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Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE

Operações Unitárias A

Bomba Alternativa Triplex de simples efeito

BOMBAS ALTERNATIVAS E ROTATIVAS

Prof. Marcos Moreira

Toledo – PR
SUMÁRIO

1. Bombas............................................................................................... 01

2. Escolha Preliminar da Bomba............................................................ 03

3. Curvas Características de Bombas de Deslocamento Positivo.......... 05

4. Vídeos Sugeridos............................................................................... 07

5. Bombas Alternativas.......................................................................... 08

6. Bombas Rotativas.............................................................................. 36

BIBLIOGRAFIA................................................................................... 40

Lista de Exercícios................................................................................. 41
“Pouco conhecimento faz com que as pessoas se sintam orgulhosas. Muito
conhecimento, que se sintam humildes. É assim que as espigas sem grãos
erguem desdenhosamente a cabeça para o céu, enquanto que as cheias as
baixam para a terra, sua mãe.”

(Leonardo da Vinci)
APRESENTAÇÃO

Nos capítulos iniciais desta apostila são apresentados os tipos existentes


de bombas (Capítulo 1) e a forma preliminar de escolha de uma bomba
(Capítulo 2).
O Capítulo 3 apresenta as curvas das bombas de deslocamento positivo.
No Capítulo 4 são sugeridos alguns vídeos sobre bombas alternativas e
bombas rotativas. Aconselha-se fortemente a visualização dos vídeos,
principalmente aqueles que tratam das bombas alternativas a fim de facilitar
a compreensão do Capítulo 5.
Na parte relativa às Bombas Alternativas (Capítulo 5) apresentam-se
o volume unitário, o espaço percorrido pelo pistão ou êmbolo, a velocidade
e a aceleração do pistão ou êmbolo, as vazões instantânea, máxima, mínima
e média da bomba alternativa, o grau de irregularidade, a eficiência
volumétrica, a carga de aceleração, a ruptura da massa líquida, a máxima
pressão de descarga, o NPSH disponível na instalação, a altura manométrica
do sistema, a potência motriz necessária para o acionamento, o cálculo do
volume do absorvedor de golpe de aríete e o dimensionamento de
estabilizador e amortecedor de pulsação.
Na parte relativa às Bombas Rotativas (Capítulo 6) apresentam-se o
cálculo e o controle da vazão e a potência dessas bombas.
Fazem parte também desta apostila os anexos e uma lista de exercícios.

Prof. Marcos Moreira


1

1. BOMBAS

Bombas são máquinas geratrizes, cuja finalidade é deslocar líquidos (puros,


misturas, pastas e suspensões) por escoamento. Sendo uma máquina geratriz, transforma
o trabalho mecânico que recebe de um motor (em geral, elétrico, a vapor ou de combustão
interna) em energia hidráulica sob as formas que o líquido é capaz de absorver, isto é,
energia potencial, de pressão e energia cinética.

Comumente as bombas classificam-se em:

- Turbobombas ou hidrodinâmicas, ou rotodinâmicas ou bombas de fluxo


- Bombas de deslocamento positivo ou volumétricas
- Bombas especiais

Turbobombas Centrífuga pura ou radial


Axial
Diagonais ou de fluxo misto
Deslocamento Rotativas Um só rotor Palhetas (vane pump)
positivo ou (Rotary pumps) Pistão rotativo (Rotary piston
volumétricas pump)
Elemento flexível (flow inducer or
peristaltic pump)
Parafuso (single screw pump)
Múltiplos Engrenagem (Rotary gear pump)
rotores Lobos (lobe pump)
Parafusos (screw pump)
Alternativas Diafragma Simplex Operado por fluido
(reciprocating (diaphragm ou
pumps) pump) Duplex ação mecânica
Pistão ou Duplo Simplex Acionada
êmbolo efeito por vapor
(piston (double (steam
pump) acting) drive)
Duplex
Simples Simplex Acionada
efeito Duplex por
(single Triplex motores
acting) Multiplex de
combustão
interna ou
elétricos

(Moraes Jr)
2

As bombas também podem ser classificadas quanto:

Trajetória do líquido no Centrífuga pura ou radial (centrifugal pump)


rotor Fluxo misto ou diagonal Hélico- centrífuga
(mixed flow) Helicoidal
Axial ou propulsora (axial flow)
Número de rotores Simples estágio (single stage)
empregados Múltiplo estágio (multistage)
Número de entradas para Aspiração simples ou entrada unilateral
aspiração Aspiração dupla ou entrada bilateral
Transformação da energia Difusor com pás guias entre o rotor e o coletor
cinética em energia de Coletor em forma de caracol ou voluta
pressão Difusor axial troncônico, com pás guias
Velocidade específica Centrífugas puras
De fluxo misto
axiais

1.1. Bombas de Deslocamento Positivo


As bombas de deslocamento positivo impelem uma quantidade definida do fluido
em cada golpe ou volta do dispositivo. Uma porção de fluido é presa numa câmara, e pela
ação de um pistão ou peças rotativas é impulsionado para fora. Desse modo, a energia do
elemento rotativo ou pistão é transferida para o fluido. A característica principal dessa
classe de bombas é que uma partícula líquida em contato com o órgão que transfere a
energia tem aproximadamente a mesma trajetória que a do ponto do órgão com o qual
está em contato. As bombas de deslocamento positivo podem ter escoamento intermitente
(alternativas) ou escoamento contínuo (rotativas).

1.2 Turbobombas
As turbobombas são bombas caracterizadas por possuírem um órgão rotatório
dotado de pás, chamado de rotor, que comunica aceleração à massa líquida,
transformando a energia mecânica que recebe de uma fonte externa de energia (motor
elétrico, por exemplo), em energia cinética. Essa aceleração, ao contrário do que se
verifica nas bombas de deslocamento positivo, não possui a mesma direção e o mesmo
sentido do movimento do líquido em contato com as pás.
As turbobombas dividem-se em centrífuga pura ou radial, axial e diagonais (ou de
fluxo misto).
3

2. ESCOLHA PRELIMINAR DA BOMBA

Quanto ao campo de emprego das bombas, as figuras abaixo apresentam as faixas


de emprego das bombas.

Campo de emprego das bombas

É possível verificar que as bombas de deslocamento positivo se aplicam para cargas


mais elevadas e vazões menores, enquanto que as turbobombas são utilizadas para vazões
elevadas e cargas menores.

Campo de emprego das bombas

Na figura acima é possível verificar que o campo de emprego das bombas também
pode ser dado como função do diâmetro específico e da velocidade específica. Baixas
velocidades específicas indicam o uso das bombas de deslocamento positivo, enquanto
que velocidades elevadas indicam o uso das turbobombas.
4

Características de turbobombas e bombas de deslocamento positivo


Turbobombas Deslocamento positivo
Centrífuga Axial Rotativa Alternativa
Vazão Uniforme Uniforme Uniforme Pulsante
Auto-aspirante Não Não Sim Sim
Altura máxima 4,5 4,5 6,5 6,5
de sucção usual
(m)
Líquidos Limpos, Limpos, Viscosos e não Limpos e puros
operados abrasivos, com abrasivos, com abrasivos
partículas partículas
sólidas sólidas
Faixa usual de Baixa até 680 Média até Baixa até 227 Baixa até 114
3 3
vazão m /h 22.700 m /h m3/h m3/h
Com o decresce decresce Não se altera Não se altera
aumento da
pressão a vazão
Carga ou Baixa a alta Baixa a média Média até 600 Baixa a muito
pressão de (5.000 ft) (25 ft) psi ou 41 atm alta (100.000
descarga 2.163 psi para psi ou 6.800
água atm)
Viscosidade do Menor que Menor que Maior que Até 100.000
líquido (SSU*) 20.000 SSU 20.000 SSU 100.000 SSU SSU
(4.315,3 (21.576,4
centistokes) centistokes)
Usos típicos Instalações Circulação em Transporte de Alimentação
prediais, circuito óleos minerais, de caldeira,
irrigação, fechado, fluidos transporte de
resfriamento, grandes tixotróficos óleos e lamas,
suprimento de sistemas de como gorduras, muito usadas
água, esgotos irrigação melaços, colas, como bombas
pré-gradeados, compostos de dosadoras e
alimentação de celulose, tintas coletoras de
caldeira e e vernizes, amostras
extinção de fluidos
incêndio dilatantes
(multiestágio) como
argamassas de
argila e amido
* SSU=cST x 4,63 (para >70cSt); SSU=cST x 4,7 (para 20cSt70cSt)
SSU=cST x 3,43 + 25,3 (para <20cSt) (aproximadamente)
1 centistoke = 10-6 m2/s
5

