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CURSO: AVICULTOR

Anatomia e Fisiologia de
aves domésticas
Prof. Felipe Faccini dos Santos

21 de agosto de 2020 1
Introdução

 Adaptação a todos os tipos de habitat


 Aparecimento de diferenças essenciais
 Excelentes planadores / nadadores /
mergulhadores / ciscadores / corredoras

Especializações
Esqueleto Penas

Respiração
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TEGUMENTO (Revestimento do corpo)

• PELE
 Mais fina que de mamíferos
 Glândula uropígio (produz secreção
oleosa que impermeabiliza as penas)
 Não possuem glândulas sudoríparas
 Penas: especialização da epiderme,
composta de 90% de queratina
(proteína dura que protege o animal)

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TEGUMENTO (Revestimento do corpo)
• PELE (fina)
Como existem as penas que
protegem as aves contra atritos e
lesões (proteção mecânica), a pele
que está abaixo não precisa ser
grossa.
No entanto, como frangos de
corte crescem muito rápido, durante
as primeiras semanas de vida a pele
fica exposta.
Por isso, é muito importante o
manejo correto para evitar lesões e
cortes na pele, que é muito fina nas
aves.

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TEGUMENTO (Revestimento do corpo)
• PELE (sexagem por penas)
 MACHOS:  FÊMEAS:
empenamento lento empenamento rápido As penas possuem uma
característica genética ligada aos
cromossomos do sexo que é muito
útil na avicultura.
Com os cruzamentos corretos,
podemos determinar logo no
nascimento das aves, pelas penas
da asa, se é macho ou fêmea.

Isso será melhor explicado na


aula de reprodução das aves!
Secundárias Primárias
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mais longas mais longas
TEGUMENTO (Revestimento do corpo)

• PELE (escamas de queratina)

As regiões do corpo da ave que


não possuem penas, por não ter a
proteção das penas, possuem pele
grossa.
Isso é bem visível na área do bico
e pernas, que são áreas de muito
atrito.

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TEGUMENTO (Revestimento do corpo)
• PELE (Glândula: Uropígio) - impermeabilização
Essa glândula fica localizada no dorso,
acima da cloaca. Já viram as aves
“coçando a cauda”? Na verdade estão
coletando óleo para passar nas penas.
A secreção produzida no uropígio é
muito importante para a
impermeabilização das penas.
Isso cria um “colchão de ar” entre a
pele da ave e as penas. Desta forma
funciona como isolamento térmico, no
exemplo dos pinguins, e funciona
também como flutuador, permitinto por
exemplo a natação dos patos sem
grandes esforços. 7
TEGUMENTO (Revestimento do corpo)

• BICO

O bico das aves são


estruturas queratinizadas
extremamente
especializadas, que variam
de acordo com a
alimentação de cada ave.

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TEGUMENTO (Revestimento do corpo) – outras estruturas

Meato auditivo externo


Glândula uropígea
Crista

Bico

Barbela

Lobos da orelha
Esporões

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ESQUELETO

• Características gerais

 Ossos com cavidades aéreas (ossos pneumáticos) para diminuir seu peso;
 Por isso, são ossos frágeis;
 Modificações para voo e locomoção bípede;
 Aves que voam  osso esterno (com quilha) fino e leve

Esterno com “s” mesmo! É o


nome do osso onde ficam
presos os músculos do peito.

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ESQUELETO
CRÂNIO

Quando a ave
nasce, ela apresenta
uma protuberância no
bico chamada de
Principais modificações: “dente de leite”. É uma
• mandíbulas sem dentes estrutura que ajuda o
• bico forte e leve  varia de pintinho a sair da casca
forma conforme o tipo de e se desprende alguns
alimentação.
dias após a eclosão
• Ossos do crânio soldam-se;
(saída do ovo/
• Crânio articula-se por meio nascimento).
de um único côndilo occipital
com a 1º vértebra cervical
(atlas) 11
ESQUELETO

Principais modificações: As aves respiram


empurrando a quilha para
• Vértebras cervicais e da cauda
possuem grande mobilidade. frente. Isso faz a cavidade
• Número variável de vértebras abdominal aumentar de
cervicais tamanho e força a
entrada de ar.
Por isso, quando
• Vértebras Torácicas se contemos as aves, temos
articulam com as costelas e se que tomar cuidado para
unem diretamente ao esterno
por meio de ligamentos
não apertar o abdome do
 RESPIRAÇÃO animal, pois ele pode ficar
sem conseguir respirar.

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ESQUELETO

Principais modificações:
• Ossos soldados 
vértebras lombossacras
(sinsacro) e ossos da pélvis
(ílio, ísquio e púbis).

• Cauda tem como suporte


a última vértebra coccígea
(pigóstilo).
• Uropígio – estrutura
carnuda  inserção das
penas da cauda.
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ESQUELETO
OSSOS DO VOO

Principais modificações:

• Esterno com quilha que confere


rigidez e proporciona uma
maior superfície para
implantação dos músculos
responsáveis pelo voo.

