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CAMPINAS – SP
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ANESTESIA EM AVES
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LISTA DE FIGURAS
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Sumar io
LISTA DE FIGURAS--------------------------------------------------------------------------------------iii
1- INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------------------------------------01
2- REVISAO DE LITERATURA --------------------------------------------------------------------------02
2.1- Sistema Respiratório-------------------------------------------------------------------------------------02
2.2- Sistema Cardiovascular---------------------------------------------------------------------------------02
2.3- Sistema Renal --------------------------------------------------------------------------------------------03
2.4- Metabolismo e termorregulação ----------------------------------------------------------------------04
2.5- Considerações Gerais para a anestesia------------------------------------------------------------04
2.6- Contenção Física ---------------------------------------------------------------------------------------- 05
2.7- Anestesia----------------------------------------------------------------------------------------------------05
2.7.1- Anestésicos injetáveis --------------------------------------------------------------------------------06
2.7.1.1- Anticolinérgicos---------------------------------------------------------------------------------------06
2.7.1.2- Benzodiazepínicos-----------------------------------------------------------------------------------07
2.7.1.3- Agonista alfa-2- adrenérgico----------------------------------------------------------------------08
2.7.2- Anestesia dissociativa---------------------------------------------------------------------------------08
2.7.2.1- Cetamina – Diazepam------------------------------------------------------------------------------09
2.7.2.2- Cetamina – Xilazina---------------------------------------------------------------------------------10
2.7.2.3- Cetamina – Midazolam-----------------------------------------------------------------------------10
2.7.2.4- Fenotazínicos-----------------------------------------------------------------------------------------11
2.7.2.5- Propofol-------------------------------------------------------------------------------------------------11
2.7.2.6- Opióides------------------------------------------------------------------------------------------------12
2.7.3- Anestesia Inalatória------------------------------------------------------------------------------------14
2.7.3.1- Farmacocinética dos Anestésicos Inalatórios------------------------------------------------15
2.7.3.2- Mecanismo de Ação dos Anestésicos Inalatórios-------------------------------------------15
2.7.4- Agentes inalatórios-------------------------------------------------------------------------------------15
2.7.4.1- Metoxiflurano------------------------------------------------------------------------------------------15
2.7.4.2- Halotano------------------------------------------------------------------------------------------------15
2.7.4.3- Isoflurano-----------------------------------------------------------------------------------------------16
2.7.4.4- Sevoflurano--------------------------------------------------------------------------------------------17
2.7.4.5- Óxido Nitroso------------------------------------------------------------------------------------------17
3- CONCLUSAO -----------------------------------------------------------------------------------------------19
5- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS --------------------------------------------------------------------25
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1- INTRODUÇÃO
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2- REVISAO DE LITERATURA
Como nas outras classes (répteis e mamíferos), pode-se utilizar anestesia inalatória ou
injetável nas aves, sendo feita a seleção da droga e método a ser utilizado visando àquela que
causa menor variação no paciente. O princípio do risco e as terapias de suporte utilizadas são
os mesmos utilizados nos mamíferos, mas devem-se levar em consideração as diferenças
anatômicas e fisiológicas, evidentes principalmente no aparelho cardio-respiratório. Devem-se
também considerar as variações de tamanhos das diferentes espécies, e a susceptibilidade ao
estresse que as aves possuem (ALTMAN et al., 1997).
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O coração das aves está localizado na cavidade celomática com pequeno desvio a
esquerda da linha mediana. É um órgão cônico, envolto por pericárdio, composto por quatro
cavidades, sendo o átrio esquerdo três a quatro vezes maiores que o direito (TINDALL, 1984).
O tamanho do coração está relacionado com a capacidade para o vôo e com o peso da ave
(ZARAGOZA, 1989).
O sistema cardiovascular das aves, como nos mamíferos, é um sistema fechado, ou
seja, um sistema artério-venoso fixo, com aproximadamente 7% do peso corporal da ave. Esse
fato implica que, caso haja necessidade de maior demanda nos tecidos periféricos, o trabalho
do coração tem que aumentar, a fim de que o sangue passe um número maior de vezes no
pulmão para oxigenação, pois não existe a possibilidade de aumento agudo do volume
sanguíneo para atender a maior demanda tecidual de oxigênio (FURLAN; GONZALES;
MACARI, 2002).
