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Colégio Técnico Genoma

Curso: Técnico em Enfermagem


Módulo I
Anatomia
Humana Básica

Professor: Jose Roberto da Silva

Formação Acadêmica: Enfermeiro/ Especialista no Gerenciamento dos Cuidados de


Enfermagem no Programa Saúde da Família

Experiência profissional:

 Coordenador de Enfermagem e Referência Técnica na Clínica de Câncer e HIV em


Fase Terminal Nossa Senhora da Conceição.
 Gerente Ambulatorial da Unidade Básica de Saúde Vianópolis Betim

 Supervisor de Estágio de Técnico em Enfermagem pelo Genoma no Hospital


Unimed/Betim
 Coordenador do Projeto Saúde na Feira na Regional Alterosa em Betim

1
Anatomia Humana
2
Sumário

1- Prefácio -----------------------------------------------------------------------------------------------------------05

2- Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------------------06

4- Fatores de Variação Anatômica ----------------------------------------------------------------------------07

5—História da Anatomia Humana------------------------------------------------------------------------------08

6- Um Anatomista na Renascença ----------------------------------------------------------------------------10

7- Anatomistas do Brasil------------------------------------------------------------------------------------------11

8- Anatomia e Fisiologia/ Conceitos -------------------------------------------------------------------------12

9- Posição Anatômica ---------------------------------------------------------------------------------------------13

10- Planos--------------------------------------------------------------------------------------------------------------14

11- Citologia e Histologia do Corpo Humano--------------------------------------------------------------15

12- Estudo das Células--------------------------------------------------------------------------------------------16

13- Tipos Celulares-------------------------------------------------------------------------------------------------19

14- Partes Fundamentais da Célula Animal ---------------------------------------------------------------21

15- Tecidos-----------------------------------------------------------------------------------------------------------23

16-Sistema Tegumentar-------------------------------------------------------------------------------------------25

17-Sistema Esquelético-------------------------------------------------------------------------------------------30

18-Divisão do Esqueleto------------------------------------------------------------------------------------------32

19- Classificações dos Ossos-----------------------------------------------------------------------------------33

20- Esqueleto Humano --------------------------------------------------------------------------------------------38

21- Ossos da Coluna Vertebral---------------------------------------------------------------------------------39

22 Ossos do Crânio-------------------------------------------------------------------------------------------------41

23- Ossos da Caixa Torácica/Membros/Cinturas---------------------------------------------------------42

24- Sistema Digestivo/Digestório------------------------------------------------------------------------------47

25- Secreção do Tubo Gastrointestinal----------------------------------------------------------------------59

26- Sistema Respiratório------------------------------------------------------------------------------------------61

27-Volume e Capacidade dos Pulmões----------------------------------------------------------------------70


3
28- Sistema Cardiovascular/Circulatório-------------------------------------------------------------------72

29- Circulação Pulmonar e Circulação Sistêmica-------------------------------------------------------79

30- Sistema Nervoso----------------------------------------------------------------------------------------------85

31- Sinalização Neural------------------------------------------------------------------------------------------101

32- Sistema Urinário/Excretor--------------------------------------------------------------------------------109

33- Funções do Sistema Urinário---------------------------------------------------------------------------111

34- Sistema Muscular-------------------------------------------------------------------------------------------116

35- Sistema Reprodutor Feminino--------------------------------------------------------------------------119

36-Ovogênese------------------------------------------------------------------------------------------------------120

37- Sistema Reprodutor Masculino-------------------------------------------------------------------------127

38-Espermatogênese--------------------------------------------------------------------------------------------132

39- Sistema Endócrino -----------------------------------------------------------------------------------------133

40- Sistema Sensorial-------------------------------------------------------------------------------------------144

41- Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------------------155

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PREFÁCIO

RIO

A atenção á saúde no século XXI é impulsionada pelo legado dos cuidados de saúde do século XX,
evoluindo do tratamento hospitalar para os cuidados prestados em uma grande variedade de ambientes,
como o de cuidados de saúde agudos, comunidades ou domiciliares. As tentativas para reduzir o custo do

cuidado de saúde enfocam a prestação de cuidados fora de ambiente hospitalar sempre que possível, e
também, pelo maior período de tempo possível. Em consequência disso, os pacientes admitidos nos
hospitais encontram - se muito mais doentes do que estavam no passado. Da mesma maneira, os
pacientes recebem alto o mais rapidamente possível. Muitos retornam para o ambiente domiciliar ou
comunitário com necessidades de cuidados de saúde complexos.

Devido a essas mudanças, a profissão de enfermagem está se defrontando com a necessidade de


responder a um conjunto de demandas e desafios para garantir a continuidade do cuidado. A educação
continuada capacitará os profissionais, com ênfase num cuidado de saúde colaborativo e interdisciplinar,
com os pacientes tendo uma função cada vez mais ativa nas decisões relacionadas aos seus próprios
cuidados de saúde.
As transformações e os desafios passados e futuros tornam essencial que os atuais profissionais
reconhecem os problemas vivenciados pelos pacientes e por seus familiares. É imprescindível que o
mercado possua profissionais com habilidades de raciocínio crítico bem desenvolvido, que permita a
compreensão d e todas as influências que afetam o paciente, culturais étnicas, sócio e econômicas e
éticas, é crucial, pois a enfermagem deve prestar um cuidado de alta qualidade, sendo o que é esperado
pelo paciente e familiares.
No seu conceito mais amplo, a Anatomia é a ciência que estuda, macro e microscopicamente, a
constituição e o desenvolvimento dos seres organizados. Com a descoberta do microscópio
desenvolveram-se ciências que embora constituam especializações, são ramos da Anatomia. Assim, a
Citologia (estudo das células), a Histologia (estudo dos tecidos e de como este se organizam para formar
os órgãos) e a Embriologia (estudo do desenvolvimento do indivíduo).

Especificamente, a Anatomia (ana - em partes, tomein- cortar) macroscópica é estudada pela


dissecação de peças previamente fixadas por soluções apropriadas. Este apostila vem referendar dados
anatômicos fundamentais para o conhecimento dos órgãos e dos sistemas por eles constituídos.

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1- INTRODUÇÃO

A Anatomia (Ana – em partes + tomien- cortar) estuda macroscopicamente e


microscopicamente a constituição dos seres, identificando órgãos e sistemas. Por ser antiga,
é considerada antiga, é considerada uma ciência arte, uma vez que dá suporte para as
demais ciências biológicas, o que permite a identificação e o estabelecimento conceitual dos
sistemas orgânicos. Vários anos foram necessários para que uma linguagem padrão fosse
estabelecida pelos anatomistas. A nomenclatura anatômica, como foi chamada essa
linguagem universal, tomou possível a padronização nominal das estruturas do corpo,
diminuindo o vasto dicionário de termos anatômicos existentes, além de constituir um avanço
no campo conciliatório entre os anatomistas do mundo inteiro.

*Anatomia Humana: É a ciência que estuda macro e microscopicamente a constituição e o


desenvolvimento do organismo do homem.

* Fisiologia Humana: É o estudo das reações físicas e químicas que ocorrem no organismo
humano.

DIVISÃO DO CORPO HUMANO

2- O corpo humano divide-se em:

* Cabeça: compreende o crânio e a face;

* Pescoço: une a cabeça ao tronco, e sua parte superior denomina-se nuca;

* Tronco: compreende o tórax, o abdômen e a pelve. No tórax encontra-se a cavidade


torácica, que está separada da abdominal através do músculo diafragma. A cavidade
pélvica é o prolongamento inferior da abdominal. A sua parte posterior denomina-se dorso.

* Dois Membros Inferiores (MMII): cada membro possui uma raiz (quadril) e uma parte livre
(coxa, perna, pé). Entre a coxa e a perna localiza-se joelho, e entre a perna e o pé, o
tornozelo. O pé é constituído pela parte plantar e pelo dorso do pé. Os membros inferiores
são responsáveis pela locomoção do corpo.

* Dois Membros Superiores (MMSS): cada membro possui uma raiz que se liga ao tronco
(ombro) e uma parte livre (braço, antebraço e mão). Entre o braço e o antebraço situa-se o
cotovelo, e entre o braço e a mão o pulso. A mão é constituída pela palma, dorso e dedos
(polegar, indicador, médio, anular e mínimo). As suas funções são: ataque, defesa e
apreensão de objetos.

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3- FATORES DE VARIAÇÃO ANATÕMICA

* Idade: observam-se diferenças anatômicas nos diversos períodos da vida intra e


extrainterina;

* Sexo: o masculino e o feminino apresentam características especiais;

* Grupo étnico: compreende os agrupamentos humanos com caracteres físicos (internos e


externos) comuns, fazendo-se distinguir as raças branca, negra, amarela e os mestiços;

* Biótipo: é o resultado dos caracteres herdados e dos adquiridos por influência do meio
ambiente;

* Evolução: com o decorrer do tempo ocorrem diferenças morfológicas.

4- Ramos da Anatomia

* Citologia: Estudo das Células

* Histologia: Estudo dos Tecidos

* Embriologia: Estudo do Desenvolvimento do Indivíduo

* Osteologia: Estudo dos Ossos

* Artrologia: Estudo das Junturas ou Articulações

* Miologia: Estudo dos Músculos

* Angiologia: Estudo do Coração e vasos responsáveis pela circulação do sangue.

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História da Anatomia Humana

A Anatomia é dividida em Microscópica ou Histológica e Macroscópica


Hipócrates - Considerado Pai da Medicina foi o primeiro a observar sistematicamente o Corpo Humano.
Descrições:

• O Cérebro parece glândula

• Os Pulmões são órgãos cavernosos cheios de orifícios que comunica com o Coração, tem a
função de refrescar o corpo pelo ar inspirado.

8
Fig 1.: Achados de Estudos Anatômicos – Era Medieval

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UM ANATOMISTA NA RENASCENÇA

Estudo do corpo humano, por Leonardo da Vinci: o inventor e mestre da pintura


também foi um precursor da anatomia. Dissecou pelo menos trinta cadáveres, numa
época em que a Igreja proibia essa prática, e registrou suas observações em
desenhos.

Fig 2.: Leonardo Da Vinci

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A Bahia foi o berço do ensino médico no Brasil. Em 1808 foi fundada a Escola de Cirurgia
no Hospital Real em Salvador. O ensino didático consistia em lições, teorias de anatomia
humana.

Brasil

Anatomistas do Brasil: Jose Soares de Castro e Manoel Jose Estrela

11
É a Ciências que estuda microscopicamente e macroscopicamente, a
constituição e o desenvolvimento do organismo humano.

Fisiologia Humana

É o estudo das reações físicas e químicas que ocorrem no organismo humano.

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5- POSIÇÃO ANATÕMICA

Observa -se que ela se assemelha à posição fundamental da educação física: indivíduo em
posição ereta (em pé, posição ortostática ou bípede), com a face voltada para frente, o olhar
dirigido para o horizonte, membros superiores estendidos, aplicados ao tronco e com a palma
voltada para frente, membros inferiores unidos, com as pontas dos pés dirigidas para frente.

Fig. 3 : Posição Anatômica

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6- Planos
Plano Mediano: É um plano imaginário vertical de secção que divide o corpo em metade
direita e esquerda.

Plano Sagital: é todo plano vertical paralelo ao mediano (Frontal e Transversal)

* Plano Sagital Frontal: Divide o corpo nas partes ventral ou anterior e dorsal ou posterior.

* Plano Sagital Transversal: Divide o corpo em superior e inferior.

Fig. 4: Planos Mediano e Sagital

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7- Citologia e Histologia do Corpo Humano

O Corpo Humano é composto por Células, substâncias intracelulares e


fluídos. O agrupamento de células com a mesma propriedade formam os
tecidos. A união de vários tecidos forma um órgão e a união de vários
órgãos constitui um Sistema.

7.1 Citologia

Em 1665, o físico inglês Robert Hooke, ao observar finos cortes de cortiça


(casca de árvore) ao microscópio, viu que ela era formada por numerosos
compartimentos vazios aos quais deu o nome de células. Na verdade, o que
Hooke observou eram espaços cheios de ar, células mortas que
conservavam apenas suas espessas paredes.

Fig. 5 : Primeiro Microscópio

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7. 2 Estudo das Células

A unidade utilizada para medir o tamanho celular denomina-se micrômetro que equivale
a milésima parte do milímetro. (1 um = milésima parte do milímetro).

As células no organismo humano apresentam dimensões variadas, dependendo de sua


localização.

Nos organismos pluricelulares, as células se apresentam com formas e estruturas


extremamente variadas.

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Fig. 6 : Célula Humana

17
Fig. 7 : Maior Célula – Ovo Humano

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7.3 Tipos Celulares

7. 3. 1 Células Procariontes – São Células que possuem o núcleo desorganizado, sem


carioteca ou membrana nuclear. Ex.: Bactérias e algas Azuis

Fig. 8 : Célula Procarionte

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7. 3 .2 Células Eucariontes – São Células com núcleo organizado, com carioteca.
Ex.: Animais e Vegetais.

Fig. 9 : Célula Eucarionte

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8. Partes Fundamentais da Célula Animal

8.1 Estruturas Celulares

8.1.1 Membrana Plasmática – Envoltório que seleciona a entrada e a saída de substâncias


das células.

8.1.2 Citoplasma - É todo ambiente interno da célula, região entre a membrana plasmática
(delimita a célula) e o envoltório nuclear. Formado por um líquido viscoso
semitransparente, o cortisol, e por estruturas e substâncias necessárias ás funções
vitais.

8.1.3 Retículo Endoplasmático – Conjunto de tubos, canais e sacos membranosos dentro


dos quais circulam substâncias fabricadas pela célula. Pode ser liso ou rugoso (com
ribossomos aderidos).

8.1.4 Aparelho ou Complexo de Golgi – conjunto de saquinhos membranosos, achatados


e empilhados, cuja função é “empacotar” substâncias e remetê-las para outras regiões
das células ou para o meio extracelular.

8.1.5 Ribossomos - Grânulos responsáveis pela fabricação das proteínas celulares.


Podem ser encontrados livres no citoplasma ou aderidos às membranas do retículo
endoplasmático.

8.1.6 Lisossomos - Saquinhos membranosos que contém sucos digestivos.


Responsáveis pela digestão celular.

8.1.7 Núcleo – Central de informações da célula, onde se localizam os cromossomos, que


contêm os genes responsáveis pela hereditariedade.

8.1.8 Carioteca ou Membrana Celular Envoltório membranoso que separa o conteúdo


nuclear do citoplasma.

8.1.9 Nucléolo - Local de fabricação e armazenamento temporário de ribossomos.

8.1.10 Centríolos – Cilindros de paredes tubulares, relacionados com o esqueleto da


célula e com os movimentos celulares.

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Fig. 10 : Organelas Celulares

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9 - TECIDOS

São formados pelo conjunto de células (agregados de modo variado nos diferentes
tecidos). Todas elas com um mesmo tipo de diferenciação.

Os tecidos formam por sua vez, os órgãos que mantém relações funcionais e anatômicas
com outros órgãos, formando os sistemas ou aparelho.

9.1 Tipos e Funções dos Tecidos

9.1.1 Tecido Epitelial

Constituído basicamente por células, já que a substância intracelular é escassa. As


células são de forma regular, justapostas (próximas umas das outras) e úmidas. Não
possuem vascularização própria. A nutrição, secreção e trocas gasosas são feitas através
dos vasos sanguíneos do tecido subjacente. São dois os tipos: O Tecido Epitelial de
Revestimento e o Tecido Epitelial Glandular.

Funções: Revestir (externamente), formar (internamente), construir superfícies, proteger,


secretar e receber estímulos.

Fig.11: Tecido Epitelial

9.1.2 Tecido Conjuntivo

É caracterizado pela presença de grandes quantidades de material entre as células. O


tecido conjuntivo é dividido da seguinte maneira:

• Tecido Conjuntivo Propriamente Dito: Preenche espaços vazios e está presente em


todo o corpo
• Tecido Especial: Adiposo, Hematopoiético, Sustentação (cartilaginoso e ósseo).

Funções: Unir os diversos tecidos do corpo e sustentá-los.

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Fig.12: Tecido conjuntivo
9.1.3 Tecido Muscular

Constituído por células com elevada capacidade de contração. São três tipos de tecido
muscular.

• Tecido Muscular Liso: Forma a musculatura dos órgãos viscerais, ductos e vasos
sanguíneos, contração involuntária.
• Tecido Muscular Estriado: Forma a maior parte da musculatura do corpo. Estes
músculos estão presos aos ossos, de contração voluntária, é responsável pela
movimentação do corpo.
• Tecido Muscular Cardíaco: É um tecido intermediário que tem seus movimentos
involuntários.

Funções: Movimento de vários órgãos internos, pulsação do coração e das artérias,


locomoção, impulsão dos alimentos pelo canal alimentar e pelas secreções glandulares.

Fig.13: Tecido Muscular

9.1.4 Tecido Nervoso

Constitui uma verdadeira rede de comunicação que percorre todo organismo. É formado
pelo neurônio ou células nervosas que são compostos por corpo, axônio e dendritos. O
estímulo é recebido pelos dendritos e o transforma em impulsos nervosos, que se propaga
pela célula através do axônio.

Funções: É responsável pela recepção e discriminação do estímulo, bem como pela ordem
que determinará a resposta muscular.

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Fig.14: Tecido Nervoso

10- SISTEMA TEGUMENTAR- ESTRUTURA DO TEGUMENTO (PELE)

É um sistema que inclui a pele e seus anexos, proporcionando ao corpo uma proteção
construída por terminações nervosas sensitivas e que participa da regulação da temperatura
corporal.

A pele recobre a superfície do corpo e apresenta-se constituída por uma porção epitelial
de origem ectodérmica, a epiderme, e uma porção conjuntiva de origem mesodérmica, a
derme. Abaixo em continuidade com a derme está a hipoderme, que, embora tenha a mesma
origem da derme, não faz parte da pele, apenas serve-lhe de suporte e união com os órgãos
subjacentes.

10.1 Funções da Pele:


• Proteger o organismo contra a perda de água por evaporação e contra o atrito;
• Serve como grande receptor para as sensações gerais (dor, pressão, tato,
temperatura);
• Colabora na termorregulação do corpo;
• Participam na excreção de várias substâncias;
• Proteção contra os raios ultravioleta;
• Formação da vitamina D;
• Importante papel nas respostas imunitárias do organismo.
• Na pele, observam-se várias estruturas anexas, que são os pêlos, unhas, glândulas
sudoríparas e sebáceas.

O tegumento humano, mais conhecido como pele, é formado por duas camadas distintas
firmemente unidas entre si: a epiderme e a derme.

10.1.2 A Epiderme

A epiderme é um epitélio multiestratificado, formado por várias camadas (estratos) de


células achatadas (epitélio pavimentoso) justapostas. A camada mais interna é
denominada epitélio germinativo, e é constituído por células que se multiplicam
continuamente, dessa maneira, as mais novas células geradas empurram as mais velhas

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para cima, em direção á superfície do corpo. Á medida que envelhecem, as células
epidérmicas tornam-se achatadas, e passam a fabricar e a acumular dentro de si uma
proteína resistente e impermeável chamada queratina.

As células mais superficiais, ao se tornarem repletas de queratina, morrem e passa a


constituir um revestimento ao atrito e altamente impermeável à água denominada camada
queratinizada ou córnea.

A superfície da pele está provida de terminações nervosas capazes de captar estímulos


térmicos, mecânicos ou dolorosos. Tais terminações ou receptores cutâneos são
especializados na recepção de estímulos específicos. Na epiderme não existem vasos
sanguíneos. Os nutrientes e oxigênio chegam á epiderme por difusão a partir dos vasos
sanguíneos da derme.

Nas regiões da pele provida de pelo, há terminações nervosas específicas nos folículos
capilares e outros chamados terminais ou Receptores de Ruffini, com forma ramificada,
sendo estes, os receptores térmicos de calor.

Na pele desprovida de pelo e também na que contém, encontram-se ainda três tipos de
receptores:

Corpúsculos de Paccini: captam especialmente estímulos vibráteis e táteis.São


formados por uma fibra nervosa cuja porção terminal, amielínica, é envolta por
várias camadas que correspondem a diversas células de sustentação. A camada
terminal é capaz de captar a aplicação de pressão, que é transmitida para as outras
camadas e enviada aos centros nervosos correspondentes.
Discos de Merkel: de sensibilidade tátil e de pressão. Uma fibra aferente costuma
estar ramificada com vários discos terminais destas ramificações nervosas. Estes
discos estão englobados em uma célula especializada, cuja superfície distal se fixa
às células epidérmicas por um prolongamento de seu protoplasma. Assim, os
movimentos de pressão e tração sobre epiderme desencadeiam o estímulo.
Terminações nervosas livres: sensíveis aos estímulos mecânicos, térmicos e
especialmente aos dolorosos. São formadas por um axônio ramificado envolto por
células de Schwann sendo, por sua vez, ambos envolvidos por uma membrana
basal.
Na pele sem pelo encontram-se, ainda, outros receptores específicos:
Corpúsculos de Meissner: táteis. Estão nas saliências da pele sem pêlos (como
nas partes mais altas das impressões digitais). São formados por um axônio
mielínico, cujas ramificações terminais se entrelaçam com células acessórias.
Bulbos terminais de Krause: receptores térmicos de frio. São formados por uma
fibra nervosa cuja terminação possui forma de clava. Situam-se nas regiões
limítrofes da pele com as membranas mucosas (por exemplo: ao redor dos lábios e
dos genitais).

Nas camadas inferiores da epiderme estão os melanócitos, células que produzem


melanina, pigmento que determina a coloração da pele.
As glândulas anexas – sudoríparas e sebáceas – encontram-se mergulhadas na
derme, embora tenham origem epidérmica. O suor (composto de água, sais e um pouco
de uréia) é drenado pelo duto das glândulas sudoríparas, enquanto a secreção sebácea
(secreção gordurosa que lubrifica a epiderme e os pêlos) sai pelos poros de onde
emergem os pêlos.
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A transpiração ou sudorese tem por função refrescar o corpo quando há elevação da
temperatura ambiental ou quando a temperatura interna do corpo sobe, devido, por
exemplo, ao aumento da atividade física.

10.1.3 Derme
A derme, localizada imediatamente sob a epiderme, é um tecido conjuntivo que
contém fibras protéicas, vasos sangüíneos, terminações nervosas, órgãos sensoriais e
glândulas. As principais células da derme são os fibroblastos, responsáveis pela
produção de fibras e de uma substância gelatinosa, a substância amorfa, na qual os
elementos dérmicos estão mergulhados.
A epiderme penetra na derme e origina os folículos pilosos, glândulas sebáceas e
glândulas sudoríparas. Na derme encontramos ainda: músculo eretor de pêlo, fibras
elásticas (elasticidade), fibras colágenas (resistência), vasos sanguíneos e nervos.

10.1.4 Tecido subcutâneo


O tecido subcutâneo é importante para impedir a perda de calor e fornecer material
nutritivo. Dentro desse tópico são abordados pele e seus anexos. A pele é formada por duas
camadas, uma mais superficial e outra adjacente e ela, denominadas epiderme e derme,
respectivamente. É muito distensível, características, assegurada pela presença de fibras
colágenas elásticas presentes na derme. A derme é altamente vascularizada e apresenta
elevações que se projetam para a epiderme, conhecidas como papilas dérmicas, estas
formam cristais que são separados por sulcos, visíveis somente na polpa dos dedos,
constituindo as impressões digitais. A derme repousa sobre uma tela subcutânea, rica em
tecido adiposo, cuja tela subcutânea, ricas em tecido adiposo, cuja quantidade de gordura
varia nas diferentes partes do corpo. No entanto, essa tela de gordura esta ausente nas
pálpebras e no prepúcio.
Na pele são encontradas glândulas cujo produto de secreção é liberado na superfície do
pelo, essas glândulas são as sudoríparas e sebáceas. As glândulas sudoríparas estão
localizadas na derme e no tecido subcutâneo, seu ducto se abre na pele por meio de um
poro, permitindo a saída do suor, a palma das mãos e planta dos pés, são locais que mais
expressam essas glândulas. As glândulas sebáceas estão localizadas na derme e o seu
ducto se abre nos folículos pilosos, o que é importante para a pele e para o pelo, já que o
produto de secreção dessas glândulas serve para lubrificar o pelo e a pele. O pigmento
responsável em dar cor a pele e a Melanina, sendo que quanto maior for a quantidade de
Melanina na pele, mais escura ela será.

