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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

ESCOLA POLITECNICA

COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS ATRAVÉS DE BIM

CURITIBA
2019
MARINA FIGUEIREDO MULLER
FILIPE ESMANIOTO MEIRA
LUANA CARDOSO PEREIRA
MARCUS VINICIUS DOS SANTOS MAREGA
NATAN HENRIQUE MANNRICH HUBER
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 4
1.1 TECNOLOGIAS UTILIZADAS NO DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS ... 5
1.1.1 Sistema CAD ................................................................................................. 5
1.1.2 Sistemas BIM ................................................................................................ 6
1.2 INTEROPERABILIDADE .............................................................................. 10
5.2 PROJETO ........................................................................................................... 12
5.2.1 Definição de Projeto ....................................................................................... 12
1.3.2 Etapas do Processo de Projeto de Edificações ....................................... 13
1.4 COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS ........................................................ 16
1.4.1 Definições de Compatibilização ................................................................ 16
1.4.2 Necessidade de Compatibilização ............................................................ 17
1.4.3 Compatibilizações x Tempo ...................................................................... 17
2 ESTUDOS DE CASO ................................................................................... 19
2.1 CASO 1 – EDIFÍCIO RESIDENCIAL ............................................................ 19
2.1.1 Identificação visual de conflitos entre projetos em obra ........................ 19
2.1.2 Quantitativos e Custos ............................................................................... 20
2.1.3 Modelagem dos projetos ........................................................................... 21
O PROJETO ARQUITETÔNICO ............................................................................... 21
O PROJETO ESTRUTURAL ..................................................................................... 24
O PROJETO ELÉTRICO ........................................................................................... 25
O PROJETO DE GÁS ............................................................................................... 28
O PROJETO HIDRÁULICO....................................................................................... 29
2.1.4 Interferências entre projetos ..................................................................... 31
COMPATIBILIZAÇÃO ESTRUTURAL X ARQUITETÔNICO .................................... 32
COMPATIBILIZAÇÃO ARQUITETÔNICO VS ELÉTRICO ........................................ 33
COMPATIBILIZAÇÃO ELÉTRICA VS ESTRUTURAL .............................................. 34
COMPATIBILIZAÇÃO HIDRÁULICO X ARQUITETÔNICO ...................................... 35
COMPATIBILIZAÇÃO HIDRÁULICA X ESTRUTURAL ............................................ 36
COMPATIBILIZAÇÃO HIDRÁULICO X HIDRÁULICO .............................................. 38
COMPATIBILIZAÇÃO GÁS VS ESTRUTURAL ........................................................ 41
2.1.5 QUANTITATIVOS E CUSTOS ..................................................................... 41
ESTIMATIVA DE CUSTOS ....................................................................................... 43
CUSTO GERAL......................................................................................................... 44
2.2 CASO 2 – ESCOLA URBANA / RURAL ....................................................... 45
2.2.1 projeto arquitetônico .................................................................................. 46
MODELAGEM ARQUITETÔNICO ............................................................................ 47
2.2.2 Projeto estrutural ........................................................................................ 50
MODELAGEM ESTRUTURAL ................................................................................. 50
2.2.3 Projeto Hidráulico ....................................................................................... 52
MODELAGEM HIDRÁULICO ................................................................................... 52
2.2.4 Projeto Elétrico ........................................................................................... 54
MODELAGEM ELÉTRICO........................................................................................ 54
2.2.5 Compatibilização ........................................................................................ 56
ANÁLISE E DETALHAMENTO DAS INTERFERÊNCIAS ......................................... 57
ELÉTRICO X ESTRUTURAL.................................................................................... 57
HIDRÁULICO X ESTRUTURAL ............................................................................... 59
ARQUITETÔNICO X ELÉTRICO .............................................................................. 61
3 CONCLUSÃO............................................................................................... 62
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 65
4

1 INTRODUÇÃO

Para a execução de uma obra civil, é necessário um grande número de


profissionais de diversas áreas trabalhando paralelamente durante a fase de
concepção do projeto. Esses profissionais muitas vezes são de escritórios diversos,
tem metodologias de trabalhos diferentes e a informação que cada um precisa
adicionar no projeto as vezes é perdida ou mal expressada. Esse fato devesse ao
grande número de software empregados e sua falta de interoperabilidade, além da
falta de um agente realizando a ligação entre todos os dados. Sendo assim torna-se
necessária a utilização de tecnologias da informação para facilitar o processo de
compatibilização de projetos.
De acordo com MULLER (2011) as Tecnologias da Informação aplicadas à
construção civil têm passado por uma grande evolução recentemente. Porém, nem
sempre os sistemas têm a possibilidade de trabalhar em conjunto, ou seja, não são
interoperáveis. No mesmo sentido, ULRICH e SACOMANO (2000) afirmam que o
principal desafio encontrado pelas empresas na adoção de programas de gestão da
qualidade e evolução organizacional do setor é a integração entre as diversas fases
do empreendimento, bem como a gestão das interfaces entre competências dos
diferentes agentes. Logo um dos pontos principais na evolução do setor da
construção civil é o emprego de software com fácil integração dos diversos projetos
da obra.
Segundo, AMARAL E FILHO (2010), o sistema CAD (Computer Aided Design)
ou sistema de prancheta digital foi uma grande evolução para a construção civil, pois
trouxe mais praticidade e agilidade na concepção de projetos. A quantidade de
informação necessária para um entendimento completo do projeto pode ser
analisada sob uma perspectiva 2D, porém, existem novas alternativas de programas
3D que exprimem com maior facilidade o que será executado “in loco”.
Nesse sentido, CÂMARA E DAVIS (2011), afirmam que os sistemas CAD em
sua época melhoraram em muito as condições para a produção de desenhos e
plantas para engenharia. Contudo, com a evolução das tecnologias, AZUMA (2007)
relata que um edifício modelado em 3D facilita o entendimento do projeto para todos
os envolvidos, acaba reduzindo a possibilidade de erros de execução e auxilia até
mesmo na resolução dos problemas de instalação no canteiro de obras.
5

Segundo Eastman et al (2008) a tecnologia BIM é um grupo associado de


processos para produção, análise e comunicação do modelo de construção do
edifício. O objetivo é o desenvolvimento de uma prática de projeto integrada,
permitindo que todos os profissionais da arquitetura, engenharia e construção voltem
seus objetivos em um modelo virtual complexo e completo, que contemple todos os
elementos do edifício dispostos de tal forma como será construído. Sendo assim, a
departamentalização imposta pelo projeto tradicional, no qual os trabalhos são
realizados sequencialmente é substituída por trabalho paralelo das equipes, o que
objetiva um melhor desenvolvimento do processo, tendo em vista tornar-se possível
eliminar ou minimizar os conflitos entre projetos de uma determinada obra (FIESP,
2008).

1.1 TECNOLOGIAS UTILIZADAS NO DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS

1.1.1 Sistema CAD

Das tecnologias para o desenvolvimento de projetos de arquitetura e


engenharia destaca-se o método CAD. Segundo Amaral (2010), tal método consiste
em um software voltado ao desenho técnico, reunindo diversas ferramentas
destinadas aos mais variados fins. Ou seja uma ferramenta que permite a execução
de vários tipos de desenho técnicos com precisão e rapidez.
Esse método teve como inicio com o sistema Sketchpad onde Sutherland
(1963) é um sistema onde é possível para um homem e um computador conversar
rapidamente através de linhas de desenho. Sobre isso comenta Muller (2011) que
por mais que o sistema não tenha sido largamente utilizado, este influenciou
conceitualmente vários sistemas CAD subsequentes.
Ainda nessa época os sistemas CAD, estavam sendo desenvolvidos e
estudados e apenas grandes empresas o utilizavam. Sobre isso comenta Amaral
(2010) o CAD restringiu-se às empresas do setor aeroespacial e pelas grandes
empresas automobilísticas, devido ao alto custo dos computadores.
Fiolhais (2003) afirma que, a IBM introduziu no mercado, em 1981, o seu
computador pessoal, o IBM-PC que imediatamente se tornou popular. Amaral (2010)
Após esse evento a atenção dos desenvolvedores de software passaram para essa
nova demanda. Então a Autodesk, fundada em 1982, lança seu primeiro produto, o
6

AutoCAD release 1. Sendo o primeiro CAD lançado para os computadores


pessoais.
Com isso os engenheiros e arquitetos começaram a utilizar esse novo método
de projeto, tendo um grande avanço de produção e qualidade nos projetos. Nesse
sentido, Câmara e Davis (2011) afirmam que os sistemas CAD em sua época
melhoraram em muito as condições para a produção de desenhos e plantas para
engenharia.

