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MECÂNICA RESPIRATÓRIA: FISIOLOGIA

E MONITORIZAÇÃO ESTÁTICA
Marcelo Farani López
Leonardo Pamponet Simões
Bruno Prata Martinez

 INTRODUÇÃO
A mensuração e o entendimento da mecânica respiratória pelo fisioterapeuta e pela equipe de
saúde são importantes para o conhecimento mais preciso das possíveis alterações da função
respiratória, decorrentes de alterações do estado de saúde ou da modificação da posição
corporal.
Além dessa informação pontual e temporal acerca das cargas mecânicas do sistema respiratório,
esse conhecimento pode servir para nortear a adoção de determinadas condutas terapêuticas e
avaliar os efeitos de tais intervenções.
Por definição, a monitorização da mecânica respiratória equivale ao estudo e à análise das
forças que agem sobre o sistema respiratório. De forma geral, identificam-se três pressões que
agem no sistema respiratório e influenciam o processo de ventilação:

 pressão muscular (Pmus) respiratória;


 pressão resistiva das vias aéreas (Pres);
 pressão elástica (Pel) do sistema pulmão/caixa torácica.
Entre as variáveis da mecânica respiratória, avaliadas por meio da monitorização estática,
destacam-se a resistência e a complacência do sistema respiratório, além da pressão positiva ao
final da expiração (PEEP) intrínseca ou auto-PEEP.1
Importante citar que a maioria dos ventiladores mecânicos, utilizados atualmente nas unidades
de terapia intensiva (UTIs), possui recursos para obtenção dessas medidas de mecânica
pulmonar à beira do leito, assim como a possibilidade de visualização de gráficos, que também
auxiliam na avaliação.

 OBJETIVOS
Ao final da leitura deste artigo, espera-se que o leitor seja capaz de:

 compreender a fisiologia do sistema respiratório nos aspectos relacionados à


mecânica respiratória estática;
 identificar as relações entre as pressões envolvidas no processo da ventilação,
as formas de mensuração estática da mecânica respiratória e suas variáveis;
 identificar as implicações práticas da monitorização estática da mecânica
respiratória.

 ESQUEMA CONCEITUAL
 FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
A fisiologia e a biomecânica do sistema respiratório têm íntima relação com a atuação
da musculatura respiratória, contrapondo-se às cargas mecânicas do sistema respiratório. Essa
combinação envolve a integração dos sistemas:1

 nervoso;
 osteomioarticular;
 vascular;
 cardiorrespiratório.
O sistema respiratório é composto pelas vias aéreas, pelos pulmões, pelo arcabouço torácico,
pelos músculos respiratórios, além das estruturas adjacentes. Cada componente, isoladamente,
interfere na mecânica ventilatória, porém, durante a avaliação à beira do leito, entende-se o
sistema respiratório como um único compartimento, em que a mensuração estática da mecânica
pulmonar identifica as características de todo esse conjunto.2

A ventilação é um processo mecânico que se inicia com a contração da musculatura respiratória


sob comando cerebral, gerando pressões negativas, a partir das quais o ar inalado a cada ciclo
respiratório, denominado volume corrente (VC), precisa vencer as cargas resistivas e elásticas
do sistema respiratório, desde as vias aéreas superiores, passando pelos brônquios e
bronquíolos, até atingir os alvéolos, onde são realizadas as trocas gasosas.3
A ação mecânica de qualquer músculo esquelético é determinada essencialmente pela anatomia
do músculo e pelas cargas que ele deve vencer quando se contrai. A musculatura respiratória,
morfológica e funcionalmente, assemelha-se à musculatura esquelética, sendo sua tarefa
primária mover a caixa torácica ritmicamente para deslocar ar para dentro e para fora dos
pulmões e, assim, manter os gases do sangue arterial dentro de limites aceitáveis.4
Convencionalmente, três grupos musculares têm sido relacionados à função pulmonar:

 diafragma;
 músculos do gradil costal (incluindo os músculos intercostais, escalenos e
acessórios da respiração);
 músculos abdominais.

Outros músculos localizados na região da cintura escapular e da coluna cervical podem auxiliar
na elevação das costelas, como os músculos peitoral maior, peitoral menor, trapézio, serrátil
anterior e esternocleidomastóideo.5
Na ventilação pulmonar, o movimento de fluidos é determinado pela lei de Poiseuille. Portanto,
para que exista fluxo aéreo da atmosfera até os alvéolos, é necessário que ocorra diferença de
pressão entre esses pontos na fase inspiratória, sendo dependente do raio (r), do comprimento
das vias aéreas (L) e da viscosidade do gás (η).