3. CURVAS CARACTERÍSTICAS DE BOMBAS DE


DESLOCAMENTO POSITIVO
Uma das diferenças mais significativas entre as bombas de deslocamento positivo
e as bombas de fluxo pode ser observada pelo exame de suas curvas características que
representam a variação da vazão em função da variação da pressão na descarga ou da
altura de elevação manométrica, para uma velocidade de rotação constante do motor de
acionamento.
Enquanto nas bombas de fluxo, a vazão varia em função da variação da altura de
elevação, nas bombas de deslocamento positivo a vazão recalcada independe da altura
desenvolvida.
Na figura abaixo, encontram-se representadas as curvas de funcionamento típicas
de uma bomba de deslocamento positivo, que tanto poderiam traduzir o comportamento
de uma bomba alternativa de pistão como o de uma bomba rotativa de engrenagens.

 - rendimento, Pe - Potência

Um exame dessas curvas revela que a característica teórica de uma bomba de


deslocamento positivo, num sistema de coordenadas Q = f (H), para rotação constante, é
representada por uma reta paralela ao eixo H das abscissas. Isso mostra que, teoricamente,
para uma velocidade de rotação constante, este tipo de bomba fornece uma vazão
constante, não importando o valor da pressão a ser vencida.
Inicialmente, o rendimento total da bomba cresce com o aumento da altura de
elevação manométrica, chegando rapidamente ao seu valor máximo, para depois
permanecer quase constante, com um pequeno decréscimo para as alturas ou pressões de
descarga mais elevadas.
O consumo de potência cresce proporcionalmente ao aumento da diferença de
pressão entre a descarga e a admissão ou altura de elevação manométrica desenvolvida
6

pela bomba, o que leva ao risco de danificação do motor de acionamento ou da própria


bomba. Por esse motivo normalmente as bombas de deslocamento positivo estão
equipadas com uma válvula de alívio ou de segurança.
Na figura abaixo, encontram-se representados os pontos de funcionamento F1 e F2
para uma bomba de deslocamento positivo, funcionando nas velocidades de rotação n1 e
n2. Conforme pode-se observar, as curvas H = f(Q) deslocam-se parelelamente nos
sentidos das vazões crescentes, à medida que aumenta a velocidade de rotação.

Conclui-se pela impossibilidade de regulagem da vazão e em bombas de


deslocamento positivo, pela variação do grau de abertura de uma válvula e instalada no
recalque da bomba. Isso faz com que, na maioria das bombas de deslocamento positivo
que funcionam com velocidade de rotação constante do motor de acionamento, a
regulagem da vazão seja efetuada por válvula de redução de pressão, com retorno de
líquido à sucção através de um by-pass. Esta válvula se abre quando a pressão ultrapassa
um certo limite e deixa retornar uma parte do líquido recalcado novamente à canalização
de admissão. Embora antieconômico, por desperdiçar parte da energia já entregue ao
fluido, este tipo de regulagem é muito simples.
Uma das formas mais vantajosas de regulagem da vazão nas bombas de
deslocamento positivo é a variação da velocidade de rotação do motor de acionamento,
obtendo-se, desta maneira, uma série de retas, convergentes no sentido dos menores
valores da rotação, cada uma correspondendo a um valor constante da pressão na descarga
da bomba.
7

4. VÍDEOS SUGERIDOS

A visualização dos vídeos a seguir, principalmente aos que se referem às bombas


alternativas, é de fundamental importância para o entendimento da natureza oscilatória
da vazão nas bombas alternativas e auxiliará na compreensão de variáveis como vazão
máxima, vazão mínima e aceleração máxima.

BOMBA ALTERNATIVA SIMPLEX DE SIMPLES EFEITO

http://www.youtube.com/watch?v=6dsBCFc07sk

BOMBA ALTERNATIVA SIMPLEX DE DUPLO EFEITO

http://www.youtube.com/watch?v=hNdykOYglBo
http://www.youtube.com/watch?v=E6_jw841vKE

BOMBA ALTERNATIVA TRIPLEX DE SIMPLES EFEITO

http://www.youtube.com/watch?v=v8zaCsDbda4
https://www.youtube.com/watch?v=C2VOcfkGNY4

BOMBA ROTATIVA DE ENGRENAGENS

http://www.youtube.com/watch?v=c6gwU7IHtlo
http://www.youtube.com/watch?v=KbOVoW1C_nE

BOMBA DE PARAFUSO

http://www.youtube.com/watch?v=A-xPRbj88V4
http://www.youtube.com/watch?v=BM-vUd9fAbc

BOMBA DE LÓBULOS

http://www.youtube.com/watch?v=m-ZWPnvC0wc
8

5. BOMBAS ALTERNATIVAS
Nas bombas alternativas o líquido recebe a ação das forças diretamente de um pistão
(ou êmbolo, pistão alongado) ou de uma membrana flexível.

Bomba de Diafragma

Esquema do diafragma
9

Bomba simplex de duplo efeito

Esquema do pistão

Bomba de êmbolo
10

Principais componentes de uma bomba alternativa

Fluid end de uma bomba alternativa de duplo efeito de pistão


11

Fluid end de uma bomba alternativa de duplo efeito de êmbolo

As bombas alternativas podem ser de simples efeito – quando apenas uma face do
êmbolo atua sobre o líquido, e de duplo efeito – quando as duas faces atuam. São ainda
classificadas em: Simplex (quando existe apenas uma câmara com pistão ou êmbolo),
Duplex (quando são dois pistões ou êmbolos), Triplex (quando são três pistões ou
êmbolos), Multiplex (quando são quatro ou mais pistões ou êmbolos).
As bombas alternativas de pistão não tem limite de pressão. São construídas para
pressões de 1000 atmosferas ou mais, bastando fazer a bomba suficientemente resistente
e o motor com a potência necessária. Apesar de imprimirem ao fluido as pressões mais
elevadas entre todos os tipos de bombas, possuem uma capacidade relativamente
pequena. A velocidade do pistão é, em geral, de 12 a 40 m/min e o percurso pode variar
de 7,5 a 60 cm. O rendimento volumétrico (volume de fluido deslocado/volume deslocado
do pistão) é constante e na faixa de 90 a 100%, portanto, se o curso do pistão for constante,
a vazão será quase invariável e não dependerá do sistema e do fluido a ser bombeado. São
recomendadas para o bombeamento de óleos, água de alimentação de caldeira e fluidos
em geral que não contenham sólidos abrasivos. Em virtude de suas características de
deslocamento positivo é também prático o seu uso como bombas dosadoras e medidoras
de vazões moderadas. São auto-escorvantes ou auto-aspirantes, não necessitando ser
preenchidas com o fluido a ser bombeado para o início da operação. Podem funcionar
como bombas de ar, fazendo vácuo, se não houver líquido a aspirar. Recomenda-se que
a velocidade da água no tubo de aspiração seja de aproximadamente 1,5m/s para linhas
curtas (<50m) e de 0,75m/s para linhas longas. Para o tubo de descarga a velocidade de
1,5 a 2m/s nas linhas curtas e de 1m/s nas linhas longas. Indica-se o uso de válvulas de
alívio graduadas para pressões ligeiramente superiores à máxima pressão de operação da
bomba.
As bombas de pistão de ação direta têm sido preferidas para o bombeamento de
concreto no Brasil.
A bomba de diafragma pode ser acionada mecanicamente, pneumaticamente ou
hidraulicamente. Essa bomba elimina todas as gaxetas e selos expostos ao líquido
bombeado. O diafragma pode ser feito de qualquer material flexível (metal, borracha ou
plástico), que seja resistente ao líquido. As bombas de diafragma são usadas para bombear
suspensões abrasivas e líquidos muito viscosos, embora operem com líquidos de qualquer
viscosidade.
12