1.1.2 Sistemas BIM

Building Information Modeling, segundo Ferraz e Morais (2012), representa o


processo que inclui a geração e gestão de representações digitais de características
físicas e funcionais de um edifício, que se estende além do projeto e do término da
construção. Nesse mesmo sentido, segundo Souza (2009) BIM é uma modelagem
que busca integrar todos os processos relacionados à construção do produto.
As primeiras noções de BIM decorreram-se, segundo Menezes (2011), com o
protótipo do "Building Description System", publicado no AIA Journal, pelo norte-
americano Charles M. "Chunk" Eastman em 1975, incluindo as ideias de derivação
de seções, planos, isométricos ou perspectivas com base em elementos já
modelados evitando o redesenho.
Menezes (2011), cita alguns dos programas que possuem este tipo de
atributo como All-Plan, ArchiCAD, Autodesk Revit, Bentley Building, Digital Project
ou VectorWorks.
A evolução do Sistema BIM segundo Tobin apud Coelho (2008), consiste em
BIM 1.0, 2.0 e 3.0.
Sendo que para o autor o BIM 1.0, é realizada a modelagem dos projetos e a
parametrização. Porém, no modelo é restrito aos projetistas sem a colaboração de
outros profissionais.
O BIM 2.0 já permite a colabor ação de outros profissionais, segundo Andrade
e Ruschel (2009). Na geração BIM 2.0, a interoperabilidade e a colaboração passam
a tornar-se essenciais na atividade de projeto. Ou seja, é necessário que haja
condições de todos os profissionais trocarem informações sem essas se perderem
ou alterarem.
7

Já o BIM 3.0, segundo Tobin apud Coelho (2008), é caracterizado por


trabalho de equipes multidisciplinares que utilizarão modelos integrados e cujos
fluxos de informação acontecerão de forma contínua, sem perdas ou sobreposições.
Assim diversos profissionais irão construir um modelo único, que se tornará réplica
virtual do que vai ser executado.
No modelo BIM utiliza-se um conjunto de componentes para definir uma
categoria, esses conjuntos são chamados de famílias. Cada família contém
informações específicas e detalhadas, e essas informações podem ser englobadas
em quatro classes: informações geométricas, informações paramétricas,
especificações e representações bidimensionais (2D – plantas, vistas e cortes).
Alguns objetos do BIM além de conter todas as informações sobre eles mesmos,
também podem ‘conversar com outros objetos’, no sentido que é possível um objeto
conhecer as características e funcionalidades de outro, criando uma relação de
interação que falicita a comunicação entre todos os elementos em estudo, essa
interação gera modificações automáticas nos objetos relacionados entre si, e isso
certifica ainda mais a credibilidade técnica e construtiva do modelo BIM (CATELANI,
2016).

Figura 1 - Informações que podem ser incorporadas em um objeto BIM

Fonte: CATELANI, 2016.


8

Segundo Eastman et al. (2014), desde 2007 já se identifica uma tendência de


expandir as dimensões que devem ser analisadas dentro da ferramenta BIM. Já
estavam em desenvolvimento extensões do CAD 4D e novas dimensões para
adicionar parâmetros de estudo. Segundo Imriyas Kamardeen (2010) no momento
atual a ferramenta BIM já incorpora oito dimensões, explicitadas na figura 3 abaixo.
9

Figura 2 - BIM 3D ao 8D

Fonte: CASTELANI, 2016.


10

Segundo Catelani et al. (2016) em construtoras e incorporadoras os principais


desafios apontados na implantação do BIM são:

a) Projetistas no mercado: falta de profissionais que dominem a


tecnologia e entendam a integração e simultaneidade das disciplinas, o
processo contínuo e a velocidade na tomada de decisões em projetos.
b) Bim mandate e template da construtora: premissas claras do que se
espera receber e quais informações o modelo deve conter – dados
para orçamento, definição de camadas e sistemas construtivos –
dependendo de cada projeto e construtora.
c) Coordenação da empresa: formatação da comunicação entre as
disciplinas, integração das equipes e uma equipe interna para revisão
dos projetos e modelos.
d) Equipe de obra: envolvimento da equipe de obra no desenvolvimento
do modelo e a utilização da ferramenta durante a execução da obra.
e) Evolução do nível de detalhamento do modelo: conhecer as
possibilidades de uso do modelo para demais setores da empresa.

1.2 INTEROPERABILIDADE

Interoperabilidade é a habilidade de dois ou mais sistemas trocarem


informações (necessárias e disponíveis) e fazer uso delas (HIETANEN; LEHTINEN,
2006). O BIM depende da interoperabilidade, já que a informação contida no modelo
do edifício deve fluir entre os vários agentes e durante as diversas fases do
empreendimento (SANTOS, 2007). É preciso haver troca de informações entre os
aplicativos que participam de cada etapa do ciclo da edificação.
Esta é uma questão que dificulta a viabilização da plataforma, já que para a
interoperabilidade ocorrer é necessário que exista um formato de arquivo com regras
universais, essa é uma das questões mais importantes do BIM.
O intercâmbio de informações entre programas sempre se fez necessário,
mesmo quando o uso era somente em 2D, como exemplo do CAD, muito dinheiro foi
gasto, na época, em torno disso, para pesquisar e converter arquivos, que
pudessem ser compatíveis. Diante desse cenário um dos ímpetos para o
desenvolvimento da plataforma BIM, foi criar programas já parametrizados, que
11

pudessem ser usados em muitas atividades de apoio a construção. São várias as


aplicações em que são necessárias a análise de informação do projeto, como por
exemplo, iluminação, acústica, fluxo de ar, etc. As ferramentas de projeto BIM foram
desenvolvidas em uma indústria na qual já existem diversas aplicações, a
necessidade de interface ou mais intimamente interoperar com essas ferramentas é
um requisito básico.
Essa interação entre dados é essencial para fazer a principal função do BIM,
de análise paramétrica entre arquivos. Esse intercâmbio de informações é essencial
para se trabalhar em equipe, é mais fácil os profissionais trabalharem juntos dessa
forma, do que os reunir em um só lugar fisicamente.
Um dos formatos que a plataforma BIM trabalha é o IFC – Industry
Foundation Classes. Eastman et al. (2014) explica que o IFC foi desenvolvido para
criar um grande conjunto de dados consistentes para representar um modelo de
dados de um edifício, com o objetivo de permitir a troca de informações entre
diferentes fabricantes de software na AEC.
O grande diferencial do IFC é que se trata de uma base de dados neutra e
que não é controlado por um único proprietário. Seu formato de arquivo foi
desenvolvido pela Bulding Smart (antiga IAI- Aliança Internacional de
Interoperabilidade), para facilitar a troca de dados na AEC, além de permitir que
todos usuários alterem o que for necessário nos projetos em andamento
(ANDRADE; RUSCHEL, 2009). Segundo Haagenrud et al. (2007), essa linguagem é
um esquema básico e um conteúdo de dados, composto de acordo com um padrão
internacional, aberto, editável e acessível ao público, para a estruturação e a troca
de informações entre aplicativos computacionais voltados para a indústria da AEC.
Para Eastman (1999) apud ANDRADE; RUSCHEL, 2009), o IFC é o maior e mais
elaborado modelo de dados do edifício desenvolvido para a indústria da AEC.
Ainda segundo Eastman et al. (2014) a arquitetura do IFC é constituída de
uma estrutura modular composta por quatro camadas conceituais. Estas
representam quatro principais níveis, cada nível constitui-se de uma série de
categorias e é dentro de cada uma destas categorias que as propriedades de uma
entidade são definidas.
As camadas se definem por: camada de domínio, camada de
interoperabilidade, camada central e camada de recurso. A Figura 5 demonstra um
esquema dessas camadas.
12

Figura 3 - Camadas do IFC

Fonte: Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/gestaodeprojetos>. Acesso em :11/11/2016).

Por ser aberto e feito para ser trabalhado com qualquer aplicativo, o IFC é
abstrato. Aplicativos BIM que são adaptados para trabalhar com o IFC podem
apresentar problemas de tradução, por trabalharem com diferentes estruturas de
organização de dados. Apesar do IFC já atender uma boa área da AEC, ele ainda
apresenta perdas que podem ocorrer tanto na importação quanto na exportação de
arquivos.