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Fig. 15: Pele e suas Estruturas

10. 2 Unhas e pêlos


Unhas e pêlos
São constituídos por células epidérmicas queratinizadas, mortas e compactadas. Na
base da unha ou do pêlo há células que se multiplicam constantemente, empurrando as
células mais velhas para cima. Estas, ao acumular queratina, morrem e se compactam,
originando a unha ou o pêlo. Cada pêlo está ligado a um pequeno músculo eretor, que
permite sua movimentação, e a uma ou mais glândulas sebáceas, que se encarregam
de sua lubrificação.

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Fig.16: Pêlo

As unhas são formadas por um processo de proliferação e diferenciação de células


epiteliais; estas células se queratinizam para formar a unha. Assim como os pelos, as unhas
apresentam um corpo e uma raiz. O corpo fica exposto, enquanto a raiz é recoberta por um
prolongamento de uma das camadas da epiderme, a córnea.

Fig.17: Componentes da Unha

As mamas, são consideradas anexos da pele, e são formadas por glândulas cutâneas que
se especializam na produção de leite. (Sistema Reprodutor Feminino).

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Fig.: 18 Mama – anexo da pele

11- SISTEMA ESQUELÉTICO

10.1 O Sistema Ósseo ou esquelético, é um suporte firme que dá forma ao corpo e


sustenta suas diversas partes, protege das agressões os órgãos vitais como o coração,
cérebro, pulmões, alem disso, facilita os movimentos do corpo atuando em conjunto com
inúmeros músculos que se prendem aos ossos através de tendões, que é um tecido denso
que liga o músculo ao osso. Os ossos armazenam cálcio no seu interior, a medula óssea,
responsável pela produção de células sanguíneas.

Os ligamentos são estruturas formadas por tecido fibroso denso, que se ligam ao nível
das articulações, que são junções entre os ossos ou entre uma cartilagem. A cartilagem é o
tecido conjuntivo elástico de sustentação que protege os ossos do atrito excessivo nas
articulações e dá flexibilidade (facilidade de movimento) ao esqueleto.

O ser humano adulto tem aproximadamente 206 ossos, unidos por articulações, formando
o esqueleto. Este é um arcabouço ósseo, cujas funções são;

• Proteção: Protege os órgãos vitais situados nas cavidades ósseas;


• Sustentação: Serve de estrutura de sustentação para manter e adaptar-se ao meio;
• Dar formação ao corpo: Forma o arcabouço para os músculos, ligamentos e
tendões;
• Armazenar Minerais e Íons: O ser humano necessita mobilizar minerais, que são
armazenados nos ossos. Na lactação, ele necessita de uma quantidade maior de
minerais, cálcio e fósforo, pois o leite é muito rico nesses compostos. Os ossos fazem
a reserva desses nutrientes durante o período de lactação, mas são repostos depois
com a ingestão de alimentos ricos desses nutrientes;

• Funciona como base mecânica (alavanca) para a Movimentação: Atua


conjuntamente com os músculos na realização de movimentos, sendo o esqueleto a
parte passiva e os músculos a parte ativa;
• Produzir Células Sanguíneas (Hematopoiese): Sendo que nas extremidades e no
canal medular dos ossos mais longos são produzidas células do sangue;
• Autorremodelamento: Os ossos possuem capacidade do autorremodelar-se para
que seja possível a adaptação da postura do meio que é exigido.

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11.1 Ossos

Ossos são órgãos esbranquiçados, muitos duros, que se unindo aos outros, por
intermédio das junturas ou articulações constituem o Esqueleto. É uma forma especializada
de tecido conjuntivo cuja principal característica é a mineralização (cálcio) de sua matriz
óssea (fibras colágenas e proteoglicanas). O osso é um tecido vivo, complexo e dinâmico.
Uma forma sólida de tecido conjuntivo, altamente especializado que forma a maior parte do
esqueleto e ainda participa de um contínuo remodelamento dinâmico, produzindo osso novo
e degradando o velho.

O osso é formado por vários tecidos diferentes como o ósseo, cartilaginoso, conjuntivo
denso, adiposo, nervoso e vários tecidos formadores de sangue.

Quanto a irrigação do osso, temos os canais de Volkman (vasos sanguíneos maiores) e


os canais de Havers (vasos sanguíneos menores).

Os ossos do esqueleto são revestidos por uma membrana, o periósteo, e são altamente
vascularizados. São classificados de acordo com sua forma em ossos longos, curtos, planos,
irregulares, pneumáticos e sesamóides.

Diáfise: É a haste do osso que é constituída


principalmente de tecido ósseo
compacto, proporcionando,

Considerável resistência ao osso.

Epífise: É a extremidade alargada de um osso


longo. A epífise de um osso o articula, ou une a
um segundo osso, em
articulações.

Metáfise: É a parte dilatada da diáfise mais


próxima da epífise.

Fig. 19: Estrutura do osso

11.2 Cartilagens

Cartilagem é uma forma elástica de tecido conectivo semirrígido, forma partes do


esqueleto nas quais ocorre o movimento. A cartilagem não possui suprimento sanguíneo
próprio; consequentemente, suas células obtêm oxigênio e nutrientes por difusão de longo
alcance.

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Fig.20: Cartilagem

11.3 Divisão do Esqueleto Humano

Basicamente pode-se dividir o esqueleto humano em axial e apendicular.

• Esqueleto Axial: Formado pelos ossos da cabeça, pescoço e tronco;


• Esqueleto Apendicular: Formado pelos membros superiores (MMSS) e membros
inferiores (MMII).

A união dos esqueletos axial e apendicular se faz por meio de duas cinturas:

 Cintura Escapular (Escápula e


Clavícula)
 Cintura Pélvica (vértebras Sacrais e
Coccigianas)

Fig.21: . Cinturas: Escapular e Pélvica


32
11.4 Classificação dos Ossos

Os ossos são classificados de acordo com a sua forma em:

11.4.1 Ossos Longos

Tem o comprimento maior que a largura e são constituídos por um corpo e duas
extremidades. Eles são pouco encurvados, o que lhe garante maior resistência. O osso um
pouco encurvado absorve o estresse mecânico do peso do corpo em vários pontos, de tal
forma que há melhor distribuição do mesmo. Os ossos longos têm suas diáfises formadas
por um tecido compacto e apresentam grande quantidade de tecido ósseo esponjoso em
suas epífises.

Fig.22: Fêmur

11.4.2 Ossos Curtos

São parecidos com um cubo, tendo seus comprimentos praticamente iguais ás suas
larguras. Eles são compostos por osso esponjoso, exceto na superfície, onde há fina camada
de tecido ósseo compacto.

33
Fig.23: Ossos do Carpo
(Punho)

11.4.3 Ossos Laminares ou Planos

São ossos finos e compostos por duas lâminas paralelas de tecido ósseo compacto, com
camada de osso esponjoso entre elas. Os ossos planos garantem considerável proteção e
geram grandes áreas para inserção de músculos.

Fig.24: Osso Frontal (1) Ossos Parietais (2)

34
11.4.4 Ossos Alongados

São ossos longos, porém achatados e não apresentam canal central.

Fig.25: Costelas

11.4.5 Ossos Pneumáticos

São ossos ocos, com cavidades cheias de ar e revestidas por mucosa (seios),
apresentando pequeno peso em relação ao seu volume.

Fig.26- Osso
Esfenoide

35
11.4. 6 Ossos Irregulares

Apresentam formas complexas e não podem se agrupados em nenhuma das categorias


prévias. Eles têm quantidades variáveis de osso esponjoso e de osso compacto.

Fig.27: Vértebras

11.4.7 Ossos Sesamóides

Estão presentes no interior de alguns tendões em que há considerável fricção, tensão e


estresse físico, como as palmas e plantas. Eles podem variar de tamanho e número, de
pessoa para pessoa, não são sempre completamente ossificados, normalmente, medem
apenas alguns milímetros de diâmetros. Exceções notáveis são as duas patelas, que são
ossos sesamóides.

36
Fig.28: Rótula ou Patela

11.4.8 Ossos Suturais

São pequenos ossos localizados dentre das articulações, chamadas de suturas, entre
alguns ossos do crânio. Seu número varia de pessoa para pessoa.

37
Fig.29: Ossos Suturais

38
11.5 Esqueleto Humano

Sacro

Cóccix

Fig.3 0 - Ossos do Esqueleto


o Humano

39
12-Coluna Vertebral

A Coluna Vertebral é uma haste forte e flexível, didaticamente dividida em duas porções:
anterior, constituída pelo ligamento longitudinal anterior, corpo vertebral, disco intervertebral
e ligamento longitudinal posterior, e outra, posterior, constituída pelo canal vertebral,
ligamento amarelo, articulações inter- apofisárias, ligamentos interespinhais e supra
espinhais, pedículos, lâminas, processos transversos e espinhosos.

A flexibilidade é sua principal característica, pois as vértebras apresentam mobilidade


entre si. A estabilidade é fornecida por sua estrutura ligamentar e osteomuscular.

12.1 Funções da Coluna Vertebral

* Proteção da medula espinhal;

* Movimentação e marcha; *Suporte do peso corporal;

* Manutenção da posição ereta;

*Ligação de todas as suas regiões desde a occipital até o sacro.

As vértebras são conectadas entre si pelas articulações posteriores entre os corpos


vertebrais e os arcos neurais. Elas se articulam e modo a conferir estabilidade e flexibilidade
do tronco, postura, equilíbrio e suporte do peso, e em seu interior o canal vertebral, eixo
central que contém a Medula Espinhal.

11.2 Ossos da Coluna Vertebral – 33 Vértebras

* 07 Vértebras Cervicais (Móveis)

* 12 Vértebras Torácicas (Móveis) Na Coluna Vertebral pode ocorrer:

* 05 Vértebras Lombares (Móveis) • Cifose: Vértebras Torácicas e Sacro-Cóccix


• Lordose: Vértebras Cervicais e Lombares
* 05 Vértebras Sacrais (Imóveis)

* 04 Vértebras Coccigianas (Imóveis)

40
Fig.31: Coluna Vertebral 12- Articulações

As articulações ou junturas unem dois ossos ou mais e tem por função permitir
mobilidade e elasticidade ao esqueleto. Elas são classificadas em três grandes grupos:
fibrosas, cartilaginosas e sinoviais, cuja definição é feita de acordo com o elemento estrutural
encontrado em cada tipo de juntura.

As articulações fibrosas são formadas por tecido conjuntivo fibroso e coferem mais
elasticidade do que mobilidade; são encontradas principalmente no crânio. Dentro das
articulações fibrosas, dois subtipos podem ser listados, a saber: suturas e sindesmoses. As
articulações fibrosas suturas apresentam forma variável e, por isso, podemos classificá-las
em: planas, escamosas e serreadas. É interessante comentar que, na vida pré e pós- natal,
o tamanho das articulações que separam os ossos do crânio é maior em alguns pontos pela
presença de maior quantidade de tecido conjuntivo fibroso. Essas regiões são chamadas de
Fontanelas e desaparecem após a ossificação completa do crânio.

As articulações cartilaginosas, que também apresentam pouca mobilidade, são


constituídas por cartilagem que pode se hialina ou fibrosa. Se na articulação o elemento
encontrado for cartilagem hialina, ela será classificada como articulações cartilaginosa
sincondrose; se a cartilagem for fibrosa, articulação cartilaginosa sínfise.

O terceiro tipo de articulação, articulação sinovial, apresenta como elemento estrutural a


sinóvia, um líquido viscoso que permite a mobilidade da junção óssea com mínimo de atrito
entre as extremidades do osso. Essas extremidades ósseas são formadas por cartilagem
hialina, desprovida de suprimento sanguíneo e nervoso, o que torna lento e difícil a
regeneração do tecido, em caso de lesões. Além disso, encontramos nesse tipo de
articulação uma cápsula articular, onde se encontra o líquido sinovial. Dessa forma, a
capsula articular, a cavidade articular e o líquido sinovial são características das articulações
sinoviais.

41
13- Ossos do Crânio

• Um Osso Frontal
• Um Osso Occipital
• Um Maxilar Superior
• Um Osso Vômer
• Um Maxilar Inferior ou Mandíbula
• Dois Ossos Lacrimais
• Dois Ossos Parietais
• Dois Ossos Temporais
• Dois Ossos Zigomáticos
• Dois Nasais
• Dois Esfenoides

• Dois Ossos Martelo, Bigorna e Estribo (Menores ossos do corpo pertencem ao


Ouvido)

Lacrimais

Vômer--
-

Superior

Maxilar Inferior

42
Fig.32 Ossos do Crânio

14 -Caixa torácica
É formada pela região torácica de coluna vertebral, osso esterno e costelas, que
são em número de 12 de cada lado, sendo as 7 primeiras verdadeiras (se inserem
diretamente no esterno), 3 falsas (se reúnem e depois se unem ao esterno), e 2 flutuantes
(com extremidades anteriores livres, não se fixando ao esterno).

Fig.33: Caixa Torácica


15- Membros e Cinturas Articulares
Cada membro superior é composto de braço, antebraço, pulso e mão. O osso do
braço – úmero – articula-se no cotovelo com os ossos do antebraço: rádio e ulna. O pulso
constitui-se de ossos pequenos e maciços, os carpos. A palma da mão é formada pelos
metacarpos e os dedos, pelas falanges.
Cada membro inferior compõe-se de coxa, perna, tornozelo e pé. O osso da coxa
é o fêmur, o mais longo do corpo. No joelho, ele se articula com os dois ossos da perna:
a tíbia e a fíbula. A região frontal do joelho está protegida por um pequeno osso circular:
a rótula. Ossos pequenos e maciços, chamados tarsos, formam o tornozelo. A planta do
pé é constituída pelos metatarsos e os dedos dos pés (artelhos), pelas falanges.
Os membros estão unidos ao corpo mediante um sistema ósseo que toma o nome
de cintura ou de cinta. A cintura superior se chama cintura torácica ou escapular (formada
pela clavícula e pela escápula ou omoplata); a inferior se chama cintura pélvica,
popularmente conhecida como bacia (constituída pelo sacro - osso volumoso resultante
da fusão de cinco vértebras, por um par de ossos ilíacos e pelo cóccix, formado por quatro
a seis vértebras rudimentares fundidas). A primeira sustenta o úmero e com ele todo o
braço; a segunda dá apoio ao fêmur e a toda a perna.

43
O Corpo Humano possui 56 falanges ( 28 Falanges MMSS e 28 Falanges nos MMII),
sendo que cada dedo possui 3 falanges, exceto o Polegar e Hálux

Fig.34: Comparação dos ossos dos Membros Superiores e Membros Inferiores

44
Fig.35: Membros Superiores- MMSS

45
Maior Osso do
Corpo Humano

Tíbia

Calcanho

Fig.36: Membros Inferiores - MMII

46
47
16- SISTEMA DIGESTIVO OU SISTEMA DIGESTÓRIO

Este sistema é composto por uma série de órgãos que, em conjunto, promovem a
digestão e assimilação pelo organismo de nutrientes, estes, por sua vez, são necessários
para o funcionamento e manutenção da vida dos seres.

O sistema digestório é um canal que tem origem na boca (porta de entrada dos alimentos)
com sua extremidade final na pelve. Desta forma, o alimento penetra no sistema por meio
da boca, onde começam a sofrer o processo da digestão, com a enzima ptialina, na quebra
dos carboidratos; daí é direcionado para o estômago, passando antes pela faringe e pelo
esôfago. Do estômago, o alimento parcialmente digerido, vai para os intestinos delgado e
grosso, onde é assimilado pelo organismo. Os resíduos desse processo digestão/absorção
são eliminados através da porção final do sistema digestivo (Reto e Ânus). Possui de 10 a
12 metros de comprimento.

Em paralelo, estruturas conhecidas como órgãos anexos auxiliam a digestão dos


alimentos ao liberar seu produto no trato gastrintestinal (TGI). De modo geral, esses produtos
são enzimas especializadas em quebrar os alimentos em partículas menores, possibilitando
sua absorção pelos intestinos.

16.1 Boca

A boca é a primeira estrutura do canal alimentar. Comunica-se anteriormente com o meio


externo por meio de uma fenda (rima bucal), limitada pelos lábios, e posteriormente com a
faringe por meio do istmo das fauces. Lateralmente é limitada pelas bochechas,
superiormente pelo palato e inferiormente pelos músculos que formam o assoalho da boca.

Na boca encontramos os dentes, a gengiva e a língua. Pode ser dividida em duas partes:
vestíbulo da boca e cavidade bucal; esta limitada pelos dentes e pela faringe,
compreendendo a cavidade bucal propriamente dita, enquanto que o vestíbulo da boca é um
espaço limitado pelos dentes e pelos lábios.

Fig.: 29- Boca e estruturas

48
O palato é constituído por uma porção óssea (Palato Duro) e uma porção muscular (Palato
Mole). O palato mole apresenta uma projeção em direção a faringe, formando uma Saliência
cônica, a úvula, e lateralmente duas pregas denominadas arco palatoglosso (mais anterior)
e arco palatofaríngeo (mais posterior), formandos por músculos que levam o mesmo nome
dos arcos. Entre os arcos existe um espaço, denominado fossa tonsilar, ocupado pela tonsila
palatina (amígdalas). A amígdala é um órgão linfoide e, por esta razão, constitui uma barreira
contra proliferação de microorganismos.

Língua

Ação Digestiva

Quebra de Carboidratos

Fig.37: - Palato (mole e duro) e amígdalas

A língua é um órgão muscular revestido por mucosa, dividida em duas partes: um corpo
e uma raiz cujos limites são estabelecidos pelo sulco terminal. Está envolvida com a
mastigação, deglutição, gustação e articulação das palavras. Sua face superior é
denominada dorso da língua, cuja superfície apresenta uma série de projeções conhecidas
como papilas linguais que são de dois tipos, maiores e menores; as maiores estão próximas
do sulco terminal, formam um “V” e expressam os receptores gustativos. Essas papilas
maiores são denominadas papilas valadas.

Fig.38: Língua e Papilas Gustativas

49
Os dentes são estruturas rígidas, divididos em três partes: raiz (implantada no alvéolo),
coroa (parte livre) e colo (região circundada pela gengiva) e presos á cavidade óssea do
maxilar superior e maxilar inferior (mandíbula), denominados alvéolos dentários. No ser
humano há duas dentições: primária ou de leite e a secundária ou permanente. A primeira
dentição aparece a partir dos 6 meses de idade; são 20 dentes: sendo 8 incisivos, 4
caninos e 8 molares. Que começam a ser substituídos entre os 6 a 7 anos de idade,
podendo se estender até os 25 anos, quando passará a ter 32 dentes, sendo 8 incisivos,
4 caninos, 8 pré-molares e 12 molares.

Fig.39: Dentição Humana

16.2 As glândulas salivares (anexo do sistema digestivo)


A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as
glândulas salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina,
além de sais e outras substâncias. A amilase salivar digere o amido e outros
polissacarídeos (como o glicogênio), reduzindo-os em moléculas de maltose
(dissacarídeo). Três pares de glândulas salivares lançam sua secreção na cavidade
bucal: parótida, submandibular e sublingual. O número de glândulas salivares é bem
extenso, no entanto, as mais citadas são as maiores glândulas, a saber: parótidas,
submandibulares e sublinguais, organizadas na face, próximas do pavilhão auricular, cujo
canal excretor abre-se no vestíbulo da boca. As submandibulares estão abaixo da
mandíbula e seu canal excretor abre no assoalho da boca. Já as sublinguais estão
localizadas lateralmente e inferiormente á língua e assim como as glândulas
submandibulares, seu canal se abre no assoalho da boca.

50
Fig.40:
Glandulares
Salivares

16.3 Faringe

Constituída pela parte nasal e a parte bucal que é continuada pelo esôfago. É composta por
musculatura estriada. Na deglutição o palato mole é elevado bloqueando a continuidade
entre a parte nasal da faringe e o restante deste tubo, impedindo que os alimentos passem
para a nasofaringe. A cartilagem epiglótica fecha a laringe impedindo que o alimento penetre
no trato respiratório.

16.4 Esôfago

O esôfago é um órgão muscular, continuação da faringe, situado ventralmente á coluna


vertebral e dorsalmente á traqueia, próximo da aorta. Atravessa o diafragma e termina
imediatamente no esôfago. O bolo alimentar é impulsionado por movimentos de contrações
da musculatura do esôfago denominados- Movimentos Peristálticos. O esôfago é dividido
em três partes: cervical, torácica e abdominal, sendo a porção torácica, a maior delas.

16.5 Abdômen

O abdômen é separado do tórax pelo diafragma, um músculo que se prende á coluna


vertebral, esterno e costelas, cujo centro é formado por uma porção muscular. O esôfago,
veia cava e aorta atravessa o diafragma, passando pelo hiato esofágico, forame da veia cava
e hiato aórtico respectivamente.

A cavidade abdominal é revestida por uma membrana serosa denominada peritônio


parietal assim como as vísceras que ocupam essa cavidade é pelo peritônio visceral. Alguns
órgãos estão localizados atrás do peritônio parietal e, por isso, são denominados
retroperitoniais, como por exemplo, o pâncreas e rins.

51
Fig.41: Faringe e Esôfago

16.6 Estômago

O estômago é uma dilatação do canal alimentar que apresenta anéis contráteis


(esfíncteres) na sua extremidade inicial e final; estes regulam o trânsito de alimento e são
denominados cárdia (inicial) e piloro (final), respectivamente.

O estômago apresenta duas margens denominadas curvatura maior (esquerda) e


curvatura menor (direita), um fundo, região próxima da cárdia e corpo, sendo que este ocupa
a maior parte do estômago. A mucosa do estômago apresenta pregas que desparecem com
a distensão do órgão. O estômago é continuado pelo intestino delgado e intestino grosso.

Fig. 42: Estômago

52
Òstio Cárdico

Fundo

A principal ação digestiva do estômago é a


Quebra de Proteínas

Corpo

Òstio Pilórico

Fig. 43 - Estruturas do Estômago

A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege da


agressão do suco gástrico, bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa
densa camada de muco, as células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e
mortas pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa está sempre sendo regenerada.
Estima-se que nossa superfície estomacal seja totalmente reconstituída a cada três dias.
Eventualmente ocorre desequilíbrio entre o ataque e a proteção, o que resulta em
inflamação difusa da mucosa (gastrite) ou mesmo no aparecimento de feridas dolorosas
que sangram (úlceras gástricas).
O bolo alimentar pode permanecer no estômago por até quatro horas ou mais e, ao
se misturar ao suco gástrico, auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal,
transforma-se em uma massa cremosa acidificada e semilíquida, o quimo.
Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos,
liberado no intestino delgado, onde ocorre a maior parte da digestão.

16.7 Intestino Delgado e Intestino Grosso

O intestino delgado é dividido em três segmentos: duodeno, jejuno e íleo. O duodeno


surge imediatamente após o piloro, portanto, é o primeiro segmento intestinal do delgado;
tem a forma de U aberto para esquerda, onde abraça a cabeça do pâncreas. No duodeno
desembocam os ductos colédono, que traz a bile, e o pancreático, que traz o suco
pancreático. O duodeno é continuado pelo jejuno e íleo, sendo difícil delimitar uma região
onde termina o jejuno e inicia o íleo; por isso, essas duas porções são descritas em conjunto,
ou seja, jejuno-íleo.

O jejuno-íleo se inicia após a flexura duodeno-jejunal e termina no óstio íleo-ceco; são


compostos por várias alças intestinais, presas á cavidade abdominal pelo mesentério, que é
uma projeção do peritônio, a mucosa do intestino delgado apresenta várias pregas que
aumentam a superfície de absorção dos nutrientes.

O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de


diâmetro e pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno (cerca de
5 m) e íleo (cerca de 1,5 cm). A porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura e
compreende o piloro, esfíncter muscular da parte inferior do estômago pela qual este
esvazia seu conteúdo no intestino.
53
A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras porções do
jejuno. No duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo pâncreas, que contêm
diversas enzimas digestivas. Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida no
fígado e armazenada na vesícula biliar. O pH da bile oscila entre 8,0 e 8,5. Os sais biliares
têm ação detergente, emulsificando ou emulsionando as gorduras (fragmentando suas
gotas em milhares de microgotículas).