5.1 Classificação das Bombas Alternativas


As bombas alternativas podem ser classificadas de acordo com os seguintes
critérios:

Quanto ao acionador
Neste caso, classificam-se em:
- bombas de força – quando o acionador é um motor elétrico ou de combustão interna;
- bombas de ação direta – quando o acionador é uma máquina de vapor que movimenta
diretamente o pistão de líquidos, dispensando a necessidade do sistema biela-manivela.

Quanto à posição do(s) cilindro(s)


As posições encontradas são horizontal e vertical.

Quanto ao número de cilindros de líquido


Neste caso, classificam-se em:
- simplex – possuem um cilindro de líquido.
- duplex – possuem dois cilindros de líquido.
- triplex – possuem três cilindros de líquido.
- multiplex – possuem mais de três cilindros de líquido.

Quanto à ação de bombeamento


- simples efeito – a sucção e a descarga são feitas em um só lado do pistão.
- duplo efeito – sucção e descarga de ambos os lados do pistão. Enquanto um lado
succiona, o outro descarrega e vice-versa.

Quanto ao órgão movimentador do líquido


- de pistão – construção usual.
- de êmbolo – para maiores pressões.
- de diafragma – praticamente um tipo à parte.

Quanto ao curso do pistão


- de curso constante – construção usual.
- de curso variável – proporciona a possibilidade de variar a vazão, razão pela qual essas
bombas são chamadas de dosadoras ou proporcionadoras.

5.2 Nomenclatura das Bombas Alternativas


As bombas alternativas com acionador externo (de pistão e êmbolo) são
caracterizadas por dois números representativos de diâmetro do pistão e curso do pistão.
Já nas bombas de ação direta há necessidade de três números para representa-las
(diâmetro do cilindro de vapor, diâmetro do cilindro de líquido e curso do pistão).
13

5.3 Volume Unitário

O volume unitário (Vd) de uma bomba alternativa é definido como sendo o volume
geométrico que a bomba desloca por cada volta completa do eixo de manivelas.
As bombas alternativas, dado o seu princípio de funcionamento, operam com
descarga intermitente. Considerando a figura a seguir,

o volume varrido em um curso do pistão ( ou volume unitário) em um cilindro de


simples efeito é dado por:

π.D 2

V d_SIMPLES EFEITO
= .L (1)
4
ou
π.D 2

V d_SMPLES EFEITO
= .2R (2)
4
sendo D o diâmetro do pistão, L o curso do pistão e R o raio do conjunto biela-manivela.
Para uma bomba simplex de duplo efeito o volume unitário é dado pela soma do
volume à frente do pistão com o volume na parte traseira onde está presente a haste. Dessa
forma, o volume disponível na parte traseira do pistão precisa levar em conta o fato da
presença da haste, assim o volume total num duplo efeito é dado por:

π.D π.(D − d )
= 
2 2 2

V + .L (3)
 
d_ DUPLO EFEITO
4 4
ou

π.(2D − d )
2 2

V d_ DUPLO EFEITO
= .L (4)
4
onde d é o diâmetro da haste.
Para uma bomba alternativa duplex de duplo efeito, o volume unitário é dado por:
14

π.(2D − d ) 2 2

V DUPLEX_DUP LO EFEITO
= .L (5)
2
Para uma bomba alternativa triplex de simpes efeito, o volume unitário é dado por:

 π.D 
2

V = 3. .L  (6)
 
TRIPLEX_SI MPLES EFEITO
4

5.4 Espaço Percorrido, Velocidade e Aceleração

Esquema do mecanismo biela-manivela de uma bomba alternativa.

Quando a manivela R gira para a esquerda de um ângulo , puxa a biela L, e o ponto


B percorre a distância CB, que é igual a x, medida a partir de C, como qual se pode
determinar o ângulo .
Pelo desenho sabemos que x é dado por:

𝑥 = (L. 𝑐𝑜𝑠 𝜑 + R.cosθ) − (𝐿 + 𝑅) (7)

Também sabemos que:

cos  + sen  = 1
2 2
(8)
e
L.sen = R.sen (9)

Substituindo (8) e (9) em (7) chega-se a:

𝐿 𝐿 𝑅 2
𝑥 = −𝑅 [1 − cosθ + 𝑅 − 𝑅 √1 − ( 𝐿 ) sen2 𝜃] (10)

A velocidade do pistão é dada por:


15

dx dθ dx
v = P
= . (11)
dθ dt dθ
ou
𝑅 sen2𝜃
𝑣𝑃 = −𝜔. 𝑅 [senθ + ( 𝐿 ) 2
] (12)
𝑅
2√1−( ) sen2 𝜃
𝐿

A aceleração do pistão é dada por:

dv dθ dv
a = P
= P
. P (13)
dθ dt dθ
ou
[R/(2L)] 𝑅 2 sen2 2θ
𝑎𝑃 = −𝜔2 .R {cosθ + 2
. [cos2θ + ( 𝐿 ) ]} (14)
2
√1−(𝑅) sen2 𝜃
𝐿

onde  = 2n (15)

No estudo cinemático do mecanismo biela-manivela, diversas considerações podem


ser feitas visando a simplificar as equações do deslocamento, da velocidade e da
aceleração do pistão ou êmbolo. Considerando que na maioria dos projetos de bomba
alternativa R/L=0,2, podemos desconsiderar os termos R/L com potência superior ao
quadrado.
Desenvolvendo (10) em uma série trigonométrica:

1 −   sen   1 −   sen 
2 2

R 1 R 2 2 (16)
L 2 L 
e sabendo que
1 1
sen  = 2
− cos 2 (17)
2 2
a equação (10) pode ser modificada para:

1𝑅 1𝑅
𝑥 = −𝑅 (1 − 𝑐𝑜𝑠 𝜃 + 4 𝐿 − 4 𝐿 𝑐𝑜𝑠 2 𝜃) (18)
e teremos que
𝑅
𝑣𝑃 = −𝜔𝑅 (sen𝜃 + 2L sen2𝜃) (19)

𝑅
𝑎𝑃 = −𝜔2 𝑅 (cos𝜃 + 𝐿 cos2𝜃) (20)
16

Caso o comprimento da biela seja muito maior que o da manivela (R/L→0) então:

x = R (1 − cos ) (21)

v = R.sen
P
(22)

a =  R.cos
P
2
(23)

5.5 Vazão Instantânea Teórica


A vazão instantânea do sistema, desprezando-se as perdas devido a vazamentos e à
compressibilidade do fluido, e considerando a velocidade definida por (19), é dada por:
D 2
 R 
Q = ..R. sen + sen 2  (24)
 
INST
4 2L
Considerando-se R/L→0 então:

D 2

Q INST
= ..R.sen (25)
4

Perfil de vazão de uma bomba alternativa simplex de simples efeito

Para uma bomba duplex de simples efeito com ângulo entre manivelas de 180o, a
equação para calcular a vazão em função da posição da manivela será:

D   (26)
..R. sen + sen 2  + sen( + 180 ) + sen 2( + 180 ) 
2
R R
Q= O O

4  2L   2L 
17

Vazão de uma bomba alternativa duplex de simples efeito com ângulo entre manivelas
de 180o.