Equação de Poiseuille:

Onde: φ = fluxo; ΔP = variação de pressão entre a atmosfera e os alvéolos; π = 3,14; r = raio do


tubo; η= viscosidade do gás; L = comprimento do tubo.
As propriedades resistivas das vias aéreas são influenciadas pela viscosidade dos fluidos e
das secreções presentes nas vias aéreas, pelo tipo de fluxo aéreo (laminar ou turbulento), além
da resistência tissular. Os principais problemas que aumentam a resistência são o acúmulo de
secreção nas vias aéreas, o estreitamento das vias aéreas e outros quadros obstrutivos. Alguns
fatores, como as propriedades reológicas do muco, podem influenciar essa resistência.
Por sua vez, as propriedades elásticas são influenciadas pelo peso dos pulmões, pela tensão
superficial, pela pressão pleural (Ppl) e pela força de retração pulmonar e da caixa torácica.
Didaticamente, essas cargas elásticas podem ser divididas em:6

 de parênquima pulmonar;
 de parede torácica.
Essa elastância é inversamente proporcional à complacência. A complacência pode ser definida
como a grandeza obtida pela divisão do volume pulmonar pela pressão elástica do sistema
respiratório.1
Outra importante variável a ser descrita é a constante de tempo do sistema
respiratório (Tsr), a qual pode ser definida como o tempo necessário para aerar
completamente o pulmão. Pode ser obtida pela multiplicação da complacência pela resistência.
A literatura descreve as seguintes equivalências:

 1Tsr equivale a 63% de preenchimento do pulmão;


 2Tsr equivale a 87% de preenchimento do pulmão;
 3Tsr equivale a 95% de preenchimento do pulmão;
 4Tsr equivale a 98% de preenchimento do pulmão;
 5Tsr equivale a mais do que 99% de preenchimento do pulmão.
Do ponto de vista prático, pulmões com elevada complacência e/ou resistência apresentam
maiores Tsr, o que sugere a necessidade de maior tempo inspiratório. Diferentemente, pacientes
com complacência reduzida, como na síndrome do desconforto respiratório agudo ( SDRA),
apresentam Tsr menores em função da menor complacência e, consequentemente, necessitam
de menor tempo inspiratório.6
Não se deve esquecer que existe ainda a T expiratória, e que nos casos de aumento da
resistência expiratória e de hiperinsuflação pulmonar, como nos pacientes com asma grave,
deve-se prolongar o tempo exalatório, já que a T expiratória é alta.
Exemplo:

Qual é a T de um paciente com complacência estática do sistema respiratório (Cst sr) =


40mL/cmH2O e resistência do sistema respiratório (Rsr) = 5cmH2O/L/s?

Resposta: T = Cst sr x Rsr = 0,040L/cmH2O x 5cmH2O/L/s= 0,2 segundos

Assim, para preencher este pulmão em mais de 99% são necessárias aproximadamente 5Tsr, o
que equivale a 1,0 segundo de tempo inspiratório.

 PRESSÕES RESPIRATÓRIAS
Algumas pressões relacionadas ao pulmão, à caixa torácica e à superfície corporal são de
extrema relevância para o entendimento da mecânica respiratória. Para que ocorra a entrada de
ar no sistema respiratório, é necessário que a pressão transpulmonar seja maior do que zero, o
que pode ser obtido pelo aumento da pressão alveolar (Palv) (por meio da aplicação de pressão
positiva externa), ou pela negativação da Ppl (por meio da contração dos músculos
inspiratórios).7
A pressão relacionada à caixa torácica é denominada pressão transtorácica, a qual é obtida
por meio da diferença entre a Ppl e a pressão de superfície corporal (Psc). Por sua vez, a
pressão do sistema respiratório (Psr), denominada pressão transrespiratória, corresponde à
soma das pressões transpulmonar e transtorácica (Palv – Psc ou atmosférica). Essa
fundamentação é importante, pois o pulmão e a caixa torácica apresentam forças opostas em
certos níveis da capacidade pulmonar total. Entretanto, essas forças equilibram-se próximo a
35% da capacidade vital, ponto denominado capacidade residual funcional.8

Fórmulas das pressões respiratórias:

Pressão transpulmonar ou transalveolar = Palv - Ppl


Pressão transtorácica = Ppl - Psc
Pressão transrespiratória = Palv - Psc

Onde: Palv = pressão alveolar; Ppl = pressão pleural; Psc = pressão da superfície corporal;
Psr = pressão do sistema respiratório
A estrutura do sistema alveolar, da caixa torácica e da superfície corporal com as pressões
respiratórias relacionadas pode ser vista na Figura 1, a seguir.
Figura 1 – Estrutura do sistema alveolar, da caixa torácica e da superfície corporal com as
pressões respiratórias relacionadas.
Palv = pressão alveolar, Ppl = pressão pleural; Psc = pressão da superfície corporal; Pva =
pressão nas vias aéreas.
Fonte: Adaptada de Lucangelo e colaboradores (2008).8

 EQUAÇÃO DO MOVIMENTO DOS GASES E AS PRESSÕES DO SISTEMA


RESPIRATÓRIO
Duas outras pressões são importantes para o entendimento da fisiologia da ventilação
espontânea ou assistida:

 pressão elástica (elastância x VC);


 pressão resistiva (resistência x fluxo).
Para que haja o deslocamento de ar ao longo do sistema respiratório nos pacientes em
ventilação mecânica (VM), é necessário que a pressão gerada na via aérea supere as forças
opostas do sistema respiratório, a qual pode ser entendida por meio da equação do movimento
dos gases.