Fig.44: Intestino Delgado

O intestino grosso é o local de absorção de água, tanto a ingerida quanto a das


secreções digestivas. Uma pessoa bebe cerca de 1,5 litros de líquidos por dia, que se
une a 8 ou 9 litros de água das secreções. Glândulas da mucosa do intestino grosso
secretam muco, que lubrifica as fezes, facilitando seu trânsito e eliminação pelo ânus.
Mede cerca de 1,5 m de comprimento e divide-se em ceco, cólon ascendente, cólon
transverso, cólon descendente, cólon sigmoide e reto. A saída do reto chama-se ânus e
é fechada por um músculo que o rodeia, o esfíncter anal.
Numerosas bactérias vivem em mutualismo no intestino grosso. Seu trabalho
consiste em dissolver os restos alimentícios não assimiláveis, reforçar o movimento
intestinal e proteger o organismo contra bactérias estranhas, geradoras de enfermidades.

As fibras vegetais, principalmente a celulose, não são digeridas nem absorvidas,


contribuindo com porcentagem significativa da massa fecal. Como retêm água, sua
presença torna as fezes macias e fáceis de serem eliminadas.
O intestino grosso não possui vilosidades nem secreta sucos digestivos,
normalmente só absorve água, em quantidade bastante consideráveis. Como o intestino
grosso absorve muita água, o conteúdo intestinal se condensa até formar detritos inúteis,
que são evacuados.

54
Cecum ou Ceco

Vermiforme

Fig.45: Intestino Grosso e estruturas

16.8 Fígado

É a maior glândula do corpo localizado abaixo do diafragma e á direita; apresenta duas


faces, uma localizada abaixo do diafragma, e outra visceral, voltado para as vísceras. Além
disso, a face visceral é composta por quatro lobos: direito, esquerdo, caudado e quadrado.
Esses lobos apresentam algumas particularidades que se destacam, como por exemplo: o
lobo direito é separado do esquerdo por uma prega do peritônio, o ligamento falciforme; entre
os lobos direito e quadrado está situada a vesícula biliar, entre os lobos direito e o caudado
55
existe um sulco que aloja a veia cava inferior e entre os lobos: caudado e quadrado há uma
fenda por onde penetram e saem às estruturas que forma o pedículo hepático, artéria
hepática, veia porta e ducto hepático comum além de nervos linfático.

Fig.:46 Fígado e estruturas

16. 9 Funções do fígado


* Secretar a bile, líquido que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas, facilitando,
assim, a ação da lipase;
* Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar
glicogênio, que é armazenado; nos momentos de necessidade, o glicogênio é reconvertido
em moléculas de glicose, que são relançadas na circulação;
* Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células;
* Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de
coagulação e de substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras;

* Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do organismo;


* Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua
hemoglobina em bilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado presente na bile.
16.9 Pâncreas

O pâncreas é uma glândula mista, ou seja, possui uma porção endócrina (produz
hormônios como a insulina, glucagon) e outra exócrina (suco pancreático). Este localizado
posteriormente ao estômago é formado por três partes: cabeça, corpo e cauda. A secreção
exócrina do pâncreas é liberada no duodeno por meio do ducto pancreático; este pode
desembocar junto como o ducto colédono ou separadamente.

56
Fig. 47: Pâncreas e Estruturas

57
Fig.48: Sistema Digestório e estruturas.

58
16. 10 FISIOLOGIA GATROINTESTINAL

Basicamente, a função do tratogatrintestinal é fornecer nutrientes ao organismo. Para isso


é necessário: movimento do alimento ao longo do tubo digestivo, secreção de enzimas para
digestão do alimento, absorção dos nutrientes e da água, distribuição para todo o organismo
dos nutrientes absorvidos e regulação nervosa e hormonal da atividade gastrintestinal.

Durante sue percurso pelo tratogatrintestinal, o alimento precisa ser quebrado em


partículas menores. Esse processo inicia-se na boca por meio de ação mecânica e
enzimática. Os dentes são principais elementos mecânicos para a quebra dos alimentos e a
amilase salivar a principal via enzimática para a digestão dos carboidratos é de suma
importância porque, quanto mais triturado é o alimento, maior a superfície de contato entre
eles e as secreções enzimáticas, o que otimiza a absorção dos nutrientes.

Uma vez triturado, o alimento é encaminhado para o estômago, onde esse processo de
digestão continua, mas para isso precisa ser deglutido, ou seja, transferido da boca para a
faringe. Na faringe, o alimento entra em contato com receptores sensoriais, que informam o
tronco encefálico da necessidade de contração da musculatura faríngea e esofágica; o
resultado é a propulsão do alimento para o estômago.

O processo de deglutição pode ser dividido em três fases: fase voluntária, que inicia a
deglutição; a fase faríngea e a fase esofágica. Estas duas são involuntárias, assim
denominadas em decorrência do trajeto feito pelo alimento. Entre o esôfago e o estômago
existe um anel contrátil, esfíncter gastroesofágico, que regula a passagem dos alimentos do
esôfago para o estômago.

No estômago, o alimento é misturado com suco gástrico e forma o quimo; este é


esvaziado lentamente para o duodeno, onde ocorrem a digestão e a absorção. Além disso,
o estômago é capaz de armazenar grande quantidade de alimento, isso ocorre graças ao
reflexo vago vagal, que consiste na redução do tônus da musculatura do estômago pelo
Sistema Nervoso Central- SNC.

No estômago podem ser vistos dois tipos de contração, uma mais fraca e outra forte. Asa
contrações, fracas percorrem a mistura do alimento com o suco gástrico. O alimento passa
do estômago para o duodeno por meio do esfíncter pilórico. No entanto, o processo de
esvaziamento gástrico é muito bem controlado e os fatores mais importantes envolvidos
nesse processo de regulação são o reflexo enterogástrico e controle hormonal.

O reflexo enterogástrico é resultado de sinais neurais emitidos do duodeno para o


estômago bloqueando a contração gástrica, o que é potencializado pela ativação simpática
e inibição parassimpática. Esse reflexo é estimulado pela acidez do duodeno, osmolaridade
do quimo, distensão do duodeno e produtos de degradação de proteínas.

O controle hormonal é feito principalmente pela colecistocinina. Essa proteína é produzida


em resposta á presença de gorduras no duodeno e sua principal função, no controle do
esvaziamento gástrico, é o bloqueio das contrações gástricas. No entanto, a colecistocinina
não é o único hormônio envolvido, há outros, como exemplo a secretina e o Polipetideo
insulínico glicose dependente.

No intestino delgado e cólon continuam os movimentos de mistura e propulsão do


alimento, porém, nessas estruturas do tubo digestivo é que ocorre a absorção dos nutrientes
e formação do bolo fecal. Delimitando o intestino delgado do grosso existe uma válvula
denominada válvula ileocecal; esta aloja no seu interior um esfíncter, que recebe o mesmo
nome. Esse esfíncter regula a passagem do conteúdo do íleo para o seco.

59
16.11 Secreção no Tubo Gastrintestinal

O trato gastrintestinal apresenta glândulas distribuídas por todo o seu trajeto. Essas
glândulas secretam substâncias que, basicamente, exercem duas funções: ação enzimática
e de lubrificação e proteção da mucosa gastrointestinal. O muco, produzido em sua maioria
pelas células caliciformes, é o responsável pela lubrificação e proteção da mucosa.

Como se sabe, as glândulas secretoras estão distribuídas por todo o aparelho


gastrintestinal, ou seja, desde a boca até o ânus. Na boca, o principal tipo de secreção é a
saliva, que é produzida pelas glândulas salivares. Mas as maiores, e por isso mais citadas,
são as glândulas parótidas, sublinguais e submandibulares. Entretanto, existem numeras
glândulas menores, muco e enzimas encontradas na saliva. A enzima é uma amilase,
também conhecida como ptialina, que possui a capacidade de quebrar o amido.

A saliva tem um pH ácido em relação ao sangue, o que favorece a atividade da amilase.


A função da saliva é remover restos alimentares e lubrificar o alimento, permitindo com isso
a deglutição e a desnutrição de bactérias, além de outras ações. A secreção salivar é
controlada por núcleos nervosos localizados no tronco encefálico; esses núcleos estão
agrupados em dois: núcleos salivares superiores e inferiores.

A presença do alimento na boca estimula as papilas gustativas e outros receptores táteis,


estes receptores enviam sinais elétricos até os centros de controle da salivação,
estimulando-os. No entanto, a estimulação da salivação, estimulando-os. No entanto, a
estimulação da salivação não se restringe somente aos mecanismos táteis e gustativos. O
centro da salivação pode ser estimulado por áreas superiores do SNC, como por exemplo,
ao se pensar no alimento de que se gosta. O ramo nervoso envolvido nesse controle é o
sistema nervoso parassimpático, que promove aumento da secreção salivar e aumento do
fluxo sanguíneo nas glândulas salivares.

No esôfago, o principal tipo de secreção é o de muco.

O estômago possui dois tipos de glândulas as oxinticas e as glândulas pilóricas. As


oxinticas ocupam a maior a maior parte do estômago e produzem ácido clorídrico,
pepsigênio, fator intrínseco e muco; as glândulas pilóricas ocupam a porção final do
estômago e produzem muco e um hormônio conhecido como gastrina. A regulação da
secreção gástrica é feita por fatores hormonais e nervosos; destes podemos citar a gastrina,
histamina e acetilcolina, que exercem um efeito estimulador da secreção gástrica.

A secreção gástrica se divide em três fases: fase cefálica, fase gástrica e fase intestinal.
Na fase cefálica, a secreção gástrica ocorre pela ativação dos centros superiores; estes, por
sua vez, são ativados pela presença do alimento na boca ou mesmo pelo simples fato de
pensar no alimento de que se gosta; o resultado final é a ativação da secreção gástrica.

Na fase gástrica e intestinal, o alimento presente no estômago ou duodeno estimula a


secreção gástrica.

O pâncreas secreta grande quantidade de enzimas digestivas e bicarbonato; estes são


liberados no duodeno, onde exercem seus efeitos. As enzimas digestivas do pâncreas são
especializadas na quebra de carboidratos, proteínas e lipídeos, sendo o principal estimulador
de sua secreção os produtos de digestão vindos do estômago.

Convém ressaltar que as enzimas proteolíticas no pâncreas estão sob a forma inativa,
sendo ativadas somente no duodeno. O bicarbonato exerce uma ação tamponante sobre a
60
acidez gerada no duodeno pelo quimo (mistura dos alimentos em digestão com o suco
gástrico). O controle da secreção pancreática é feito pela acetilcolina, colecistocinina e
secretina; as duas primeiras estimulam a secreção de enzimas, enquanto a secretina
estimula a secreção do bicarbonato.

Assim como a secreção gástrica, a secreção pancreática, é dividida em três fases:


cefálica, gástrica e intestinal, sendo que nas fases cefálica e gástrica a estimulação da
secreção pancreática é feita por sinais neurais e na fase intestinal é o quimo que estimula a
secreção pancreática.

O fígado produz a bile; esta tem duas funções: ajuda na absorção de gorduras e é um
meio de excreção de vários produtos indesejáveis. Na absorção de gorduras são os sais
biliares da bile que promovem a emulsificação de grandes partículas menores, facilitando a
ação da lipase do suco pancreático na digestão das gorduras. Além disso, os sais biliares
forma complexos com produtos de digestão dos lipídeos; esses complexos são denominados
micelas e é a partir daí que as gorduras podem ser absorvidas pela mucosa intestinal.

A bile produzida pelo fígado é armazenada na vesícula biliar e é liberada quando grandes
quantidades de gordura chegam ao duodeno; nesse momento o duodeno libera o hormônio
colecistocinina, que entre outros efeitos, promove a contração da vesícula biliar e
consequentemente expulsão da bile e relaxamento do esfíncter de Oddi, permitindo a
passagem de bile para o duodeno.

As secreções dos intestinos: delgado e grosso são basicamente muco, importante para
lubrificação do tubo e proteção da mucosa. Além de em sua mucosa. Além de responsável
pela digestão final de proteínas, carboidratos e gorduras, como por exemplo, as peptidases,
sacarase, maltase, isomaltase, lactase e lipase intestinal, respectivamente.

16.11 Digestão e Absorção no Tratogastrointestinal

Os nutrientes não podem ser absorvidos na sua forma natural por ser tratar de
macromoléculas, assim, para que sejam absorvidos eles precisam ser quebrados ao longo
do aparelho gastrintestinal. Entre os macronutrientes que precisam ser quebrados estão os
carboidratos, que começam a sofrer digestão na boca pela amilase salivar. Esse processo
continua no intestino delgado quando os carboidratos entram em contato com as enzimas
do pâncreas e com as enzimas presentes nas microvilosidades da mucosa do intestino
delgado.

A digestão de proteínas começa no estômago com a pepsina, e termina no duodeno. Já


a digestão de gorduras depende de sua prévia emulsificação pelos sais biliares; no entanto,
as glândulas sublinguais secretam lipase, que age sobre as gorduras quebrando as no
estômago. Contudo, esse efeito não é significativo. A digestão de gorduras acontece de fato
no duodeno, após a emulsificação.

O duodeno é dotado de uma membrana disposta em vilosidade, ou seja, pregas; estas


aumentam a superfície de contato entre as enzimas e seu substrato. No entanto, as próprias
vilosidades apresentam pregas, as microvilosidades aumentando ainda mais a superfície de
contato, otimizando com isso a absorção dos nutrientes.

O transporte de muitos nutrientes depende da absorção de íons, como por exemplo o


transporte de glicose e aminoácidos. Neste caso, o transportador de sódio apresenta um
sítio de ligação para o sódio e outro para a glicose ou para um aminoácido; uma vez ligados,
ambos são transportados para dentro do enterócito. A energia para esse transporte é
61
fornecida pela bomba de sódio/potássio, que mantém uma baixa concentração intracelular
de sódio, favorecendo sua entrada no enterócito sem gasto de energia.

O fluxo de água através do epitélio intestinal obedece ao princípio de osmose. Desta


forma, o aumento da absorção de sódio aumenta a absorção de água. O cloreto é carregado
negativamente e seu transporte através do epitélio é favorecido pela eletropositividade do
lado basal das células epiteliais gerado pelo sódio. A absorção de gorduras através do
epitélio não depende de transportadores, como dependem os aminoácidos e a glicose, no
entanto, as gorduras precisam formar um complexo com os sais biliares, as micelas, para
serem absorvidas.

No interior dos enterócitos a gordura é acoplada a proteínas, formando os quilomícrons;


estes são liberados o espaço intersticial e daí são absorvidos pelos capilares linfáticos. Dos
linfáticos, os quilomícrons são secretados no sangue venoso.

O cólon está envolvido com a absorção de água e de eletrólitos, sendo que a absorção
ocorre principalmente nas porções iniciais do intestino grosso. Por isso, essa região é
denominada de cólon absortivo.

16.12 Controle Neural da Função Gastrintestinal

O aparelho gastrintestinal possui um sistema nervoso próprio que controla os movimentos


e as secreções gastrintestinais. Esse sistema se estende desde o esôfago até o ânus e é
formado por dois plexos: 1- Um situado entre a camada muscular, denominado plexo
mioentérico, que controla os movimentos intestinais; 2- Um localizado na camada
submucosa, denominado plexo submucoso, que controla o processo secretório das
glândulas que compõem esse sistema.

O funcionamento do cinema nervoso entérico, como é chamado, não depende do Sistema


Nervoso Central- SNC; ele é capaz de controlar a atividade gastrintestinal sem auxílio
dependente do SNC; ele é capaz de controlar a atividade gastrintestinal sem auxílio do SNC;
entanto, sofre influência do SNC através do simpático e parassimpático, como os quais
estabelece conexões nervosas. O simpático pode diminuir a atividade gastrintestinal,
enquanto que o parassimpático pode aumentá-la.

17- SISTEMA RESPIRATÓRIO

Em poucas palavras, o sistema respiratório é responsável pela hematose – troca de gases


entre o meio interno e o meio externo- e para isso é compostas por várias estruturas,
especializadas em conduzir o ar e prepará-lo, no caso do oxigênio, para ser absorvido pelo
organismo.

Funcionalmente, pode ser dividido em duas porções: uma que conduz e outra que
promove a hematose. A porção condutora é constituída por estruturas tubulares que
conduzem o ar para os pulmões, onde ocorre a hematose, e por transportar o CO2, dos
pulmões para o meio externo. As estruturas de condução do ar normalmente estão
envolvidas com outras funções, como por exemplo, a laringe, que é um órgão de fonação. A
faringe participa do sistema digestório, conduzindo alimento para o esôfago, e o nariz é o
responsável pelo olfato. Essas estruturas são aqui discutidas isoladamente começando pelo
nariz ou cavidade nasal.

62
17.1 Nariz

O nariz pode ser dividido em nariz externo, cavidade nasal e seios paranasais. O nariz
externo é formado por um esqueleto osteo-cartilaginoso, apresenta um ápice (porção
superior) e uma base com duas aberturas separadas por um septo, denominadas narinas.

Fig.49: Anatomia do nariz


A cavidade nasal se comunica com o nariz externo através das narinas e com a faringe
através das coanas, e é altamente vascularizada.

A cavidade nasal está separada da cavidade bucal pelo palato, formado por osso (palato
duro) e por músculo (palato mole). Anatomicamente, a cavidade nasal é dividida em duas
partes: direita e esquerda, separadas pelo septo nasal. Normalmente, o septo nasal
apresenta um desvio que pode ser para direita ou para a esquerda, sendo que grandes
desvios podem dificultar a respiração.

Na cavidade nasal são encontrados espaços delimitados pelas conchas nasais (lâminas
ósseas recurvadas recobertas pela mucosa), denominados meatos. Tanto os seios
paranasais, quanto o ducto naso-lacrimal desembocam nesses meatos eliminando na
cavidade nasal seus produtos de secreção. Por sua vez, as conchas nasais aumentam a
área de superfície da cavidade nasal, responsável em umedecer e aquecer o ar inspirado.
Funcionalmente, a cavidade nasal é dividida em vestíbulo, região respiratória e região
olfatória, sendo que a região olfatória umedece e aquece o ar e a região olfatória apresenta
terminações nervosas que detectam odor.

Os seios paranasais são cavidades presentes em alguns ossos do crânio, a saber: frontal,
esfenoide, etmoide e maxilar. Essas cavidades são revestidas pela mesma mucosa que
reveste a cavidade nasal. Os seios paranasais se comunicam com a cavidade nasal por
meio de canalículos, por onde libera seu produto de secreção (catarro).

17.2 Faringe

É um tubo muscular dividido em três partes: nasofaringe, orofaringe e laringofaringe. Por


esse canal, tanto o ar quanto o alimento passam, estando assim associado aos dois
sistemas: respiratório e digestório. Observa-se na parte nasal da faringe um orifício que
comunica a cavidade timpânica do ouvido médio com a faringe, denominado óstio faríngeo
da tuba auditiva. Esse canal tem por função igualar as pressões de ara da cavidade
timpânica com as pressões do ar externo. Processos infecciosos da garganta podem afetar
63
a orelha média, uma vez que a presença desse canal possibilita a propagação do agente
infeccioso.

Fig. 50: Anatomia da Faringe

17.3 Laringe

É um tubo constituído por um esqueleto cartilaginoso, localizado no pescoço,


anteriormente á faringe e continua diretamente pela traqueia. A laringe é delimitada da
faringe por um orifício, denominado adito da laringe sendo por meio desse orifício que o ar
entra e segue em direção aos pulmões.

O esqueleto cartilaginoso é formado por cartilagem de tamanho variado, sendo as


maiores a cartilagem tireoide, cricóide, aritenóide e epiglótica. No interior da laringe, observa-
se a presença de uma fenda denominada ventrículo da laringe. Essa fenda é formada por
duas pregas: prega superior ou vestibular e prega inferior ou vocal, que delimitam um espaço
conhecido como glote. A parte superior da laringe, ou seja, a que está acima da prega
vestibular, é denominada de vestíbulo, enquanto a região que fica abaixo da prega vocal é
conhecida como cavidade infragótica. A prega vocal é formada por ligamentos e músculos
intrínsecos da laringe, para produção do som. A prega vestibular não participa da fonação,
entretanto, exerce função protetora.

64
Fig. 51: Anatomia da Laringe

17.4 Traqueia e Brônquios

A traqueia é formada por vários anéis cartilaginosos incompletos, ou seja, sua parte
posterior é desprovida de cartilagem, portanto, constituída por uma membranácea da
traqueia. Esses anéis estão unidos por ligamentos anulares. A constituição cartilaginosa e
elástica da traqueia dá a esse tubo mobilidade, flexibilidade, importante para o deslocamento
da traqueia durante os movimentos respiratórios da laringe.

Outra característica da traqueia é seu desvio para direita, antes de sua ramificação,
formando os brônquios principais que se dirigem para os pulmões direito e esquerdo. A
porção final da traqueia é conhecida como Carina (bifurcação), sendo esse ponto de
ramificação do tubo traqueal.

Os brônquios principais ou de primeira ordem se ramificam em estruturas tubulares


menores, conhecidos como brônquios lobares ou de segunda ordem. Esses brônquios
penetram os lobos dos pulmões e se ramificam em brônquios segmentares ou de terceira
ordem, que por sua vez vão se dividindo em estruturas menores até a vigésima ordem,
terminando nos alvéolos pulmonares. Essas ramificações dos brônquios são conhecidas
como árvore brônquica.

65
Fig. 52: Anatomia da Traqueia e Brônquios

17.5 Pleura e Pulmões

Os pulmões são órgãos responsáveis pela hematose do sistema respiratório. São em


número de 2 e ocupam quase toda a cavidade torácica. Os pulmões são revestidos pela
pleura uma membrana serosa que reveste não somente os pulmões, mas internamente a
cavidade torácica.

A pleura que reveste os pulmões é denominada Pleura Visceral e a pleura que reveste
a cavidade torácica, Pleura Parietal. Tanto a pleura parietal quanto a visceral estão
intimamente úmidas, sendo separadas por um espaço virtual por onde circula um líquido
cuja função é diminuir o atrito entre pulmão e cavidade torácica durante os movimentos de
expansão do tórax.

A forma dos pulmões lembra uma pirâmide: eles apresentam um ápice e uma base, além
de duas faces, uma costal (voltada para as costelas) e um medial (voltada para o
mediastino). A base dos pulmões está localizada sobre o diafragma, e por essa razão é
conhecida como face diafragmática.

Os pulmões se dividem em lobos, delimitados por fendas profundas conhecidas como


fissuras. O pulmão direito apresenta 3 lobos: superior, médio e inferior. O lobo superior é
separado do médio pela fissura oblíqua e o médio separado do inferior pela fissura
horizontal. O pulmão esquerdo apresenta 2 lobos, superior e inferior, separados pela fissura
oblíqua. Os lobos se dividem em vários segmentos broncopulmonares; cada segmento
recebe um brônquio.

Os pulmões apresentam uma porta de entrada e saída para estrutura conhecidas como
hilo pulmonar. Pelo hilo pulmonar entram e saem os vasos sanguíneos e linfáticos, brônquios
principais e nervos. Em conjunto, essas estruturas formam a raiz do pulmão.

66
Fig. 53: Anatomia das Pleuras e Pulmões

Árvore Brônquica ou Árvore Respiratória: Conjunto ramificado de brônquios.

Diafragma: A base do diafragma de cada pulmão apoia-se no diafragma, que é um órgão


muscular membranoso que separa o tórax do abdômen.

Fig. 54: Bronquíolos e Alvéolos Pulmonares

67
Respiração: É o processo de introdução do oxigênio nos pulmões e eliminação de gás carbônico.

Inspiração: É o termo empregado Expiração: É o movimento em


para designar a entrada de ar, o sentido inverso a inspiração para
Oxigênio, para os pulmões. eliminar o gás carbônico.

Fig.:
50 Pulmões Direito e
Esquerdo

Pulmão
Direito: 3
lobos
(superior,
médio,
inferior)
Pulmão
Esquerdo:
2 lobos
(superior,

inferior) Traqueotomia: É o ato cirúrgico de


abertura da traqueia.

A respiração pode ser controlada ou involuntária, Traqueostomia: É o orifício por onde


apenas por certo período de tempo, após o qual se introduz uma cânula na traqueia
para entrada de ar.
se torna novamente automática e involuntária.

68
Ato de Respirar: O Diafragma se rebaixa e os músculos intercostais expandem-se para
cima e para fora: Inspiração, que resulta na absorção do O2.