O fluxo sanguíneo está estritamente relacionado com o fornecimento de oxigênio e
atividade metabólica da ave. Portanto, o sangue flui em todos os tecidos do organismo, sendo
o mesmo controlado por mecanismos intrínsecos e extrínsecos do animal. O controle intrínseco
é exercido por mecanismos locais dentro do tecido (hipóxia tecidual). Já o controle extrínseco
age fora, por meio de nervos ou hormônios, para alterar o fluxo sanguíneo (FURLAN;
GONZALES; MACARI, 2002).
Em situações que ocorre o desencadeamento de respostas vasculares específicas,
como por exemplo, vasodilatação cutâneas durante estresse por frio ou alterações causadas
por drogas durante a anestesia, deve-se ter cuidado para não incompatibilizar o desvio do fluxo
sanguíneo para territórios distintos, pois considerando que o volume do sangue representa 7%
do peso corporal. Essa incompatibilidade pode desencadear mecanismos fatais, como
processos congestos, choque hipovolêmico, insuficiência renal, hipóxia cerebral e outros
(FURLAN; GONZALES; MACARI, 2002).
Os rins das aves estão localizados dorsalmente, ao longo da coluna vertebral estando
intimamente adaptados às depressões da pélvis. Cada rim é dividido em três lobos: cranial,
médio, caudal. O rim das aves não possui a divisão em cortical e medular (BERCHIERI
JUNIOR; MACARI, 2002).
As aves excretam o urato que é adicionado às fezes, como uma mancha branca, pois
não possuem bexiga. Assim, os ureteres transportam a urina dos rins para a cloaca, na região
do urodeu, local de depósitos dos órgãos urinários (BERCHIERI JUNIOR; MACARI, 2002).
Os túbulos corticais dos néfrons têm a vantagem de um suplemento sanguíneo porta-
renal que os mamíferos não possuem. Deste modo, substâncias absorvidas pelo intestino,
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metabólitos em excesso, vindos dos membros e porções posteriores das aves, podem atingir
os túbulos renais antes de passar pela circulação sistêmica. O mesmo pode acontecer com
fármacos (anestésicos) que são administrados na porção posterior das aves; portanto, pode-se
obter apenas o efeito parcial do medicamento administrado. Devido à circulação porta-renal,
recomenda-se evitar os membros posteriores para a administração de qualquer medicamento,
para não correr o risco de promover uma sub-dose relativa nestas espécies (MASSONE, 2003).
Todas as aves devem passar por um exame físico completo antes da anestesia. Cada
ave tem uma técnica de exame físico, mas em geral, a observação à distância, somada a
anamnese quando possível, já trazem muitas informações. As aves devem ser removidas de
sua gaiola e examinadas, com atenção particular as narinas e boca. Um estetoscópio
pediátrico, para espécies pequenas, deve ser utilizado para auscultação cardíaca e pulmonar.
A palpação da quilha mostra sua integridade e o estado nutricional da ave (BENSON,
THURMON,TRANQUILLI, 1996).
Exames minuciosos pré-anestésicos identificarão muitas aves em risco de morte como
um resultado do estresse da anestesia, cirurgia ou complicações pós-cirúrgicas. Deve-se
estabilizar as aves antes de uma anestesia, a menos que o procedimento anestésico seja
importante na sua estabilização (RUPLEY, 1999).
É importante fazer exames complementares como hematócrito, proteína plasmática,
nível de acido úrico, aspartato-aminotransferase (AST), glicose e leucocítica. Deve-se corrigir
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desidratação antes de uma anestesia e administrar uma fluidoterapia nos pacientes com um
hematócrito acima de 60% (RUPLEY, 1999).
Recomenda-se jejum antes de uma anestesia para permitir que o trato gastrointestinal
superior se esvazie. Os psitaciformes devem sofrer um jejum de no mínimo 3h (geralmente de
5h a 8h) e as aves de rapina de 24h a 36h. Devido à alta taxa metabólica, o jejum prolongado
pode causar hipoglicemia, o que faz com que diminua a metabolização dos anestésicos
administrados (aumentando o período anestésico) (MASSONE, 2003).
Deve-se manter a cabeça e o pescoço elevados durante a anestesia (RUPLEY, 1999;
HARRISON; HARRISON, 1994).