Para uma bomba duplex de duplo efeito teremos que a vazão total será a
contribuição dos dois cilindros, I e II, do lado da tampa (T) e do lado da haste (H), assim:

Q=Q +Q +Q +Q I_T I_H II_T II_H


(27)

D
..R. sen + sen 2 
2
R
Q = (28)
 
I_T
4 2L

D
..R.sen ( + 90 ) + sen 2( + 90 )
2
R
Q = O O (29)
 
II_T
4 2L

π.(D − d ) 
2
R 2

Q = ..R. sen + sen 2  (30)
 
I_H
4 2L
π.(D − d )
2

2
R 
..R.sen ( + 90 ) + sen 2( + 90 )
(31)
Q = O O

 
II_H
4 2L
18

Vazão de uma bomba alternativa duplex de duplo efeito com ângulo entre manivelas de
90o. CIL I AF: parte da frente do pistão no cilindro 1; CIL I AB: lado da haste do pistão
no cilindro 1; CIL II AF: parte da frente do pistão no cilindro 2; CIL II AB: lado da
haste do pistão no cilindro 2.

Vazões total e média de uma bomba alternativa duplex de duplo efeito com ângulo entre
manivelas de 90o.

Para uma bomba tríplex de simples efeito teremos que a vazão total será a
contribuição dos três cilindros, I, II e III do lado da tampa (T):

Q =Q +Q +Q
I_T II_T III_T
(32)

D
..R. sen + sen 2 
2
R
Q = (33)
 
I_T
4 2L
19

D 
2
R 
Q = ..R.sen ( + 120 ) +
O
sen 2( + 120 ) O (34)
 
II_T
4 2L

D 2
 R 
Q = ..R.sen ( + 240 ) +
O
sen 2( + 240 ) O (35)
 
III_T
4 2L

Vazão de uma bomba alternativa tríplex de simples efeito com ângulo entre manivelas
de 120o.

Vazões total e média de uma bomba alternativa triplex de simples efeito com ângulo
entre manivelas de 180o.

Devido ao elevado nível de variação de vazão, é impossível projetar bombas


simplex e duplex para operar a velocidades elevadas, como, por exemplo, 300 rpm, como
ocorre normalmente com as bombas tríplex e quintuplex.
20

Vazão de uma bomba alternativa quintuplex de simples efeito com ângulo entre
manivelas de 72o.

Vazões total e média de uma bomba alternativa quintuplex de simples efeito com
ângulo entre manivelas de 72o.

5.6 Vazão Média Teórica

A vazão média teórica é dada por:

Q MÉDIA
= V .n
d
(36)

A vazão média teórica também pode ser obtida a partir da vazão instantânea de
acordo com a seguinte equação:
21

Q dθ
= (37)
INST
Q 0

MÉDIA

5.7 Vazão Máxima Teórica

A vazão máxima teórica, considerando R/L→0 é dada por:

D 2

Q = ..R (38)
MÁX
4
para uma bomba simplex de simples efeito, para uma bomba duplex de simples efeito e
para uma bomba triplex de simples efeito.
A vazão máxima, considerando R/L→0 é dada por:

 π.D 
2

= 2 . 2..R
(39)
Q
 4 
MÁX

para uma bomba duplex de duplo efeito com ângulo de 90o entre manivelas.
É importante ressaltar que a vazão máxima de uma bomba duplex de simples efeito
é sempre igual à de uma bomba simplex de simples efeito, pois, para um ângulo de 180o
entre as manivelas, os dois pistões estarão sempre defasados em meio ciclo, logo quando
um está descarregando no máximo de capacidade, o outro está succionando na condição
de máxima velocidade.
Para a bomba triplex a defasagem é de 120o, e a vazão máxima é atingida em duas
situações. Considere o início do ciclo como sendo o início do processo de sucção (posição
0o), logo, a metade do ciclo será o final do processo de sucção e início do processo de
descarga (180o). Na primeira situação um dos pistões estará descarregando no máximo de
sua capacidade (270o), enquanto os outros dois estarão no processo de sucção (150o e
30o). Na segunda, dois pistões estarão em processo de descarga (210o e 330o) e o outro
pistão em processo de sucção (90o).
A vazão máxima para uma bomba duplex de duplo efeito ocorre quando os pistões
estão descarregando do lado do pistão, ou seja, nas posições 45o e 135o.

5.8 Grau de Irregularidade


O grau de irregularidade (Gi) é dado por:

Q −Q (40)
G = i
MÁX MÍN

Q MÉDIA

Para as bombas simplex e duplex de simples efeito (com R/L→0) o grau de


irregularidade é igual a  e /2, respectivamente.
22

Para as bombas duplex de duplo efeito (com R/L→0) o grau de irregularidade é


igual a:

π  (2 2 − 1) + (d/D ) 
2

(41)
G =  
2 2 − (d/D ) 
i 2

onde d é o diâmetro da haste.


Para as bombas triplex de simples efeito (com R/L→0) o grau de irregularidade é
igual a:

π 3 (42)
G = 1 − 
3 2 
i

5.9 Relação entre Vazão Máxima e Vazão Média


A vazão média pode ser relacionada com a vazão máxima por uma equação do tipo:

Q MÁXIMA
= K.Q MÉDIA
(43)
onde

Q
K=G - i
MÍN (44)
Q
MÉDIA

Para bombas simplex, duplex e tríplex de simples efeito (com R/L→0), K é igual a
, /2 e /3, respectivamente. Para bombas multiplex K é igual a 1.
Para bombas duplex de duplo efeito K é dado por:

 2  (45)
K = π 
 2 − (d/D ) 
2

5.10 Eficiência Volumétrica e Vazão Real

A eficiência volumétrica de uma bomba alternativa V é definida como sendo a


razão entre a vazão real e a vazão teórica.
A eficiência volumétrica, normalmente fornecida pelo fabricante, é função das
perdas, fugas do lado pressurizado para o não pressurizado e da compressibilidade do
fluido.
A vazão real então é calculada em função da eficiência volumétrica, ou seja,
23

Q REAL
= η (V .n )
V d
(46)

5.11 Controle da vazão das Bombas Alternativas


A vazão média das bombas alternativas só pode ser alterada mediante:

- variação (mudança) do diâmetro do pistão;


- variação de rotação;
- variação do curso do pistão, o que pode ser obtido pela variação do raio (R) como
eventualmente ocorre em certos tipos de bombas dosadoras.

Naturalmente sempre haverá o artifício extra da recirculação. Note que no caso da


variação da rotação, a vazão e a potência variarão na proporção direta da rotação. No caso
das bombas movidas a vapor, só podemos mudar a vazão mediante atuação na válvula de
admissão de vapor ou através de recirculação.

5.12 Especificação de Bombas Alternativas


Os seguintes dados são necessários ao fabricante para a obtenção da bomba
alternativa adequada:

- fluido a ser bombeado


- tipo de bomba (simplex, duplex, tríplex)
- temperatura de bombeamento
- características do fluido na temperatura de bombeamento
- vazão normal e possíveis variações de vazão necessárias
- diferença de pressão normal (Pd-PS)
- mínima diferença de pressão
- máxima pressão de descarga
- NPSH disponível

5.13 Mínima Diferença de Pressão


É definida como a diferença entre a mínima pressão de descarga e a máxima pressão
de sucção.

5.14 Máxima Pressão de Descarga


Este dado é necessário para o projeto da carcaça e para a especificação da válvula
de alívio indispensável em toda bomba volumétrica. O cálculo da máxima pressão de
descarga é feito pela soma da pressão do reservatório de descarga com a pressão
correspondente à altura estática de descarga mais a perda de carga em termos de perda de
pressão na linha de descarga. O cálculo desta perda de carga deve ser feito para a vazão
24

máxima que corresponde a 3,2 vezes a vazão média para as bombas simplex, 1,6 para
bombas duplex e 1,1 para bombas tríplex. Finalmente, é usual uma margem de segurança
de 10 psi ou 10% - o que for maior – na fixação da máxima pressão de descarga. Na
verdade, antes da fixação definitiva da máxima pressão de descarga é necessário computar
a carga de aceleração.