• clavículas ou “osso da sorte”


fundidas em suas extremidades
ventrais para formar a forquilha
em forma de “V”.
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ESQUELETO ESQUELETO
APENDICULAR
Principais modificações:

• Ossos mais longos das


pernas e das asas tornaram-
se ocos  finas trabéculas
internas de reforço,
ocupadas por divertículos
dos sacos aéreos (ossos
pneumáticos).

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ESQUELETO

Como falado nas aulas anteriores,


grande parte da produção de exportações
de carne de frango são na forma de partes
da aves.
Praticamente toda a ave é aproveitada
como produtos nobres. As partes não
utilizadas para alimentação humana
(como intestinos, órgãos reprodutivos,
pulmão, penas, etc.) são encaminhados
para uma parte do abatedouro chamada
“graxaria”. Ali estes produtos são cozidos,
triturados, transformados em farinha e
utilizados em ração de animais, como cães
e gatos.
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MÚSCULOS

 Movimentação da ave  músculos das asas, do peito,


das coxas e das pernas;

 Produção de proteína de origem animal  músculos


peitorais e as coxas (rendimento de carcaça > 70%)

Para pesquisar...

O que é carcaça?
O que é rendimento de carcaça?
Porque é interessante um valor alto
de rendimento de carcaça?
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MÚSCULOS

Músculo Peitoral Superficial Os músculos peitorais são


Músculo Peitoral Profundo responsáveis pelos bater das
asas. Por isso, nas aves é bem
desenvolvido e representa
peso total - 15 % a 20 % grande parte do total de
beija-flores - 30 % músculos do corpo do animal.
humanos - 1 %

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MÚSCULOS

Uma via interessante de aplicação de vacinas


oleosas, em reprodutores e poedeiras (não é feito
em frangos de corte), é no peito. O objetivo é que a
vacina fique alojada entre o músculo peitoral
superficial e profundo. Na imagem vemos o
músculo peitoral superficial cortado e a vacina
entre os músculos (substância branca).
Além disto, utilizamos o músculo do peito para
observar o “estado de carne” da ave, ou seja, se ela
está bem nutrida ou está magra.

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SISTEMA RESPIRTÓRIO
 Bem diferente dos mamíferos  necessidade de um
grande consumo de oxigênio (Alto metabolismo celular)

 Regular e/ou manter a alta temperatura corporal


(aves não possuem glândulas sudoríparas)

 Aves, igualmente aos mamíferos, são HOMEOTÉRMICOS,


sua temperatura varia de 37,7 à 43,5 ºC.

Para pesquisar...

O que são animais homeotérmicos?


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SISTEMA RESPIRTÓRIO

 Constituição:

Cavidades Nasais
Laringe
Traquéia
Siringe
Brônquios
Pulmões
Sacos Aéreos

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SISTEMA RESPIRTÓRIO
Nas aves existe normalmente
 Constituição: uma comunicação entre a
cavidade nasal e oral.
Cavidades Vacinas possuem corantes
Nasais para verificar as aves que já
foram vacinadas, por isso,
quando vacinamos via nasal, a
língua das aves também fica
manchada.

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SISTEMA RESPIRTÓRIO

 Traqueia  Siringe
Tubo com anéis Estrutura membranosa
cartilaginosos completos Emissão de som

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SISTEMA RESPIRTÓRIO
O pulmão das aves não se
expandem, como nos
 Pulmão mamíferos.
Compactos O ar sai da traqueia e passa
pelo pulmão até chegar nos
Cor vermelha
sacos aéreos, depois passa
Brônquios Aderidos as costelas novamente pelo pulmão para
Primários
(impressões costais) sair na expiração.
Desta forma, a cada
Respiração  associação dos
respiração o ar passa nos
músculos da região torácico-
pulmões duas vezes!
abdominal, do esqueleto e dos
Aumentando assim a
sistemas respiratório e
eficiência da troca dos gases
circulatório.
nas aves.

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SISTEMA RESPIRTÓRIO

 Sacos Aéreos
Câmaras de ar
Pouca vascularização
Divertículos → ossos
pneumáticos e pele
(aves aquáticas)

Grupos: cranial e caudal

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SISTEMA RESPIRTÓRIO

 Sacos Aéreos

Grupo Cranial
Clavicular ou Interclavicular
Cervicais
Torácicos Anteriores
Brônquios
Primários Grupo Caudal
Torácicos Posteriores
Abdominais

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SISTEMA DIGESTÓRIO

 Constituição:
Cavidade Bucal
Esôfago
Papo
Proventrículo
Moela
Intestino Delgado
Intestino Grosso
Glândulas Anexas:
Fígado e Pâncreas
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SISTEMA DIGESTÓRIO