5.2 PROJETO

5.2.1 Definição de Projeto


13

Segundo Melhado (1995),


O projeto de edificações é a atividade ou serviço do processo de produção,
responsável pelo desenvolvimento, organização, registro e transmissão das
características físicas e tecnológicas especificadas para uma obra, a
serem consideradas na fase de execução.

Ou seja, no projeto de edificações estão contidos os dados dos processos de


execução de um empreendimento, cujas informações de detalhamento, registros
físicos e tecnológicos são passados ao agente executor.
Ainda nessa linha, a NBR 5674:1999 (ABNT,1999) cita no item 03,
“definições”, que projeto é definido como a descrição gráfica e escrita das
propriedades de um serviço ou obra de Engenharia ou Arquitetura, determinando
seus atributos técnicos, econômicos, legais e financeiros.
Já para Novaes (2011), o caráter de processo atribuído ao projeto é reforçado
pela necessidade de participação dos responsáveis pela sua elaboração, durante as
demais etapas que compõem o processo de produção. Assim, em variados níveis de
intensidade, os profissionais de projeto devem participar, em conjunto com os
demais agentes do processo, nas etapas que antecedem ou sucedem a elaboração
dos projetos, desde o planejamento do empreendimento até as avaliações pós-
ocupação, e eventuais atividades de manutenção, durante o uso. Sendo assim,
Novaes (2011) acredita que os profissionais responsáveis pelo projeto são muito
mais que o descrito em norma, vai além da simples descrição gráfica e escrita das
propriedades do serviço e atinge desde a concepção do empreendimento até as
atividades de pós-ocupação do empreendimento.

1.3.2 Etapas do Processo de Projeto de Edificações

As primeiras etapas da construção de um empreendimento no geral não


possuem grande expressão no valor global da obra, porém, acertos na tomada de
decisões iniciais garantem grandes chances de diminuição do número de falhas
construtivas e gastos excessivos. Decisões tardias tem peso muito maior no custo
final do empreendimento (HAMMARLUND; JOSEPHSON, 1992).
14

Figura 4 – Avanço do Empreendimento e a chance de reduzir o custo de falhas

Fonte: HAMMARLUND; JOSEPHSON, 1992.


De acordo com Fabrício (1998), o processo de projeto na construção de
edifícios é composto pela soma de várias especialidades de projeto tais como a
arquitetura, estruturas e sistemas prediais. as quais desenvolvem as soluções em
nível crescente de detalhamento, cumprindo diferentes etapas de projeto. Também
para Melhado (1994), o processo de projeto se dá através da sucessão de diferentes
etapas, em que a liberdade de decisões entre alternativas vai sendo substituída pelo
amadurecimento e desenvolvimento das soluções adotadas.
Porém, para os projetos estarem em harmonia é necessária uma relação
hierárquica entre ele, onde o projeto arquitetônico é o responsável pelas
características e limitações do projeto estrutural e complementares. Segundo
Melhado (1997), as normas técnicas em vigor, bem como os textos institucionais que
tratam deste assunto consideram o projeto arquitetônico no topo da escala
hierárquica.
A sequência de projeto apresentada por Fabrício e Melhado (1998), separa
em 04 etapas fundamentais:
a) ETAPA: Planejamento do empreendimento;
b) ETAPA: concepção do produto;
c) ETAPA: Desenvolvimento do Produto;
d) ETAPA: Desenvolvimento do projeto “as built”;
e) ETAPA: Avaliação da satisfação do cliente;
15

Figura 1 Adaptação do Fluxo geral de etapas do desenvolvimento de projeto de Melhado (1998).

FONTE: Os Autores, 2014

Observa-se na figura 1 as etapas do desevolvimento do projeto, onde tudo se


inicia no planejamento do empreendimento, nesta etapa é analisado o perfil do
consumidor na região do empreendimento, público alvo, perspectiva econômica e de
vendas, necessidades do mercado e viabilidade da proposta. Em seguida ocorre a
concepção do produto, também chamado de “briefing”, onde cliente e profissionais
responsáveis pelo projeto analisam as opções de fundação, ambiente, processos
construtivos, formas e geometria.
A terceira etapa refere-se a produção do projeto como descrito em norma,
com a descrição gráfica e escrita das propriedades, com proposta de
desenvolvimento simultâneo com diferentes empresas e profissionais trabalhando
com um único objetivo e coordenado por único profissional. Essa etapa é composta
pelo desenvolvimento interativo dos diversos anteprojetos de forma a coordenar as
soluções de diferentes especialidades de projeto visando amarrar as decisões de
especialidades e otimizar globalmente o projeto. Por fim, são detalhadas as soluções
das especialidades de projeto do produto que subsidiam a definição final dos
projetos para produção dos subsistemas críticos de obra.
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Nota-se que nessa fase é de extrema importância a interoperabilidade e a


compatibilização de projetos entre os envolvidos no processo, onde ocorre
naturalmente a troca de informações e retornam dados aos seus mentores para
serem analisadas as interferências que os demais projetos influenciaram em sua
versão matriz.
A etapa três e etapa quarta são realizadas após a atividade de entrega
do projeto ao cliente e juntamente com o desenvolvimento do acompanhamento
técnico da elevação do empreendimento, onde a etapa três visa realizar o projeto
denominado “As built”, onde o profissional desenha as modificações realizadas em
obra que diferem do projeto encontrado em obra, e a última etapa onde ocorre a
pesquisa de satisfação dos clientes.

1.4 COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS

1.4.1 Definições de Compatibilização

Existem diversas definições de compatibilização de projetos, porém, no


âmbito e proposta do trabalho Ruschel (2011), cita que a compatibilização de
projetos é a atividade de gerenciar e integrar projetos correlatos, visando o
ajuste entre os mesmos e conduzindo para a obtenção dos padrões de
qualidade determinadas pela obra.
Dessa forma, a compatibilização de projetos para os elementos construtivos,
verticais e horizontais, dos edifícios tem por função principal a integração das
soluções adotadas nos projetos de estrutura, instalações prediais, vedações,
esquadrias, impermeabilização, contrapiso, assim como, nas especificações técnicas
para a execução de cada subsistema Novaes (2001).

A compatibilização basicamente é efetuar a sobreposição de todos os projetos de


um eficício com o intuito de identificar as interferências, e assim solucionar com os
profissionais envolvidos tais incompatibilidades (PICCHI, 1993).
17

1.4.2 Necessidade de Compatibilização

A compatibilização de projetos é ferramenta fundamental no desenvolvimento


do conjunto de projetos que compõem o edifício, possibilitando a eliminação de
interferências ainda na fase de projeto, onde as decisões estratégicas do
empreendimento são menos onerosas. (Ávila,2011)
Dentro desse contexto, a compatibilização de projetos é um processo
necessário para a melhora da qualidade e para o aumento da racionalização da
obra, buscando solucionar aspectos da falta de eficiência do setor da construção.
(Goes,2011)
Também para Callegari e Barth (2007), a falta de compatibilização de projetos
pode induzir a erros e a custos adicionais, podendo-se levar a decisões que sejam
tomadas indevidamente durante a obra, em detrimento da qualidade do produto e da
eficácia do processo. A implementação da compatibilização na execução de projetos
também se justifica entre outros aspectos, pela necessidade de ações que possam
solucionar a falta de eficiência do setor da construção. Outros inconvenientes
citados pelo autor são aumento de retrabalho, atraso no cronograma de execução,
falhas na qualidade da edificação, que frequentemente conduzem acréscimo dos
custos das obras.
Além disso, a atividade de compatibilizar os diversos projetos faz ocorrer uma
troca de informações entre os diversos profissionais envolvidos, gerando um
compartilhamento de conhecimento e enriquecendo o projeto.

1.4.3 Compatibilizações x Tempo

O tempo é um fator ligado diretamente ao custo gerado pela


compatibilização dos projetos. Sendo assim, quanto maior o tempo gasto para iniciar
o processo de compatibilização dos projetos, maiores serão os níveis de
interferências gerados entre eles, gerando um maior número erros, que por
consequência aumentara o custo.
A compatibilização de projetos deve ser iniciada ainda nos estudos
preliminares dos projetos, onde as interferências podem ser rapidamente ajustadas.
18

Figura 2 Modelo do processo de projeto de edificações

FONTE: Heineck,2002.

