toupeira, certa noite ao sair da sua toca debaixo da terra. - O que será? Bem lá no alto, no céu, a lua brilhava como uma cintilante moeda de prata. A toupeira achou que era a coisa mais bonita que alguma vez vira em toda a sua vida. - Seja lá o que for, eu quero ter aquela coisa – decidiu a toupeira. - Já sei! Vou dar um pulo e puxá-la cá para baixo. Boing, boing, boing… A toupeira estava tão concentrada a saltar, que nem se apercebeu do barulho que fazia e acabou por acordar o coelho, que dormia na sua toca. - Toupeira – chamou o coelho. O que estás para aí a fazer? - Olá coelho – disse a toupeira. Estou a tentar puxar cá para baixo aquela coisa brilhante que está lá no alto, no céu. - Estás-te a referir à lua? – perguntou o coelho. - Ah, é assim que aquela coisa se chama! – exclamou a toupeira. - Nunca irás conseguir trazê-la cá para baixo. Ela não está tão perto como parece – explicou o coelho. Mas a toupeira não estava disposta a desistir. - Já sei – pensou. Vou usar um pau para tentar puxá-la cá para baixo! A toupeira pegou num pau muito comprido e estendeu-o em direção à lua para tentar agarrá-la. - Zim! Zim, zim, zim! Tão distraída estava a toupeira com o pau, que até tropeçou num ouriço, que dormia na sua cama de folhas. - Toupeira – resmungou o ouriço. O que andas para aí a fazer? - Olá ouriço – respondeu a toupeira. Estou a tentar trazer a lua cá para baixo. - Não vais conseguir – explicou o ouriço. Ela não está tão perto como parece. Mas a toupeira estava determinada a não desistir. - Já sei – pensou. Vou atirar-lhe uma coisa que a vai fazer cair cá para baixo. Então a toupeira procurou e encontrou umas bolotas que se pôs a atirar à lua. - Zás! Zás, zás, zás! - Ai! – queixou-se o esquilo. Estás maluca, toupeira? - Olá esquilo – cumprimentou a toupeira. Estou a tentar que a lua caia cá para baixo. - Olha que não vais conseguir. Ela não está tão perto como parece – comentou o esquilo. Mas a toupeira queria tanto tanto ter a lua, que não ia desistir. - Já sei – pensou. Vou trepar a uma árvore para a tentar agarrar. A toupeira nunca tinha trepado a uma árvore. Era difícil. E ficou com medo quando se viu tão longe do chão, mas continuou a trepar até ver a lua repousar nas folhas, mesmo por cima da sua cabeça. A toupeira esticou as patas. Mesmo no momento em que pensava estar prestes a agarrar a lua, escorregou e desequilibrou-se. - Oh, ui, oops, ai! A toupeira deu um enorme trambolhão e aterrou, splash!, no meio de uma poça. - Oh não, que azar! – lamentou-se a toupeira. Desta vez, quase que a agarrei! De repente, reparou que algo flutuava na poça. Era uma coisa pálida, um pouco encorrilhada, mas a toupeira reconheceu-a de imediato. - A lua – suspirou a toupeira. Deve ter caído comigo. Esticou-se para a apanhar, mas, mal lhe tocou, a lua desfez-se em bocadinhos e desapareceu. A toupeira ficou sentada a chorar. O coelho, o ouriço e o esquilo, foram ter com ela. - Estás bem, toupeira? – perguntou o coelho. - Eu estou bem – soluçou ela, mas a lua não está. Quando a puxei, ela caiu e partiu-se em bocadinhos. Ela era tão bonita e agora nunca mais vou voltar a vê-la. - Tem calma, toupeira – disse o coelho. - Tu não deitaste a lua ao chão nem a partiste – disse o ouriço. - E podes ter a certeza de que vais voltar a vê-la – disse o esquilo. Olha, bem lá no alto, no céu, a lua apareceu por trás de uma nuvem. - Oh – soluçou a toupeira. Lá está ela, tão bonita como sempre. A toupeira, o coelho, o ouriço e o esquilo, ficaram todos juntos a admirar a lua. - É tão bonita – disse o coelho. - Sim, é muito bonita – disse o ouriço. - É mesmo muito bonita – disse o esquilo. - É sim – disse a toupeira, mas não está tão perto como parece. Jonathan Emmet