5.15 Carga (ou Altura) de Aceleração Teórica


O líquido na linha de sucção ou descarga de uma bomba alternativa tem que ser
acelerado, pois o fluxo varia com o tempo. A queda de pressão instantânea necessária
para acelerar a massa de fluido na descarga é denominada de carga de aceleração.
Considere a figura a seguir que ilustra o sistema de sucção de uma bomba alternativa e o
instante logo após a bomba ter iniciado o seu curso de sucção.
A força necessária para acelerar a massa de líquido contida na linha de sucção entre
os pontos A e B será:

F = m.a = (P − P ).A A B SUCÇÃO


(47)

onde m=. Asucção.LS

Assim a carga de aceleração (ha) é dada por:

ΔP m.a L
ha = = = a SUCÇÃO (48)
γ γ.A g SUCÇÃO

Na condição de máxima aceleração teremos a carga de aceleração dada por:

ΔP m.a L
ha = MÁXIMA
= MÁXIMA
= SUCÇÃO
a (49)
γ γ.A SUCÇÃO
g MÁXIMA

Sabemos que a vazão succionada pelo pistão é a mesma vazão liberada pela linha
de sucção, ou seja:

 D 
2

v .A = v
P P
.A v = v  P
P


(50)

D 
SUCÇÃO SUCÇÃO SUCÇÃO

SUCÇÃO

A aceleração na tubulação de sucção considerando uma bomba simplex de simples


efeito pode ser determinada pela derivada da velocidade na tubulação de sucção em
relação ao tempo. Considerando que vP seja dada por (19), e levando (19) em (50) e
derivando em relação ao tempo, tem-se que a aceleração na sucção é dada por:
25

 D  
2

 . cos + cos2 
R
a =  R  2 P

 
(51)

D  
SUCÇÃO

SUCÇÃO
L
Substituindo (51) em (48) e fazendo as devidas modificações teremos que:

2 L 2
.v .n  R 
ha = . SUCÇÃO SUCÇÃO
. cos + cos 2  (52)
N PISTÕES
g  L 
onde DP é o diâmetro do cilindro, vsucção é a velocidade média na sucção.

5.16 Carga (ou Altura) de Aceleração Tradicional


A carga de aceleração mais largamente utilizada é a oferecida pelo Hidraulic
Institute (HI) e é dada (no SI) por:

 C   L.v.n 
ha = 60. .  (53)
 
K g 
Para a condição de carga máxima de aceleração o HI sugere os seguintes valores
para C:

simplex/simples duplex/simples simplex/duplo duplex/duplo efeito


efeito efeito efeito
0,4 0,2 0,2 0,115
tríplex/simples ou quintuplex/simples sextuplex/simples nonuplex/simples
duplo efeito ou duplo efeito ou duplo efeito ou duplo efeito
0,066 0,040 0,028 0,020

Para K, o HI indica um valor de 1,4 para água desaerada (relativamente


incompressível) e 2,5 para hidrocarbonetos de alta compressibilidade relativa.

Igualando (52) e (53) teremos que:

2 2
 R 
C=K . cos + cos 2  (54)
60.N PISTÕES
 L 
Tomando um valor de K igual a 1,4 para a água quente teremos que C será dado
por:
26

0,461  R 
C= . cos + cos 2  (55)
N 
PISTÕES
L 
Esta equação para C é válida apenas para bombas simplex, duplex e triplex de
simples efeito, onde a carga de aceleração máxima é produzida por apenas um pistão.

5.17 Fixação da Máxima Pressão de Descarga


Finalmente, para fixação definitiva da máxima pressão de descarga é necessário
comparar o valor previamente computado com base na perda de carga obtida com a vazão
máxima, com um novo valor levando em consideração a carga de aceleração. Note que
os dois parâmetros são excludentes, visto que a carga de aceleração é máxima quando a
vazão é zero e consequentemente a perda de carga também é zero. Então, este novo valor
de pressão máxima de descarga seria o valor da pressão do reservatório de descarga mais
a pressão correspondente à altura estática de descarga mais a pressão correspondente à
carga de aceleração. Naturalmente, neste cálculo, os dados de comprimento e área de
tubulação devem ser correspondentes aos de tubulação de descarga. No caso das bombas
tríplex, o valor da carga de aceleração obtido pela Equação 68 deve ser dividido por 2,7.
Se o novo valor suplantar o previamente computado então:

- usar o novo valor para a especificação da máxima pressão de descarga e da válvula de


alívio
- selecionar bomba de menor rotação
- aumentar o diâmetro da tubulação
- instalar amortecedor de pulsação na linha de descarga

5.18 Ruptura da Massa Líquida


A ruptura da massa líquida ocorre devido ao movimento do pistão que depois de
“empurrar” o líquido para a linha de recalque, faz com que o mesmo líquido seja “freado”
devido ao seu movimento de retorno dentro do cilindro. Nesse momento, quando o pistão
atinge velocidade nula e a aceleração é máxima, a pressão na linha de recalque pode
atingir um valor inferior ao da pressão de vapor do líquido e assim ocorre o fenômeno da
cavitação. A pressão em um determinado ponto da linha de recalque na condição de
aceleração máxima é dada por:

P P (56)
1
=h + 2
− ha
 1- 2
 1- 2

Para evitar a ruptura no ponto 1 (de pressão P1), a pressão P1 deve ser maior que a
pressão de vapor do líquido bombeado, ou seja
27

P P (57)
1
 VAPOR

 

5.19 Altura Manométrica do Sistema


A altura manométrica do sistema quando há a presença de uma bomba alternativa
pode ser calculada por:

P P Δ(u )
2

H = − +
r a
+ H + (ΔH + ha ) + (ΔH + ha )
b (58)
γ γ
MAN o REC SUC

2g
Como a vazão do sistema é variável, tanto a perda de carga por atrito como a carga
de aceleração variam com o tempo. Dessa forma, o termo “H+ha” varia com o tempo.
A fim de calcular um valor seguro para a altura manométrica do sistema, calculam-se
tanto “H” como “ha” em suas condições de máximo valor e utiliza-se apenas o maior
valor em (58) para as bombas simplex e duplex de simples efeito, pois quando “H”
encontra-se em seu valor máximo, devido à máxima velocidade atingida na tubulação,
“ha” tem valor nulo; e quando “ha” atinge seu valor máximo devido à máxima aceleração,
“H” encontra-se com valor nulo devido à velocidade nula atingida na tubulação.
O valor de “H” em sua condição de máximo é dado por:

ΔH =
2.f.L EQ
(Q MÁX
/A T
)
2

(59)
MÁX
g.D T

onde AT e DT são a área e o diâmetro da tubulação de interesse.

5.20 NPSH Disponível


Similarmente ao cálculo anterior, existem duas hipóteses para cálculo. A primeira,
supondo vazão máxima e consequente perda de carga máxima na linha de sucção. Neste
caso:

P −P (60)
N.P.S.H. = 0 v
− H − H
disponível na instalação
 SUCÇÃO

H na equação acima é a diferença entre o valor de z (coordenada axial) na entrada


da bomba e de z no ponto de captação.
28

A vazão a ser utilizada no cálculo da perda de carga será de “” vezes a vazão média
para as bombas simplex, “/2” para bombas duplex e “/3” para bombas tríplex. A
segunda hipótese de cálculo, normalmente a mais desfavorável, leva em consideração a
carga de aceleração (ha). Neste caso, para bombas simplex e duplex, o NPSH disponível
será:

P −P (61)
N.P.S.H. = 0 v
− H − ha
disponível na instalação

Para bombas tríplex há necessidade de computar o efeito dos dois fatores e o NPSH
disponível será:

P −P ha (62)
N.P.S.H. = 0 v
− H − H −
disponível na instalação
 SUCÇÃO
2,7

sendo que a perda de carga na sucção (Hsucção) deve ser calculada com 90% da vazão
média.
Tendo em vista que o NPSH disponível nesta segunda hipótese depende das
características da bomba, é necessário solicitar ao fabricante que inclua a carga de
aceleração (ha) a fim de verificar se a bomba escolhida possuirá um NPSH requerido
inferior ao NPSH disponível.