2.7- Anestesia
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Os princípios farmacológicos usados para os mamíferos também são utilizados nas
aves. A farmacocinética descreve a absorção, distribuição, biotransformação e excreção de
drogas. Também é usada para determinar a dosagem a ser empregada e a via de
administração, destino da droga no corpo, incluindo sua ligação a proteínas, volume de
distribuição, biotransformação e excreção, difere de espécies para espécie pela relação entre
biotransformação e excreções são determinadas por fatores metabólicos e hereditários. Existe
uma freqüente associação de que todas as aves são iguais, e farmacologicamente pertencem
a um grupo. Essa associação pode levar tanto para uma eficácia como para uma intoxicação,
mesmo em espécies próximas. Escalas alométricas e os conceitos do tempo fisiológico são
reconhecidos e aceitos como métodos para determinação de doses de drogas a serem
utilizadas. Mais importante, os princípios gerais das escala alométricas serve de base para se
entender como as doses são efetivas pela massa corporal e a taxa metabólica. A dosagem de
quetamina para aves reflete o conceito da escala alométrica das doses, de que as doses das
drogas são inversamente proporcionais ao peso. Exemplo: um psitacídeo pesando 100 gramas
a dose varia de 0,07 a 0,10 mg/kg, enquanto uma ave pesando 500 gramas a dose
recomendada é de 0,03 a 0,06 mg/kg I.M (BENSON; THURMON; TRANQUILLI, 1996).
2.7.1.1- Anticolinérgicos
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Os agentes anticolinérgicos têm indicação como antagonista muscarínicos da
acetilcolina e foram amplamente empregado nas aves como medicação pré-anestésica, para
inibição de secreções respiratórias e salivares, diminuição da motilidade gastro intestinal,
bloquear os efeitos dos impulsos do nervo vago e bloquear o efeito produzido por certas drogas
que estimulam o sistema parassimpático (CORTOPASSI; FANTONI, 2002 e HARRISON;
HARRISON, 1994).
A atropina é contra-indicada em animais com taquicardia ou em arritmias pré-existentes
(CORTOPASSI; FANTONI, 2002). Quando administrada no animal sem qualquer medicação
promoverá taquicardia sinusal, o que em alguns pacientes será extremamente deletério tendo
em vista a diminuição do tempo de enchimento ventricular, aumento do consumo de oxigênio
pelo miocárdio, pois ambos os fatores podem desencadear isquemia (CORTOPASSI;
FANTONI, 2002).
O glicopirrolato promove menos taquicardia, o que minimiza os efeitos adversos que
podem ocorrer (CORTOPASSI; FANTONI, 2002).
A dose de atropina nas aves varia entre 0,01 a 1 mg/kg I.M ou I.V (CARPENTER;
MASHIMA; RUPIPER, 2001).
2.7.1.2- Benzodiazepínicos
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de aves; 0,5 a 1mg/kg para sedação e captura de pombos; 0,25 a 0,5 mg/kg I.M. ou I.V; 0,3
mg/kg para tranqüilização das ratitas (CARPENTER; MASHIMA; RUPIPER, 2001).
O midazolam tem efeito hipnótico maior que o diazepam e é insolúvel em água, com
meia vida curta (ALTMAN et al., 1997). O midazolam na dose de 2 mg/kg I.M. é adequado
para procedimentos que não requerem analgesia, como por exemplo, posição radiográfica em
15 minutos e 20 minutos ou menos (CORTOPASSI; FANTONI, 2002 e ALTMAN et al., 1997).
A dose de midazolam nas aves varia entre 0,8 mg/kg I.M ou I.V, para a maioria das
espécies com peso superior a 500g; 1,5 mg/KG I.M ou I.V, a maioria das espécies com peso
inferior a 500g; 2 a 3 mg/kg para papagaios do gênero Amazona; 2 a 6 mg/kg para sedação,
podendo ser revertido com flumazenil; 0,5 a 1mg/kg para sedação de rapinantes; 0,15 mg/kg
para obtenção de rápido decúbito esternal em avestruzes adultos; 0,3 a 0,4 mg/kg como
medicação pré-anestésica em ratitas; 4 a 6 mg/kg para aves aquáticas e 2 mg/kg para
contenção entre 15 a 20 minutos em gansos (CARPENTER; MASHIMA; RUPIPER, 2001).
O zolazepam é um benzodiazepínico potente e de longa duração que só é encontrado
no mercado associado a tiletamina (agente dissociativo) (CORTOPASSI; FANTONI, 2002).