Como demonstra a figura 2, deve ocorrer compatiblização entre os projetos


em todas as fases de projeto, ou seja, desde os estudos preliminares, passando
pelo anteprojeto e legal, e finalmente alcançando o projeto executivo.
Para Goes (2011) apud Novaes (1998), o procedimento de compatibilização
também deve ocorrer durante todas as fases de projeto, constituindo um importante
fator de melhoria da construtibilidade e da racionalização devido à integração dos
19

diversos agentes e disciplinas dentro do projeto. Segundo o autor, a


compatibilização deve “conciliar física, geométrica, tecnológica e produtivamente os
componentes inseridos nos elementos verticais e horizontais das edificações”.

2 ESTUDOS DE CASO

2.1 CASO 1 – EDIFÍCIO RESIDENCIAL

O empreendimento analisado se trata de um edifício de 12 pavimentos, com


dois apartamentos de alto padrão por andar, situado na região metropolitana de
Curitiba.
O apartamento com aproximadamente 120 metros quadrados de área útil,
apresentam 3 quartos, sendo uma com suíte e banheira, um banheiro social, sala,
cozinha e área de serviço separados, lavabo e duas sacadas.

2.1.1 Identificação visual de conflitos entre projetos em obra

Através de inspeção visual dos apartamentos tipo constatou-se em locais


diferentes a presença de conflitos entre o projeto estrutural e o projeto hidráulico.
A figura 4 a seguir demonstra a tubulação de água fria em tubos de PVC
soldáveis marrons e tubulação de água quente de PPR na cor verde, ultrapassando
através de furos na viga superior da cozinha até a área de serviço. No projeto
estrutural não há previsão para furos nessa viga, demonstrando ser falta de
compatibilização de projetos.
20

Figura 4 Tubulação de água fria e água quente

FONTE: Os autores, 2014.

Esse fato ocorreu em todos os apartamentos do edificio, mostrando que a


solução adotada nesse apartamento representa a situação de todo empreendimento.
Também nessa linha, houve problemas nos dois banheiros, onde a tubulação
de esgoto de 100 milimetros do vaso sanitário precisa interceptar a viga para chegar
até sua prumada de destinação como mostra a imagem a seguir
Figura 5 Tubulação de esgoto interceptando a viga

FONTE: Os autores, 2014.

2.1.2 Quantitativos e Custos

Segundo Claudio Jacoski (2003) “Embora o ganho a obter com a adequada


gestão do projeto seja evidente, ainda não é possível quantificar o mesmo
de forma exata em termos de desempenho ou custo.” O autor também cita
21

outros autores que apresentam que uma adequada sinergia entre projetos pode
significaruma redução de 6% do custo direto das obras.
Nesse estudo, evidenciaram-se nove tipos de incompatibilidades entre os
projetos, que foram descritos nos capítulos anteriores e sintetizados em tabela. No
quadro resumo a seguir,

2.1.3 Modelagem dos projetos

Para verificar as possibilidades de uso de BIM para compatibilização de


projetos, os diversos projetos foram modeladosem BIM com base nos projetos
originais.
Na divergência entre os desenhos e as cotas, foram utilizadas as cotas.

O PROJETO ARQUITETÔNICO

Foram seguidos todos os parâmetros e especificações do projeto


arquitetônico em formato CAD. As parede modeladas no programa são de 15 cm,
com revestimento em reboco, reconhecido pelo programa como Substrato 2, por
tijolos de 11,5 cm e por um revestimento interno de gesso de 1cm, chamado de
Substrato 2, como demonstra a imagem abaixo:
22

Figura 6 Parede padrão Revit

Fonte: Os autores, via software Revit, 2014.

As portas de simples abertura foram utilizadas como nos padrões do


programa, porém, a biblioteca de familias de origem do Revit não possui portas de
correr. Conforme a figura 7 a seguir, foram utilizadas portas de famílias externas na
cozinha, no banheiro do quarto da suíte e na área de serviço.
23

Figura 7 Vistas da porta de correr tridimensional e planta

FONTE: Os autores, via software Revit, 2014.

A mesma dificuldade encontrada na modelagem da porta de correr ocorreu


com a esquadria de alumínio da sala, onde era uma janela de 04 folhas, sedo duas
fixas e os demais móveis. Foi baixado um arquivo externo e modificado para suprir
as necessidades de projeto.
A escada foi modelada apenas para fins arquitetônicos pois na identificação
visual das interferências, não foi constatado problemas relativos a escada ou em
suas imediações.
O projeto arquitetônico final é composto pelas paredes e seus revestimentos,
pelo conjunto das esquadrias de alumínio e madeira, vãos e escadaria. O produto
final da modelagem da parte arquitetônica pode ser observado abaixo.
24

Figura 8 Planta baixa do projeto arquitetônico

FONTE: Os Autores, via software Revit, 2014.

A exibição padrão do programa da vista tridimensional com nível de


detalhamento alto e estilo visual realista com arestas com enfase na disciplina
Arquitetura, pode ser expressado pela seguinte imagem:

Figura 9 Projeto arquitetônico modelado em vizualiação 3D

FONTE: Os Autores, via software Revit, 2014.

O PROJETO ESTRUTURAL

A modelagem do projeto estrutural ocorreu segundo o projeto de formas de


extensão CAD. Todos os pilares e vigas possuem como características secções
25

retangulares e concreto C25. Ambas as laterais do elevador são compostas por


pilares-paredes de 170x17 centímetros. As lajes tem espessura, de 10 centímetros.
Todas as famílias usadas nessa modelagem foram encontradas na biblioteca padrão
do Revit.
Na figura 10, foram ocultadas as lajes superiores para melhor visualização
das características do projeto.

Figura 10 Projeto estrutural em 3D

FONTE: Os Autores, via software Revit, 2014.

O PROJETO ELÉTRICO

Foi realizado a modelagem de todas as caixas de passagem 2x4 e 4x4


através das medidas do projeto original em CAD. Também foi adicionado o quadro
de distribuição elétrico do apartamento. Como o objetivo destre trabalho é identificar
as interferências físicas de projeto, não serão modelados os conduites flexíveis, pois
estes podem se adaptar as situações do projeto, passando entre vigas e paredes
sem problema.
A planta de piso com os elementos elétricos visíveis pode ser observada na
figura 11.
26

Figura 11 Planta baixa do projeto elétrico

FONTE: Os Autores, via software Revit, 2014.

A visualiuzação 3D do sistema elétrico com ênfase em coordenação que


detalha com mais textura o projeto pode ser observado pela figura 12:
27

Figura 12 Projeto estrutural em 3D

FONTE: Os Autores, via software Revit, 2014.

Na figura 12, pode-se notar que os interruptores possuem as caixas de


passagem na vertical e as tomadas possuem o mesmo na horizontal. Também nota-
se que algumas caixas de passagem estão posicionadas ligeiramente uma ao lado
da outra, elas possuem a finalidade de telefonia e TV à cabo.
As famílias usadas no desenvolver deste projeto elétrico foram modeladas
pela empresa OFCDESK para a empresa TIGRE. A família pode ser baixada
gratuitamente no site da compania, na aba dowloads. A linha utilizada foi tigreflex.
28

Figura 13 Campo "Editar Tipo" da caixa de luz Tigreflex

FONTE: Os Autores, via software Revit, 2014.

O PROJETO DE GÁS

Não existe tubulação de cobre no Revit 2014, para dar sequência ao trabalho
foi utilizado a tubulação destinada à água quente da Tigre, linha Aquaterm. Foi
escolhida essa solução porque o diâmetro da tubulação descrita em projeto era igual
ao usado na linha da Tigre. As conexões em cobre também foram encontradas na
família Aquaterm com mesmos diâmetros.
29

Figura 14 Planta baixa do Projeto de Gás

FONTE: Os Autores, via software Revit, 2014.

O PROJETO HIDRÁULICO

O projeto hidraulico foi realizado com o template da tigre disponivel no site da


empresa1. Nele é possivel utilizar as diversas tubulações de água fria, quente e
esgoto com mais facilidade. Além disso, o template vem com um plugin da
OFCDESK, que é possivel fazer download de famílias inteiras diretamente pelo

_______________
1 http://www.mundotigre.com.br/downloads
30

programa. O projeto hidráulico foi modelado com base nas plantas 2D e nos cortes
apesar delas não conterem cotas.
Foram modeladas todas as tubulações referentes à água fria, água quente
esgoto, além das prumadas de água pluvial.

Figura 15 Vista Tridimensional do Baheiro da Suíte

FONTE: Os Autores, via software Revit, 2014.