5.21 Potência Motriz

A potência necessária ao acionamento será dada por:

 .(Q / η ).H (63)


Pot = MÉDIA_REAL VOL MÁXIMO

η
M

TOTAL

η TOTAL
= η .η .η VOL H MEC
(64)

O rendimento total nas bombas de êmbolo varia de 0,65 a 0,85.

5.22 Projeto do Sistema

O projeto de instalação do sistema de sucção e descarga é tão importante quanto a


rotação da bomba. Um projeto inadequado tem frequentemente resultado em vibrações
excessivas e operações ruidosas. Vibrações excessivas podem causar danos aos
instrumentos, aos componentes do sistema e à própria bomba.
29

Como deve ser o Tanque de Sucção

1) Grande o suficiente permitindo que o fluido permaneça um tempo suficiente para que
as bolhas de gás sejam liberadas, e o fluido, devidamente resfriado.
2) Conter uma chapa divisória para que as bolhas de gás sejam expelidas para a superfície.
A parte superior desta chapa deve ser tal que o nível mínimo do tanque esteja acima de
seu topo.
3) O ponto de alimentação do tanque e a tubulação de retorno da bomba devem estar
abaixo do nível mínimo do tanque.
4) Conter um sistema que quebre o vortex na entrada da sucção.

Projeto do sistema de sucção e descarga para bombas alternativas

Como deve ser a Tubulação de Sucção

1) A mais reta e curta possível.


2) Uma ou duas vezes maior que o diâmetro da flange de sucção da bomba.
3) A velocidade do fluido deve ser inferior a 2ft/s (0,6m/s).
4) Conter o menor número possível de curvas. As curvas inevitáveis devem ser feitas com
raio longo.
5) Projetada para não ter pontos em que o gás possa ser acumulado e retido, a não ser os
pontos próprios para sua extração.
6) Projetada tal que o NPSH disponível, considerando a carga de aceleração, seja maior
que o NPSH requerido.
7) Se a carga de aceleração for muito elevada, instalar um estabilizador de sucção
adequado, localizado na tubulação de sucção, junto à bomba.
8) As tubulações de sucção devem ser ancoradas em espaçamentos adequados para que
não entrem em ressonância com a vibração causada pela variação de vazão das bombas.
9) A válvula de bloqueio deve ser de passagem plena, evitando que hajam restrições ao
30

escoamento do fluido.
10) Não conter filtro de tela, a não ser que uma manutenção regular seja assegurada. A
operação da bomba com cavitação devido à obstrução do filtro é mais prejudicial que a
entrada dos sólidos na bomba pela falta de filtro.

Ilustração do amortecedor de descarga montado em apêndice

Ilustração do estabilizador de sucção e amortecedor de descarga montados adjacentes à


bomba

Como deve ser a Tubulação de Descarga

1) Uma ou duas vezes maior que o diâmetro da tubulação de conexão com a descarga da
bomba.
2) A velocidade média do fluido deve ser três vezes menor que a velocidade média
máxima da tubulação de sucção.
3) A mais reta possível. As curvas necessárias deverão ser de raio longo.
4) Incluir ao menos um amortecedor de pulsação ou deixar observado que, na instalação
da bomba, o amortecedor será montado na tubulação de sucção da bomba, do lado oposto
à tubulação de descarga. A pulsação de pressão máxima admitida é de 10% da pressão
média da descarga, para minimizar os esforços sobre a bomba e evitar que o pico de
pressão promova aberturas da válvula de segurança (PSV).
5) Conter uma válvula de alívio de segurança (PSV), dimensionada para desviar toda
vazão da bomba sem que sejam ultrapassados 10% da pressão de abertura. A tubulação
de descarga da válvula de segurança deve ser conectada ao tanque de sucção para evitar
que as bolhas de gás desprendidas na válvula de alívio entrem na bomba.
6) Conter uma tubulação com válvula para desviar o fluxo da tubulação de descarga
durante a partida, para que a bomba parta sem carga.
7) Conter uma check-válvula na tubulação de descarga para evitar que a pressão do
sistema atue sobre a bomba durante a partida.
8) As tubulações de descarga devem ser ancoradas em espaçamentos adequados para que
31

não entrem em ressonância com a vibração causada pela variação de vazão das bombas.
Para que o estabilizador de sucção seja efetivo, deve ser montado próximo ao fluid
end da bomba. Quando localizado, mesmo a uma pequena distância da bomba, sua
eficiência já é reduzida. Como o amortecedor não reduz a variação de velocidade entre
ele e a bomba, é importante reduzir ao máximo a distância entre a bomba e o amortecedor.

5.24 Estabilizador e Amortecedor de Pulsação de Pressão


O estabilizador de pressão de sucção ou amortecedor de pulsação de pressão de
descarga é um equipamento que reduz a pulsação da pressão criada pela interação da
bomba alternativa com o sistema de sucção e descarga. O estabilizador e o amortecedor
reduzem os picos de pressão através da absorção ou liberação de parte da vazão pulsante
na tubulação de sucção ou descarga.
A vazão na sucção e descarga da bomba alternativa é pulsante devido à variação de
velocidade do pistão, a menos que um amortecedor de pulsação esteja instalado próximo
à bomba, caso contrário, a variação de vazão será convertida em pulsos de pressão. Para
reduzir estes pulsos, um pequeno vaso de pressão pode ser instalado na tubulação de
sucção e/ou descarga. Se a pressão de sucção for alta o suficiente, o mesmo vaso de
pressão pode ser montado na tubulação de sucção, mas é sempre melhor utilizar um
amortecedor específico na sucção, o qual também pode separar o gás livre da massa do
fluido. Este equipamento é chamado de estabilizador de sucção.

Amortecedor de pulsação atmosférico, carregado com ar

Amortecedor de pulsação com diafragma, carregado com nitrogênio


32

Amortecedor de pulsação carregado por mola

O amortecedor absorve da tubulação um pequeno volume do fluido bombeado


quando a pressão na tubulação ultrapassa o valor médio da pressão de bombeio, e
descarrega esse mesmo volume para esta tubulação, quando a pressão cai abaixo do seu
valor médio. Na verdade, ele absorve fluido da tubulação no pico de vazão e descarrega
esta mesma quantidade durante a queda de vazão. A variação do fluxo entre o
amortecedor e a bomba não é afetada pelo amortecedor, mas o fluxo após o amortecedor
torna-se mais uniforme. Como o fluxo na tubulação é mais uniforme, a variação de
pressão é reduzida. Um amortecedor de pulsação com câmara pode reduzir para 8% a
15% as pulsações de pressão nas tubulações.
A eficiência do amortecedor de pulsação da descarga no amortecimento dos pulsos
de pressão está apresentada nas figuras a seguir.
Na maioria dos casos, tem-se obtido o melhor amortecimento das pulsações
utilizando-se como pré-carga para o amortecedor de descarga 60% da pressão média de
descarga, e 50% da pressão média de sucção para o estabilizador de sucção.
33