O flumazenil é um antagonista específico, com alta afinidade pelos receptores
benzodiazepínicos. Após administração intavenosa, reverte o efeito em 2 a 4 minutos e tem
período hábil de 60 minutos, sendo indicado no tratamento de sobredose (CORTOPASSI;
FANTONI, 2002).
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pacientes que apresentam função cardiovascular normal. (CORTOPASSI; FANTONI, 2002).
Em aves, quando usada sozinha, sem associação a outras drogas anestésicas, pode causar
depressão respiratória, excitação, convulsão, hipercapnia e hipóxia em algumas espécies
(ALTMAN et al., 1997).
Nas aves a xilazina é comumente utilizada em associação a cetamina, para diminuir as
contrações musculares, promover analgesia transitória, suavizar a indução e recuperação
(ALTMAN et al., 1997).
A dose de xilazina nas aves varia entre 0,2 a 1 mg/kg I.M ou para obter-se uma suave
sedação em avestruzes; 1 a 2,2 mg/ I.M, para obter-se uma sedação forte em avestruzes e, 1
mg/kg para a maioria das espécies (CARPENTER; MASHIMA; RUPIPER, 2001).
A xilazina possui droga antagonista (ioimbina), utilizada para promover recuperação
mais rápida quando a droga é utilizada sozinha ou em tratamento a super dosagens. A
ioimbina na dose de 0,1 mg/kg é efetiva e não causa mudanças cardiopulmonares significantes
(BENSON; TRANQUILLI; THURMON, 1996).
A cetamina possui algumas vantagens como, ampla margem de segurança e pode ser
administrada I.V. ou I.M. (OROSZ et al., 1992; MASSONE, 2003). É metabolizada pelo fígado e
rins e portanto contra-indicada em pacientes com problemas hepáticos e renais (HARRISON;
HARRISON, 1994).
É indicada para procedimentos rápidos; contudo o nível da anestesia não pode ser
controlado. A cetamina usada isoladamente causa leve analgesia, salivação intensa,
recuperação agitada e não fornece um relaxamento suficiente, podendo provocar contrações
musculares involuntárias, a menos que sejam associados com xilazina, diazepam ou
midazolam, que pode ser misturados na mesma seringa minutos antes da aplicação, ou
administrados com agentes inalatórias. O período de recuperação apresenta alguns riscos para
a ave, pois pode ser prolongado e violento (OROSZ et al., 1992; MASSONE, 2003).
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A tiletamina induz efeitos farmacológicos mais potentes e duradouros que aqueles
observados no uso de outros agentes dissociativios. Porém, aplicação da associação
tiletamina-zolazepam em animais hipovolemicos mantém estáveis os parâmetros
cardiovasculares (CORTOPASSI; FANTONI, 2002).
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relatada moderada hipotermia. A aplicação intravenosa da combinação pode levar a apnéia e
bradicardia. A combinação desses fármacos também é considerada segura e de fácil utilização
por poder utilizar a via intramuscular e por isso é amplamente utilizada como contenção
química nas aves (ALTMAN et al.,1997).
A dose da associação de cetamina e xilazina nas aves, varia entre 4,4 mg/kg I.V de
cetamina e 2,2 mg/kg I.V de xilazina para os psitacídeos com peso superior a 250g; 10 a 30
mg/kg I.M de cetamina e 2 a 6 mg/kg I.M de xilazina para aves com peso inferior a 250g; 10
mg/Kg I.M de cetamina e 0,5 a 1 mg/kg I.M de xilazina para avestruzes e, 2,2 a 3,3 mg/Kg I.M
de cetamina e 2,2 mg/Kg I.M de xilazina para manutenção de avestruzes, após indução com
doses prévias (CORTOPASSI; FANTONI, 2002 e ALTMAN et al., 1997).
O midazolam é mais potente e tem ação mais longa que os outros benzodiazepínicos.
Em aves a combinação com cetamina produz efeitos analgésicos para exames
complementares como radiografias, a sedação dura em média de 20 minutos após a aplicação.