Ao relaxar, o Diafragma sobe, e os músculos intercostais trazem as costelas para


dentro fazendo pressão sobre os pulmões, impulsionando o ar para fora, constituindo o
movimento de Expiração, lavando para fora o Co2

Fig. 55: Estruturas do Sistema Respiratório

O Oxigênio penetra em nosso organismo através de um conjunto de órgãos


denominado Sistema Respiratório: Cavidades nasais, faringe, laringe, traqueia,
brônquios e pulmões.

69
Terminologia Respiratória

1- Apnéia: Parada Respiratória


2- Cianose: Coloração azulada devida a falta de oxigênio
3- Dispneia: Dificuldade respiratória
4- Bradpnéia: Respiração lenta
5- Taquipnéia: Respiração acelerada
6- Ortopnéia: A pessoa consegue respirar melhor com o tórax elevado.

17.6 Fisiologia da Respiração

O sistema respiratório tem por função fornecem oxigênio para os tecidos e remover
o dióxido de carbono, produto final de seu metabolismo. Os pulmões são as principais
estruturas envolvidas no processo respiratório, sendo os alvéolos a unidade funcional
dos pulmões e, consequentemente, o local onde ocorre a hematose (troca de gases
entre o sangue e o meio externo).

O enchimento de ar dos pulmões, assim como seu esvaziamento, depende do


movimento dos músculos respiratórios, que são: o diafragma, principal músculo da
respiração, e os músculos intercostais. Isso ocorre em condições normais, mas na
respiração forçada outros músculos são acionados.

O processo respiratório se realiza em ciclos, sendo que cada ciclo é composto por
uma inspiração e uma expiração. O movimento inspiratório acontece durante a saída
de ar. A inspiração é um processo ativo, exige contração muscular, enquanto que a
expiração é, na maioria das vezes, um processo passivo, ou seja, não depende da
contração muscular, somente do relaxamento dos músculos da inspiração.

A contração do diafragma promove um aumento longitudinal da caixa torácica e a


contração dos músculos intercostais externos promove um aumento anterior da caixa
por elevação do gradil costal; o resultado final é a expansão do tórax. A pleura visceral
que reveste os pulmões está em íntimo contato com a pleura parietal, que reveste a
cavidade torácica, desta forma, a expansão da caixa torácica leva consigo a pleura
visceral, e consequentemente os pulmões, aumentado seu volume.

Durante esse processo de expansão pulmonar é gerada uma pressão negativa


dentro dos pulmões que favorece a entrada de ar. O ar entre nos pulmões até a pressão
no interior dos pulmões se iguala à pressão externa. Ao final da inspiração, a caixa
torácica retorna ao seu tamanho anterior, comprimindo os pulmões; esse a tornando
positiva em relação ao meio externo, o que favorece a saída de ar.

A entrada e saída de ar dos pulmões são definidas como ventilação pulmonar, este
tem por objetivo renovar o ar dos alvéolos, ao oferecer ar rico em oxigênio e remover o
dióxido de carbono. A ventilação pulmonar pode ser registrada por meio de um
espirômetro, e a partir, do registro, o ar pulmonar pode se dividido em 4 volumes e 4
capacidades, com base nas variações sofridas pelo volume pulmonar em diferentes
situações ventilatórias.

70
17.7 Volumes

Volume Corrente é o volume de ar inspirado e expirado em cada ciclo ventilatório normal.

1- Volume de Reserva Inspiratória é o volume de ar que ainda pode ser inspirado no


final da inspiração normal.

2- Volume de Reserva Expiratória é o volume de ar que pode se exalado por meio de


uma expiração forçada, ao final da expiração normal.

3- Volume Residual é o voluma de ar que permanece nos pulmões, mesmo após a


expiração forçada.

18.8 Capacidades

As capacidades pulmonares podem ser definidas como a combinação entre dois ou


mais volumes pulmonares, assim, temos:

Capacidade Inspiratória: É a soma do volume corrente com o volume de reserva inspiratório.


Representa a quantidade máxima de ar que uma pessoa pode inspirar.

Capacidade Residual Funcional: É a soma do volume de reserva expiratório com o


volume residual. Representa a quantidade de ar que permanece nos pulmões ao final
da expiração normal.

Capacidade Vital: É a soma do volume corrente, volume de reserva inspiratório e


volume de reserva expiratório; a capacidade vital representa a maior quantidade de ar
que uma pessoa pode expelir dos pulmões após tê-los enchido ao máximo.

Capacidade Pulmonar Total: É a soma da capacidade vital com o volume residual.


Representa o maior volume de ar que os pulmões podem alojar a final de uma
inspiração forçada.

É possível calcular o volume de ar que se movimenta pelas vias áreas, multiplicando o


volume corrente pela frequência respiratória. A frequência respiratória é igual ao ciclo
respiratório, e para o cálculo é preciso mensurar o número de ciclos respiratórios de
uma pessoa em um minuto e multiplicar pelo volume de ar que trafega pelo sistema
respiratório. A esse fenômeno, dá-se o nome de volume-minuto.

É importante salientar que nem todo o ar inspirado é utilizado para troca gasosa; parte
desse ar nunca atinge os alvéolos, preenchendo apenas o espaço das vias aéreas em
que não ocorre troca gasosa, chamado de espaço morto.

Uma vez nos alvéolos, o oxigênio do ar se difunde para o sangue do capilar pulmonar,
em contrapartida, o dióxido de carbono se difunde do capilar pulmonar, onde está em
maior quantidade, para os alvéolos; esse é o princípio da hematose.

Essa difusão acontece sem gasto energético, somente com a energia cinética das
moléculas. No entanto, para que ocorra a difusão é fundamental que a pressão desses gases
favoreça esse processo. Desta forma, a pressão de oxigênio no alvéolo deve ser maior que
no capilar pulmonar, e a pressão de dióxido de carbono no capilar deve ser maior que no
alvéolo. Assim, esses gases vão migrar em sentido oposto um do outro, atravessando a
membrana respiratória.

A membrana respiratória é formada por líquido alveolar e surfactante, epitélio


alveolar, estreito espaço intersticial, membrana basal do capilar e membrana do

71
endotélio capilar. Qualquer alteração nessa membrana que a torne mais espessa, como
acontece em um processo inflamatório, pode dificultar a passagem dos gases,
induzindo à injúria respiratória, o que sinaliza a importância dessa membrana para a
hematose. Além disso, existem outros fatores que afetam a velocidade de difusão dos
gases através da membrana, como por exemplo, a solubilidade do gás e sua diferença
de pressão entre os dois lados da membrana, ou seja, alvéolos e capilares pulmonares.

No capilar pulmonar, o oxigênio se combina com a hemoglobina, que o transporta


para todos os tecidos do corpo. Nos tecidos, o oxigênio se dissocia da hemoglobina e
se difunde através do capilar para as células, onde é metabolizado para produção de
energia, sendo que ao final desse processo há produção de dióxido de carbono, que
agora, em maior quantidade que o oxigênio, se difunde para o sangue do capilar,
próximo de sua extremidade final, ou seja, das vênulas.

No sangue, o dióxido de carbono penetra nas hemácias e, sob ação da anidrase


carbônica, reage com a água formando ácido carbônico, que rapidamente se dissocia
em hidrogênio e bicarbonato. O hidrogênio, por sua vez, é tamponado pela
hemoglobina, que impede que sua concentração intracelular aumente, o que é letal para
a célula, e o bicarbonato é transportado para fora das hemácias por meio de um
contratransporte bicarbonato e cloreto. Essa via corresponde à maior parte do dióxido
de carbono transportado através de outras vias, como por exemplo, em combinação
com a hemoglobina e com proteínas plasmáticas.

O controle da respiração é feito pelo Sistema Nervoso Central, mais precisamente


pelo tronco cerebral. O centro respiratório é formado por três grupos de neurônios:
grupo respiratório dorsal, responsável pelas inspirações. Grupo respiratório ventral, que
pode causar tanto expiração quanto inspiração e centro pneumotorácico, que controla
a frequência e o padrão da ventilação.

O centro respiratório é estimulado pelo dióxido de carbono, sem, contanto sofrer


influência direta da concentração de oxigênio; porém, o oxigênio pode, indiretamente,
regular o centro respiratório por meio de quimiorreceptores sensíveis à concentração
sanguínea de oxigênio e dos íons hidrogênio.

Frequência Respiratória Média

Recém-Nascido --------------------------------------------------------------------- 40/60 rpm/irpm

1º Ano de Vida -------------------------------------------------------------------------- 26/30 rpm/irpm

2 a 3 anos de vida --------------------------------------------------------------------- 20/26 rpm/irpm

Adolescente ----------------------------------------------------------------------------- 20/22 rpm/irpm

Adultos ------------------------------------------------------------------------------------ 16/20 rpm/irpm

Idoso --------------------------------------------------------------------------------------- 14/18 rpm/irpm

72
18 SISTEMA CARDIOVASCULAR-CIRCULATÓRIO

É um sistema fechado sem comunicação com o exterior, constituído por tubos


(vasos) por onde circulam o sangue e a linfa. Tem como função básica levar material
nutritivo e oxigênio às células e transportar produtos residuais do metabolismo celular
aos órgãos encarregados de eliminá-los. É também responsável pela defesa do
organismo contra substâncias estranhas e microorganismos. Os componentes que o
compõe são: coração, artérias, veias, vasos linfáticos e capilares, cujas características
anatômicas e funcionais serão discutidas a seguir.

18.1 Divisão

18.1.2 Sistema Sanguíneo: Composto por vasos condutores do sangue como artérias,
veias, capilares e o coração.

18.1.3 Sistema Linfático: Formado por vasos condutores da linfa como capilares
linfáticos, vasos linfáticos e troncos linfáticos e por órgãos linfonóides, os
linfonodos.
18.1.4 c- Órgãos Hematopoiéticos: Medula Óssea e órgãos linfoides como o baço e
o timo.

18.2 Coração

O coração é um órgão muscular oco, que funciona como uma bomba contrátil
propulsora. Tem a forma aproximada de um cone trucado com uma base, ápice e três
faces: uma esternocostal, diafragmática e pulmonar. Está localizado na cavidade
torácica, atrás do esterno, sobre o diafragma, ocupando uma região central chamada
mediastino. Sua base é o local onde entram e saem os grandes vasos (veia cava
superior e inferior, veias pulmonares, tronco pulmonar e aorta); seu ápice está voltado
para a esquerda.

O coração é dividido em quatro câmaras, separadas por septos, sendo 2 átrios e 2


ventrículos, entre os quais se encontra um tecido fibroso, com orifícios que permitem a
passagem de sangue dos átrios para os ventrículos denominados valvas.

As valvas são formadas por tecido conjuntivo denso, recobertas por parte do
endocárdio. São em número de 4. 2 átrios ventriculares e 2 semilunares. As átrios
ventriculares (AV) são formadas por cúspides (subdivisões que as valvas apresentam),
sendo que a valva átrio ventricular da direita (AVD) é formada por 3 cúspides, então
chamada Tricúspide, e a valva esquerda (AVE) por 2 cúspides denominada valva
Bicúspide ou Mitral. Essas valvas permitem o acesso do sangue dos átrios para os
ventrículos. As semilunares (SL) são formadas por 3 cúspides e sua função é permitir
a saída do sangue dos ventrículos para o tronco pulmonar, sendo então valva semilunar
direita ou pulmonar e valva semilunar esquerda ou aórtica.

73
O músculo cardíaco (miocárdio) é revestido externamente por uma membrana
serosa (epicárdio) e internamente por células endoteliais (endocárdio). Além disso, é
envolvido por um saco fibroso, o pericárdio, formado por uma camada interna
(pericárdio fibroso) e uma camada externa (pericárdio seroso). Este possui 2 lâminas,
uma aderida ao pericárdio fibroso (lâmina parietal) e outra ao miocárdio (lâmina visceral.
Sua função é limitar a expansão cardíaca durante o enchimento.
Basicamente, o coração funciona como uma bomba ejetando o sangue venoso para
os pulmões para ser oxigenado (pequena circulação) e para e leva para o todo
organismo, nutrindo-o o oxigênio (grande circulação ou sistêmica).

Entre as propriedades do coração, podemos citar o automatismo, ou seja, é capaz


de gerar seu próprio estímulo contrátil. Isso acontece porque ele apresenta estruturas
especializadas em gerar e conduzir impulsos elétricos. Não necessitando do Sistema
Nervoso Central, para seu funcionamento. Dessa forma, os estímulos são gerados no
nodo sino-atrial ventricular, feixe átrio-ventricular e ramos direito e esquerdo. Esses
ramos surgem da ramificação do feixe átrio-ventricular.

Fig.: 51 Estruturas do Coração

18.3 SISTEMA SANGUÍNEO-ARTÉRIAS

São tubos cilindróides, com propriedades elásticas e de calibre variado, ou seja, grande,

Fig. 55: Estruturas do Coração

74
médio e pequeno e arteríolas (com menor calibre), cujos ramos podem ser terminais (quando
a artéria se ramifica e o tronco principal deixa de existir após a divisão) e colaterais (quando
a artéria se ramifica e o tronco de origem continua a existir).

As artérias podem ser superficiais e profundas, sendo que em sua maioria é profundas,
o que funcionalmente é interessante, uma vez que esses locais oferecem proteção a elas.
As artérias superficiais têm um calibre pequeno, se destinam à pele, ramificando-se a partir
de artérias pulmonares. Os critérios mais comuns utilizados para designar as artérias estão
relacionados onde passa, como artéria braquial, órgão irrigado, exemplo artéria renal e peça
óssea mais próxima, ou seja, artéria femoral.

Fig.56: Artérias

18.4 Veias

São tubos que apresentam forma variada, dependendo, é claro, do volume de sangue
presente no vaso. Dessa forma, quando as veias estão cheias de sangue tornam-se
cilíndricas, mas quando estão com pouco sangue tornam-se achatadas. Essa versatilidade
na forma dos tubos é fruto da constituição de sua parede; esses vasos apresentam pouca
elastina e mais colágeno, o que confere ao tubo essas distensibilidade.

O diâmetro dos vasos é variável, podendo ser encontrados vasos de grande, médio e
pequeno calibre, além de vênulas (estruturas do sistema venoso com menor diâmetro).
Enquanto as artérias se ramificam, formando outros vasos de menor calibre, as veias de
menor calibre vão se unindo com outras veias, formando calibre maior. Essas veias que se
confluem são chamadas de tributárias ou afluentes.

Assim como as artérias, as veias podem se superficiais e profundas, porém, denominadas


veias comunicantes. As veias superficiais são subcutâneas, calibrosas e funcionam como
válvula de escape para o sangue venoso de origem muscular durante a contração. As veias
profundas são classificadas em satélites e solitárias; quando acompanham o trajeto de
uma artéria, são veias satélites, quando não acompanham são veias solitárias.

75
No corpo, a quantidade de veia é maior que as artérias. Fato justificado pelo número de
veiais superficiais, superior ao de artérias, e pela presença de 2 veias acompanhando o
trajeto dos vasos arteriais, denominadas veias satélites. Ainda, as veias podem ser
classificadas de acordo com as estruturas que drenam, ou seja, veias que drenam vísceras
ou órgãos são denominadas de veias viscerais, enquanto as veias que drenam as paredes
das vísceras são denominadas parietais.

Outra característica das veias é a presença de válvula no seu interior, formadas a partir
de uma projeção da membrana interna do vaso, cuja função é orientar o fluxo e impedir o
refluxo de sangue. Entretanto, veias do cérebro, pescoço e algumas veias do tronco não
apresentam válvulas, já que o fluxo sanguíneo nesses territórios é favorecido pela gravidade.
A falência das válvulas provoca estase sanguínea e dilatação dos vasos, o que é
acompanhado de muita dor. Esse quadro clínico é conhecido por varizes.

O fluxo sanguíneo venoso é contrário ao das artérias, ou seja, em direção ao coração.


Além disso, enquanto as artérias transportam sangue oxigenado para os tecidos, as veias
transportam sangue pobre em oxigênio e rico em produtos do metabolismo celular para
os sítios de excreção. (Pulmões e rins).

O sangue circula nas artérias por diferença de pressão, mas isso não acontece com o
sangue nas veias, onde a pressão é quase nula, o que torna o fluxo sanguíneo lento. Dessa
forma, outros mecanismos são necessários para que o sangue circule, a saber: válvulas,
peristaltismo (movimento das vísceras no tubo digestivo), contração muscular, movimentos
respiratórios, pulsação das artérias e compressão da planta dos pés.

76
Fig.: 52 Veias

18.5 Capilares Sanguíneos

São as menores estruturas dos sistemas circulatório, formadas por uma por uma única
camada de células endoteliais, interpostas entre as artérias e veias e com distribuição
universal, exceto em tecidos nos quais a nutrição se dá por difusão, como por exemplo,
cartilagem hialina, epiderme, córnea e lente. Aqui ocorrem as trocas entre o sangue e os
tecidos.

Fig.57: Capilares Sanguíneos

18.6 SISTEMA LINFÁTICO

São estruturas tubulares, formadas por capilares linfáticos (mais calibrosos e irregulares
que os sanguíneos), vasos linfáticos, troncos linfáticos e órgãos linfoides (linfonodos). No
interior dos vasos linfáticos circula a linfa, consticionalmente diferente do sangue. Este
sistema remove partículas que não são absorvidas pelos capilares sanguíneos, como
proteínas, além de remover o excesso de líquido dos tecidos, auxiliando o sistema venoso
na drenagem.

O fluxo de linfa, pelos vasos linfáticos, é semelhante ao fluxo de sangue nas veias, ou
seja, lento. A linfa que circula pelos vasos linfáticos é lançada de volta ao sistema venoso
por meio do maior tronco linfático, denominado de ducto linfático; este ducto desemboca na
junção entre a veia jugular interna e a veia subclávia (junção jugulo subclávia). Localizada
no lado esquerdo do corpo.

Não há vasos linfáticos no Sistema Nervoso Central, medula óssea, músculos


esqueléticos e estruturas avasculares.

Além de auxiliar o sistema venoso na remoção de líquidos e partículas, o sistema linfático


possui órgão linfoide, como por exemplo, os linfonodos. Essas estruturas estão localizadas

77
entre o trajeto dos vasos linfáticos isoladamente ou em grupo, formando cadeias. Os
linfonodos produzem linfócitos e, desta forma, constituem uma barreira contra a penetração
de partículas estranhas na circulação.

78
79
Fig. 59: Sistema Venoso e Arterial
.

18.7 Sístole é o período de contração muscular das câmaras cardíacas que alterna com o
período de repouso, diástole. A cada batimento cardíaco, os átrios contraem-se primeiro,
impulsionando o sangue para os ventrículos, o que corresponde à sístole atrial. Os
ventrículos contraem-se posteriormente, bombeando o sangue para fora do coração, para
as artérias, o que corresponde à sístole ventricular. Sístole é o processo de contração de
cada parte do miocárdio. Durante a sístole, o sangue entra nas artérias, pelos leitos
capilares, mais depressa do que sai.

18.8 Diástole Cardíaca é um período de relaxamento muscular ou recuperação do


músculo cardíaco; alterna com o período de contração muscular (sístole). Nesse período, de
pressão arterial mínima, a cavidade se dilata e permite a entrada de sangue, para que possa
ser expelido na contração. Corresponde à onda T do electrocardiograma (ECG).

Pequena e Grande Circulação Sanguínea

80
Fig. 60: Pequena e Grande Circulação

18.9 Grande Circulação ou Circulação Sistêmica é a designação dada à parte da


circulação sanguínea na qual o sangue do ventrículo esquerdo vai para todo o organismo,
pela artéria aorta, e do organismo até o átrio direito, pela veia cava.

Inicia-se: ventrículo esquerdo e termina no átrio direito do coração.

O sangue arterial é bombeado pela contração do ventrículo esquerdo para a artéria aorta.
Esta divide-se para os órgãos principais do nosso corpo (com exceção dos pulmões), onde
o sangue realiza trocas de substâncias com os tecidos, necessárias na manutenção da
homeostasia e também onde o oxigênio é consumido . O sangue venoso pobre em oxigênio
(nesta etapa da circulação, já que o mesmo não acontece na pequena circulação) volta ao
coração pelas veias cavas, introduzindo-se no átrio direito. Do átrio direito o sangue passa
para o ventrículo direito através do orifício atrioventricular, onde existe a valva tricúspide.

A aorta, ponto de início da grande circulação, parte do ventrículo esquerdo. Forma um


grande arco, que se dirige para trás e para a esquerda (croça da aorta), segue verticalmente
para baixo, seguindo a coluna vertebral, atravessa depois o diafragma e penetra na cavidade
abdominal. Ao fim do seu trajeto, a aorta se divide nas duas artérias ilíacas, que vão aos
membros inferiores.

81
Da aorta se destacam numerosos ramos que levam o sangue a várias regiões do
organismo.

Da aorta torácica partem as artérias bronquiais, que vão aos brônquios e aos pulmões,
as artérias do esôfago e as artérias intercostais.

18.10 Pequena Circulação ou Circulação Pulmonar é o movimento do sangue que sai


do ventrículo direito através da artéria pulmonar, passando pelos capilares pulmonares (local
onde o sangue entra em contacto com o leito alveolar e é oxigenado). Depois de oxigenado
o sangue retorna para o átrio esquerdo através das veias pulmonares, seguindo para o
ventrículo esquerdo e a grande circulação.

Inicia-se: ventrículo direito e termina no átrio esquerdo do cora

Pressão arterial é a força com a qual o coração bombeia o sangue através dos vasos. É
determinada pelo volume de sangue que sai do coração e a resistência que ele encontra
para circular no corpo.

A Hipertensão Arterial Sistêmica é uma doença crônica que, quando não tratada e

controlada adequadamente, pode levar a complicações que podem atingir outros órgão e
sistemas

Ela pode ser modificada pela variação do volume de sangue ou viscosidade (espessura)
do sangue, da frequência cardíaca (batimentos cardíacos por minuto) e da elasticidade dos
vasos. Os estímulos hormonais e nervosos que regulam a resistência sanguínea sofrem a
influência pessoal e ambiental.

Hipertensão arterial é a pressão arterial acima de 140x90 mmHg (milímetros de


mercúrio) em adultos com mais de 18 anos, medida em repouso de quinze minutos e
confirmada em três vezes consecutivas e em várias visitas médicas.

Elevações ocasionais da pressão podem ocorrer com exercícios físicos, nervosismo,


preocupações, drogas, alimentos, fumo, álcool e café.

A pressão arterial é considerada normal quando a pressão sistólica (máxima) não


ultrapassar a 130 e a diastólica (mínima) for inferior a 85 mmHg.

SISTÓLICA DIASTÓLICA Nível

130 85 Normal

82
130-139 85- 89 Normal limítrofe

140 -159 90 - 99 Hipertensão leve

160-179 100-109 Hipertensão moderada

> 179 > 109 Hipertensão grave

> 140 >90 Hipertensão sistólica ou máxima

No sistema nervoso central podem ocorrer infartos, hemorragia e encefalopatia


hipertensiva.

No coração, pode ocorrer cardiopatia isquêmica (angina), insuficiência cardíaca,


aumento do coração e, em alguns casos, morte súbita.

Nos pacientes com insuficiência renal crônica associada sempre ocorre nefroesclerose.

No sistema vascular, podem ocorrer entupimentos e obstruções das artérias carótidas,


aneurisma de aorta e doença vascular periférica dos membros inferiores.

No sistema visual, há retinopatia que reduz muito a visão dos pacientes.

Hipertesão X Nutrição

83
Fig. 61: Coração e suas estruturas

84
18.12 Fisiologia Cardíaca
Na fisiologia, o coração é dividido em duas bombas: uma direita e outra esquerda. A
primeira propele o sangue para os pulmões e a segunda para s circulação sistêmica. Cada
uma dessas bombas apresenta 2 câmaras sendo um átrio e um ventrículo, constituídos pelos
músculos atrial e ventricular, respectivamente, além de fibras excita tórias e condutoras;
estas últimas são pobres em fibras de contração, porém, especializadas em gerar impulsos
e conduzi-los por todo o coração, tornando o coração uma bomba contrátil.