Variação da pressão na sucção e descarga da bomba antes da instalação do amortecedor


de pulsação

Variação da pressão na sucção e descarga da bomba após da instalação do amortecedor


de pulsação

5.23 Cálculo do Volume do Absorvedor de Golpe de Aríete


Em um sistema de bombeio em que possa haver o bloqueio brusco do fluxo, é
necessária a instalação de um absorvedor, visando evitar o golpe de aríete. Um bloqueio
é considerado brusco quando ele ocorre em um tempo inferior ou igual a 0,45 segundos.
A determinação do volume do absorvedor de golpe de aríete será desenvolvido
baseado em duas hipóteses:
1) As perdas por atrito são desprezíveis por serem pequenas
2) A energia absorvida pela formação da coluna de fluido no interior do absorvedor é
desprezível frente à energia absorvida por este através de sua compressão
O fluido que está sendo deslocado na tubulação, conforme apresenta a figura a
seguir, possui uma quantidade finita de energia cinética, a qual será expressa como:

v
2
(65)
E CINÉTICA
= L.A.ρ
2
34

Ilustração de um absorvedor de golpe de aríete

onde L é o comprimento da tubulação, A é a área interna da seção transversal e v é a


velocidade inicial do fluido no interior da tubulação.
Quando a válvula é fechada, a energia cinética se transforma em energia de
compressão no absorvedor, ou seja

P V  V 
1− n

 (66)
E = W =  PdV =   − 1
1 − n  V
1 1 2

 
CINÉTICA

Considerando que esse processo se dê de forma rápida, sem troca de calor


(adiabático), teremos que
P .V  P 
k −1


k

(67)
W= .  − 1
1 - k  P
1 1 2

1  
onde k é o expoente adiabático da compressão.
Igualando (67) e (65) e isolando V1 teremos que:

V1 =
(k - 1).L.A. .v 2
 P 
k −1
k  (68)
2.P1 . 2  − 1
 P1  
 
35

5.24 Dimensionamento de Estabilizador e Amortecedor de Pulsação


A pressão de pré-carga do estabilizador de sucção e do amortecedor de descarga
deve ficar em torno de 50% a 70% da pressão média de operação da bomba. Deve ser
considerada como pressão média aquela que é lida nos indicadores de pressão, instalados
nas tubulações de sucção e descarga da bomba.
O volume do estabilizador de sucção e do amortecedor de descarga (em m3) serão
calculador por

ΔQ.L.D P
2
(69)
V ESTABILIZA DOR
= SUCÇÃO

T P PRÉ - CARGA

ΔQ.L.D P
2
(70)
V AMORTECEDO R
= DESCARGA

T P PRÉ -CARGA

considerando que o gás de pré-carga é o nitrogênio, com expoente adiabático de


compressão k=1,4. O valor de Q em (69) e (70) é percentual. L e D são o curso e o
diâmetro do pistão ou êmbolo.

Tabela 5.1. Variação percentual da vazão em função do tipo de bomba.

Tipo de bomba Q - Variação de vazão (%)


Máximo Mínimo Total
Simplex de simples efeito 58 100 158
Simplex de duplo efeito 29 100 129
Duplex de simples efeito 29 100 129
Duplex de duplo efeito 24 22 46
Triplex de simples efeito 6 17 23
Triplex de duplo efeito 6 17 23
Quintuplex de simples efeito 2 5 7
Quintuplex de duplo efeito 2 5 7
Sextuplex de simples efeito 1,2 2,6 3,8
Sextuplex de duplo efeito 1,2 2,6 3,8
Nonuplex de simples efeito 0,6 1,5 2,1
Nonuplex de duplo efeito 0,6 1,5 2,1
36

6. BOMBAS ROTATIVAS
Nas bombas rotativas o líquido retido no espaço entre os dentes ou entre as palhetas
deslizantes é deslocado de modo contínuo pelo movimento de rotação desde a entrada até
a saída da bomba.
As bombas rotativas são usadas com líquidos de quaisquer viscosidades, desde que
não contenham sólidos abrasivos. Entre os líquidos que são bombeados por bombas
rotativas estão os óleos minerais, vegetais e animais, gorduras, glicose, viscose, melaço,
tintas, vernizes, goma-laca, lacas, álcoois, ketchup, salmoura, maionese, cola, sabão
líquido, bronzeadores, vinagre e látex. Alguns modelos trabalham a 200 atmosferas. Para
se evitar o atrito entre as engrenagens ou lóbulos, esse tipo de bomba pode ser movido
externamente por engrenagens que se tocam, evitando o contato entre os dentes das
engrenagens ou lóbulos internos. A descarga e a pressão do líquido bombeado sofrem
pequenas variações quando a rotação é constante.

Bomba de Engrenagens

Bomba de Palhetas
37

Bomba de Lóbulos

Bomba Parafuso

A bomba parafuso é o tipo de bomba mais antigo. As primeiras aplicações datam


de 300 anos A.C, usada em irrigação e drenagem. Uma variedade de bomba-parafuso é a
bomba de “cavidade caminhante”. Veja a figura a seguir.

Bomba Parafuso (ou Cavidade caminhante)

Alguns modelos operam com vazões de até 300 m3/h e pressões de até 24atm. São
auto-aspirantes (até 8 m.c.a.) e usadas principalmente para o transporte de massas
cerâmicas, chocolates, graxas, extrato de tomate, polpas de frutas e suspensões de amido.
Operam com materiais muito viscosos (até um milhão de centipoise), temperaturas de até
300oC e com elementos fibrosos ou partículas sólidas.
38

6.1 Cálculo da vazão e potência das Bombas Rotativas


De um modo geral, a vazão efetivamente bombeada por uma bomba rotativa pode
ser computada da seguinte forma:

Q = V .N − Q d F
(72)

onde Vd é o volume deslocado pela bomba a cada rotação, N é a rotação e QF é a vazão


de fuga através de folgas internas. A fuga de vazão é função das folgas internas, da
diferença de pressão, das características do fluido e da rotação.
Então, a potência consumida será:

Q.P
Pot = (73)

6.2 Controle da vazão

Avaliando a equação 72 é possível verificar que a vazão só pode ser alterada se


houver meios para modificar o volume deslocado ou a rotação. Sempre haverá,
naturalmente o recurso extra da recirculação. No caso de variação da rotação são
sugeridas as seguintes correções:

N
Q = (Q + Q ) −Q 2 (74)
2 1 F F
N 1

N  N 
1,5

 + (Pot.abs - Pot.ced ) (75)


Pot.abs = Pot.ced  2 2

N  N 
2 1 1 1

1 1

Q (P − P )
Pot.abs = 1 d1 S1 (76)
η
1

Pot.ced = V .N (P − P
1 d 1 d1 S1
) (77)

onde Pd1 é a pressão na descarga na rotação 1 e PS1 é a pressão na sucção na rotação 1.


“Pot.ced” é a potência efetivamente entregue ao fluido pela bomba.
39

6.3 Especificação de Bombas Rotativas


Os seguintes dados são necessários ao fabricante para a obtenção da bomba rotativa
adequada:

- fluido a ser bombeado


- vazão normal e possíveis variações de vazão necessárias
- temperatura de operação normal, máxima e mínima
- características do fluido na temperatura de bombeamento
- pressão de sucção normal, máxima e mínima
- pressão de descarga normal, máxima e mínima
- NPSH disponível
- operação contínua ou intermitente
- características do local, temperatura, classificação elétrica, facilidades, etc.
- características desejáveis de construção
- materiais
- testes
- características das linhas de sucção e descarga
- características do acionador, se disponíveis
Bombas Alternativas e Rotativas – Prof. Marcos Moreira 40

BIBLIOGRAFIA

Bombas Alternativas Industriais. N. F. Silva; Editora Interciência, 2007.

Bombas Industriais. E.E. Mattos, R. Falco; Editora Interciência, 1998.

Bombas de Deslocamento Positivo. E. Bortolin, A. Michels; Disponível


em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfa8oAD/bombas-
deslocamento-positivo?part=4>. Acesso em: 09 fev. 2015.