Equação do movimento dos gases em pacientes mecanicamente ventilados

Pvent + Pmus = Pelas + Pres + PEEP + PEEPi + inércia


Pvent + Pmus = (elastância x VC) + (resistência x fluxo) + PEEP + PEEPi + inércia

Onde: PEEP = pressão positiva ao final da expiração; Pelas = pressão elástica do pulmão-caixa
torácica; Pmus = pressão muscular; Pres = pressão resistiva das vias aéreas; Pvent = pressão
do ventilador; VC = volume corrente
Nos pacientes submetidos à VM, a pressão gerada pelo ventilador e pelo paciente varia em
diversas proporções, dependendo da condição do paciente e do modo de ventilação,
determinando o fluxo e o volume que o paciente recebe.
Por exemplo, um paciente sem drive respiratório não apresenta Pmus e, portanto, toda força é
gerada pelo ventilador (Pvent). O oposto ocorre nos pacientes em regime de ventilação
espontânea.
Pressão, volume e fluxo são denominados variáveis. Supõe-se que a elastância e a resistência
mantêm-se constantes durante a ventilação e são chamadas de parâmetros, aplicando-se à
fase inspiratória.
Supondo-se que a expiração ocorra de forma passiva, o que acontece na maioria dos casos, a
Pmus e a Pvent estão ausentes e a equação do movimento dos gases assume a fórmula a
seguir.

Equação do movimento dos gases: -resistência x fluxo = elastância x volume

O sinal negativo à esquerda da equação indica a direção negativa do fluxo expiratório, sugerindo
que, durante a expiração passiva, o fluxo é gerado pela energia armazenada no componente
elástico durante a inspiração. Esses são conceitos básicos que se deve ter em mente ao ventilar
o paciente.9

1. Quais são as pressões que agem no sistema respiratório e influenciam o processo de


ventilação?

2. A fisiologia e a biomecânica do sistema respiratório têm íntima relação com a atuação


da musculatura respiratória, contrapondo-se às cargas mecânicas do sistema
respiratório. Essa combinação envolve a integração dos sistemas:
I – nervoso.
II – digestório.
III – sensorial.
IV – osteomioarticular.
Estão corretas:

A) apenas I e III.
B) apenas II e IV.
C) apenas I e IV.
D) apenas II e III.
Confira aqui a resposta
3. Convencionalmente, três grupos musculares têm sido relacionados à função pulmonar.
Quais são eles?

4. Considere as seguintes afirmações sobre a fisiologia do sistema respiratório.


I – As propriedades resistivas das vias aéreas são influenciadas pelo peso dos pulmões,
pela tensão superficial, pela Ppl e pela força de retração pulmonar e da caixa torácica.
II – Os principais problemas que aumentam a resistência são o acúmulo de secreção nas
vias aéreas, o estreitamento das vias aéreas e outros quadros obstrutivos. Alguns
fatores, como as propriedades reológicas do muco, podem influenciar essa resistência.
III – As propriedades elásticas são influenciadas pela viscosidade dos fluidos e das
secreções presentes nas vias aéreas, pelo tipo de fluxo aéreo (laminar ou turbulento),
além da resistência tissular.
Estão corretas:

A) apenas a I.
B) apenas a II.
C) apenas a III.
D) apenas I e III.
Confira aqui a resposta

5. O que é a complacência do sistema respiratório e quais aspectos podem influenciar


seus valores?
Confira aqui a resposta

6. Marque a alternativa que corresponde ao valor aproximado da Tsr de um paciente com


os seguintes parâmetros utilizados para mensuração da mecânica respiratória: fluxo
inspiratório = 60L/min, VC = 400mL, PEEP = 5cmH2O, com pressão de pico (Ppico) =
25cmH2O e pressão de platô (Pplatô) = 18cmH2O.
A) 0,22 segundo.
B) 0,66 segundo.
C) 2,2 segundos.
D) 0,32 segundo.
Confira aqui a resposta

7. Considere as seguintes afirmações sobre as pressões respiratórias.


I – A pressão relacionada à caixa torácica é denominada pressão transrespiratória, a qual
é obtida por meio da soma entre a Ppl e a Psc.
II – A Psr, denominada pressão transtorácica, corresponde à diferença das pressões
transpulmonar e transtorácica (Palv – Psc ou atmosférica).
III – O pulmão e a caixa torácica apresentam forças opostas em certos níveis da
capacidade pulmonar total. Entretanto, essas forças equilibram-se próximo a 35% da
capacidade vital, ponto denominado capacidade residual funcional.
Estão corretas:
A) apenas a I.
B) apenas a II.
C) apenas a III.
D) apenas II e III.
Confira aqui a resposta

8. Quais fatores devem ser considerados para que resistência x fluxo = elastância x
volume seja a fórmula assumida pela equação do movimento dos gases?