Como o diazepam, o midazolam pode ser utilizado para facilitar a indução da anestesia. Não
há complicações associadas a recuperações prolongadas, mas isso pode ser considerado um
efeito indesejável (CORTOPASSI; FANTONI, 2002)
Vários grupos de substâncias podem reduzir os efeitos adversos dos agentes
dissociativos. Consistente com essa hipótese ter demonstrado que, a administração
concomitante de benzodiazepínicos é efetiva na preservação de fenômenos emergenciais
produzidos pela cetamina e a combinação cetamina-midazolam parece ser mais efetiva que a
cetamina-diazepam na redução dessas reações, alem de produzir menor efeito sobre o tempo
de recuperação (CORTOPASSI; FANTONI, 2002).
Por esses motivos a combinação cetamina-midazolam vem sendo cada vez mais
empregada como contenção química e indução anestésica também nas aves (ALTMAN et al.,
1997).
A dose de cetamina associada a midazolam nas aves, varia entre 10 a 25 mg/kg de
cetamina e 0,5 a 1 mg/kg de midazolam I.M. para a maioria das aves (CARPENTER;
MASHIMA; RUPIPER, 2001).
2.7.2.4- Fenotazínicos
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dose, apenas os efeitos adversos aumentam. Portanto, quando se deseja o aumento da
tranqüilização devem-se associar os agentes fenotiazínicos a outra classe de agentes, como
opióides, alfa-2-agonistas, entre outros (CORTOPASSI; FANTONI, 2002).
A acepromazina promove ptose palpebral, ligeira protusão de terceira pálpebra e
abaixamento da cabeça. Seu principal efeito hemodinâmico é a hipotensão arterial, resultante
do bloqueio de receptores alfa – 1 adrenérgicos periféricos, sendo a redução dose -
dependente, podendo acarretar taquicardia reflexa e aumento da concentração de
catecolaminas circulantes, portanto, a ação antiarrítmica só tem efeito quando as arritmias
ocorrem por liberação endógena ou administração dessa classe de agentes. Eventualmente
bradicardia, bloqueio atrioventricular e até bloqueio sinusal podem ocorrer (CORTOPASSI;
FANTONI, 2002).
Há diminuição da pressão venosa central, diretamente relacionada com o aumento da
freqüência cardíaca, combinada com a diminuição da resistência vascular sistêmica, resultando
num aumento inicial do débito cardíaco. A acepromazina também causa depressão do
miocárdio, hipotermia, aumento da perfusão cutânea e visceral, ação antiarrítmica pelo
bloqueio dos receptores alfa-1-adrenérgico, diminuição da concentração de hemoglobinas e
vasodilatação esplênica (CORTOPASSI; FANTONI, 2002).
A acepromazina também diminui o limiar convulsivo, possui ação antiemética e anti-
histamínica. Ela promove pouca depressão respiratória, mas podem potencializar a depressão
causada por outros agentes, diminuem a sensibilidade dos quimioreceptores ao dióxido de
carbono, podendo diminuir também, a freqüência respiratória e o volume-minuto. Não possuem
ação analgésica, mas podem potencializar os fármacos analgésicos (CORTOPASSI;
FANTONI, 2002).
A ação da acepromazina se dá de 5 a 10 minutos após aplicação I.M. A dose de
acepromazina na maioria das espécies varia de 0,1 mg/kg a 0,2 mg/kg I.M., para tranquilização
e relaxamento muscular entre 0,25 a 0,5 mg/kg I.M, nas ratitas, geralmente associado a outras
drogas (FOWLER, 1986).
A acepromazina em aves dificilmente é utilizada sozinha, é pouco empregada e quando
utilizada geralmente está associada a cetamina (FOWLER, 1999).
2.7.2.5 - Propofol
Pode ser usado via I.V. ou I.O., no caso de aves tem ultra-curta duração, produz
período hábil anestésico de 10 a 15 minutos, estabelecendo discreta hipotensão sem
alterações dignas de nota, não alterando os valores hemogasométricos ou hematológicos,
quando comparados aos valores basais, com recuperação de 25 a 30 minutos sem excitação
ou reação de desconforto. É um líquido que deve ser mantido refrigerado constantemente a
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temperatura de 4º C e após o uso, o remanescente deve ser descartado, uma vez que é um
material sujeito a contaminação quando manipulado inadequadamente (CORTOPASSI;
FANTONI, 2002).