Bombas e Instalações de Bombeamento. A.J. Macyntire; LTC, 1997.

Estudo do Escoamento de Fluidos Não-newtonianos em Dutos. A. B.


Leal; Dissertação de Mestrado (UFRRJ), 2005.

Instalações Elevatórias. Bombas. D. F. Carvalho; FUMARC, 1984.

Operações Unitárias em Sistemas Particulados e Fluidodinâmicos.


M.A. Cremasco; Blucher, 2014.

Princípios das Operações Unitárias. A.S. Foust, L.A. Wenzel, C.W.


Clump, L. Maus, L.B. Andersen; LTC, 1982.

Transporte de Líquidos e Gases. Vol. I: D. Moraes Jr.; Ed. UFSCar,


1988.
Bombas Alternativas e Rotativas – Prof. Marcos Moreira 41

Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE


Disciplina: Operações Unitárias A
Prof. Marcos Moreira

Lista de Exercícios

1) Determinar o volume unitário de uma bomba alternativa duplex de duplo


efeito sabendo-se que o diâmetro do pistão é de 6in, o curso 12in e 111/16in o
diâmetro da haste.

2) Qual a vazão média teórica da bomba do exercício anterior considerando


uma rotação de 65rpm?

3) Calcular o volume unitário da bomba triplex de simples efeito, sabendo-


se que o diâmetro do êmbolo é de 5 in e o curso de 8 in.

4) Considerando a bomba alternativa do exercício anterior, calcule a vazão


média teórica sabendo que a bomba opera a 225rpm.

5) Prove matematicamente que para uma bomba triplex de simples efeito


com ângulo de 120o entre manivelas e R/L→0, a vazão máxima instantânea
é atingida em duas situações:
(situação 1) posição dos pistões: 90o, 210o e 330o
(situação 2) posição dos pistões: 30o, 150o e 270o
Considere que a posição de 0o equivale ao início do processo de sucção.

6) Prove matematicamente que para uma bomba de simples efeito com


R/L→0 o valor de K é igual a:
(a)  para bombas simplex
(b) /2 para bombas duplex
(c) /3 para bombas triplex

7) Determinar a eficiência volumétrica de uma bomba alternativa duplex de


duplo efeito sabendo-se que o diâmetro do pistão é de 6in, o curso 12in, o
diâmetro da haste de 111/16in e a vazão real medida foi de 79m3/h.

8) Determinar a eficiência volumétrica de uma bomba triplex de simples


efeito, sabendo-se que o diâmetro do êmbolo é de 5 in, o curso de 8 in e que
durante a operação de transferência de óleo a vazão medida foi de 98m3/h.

9) Uma bomba alternativa simplex de simples efeito possui um pistão com


6in de diâmetro sendo o curso do pistão igual a 12in. A bomba trabalha na
rotação de 60rpm. Considerando os casos onde R/L→0, pede-se:
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(a) obtenha a equação da vazão instantânea teórica da bomba em função do


tempo
(b) faça o gráfico da vazão instantânea da bomba em função do tempo
(c) a partir da equação da vazão instantânea em função do tempo obtenha a
vazão média da bomba
(d) determine a vazão máxima da bomba
(e) calcule o grau de irregularidade da bomba
(f) encontre a relação entre a vazão média da bomba e a vazão máxima

10) Água a 30oC está sendo bombeada


para um reservatório aberto utilizando
uma bomba simplex de simples efeito
com um pistão com 6in de diâmetro
sendo o curso do pistão igual a 12in. A
rotação é de 60 rpm, a eficiência
volumétrica de 97% e a eficiência total
de 80%. Toda tubulação é de aço
comercial de 5 in Sch 40. A diferença
de cota entre a bomba e a saída da
tubulação de recalque é de 40 m e o comprimento da tubulação de recalque
é de 50 m. Cada um dos dois trechos horizontais da tubulação de recalque
possui 5m. A diferença de cota entre a bomba e a superfície da água no
reservatório de captação é de 1m e o comprimento da tubulação de sucção é
de 8 m. A altitude do local é de 900m.

(a) Determine a pressão máxima de descarga

(b) Verifique a possibilidade de ruptura da massa líquida

(c) Calcule o NPSH disponível

(d) Calcule a potência motriz da bomba


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11) Considere o seguinte sistema de


bombeamento de um óleo (1000 kg/m3, 250
centistokes) realizado com uma bomba
alternativa simplex de simples efeito
(R/L→0) em uma altitude de 1.200 metros
do nível do mar. Sabe-se que o pistão da
bomba possui 6in de diâmetro sendo o curso
do pistão igual a 12in. A bomba trabalha na
rotação de 60rpm com uma eficiência volumétrica de 95%. O encanamento
é de aço comercial com diâmetro de 4in Sch40. O comprimento do recalque
é de 300 m e a diferença de cota entre a bomba e a saída da tubulação de
recalque é de 80m. O comprimento da sucção é de 5 m e a diferença de cota
entre a bomba e a superfície da água no reservatório de captação é de 3m. O
efeito dos acessórios na tubulação pode ser desprezado.

(a) Determine a pressão máxima de descarga

(b) Determine o NPSH disponível no sistema

(c) Sabendo que o rendimento total da bomba é de 65%, calcule a potência


motriz para o acionamento da bomba

12) Refaça o exercício 11 considerando uma bomba duplex de simples efeito


com ângulo entre manivelas de 180o, pistão de 6in de diâmetro e curso de
12in.

13) Calcule o NPSH disponível na instalação do exercício 10 considerando


uma bomba alternativa triplex de simples efeito com ângulo entre manivelas
de 120o, rotação de 160rpm, pistão com 6in de diâmetro sendo o curso igual
a 12in.
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Gráfico de comprimentos equivalentes


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Gráfico de rugosidade relativa


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Gráfico de Moody
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Comprimentos equivalentes
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CONVERSÃO DE CENTISTOKES PARA SSU


cSt SSU
2 32,6
4 39,2
7 48,8
10 58,8
15 77,4
20 97,8
25 119,4
30 141,5
40 186,8
50 233
60 279
70 325
80 371
90 417
100 463
120 556
140 649
160 741
180 834
200 927
220 1019
240 1112
260 1204
280 1297
300 1390
320 1482
340 1575
360 1668
380 1760
400 1853
420 1946
440 2038
460 2131
480 2224
500 2316
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Diâmetros para tubos de Schedule 40 (40S)

Propriedades Físicas da água


T (oC)  (kg/m3) µ (cP) Pv (lbf/in2) psi
0 999,87 1,828 0,0866
2 999,87 1,707 0,1025
4 1000 1,598 0,1181
5 999,99 1,548 0,1267
10 999,73 1,335 0,1652
15 999,13 1,167 0,2475
20 998,23 1,029 0,3162
30 995,67 0,815 0,5772
40 992,24 0,666 1,0072
50 988 0,560 1,692
60 983 0,479 2,742
70 978 0,415 4,305
80 972 0,364 6,565
90 965 0,323 9,744
100 958 0,290 14,696
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Equação para pressão de vapor (P em mmHg e T em Kelvin)

2818,6
log Pv = 16,373 − − 1,6908. log T − 5,7546.10−3 T + 4,0073.10−6 T 2
T
Equação para a viscosidade da água (µ em cP e T em Kelvin)

1828
log  = −10,73 + + 1,966.10−2 T − 14,66.10−6 T 2
T

Equação para a massa específica da água ( em g/cm3 e T em Kelvin)

T
− (1− )2/ 7
 = 0,3471.0,274 647 , 35

Equaçóes para a pressão atmosférica em função da altitude (no SI)

 g .z 
P = 101325. exp − 
 R.T 
RAR=288,1 Pa.m3/(kg.K)

altitude (temperatura de referência 4oC)


P (m.c.a.) = 10,33 −
atm
900
altitude em metros
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