 MENSURAÇÃO DA MECÂNICA RESPIRATÓRIA EM CONDIÇÕES ESTÁTICAS


A mensuração da mecânica respiratória depende diretamente do modelo adotado para análise.
Geralmente, utilizam-se mecanismos menos complexos para avaliação em humanos, adotando-
se a forma unicompartimental do sistema respiratório. Diferentemente, os modelos
complexos utilizados em pesquisas adotam modelos multicompartimentais, os quais
avaliam diferentes regiões pulmonares.
Uma das formas de modelo unicompartimental para avaliação da mecânica respiratória é obtida
por meio da curva pressão volume quasi-estática, muito utilizada em pacientes com
pulmões “rígidos”. Para sua obtenção, realiza-se insuflação lenta do sistema respiratório,
reduzindo a influência do componente resistivo. Os pontos de inflexão inferior e superior são as
principais variáveis extraídas dessa mensuração.
Outra forma, menos utilizada, é a técnica da superseringa, que consiste na insuflação dos
pulmões a partir da capacidade residual funcional, com volumes variáveis entre 50 e 100mL, até
o limite de 1,5 a 3L.8 A forma mais utilizada na prática diária para avaliar a mecânica respiratória
é o método de interrupção ou oclusão do fluxo ao final da inspiração. Para sua
realização, é necessário o uso do modo ventilatório controlado a volume, e sua visualização é
realizada por meio da análise do gráfico pressão x tempo.
Após a pausa inspiratória e a interrupção do fluxo, ocorre a homogeneização do volume de ar
fornecido ao longo do sistema pulmão-caixa torácica, em virtude das forças viscoelásticas do
pulmão. Nesse ponto, em condições estáticas, observa-se a Pplatô, que reflete a pressão de
estabilização do ar no sistema respiratório.

O equilíbrio entre o volume ofertado, a interrupção do fluxo e as forças viscoelásticas do pulmão


é atingido no nível da equivalência entre a Pplatô e a Palv.10
Costuma-se utilizar uma pausa inspiratória de 0,5 a 2 segundos na maioria dos pacientes, porém
alguns necessitam de um tempo superior para estabilização do ar nos alvéolos.6 Para obtenção
do valor de PEEP intrínseco ou auto-PEEP, também se realiza uma pausa expiratória de 0,5 a 2
segundos.6
Com a formulação desse conceito, a complacência estática do sistema respiratório pode ser
calculada dividindo-se o VC pela diferença entre a Pplatô e a PEEP. Além da complacência
estática, é possível calcular a complacência dinâmica, dividindo-se o VC pela diferença
entre a Ppico e a Pplatô. Alterações dessa variável não são específicas para demonstrar
alteração do componente elástica e/ou resistiva (Figura 2).
Figura 2 – Visualização das variáveis da mecânica respiratória no modo ventilatório
controlado a volume
Cst sr = complacência estática do sistema respiratório; Pel = pressão elástica; Ppico = pressão
de pico das vias aéreas; Pplatô = pressão de platô; Rva = resistência das vias aéreas; VCe =
volume corrente expirado
Fonte: Barbas e colaboradores (2014).11

Fórmula para cálculo da complacência estática:

Complacência estática do sistema respiratório (Cst sr) = VC / Pplatô – PEEP

Fórmula para cálculo da complacência dinâmica:

Complacência dinâmica do sistema respiratório (Cdin sr) = VC / Ppico - PEEP


Uma informação que merece ser relatada é que a mecânica respiratória tem relação com
o processo de ventilação, e não necessariamente com a oxigenação, já que a
oxigenação pode ser influenciada por problemas vasculares, como tromboembolismo pulmonar,
e difusionais, como SDRA.
Em 2008, Lambermont e colaboradores relataram que a correlação entre complacência estática
e pressão arterial de oxigênio era fraca (R2 = 0,4). Por isso, não é possível afirmar que o
aumento da complacência estática do sistema respiratório será diretamente proporcional à
oxigenação em todos os pacientes.9
Além disso, a complacência estática mensurada nos ventiladores trata-se da complacência do
sistema respiratório, resultando do somatório das complacências pulmonar e torácica. Na
posição prona, por exemplo, em muitas situações, a Cst sr pouco se altera, já que, apesar do
aumento da complacência pulmonar, há redução da complacência torácica. Entretanto, há
aumento da oxigenação, tanto relacionado ao aumento da complacência pulmonar quanto às
questões relacionadas à perfusão.12