A velocidade de propagação do impulso gerado pelas fibras excitatórias é otimizada pela


presença de uma comunicação entre as fibras cardíacas denominadas discos intercalares,
e são eles que fornecem ao coração a natureza sincicial. Para que os músculos cardíacos
se contraem, ele precisa antes passar por uma despolarização de suas membranas. Em
repouso, a membrana sarcoplasmática das fibras cardíacas é carregada negativamente, e
para que haja contração é preciso que íons carregados positivamente entrem na fibra
tornando-a positiva, o que caracteriza um potencial de ação.

Diferentemente do músculo esquelético, o potencial de ação do músculo cardíaco é mais


longo e em platô. Isso acontece pela abertura dos canais lentos de cálcio e pelo retardo na
abertura dos canais de potássio, após a abertura dos canais de sódio; estes últimos são
responsáveis pela despolarização da membrana, enquanto que os canais de cálcio e de
potássio pelo platô.

A positividade da membrana promove um aumento intracelular de cálcio proveniente da


abertura de canais sarcoplasmáticos e da membrana sarcoplasmática, que por sua vez,
promove o deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina, o que o mecanismo
de contração cardíaca. Após a contração, o cálcio é removido do meio intracelular pelas
bombas de cálcio presente no retículo e membrana sarcoplasmática.

18.13 Fisiologia da Circulação

O sistema circulatório é formado por um conjunto de tubos fechados denominados vasos


sanguíneos no interior dos quais circula o sangue; tem por função transportar nutrientes,
produtos do metabolismo, fármacos, hormônios e células do sistema imune, entre outros.

Os tubos que transportam o sangue apresentam características morfológicas e funcionais


que os diferencia. Desta forma, podemos dividi-los em artérias, veias, capilares e vasos
linfáticos.

As artérias transportam sangue oxigenado para os tecidos sob pressão; nas veias, o fluxo
de sangue depende de outros fatores, não de pressão, já que a pressão nesse
compartimento do sistema circulatório é mais baixa. As veias são os maiores reservatórios
de sangue: 64% de todo o volume sanguíneo está nelas, isso porque a parede da veia é
menos rígida do que a artéria. O sangue nas veias flui para o átrio direito e qualquer alteração
da pressão do átrio pode refletir sobre a dinâmica das veias. Por isso, a pressão do átrio
direito é chamada de pressão venosa central.

O aumento da pressão venosa central pode ter uma causa fisiológica ou patológica. Por
exemplo, o aumento da atividade muscular eleva o retorno venoso por ativação simpática.
Esse aumento do retorno venoso provoca um aumento da pressão venosa central; isso é
fisiológico. Agora, na insuficiência cardíaca, o coração é incapaz de bombear todo o sangue
que chega até ele, de forma que a pressão no átrio direito aumenta por acúmulo de sangue
85
no coração direito, e consequentemente, o volume de sangue nas veias aumenta também,
causando distensão e aumento da pressão venosa.

O transporte de nutrientes para os tecidos e a remoção de excretas ocorre nas estruturas


de menor calibre do sistema circulatório por um processo definido como difusão, passagem
de substâncias de um compartimento onde estão mais concentradas para um compartimento
onde estão menos concentradas. Essas estruturas formam a microcirculação e os elementos
que compõe são as arteríolas, vênulas e capilares, sendo que o transporte ocorre nos
capilares.

Os capilares são estruturalmente favorecidos para permitir a troca entre sangue e tecido,
uma vez que são porosos, ou seja, apresenta fendas que permitem a passagem dos
nutrientes, contudo, não há passagem de proteínas pelos capilares. Vale lembrar, que
substâncias lipossolúveis atravessam a membrana do capilar e não necessitam do poro,
somente as substâncias hidrossolúveis dependem do poro para atravessar a membrana do
capilar.

O movimento de líquidos através da membrana do capilar é determinado por pressões


que favorecem a saída, outras favorecem a reentrada dos líquidos no capilar, mantendo um
equilíbrio conhecido como equilíbrio Starling.

18.14 Regulamento do Bombeamento Cardíaco

O controle do bombeamento cardíaco é feito por dois mecanismos: regulação intrínseca


e sistema nervoso autônomo. O primeiro deles representa a capacidade do coração de
regular sua força de contração, ajustando-se ao volume de sangue que chega da periferia
pelo sistema venoso.

Dessa forma, se em dado momento um volume maior de sangue chega ao coração, ele
aumenta sua força de contração para ejetar todo o sangue para fora. Isso ocorre porque,
quanto maior a distensão da fibra muscular, maior a força de contração; além disso, o
estiramento da parede do átrio direito aumenta a frequência de disparo do nodo sinusial,
promovendo um aumento da frequência cardíaca. Em conjunto, o aumento da frequência
cardíaca e da força de contração promove a saída do volume de sangue a mais que chegou
ao coração; esse fenômeno é conhecido como mecanismo de Frank-Starling, em
homenagem aos fisiologistas que o descreveram.

O sistema nervoso autônomo segundo mecanismo, por meio do simpático e


parassimpático, controla diretamente o bombeamento, podendo aumentar ou diminuir o
trabalho cardíaco.

Além dessas duas vias, outros elementos estão envolvidos no controle da atividade
cardíaca, como por exemplo, a concentração de íons potássio e cálcio, sendo que o excesso
de potássio leva a uma redução do potencial de repouso e, consequentemente, da amplitude
do potencial de ação, cujos resultados são enfraquecimento do músculo e redução da
frequência cardíaca. Já o excesso de cálcio produz efeitos opostos ao do potássio,
aumentando a frequência, o que reduz os substratos energéticos do coração, induzindo-o á
falência. A elevação da temperatura corporal aumenta a permeabilidade da membrana aos
íons e á geração de potenciais de ação, juntos, esses efeitos elevam a frequência cardíaca.

19 SISTEMA NERVOSO

Conceito
86
È o sistema que controla e coordena as funções de todos os sistemas do organismo e
ainda recebe estímulos aplicados á superfície do corpo humano, é capaz de interpretá - lós
e desencadear, eventualmente, respostas adequadas e estes estímulos. Assim, muitas
funções do sistema nervoso dependem da vontade: caminhar, por exemplo, é um ato
voluntario e muitas delas ocorrem sem que delas tenhamos consciência (a secreção da
saliva, por exemplo, ocorre independentemente da nossa vontade).

O sistema nervoso é responsável pela integração do animal (nesse caso, o ser humano)
ao meio ambiente, uma vez que é capaz de receber todos os estímulos aplicados sobre o
corpo, interpretá-los e gerar uma resposta adequada. Desta forma controla todos os
sistemas que formão organismo. Além disso, é responsável pela gênese de comportamento
(KANDEL,1997).

O sistema nervos está dividido em sistema nervoso central (SNC), formado pela medula
espinhal e pelo encéfalo, responsável por interpretar estímulos e gerar comandos, e sistema
nervoso periférico (SNP), formando por nervos cranianos e espinhais, gânglios e
terminações nervosas, cuja função é condução tanto de estímulos para o SNC quanto as
respostas geradas pelo SNC para as estruturas – alvo.

O encéfalo e a medula espinhal são envolvidos por membranas de tecido conjuntivo,


denominados meninges. A meninge mais interna é a pia – máter, que está em contato com
as estruturas nervosas, enquanto a mais externa é a dura – máter, essas duas membranas
estão separadas pela aracnoide. Entre a pia – máter e aracnoide existe uma lacuna chamada
de espaço subaracnoideo, por onde circular o líquor. O líquor ou liquido cérebro – espinhal
é produzido nos plexos coroides, localizados nos ventrículos cerebrais, age como um
amortecedor de choque, protegendo o SNC.

O encéfalo pode ser dividido em várias partes, a saber: cérebro, tronco cerebral e
cerebelo. O cérebro é formado pelo telencéfalo e o diencéfalo, que durante o
desenvolvimento do embrião evoluem a partir do prosencéfalo. O cérebro ocupa a maior
parte da massa encefálica, que é dividida em dois hemisférios, um direito e outro esquerdo.
Os hemisférios estão unidos pelo corpo caloso e apresentam em sua superfície sulcos que
delimitam giros. Além da divisão em hemisfério, o cérebro pode ser dividido em quatro lobos:
frontal, occipital, parietal e temporal. Já o tronco encefálico é formado pelo mesencéfalo,
ponte e bulbo, que evoluem a partir do mesencéfalo e rombencéfalo. Deste evolui também
o cérebro.

Macroscopicamente, podem ser reconhecidas no encéfalo duas regiões, uma clara e


outra escura. A área clara, denominada substância branca, ocupa a região central do
encéfalo, enquanto a área escura, denominada substância cinzenta, ocupa região periférica
do encéfalo. A medula espinhal também apresenta essas duas áreas, porém, inversamente
localizadas em relação ao encéfalo, ou seja, a região central é ocupada pela substância
cinzenta e a periférica pela substância branca.

A análise histológica dessas áreas permitiu a identificação dos elementos responsáveis


pela tonicidade dessas regiões. Dessa forma, nas áreas claras há um predomínio de fibras
nervosas mielínicas, enquanto que nas áreas escuras há um predomínio de corpos de
neurônios. A concentração de corpos de neurônios no SNC forma núcleos, os quais estão
envolvidos com várias funções, como por exemplo: controle da respiração, pressão arterial,
produção de hormônios e etc. As fibras nervosas são responsáveis por conduzir impulsos
elétricos para o SNC, informando as áreas centrais sobre a periferia, por isso são chamados
de sensitivas ou aferentes, enquanto que as fibras motoras ou aferentes conduzem impulsos
de comando do SNC para a periferia.

87
Do SNC originam-se pares de nervos que protejam para os órgãos – alvo do sistema
nervoso, como origem em dois pontos do SNC, a saber: tronco cerebral e medula espinhal,
sendo que o tronco cerebral tem 12 pares de nervos, enquanto da medula espinhal partem
31 pares. Os nervos espinhais são formados por duas raízes, raiz dorsal e raiz ventral que
se unem para formar um único nervo. As fibras que compões essas raízes são sensitivas e
motoras, o que torna o nervo misto. No entanto, logo após a fusão das raízes, o nervo se
divide em dois ramos: ventral e dorsal, que inervam regiões diferentes do corpo. Além disso,
alguns ramos ventrais podem se fundir com outros ramos ventrais e formar plexos nervosos
de onde emergem nervos terminais, como por exemplo: o complexo braquial, que é
responsável pela inervação do ombro e do membro superior.

19.1 Divisão do Sistema Nervoso

Reconhecemos no sistema nervoso duas partes fundamentais que são o sistema nervoso
central (SNC) é o sistema nervoso periférico (SNP). O SNC é uma parte que recebe
estímulos, comanda e desencadeia respostas. O SNP é constituído por vias que conduzem
os estímulos ao SNC ou que levam até os órgãos efetuadores as ordens emanadas do SNC.
O SNC é constituído pela medula espinhal e o encéfalo e o SNP compreendem os nervos
cranianos e espinhais, os gânglios e as terminações nervosas.

Observação: O líquor que circula no espaço subaracnóide e nos ventrículos tem como
função proteger o SNC agindo como amortecedor de choques. Ele pode ser retirado e o
estudo de sua composição pode ser valioso para o diagnóstico de várias doenças.

No tronco encefálico originam – se 12 pares de nervos denominados cranianos. O núcleo


do SNC é um acúmulo de corpos neuróticos com a mesma estrutura e função compondo a
substância cinzenta e a parte que envolve esse núcleo e constituído por fibras nervosas e
denomina – se substâncias branca.

• Os nervos são cordões esbranquiçados formados por fibras nervosas unidas por
tecido conjuntivo, tendo como função levar ou trazer impulsos ao, ou do SNC.
• Dividem – se em 12 pares dos nervos cranianos e 31 pares de nervos espinhais.

Observação: Gânglios são acúmulos de corpos celulares de neurônios localizados fora


do SNC.

Fig. 62: Estruturas do Sistema


Nervoso Central e Periférico

19.2 O Sistema Nervoso Central

Tem sua origem e formação no tubo neural, após a fecundação, mais exatamente na fase
nêurula com formação do prosencéfalo, mesencéfalo e o rombencéfalo, sendo, a restante
medula primitiva.

Deste módulo o tubo neural diferencia – se numa parte mais caudal ou inferior, que dará
origem á medula espinhal, e numa parte mais cranial ou superior. Esta parte mais superior

88
sofre contorções e alargamentos, formando uma vesícula primitiva. È a partir desta vesícula
primitiva que se diferenciam as três vesículas cerebrais.

• Prosencéfalo: anteriormente; dá origem ao telencéfalo, que gera os hemisférios


cerebrais e ao diencéfalo que dá origem ao tálamo e ao hipotálamo.
• Mesencéfalo: medianamente; origina os pedúnculos cerebrais e a lâmina
quadrigêmea.
• Rombencéfalo: posteriormente; origina o mesencéfalo que, por sua vez, origina a
protuberância, e o cerebelo e o mielencéfalo que origina o bulbo raquidiano.

O mesencéfalo, a ponte e o bulbo, juntos constituem o tronco encefálico. Somente um


corte mediano que separa os hemisféricos cerebrais pode demonstrar a presença de
estruturas que constituem diencéfalo. No cérebro inteiro, o diencéfalo está recoberto pelos
hemisférios cerebrais que derivam do telencéfalo.

19.3 Sistema Nervoso Autônomo

Do ponto de vista funcional, o sistema nervoso (SN) pode ser dividido em somático e
visceral. O SN somático é responsável por integrar o individuo ao meio externo, uma vez
que inerva estruturas periféricas, enquanto que o SN visceral regula a atividade das vísceras,
de forma a controlar a homeostase, ou seja, a constância do meio interno. O SN somático e
o visceral apresentam, em comum, um componente aferente. È por meio deste componente
que as informações trafegam até o centro integrador (SNC). O centro integrador gera uma
resposta e a envia até o local de origem do estímulo por meio de uma outra via, conhecida
como via eferente. Somente componente eferente do SN visceral é o sistema nervoso
autônomo.

Os sistemas nervoso visceral e o somático apresentam algumas diferenças anatômicas


e funcionais, as quais podem ser listadas: a natureza dos órgãos inervados ( somático inerva
músculo esquelético, enquanto visceral inerva coração, víscera e glândulas), número de
neurônios que inervam o órgão efetor ( somático tem um neurônio e visceral tem vários
neurônios),no SN visceral dois neurônios se ligam o SNC ao órgão efetor, sendo que um
desses neurônios tem seu corpo localizado dentro do SNC e o outro, fora.

O neurônio cujo corpo está localizado dentro do SNC é denominado neurônio pré-
ganglionar é o que está localizado fora, de neurônio pós - ganglionar. Esse agregado de
corpos neuronais fora do SNC recebe o nome de gânglio. Já no SNC esse mesmo agregado
de corpos celulares recebe o nome de núcleo. Diferentemente, o somático apresenta
somente um neurônio que liga o SNC ao órgão efetor, ou seja, ao músculo esquelético,
terminando em uma estrutura chamada de placa motora. Podemos dizer que o SN somático
está envolvido com ações voluntárias, e o visceral com ações involuntárias.

Como se sabe, os neurônios pré-ganglionares têm seus corpos localizados dentro do


sistema nervoso central, ocupando os seguintes segmentos: tronco encefálico, medula
torácica, 1° e 2° segmento lombar e 2° ao 4° segmento sacral. Os gânglios do simpático
estão organizados em cadeias, dispostos paralelamente á coluna vertebral e unidas por
ramos interganglionares. Esta é principal formação anatômica desse ramo do SN autônomo,
denominada tronco simpático. Histologicamente, os neurônios pós-ganglionares são
amielínicos e os pré-ganglionares são mielinizados.

O SN autônomo é divido em dois ramos, simpático e parassimpático. Esses dois ramos


apresentam diferenças anatômicas e funcionais entre si que os caracterizam. Diferenças
anatômicas: os neurônios pré-ganglionares do simpático estão localizados na medula
torácica e lombar (tóraco-lombar) e o neurônios do parassimpático, localizados no tronco

89
encefálico e medula sacral (crânio-sacral). Os neurônios pós-ganglionares do simpático
estão localizados próximos ou dentro delas.

Outra diferença é o tamanho das fibras pré e pós-ganglionar nos dois ramos do SN
autônomo. No simpático, a fibra pré-ganglinar nos dois ramos do SN autônomo. No
simpático, a fibra pré-ganglionar é curta e a pós-ganglionar é longa. Já no parassimpático
temos o contrário: a fibra pré-ganglionar é longa e o pós-ganglionar é curta. Diferenças
funcionais: tanto o simpático quanto o parassimpático atuam juntos, regulando o
funcionamento visceral. È fato que, quase sempre, essa atuação é antagônica entre esses
dois ramos, sendo que em alguns casos eles exercem o mesmo efeito no órgão efetor.

A maior parte dos órgãos é mista para o SN autônomo, ou seja, recebem fibras simpáticas
e parassimpáticas; entretanto, algumas estruturas apresentam somente um tipo de
inervação, ou simpática ou parassimpática, como por exemplo as glândulas sudoríparas,
que são glândulas exócrinas. As glândulas endócrinas não possuem inervação simpática ou
parassimpática, uma vez que o controle de sua atividade é hormonal. Nessas estruturas, a
atuação do SN autônomo se restringe aos vasos que as nutrem.

O SN autônomo está conectados a algumas áreas do telencéfalo e diencéfalo, envolvidos


com o comportamento emocional, a saber: hipotálamo e sistema límbico. Este fato explica
as alterações do funcionamento visceral frente a distúrbios emocionais e de emergência.
Outra característica é o número de neurônios pós-ganglionares que fazem sinapse com pré-
ganglionar pode fazer sinapse com vários neurônios pós-ganglionares, enquanto que o
neurônio pré-ganglionar do parassimpático somente o faz com um único neurônio. Assim,
ativação do SN autônomo produz uma descarga adrenérgica levando o organismo a um
estado de alerta por ativar vários sistemas orgânicos.

90
Fig.63: Sistema Nervoso Autônomo

19.4 Simpático

As fibras simpáticas são dividas em fibra pré- ganglionar e pós-ganglionar. A fibra pré-
ganglionar tem sua origem na medula espinhal, entre os segmentos T1 e L2 e, ao
estabelecer contato com a fibra pós-ganglionar, forma gânglios. Os gânglios simpáticos
estão organizados em cadeias, interligadas e dispostas paralelamente á coluna vertebral.
Outra característica do simpático é que uma das fibras pré-ganglionar faz sinapse
diretamente com a medula da adrenal, estimulando-a a liberar adrenalina e noradrenalina.

O simpático inerva praticamente todas as vísceras do corpo. Este fato, associado á sua
organização anatômica, permite a ativação em massa de várias estruturas orgânicas, o que
é importante, principalmente no estresse, mas ao mesmo tempo nocivo caso persista.

As sinapses entre as fibras pré-ganglionar e pós-ganglionar podem ser excitatórias ou


inibitórias; o neurotransmissor liberado será sempre a acetilcolina.

Como as sinapses com acetilcolina são excitatórias, os efeitos inibitórios da fibra pré-
ganglionar são mediados por um interneurônio inibitório que libera dopamina na fenda
sináptica. A dopamina exerce os efeitos inibitórios sobre a membrana da fibra pós-ganglionar
hiperpolarizando-a. A fibra pós-sináptica libera vários neurotransmissores, entre eles:
noradrenalina, acetilcolina, dopamina, óxido nítrico e até o ATP; estes para exercer seu
efeito, interagem com receptores de membrana.

A noradrenalina e a adrenalina liberada pela medula adrenal são os mais abundantes


mediadores químicos do simpático. Seus receptores têm uma distribuição generalizada e
podem ser dividido sem dois tipos, de acordo com sua afinidade pelo neurotransmissor.
Assim, temos dois tipos de receptores para as catecolaminas (noradrenalina e adrenalina):
o receptor alfa e o beta que apresentam isoformas, a saber: alfa 1 e 2, beta 1 e 2. O

19.5. Parassimpático

A fibra pré-ganglionar do parassimpático é longa, contrastando com a fibra pré-ganglionar


do simpático, que é curta. Essas fibras tem origem em duas porções do SNC: o tronco
encefálico e a parte sacral da medula espinhal. Assim como no simpático, a maioria das
fibras do parassimpático é mielínica; no entanto, existem fibras amielínica.

Entre uma fibra pré-ganglionar é uma pós-ganglionar existe um gânglio, que é o ponto de
contato entre dois neurônios. O neurotransmissor liberado pela fibra pré-ganglionar é a
acetilcolina, que pode interagir com os receptores localizados na membrana do neurônio
pós-ganglionar ou de interneurônios. Em ambos os casos, a sinapses será excitatória,
porém, a estimulação dos interneurônios provocará a liberação de dopamina na fenda
sináptica; esta, por sua vez, interage com os receptores localizados na membrana do
neurônio pós-ganglionar, aumentando sua condutância a íons carregados negativamente,
tornando o potencial de membrana na fibra pós-ganglionar, mas negativo e,
consequentemente, menos responsivo.

O neurotransmissor do neurônio pós-ganglionar do parassimpático é acetilcolina, cuja


interação com os receptores pós-sinápticos pode excitar ou inibir os tecidos. Na inervação
simpática e parassimpática dos vários órgãos, os axônios do simpático e parassimpático
inervam a musculatura lis, a cardíaca e as células glandulares. Entretanto, a distribuição
parassimpática não é tão extensa quando a simpática; existem estruturas desprovidas de
inervação parassimpática, como por exemplo, a musculatura lisa e a pele.
91
19.6 Divisão Anatômica do Sistema Nervoso

Reconheçamos no sistema nervoso duas partes fundamentais que são o sistema nervoso
central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). O SNC é uma porção que recebe
estímulos, comanda e desencadeia respostas. O SNP é constituído por vias que conduzem
os estímulos ao SNC ou que levam até os órgãos efetuadores as ordens emanadas do SNC.
O SNC é constituído pela Medula espinhal e pelo encéfalo e o SNP compreende os nervos
cranianos e espinhais, os gânglios e as terminações nervosas.

Sistema Nervoso Central – SNC e Sistema Nervoso Periférico – SNP

Sistema Nervoso Central

Formado pelo: Encéfalo - Cérebro e Cerebelo

Tronco Encefálico Mesencéfalo, Tronco e Bulbo.

Medula Espinhal

Sistema Nervoso Periférico

Formado pelos: Nervos Cranianos (12 pares) e Espinhais (31 pares)

Gânglios Espinhais

Terminações Nervosas

Nas fibras musculares são encontrados os receptores de estiramento, também


conhecidos como fusos musculares. O estiramento da fibra promove a abertura de canais
iônicos no fuso muscular, disparando um potencial de ação que pode trafegar pela fibra I a
ou II até medula espinhal. Na medula, a fibra lá estabelece contatos com o motoneurônio A-
alfa e com interneurônios. Os motoneurônios inervam as fibras musculares do fuso e sua
ativação pela fibra lá promove a contração muscular. Em paralelo, a fibra faz a sinapse com
interneurônio; este, por sua vez, estabelece contato com o neurônio motor do músculo
antagonista, inibindo e, consequentemente, impedindo a contração do músculo antagonista.

O fuso muscular é inervado por neurônios do córtex cerebral - o neurônio motor gama. A
estimulação do fuso pelo córtex cerebral garante a atividade das fibras, mantendo o tônus
muscular. Além dos receptores de estiramento das fibras musculares (os fusos musculares),
existem receptores, também de estiramento, nos tendões denominados receptores
tendinosos de Golgi. Estes estão conectados à fibra Ib, que na medula estabelece contato
com interneurônios excitatórios e inibitórios, regulando o grau de tensão muscular. Os
interneurônios estabelecem contato com os neurônios motores dos músculos agonista e
antagonista, inibindo e estimulando, respectivamente.

O córtex motor e o tronco cerebral estão envolvidos com movimentos mais complexos –
por exemplo, o início e o término dos movimentos automáticos dependem de atos
voluntários. Os movimentos voluntários, muito mais complexos que os movimentos
automáticos, devem ser previamente planejados e, por isso, são dependentes de
aprendizagem. Para que os movimentos aconteçam com sucesso, eles precisam ser
regulados, um processo que acontece quando o movimento é planejado e quando está
sendo executado.

As estruturas nervosas envolvidas com a regulação dos movimentos são os gânglios da


base e o cerebelo. O cerebelo faz ajustes nos movimentos por meio de suas conexões com
o córtex motor e com o tronco cerebral; essas conexões permitem ao cerebelo comparar o
92
movimento planejado com o movimento executado e corrigi-lo se for preciso. As informações
periféricas do movimento chegam até o cerebelo por meio do tronco cerebral, e é através
deste que o cerebelo regula os movimentos automáticos voluntários durante sua realização.