A figura acima é a modelagem da parte hidráulica da suíte, onde é possivel


ver em verde as tubulações de esgoto, em azul a água fria e em branco a tubulação
de água quente. Também foi inserido o vaso, cuba e a banheira. A vista é feita
através do 3D Plumbing onde é possivel ver com destaque as peças referentes a
parte hidráulica.
A figura 16 abaixo demonstra a planta baixa de toda tubulação hidráulica, com
a tubulação de água fria modelada em PVC soldável, a tubulação de água quente
modelada em PPR e a tubulução de hidráulica modelada em PVC esgoto Série
Normal.
31

Figura 16 Planta baixa do Projeto Hidráulico

FONTE: Os Autores, via software Revit, 2014.

2.1.4 Interferências entre projetos

No presente trabalho, é considerado interfência entre os projetos quando as


representações das propriedades físicas dos elementos se sobrepõem, ou ainda,
quando há necessidade de realizar alterações em uma das disciplinas dos projetos
envolvidos.
De acordo com Ávila (2011) com a verificação física e dimensional dos
projetos, não há interrupções durante a obra, pois se reduzem substancialmente as
falhas e surpresas durante a execução do empreendimento.
32

Para realizar esse estudo, todos os projetos foram modelados


tridimensionalmente conforme espessura, altura e comprimento das representações
bidimensionais em CAD 2D.
A figura 17 representa as análises que foram realizadas, como foi modelado
todos os projetos em apenas um único modelo, foi possível observar a interferência
de cada uma das modalidades já citadas, essa observação foi feita fazendo todos
contra todos e ainda, contra o próprio projeto. Porém será citado no próximo tópico
apenas as análises onde aconteceu de fato interferências.

Figura 17 Representação gráfica das interferências de projeto

FONTE: Os Autores, via software Revit, 2014.

COMPATIBILIZAÇÃO ESTRUTURAL X ARQUITETÔNICO

Em vários ambientes do apartamento análisado ocorreu a superposição dos


pilares em relação às paredes pré-definidas no projeto arquitetônico. Isso ocorre
porque a parede com seus revestimentos possuem apenas 15 centímetros,
enquanto o pilar possui dimensões maiores, onde apenas o pilar de concreto, sem
revestimentos, é de 20x60 cm. Foi considerado essa situação como interferência
33

pois no projeto arquitetônico modelado, não apresentava os ressaltos dos pilares.


Essa interência ocorreu no quarto da suíte, no banheiro da suíte, nos dois quartos,
em 3 posições na sala e na cozinha. Como por exemplo na figura 18 onde o quarto
apresenta os pilares salientes a parede.

Figura 18 Transposição dos Pilares em relação as paredes

FONTE: Os Autores, via software Revit, 2014.

Tabela 1 Interferência 01
Interferência 01
Superposição do Pilar de concreto com relação à linha da
Descrição parede
Banheiro da Suíte, Quarto da suíte, Sala, Quarto Maior,
Local Quarto menor e Cozinha
Nº de ocorrências 11
FONTE: Os Autores, 2014.

COMPATIBILIZAÇÃO ARQUITETÔNICO VS ELÉTRICO

Observaram-se interferências no banheiro da suíte, onde uma caixa de


embutir na parede 2x4", com função de interruptor, estava atrás da porta de correr. A
figura 19, mostra que após abrir a porta de correr ficaria bloqueado o acesso ao
interruptor, ou até mesmo dependendo do tipo de acabamento do espelho do
interruptor poderia ser danificado ou impedir a abertura da porta.
34

Figura 19 Interferência porta de correr e caixa de embutir

FONTE: Os Autores, via software Revit, 2014.

Tabela 2 Interferência 02
Interferência 02
Caixa de embutir com função de interruptor atrás da folha da
Descrição porta de correr
Local Banheiro da Suíte
Nº de ocorrências 1
FONTE: Os Autores, 2014.

COMPATIBILIZAÇÃO ELÉTRICA VS ESTRUTURAL

A figura 20, mostra os dois dos três casos onde pilares apresentaram
interferências com as caixas de embutir 2x4". Essa interferencia ocorre pois os
pilares possuem cobrimento de projeto de 2 cm, a estrutura da caixa de embutir 2x4”
possui profundidade de 4,7 cm. Além disso, a área da seção de concreto também é
diminuída com a presença desse dispostivo elétrico.
O pilar de divisão entre o banheiro da suíte e a sala possui duas interferências
com o projeto elétrico. O ponto elétrico do chuveiro, do banheiro da suíte, está
inscrito sob o pilar, já no outro lado, a caixa de passagem 2x4" destinada ao ar
condicionado da sala também está no mesmo espaço que ocupa o pilar. O mesmo
35

ocorre com a tomada destinada ao fogão na cozinha, que está no padrão médio de
tomada, 110 cm do piso acabado.

Figura 20 Interferência entre caixa de embutir e pilar

FONTE: Os Autores, via software Revit, 2014.

Tabela 3 Interferência 03
Interferência 03

Descrição Caixa de embutir em pilar de concreto


Local Banheiro da Suíte, sala e cozinha
Nº de ocorrências 3
FONTE: Os Autores, 2014.

COMPATIBILIZAÇÃO HIDRÁULICO X ARQUITETÔNICO

Pela análise da modelagem as prumadas de esgoto e água de chuva foram


colocadas em lugares onde não havia previsão no arquitetônico, sendo necessário
algum tipo de fechamento como colunas falsas, causando a diminuição do espaço
físico dos cômodos que possuem prumadas, ou seja interferindo no projeto
arquitetônico.
36

Figura 21 Interferência prumadas em arquitetônico

FONTE: Os Autores, via software Revit, 2014.

Tabela 4 Interferência 04
Interferência 04

Descrição Tubulação sem área prevista de passagem


Banheiro da Suíte, Banheiro Social, Cozinha, Área de
Local Serviço e Lavabo
Nº de ocorrências 5
FONTE: Os Autores, 2014.

Como no exemplo da figura, onde o lavabo possui prumada de esgoto e de


respiro e assim será necessário algum tipo de fechamento posterior. Essa
interferência foi observada em todos os banheiros, além da cozinha e da lavanderia.

COMPATIBILIZAÇÃO HIDRÁULICA X ESTRUTURAL

A interferência da hidráulica no estrutural é relativa à falta de previsão de


furos nas vigas para a passagem das tubulações de esgoto. Com isso é necessário
que, posterior ao processo de execução da hidráulica, métodos destrutivos dos
37

elementos estruturais sejam executadas, sendo necessária a avaliação de calculista


nestes casos.

Figura 22 Inteferência hidráulica em vigas

FONTE: Os Autores, via software Revit, 2014.

Tabela 5 Interferência 05
Interferência 05

Descrição Tubulação Hidráulica interceptando estruturas de concreto


Banheiro da Suíte, Banheiro Social, Cozinha, Área de
Local Serviço e Lavabo.
Nº de ocorrências 13
FONTE: Os Autores

Na figura 22 é possivel notar que os tubos de esgotos atravessam em 2


pontos a viga do banheiro social, sendo uma interferência não prevista em projeto.
Além disso, é possivel observar que os pontos de prumada de esgoto, água pluvial,
respiro alem da caixa sifonada e do ponto do vaso, onde estes atrevessam a laje,
não sendo previstos no projeto estrutural. Esse tipo de interferência ocorre em todos
os pontos de vaso sanitário e prumadas diversas.
38

Figura 23 Interferência do projeto Hidráulico no Estrutural na suíte

FONTE: Os Autores, via software Revit, 2014.

Tabela 6 Interferência 06
Interferência 06

Descrição Ponto Hidráulico do Chuveiro Dentro do Pilar


Local Banheiro da Suíte
Nº de ocorrências 1
FONTE: Os Autores, 2014.

Outra interferência que pode ser observada na figura 23, é que no sistema
hidráulico da suíte, toda tubulação que vai para o chuveiro e banheira é interceptada
por um pilar.

COMPATIBILIZAÇÃO HIDRÁULICO X HIDRÁULICO

Como os projetos hidro-sanitário e hidráulico de água quente e fria foram


feitos em pranchas 2D diferentes, houveram interferências físicas entre eles.
Quando foi feita a modelagem sobreposta, o Revit uniu as tubulação que passavam
em pontos semelhantes, como na cozinha onde a tubulação de água quente se uniu
com a prumada de esgoto, como mostra a figura 24.
39

Figura 24 Interferência Hidráulico-Hidráulico

FONTE: Os Autores, via software Revit, 2014.