Alterações nos componentes de parede torácica, como na síndrome compartimental abdominal e


na obesidade mórbida, afetam a complacência da caixa torácica. Diferentemente,
alterações no parênquima pulmonar, como no edema pulmonar cardiogênico e na consolidação
pulmonar, afetam a complacência pulmonar.6
O cálculo da complacência não demonstra as alterações regionais, pois o sistema respiratório
não corresponde a um exemplo de modelo unicompartimental.10 Em situações patológicas
(como atelectasias ou SDRA), são necessárias ferramentas que demonstrem sua variação
regional, destacando-se a tomografia computadorizada (TC)13 e a bioimpedância elétrica.14
Em virtude da dificuldade para mensurar clinicamente a Ppl, esta pode ser estimada a partir da
obtenção da pressão intraesofágica, a qual reflete a variação da pressão intrapleural e é capaz
de separar a complacência pulmonar da complacência da caixa torácica. Essa medida pode ser
utilizada no estudo da mecânica do sistema respiratório como alternativa à medida direta da Ppl.

Para mensurar a pressão intraesofágica utiliza-se um balão de polietileno, com diâmetro interno
de 1,4mm e comprimento de 100cm, introduzido 5 a 20cm acima da cárdia. Esse método pode
ser utilizado em pacientes ventilados mecanicamente e em pacientes em ventilação espontânea
para mensurar o trabalho respiratório e a pressão transdiafragmática.15
Estudos comparando a mensuração da pressão esofágica e da Ppl pelo método de oclusão da
via aérea evidenciaram diferença inferior a 10% nos valores obtidos.

Para mensurar a resistência inspiratória do sistema respiratório, deve-se dividir a pressão


resistiva (Ppico - Pplatô) pelo fluxo inspiratório (cmH2O/L/s). Em pacientes intubados,
normalmente, seus valores são inferiores a 10cmH2O/L/s.6

Para calcular a resistência expiratória do sistema respiratório, deve-se dividir a pressão


elástica (Pplatô - PEEP) pelo fluxo expiratório, sendo esta, normalmente, maior do que a
resistência inspiratória.6
É importante relatar que as secreções situadas nas vias aéreas mais centrais apresentam
grande impacto sobre a resistência do sistema respiratório. Entretanto, as secreções localizadas
mais na periferia tendem a apresentar pequeno impacto sobre a resistência, em função da área
de secção transversal, porém tendem a promover maior déficit na oxigenação.

 IMPLICAÇÕES PRÁTICAS DA MONITORIZAÇÃO ESTÁTICA DA MECÂNICA


RESPIRATÓRIA
A monitorização estática da mecânica respiratória tem aplicabilidade durante a realização da
estratégia para prevenção da lesão pulmonar induzida pela VM em pacientes com SDRA.16-
19 Como princípios básicos dessa estratégia estão a redução da hiperdistensão alveolar e
da abertura e o fechamento cíclico dos alvéolos. Esses princípios visam reduzir o
biotrauma, que é o aumento da resposta inflamatória produzido pelas forças biofísicas aplicadas
nos alvéolos, as quais culminam com o aumento da permeabilidade capilar e com edema
pulmonar não hidrostático.20
Para isso, recomenda-se a utilização de baixos VC (4 a 6mL/kg por peso predito), manutenção
de Pplatô ≤ 30cmH2O e utilização de pressão de distensão ≤ 15cmH2O.19 Nesse perfil de
pacientes, a avaliação periódica da Pplatô é de fundamental importância para redução da
mortalidade.
Além disso, em pacientes com SDRA, a avaliação da Cst em cada nível de PEEP empregado,
após a realização da manobra de recrutamento alveolar, é utilizada para determinar o nível
de PEEP a ser utilizado.11 A avaliação dessa variável também apresenta a capacidade de
predizer alguns desfechos relevantes para o fisioterapeuta e para toda a equipe de saúde,
como mortalidade e falha de desmame.