Os gânglios da base atuam basicamente nos planejamentos dos movimentos;


estabelecem contato com o tálamo e, por meio deste, enviam sinais para córtex motor para
realização do movimento. Diferentemente do cerebelo, não regulam o movimento durante
sua realização.

93
Fig.63: Sistema Nervoso Autônomo

Fig.64: Divisão anatômica do Sistema Nervoso

19.7 Meninges

São lâminas ou membranas de tecido conjuntivo que envolve o encéfalo e a medula


espinhal. Estas lâminas são de for para dentro:

* Dura máter * Aracnoide * Pia máter

A aracnoide é separada da dura máter por um espaço capilar denominado espaço


subdural e da pia máter pelo espaço subaracnóide, onde circula o Líquido Céfalor-
raquidiano (Líquor) - LCR

94
Fig.65: Punção do Líquor

O Líquor que circula no espaço subaracnóide e nos ventrículos tem como função
proteger o SNC agindo como amortecedor de choques. Ele pode ser retirado e o estudo de
sua composição é valioso para diagnóstico de várias doenças.

O núcleo do SNC é um acúmulo de corpos neuronais com a mesma estrutura e função


compondo a substância cinzenta e a parte que envolve esse núcleo é constituído por fibras
nervosas denominadas: substância branca.

Os Nervos são cordões esbranquiçados formados por fibras nervosas unidas por tecido
conjuntivo, tendo como função levar ou trazer impulsos do SNC. Eles dividem-se em 12
pares de nervos cranianos e 31 pares de nervos espinhais.

Os Gânglios são acúmulos de corpos celulares de neurônios localizados fora do SNC.

Fig.66: Meninges

95
Fig.65: Punção do Líquor

Fig.67: Massa Encefálica e Funções

96
Fig.: 68 – A. Massa Encefálica – Hemisfério Esquerdo e Hemisfério Direito, Lobos
Cerebrais, Tronco Encefálico, Cerebelo e Medula Espinhal.

97
19.7 Massa Encefálica - Hemisfério Esquerdo e Hemisfério Direito, Lobos Cerebrais, Tronco
Encefálico, Cerebelo e Medula Espinhal - Funções

19.7.1 Hemisfério Esquerdo

É sistemático, lógico e objetivo. A pessoas fixa-se mais nas diferenças, e na estrutura das mesmas.
É analítico e depende da linguagem, a pessoa irá preferir falar e escrever e controla os seus
sentimentos. Matemático, sequencial, intelectual, dominante, este é também o Hemisfério ativo e
responsável pela percepção de uma ordem, assim como pelas sequências motoras complexas.

19.7.2 Hemisfério Direito

Neste hemisfério a pessoa toma as decisões mais ‘à sorte’, é intuitiva, subjetiva e fixa-se nas
similaridades. É também mais espontânea, prefere a flexibilidade, é sintética e depende das
imagens. A pessoa irá também preferir desenhar e tocar, é uma área mais criativa, e expressa
mais livremente os seus sentimentos. Espacial, holística, artística e simbólica. O Hemisfério Direito
é também responsável pela parte espiritual, reconhecimento facial e figuras complexas.

19.7.3 Lobos Cerebrais: Frontal, Temporal, Parietal e Occipital.

19.7.3.1 Lobo Frontal - Localizado na parte frontal do cérebro, e daí o seu nome, o Lobo Frontal
é talvez aquele com uma maior importância Cognitiva de entre os quatro lobos. A sua principal
função é a Coordenação de Atividades Motoras. Este lobo é também responsável pelo
Pensamento, pela Escrita, pela Fala e pela Linguagem Articulada.

19.7.3.2 Lobo Temporal - Localizado na parte lateral do nosso cérebro, mesmo por cima das
nossas orelhas. Este Lobo tem, assim, como principal função a Audição, mas também, e
essencialmente, a Memória. É ainda responsável pelos Sons, pela compreensão da Linguagem e
ainda pela Vigília (atenção). Uma curiosidade é que os cabelos brancos começam mais cedo junto
desta zona, uma vez que está localizado também junto do osso temporal.

19.7.3.3 Lobo Parietal - Este Lobo tem também bastante importância. Localizado na parte superior
do cérebro, o Lobo Parietal é responsável por Coordenar as Sensações da Pele. A zona anterior,
córtex somatossensorial, possibilita a recepção de sensações (tato, dor, temperatura.) que advém
do ambiente e são exteriores ao corpo. Essas sensações são recebidas por órgãos como lábios,
língua e garganta. Por sua vez a zona posterior é responsável por analisar, interpretar e integrar
as informações recebidas pela zona anterior, e permite a localização do nosso corpo no espaço
como o Reconhecimento de objetos pelo tato ou Compreensão da linguagem pela Audição.

19.7.3.4 Lobo Occipital - O último, mas não menos importante, é o Lobo Occipital que se encontra
na parte de trás do nosso cérebro. Este lobo é responsável, essencialmente pela Visão através do
Córtex Visual Primário e ainda pelo Processamento e Percepção da Visão.

19.8 Tronco Encefálico - Responsável pela Respiração, Ritmo dos Batimentos Cardíacos e
Pressão Arterial

19.9 Cerebelo - Responsável pelo Equilíbrio Postural, Movimentos Oculares, Regulação do Tônus
Muscular, Coordenação Motora e Coordenação dos Movimentos Voluntários. Atua na
aprendizagem
Fig.: 68 – B. Massa Motora do ser
Encefálica Humano Esquerdo e Hemisfério Direito, Lobos Cerebrais,
– Hemisfério
Tronco Encefálico, Cerebelo e Medula Espinhal.

98
19.10 Medula Espinhal - Responsável pela Função Sensitiva: sente as alterações (estímulos)
dentro do corpo (meio interno) e no ambiente (meio externo). Função Integradora: analisa a
informação sensitiva, armazena uma parte dela, e toma decisões sobre os comportamentos
apropriados. Função Motora: responde aos estímulos iniciando a ação em forma de contrações
musculares ou secreções glandulares.

19.11 Divisão Funcional do Sistema Nervoso

Do ponto de vista funcional o Sistema Nervoso pode ser dividir em Sistema Nervoso
Somático e Sistema Nervoso Visceral.

19.12 Sistema Nervoso Somático

É aquele que relaciona com organismo com o meio. Para isto a parte aferente do SN
Somático conduz aos centros nervosos impulsos originados e os receptores periféricos,
informando a estes centros sobre o que se passa no meio ambiente. Por outro lado, a parte
eferente do SN somático leva aos músculos esqueléticos o comando dos centros nervosos,
resultando movimentos que levam um maior relacionamento ou integração com o meio
externo.

19.13 Sistema Nervoso Visceral

È aquele que relaciona com a inervação das estruturas viscerais e é muito importante
para a integração da atividade das vísceras no sentido da manutenção da constância do
meio interno. Este SN também possui a parte aferente e eferente. Por definição denominam-
se SN Autônomo apenas o componente eferente do SN Visceral que se divide em SN
Simpático e Parassimpático.

19.14 Diferenças Fisiológicas

Sistema Nervoso Simpático e Sistema Nervoso Parassimpático

De um modo geral o Sistema Nervoso Simpático tem ação antagônica á do Sistema


Nervoso Parassimpático em um determinado órgão. Os dos sistemas apesar de na maioria
dos casos, terem ações antagônicas, colaboram e trabalha harmonicamente na
coordenação da atividade visceral, adequando o funcionamento de cada órgão ás diversas
situações a que é submetido o organismo. Na maioria dos órgãos, a inervação autônoma é
mista, Simpática e Parassimpática. Entretanto, alguns órgãos têm inervação puramente
Simpática. Como por exemplo, as glândulas sudoríparas. Na maioria das glândulas
endócrinas as células secretoras são inervadas, uma vez que seu controle é hormonal, e
neste caso, existe apenas inervação Simpática vascular. Em algumas glândulas exócrinas
como nas glândulas lacrimais, a inervação é Parassimpática, limitando-se o Simpático a
enervar os vasos.

99
19.15 Sistema Nervoso Simpático e Parassimpático – Funções

Órgãos SN Simpático SN Parassimpático

Íris

Dilatação da Constrição da
Pupila (Midríase) Pupila (Miose)

Glândulas Salivares Vasoconstricção Vasodilatação,


, secreção secreção fluída e
viscosa e pouco abundante
abundante

Glândula Lacrimal

Vasoconstricção Secreção
abundante

100
Glândulas Sudoríparas Secreção Inervação Ausente
copiosa

Músculos Eretores dos Pelos

Ereção dos Inervação ausente


Pelos

Coração Aceleração do Diminuição do


ritmo cardíaco ritmo cardíaco
(Taquicardia), (Bradicardia),
Dilatação das Contração das
coronárias. coronárias.

101
Brônquios

Dilatação Constrição

Tubo Digestivo Diminuição do Aumento do


Peristaltismo Peristaltismo

Fechamento dos Abertura dos


Esfíncteres Esfíncteres

Bexiga

Pouca ou Contração da
nenhuma ação parede

102
Genitais Masculinos

Vasoconstrição Vasodilatação

Ejaculação Ereção

Glândula Supra Renal

Secreção da Nenhuma ação


Adrenalina

Glândula Pineal Veicula a ação Ação


inibidora da luz desconhecida
ambiente

103
Vasos sanguíneos do tronco e das extremidades

Vasodilatação Nenhuma ação

Observação: Adrenalina, Noradrenalina e Acetilcolina: São drogas que imitam a ação


do Sistema Nervoso Simpático e Parassimpático, respectivamente.

104
.

Fig.69: Sistema Nervoso e Estruturas

105
Fig.70: Neurônios e Estruturas.

106
19.14 Neurofisiologia Fig. 71 Estruturas Sistema Nervoso

19.14.1 Sinalização Neural

Fig.: 72 – Sistema Nervoso Central


: 63Cérebro e Estruturas

O sistema nervoso é responsável pela integração do indivíduo ao meio em que está


inserido, pois é capaz de receber todos os estímulos externos e internos ao organismo. Os
sinais externos podem ser: ondas sonoras, luz, pressões exercidas sobre o corpo pelo tato,
107
entre outros fatores. Já os sinais internos podem ser: concentração de gases no sangue,
variação da pressão arterial, frequência respiratória e o controle de praticamente todas as
vísceras do corpo.

Todos esses sinais precisam ser transformados em códigos por estruturas nervosas e
transmitidas até o sistema nervoso central (SNC) por meios de sinais elétricos. No SNC o
sinal é decodificado, o que permite ao SNC reconhecê-lo, e se preciso, gerar uma resposta.
Em suma essa é a maneira pela qual o indivíduo é integrado ao meio em que vive.

O SNC é dotado de estruturas especializado em receber estímulos denominados


receptores sensitivo, localizado nas terminações nervosas das células neuronais. Esses
receptores detectam estímulos e os transmitem na forma de potenciais de ação até o SNC
por meio de seus axônios; porem, nem todo estímulo gera uma corrente elétrica capaz de
excitar a fibra nervosa, o que nos permite classificá-los em correntes subliminares e
correntes supraliminares. Estas são uma corrente suficiente para disparar um potencial de
ação, enquanto que a corrente subliminar são variações de baixa intensidade, incapazes de
disparar um potencial de ação. Esse fenômeno é conhecido como “lei do tudo ou nada”, ou
seja, ou o estímulo é capaz de gerar um potencial de ação ou não é capaz de gerá-lo. Uma
vez gerado o potencial de ação, ele é propagado ao longo do axônio.

Para que o potencial de ação não se dissipe ao longo o axônio, os axônios são envolvidos
por bainhas de mielina; por sua vez, cada bainha é formada pela justaposição de várias
camadas de membrana das células de Schwann no SNP e pelos oligodendrócitos no SNC.
A bainha de mielina não é contínua ao longo do axônio; ela apresenta interrrupções
conhecidas como nodos de Ranvier, e é nos nestes, que os canais de sódio são abertos
gerando os potenciais de ação, resultando no que chamamos condução saltatória (KANDEL
et al. 1997).

A principal função da bainha de meilina é aumentar a velocidade de condução dos


impulsos nervosos; sua destruição por processos inflamatórios provoca uma série de
alterações neurológicas, o que caracteriza o quadro de esclerose múltipla. Apesar da
importância da bainha de mielina, existem fibras que não apresentam bainha denominadas
fibras amielínicas.

19.14. 2 Transmissão Sináptica

As sinapses podem ser definidas como zonas de contato entre dois neurônios, ou entre,
neurônios e células musculares, e até mesmo células glandulares. As sinapses podem ser
químicas ou elétricas, sendo que nas sinapses químicas uma substância, também chamada
neurotransmissor, é liberada em um espaço conhecido como fenda sináptica, daí se difunde
para interagir com receptores na outra célula.

Nas sinapses elétricas não há neurotransmissor, o estímulo é propagado para a célula


vizinha por meio de canais que comunicam o citoplasma de uma célula a outra. A célula que
transmite é conhecida como célula pré-sináptica, enquanto a célula que receber o estímulo,
dando continuidade á propagação do sinal, é conhecida como célula pós-sináptica.

Vale salientar que, apesar de existirem dois tipos de sinapses, o tipo mais encontrado são
as sinapses químicas. Além disso, nem toda sinapse é excitatória, ou seja, nem toda célula
pré-sináptica estimula a célula pós-sináptica, fazendo com que esta dispare um potencial de
ação, existem sinapses inibitórias, isto é, sinapses que inibem a atividade da célula pós-
sináptica.

108
Fig. 73: Sistema Nervoso Simpático e Sistema Nervoso Parassimpático

109
19.14. 2 Neurônios

Os Neurônios são células nervosas, que desempenham o papel de conduzir os impulsos


nervosos. Estas células especializadas são, portanto, as unidades básicas do sistema que
processa as informações e estímulos no corpo humano. Os neurônios possuem quatro partes
principais:

Dendritos: Onde ocorre a recepção das informações, é parte receptora do neurônio;

Corpo Celular: Responsável pela integração das informações) ;

Axônios: Transporta o impulso nervoso de um neurônio para outro ou de um neurônio para uma
glândula ou fibra muscular.

Terminações Nervosas: Transmissão de impulsos nervosos – Sinapses.

Fig.: 74 - Neurônio

Os neurônios possuem as extremidades ramificadas (parte dos dendritos)

A transmissão dos impulsos nervosos entre neurônios, ou de um neurônio para outro tipo de
célula, ocorre através de uma reação físico-química- Sinapse
110
A Sinapse é o local de contato (comunicação) entre dois neurônios. A transferência do impulso
nervoso nas sinapses ocorre graças aos neurotransmissores. Estes são biomoléculas
(substâncias químicas), produzidas pelos neurônios e armazenados nas vesículas sinápticas
(bolsas presentes nas extremidades dos axônios).
20 SISTEMA URINÁRIO/EXCRETOR

O sistema urinário é composto por órgãos que produzem e eliminam urina, e é por meio
da urina que o organismo consegur eliminar todos os produtos indesejáveis gerados pelo
metabolismo celular.

A urina é produzida pelos rins, sendo dois, cuja forma, lembra um grão de feijão,
envolvidos por uma cápsula, com abundante tecido gorduroso ao seu redor. E são
localizados atrás do peritônio, na posição retroperitonial, mas separadamente, uma à direita
e outra á esquerda. Os rins têm duas faces: anterior e posterior, duas bordas: medial e lateral
e duas extremidades: superior e inferior, sendo que na extremidade superior repousam as
glândulas suprarrenais, e pela borda medial penetram os vasos sanguíneos e linfáticos,
nervos e ureter, estruturas que em conjunto formam o pedículo renal.

Um corte frontal dos rins nos permite identificar uma área pálida de localização periférica,
denominada córtex renal, e uma área mais escura de localização central, a medula renal. Do
c´rtex se projetam as colunas renais, que por sua vez delimitam porções cônicas da medula,
denominadas pirâmides renais. As pirâmides renais tem seu ápice voltado para a pelve renal;
a pelve está envolvida em cálices maiores e menores, sendo que estes últimos oferecem um
encaixe para receber o ápice da pirâmide renal, conhecido também como papila renal.

Rins

Fig. 75 - Rins
Fig.: 65 Rins Direito e Esquerdo-

111
20.1 Ureteres, Uretra e Bexiga- Órgãos de Eliminação da Urina

A pelve renal é uma dilatação do ureter, um tubo muscular que transporta urina dos rins
para a bexiga, desembocando nesse órgão por meio do óstio uretral. Pelo trajeto distinguem-
se duas porções no ureter: uma abdominal e outra pélvica. A bexiga é um órgão muscular,
localizado atrás da uretra, que se comunica com a bexiga por meio do óstio interno da uretra.
No óstio existe um músculo esfíncter que controla a saída de urina. A forma da bexiga e sua
relação com as estruturas vizinhas dependem do volume de urina que está armazenado.

Ureter
Bexiga

Uretra

A uretra é o último segmento do Sistema Urinário, responsável pela eliminação da urina


do corpo, um processo conhecido como micção. O seu tamanho difere nos dois sexos, sendo seu
comprimento maior no homem, além de constituir a via de ejaculação. Na mulher serve apenas
para excreção.

Fig. 76: Ureteres, Bexiga e Uretra- órgãos responsáveis pela eliminação da urina

112
20. 2 Funções do sistema Urinário

- Produzir, armazenar e eliminar a urina;

- Regular o volume a composição química do sangue e seu volume;

- Eliminar o excesso de água e resíduos do corpo humano, através da urina;

- Garantir a manutenção do equilíbrio dos minerais no corpo humano;

- Auxílio na regulagem de produção das hemácias (células vermelhas sanguíneas)

20. 3 Principais Doenças do Sistema Urinário:

- Glomerulonefrite (inflação dos glomérulos do rim).

- Insuficiência . Renal (diminuição ou interrupção no processo de


filtragem glomerular).

- Doença do Rim Policístico (doença hereditária que se caracteriza pela formação de cistos
nos túbulos renais).

- Proteinúria (presença de excesso de proteínas na urina que pode significar deficiência no


funcionamento dos rins).

- Incontinência Urinária (dificuldade ou falta total do controle da bexiga, gerando a eliminação


involuntária de urina)

Fig
Fig. 77 Néfron

113
20. 4 Fisiologia Urinária

Nosso sistema urinário é formado por dois rins, dois ureteres, uma bexiga e uma uretra.
Dos cerca de 5 litros de sangue bombeados pelo coração a cada minuto, aproximadamente
1.200 ml, ou seja, pouco mais de 20% deste volume flui, neste mesmo minuto, através dos
nossos rins. Trata-se de um grande fluxo se considerarmos as dimensões anatômicas destes
órgãos.

O sangue entra em cada rim através da artéria renal. No interior de cada rim, cada artéria
renal se ramifica em diversas artérias interlobares. Estas se ramificam em artérias arqueadas
que, por sua vez, ramificam-se então em numerosas artérias interlobulares. Cada artéria
interlobular, no córtex renal, ramifica-se em numerosas arteríolas aferentes. Cada arteríola
aferente ramifica-se num tufo de pequenos capilares denominados, em conjunto,
glomérulos. Os glomérulos, milhares em cada rim, são formados, portanto, por pequenos
enovelados de capilares.

Na medida em que o sangue flui no interior de tais capilares, uma parte filtra-se através
da parede dos mesmos. O volume de filtrado a cada minuto corresponde a,
aproximadamente, 125 ml. Este filtrado acumula-se, então, no interior de uma cápsula que
envolve os capilares glomerulares (cápsula de Bowmann). A cápsula de Bowmann é formada
por 2 membranas: uma interna, que envolve intimamente os capilares glomerulares e uma
externa, separada da interna. Entre as membranas interna e externa existe uma cavidade,
por onde se acumula o filtrado glomerular.

O filtrado glomerular tem o aspecto aproximado de um plasma: um líquido claro, sem


células. Porém, diferente do plasma, tal filtrado contém uma quantidade muito reduzida de
proteínas (aproximadamente 200 vezes menos proteínas), pois as mesmas dificilmente
atravessam a parede dos capilares glomerulares.

O filtrado passa a circular, então, através de um sistema tubular contendo diversos


distintos segmentos: Túbulo Contornado Proximal, Alça de Henle, Túbulo Contornado Distal
e Ducto Coletor.

Na medida em que o filtrado flui através destes túbulos, diversas substâncias são
reabsorvidas através da parede tubular, enquanto que, ao mesmo tempo, outras são
excretadas para o interior dos mesmos.

20.5 Túbulo Contornado Proximal

Ao passar pelo interior deste segmento, cerca de 100% da glicose é reabsorvida


(transporte ativo) através da parede tubular e retornando, portanto, ao sangue que circula no
interior dos capilares peritubulares, externamente aos túbulos.

114
Ocorre também, neste segmento, reabsorção de 100% dos aminoácidos e das proteínas
que porventura tenham passado através da parede dos capilares glomerulares.

Neste mesmo segmento ainda são reabsorvidos aproximadamente 70% das moléculas
de Na+ e de Cl- (estes últimos por atração iônica, acompanhando os cátions). A reabsorção
de NaCl faz com que um considerável volume de água, por mecanismo de osmose, seja
também reabsorvido.

Desta forma, num volume já bastante reduzido, o filtrado deixa o túbulo contornado
proximal e atinge o segmento seguinte: a Alça de Henle.

20.6 Alça de Henle

Esta se divide em dois ramos: um descendente e um ascendente. No ramo descendente a


membrana é bastante permeável à água e ao sal NaCl. Já o mesmo não ocorre com relação
à membrana do ramo ascendente, que é impermeável à água e, além disso, apresenta um
sistema de transporte ativo que promove um bombeamento constante de íons sódio do
interior para o exterior da alça, carregando consigo íons cloreto (por atração iônica).

Devido às características descritas acima, enquanto o filtrado glomerular flui através do ramo
ascendente da alça de Henle, uma grande quantidade de íons sódio é bombeada ativamente
do interior para o exterior da alça, carregando consigo íons cloreto. Este fenômeno provoca
um acúmulo de sal (NaCl) no interstício medular renal que, então, se torna hiperconcentrado
em sal, com uma osmolaridade um tanto elevada, quando comparada aos outros
compartimentos corporais. Essa osmolaridade elevada faz com que uma considerável
quantidade de água constantemente flua do interior para o exterior do ramo descendente da
alça de Henle (lembre-se que este segmento é permeável à água e ao NaCl) enquanto que,
ao mesmo tempo, NaCl flui em sentido contrário, no mesmo ramo. Portanto, o seguinte fluxo
de íons e de água se verifica através da parede da alça de Henle: No ramo descendente da
alça de Henle flui, por difusão simples, NaCl do exterior para o interior da alça, enquanto que
a água, por osmose, flui em sentido contrário (do interior para o exterior da alça). No ramo
ascendente da alça de Henle flui, por transporte ativo, NaCl do interior para o exterior da
alça.

20.7 Túbulo Contornado Distal:

Neste segmento ocorre um bombeamento constante de íons sódio do interior para o


exterior do túbulo. Tal bombeamento se deve a uma bomba de sódio e potássio que, ao
mesmo tempo em que transporta ativamente sódio do interior para o exterior do túbulo, faz
o contrário com íons potássio. Esta bomba de sódio e potássio é mais eficiente ao sódio do
que ao potássio, de maneira que bombeia muito mais sódio do interior para o exterior do
túbulo do que o faz com relação ao potássio em sentido contrário. O transporte de íons sódio
115
do interior para o exterior do túbulo atrai íons cloreto (por atração iônica). Sódio com cloreto
formam sal que, por sua vez, atrai água. Portanto, no túbulo contornado distal do nefron,
observamos um fluxo de sal e água do lúmen tubular para o interstício circunvizinho.

A quantidade de sal + água reabsorvidos no túbulo distal depende bastante do nível


plasmático do hormônio aldosterona, secretado pelas glândulas suprarrenais. Quanto maior
for o nível de aldosterona, maior será a reabsorção de NaCl + H2O e maior também será a
excreção de potássio. O transporte de água, acompanhando o sal, depende também de
outro hormônio: ADH (hormônio antidiurético), secretado pela neuro-hipófise. Na presença
do ADH a membrana do túbulo distal se torna bastante permeável à água, possibilitando sua
reabsorção. Já na sua ausência, uma quantidade muito pequena de água acompanha o sal,
devido a uma acentuada redução na permeabilidade à mesma neste segmento.