A grande vantagem do propofol é a recuperação tranqüila, mesmo com a reaplicação
de doses subseqüentes, pois é destituído de efeito acumulativo como no tiopental, permitindo
assim, em algumas pequenas intervenções, usar o método fracionado. A dose a ser utilizada
varia de acordo com a medicação pré-anestésica empregada, pois o sinergismo por
potencialização pode ser menor ao se empregar um tranqüilizante, mas pode ser maior ao se
empregar um opióide. Vale ressaltar, que apesar de um custo um pouco mais elevado, ele
apresenta qualidade anestésica melhor que a barbitúrica, pois, além de ser empregado em
pacientes de alto risco com uma margem de segurança superior aos demais agentes indutores,
permitem uma recuperação isenta de reações adversas (CORTOPASSI; FANTONI, 2002).
A dose de propofol nas aves é de 10mg/kg para indução e 1 a 4mg/kg para
manutenção, na forma de bolus, nos patos e 14 mg/kg para a maioria das aves, com duração
muito rápida em psitacídeos (CARPENTER; MASHIMA; RUPIPER, 2001).
2.7.2.6- Opióides
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O fentanil é um agonista mu estruturalmente parecido com a meperidina, 80 a 100
vezes mais potente que a morfina. Ele tem início de sua ação rápida e curta duração.
Depressão respiratória, analgesia, sedação e ataxia se desenvolvem de 3 a 8 minutos após
aplicação I.V. ou I.M, o pico do efeito ocorre em menos de 30 minutos e a duração é de 1 a 2
horas (CORTOPASSI; FANTONI, 2002).
Efeitos sobre a respiração variam de dispnéia a redução do volume-minuto com apnéia
ocasional. A depressão respiratória pode durar por horas após a administração da droga. O
fentanil é uma droga altamente lipossolúvel, atravessa rapidamente a barreira
hematoencefálica. Pode causar mudanças no equilíbrio ácido – básico e causar acidose pela
depressão respiratória (CORTOPASSI; FANTONI, 2002). Pode ser usado como medicação
pré-anestésica e a bradicardia por ele causada pode ser compensada pela associação de
atropina, mas tomando-se cuidado, pois essa associação pode levar a taquicardia severa. Ele
também pode causar queda na pressão arterial média e como a morfina e a meperidina, pode
levar a uma liberação de histamina. Doses baixas de fentanil também podem ser usadas como
analgesia durante anestesia inalatória (CORTOPASSI; FANTONI, 2002).
O butorfanol é um opióde agonista-antagonista, com analgesia 3 a 5 vezes mais
potente que a morfina. Por causa da sua grande afinidade pelos receptores, a dose requerida
de naloxona para antagonistar o butorfanol é muito maior do que aquela requerida para
antagonizar opiódes agonistas, como a morfina. A depressão respiratória causada pelo
butorfanol é menor que a causada pela morfina e não ocorrem grandes mudanças no volume-
minuto. O butorfanol antagoniza o efeito sedativo e respiratório de alguns opiodes agonistas.
Ele pode ser aplicado I.M. ou I.V. em menores dosagens, pode ser utilizado como medicação
pré-anestésica associada aos benzodiazepínicos, fenotiazinas ou alfa-2-agonistas. A pequena
depressão respiratória, os efeitos cardiovasculares mínimos e a ausência de efeitos gastro
intestinais como emese e defecação, são as vantagens do butorfanol perante outros opiódes
(BENSON; TRANQUILLI; THURMON, 1996).
A dose de butorfanol recomendada para as aves varia de 3 a 4 mg/kg I.M. para a
maioria das espécies, inclusive rapinantes; 1a 2 mg/kg I.M,para analgesia em psitacídeos, 1
mg/kg I.M como medicação pré-anestésica em psitacídeos, 0,5 a 2 mg/kg I.M, como analgésico
na maioria das espécies, 0,05 a 0,4 mg/kg I.M, ou S.C, TID pra sedação e a analgesia em
pombos e 0,005 a 0,25 mg/kg I.V para as ratitas (CARPENTER; MASHIMA; RUPIPER, 2001).
A buprenorfina é um agonista parcial de receptor mu e antagonista de receptor kappa.
Seus efeitos agonistas são aproximadamente de 30 vezes o efeito da morfina. O inicio da ação
da buprenorfina é relativamente lento, precisando de 20 a 30 minutos para começar. Sua ação
analgésica pode durar de 8 a 12 horas após aplicação. Pode ser utilizada por via I.M ou I.V em
doses reduzidas (CORTOPASSI; FANTONI, 2002).