Tabela 7 Interferência 07
Interferência 05

Descrição Tubulação PPR interceptando Tubulação de Esgoto


Banheiro da Suíte, Banheiro Social, Cozinha, Área de
Local Serviço e Lavabo.
Nº de ocorrências 6
FONTE: Os Autores, 2014.

Neste caso as tubulações foram conectadas, porem outra situação o Revit


simplesmente atravessa um tubo, como no caso da figura 25 onde a tubulação de
água fria intercepta as prumadas de esgoto e água pluvial, porém não faz conexão.
40

Figura 25 Interferência Hidráulico-Hidráulico na suíte

FONTE: Os Autores, via software Revit, 2014.

Tabela 8 Interferência 08
Interferência 05

Descrição Tubulação PVC interceptando Tubulação de Esgoto


Banheiro da Suíte, Banheiro Social, Cozinha, Área de
Local Serviço e Lavabo.
Nº de ocorrências 7
FONTE: Os Autores, 2014.
41

COMPATIBILIZAÇÃO GÁS VS ESTRUTURAL

No projeto descreve-se que o trajeto da tubululação de cobre deve seguir


abaixo da cota de linha do piso acabado em 2 cm, porém, o projeto arquitetônico
demonstra que será utilizado piso-zero como solução final. Sendo assim, foi
modelado o gás no interior da laje, não sendo descrito no projeto estrutural,
considerando assim como uma interferência, como podemos observar na figura 26 a
seguir.

Figura 26 Interferência Gás e Estrutural

FONTE: Os Autores, via software Revit, 2014.

Tabela 9 Interferência 09
Interferência 09

Descrição Tubulação de Cobre interceptando a laje


Local Do Hall do Elevador até a Cozinha e Área de Serviço
Nº de ocorrências 1
FONTE: Os Autores, 2014.

2.1.5 QUANTITATIVOS E CUSTOS

Segundo Claudio Jacoski (2003)


Embora o ganho a obter com a adequada gestão do projeto seja
evidente, ainda não é possível quantificar o mesmo de forma exata
em termos de desempenho ou custo.

O autor também cita outros autores que apresentam que uma adequada
sinergia projetos pode significaruma redução de 6% do custo direto das obras.
42

Nesse estudo, evidenciaram-se nove tipos de incompatibilidades entre os


projetos análisados, que foram descritos nos capítulos anteriores e sintetizados
em tabela. O quadro resumo a seguir foi dividido levando em consideração a
descrição do conflito encontrado, o número de ocorrência no apartamento
estudado, no pavimento, e no empreendimento como um todo.

Tabela 10 Quadro Resumo


Quadro de Resumo de Conflitos
Número de Ocorrência
Descrição
nº Por Apartamento Por Andar No Empreendimento
Superposição do Pilar de concreto
1 com relação à linha da parede 11 22 220
Caixa de embutir com função de
interruptor atrás da folha da porta de
2 correr 1 2 20
Caixa de embutir elétrica em pilar de
3 concreto 3 6 60
Tubulação sem área prevista de
4 passagem 5 10 100
Tubulação Hidráulica interceptando
5 estruturas de concreto 13 26 260
Ponto Hidráulico do Chuveiro Dentro
6 do Pilar 1 2 20
Tubulação PPR interceptando
7 Tubulação de Esgoto 6 12 120
Tubulação PVC interceptando
8 Tubulação de Esgoto 7 14 140
Tubulação de Cobre interceptando a
9 laje 1 2 20
TOTAL 960
FONTE: Os Autores, 2014.

Como no empreendimento existem dois apartamentos idênticos por andar, e


dez andares com apartamentos tipo, as contagens de interferências foram múltiplas
de 2 e 10 respectivamente.
Ao todo foram evidenciados 960 problemas visuais no software Revit que
poderiam ter sido solucionados com uma correta gestão da compatibilização do
projeto.
43

ESTIMATIVA DE CUSTOS

Assim como no trabalho de Cláudio Jackoski (2003), buscou-se junto aos


responsáveis técnicos da empresa, e o setor de compras, a informação histórica de
estimativa a respeito de todos os componentes de custos surgidos pela falta de
interoperabilidade no processo.
No presente trabalho, na ordem dos itens da tabela 10, foram realizadas as
estimativas de custos separando por tipo de serviço realizado para sanar os
problemas.
No item 01, onde ocorre superposição do pilar de concreto com relação à
linha da parede, podemos considerar uma diminuição na área útil do apartamento,
diminuindo assim o valor de venda da unidade, além de dificultar a locação dos
móveis nesse local. Os valores estimados dos apartamentos aumentam na razão em
que os andares são maiores, para realizar a estimativa de desvalorização do imóvel
foi realizado uma média entre os valores das unidades resultando em um valor
arredondado de 720.000,00 reais para um apartamento de 120 metros quadrados.
Sendo assim o metro quadrado construido e protno é de 6.000,00 reais.
A área que ocupa os 11 pilares que transpassam as paredes em
aproximandamente sete centimetros é de 0,512 metros quadrados onde foi
determinado 0,048 metros quadrados por pilar. O valor por desapropriação da área
de é de 3.000,00 por apartamento, 60.000,00 reais no fim da obra. O custo de
desvalorização por conta do sentimento de dificuldade de locação dos móveis não
pode ser menssurado.
No item 02, caixa de embutir com função de interruptor atrás da folha da porta
de correr, houve a necessidade de substituir a porta de correr por uma porta de abrir
para direita. As portas de abrir são mais baratas que as portas de correr por possuir
mecanismos de funcionamento mais simples. Não houve custo envolvido no
presente item.
No entanto, no item 03, onde a caixa de embutir elétrica foi inserida em pilar
de concreto, houve a necessiadade de realizar um enchimento com argamassa até
atingir a espessura da caixa elétrica. A empresa responsável pelo empreendimento
apresentou um orçamento de 30,00 reais por metro quadrado desse serviço,
incluindo material e mão-de-obra especializada. Á área do pilar onde foi realizado
44

esse enchimento é de 1,96 metros quadrados, resultando em um acréscimo de 60


reais por apartamento.
No item 04, onde o projeto arquitetônico não incluía um local de passagem
das prumadas hidráulicas, há uma situação parecida com a descrita no item 01,
onde ocorre a diminuição do espaço útil do apartamento. Á área normal de
enchimento desse fechamento é de 15 x 30 centimetros. Como ocorreu cinco vezes
essa mesma situação em cada apartamento, temos uma área de 0,225 metros
quadrados, que multiplicado por 6.000 reais que representa o preço por metro do
apartamento temos um valor de 1.350,00 de decréscimo por apartamento.
No item 05, tubulação Hidráulica interceptando estruturas de concreto, há a
nacessidade de realizar furação nas vigas para passagem da tubulação. O valor que
a construtura paga por furo depende do diâmetro da tubulação, mas varia de 50,00
reais para furos de 32mm e 120,00 para furação de 112mm. Considerando os treze
furos necessários por apartamento, e multiplicando pelos valores correspondentes,
houve um acréscimo de 975,00 reais por apartamento.
No item 06, ponto hidráulico do chuveiro dentro do pilar, realizou-se o mesmo
procedimento do item 03, onde o enchimento realizado para cobrir a caixa de
passagem elétrica possui uma espessura maior que a da tubulçao de 25mm da
hidráulica necessário, não havendo maiores ônus.
No item 07 e 08, onde ocorre superposição de elementos hidráulicos em
outros elementos hidráulicos, houve a necessidade de colocar uma peça chamada
curva de transposição, que possui um custo de três reais por peça de PVC e 3,90
para transposção de PPR. A construtora informou que não há aumento de custo da
mão-de-obra para colocação deste dispositivo, visto que os empreiteiros não a
consideram como um ponto adicional.
No item 09, tubulação de cobre interceptando a laje, a construtura realizou um
corte na laje para passar a tubulação de cobre, esse serviço foi realizado pela
empreteira que conclui a rede de gás como um todo, havendo um acréscimo de
250,00 reais por apartamento .

