUNDARY, e


EXTRUDE para dar profundidade a peça, e SUBTRACT nos retângulos para furar e permitir a
passagem das sicordas (Figuras 7.11 e 7.12).

7.2. MONTAGEM POPA

A montagem foi feita respeitando as ordens das peças onde umas são apoios e encaixes para as
outras. Começou- se com o posicionamento aleatório das quilhas com as distâncias já definidas

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pelos furos (retângulos) das cavernas, que foram posicionados através do MOVE (Figura 7.2.1)
na distância adequada as quatro longarinas laterais (Figura 7.2.2).

Com a popa pronta foi feita uma última verificação através da aba de visualização de vistas
(FRONT, TOP, EW, SW, ETC) e também ORBIT e ZOOM IN para total certeza do encaixe.

FIGURA 7.2.1 – POSICIONAMENTO DE QUILHAS E CAVERNAS

Fonte: A própria autora.

FIGURA 7.2.2 – POSICIONAMENTO DAS LONGARINAS LATERAIS

Fonte: A própria autora.

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Os mesmos comandos, MOVE, ROTATE e ROTATE 3D continuaram sendo utilizados e
auxiliados pelo PAN (mão de posicionamento) e ZOOM IN para verificação e aproximaçao do
trabalho, assim como o ORBIT permitiu girar a peça e ajudou também em todo processo de
encaixe da hastilha, vaus e sicordas, sempre respeitando a proporção entre as cavernas (Figuras
7.2.3 e 7.2.4).

FIGURA 7.2.3 – POSICIONAMENTO DA HASTILHA

Fonte: A própria autora.

FIGURA 7.2.4 – POSICIONAMENTO DAS VAUS E SICORDAS

Fonte: A própria autora.


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8. RESULTADOS

Após todo processo de montagem das três partes essenciais (seção mestra, proa e popa) foi feita
a junção de toda a estrutura para formação do casco, através do comando MOVE que colocou
cada parte selecionada em seu devido lugar. O trabalho foi finalizado e verificado através da
aba de visualização de vistas (FRONT, TOP, EW, SW, ETC) e também ORBIT, assim como
ZOOM IN/OUT para total certeza do encaixe.

FIGURA 8.1 – SW ISOMETRIC

Fonte: A própria autora.

FIGURA 8.2 – NE ISOMETRIC

Fonte: A própria autora.


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9. CONCLUSÕES

O presente trabalho permitiu enxergar através da ferramenta computacional AutoCAD uma


proximidade da realidade de um projeto de estrutura naval virtual, apesar de não seguir cálculos
estruturais e medidas perfeitas foi possível obter resultados visuais de projeção adequados, os
quais foram objetos de muito estudo e dedicação, e que com o aperfeiçoamento da prática aliado
aos ensinamentos propostos ao leitor, pode diminuir o tempo de produção de futuros projetos,
assim como mostra que é possível também obter uma construção sem gastos e perdas de
materiais. O objetivo de todo mercado de trabalho é conduzir suas produções em busca de
poupar tempo e dinheiro para no futuro obter o almejado sucesso e consequentemente lucro,
portanto, na indústria naval não tem o porquê serem diferentes os caminhos para tal. Então, por
fim, só há a concluir o quanto é importante a existência dos softwares que permitem a criação
e exemplificação de variados projetos: um aprendizado infinito.

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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BALADI, C. A Importância do AutoCAD para Estudantes de Engenharia. Disponível


em: https://blog.4partner.com.br/importancia-autocad-para-estudantes-engenharia/ . Acesso
em 20 de fevereiro de 2017.

BALMAM, R., COSTA, L. AutoCAD 2012. Editora Érica, 2012.

CACHO, A.J.S.C. Arquitectura Naval. Lisboa: Técnico Lisboa, 2014. Disponível em


https://cnavblog.files.wordpress.com/2016/08/arquitecturanaval-lisboa.pdf. Acessado em 07
de junho de 2017.

COELHO, L. C. Modelagem de Cascas com Intersecções Paramétricas. Tese (Doutorado


em informática: ciência da computação). Rio de Janeiro: PUC-RIO, 1998. Disponível em
https://webserver2.tecgraf.puc-rio.br/~lula/public/tese.pdf. Acessado em 07 de junho de 2017.

FONSECA, M. M. Arte Naval Volume 1. 6 ª edição. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação


da Marinha, 2002. Disponível em https://navalifpe.files.wordpress.com/2011/09/arte-naval-
vol1-e-2.pdf. Acessado em 03 de janeiro de 2017.

MARQUES, L.F. A. Modelagem Geométrica Computacional Para Embarcações


Utilizando o AutoCAD: Uma Experiência na Modelagem de um Navio Cruzeiro e de um
Submarino. Trabalho de Conclusão de Curso (Tecnologia em Construção Naval). Rio de
Janeiro: UEZO, 2016.

NUNES, E. O. Modelagem Geométrica e Sweeping. Rio de Janeiro: UFF, 2009. Disponível


em http://www2.ic.uff.br/~aconci/sweeping.html. Acessado em 03 de janeiro de 2017.

OLIVEIRA, J.L.P. Relatório I - Navio Petroleiro (VLCC). Rio de Janeiro: UFRJ, 2002.
Disponível em http://www.deno.oceanica.ufrj.br/deno/prod_academic/relatorios/ate-
2002/joaoluiz/relat1/relat-1.htm. Acessado em 20 de janeiro de 2017.

SILVA, D. V. Estudo e Modelagem Computacional de um Porto. Trabalho de Conclusão de


Curso (Tecnologia em Construção Naval). Rio de Janeiro: UEZO, 2016.

SOUZA, C. S. Metodologia para Construção de Estaleiros. Trabalho de Conclusão de Curso


(Tecnologia em Construção Naval). Rio de Janeiro: UEZO, 2015.

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