Em pacientes com quadros de injúria pulmonar, a redução dos valores de complacência estática
do sistema respiratório entre o primeiro e o sexto dia de VM foi verificado no grupo de não
sobreviventes, sugerindo associação com aumento de 2,14 vezes na taxa de
mortalidade.21 Esses dados sugerem que a redução da Cst, nesse período e para esse perfil de
paciente, pode estar associada ao desenvolvimento de edema alveolar, atelectasias e fibrose.
Outra situação que demonstra a capacidade preditora da mecânica respiratória relaciona-se ao
desfecho do desmame ventilatório. O índice integrativo de desmame (Cst sr x saturação arterial
de oxigênio / índice de respiração rápida e superficial (FR / ( VC) apresentou maior acurácia
para predizer o sucesso no desmame da VM (acurácia = 0,97).22 Valores ≥ 25 associam-se ao
sucesso no desmame da VM.23

Fórmula para cálculo do índice integrativo de desmame:

Índice integrativo de desmame = Cst sr x SatO2 / IRRS

Onde: Cst sr = complacência estática do sistema respiratório; SatO2 = saturação arterial de


oxigênio; IRRS = índice de respiração rápida e superficial; FR = frequência respiratória; VC =
volume corrente; IRRS = FR / VC.
Apesar dos elevados valores de acurácia diagnóstica do índice integrativo de desmame, uma
das suas limitações se deve à dificuldade de mensuração da complacência durante o desmame,
já que, para sua aferição, os pacientes não devem realizar esforço muscular respiratório.
Um índice que também pode ser considerado como combinado é o
índice compliance, rate, oxygenation, pressure (CROP), no qual a complacência dinâmica é
multiplicada pela razão entre a pressão arterial e a pressão alveolar de oxigênio (PaO2/PAO2),
sendo, posteriormente, multiplicado pela pressão inspiratória máxima (Pimáx) e dividido pela
FR. Quando os valores do índice CROP foram superiores a 13, a acurácia foi de 78% para
sucesso do desmame da VM.23
Fórmula para cálculo do índice de CROP:

Índice de CROP = Cdin sr x Pimáx x (PaO2 /PAO2) / FR

Onde: Cdin sr = complacência dinâmica do sistema respiratório; PaO2 = pressão arterial de


oxigênio; PAO2 = pressão alveolar de oxigênio; Pimáx = pressão inspiratória máxima; FR =
frequência respiratória.
Em pacientes com patologias obstrutivas ou com sinais de hiperinsuflação dinâmica, a avaliação
estática auxilia na identificação das respostas ao incremento da PEEP externa. Ou seja, quando
é realizado o aumento da PEEP externa e se verifica como resposta a redução da Pplatô,
conclui-se que a PEEP reduziu a hiperinsuflação dinâmica por meio da sua atuação como
broncodilatador mecânico. A elevação da Pplatô subsequente ao aumento da PEEP extrínseca
demonstra a piora do aprisionamento aéreo.24
A medida da auto-PEEP também pode ser usada para identificar o aprisionamento aéreo, porém
apresenta limitações, já que muitos pacientes podem apresentar auto-PEEP oculta. Essa auto-
PEEP oculta ocorre quando o aprisionamento aéreo não é transmitido ao longo das vias aéreas
para que seja mensurado, o que produz auto-PEEP normal, mesmo quando apresenta sinais de
hiperinsuflação dinâmica. Isso pode ser justificado pelo colapso precoce das pequenas vias
aéreas, impedindo a transmissão da Palv para a pressão nas vias aéreas durante a pausa
expiratória.
Outra hipótese que ainda precisa ser testada é a acurácia das aferições das medidas da
impedância respiratória (resistência das vias aéreas e complacência do sistema respiratório)
para predizer a necessidade e avaliar as respostas às intervenções fisioterapêuticas, como
terapia de remoção de secreção e expansão pulmonar.25-28
Para pacientes sob ventilação espontânea, existem instrumentos ainda em fase experimental e
distantes da prática diária para quantificar a mecânica respiratória. Nesse perfil de pacientes, as
alterações de impedância do sistema respiratório são identificadas a partir de instrumentos com
maior subjetividade (ausculta pulmonar e padrão muscular ventilatório) e outros mais objetivos,
porém menos específicos, como:

 capacidade vital forçada;


 pico de fluxo expiratório;
 FR;
 saturação periférica de oxigênio.
Apesar de agregar informação muito importante, o fato de depender da ausência de esforço
muscular para aferição estática tem desviado a monitorização da impedância para uma
avaliação indireta, a partir do VC gerado em modos assistidos. Outra limitação da monitorização
estática que pode ser relatada é a falta de valores de normalidade e de equações preditivas
adequadas às características de cada paciente.

Resumo de fórmulas importantes:

Pvent + Pmusc = Elastância x Volume + Resistência x Fluxo

Complacência estática (Cst sr ) = Volume /


'
Pplatô - PEEP (mL/cmH2O)
Complacência dinâmica do sistema respiratório = (Cdin sr) = Volume /
Ppico - PEEP (mL/cmH2O)
Resistência das vias aéreas inspiratória = Ppico - Pplatô / fluxo inspiratório (cmH2O/L/s)
Resistência das vias aéreas expiratória = Pplatô - PEEP / fluxo expiratório (cmH2O/L/s)
Constante de tempo (Τ) = Cst rs x Rsr (segundos)

9. Como se obtém a curva pressão volume quasi-estática, uma das formas de modelo
unicompartimental utilizadas para avaliação da mecânica respiratória?

