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PROPRIEDADES RESISTIVAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

● A resistência pulmonar pode ser dividida em dois componentes: a resistência das vias
aéreas e a do tecido.

Resistência das vias aéreas

● As vias aéreas consistem em uma série de tubos, os quais se tornam mais estreitos,
curtos e numerosos em direção à periferia dos pulmões.
● O ar é um fluido, e seu fluxo ao longo de um tubo se processa em presença de
diferença de pressão entre as duas extremidades.
● O movimento dos fluidos pode ser laminar, turbulento ou transicional.
● Fluxo turbulento - quando entra na traqueia e um fluxo bagunçada, o movimento do
fluido é radial (perpendicular à parede do tubo) e axial
● Fluxo transicional - quando entra nas bifurcações ele passa a ser transicional e vai
diminuindo a velocidade
● Fluxo laminar - mais constante sem turbulência, e nesse fluxo que vai ser
proporcionado uma melhor abertura dos alelos.
● Para que se gere determinado fluxo, a pressão propulsora para gerar o fluxo
turbulento mostra-se maior do que aquela necessária para gerar o fluxo laminar.

Alguns fatores influenciam a resistência das vias aéreas (RVA):

● Geometria: quanto menor a área de secção transversa maior a RVA. Na central a


área de secção transversa e maior e tem mais resistência das vias aéreas, já na
periferia a área de secção transversa e menor mas são muitas então tem para o ar
sair mas a resistência das vias aéreas e menor (Ex: brônquios segmentares).

● Volume pulmonar: quanto menor o volume pulmonar maior a RVA. (Ex: atelectasia).

● Complacência: quanto menor a complacência pulmonar maior a RVA (Ex: SDRA)

● Densidade e viscosidade do gás: quanto menor a densidade e a viscosidade menor a


RVA (Ex: gás hélio). Paciente com broncoespasmo ou crise de asma e aí usa
broncodilatador mas em alguns casos muito graves usa broncodilatador com gás
hélio pois ele tem uma densidade menor e consegue penetrar nas vias e fazer caminho
para o broncodilatador passar

● Detalhes - a ausculta pulmonar quando se tem broncoespasmo e o sibilo

● Musculatura lisa dos brônquios: quanto maior a contração muscular maior a RVA
(Ex: ASMA)

Além disso, o fluxo inspiratório máximo é influenciado por alguns fatores. A força máxima
gerada pelos músculos inspiratórios diminui com aumento progressivo do volume pulmonar.
Acima do volume residual, a pressão elástica dos pulmões aumenta e tende a reduzir o fluxo
inspiratório máximo. Em contrapartida, o aumento do volume pulmonar aumenta o calibre
das vias aéreas e diminui a sua resistência. Durante a expiração forçada, o fluxo é máximo
no início da expiração, com o volume pulmonar alto. A partir daí, diminui progressivamente
até o final da expiração.

Compressão dinâmica da via aérea

● A pressão pleural (Ppl) é negativa durante todo o ciclo expiratório.


● Entretanto, durante a expiração forçada, essa pressão pode se tornar positiva, devido
à compressão da parede torácica exercida pelos músculos expiratórios, favorecendo a
compressão dinâmica das vias aéreas (fechamento e reabertura).
● O ponto de igual pressão (PIP) é o ponto onde a pressão pleural se iguala a pressão
dentro das vias aéreas.

● Uma tosse que faz a musculatura expiratória se contrair


● Quando essa musculatura contrai a pressão pleural fica positiva
● Pressão alveolar = pressão elástica + pressão pleural
● Quando o ar é expulso a pressão diminui também
● Na hora que as pressões se iguala e o sistema aéreo se fecha
● Isso acontece em vias mais fortes
● O fechar e abrir e chamado de compressão dinâmica
● Se não fosse esse sistema a secreção não ia sair
● Pratica clínica: paciente DPOC pressão elástica vai está menor pois o paciente
perdeu toda a sua fibras elásticas, ponto de igual pressão vai acontecer nas vias
aéreas distais que são mais fracas pois elas não tem sustentação nenhuma pode gerar
um colabamento porque ela não tem sustentação para abrir de novo. Técnica de huff
vai ajudar a melhorar a pressão, traz a pressão para proximal

● A partir do PIP, a pressão transmural se torna negativa e a via aérea poderá


colapsar-se, se o suporte cartilaginoso ou a tração elástica septal das vias aéreas for
insuficiente para mantê-las abertas.
● O PIP depende também do volume pulmonar prévio à expiração forçada. Quando o
volume pulmonar é alto, o PIP ocorre em vias aéreas mais centrais. Em volumes
pulmonares pequenos, o PIP ocorre em vias aéreas de pequeno calibre.
● No enfisema os tecidos não “puxam” muito forte as vias aéreas, permitindo que as
vias aéreas apertadas se colabem facilmente durante a expiração. Isso gera um PIP
precoce (mais periférico), o que favorece o aprisionamento de ar.

Oclusão rápida das vias aéreas

A resistência das vias aéreas pode ser avaliada em pacientes ventilados mecanicamente
pelo método da oclusão. Após a oclusão rápida das vias aéreas ocorre uma queda
inicial da pressão traqueal em relação à pressão de pico, seguida por uma redução
menor até alcançar um platô, que representa a retração elástica do sistema
respiratório. A primeira queda corresponde ao componente viscoso do sistema
respiratório, ou seja, reflete a resistência ao fluxo nas vias aéreas, pulmão e parede. A
segunda queda corresponde a pressão dissipada devido à viscoelasticidade e
inomogeinidade do sistema, causada pelos fenômenos de “stress relaxation
(capacidade do pulmão de sofrer uma deformação)” e “pendelluft” (representa o
reajuste estático das diferenças regionais do volume pulmonar resultante de
desigualdades de constantes de tempo, ou seja, transferência de pequeno volume de ar
dos compartimentos pulmonares de maior pressão para os de menor pressão).

No CTI, a resistência pode ser calculada utilizando-se a oclusão da válvula expiratória


ao final da inspiração. Ela é calculada pela divisão entre a variação de pressão
(diferença entre pressão de pico e de platô) e o fluxo corrente. Esta corresponde à
resistência total do sistema respiratório, incluindo inomogeinidade e viscoelasticidade,
e não resistência pura. O valor normal para um adulto varia de 0,5 a 1,5 cmH2O/L/s. A
resistência total inclui a resistência do tubo endotraqueal, dos conectores, filtros e
circuito, isto é, a resistência do equipamento.Fórmula: RSR= Ppico-Pplatô/ fluxo
precisa estar no ventilador

Resistência da parede torácica

A resistência da parede torácica decorre do atrito gerado entre as moléculas do tecido,


entre as duas pleuras e por fim, nas articulações.

Trabalho respiratório

O trabalho respiratório pode ser expresso pelo produto de pressão e volume,


correspondendo ao trabalho elástico, resistivo e inercial.

O trabalho elástico é realizado para vencer a retração elástica do pulmão, parede


torácica e tensão superficial do líquido. Ele é armazenado como forma de energia
potencial, para mover o sistema durante a expiração. Doenças que cursam com
redução da complacência (Ex: SDRA), apresentam aumento do trabalho elástico.

O trabalho resistivo corresponde ao trabalho para vencer a resistência das vias aéreas
e tecidos. Pacientes com obstrução ao fluxo aéreo, tais como asma e DPOC,
apresentam aumento do trabalho resistivo.

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