CUSTO GERAL

Resumindo os valores obtidos no sub-tópico anterior, e considerando os


valores para 20 unidades, ou seja, o empreendimento como um todo, pode-se
45

montar um quadro resumo de custos do empreendimento por conta da falta de


compatibilização de projetos como na tabela 11 mostrada abaixo:

Tabela 11 Quadro Resumo de Custos no Empreendimento


Quadro Resumo de Custos no Empreendimento

Descrição
nº Custo
Superposição do Pilar de concreto
1 com relação à linha da parede R$ 120.000,00
Caixa de embutir com função de
interruptor atrás da folha da porta de
2 correr R$ -
Caixa de embutir elétrica em pilar de
3 concreto R$ 1.200,00
Tubulação sem área prevista de
4 passagem R$ 27.000,00
Tubulação Hidráulica interceptando
5 estruturas de concreto R$ 19.500,00
Ponto Hidráulico do Chuveiro Dentro
6 do Pilar R$ -
Tubulação PPR interceptando
7 Tubulação de Esgoto R$ 468,00
Tubulação PVC interceptando
8 Tubulação de Esgoto R$ 420,00
Tubulação de Cobre interceptando a
9 laje R$ 5.000,00
R$ 173.588,00
TOTAL
FONTE: Os Autores, 2014.

O montante final por conta da má gestão do projeto, considerando todas as


960 interferências encontradas ao longo deste trabalho, resultou em um ônus para
construtora de 173.588,00 reais.

2.2 CASO 2 – ESCOLA URBANA / RURAL

Para o caso 2, o projeto escolhido para compatibilização é de uma Escola


Urbana/Rural de 6 salas de aula fornecido pelo FNDE. O edifício tem capacidade de
atendimento de até 360 alunos em dois turnos ou 180 alunos em período integral,
com uma área construída total de 867,79 m². Fica considerado como ideal a
implantação em terreno retangular com medidas de 80 metros de largura por 50
46

metros de profundidade e declividade máxima de 3% (FNDE, 2015). A figura 12


apresenta uma imagem renderizada do projeto.

2.2.1 projeto arquitetônico

A técnica construtiva é simples, o que possibilita a construção do edifício


educacional em qualquer região do Brasil, adotando materiais facilmente
encontrados no comércio e não necessitando de mão-de-obra especializada. As
vedações são em alvenaria de tijolo furado revestido e a estrutura em concreto
armado. As coberturas de todos os blocos são em quatro águas com estrutura em
madeira e telhas cerâmicas. A edificação possui três blocos que se conectam por
passarelas à um pátio central (FNDE, 2015). Os blocos são compostos pelos
seguintes ambientes:

a) Bloco Administrativo:
- Almoxarifado;
- Arquivo;
- Circulação;
- Diretoria;
- Secretaria;
- Sala de professores;
- Sanitários adultos: masculino e feminino;
b) Bloco de Serviços:
- Área de Serviço;
- Área de Serviço Externa;
- Circulação;
- Depósito;
- Despensa;
- Cozinha;
- Vestiário masculino;
- Sanitário feminino;
- Sanitário masculino;
c) Bloco Pedagógico:
- Biblioteca;
47

- Salas de aula;
- Circulação;
d) Pátio central coberto;

Figura 5 - Imagem renderizada do projeto

Fonte: FNDE. Disponível em: www.fnde.gov.br. Acesso: Janeiro/2017

MODELAGEM ARQUITETÔNICO

Toda a modelagem seguiu o que foi descrito no memorial descritivo e no


projeto arquitetônico. A figura 13 apresenta um recorte da planta baixa do projeto
arquitetônico.
48

Figura 6 - Planta baixa do projeto arquitetônico

Fonte: FNDE. Disponível em: www.fnde.gov.br. Acesso: Janeiro/2017


49

As paredes utilizadas são todas de 15 cm, sendo considerado tijolos


cerâmicos de oito furos 9x19x19 cm (LxAxE) e para chapisco, emboço e reboco 3
cm para parte externa e 2 cm para interna. A figura 14 apresenta essas
configurações no Revit.

Figura 7 - Camadas da parede

Fonte: Os autores, software Revit, 2017

Todas as portas e janelas foram configuradas respeitando suas dimensões e


materiais apresentados na tabela de esquadrias do projeto. A figura 15 apresenta
em três dimensões o projeto arquitetônico concluído.
50

Figura 8 - Projeto arquitetônico modelado

Fonte: Os autores, software Revit, 2017

A esquerda da figura 15 está o bloco administrativo, à direita o bloco de


serviços, no centro o pátio coberto e ao fundo o bloco pedagógico.

2.2.2 Projeto estrutural

O sistema estrutural adotado será em concreto armado, sendo que para as


vigas, pilares, lajes e sapatas deve ser utilizado concreto com Fck = 25 MPa. As
vigas e pilares são em concreto armado moldado in loco, sendo as vigas com altura
média de 40 centímetros e os pilares com seção de 20x20 e 12x40 centímetros. A
laje é pré-moldada com altura média de 15 centímetros (FNDE, 2015).

MODELAGEM ESTRUTURAL

A partir das plantas de forma do térreo e cobertura disponíveis em CAD foram


modeladas as lajes, vigas e pilares. Todos elementos foram nomeados conforme
consta no projeto estrutural (figura 16) para agilizar no processo de compatibilização.
51

Figura 9 - Informação sobre estrutura

Fonte: Os autores, software Revit, 2017

No campo “Tipo” na parte superior da figura 16 está nomeado o pilar que será
modelado: “P17 20x20 PATI”, sendo que na sequencia estão descritos: “NOME,
DIMENSÃO DA SEÇÃO, BLOCO ONDE ESTA INSERIDO”. O resultado da
modelagem do estrutural está apresentado na figura 17, sendo que as lajes
superiores estão ocultas para facilitar a visualização.
52

Figura 10 - Projeto estrutural modelado

Fonte: Os autores, software Revit, 2017

2.2.3 Projeto Hidráulico

Para o cálculo da demanda de consumo de água foram consideradas as


populações equivalentes aos números de usuários previstos (180 alunos e 12
funcionários). Foi considerando um sistema indireto de abastecimento de água, a
água proveniente da rede pública fica armazenada em reservatórios, que têm por
finalidade principal garantir o suprimento de água da edificação em caso de
interrupção do abastecimento pela concessionária local e uniformizar a pressão nos
pontos e tubulações da rede predial. A reserva foi estipulada em 2 consumos diários
da edificação. O reservatório tem capacidade de 15 mil litros (FNDE, 2015).
A instalação predial de esgoto sanitário foi baseada segundo o Sistema Dual
que consiste na separação dos esgotos primários e secundários através de um
desconector, conforme ABNT NBR 8160 – Sistemas prediais de esgoto sanitário. A
destinação final do sistema de esgoto sanitário deverá ser feita em rede pública de
coleta de esgoto sanitário, quando não houver disponível, adotar a solução individual
de destinação de esgotos sanitários (FNDE, 2015).

MODELAGEM HIDRÁULICO

O projeto hidráulico contempla o sistema de abastecimento de água e esgoto


sanitário, os dois foram modelados usando de referência os arquivos de água fria e
esgoto em CAD (plataforma 2D), e do projeto arquitetônico e estrutural em formato
53

Revit. Também foi utilizado a planilha orçamentaria da obra para complementar as


informações dos projetos.
Todas as tubulações e ligações foram feitas em canos de PVC com diversos
diâmetros, essas tubulações já fazem parte do template para hidráulica
disponibilizado pelo Revit, assim como todas as louças sanitárias, exceto os
bebedouros (figura 18), e as torneiras externas que foram encontrados no site da
empresa MEP Content2, que fornece gratuitamente diversas famílias para projetos
complementares para a plataforma Revit. As caixas de gordura (figura 19), também
não fazem parte das famílias disponibilizadas e foram encontradas no template da
empresa Tigre fornecido em seu site3.

Figura 11 - Bebedouro

Fonte: Os autores, software Revit, 2017

Figura 12 - Caixa de gordura

Fonte: Os autores, software Revit, 2017

_______________
2 https://www.mepcontent.eu/
3 http://www.mundotigre.com.br/
54

O Revit diferencia as tubulações com diferentes finalidades através das cores


automaticamente estabelecidas assim que são realizadas as ligações entre as
famílias existentes no projeto e as tubulações. Na figura 20, podemos ver em azul as
tubulações de água fria, em verde as de esgoto e em cinza os canais de ventilação.

Figura 13 – Projeto Hidráulico Modelado 3D

Fonte: Os autores, software Revit, 2017

2.2.4 Projeto Elétrico

No projeto de intalações elétricas foram definidos distribuição geral das


luminárias, comandos, circuitos, chaves, proteções e equipamentos. O atendimento
à edificação foi considerado em baixa tensão, conforme a tensão operada pela
concessionária local em 110V ou 220V. Os circuitos de tomadas serão dotados de
dispositivos diferenciais residuais (DR) de alta sensibilidade para garantir a
segurança (FNDE, 2015).