10. No que consiste a técnica denominada “superseringa”?

11. Explique a realização do método de interrupção ou oclusão do fluxo ao final da


inspiração, bem como a obtenção de seu resultado.

12. Assinale a alternativa correta sobre a Cst Sr.


A) A Cst sr equivale à diferença entre a Cst do pulmão e a Cst da caixa torácica.
B) A Cst sr é uma grandeza diretamente proporcional à oxigenação em todas as
situações.
C) Na posição prona, geralmente, ocorre redução da Cst da caixa torácica e
aumento da Cest de pulmão.
D) Quando o paciente apresenta esforço muscular durante a VM, o valor de
Cst sr é superestimado.
Confira aqui a resposta

13. Para mensurar a pressão intraesofágica utiliza-se um balão de polietileno, com


diâmetro interno de ................. e comprimento de ...................., introduzido
de ..................... acima da cárdia. Qual alternativa completa corretamente as lacunas?

A) 1,2mm; 120cm; 5 a 20cm.


B) 1,2mm; 100cm; 5 a 20cm.
C) 1,4mm; 120cm; 15 a 20cm.
D) 1,4mm; 100cm; 5 a 20cm.
Confira aqui a resposta

14. Considere as seguintes afirmações sobre as possíveis aplicabilidades da


monitorização estática da mecânica respiratória.
I – Não existem índices para predizer o sucesso no desmame da VM que utilizam a
Cst sr.
II – A mensuração da Pplatô e da pressão resistiva pode ser instrumento para avaliação
das respostas a técnicas específicas de fisioterapia respiratória.
III – Para corrigir problemas de hiperinsuflação dinâmica em pacientes com patologias
obstrutivas, a Pplatô parece ser superior aos valores de auto-PEEP.
IV – A queda da Cst sr ao longo dos dias pode estar associada a maior mortalidade.
Estão corretas:

A) apenas I, II e III.
B) apenas I, II e IV.
C) apenas I, III e IV.
D) apenas II, III e IV.
Confira aqui a resposta

15. Em relação à resistência do sistema respiratório, assinale a alternativa correta.

A) Corresponde à subtração da Ppico pela PEEP.


B) A resistência normal do sistema respiratório em pacientes mecanicamente
ventilados é 20cmH2O/L/s.
C) A resistência inspiratória é maior do que a expiratória.
D) Para um paciente com Pplatô = 30cmH2O; PEEP = 5cmH2O e fluxo
expiratório = 60L/min, a resistência do sistema respiratório é 25cmH2O/L/s.
Confira aqui a resposta

 CASOS CLÍNICOS

CASO CLÍNICO 1

Paciente de 50 anos de idade, internado por pneumonia comunitária, apresentou insuficiência


respiratória aguda (IRpA) e foi intubado. Permanece sedado e sem drive ventilatório; apresenta
sinais de aumento de resistência, em função da presença de secreção em vias aéreas, com
ausculta respiratória revelando roncos apicais difusos e som vesicular bastante reduzido em
terço médio do pulmão direito.
À radiografia torácica, o paciente apresenta imagem sugestiva de atelectasia no lobo médio do
pulmão direito. Segue ventilado no modo controlado a volume, com fluxo inspiratório =
60L/min, VC = 500mL, PEEP = 10cmH2O, com Ppico = 47cmH2O e Pplatô = 30cmH2O.
Foi submetido à terapia de remoção de secreção (tosse manualmente assistida, seguida de
aspiração traqueal), com retirada de grande volume de secreção purulenta, apresentando
aumento do VC. Após a conduta, apresentou Ppico = 34cmH2O e Pplatô = 25cmH2O.

16. Quais são os valores da Rsr antes e após a intervenção, respectivamente?


A) 17cmH2O/L/s e 10cmH2O/L/s.
B) 20,8cmH2O/L/s e 13,5cmH2O/L/s.
C) 33,3cmH2O/L/s e 25cmH2O/L/s.
D) 17cmH2O/L/s e 9cm H2O/L/s.
Confira aqui a resposta

CASO CLÍNICO 2

Paciente internado na UTI com diagnóstico clínico de pneumonia, intubado, sob VM, modo
controlado a volume (VC = 560mL, PEEP = 5cmH2O, fluxo inspiratório = 40L/min, FR = 15ipm
e fração inspirada de oxigênio = 40%), com nível de sedação 6 na escala de Ramsay.

Antes da terapia de remoção de secreção, ele apresentava Ppico = 53cmH2O e Pplatô =


35cmH2O. Após a intervenção, apresentou Ppico = 35cmH2O e Pplatô = 28cmH2O.