20.8 Ducto Coletor:

Neste segmento ocorre também reabsorção de NaCl acompanhado de água, como


ocorre no túbulo contornado distal. Da mesma forma como no segmento anterior, a
reabsorção de sal depende muito do nível do hormônio aldosterona e a reabsorção de água
depende do nível do ADH.

Glomérulo

Cápsula de
Bowman

Túbulo Contorcido

Distal
Túbulo
Contorcido
Proximal

Ducto Coletor

Alça de Henle

Fig.: 78 Estrutura Anatômica do Néfron

116
Fig. 79: Estruturas do Sistema Urinário

21- SISTEMA MUSCULAR

São agrupamentos de células em feixes formando massas macroscópicas que movem as


partes do corpo por contração. São contraídos ao receber estímulo de um nervo.

O tecido muscular é de origem mesodérmica, sendo caracterizado pela propriedade de


contração e distensão de suas células, o que determina a movimentação dos membros e
das vísceras. Há basicamente três tipos de tecido muscular: liso, estriado esquelético e
estriado cardíaco.

Músculo liso: o músculo involuntário localiza-se na pele,


órgãos internos, aparelho reprodutor, grandes vasos sanguíneos e
aparelho excretor. O estímulo para a contração dos músculos lisos
é mediado pelo sistema nervoso vegetativo.

117
Músculo estriado esquelético: é inervado pelo sistema
nervoso central e, como este se encontra em parte sob controle
consciente, chama-se músculo voluntário. As contrações do
músculo esquelético permitem os movimentos dos diversos ossos
e cartilagens do esqueleto.

Músculo cardíaco: este tipo de tecido muscular forma a maior


parte do coração dos vertebrados. O músculo cardíaco carece de
controle voluntário. É inervado pelo sistema nervoso vegetativo.

Estriado esquelético Estriado cardíaco Liso

Miócitos estriados com um ou dois


núcleos centrais.
Células alongadas, irregularmente
Miócitos longos, multinucleados (núcleos Miócitos alongados,
ramificadas, que se unem por
periféricos). estruturas especiais: discos mononucleados e sem estrias
intercalares. transversais.
Miofilamentos organizam-se em estrias
longitudinais e transversais. Contração involuntária e
Contração involuntária, vigorosa
lenta.
Contração rápida e voluntária e rítmica.

Os músculos são formados por células que durante a vida intrauterina, se especializam
em contração. Essas células se agrupam em feixes e contraem-se frente a um estímulo. Os
músculos apresentam características histológicas que os definem em estriados e lisos. Os
estriados são voluntários, ou seja, sua contração é controlada conscientemente, enquanto
os músculos lisos são involuntários. Os músculos cardíacos são classificados como um
terceiro tipo muscular, uma vez que morfologicamente é estriado, mas funcionalmente é liso.
Apesar disso, todos os músculos são inervados e têm sua atividade regulada diretamente
(músculo estriado) pelo sistema nervoso central.

Observa-se nos músculos estriados uma porção carnosa chamada ventre muscular, que
é a parte contrátil dos músculos, e uma porção cilíndrica branca chamada tendão ou
aponeurose, ambas constituídas de tecido conjuntivo denso, rico em colágeno, por isso, o
aspecto esbranquiçado, o que contrasta com a porção carnosa que é vermelha. Sua função
é prender o músculo ao esqueleto, cartilagens, outros músculos, tendões.

118
Além disso, os músculos estriados são envolvidos por uma membrana de tecido
conjuntivo, a fáscia muscular, que tem por função otimizar o trabalho de tração dos músculos
ao se contrair. Essa tração é exercida sobre os ossos e, como se sabe, é o local onde os
músculos estriados estão presos; no entanto, não são as duas extremidades ósseas que se
destocam durante a contração, mas uma única. Foi a partir dessa observação que se
convencionou chamar de “ponto fixo” a parte óssea que não se desloca, e “ponto móvel” a
que se desloca, também conhecidos como origem e inserção muscular, respectivamente.

Não existe, um consenso entre os anatomistas quanto á classificação dos músculos, mas
de modo geral, a análise de forma, origem, inserção, ação e ventre muscular são alguns
critérios utilizados para classificar os músculos. Outra forma de classificar os músculos é
observando o trabalho que eles realizam, ou seja, sua função. Assim, quando o músculo
executa um movimento, ele é denominado agonista, e quando se opõe ao movimento
agonista, é denominado antagonista; ainda, quando potencializa a ação do agonista, ele é
denominado sinergista.

21.1 Tipologia

1- Quanto á forma e arranjo das Fibras: estenocleidomatóideo, glúteo máximo, braquial,


peitoral maior, peniformes, unipenados bipenados.

2- Quanto á Origem: bíceps, tríceps, quadríceps.

3- Quanto á Inserção: bicaudados, policaudados.

4- Quanto ao Ventre Muscular: digástricos, poligástricos.

5- Quanto á Ação: flexor, extensor, adutor, abdutor, rotador medial, rotador lateral,
pronador, supinador, flexor plantar, flexor dorsal.

21.2 Nomenclatura

1- Cabeça: temporal, masseter-mastigação, orbicular do olho, nasal, frontal, zigomático


maior e menor, bucinador.

2- Pescoço: esternocleidomastóideo, escalenos, tireoideo.

3- Dorso: trapézio, grande dorsal.

4- Tórax: peitoral maior, peitoral menor, serrátil anterior, intercostais.

5- Abdome: reto do abdome, obliquo externo do abdome, serrátil posterior, diafragma.

6- Membros Superiores (MMSS): deltoide, bíceps braquial, tríceps braquial.

7- Membros Inferiores (MMII): glúteo, sóleo, fibular curto.

21.3 Características dos Músculos

1- Contratite: Capacidade de se encurtar e de se alongar (por estiramento) quando


estimulado

2- Elasticidade: Capacidade de voltar ao comprimento e espessura normais


119
3- Extensabilidade: Capacidade de se estirar

4- Irritabilidade: Capacidade de responder ao estímulo

5- Tônus: Estado de semicontração permanente, próprio de todos os músculos normais.

Fig. 80: Músculos e suas características

120
22. SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

É o conjunto de órgãos encarregados da reprodução da mulher. Do ponto de vista da


reprodução, o organismo feminino é mais complexo que o do masculino, pelo fato de possuir
mais um órgão e consequentemente mais uma função, ou seja , a de abrigar e propiciar o
desenvolvimento do novo ser vivo

121
O Sistema Reprodutor Feminino: É formado pelas gônadas (ovários) que produzem os
óvulos, as tubas uterinas, que transportam os óvulos do ovário até o útero e os protege, o
útero, onde o embrião irá se desenvolver caso haja fecundação, a vagina e a vulva.

22.1 Ovários

Os ovários são órgãos sexuais primários, produzem os óvulos e os hormônios sexuais


femininos estrógeno e progesterona. Os ovários possuem o tamanho aproximado de uma
azeitona.

A camada mais externa de tecido é chamada de córtex e possui milhares de células, que
são os óvulos imaturos, chamados de folículos primários, que completam seu
desenvolvimento durante a ovulação. Esses folículos começam crescer e se desenvolver
sob a ação dos hormônios, processo que começa na adolescência.

Fig 81: Ovários e estruturas

22.2 Ovogênese

É nome da gametogênese feminina, que leva à produção dos óvulos. Este processo
inicia-se antes do nascimento e as células diploides precursoras crescem durante o período
embrionário e passam a ser chamadas de ovócitos primários e apenas na puberdade que
estas células sofrerão meiose, produzindo células haploides. O óvulo finaliza seu
desenvolvimento durante a fecundação.

22.3 Tubas uterinas

As tubas uterinas são formadas pelas seguintes partes: a mesoalpinge é a região onde
ela se prende no útero, o istmo é a porção medial que se abre o útero e a ampola é a região
onde ela sofre uma curvatura para encontrar o ovário.

122
Próximo ao ovário está o infundíbulo, que se abre em uma cavidade chamada óstio
abdominal, que possui muitas fímbrias, que estão presas ao ovário. Estas fímbrias
movimentam-se, carregando o óvulo pelo interior da tuba uterina, com o auxílio das células
ciliadas presentes na região e também de contrações musculares da parede.

22.4 Útero

O útero possui a forma de uma pêra invertida, é musculoso e oco. Na sua região
superior/lateral está ligado com as tubas uterinas e na região inferior está ligado com a
vagina.

Está situado na cavidade pélvica, atrás da bexiga urinária e anteriormente ao reto. O útero
é formado pelas seguintes regiões: corpo, istmo, colo, óstio e fundo. O corpo é a porção
superior do útero, que se estreita logo abaixo, formando o istmo. O colo do útero é a região
onde o istmo encontra a vagina e possui forma cilíndrica. O óstio é a abertura do útero na
vagina. O fundo do útero é a região próxima das ligações com as tubas uterinas.

O interior do útero é revestido por um tecido muito vascularizado e sua parede é formada
por três camadas, que são as mesmas das tubas uterinas: serosa, miométrio e endométrio.
A serosa é formada pelo peritônio. O miométrio encontra-se abaixo da serosa e é
responsável por boa parte da espessura da parede uterina.

O endométrio é uma camada de células que reveste a cavidade uterina e tem uma
participação muito importante durante a ovulação. Todo mês ele se torna mais espesso para
receber o óvulo fertilizado. Caso não ocorra a fertilização, o endométrio que se desenvolveu
é eliminado através da menstruação.

Fig. 82: Útero e Estruturas

123
22.5 Vagina

A vagina é um canal musculoso que liga o colo do útero ate o exterior, na genitália.
Próximo à entrada da vagina há uma membrana vascularizada, chamada hímen, que
bloqueia a entrada da vagina total ou parcialmente e normalmente se rompe nas primeiras
relações sexuais.

A mucosa vaginal possui pH ácido para impedir a proliferação de microorganismos nesta


região.

Na parede da vagina há células produtoras de muco para lubrificar a região durante a


relação sexual, facilitando a penetração do pênis. Estas células são chamadas de glândulas
de Bartolin.

Fig. 83: Vagina e Estruturas

22.6 Genitália Feminina externa

A genitália feminina externa é chamada de vulva. Normalmente sua região mais externa
é coberta com pêlos.

É formada pelos grandes lábios, que envolvem duas pregas menores, chamadas de
pequenos lábios e que protegem a abertura vaginal e circundam o clitóris. São altamente
vascularizados.
124
O clitóris é um pequeno órgão, altamente sensível e corresponde a glande do pênis e é
formado por tecido erétil.

22.7 Períneo feminino

É a região externa entre a vagina e o ânus.

Ciclo Menstrual

Ciclo menstrual é o nome dos processos que ocorrem no sistema reprodutor feminino
todo mês em decorrência da ação dos hormônios estrógeno e progesterona.

22.8 Fase menstrual

A menstruação é a eliminação do tecido endometrial, sangue, secreções e muco do útero,


e dura de três a sete dias.

Durante este processo o nível de estrógeno e progesterona é baixo no sangue e permitem


que o hipotálamo secrete o fator liberador do FSH (hormônio folículo estimulante),
estimulando a adeno-hipófise a produzir FSH e LH, estimulando o desenvolvimento do
folículo primário.

Fase proliferativa

Nesta fase há um aumento na produção de estrógeno e a parede do endométrio começa


ficar espessa. O folículo primário amadurece e começa secretar progesterona. Quando a
produção de estrógeno chega ao seu máximo, o LH também tem um aumento na sua
produção, provocando a ruptura do folículo maduro, ocorrendo a ovulação, próximo ao 14º
dia após o início da menstruação.

Essa fase é chamada de proliferativa, pois as células do endométrio se proliferam e


recebem vasos sanguíneos.

Fase secretora

Após a ovulação, o folículo que se rompeu sofre algumas transformações, tornando-se


amarelado e recebe o nome de corpo lúteo, ou corpo amarelo. Sua função é produzir
progesterona e estrógeno. Com o aumento da produção destes hormônios, a produção de
LH e FSH cessam.

O endométrio está pronto para receber o embrião e está ricamente vascularizado. Por
volta da 4ª semana, o corpo lúteo regride e cessa a produção de hormônios. Se não houver
fecundação o endométrio é eliminado através da menstruação, iniciando um novo ciclo
menstrual.

125
Fig. 84: Fases do Ciclo Menstrual

126
Fig.85: Estruturas do Sistema Reprodutor Feminino

127
Fig. 86: Mama e suas estruturas

22.9 Mamas e glândulas mamárias

As glândulas mamárias produzem o leite que servira de alimento para o recém-nascido.


Também estão presentes nos homens, porém não produzem leite.

São formadas externamente pelo mamilo e aréola.

As glândulas mamárias são formadas por 15 a 20 lobos. É na puberdade, sob a ação dos
hormônios que elas começam se desenvolver.

128
23 SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO








• Vias espermáticas: epidídimo, canal deferente, uretra.


• Pênis
• Escroto
• Glândulas anexas: próstata, vesículas seminais, glândulas
bulbouretrais.

129
Fig.87: Estruturas do Sistema Reprodutor Masculino

130
23.1 Testículos: são as gônadas masculinas. Cada testículo é composto por um
emaranhado de tubos, os ductos seminíferos Esses ductos são formados pelas células de
Sértoli (ou de sustento) e pelo epitélio germinativo, onde ocorrerá a formação dos
espermatozoides. Em meio aos ductos seminíferos, as células intersticiais ou de Leydig
(nomenclatura antiga) produzem os hormônios sexuais masculinos, sobretudo a
testosterona, responsáveis pelo desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos e
dos caracteres sexuais secundários:

• Estimulam os folículos pilosos para que façam crescer a barba masculina e o pêlo
pubiano.
• Estimulam o crescimento das glândulas sebáceas e a elaboração do sebo.
• Produzem o aumento de massa muscular nas crianças durante a puberdade, pelo
aumento do tamanho das fibras musculares.
• Ampliam a laringe e torna mais grave a voz.
• Fazem com que o desenvolvimento da massa óssea seja maior, protegendo contra
a osteoporose.

23.2 Epidídimos: são dois tubos enovelados que partem dos testículos, onde os
espermatozoides são armazenados.

23.4 Canais deferentes: são dois tubos que partem dos testículos, circundam a bexiga
urinária e unem-se ao ducto ejaculatório, onde desembocam as vesículas seminais.

23.5 Vesículas seminais: responsáveis pela produção de um líquido, que será liberado
no ducto ejaculatório que, juntamente com o líquido prostático e espermatozoides, entrarão
na composição do sêmen. O líquido das vesículas seminais age como fonte de energia
para os espermatozoides e é constituído principalmente por frutose, apesar de conter
fosfatos, nitrogênio não proteico, cloretos, colina (álcool de cadeia aberta considerada
como integrante do complexo vitamínico B) e prostaglandinas (hormônios produzidos em
numerosos tecidos do corpo. Algumas prostaglandinas atuam na contração da musculatura
lisa do útero na dismenorréia – cólica menstrual, e no orgasmo; outras atuam promovendo
vasodilatação em artérias do cérebro, o que talvez justifique as cefaleias – dores de cabeça
– da enxaqueca. São formados a partir de ácidos graxos insaturados e podem ter a sua
síntese interrompida por analgésicos e anti-inflamatórios).

23.6 Próstata: glândula localizada abaixo da bexiga urinária. Secreta substância


alcalina que neutralizam a acidez da urina e ativa os espermatozoides.

23.7 Glândulas Bulbo Uretrais ou de Cowper: sua secreção transparente é lançada


dentro da uretra para limpá-la e preparar a passagem dos espermatozoides. Também tem
função na lubrificação do pênis durante o ato sexual.

23.8 Pênis: é considerado o principal órgão do aparelho sexual masculino, sendo


formado por dois tipos de tecidos cilíndricos: dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso
(envolve e protege a uretra). Na extremidade do pênis encontra-se a glande - cabeça do
pênis, onde podemos visualizar a abertura da uretra. Com a manipulação da pele que a
envolve - o prepúcio - acompanhado de estímulo erótico, ocorre a inundação dos corpos
cavernosos e esponjoso, com sangue, tornando-se rijo, com considerável aumento do
tamanho (ereção). O prepúcio deve ser puxado e higienizado a fim de se retirar dele o
Esmegma (uma secreção sebácea espessa e esbranquiçada, com forte odor, que consiste
principalmente em células epiteliais descamadas que se acumulam debaixo do prepúcio).

131
Quando a glande não consegue ser exposta devido ao estreitamento do prepúcio, diz-se
que a pessoa tem fimose.

23.9 A uretra é comumente um canal destinado para a urina, mas os músculos na


entrada da bexiga se contraem durante a ereção para que nenhuma urina entre no sêmen
e nenhum sêmen entre na bexiga. Todos os espermatozoides não ejaculados são
reabsorvidos pelo corpo dentro de algum tempo.

23.10 Saco Escrotal ou Bolsa Escrotal ou Escroto: Um espermatozoide leva cerca de


70 dias para ser produzido. Eles não podem se desenvolver adequadamente na
temperatura normal do corpo (36,5°C). Assim, os testículos se localizam na parte externa
do corpo, dentro da bolsa escrotal, que tem a função de termorregulação (aproximam ou
afastam os testículos do corpo), mantendo-os a uma temperatura geralmente em torno de
1 a 3 °C abaixo da corporal.

Fig.88: Desenvolvimento da Infância á Puberdade

132
Fig.89: Pênis e suas estruturas.

Sêmen: Em cada ejaculação é eliminado de 3 a 4 ml de líquido alcalino, contendo de 200 a

300 milhões de espermatozóides.

133
23.11 Fisiologia do Aparelho Reprodutor Masculino

Os testículos são os principais órgãos de discussão desse sistema por se tratar do local
onde ocorre à produção de espermatozoides. Os testículos são anatomicamente e
funcionalmente divididos em duas porções, o tecido intersticial e os túbulos seminíferos. O
tecido intersticial é responsável pela produção de hormônios sexuais a esteroidogênese e
os túbulos seminíferos pela produção de espermatozoides.

23.11.1 Esteroidogênese: Os hormônios sexuais masculinos, também conhecidos como


andrógenos, estimulam o crescimento e maturação dos órgãos reprodutores, a
espermatogênese e a produção de proteínas. A testosterona, hormônio sexual masculino, é
produzida pelas células de Leydig, que produzem testosterona quando estimuladas pelo
hormônio luteinizante (LH).

Os efeitos da testosterona podem ser divididos em três categorias: 1ª Ações morfológicas


sobre os órgãos sexuais e caracteres sexuais secundários. 2ª Ações sobre o metabolismo
de proteínas, carboidratos e lipídios. 3ª Ações sobre o comportamento, induzindo a libido e
a agressividade. No metabolismo, os andrógenos diminuem a quebra de proteínas e
estimulam a quebra de gorduras. A produção de andrógenos é regulada por hormônios
hipotalâmicos e por hormônios hipofisários (LH e FSH). O LH e o FSH estimulam a produção
de testosterona e inibina, estes inibem a produção de hormônios hipofisários.

23.11.2 Espermatogênese: Os túbulos seminíferos são formados pelas células de Sertoli e


pelo epitélio germinativo. As células de Sertoli oferecem suporte estrutural e nutricional para
o desenvolvimento das células germinativas. O epitélio germinativo é formado por células
que se dividem e se diferenciam, dando origem aos espermatozoides.

23.11. 3 Fisiologia do aparelho Reprodutor Feminino

O órgão responsável pela função endócrina desse sistema são os ovários. Estes
produzem os hormônios ovarianos como o estrógeno, progesterona, andrógenos, relaxina e
inibina. A produção desses hormônios ocorre após estimulação dos ovários pelas
gonadotrofinas (FSH e LH).

O FSH age preferencialmente sobre as células da granulosa, estimulando sua proliferação


e a produção de estrógenos aumenta a sensibilidade dos folículos do FSH, no entanto,
somente um folículo resonde mais que os outros, tornando-se o dominante, e é este folículo
que se vai romper liberando o óvulo.

134
24 SISTEMA ENDÓCRINO

Dá-se o nome de sistema endócrino ao conjunto de órgãos que apresentam como atividade
característica a produção de secreções denominadas hormônios, que são lançados na corrente
sanguínea e irão atuar em outra parte do organismo, controlando ou auxiliando o controle de sua
função. Os órgãos que têm sua função controlada e/ou regulada pelos hormônios são
denominados órgãos-alvo.
O sistema endócrino é constituído de tecidos epiteliais de secreção glandulares que formam
as glândulas, que podem ser uni e pluricelulares. As glândulas pluricelulares não são apenas
aglomeradas de células que desempenham as mesmas funções básicas e tem a mesma
morfologia geral e origem embrionária, o que caracteriza um tecido.
Os hormônios influenciam praticamente todas as funções dos demais sistemas corporais.
Frequentemente o sistema endócrino interage com o sistema nervoso, formando mecanismos
reguladores bastante preciso s. O sistema nervoso pode fornecer ao endócrino a informação
sobre o meio externo, ao passo que o sistema endócrino regula a resposta interna do organismo
a esta informação. Dessa forma, o sistema endócrino, juntamente com o sistema nervoso, atua
na coordenação e regulação das funções corporais.

135
24.1 Introdução

As glândulas que compõem o sistema endócrino estão distribuídas por todo o corpo e,
diferencialmente das glândulas exócrinas, não possuem ducto excretor. Assim, seu produto
de secreção é lançado diretamente na corrente sanguínea, e é estas características que as
definem como glândulas endócrinas.

As glândulas endócrinas são: Tireoide, Paratireoide, Supra-renais, Pâncreas, Hipófise,


Corpo Pineal, Testículos e Ovários.

24.2 Tireóide

A Tireoide é a primeira glândula endócrina a se formar durante o desenvolvimento do


embrião. Está localizada no pescoço, abaixo da traqueia, e é formada por vários folículos.
Estes, por sua vez, são formados por uma única camada de células foliculares que delimitam
um espaço ocupado pelo coloide.

A membrana apical está voltada para o lúmen e a membrana basal para o tecido
conjuntivo. A produção de hormônios tireoidianos ocorre na membrana luminal, pois é nessa
região que encontramos a peroxidase tireoidiana, enzima responsável pela produção de
hormônios.

Na membrana basal está localizada a bomba de sódio e potássio, o transportador de iodo


e sódio, conhecido como NIS, e o receptor para o TSH. O TSH estimula o transporte de iodo
para dentro célula tireoidiana; este é levado até a membrana luminal, onde sofre um
processo de oxidação e incorporação á proteína tiroglobulina no coloide. No interior da
célula, as vesículas contendo coloide se fundem com vesículas contendo enzimas, e são
essas enzimas que quebram a tiroglobulina, liberando os hormônios tireoidianos para a
circulação sistêmica.

No sangue, os hormônios tireoidianos circulam ligados a proteínas, sendo liberados


próximos ao seu sítio de ação.

A glândula tireoide produz muito mais T4 do que T3, e como a maior parte dos efeitos
dos hormônios tireoidianos é desencadeada pelo T3, o T4 é desiodado na periferia para
formar T3; esse processo é conhecido como desiodação e consiste na remoção de uma
molécula de iodo. As enzimas responsáveis por esse processo são as desiodases,
classificadas em tipos 1,2 e 3. A atividade dessas enzimas é regulada de acordo com s
concentrações sanguíneas dos hormônios tireoidianos.

Os hormônios tireoidianos atravessam a membrana com auxílio de um transportador e


interagem com um receptor no núcleo, dessa interação, genes podem ser ativados ou
inibidos. O resultado vai ser, ou a produção de uma proteína, ou a inibição de produção da
proteína. Como exemplos disso podem mencionar a estimulação da produção de GH e a
inibição da produção de TSH.

Os efeitos dos hormônios tireoidianos podem ser reunidos em dois grupos: efeitos sobre
crescimento e diferenciação celular, e sobre metabolismo energético. Os hormônios
tireoidianos promovem o crescimento por estimularem a produção da GH e aumentarem a
sensibilidade das células GH. No Sistema Nervoso Central, os hormônios tireoidianos
promovem a maturação das células nervosas e formação de sinapses.

No metabolismo energético, os hormônios tireoidianos promovem quebra de Adenosina


Trifosfato (ATP), com isto aumentando a produção de calor. Aumentam a degradação e
produção de proteínas e lipídeos, e estimulam a produção de glicose pelo fígado. Esses são
136
chamados de ciclos fúteis. No coração, os hormônios tireoidianos aumentam a força de
contração e a frequência de batimentos cardíacos.