 Cavidade Bucal
Bico → queratina
Língua → papilas tácteis e
gustativas
Glândulas salivares
Faringe
 Esôfago
Tubo longo
Rica em glândulas
 Papo
Dilatação sacular do esôfago
Reservatório de alimento
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SISTEMA DIGESTÓRIO
O papo é uma estrutura de
armazenamento temporário de alimento. A
 Papo ou inglúvio ave “enche o papo” e depois esse alimento vai
Dilatação sacular do esôfago passando aos poucos para o estômago.
Reservatório de alimento Ele é bem desenvolvido nas aves que são
presas, como as galinhas. A ideia é que o
animal passe o menor tempo possível se
alimentando para não ficar exposto aos
predadores. Então a ave ingere o máximo
possível no curto espaço de tempo e depois se
abriga para digerir o alimento.
É uma estrutura importante para
verificarmos se o animal está se alimentando.
Nos frangos de corte, que são vorazes, o papo
deve estar sempre cheio!
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A moela é o “estômago
SISTEMA DIGESTÓRIO mecânico”. Chamado assim porque,
já que as aves não tem dentes, ela
utiliza este estômago para quebrar os
alimentos.
 Proventrículo A ave ingere pedriscos junto com
Estômago glandular → o alimento, que são apertados pela
digestão forte musculatura da moela. Assim, o
 Moela atrito dos pedriscos com o alimento
quebram em pequenas partes.
Estômago muscular →
Também há na moela a coilina, uma
trituração
membrana de queratina que serve
Musculatura circular
para proteger o órgão do atrito dos
Contrações rítmicas e fortes
pedriscos.
Em aves de granja, como não tem
acesso ao chão e não podem ingerir
pedriscos, a ração deve ser fornecida
previamente triturada. 30
SISTEMA DIGESTÓRIO
O divertículo de Meckel é uma
 Intestinos Delgado cicatriz que fica após a involução do
Digestão final tubo que liga o intestina da ave à
Absorção dos nutrientes gema.
Porções: Duodeno, jejuno e íleo No fina da incubação, a gema
Divertículo de Meckel entra para o abdome da ave e vai
sendo absorvida aos pouco, com o
conteúdo da gema caindo
diretamente no intestino.
Isso possibilita que os pintinhos
consigam ficar até 7 dias após o
nascimento sem alimentação, pela
reserva de gema que possuem.

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SISTEMA DIGESTÓRIO

 Intestinos Grosso
Porções: Cecos (duplos) e Colón-Reto Responsável pelo final da digestão,
Final → cloaca principalmente a reabsorção de água e
fermentação de fibras.
As galinhas adoram comer vegetais e
folhagens! Elas conseguem obter alguma energia
das fibras desses vegetais, que são fermentadas
por bactérias presentes nos cecos e transformam
a fibra em energia.

Cecos

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SISTEMA DIGESTÓRIO

 Glândulas Anexas: responsáveis por auxiliar a digestão


Fígado → vesícula biliar
Pâncreas

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SISTEMA URINÁRIO

 Constituição: Não possui bexiga


Rins Urina = película branca
As aves não possuem bexiga,
Ureteres nas fezes → ácido úrico assim a urina vai sendo depositada
continuamente na cloaca.
Quando a ave defeca (as fezes
também saem pela cloaca), a urina é
carregada junto. Por isso vemos
aquele “branquinho” junto das fezes
das aves, que na verdade é a urina.

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SISTEMA REPRODUTIVO

35
SISTEMA REPRODUTIVO

36
SISTEMA REPRODUTIVO

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SISTEMA REPRODUTIVO

 Fêmea
O sistema reprodutivo das
galinhas possui diversas regiões
distintas, responsáveis cada uma por
uma função na formação do ovo.
Durante as aulas sobre avicultura
de postura iremos falar mais sobre
isso!

Ovário e Oviduto direito atrofiados


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SISTEMA IMUNITÁRIO

 Primários
Medula Óssea
Bursa de Fabricius
Timo

 Secundários
Glândula de Harder
Baço
Tonsilas Cecais
Tecido Linfoide no intestino
(GALT) e brônquios (BALT)
Tonsilas cecais

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SISTEMA IMUNITÁRIO

 Bursa de Fabricius A Bursa ou Bolsa de Fabricius é um órgão muito


importante para as aves, pois é neste órgão que se
formam as células produtoras de anticorpos. Sem
a Bursa as aves não conseguem produzir os
anticorpos (proteínas de defesa) e ficam
vulneráveis às doenças.
Cloaca Existe uma doença comum na avicultura,
chamada Doença de Gumboro, que destrói este
Cólon/Reto
órgão e deixa as aves debilitadas e sensíveis à
qualquer doença. Falaremos mais na aula sobre
principais doenças das aves.

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SISTEMA IMUNITÁRIO
Estômago

O baço se encontra ao
 Baço lado do estômago. É um
órgão que passa muito
sangue por ele e funciona
como um “filtro” do
organismo da ave.
Por isso, se passar uma
bactéria ou vírus por ali, o
baço detecta e ativa as
defesas do corpo.
Pulmão

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Com esta aula sobre as principais características
anatômicas e fisiológicas das aves terminamos
este módulo.
Disponibilizei links de alguns vídeos sobre o
tema para revisão e aprofundamento do assunto.

Agora é hora de revisar as aulas e se preparar


para nossa primeira avaliação!

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