17. Quais os valores de Rsr e Cst sr antes e após a terapia de remoção de secreção,
respectivamente?
A) 18cmH2O/L/s e 18,7mL/cmH2O; 7cmH2O/L/s e 24,35mL/cmH2O.
B) 18cmH2O/L/s e 11,7mL/cmH2O; 7cmH2O/L/s e 18,7mL/cmH2O.
C) 27,3cmH2O/L/s e 18,7mL/cmH2O; 10,6cmH2O/L/s e 24,35mL/cmH2O.
D) 27,3cmH2O/L/s e 11,7mL/cmH2O; 10,6cmH2O/L/s e 18,7mL/cmH2O.
Confira aqui a resposta

 CONCLUSÃO
O entendimento da fisiologia do sistema respiratório e da influência das variáveis da mecânica
respiratória apresenta grande importância para o fisioterapeuta. Algumas das implicações
práticas relacionam-se à predição de desfechos, como mortalidade, sucesso no desmame
ventilatório, ajuste da estratégia ventilatória de proteção pulmonar e avaliação das respostas a
intervenções fisioterapêuticas específicas.

 RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS


Atividade 2
Resposta: C
Comentário: A fisiologia e a biomecânica do sistema respiratório têm íntima relação com a
atuação da musculatura respiratória, contrapondo-se às cargas mecânicas do sistema
respiratório. Essa combinação envolve a integração dos sistemas nervoso, osteomioarticular,
vascular e cardiorrespiratório.
Atividade 4
Resposta: B
Comentário: As propriedades resistivas das vias aéreas são influenciadas pela viscosidade dos
fluidos e das secreções presentes nas vias aéreas, tipo de fluxo aéreo (laminar ou turbulento),
além da resistência tissular. As propriedades elásticas são influenciadas pelo peso dos pulmões,
pela tensão superficial, pela Ppl e pela força de retração pulmonar e da caixa torácica.
Atividade 5
Resposta: A complacência do sistema respiratório é uma grandeza que corresponde à divisão
do VC pela pressão elástica, sendo o resultado do somatório entre a complacência pulmonar e
a complacência torácica. Quanto maior a pressão elástica para geração do VC, menor será a
complacência. Alterações no parênquima pulmonar (congestão, atelectasia e fibrose pulmonar) e
alterações na Ppl (derrame pleural, pneumotórax, problemas na caixa torácica e no abdome)
influenciam na complacência.
Atividade 6
Resposta: A
Comentário: Para obtenção da T, basta multiplicar a Cst sr pela Rsr = 30,8mL/cmH2O x
7cmH2O/L/s = 0,216 segundos.
Atividade 7
Resposta: C
Comentário: A pressão relacionada à caixa torácica é denominada pressão transtorácica, a qual
é obtida por meio da diferença entre a Ppl e a Psc. A Psr, denominada pressão transrespiratória,
corresponde à soma das pressões transpulmonar e transtorácica (Palv - Psc ou atmosférica).
Atividade 12
Resposta: C
Comentário: Na posição prona, geralmente, a complacência pulmonar aumenta, pois a região
posterior torna-se área não dependente da gravidade, porém reduz a complacência da caixa
torácica, em função da diminuição da expansibilidade anterior do tórax.
Atividade 13
Resposta: D
Comentário: Para mensurar-se a pressão intraesofágica utiliza-se um balão de polietileno, com
diâmetro interno de 1,4mm e comprimento de 100cm, introduzido de 5 a 20cm acima da cárdia.
Esse método pode ser utilizado em pacientes ventilados mecanicamente e em pacientes em
ventilação espontânea para mensurar o trabalho respiratório e a pressão transdiafragmática.
Atividade 14
Resposta: C
Comentário: O índice integrativo de desmame, um preditor de sucesso no desmame da VM,
tem a Cest como uma de suas variáveis.
Atividade 15
Resposta: D
Comentário: Para obtenção da resistência do sistema respiratório deve-se dividir a Pplatô-PEEP
pelo fluxo expiratório = (30cmH2O - 5cmH2O) / 60 L/min = 25cmH2O / 1L/s. Dessa forma, a
resistência do sistema respiratório é 25cmH2O/L/s.
Atividade 16
Resposta: D
Comentário: A Cest é obtida pela razão entre o VC e a diferença entre a Pplatô e a PEEP.
Atividade 17
Resposta: C
Comentário: Para obtenção da Rsr divide-se a pressão resistiva pelo fluxo (medido em L/s). Já a
Cst sr é obtida dividindo-se o VC pela pressão elástica.

 REFERÊNCIAS
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Como citar a versão impressa deste documento

López MF, Martinez BP, Simões LP. Mecânica respiratória: fisiologia e monitorização estática. In:
Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva;
Martins JA, Andrade FMD, Dias CM, organizadores. PROFISIO Programa de Atualização em
Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto: Ciclo 5. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2015. p.
100-52. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 4).

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