MODELAGEM ELÉTRICO

Para a modelagem do projeto elétrico foram utilizados como referência o


arquivo em CAD (plataforma 2D), e do projeto arquitetônico e estrutural em formato
Revit. Como forma de obter informações complementares sobre os materiais
aplicados nos projetos, também se usou a planilha orçamentaria da obra
apresentada na figura 21.
55

Figura 14 – Planilha Orçamentária

Fonte: Os autores, software Excel, 2017

Os elementos principais do projeto elétrico modelado (figura 21) são:


• Eletrodutos da linha principal do projeto de PVC flexível, embutidos na laje e
seus diâmetros variam entre 20mm e 50mm;
• Caixas de passagem na maioria octagonais de 3”, mas também existe uma
grande quantidade de caixas de 4x2”;
• Todas as luminárias do projeto são padronizadas, exitindo apenas dois tipos,
Luminárias 2x32W e Luminárias 2x16W;
• Postes de iluminação para o pátio externo;
• Tomadas duplas e simples;
• Sensores de presença;
• Interruptores simples, duplos e triplos;
• No total três quadros de distribuição de embutir, um para cada bloco;
56

• Um quadro de medição;

Todos os elementos do projeto modelado, fazem parte do template para


elétrica disponibilizado pelo software Revit, não sendo necessária a utilização de
nenhuma família externa.

Figura 15 – Projeto Elétrico Modelado 3D

Fonte: Os autores, software Revit, 2017

2.2.5 Compatibilização

Após a modelagem todos os projetos foram exportados do Revit no formato


Naviswork Cache (nwc) e inserido no software Naviswork. Os projetos foram
conflitados dois a dois (figura 23), através do comando “Clash Detective”, para isso
foi necessário estabelecer uma distância em metros de interferência, foi considerado
0,0 metros, além disso foram escolhidas as regras de interferência, que foram:

a) Itens no mesmo grupo, bloco ou célula;


b) Itens no mesmo arquivo;
c) Itens com coincidência de pontos;
57

Figura 16 - Janela da ferramenta "Clash Detective"

Fonte: Os autores, software Naviswork, 2017

ANÁLISE E DETALHAMENTO DAS INTERFERÊNCIAS

As interferências encontradas na compatibilização seguem na sequência do


trabalho. Em resumo, os números de tipo de interferências estão descritos na tabela
abaixo:

Tabela 12 - Quantidade de tipos de interferências encontradas


PROJETOS TIPOS DIFERENTES DE
INTERFERÊNCIAS
Elétrico X Estrutural 3
Hidráulico X Estrutural 4
Arquitetônico X Estrutural 0
Arquitetônico X Elétrico 2
Arquitetônico X Hidráulico 0
Hidráulico X Elétrico 0
Fonte: Os autores, 2017

ELÉTRICO X ESTRUTURAL

Na análise entre o projeto elétrico e o projeto estrutural foram identificadas as


seguintes interferências:

a) Vigas e luminárias sobrepostas no corredor do bloco pedagógico;


58

Figura 17 - Interferência entre vigas e luminárias

Fonte: Os autores, software Naviswork, 2017

b) Luminárias instaladas no mesmo local da viga V2 no bloco administrativo;

Figura 18 – Interferência entre viga V2 e luminárias

Fonte: Os autores, software Naviswork, 2017

c) Interruptor instalado no pilar P2 no bloco de serviço;


59

Figura 19 – Interruptor instalado no pilar P2

Fonte: Os autores, software Naviswork, 2017

HIDRÁULICO X ESTRUTURAL

Foram identificadas as seguintes interferências:

a) Tubulações de água atravessando vigas (baldrames e superiores) nos 3


blocos;
Figura 20 – Interferência hidráulica com estrutura

Fonte: Os autores, software Naviswork, 2017


60

b) Ralo projetado no mesmo local da viga V3 do bloco administrativo;

Figura 21 – Interferência hidráulica com estrutura

Fonte: Os autores, software Naviswork, 2017

c) Torneiras instaladas junto ao pilar P24 do bloco pedagógico;

Figura 22 – Torneira junto ao pilar P24

Fonte: Os autores, software Naviswork, 2017

d) Tubulação de água fria atravessando o pilar P7 do bloco de serviço;


61

Figura 23 – Tubulação atravessando pilar P7

Fonte: Os autores, software Naviswork, 2017

ARQUITETÔNICO X ELÉTRICO

As duas incompatibilidades encontradas foram:

a) Instalação de interruptor em janela (bloco de serviço);


62

Figura 24 – Interruptor instalado na janela

Fonte: Os autores, software Naviswork, 2017

b) Quadro de distribuição instalado em janela (bloco de serviço);


Figura 25 - Quadro de distribuição instalado em janela

Fonte: Os autores, software Naviswork, 2017

3 CONCLUSÃO

BIM é uma rica e vantajosa plataforma de trabalho que possui diversos


benefícios e ferramentas que não são disponibilizadas por outros softwares, sendo
ela única e eficiente. Com seu uso é possível diminuir tempo, custos, retrabalhos e
desperdícios. Diante disso o BIM pode transformar o cenário atual da construção
63

civil e dos profissionais que nela atuam, porém é preciso disseminar as informações
e estudos necessários aos profissionais, além disso, capacitá-los para que os
mesmos possam adotar esse novo sistema e assim usufruírem de seus benefícios.
O software Revit possui uma ampla plataforma de detalhamento dos projetos,
todas as disciplinas são apresentadas com muita precisão e muita facilidade de
gerar e mostrar tais detalhes. Durante a modelagem automaticamente se conta com
vistas em três dimensões, facilitando muito a compreensão do projeto, na etapa de
criação e construção.
Na etapa de compatibilização, para que seja realizada corretamente, é
necessária a configuração correta dos softwares, ou seja, a configuração de cada
elemento que compõe a edificação, isso faz com o que modelo se torne muito mais
próximo da realidade. Dada a complexidade espacial do edifício estudado, nota-se
uma carência nacional de famílias para tubulação e conexões de cobre,
aquecedores de passagem, telhas, corrimão e conduítes, o que causa uma série de
restrições na utilização dessa ferramenta. Porém, acredita-se que a ferramenta BIM
está suficientemente desenvolvida no âmbito nacional para ser utilizada como
solução no processo de compatibilização de projetos, visto que foi conseguido
modelar todos os projetos.
Uma análise das interferências geradas pelo Naviswork é muito importante,
pois nem todas as interferências indicadas nos relatórios, realmente são erros, como
por exemplo uma a caixa de passagem elétrica embutida na laje, esse item será
acusado como interferência pela análise, mas deverá ser desconsiderada, pois na
realidade pode e irá ocorrer está situação.
Finalizado a etapa de análise de interferências do trabalho ficou evidente que
as potencialidades do BIM auxiliam significativamente no processo de planejamento
e execução das obras civis. Diversas incompatibilidades encontradas são muito
simples de ser solucionadas dentro dos escritórios, no entanto se forem observadas
somente na construção teriam um impacto negativo para edificação, seja por custo,
tempo, desperdício ou retrabalho.
Um projeto modelado por meio de uma plataforma BIM tem um alto grau de
detalhamento e um controle de compatibilização, é válido ressaltar que quando se
utiliza está plataforma, e submete o projeto por diversas análises de interferências, o
projeto pode levar mais tempo de concepção do que um projeto convencional,
consequentemente este tempo gasto irá reduzir muitos retrabalhos durante a
64

execução, logo tornando a edificação tecnicamente aperfeiçoada e economicamente


mais viável.
. Constatou-se que o processo de compatibilização de projetos com o uso de
ferramentas BIM, através da modelagem tridimensional dos projetos bidimensionais
e com a análise das sobreposições e conflitos de caracterisiticas físicas, podem ser
uma solução para corrigir e modificar os projetos antes de seguirem para o canteiro
de obras.
Foram observadas vantagens no sitema BIM em realação ao sistema CAD
convencional, principalmente pela presença do recurso paramétrico, que, em várias
situações, pode ser utilizado para facilitar a modelagem do projeto.
Em uma primeira tentativa, pode ser um processo complexo e dispendioso,
pois o profissional responsável terá que possuir todas as famílias necessárias para
realização do trabalho, porém, o tempo gasto na compatibilização do projeto terá
como reflexo a melhoria do processo construtivo, seja na questão do tempo de
execução ou no custo.
65

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