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A dose de buprenorfina recomendada para as aves varia de 0,01 a 0,05 mg/kg I.M.
para a maioria das espécies e 6,5 mg/ l na água de beber para a maioria das espécies
(CARPENTER; MASHIMA; RUPIPER, 2001).
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seus anéis traqueais completos. As aves do tamanho de uma calopsita e maiores podem ser
intubadas com uma sonda endotraqueal padrão ou uma sonda modificada. Essas sondas
devem ter um comprimento apropriado (a distancia da ponta do bico até a entrada torácica).
Pode fazer sondas endotraqueais para aves menores a partir de sonda alimentar de cateter de
borracha vermelha. Devem-se cortar a sua extremidade para corrigir o comprimento em um
ângulo e depois deixa-la rombuda através de um aquecimento. Recomenda-se uma intubação
se o procedimento exigir anestesia por mais de 10 min. Devem-se intubar as aves em situação
crítica, de forma que se possa auxiliar a respiração, conforme necessário (RUPLEY, 1999).
2.7.4.1- Metoxiflurano
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anestésico. O gás também é perigoso para a anestesia e para a equipe do centro cirúrgico,
quando utilizado em circuitos abertos. Ele é conhecido por sua alta toxidade hepática e renal
(HARRISON; HARRISON, 1994).
2.7.4.2- Halotano
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Nas aves, uma grande desvantagem do uso do halotano é que, uma parada
respiratória e cardíaca pode ocorrer simultaneamente. Quando comparado ao isoflurano, o
halotano tem alta taxa de biotransformação hepática, maior tempo de recuperação e indução
(ALTMAN et al, 1997 e HARRISON; HARRISON, 1994).
2.7.4.3- Isoflurano
2.7.4.4- Sevoflurano
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O sevoflurano, como os outros agentes inalatórios, causa depressão respiratória, por
efeito depressor do centro respiratório, causando aumento da paCO2 e diminuição do volume
minuto. A resposta fisiológica a essa hipotensão também é prejudicada, uma vez que também
há depressão dos barorreceptores (NICOLAU et al., 2002).
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3- CONCLUSAO
É preciso lembrar que não existe uma droga perfeita para as aves, por isso, pesquisas
e estudos aprofundados nesta área e afins são importantes para esclarecer o profissional que
almeja atuar com estes animais, e para que efetuem procedimentos seguros e eficientes, sem
riscos ao paciente.
É essencial o conhecimento dos aspectos biológicos relativos a particularidades
anatômicas, fisiológicas e de comportamento da espécie a ser contida, além da farmacologia
dos anestésicos. A escolha do protocolo anestésico depende de vários fatores, tais como o
estado do animal, o tipo de procedimento a ser realizado, a duração deste procedimento e o
custo.
Somando tudo isso, é indispensável reconhecer que, se tratando de animal incomum
na clínica de pequenos animais, a experiência e trocas de informações entre profissionais faz-
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se necessário, a fim de aumentar o conhecimento e transferir de uma melhor maneira a sua
rotina.
E a partir deste conhecimento da anestesiologia, que surgem pesquisas que possam
ampliar o entendimento em relação à anestesia de aves. Consequentemente, estudantes de
graduação e pós-graduação interessarão mais por está área muito aquém da realidade das
Universidades Brasileiras.
4- ANEXOS
CAMPINAS – SP
2009
Fonte: www.vetjg.com
Fonte: www.vetjg.com
CAMPINAS – SP
2009
Fonte: Zoológico de Sorocaba
CAMPINAS – SP
2009
Fig 05: Contensão física em aves
CAMPINAS – SP
2009
Fig 07: Contensão física em aves
CAMPINAS – SP
2009
Fonte: Zoológico de Sorocaba
Fonte: www.vetjg.com
CAMPINAS – SP
2009
Fig 10: Monitoração
Fonte:www.vetjg.com
CAMPINAS – SP
2009
5- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Veterinária. 3.ed. Artmed, 2001.
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Roca, 2002.
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Janeiro: Guanabara Koogan, 1996
RITCHIE, HARRISON AND HARRISON. Avian Medicine: Principles and Application. 1 ed.
Lake Worth - Flórida: Wingers Publishing Inc, 1994.
CAMPINAS – SP
2009
TINDALL, B. Birds – Their structure and function. 1. ed. London: As King, JMc Lelland,1984.
CAMPINAS – SP
2009