O principal regulador da atividade tireoidiana é o TSH, hormônio que estimula a produção


de T3 e T4m por sua vez, o TSH é regulado pelos hormônios da tireoide e por hormônios
hipotalâmicos.

Fig.90: Tireóide

A calcitonina, outro hormônio secretado pela tireoide, participa do controle da


concentração sanguínea de cálcio, inibindo a remoção do cálcio dos ossos e a saída dele
para o plasma sanguíneo, estimulando sua incorporação pelos ossos.

24.3 Paratireóide

São pequenas glândulas, geralmente em número de quatro, localizadas na região


posterior da tireoide. Secreta o paratormônio, que estimula a remoção de cálcio da matriz
óssea (o qual passa para o plasma sanguíneo), a absorção de cálcio dos alimentos pelo
intestino e a reabsorção de cálcio pelos túbulos renais, aumentando a concentração de cálcio
no sangue. Neste contexto, o cálcio é importante na contração muscular, na coagulação
sanguínea e na excitabilidade das células nervosas.

137
Fig.91: .

Paratireoide

O cálcio está envolvido com uma série de funções e, por esta razão, precisa ter sua
concentração sanguínea regulada constantemente. Entre as funções do cálcio podemos
citar: coagulação do sangue, sinalização intracelular, manutenção dos potenciais de
membrana, concentração muscular e formação do osso.

Os (principais hormônios envolvidos com a homeostase são: paratormônio PTH),


calcitonina e vitamina D. O PTH é produzido pelas paratireoides em resposta a uma
diminuição de cálcio. Para aumentar a concentração sanguínea de cálcio, o PTH estimula a
desmineralização óssea e aumenta a reabsorção de cálcio nos rins, além de ativar a vitamina
D. São esses efeitos que elevam a concentração sanguínea de cálcio.

A calcitonina é produzida na tireoide pelas células parafoliculares, sendo liberada quando


a concentração sanguínea de cálcio está em alta. Atua nos mesmos locais que o PTH,
porém, com ações opostas ao dele. Aumenta a formação óssea e, consequentemente, o
fluxo de cálcio é uma das matérias primas para síntese óssea. Nos rins, estimula fracamente
a eliminação de cálcio.

A vitamina D é produzida pela pele, porém, passa por uma série de transformações no
organismo até se tornar ativa. A vitamina D é liberada quando ocorre diminuição de cálcio
sanguíneo, agindo nos ossos, promovendo a desmineralização e nos intestinos,
aumentando a absorção de cálcio, efeitos que em conjunto elevam o cálcio do organismo.

24.4 Hipófise ou Pituitária

A hipófise ou pituitária situa-se na base do encéfalo, em uma cavidade do osso esfenoide


de chamada tela túrcica. Nos seres humanos tem o tamanho aproximado de um grão de
ervilha e possui duas partes: o lobo anterior (ou adeno-hipófise) e o lobo posterior (ou neuro-
hipófise). É dividida em duas porções: a adeno-hipófise e a neuro-hipófise, ambas com
origem distinta. A hipófise esta ligada ao hipotálamo através de uma haste denominada
pendúculo epifisário.

A adeno-hipófise é constituída por cinco tipos celulares que durante o desenvolvimento


embrionário, surgem na seguinte ordem: corticotróficos, tireotróficos, gonadotróficos,
somatotrópicos e lactotróficos. Os corticotróficos produzem o hormônio adrenocorticotrófico
(ACTH), cuja síntese é estimulada pelo hormônio hipotalâmico CRC e inibida pelos
glicocorticoides, mineralocorticoides e esteroides androgênicos. Os tireotróficos estão em
menor número na hipófise, no entanto, em situações de hipotireoidismo podem aumentar
em número e tamanho. Essas células produzem o hormônio tireotrófico (TSH), cujo sítio de
ação é a tireoide.

138
Na tireoide o TSH estimula a produção dos hormônios tireoidianos, T3 e T4. Os principais
reguladores da secreção de TSH são os próprios hormônios tireoidianos e o hormônio
hipotalâmico TRH, estes inibem e aumentam, respectivamente, a secreção de TSH.

Os gonadotróficos produzem dois tipos de hormônios: folículo estimulante (FSH) e


luteinizante (LH), que agem nas gônadas masculina e feminina. Na mulher, o FSH estimula
a maturação dos folículos ovarianos, a produção de estrógenos, inbina, ativina e folistatina.
O LH estimula, no homem, a produção de testosterona. É o principal responsável pelo
processo de ovulação, além de aumentar a produção de estrógenos e de progesterona.

A produção das gonadotrofinas (FSH e FSH) é estimulada pelo GnRH hipotalâmico e


inibida pelos hormônios sexuais: estrógeno, progesterona, inibina e testosterona.

Os somatrotróficos são as células mais abundantes na adeno-hipófise produzem o


hormônio do crescimento (GH). Este age em vários órgãos e tecidos, estimulando o
crescimento e alterando o metabolismo. O crescimento é promovido, pelo aumento de
fatores de crescimento; estes agem na placa epifisária do osso, promovendo o crescimento
longitudinal dos indivíduos. O GH estimula a produção de proteínas, aumenta o conteúdo de
glicose no sangue e promove a quebra de gorduras.

Os principais reguladores da produção de GH são: fator de crescimento insulínico, que


inibe a produção de GH, a somatostatina, que inibe também inibe a produção de GH. A
prolactina é produzida pelos lactotróficos, que são as últimas células a surgir na hipófise. Na
mulher, a prolactina estimula a produção de leite, no homem ainda não sabe ao certo a
função deste hormônio. O principal regulador da secreção de prolactina é a dopamina, que
exerce um efeito negativo sobre a liberação desse hormônio, ou seja, inibe-o. O TRH
estimula a produção de prolactina, no entanto, o maior estímulo para produção de prolactina
é a inibição da liberação de dopamina.

A neuro-hipófise não produz hormônios, na verdade ela armazena dois hormônios no


hipotálamo: o hormônio antidiurético (ADH) e a ocitocina. O ADH diminui a diurese por
aumentar a reabsorção de clorreto de sódio e água, e a ocitocina promove a contração do
útero durante o trabalho de parto, além de promover a contração dos ductos mamários,
provocando a ejeção do leite.

O principal regulador da secreção de ADH é a concentração sanguínea de solutos (íons


e moléculas), definidas como osmolaridade, assim, quando a osmolaridade aumenta, os
núcleos hipotalâmicos são excitados e liberam ADH.

139
Fig.92: Hipófise e Hipotálamo

24.5 Hipotálamo

Localizado no cérebro diretamente acima da hipófise, é conhecido por exercer controle


sobre ela por meios de conexões neurais e substâncias semelhantes a hormônios chamados
fatores desencadeadores (ou de liberação), o meio pelo qual o sistema nervoso controla o
comportamento sexual via sistema endócrino.

O hipotálamo estimula a glândula hipófise a liberar os hormônios gonadotróficos - FSH e


LH, que atuam sobre as gônadas, estimulando a liberação de hormônios gonadais na
corrente sanguínea. Na mulher a glândula alvo do hormônio gonadotrófico é o ovário, no
homem são os testículos, os hormônios gônadas são detectados pela pituitária e pelo
hipotálamo, inibindo a liberação de mais hormônios pituitários, por feedback. Como a hipófise
secreta hormônios que controlam outras glândulas e está subordinada, por sua vez ao
sistema nervoso, pode-se dizer que o sistema endócrino é subordinado ao sistema nervoso
e que o hipotálamo é o mediador entre esses dois sistemas.

O hipotálamo também produz fatores de liberação que atuam sobre a adeno-hipófise,


estimulando ou inibindo secreções. Produz também os hormônios ocitocina e ADH
(antidiurético), armazenados e secretados pela neuro-hipófise.

140
24.6 Pâncreas

É uma glândula mista ou anfícrina – apresenta determinadas regiões endócrinas e


determinadas regiões exócrinas (da porção secretora partem dutos que lançam as secreções
para o interior da cavidade intestinal) ao mesmo tempo. As chamadas ilhotas de Langherans
são a porção endócrina, onde estão as células que secretam os dois hormônios: insulina e
glucagon, que atuam no metabolismo da glicose.

A secreção da insulina é controlada por fatores metabólicos, hormonais e neurais. A


glicose é o principal fator metabólico, estimulando a síntese e a secreção de insulina.
Aminoácidos como arginina e lisina são ótimos estimuladores da secreção de insulina. Os
ácidos graxos são fracos estimuladores. Dos fatores hormonais, os hormônios
gastrintestinais como a gastrina, colecistocinina e secretina, são os principais estimuladores
da secreção de insulina. O glucagon diminui a liberação de insulina. A somatotastina
produzida pelas células gama inibem tanto a liberação de insulina como de glucagon.

O glucagon é um hormônio hiperglicemiante, seu principal sitio de ação é o fígado, onde


diminui o estoque de glicose na forma de glicogênio e a formação de glicose por glicogênese.
Outro efeito do glucagon é estimular a quebra de gorduras.

Assim como a insulina é regulada por fatores metabólicos, hormonais e neurais, o


glucagon também é, desta forma, a diminuição da glicose no sangue estimula a liberação de
glucagon. Aminoácidos, como arginina e alanina estimulam a liberação de glucagon,
enquanto ácidos graxos diminuem sua secreção. Os hormônios gastrintestinais estimulam a
liberação de glucagon, enquanto insulina e somatostatina a diminuem. O Sistema Nervoso
Simpático estimula a liberação de glucagon.

Fig.93: Anatomia do Pâncreas

141
24.7. Suprarrenais

A somatostatina é um hormônio com atividade inibitória, seu principal efeito é inibir a


secreção de insulina, glucagon respectivamente. O córtex é dividido em três zonas:
glomerulosa, fascícula e reticular. A zona glomerulosa é a mais extensa e produz o
mineralcorticóide, estes estão envolvidos com o equilíbrio hidroeletrolítico. A Aldosterona
principal mineralcorticoide, exerce seus efeitos nos rins, aumentando a reabsorção de sódio
e excreção de potássio.

O principal estímulo para liberação de aldosterona é o aumento de potássio no sangue,


porém, outros fatores estão envolvidos, como por exemplo, a diminuição do volume
sanguíneo.
A zona fasciculada produz o gicocorticóide, que interferem no metabolismo de
proteínas, carboidratos e lipídios, inibindo a produção de proteínas no fígado, estimulam a
produção de glicose, com isso aumentando a quantidade de açúcar no sangue e
promovendo a quebra de gorduras. No entanto, num prazo mais longo estimula a produção
de gorduras. Além disso, os glicocorticoides exercem potente efeito anti-inflamatório e
depressor da resposta imunológica, ou seja, diminuem a resistência dos indivíduos frente
a agente agressores. O estresse é um potente estimulador da secreção de glicocorticoides.
A zona reticular produz andrógenos que no homem não são tão importantes, mas na
mulher exercem efeito significativo, promovendo a libido feminina; na menopausa, os
andrógenos da suprarrenal são produzidos em estrógenos pelas aromatases, entre outros
efeitos.
A medula da suprarrenal tem a mesma origem embrionária que o sistema nervoso
simpático, produz adrenalina e noradrenalina, sendo o conteúdo de adrenalina maior que
o de noradrenalina. Esse aumento de adrenalina, preferencialmente a noradrenalina, é
promovido pelo cortisol. O cortisol ao ser lançado na circulação da surpra renal, passa pela
medula antes de ganhar a circulação sistêmica e ativa à enzima responsável por converter
noradrenalina em adrenalina. É por isso, que o conteúdo de adrenalina é maior na medula.

Fig. 94 Glândulas Supra Renais

142
Hormônio Onde é Produzido Função

Aldosterona Adrenais Ajuda na regulação do equilíbrio do sal e


da água através de sua retenção e da
excreção do potássio

Hormônio antidiurético Hipófise Faz com que os rins retenham água e,


(vasopressina) juntamente com aldosterona, ajuda no
controle da pressão arterial

Corticosteróide Adrenais Produz efeitos disseminados por todo o


organismo; em especial, tem uma ação
anti-inflamatória; mantém a concentração
sérica de açúcar, a pressão arterial e a
força muscular; auxilia no controle do
equilíbrio do sal e da água

Corticotropina Hipófise Controla a produção e a secreção de


hormônios do córtex adrenal

Eritropoietina Rins Estimula a produção de eritrócitos

Estrogênios Ovários Controla o desenvolvimento das


características sexuais e do sistema
reprodutivo femininos

Glucagon Pâncreas Aumenta a concentração


sérica de açúcar

Hormônio do crescimento Hipófise Controla o crescimento e o


desenvolvimento; promove a produção de
proteínas

Insulina Pâncreas Reduz a concentração sérica de açúcar;


afeta o metabolismo da glicose, das
proteínas e das gorduras em todo corpo

143
Hormônio luteinizante e hormônio Hipófise Controlam as funções reprodutoras, como
folículo estimulante a produção de espermatozóides e de
sêmen, a maturação dos óvulos e os
ciclos menstruais; controlam as
características sexuais masculinas e
femininas (p.ex., a distribuição dos pêlos,
a formação dos músculos, a textura e a
espessura da pele, a voz e, talvez, os

traços da personalidade)

Ocitocina Hipófise Produz contração da musculatura uterina e


dos condutos das glândulas mamárias

Paratormônio (hormônio Paratireóides Controla a formação óssea e a excreção do


paratireóide) cálcio e do fósforo

Progesterona Ovários Prepara o revestimento do útero para a


implantação de um ovo fertilizado e
prepara as glândulas mamárias para a
secreção de leite

Prolactina Hipófise Inicia e mantém a produção de leite das


glândulas mamárias

Renina e angiotensina Rins Controlam a pressão arterial

Hormônio tireoidiano Tireóide Regula o crescimento, a maturação e a


velocidade do metabolismo.

Hormônio estimulante da tireóide Hipófise Estimula a produção e a secreção de


hormônios pela tireóide

144
Fig.95: Hormônios e funções

145
25. SISTEMA SENSORIAL- ÓRGÃOS DOS SENTIDOS

O Sistema Sensorial é responsável por informar ao Sistema Nervoso Central- SNC as


alterações que ocorrem no meio externo e no meio interno, e para isso, é constituído de
elementos especializados em exercer tal função. Esses elementos são receptores sensoriais,
circuitos sensoriais e centro de integração.

146
25.1 Audição
Com os ouvidos ouvimos o que se passa à nossa volta: a voz das pessoas, os sons da
natureza, o trânsito.

Os sons podem ser calmos, barulhentos, agradáveis, desagradáveis, e viajam pelo ar,
mas não os podemos ver.

A audição é a capacidade de ouvir sons. Os órgãos da audição são os ouvidos. Sons


muito agudos ou muito graves não são percebidos pelo ouvido humano. Ex.: os golfinhos
comunicam-se através de sons tão agudos que não podemos ouvi-los diretamente, mas
como apenas com aparelhos especiais. Existem crianças que são surdas. Isto quer dizer
que ouvem muito mal, por isso usam um aparelho especial que os ajuda a ouvir, estas
crianças olham para os nossos lábios para ver o que estamos a dizer.

Fig.: 86 Mecanismo da Audição

É o sentido pelo qual recebemos os sons. O ouvido, além de ser o responsável pela
audição, se junta com o cerebelo para a manutenção do nosso equilíbrio. Compõem-se três
partes: Ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno.

25.1.1 Conduto Auditivo Externo (ouvido externo)

Estende-se até o ouvido médio, do qual está separado pela membrana do Tímpano.
Compreende uma parte externa ou cartilaginosa e uma parte interna ou óssea, escavada no
osso temporal. Nele encontramos pequenos pêlos e glândulas sudoríparas que produzem
147
uma substância gordurosa, amarela e de sabor amargo, chamada Cerúmen. Os pêlos e o
Cerúmen servem para proteção do ouvido contra poeira e microorganismo do ar.

25.1.2 Conduto Auditivo Médio

Está separado do ouvido externo pela membrana do Tímpano. Comunica com a faringe
por conduto chamado Trompa de Eustáquio. No seu interior possui três ossículos: Estribo,
Bigorna e Martelo.

25.1.3 Conduto Auditivo Interno

É a parte mais interna do ouvido. Nele encontramos:

• Labirinto Ósseo: Escavado na espessura do osso temporal, possui uma cavidade


média bastante larga.

• Perilinfa: Líquido encontrado

• Labirinto Membranoso: Formado de membranas.

Mecanismo da Audição: As vibrações sonoras conduzidas pelo conduto auditivo


externo atingem a membrana do Tímpano, fazendo-a vibrar. Essas vibrações são
transmitidas ao ouvido interno pelos ossículos da caixa timpânica. No ouvido interno
a Perilinfa origina uma impressão, levada ao cérebro pelo nervo neuroauditivo, onde
se dá a percepção do som.

Fig.96: Hormônios e funções


25.2 Olfato
Das coisas que têm cheiro solta-se pequenas partículas que entram pelo nariz e
atingem os sensores do cheiro, no seu interior, sendo assim, existem milhares de cheiros
diferentes.

148
As fossas nasais são responsáveis pelo olfato. O ar transporta, até às fossas nasais,
substâncias diversas que sensibilizam as células olfativas. Então a mensagem é conduzida
pelo nervo olfativa até o cérebro, onde é interpretada.

É o sentido pelo qual percebemos o cheiro das substâncias. As formações responsáveis


pela olfação situam-se nas fossas nasais, que se comunica com o meio exterior pelas
narinas e com a faringe por dois orifícios chamados Coanas.

25.2.1 Septo Nasal: É uma parede óssea, cartilaginosa e membranosa que separa as
fossas nasais entre si. Forrando internamente as fossas nasais, encontramos uma
membrana chamada mucosa nasal, que é de cor rosa devido à grande quantidade de vasos
sanguíneos. Em sua parte superior, chegam as terminações do nervo olfativo, capazes de
receber excitações químicas, transformando-as em impulsos nervosos que são transmitidos
ao cérebro, o que permite perceber as sensações de cheiro.

25.2.2 Mecanismo da Olfação: As principais substâncias dotadas de cheiro atingem a


mucosa nasal e impressionam as terminações nervosas existentes. São levadas pelo nervo
olfativo ao cérebro, onde se transformam em sensações odoríparas (ligadas a dor).

149
Fig.97: Mecanismo da Olfação

25.3 Paladar

Conhecemos os paladares (sabores) através das papilas gustativas que existem


espalhadas na língua. Saboreamos a comida e rejeitamos o que não tem sabor agradável!
Com elas também sentimos se os alimentos estão frios ou quentes, se são duros ou moles.

150
Distinguimos os sabores pelo sentido da gustação, chamado de paladar. O órgão
responsável da gustação é a língua. Na língua encontramos as papilas, que são terminações
nervosas de corpúsculos gustativos, especializados em sentir o gosto.

Fig.98: Paladar/Mecanismo da Gustação

25.3.1 Mecanismo da Gustação: As substâncias colocadas na boca, em contato com


a língua, impressionam os Corpúsculos Gustativos. Essa impressão é levada ao
Cérebro que as transforma em sensações.

25.4 Tato

Conseguimos sentir as coisas quando as tocamos, porque temos sensores escondidos


na pele, em todo o corpo. Também sentimos a dor, o calor ou o frio, o que nos livra de
perigos. A ponta dos dedos é uma zona muito sensível e permite-nos conhecer as coisas
que tocamos. Chamamos textura à sensação que as coisas nos quando as tocamos.
Estruturas estudadas no Sistema Tegumentar.
151
Fig. 99: Sentido do Tato

25.5 Visão

Dentro do nosso olho há uma lente parecida com uma máquina fotográfica. A lente foca
a luz de modo a formar uma imagem pequenina na parte de trás do olho. Esta imagem está
ao contrário tal como na máquina fotográfica. É o nosso cérebro que a põe direita. A luz
entra no olho através de um buraquinho, que é a parte preta do olho, chamado pupila. A
parte colorida do olho chama-se íris. Os olhos estão protegidos pelas pálpebras e pelas
pestanas que impedem o pó e a sujidade de entrarem para os olhos. Ao canto de cada
olho há uns buraquinhos pequenos de onde saem às lágrimas, que são "água salgada" para

152
lavar os olhos e os conservar limpos. Há coisas tão pequenas que só se podem ver com
uma lupa. Às vezes são tão pequenas que os nossos olhos não as conseguem mesmo ver,
mas conseguimos vê-las se usarmos o microscópio. Os olhos de algumas pessoas não
funcionam muito bem, por isso usam óculos. As lentes dos óculos ajudam as lentes dos
olhos a focarem bem.
Há pessoas que não conseguem ver mesmo nada. Têm de usar outros sentidos para
ajudá-las. Há pessoas que usam bengalas para tatear o chão, outras têm um cão treinado
para ajudá-las.

25.5.1 Globo Ocular

É o principal constituinte do aparelho da visão, estando protegido por órgãos especiais


chamados Anexos do Globo Ocular. Existem dois globos Direito e Esquerdo, de forma
esférica, situados na cavidade orbitária. Cada globo ocular é formado por três Túnicas que
de fora para dentro são: Esclera (Córnea) – Corlóide- Retina.

25.5.2 Esclera: É a túnica fibrosa, de cor branca, que reveste externamente o globo ocular,
na região anterior do olho. A Esclera torna-se transparente e recebe o nome de Córnea.

25.5.3 Corlóide: Por dentro da Esclera, possui na região anterior do olho a Íris, que
corresponde a formação colorida (verde, azul, castanho) do globo ocular. Contém vasos
sanguíneos que alimentam as túnicas do olho, ao mesmo tempo em que garantem uma
temperatura constante e boa, para que ocorra a percepção dos raios luminosos. No centro
da Íris, há um orifício chamado Pupila, que permite a passagem de luz para o interior do
globo ocular. A Pupila pode aumentar ou diminuir o diâmetro de acordo com a intensidade
da luz. A luz forte causa a diminuição da Pupila, enquanto que a luz fraca a dilata.

25.5.4 Retina: É uma membrana que reveste internamente o globo ocular, é de natureza
nervosa e continua com o nervo óptico. Há na retina uma região muito sensível que se chama
Mácula Lútea ou Mancha amarela. No interior do globo ocular, encontramos os meios
transparentes, isto é, formações que permitem a passagem da luz, que são:

• Humor Vítreo: É um líquido gelatinoso, transparente, situado atrás do Cristalino.


• Cristalino: É uma lente biconvexa, situada atrás da Íris. Tem por função dirigir os
raios luminosos á Mácula Lútea.
• Humor Aquoso: É um liquido existente na câmara anterior e posterior. Esta é uma
cavidade existente entre a Íris, Cristalino e a Córnea.

25.5.5 Anexos do Globo Ocular

Pálpebras: Em número de duas partes para cada olho, distinguem-se em superior e inferior.
A face anterior das Pálpebras é revestida de pele, a posterior é revestida de conjuntiva. Nas
bordas livres das Pálpebras encontramos pêlos, denominados Cílios. As Pálpebras são
móveis e protegem o olho contra a luz, poeira etc.

Conjuntiva: É uma membrana mucosa que reveste parte da face posterior das Pálpebras
(sobrancelhas).

Supercílios: São as saliências arquejadas, providas de pêlos, existentes acima das


Pálpebras.

153
Glândulas Lacrimais: Produzem um líquido incolor, sabor salgado, denominado lágrima,
que é lançada sobre o globo ocular através de canalículos.

25.5.6 Funções das Lágrimas:

• Manter sempre o olho e Pálpebras úmidos,


• Facilitar o deslizamento das Pálpebras sobre os olhos;
• Limpar os olhos removendo partículas de poeira, microorganismos do ar;
• É bactericida.

25.5.7 Mecanismo da Visão

• Emétrope: Visão normal (olho sem alteração).


• Miopia: É o defeito em que as imagens não são vistas com nitidez, porque a imagem
forma-se antes da Retina;
• Hipermetropia: É o defeito em que a imagem forma-se após a Retina.

Fig.100: Olho e suas Estruturas

154
“Pensamos Demasiadamente. Sentimos muito pouco.
Necessitamos mais de humildade, que de máquinas .
Mais de bondade e ternura, que de inteligência.
Sem isso, a vida se tornará violenta e tudo se perderá”.

Charles Chaplin
n

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26- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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