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VENTILAÇÃO E PERFUSÃO: ELASTICIDADE E COMPLACÊNCIA

VENTILAÇÃO E PERFUSÃO:
ELASTICIDADE E
COMPLACÊNCIA

FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA 1
VENTILAÇÃO E PERFUSÃO: ELASTICIDADE E COMPLACÊNCIA

VENTILAÇÃO E PERFUSÃO:
ELASTICIDADE E
COMPLACÊNCIA

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VENTILAÇÃO E PERFUSÃO: ELASTICIDADE E COMPLACÊNCIA

SUMÁRIO

COMPLACÊNCIA PULMONAR................................................................................ 4

ELASTICIDADE PULMONAR ................................................................................... 5

ELASTICIDADE DAS VIAS RESPIRATÓRIAS .............................................................. 5

ELASTICIDADE TECIDUAL ...................................................................................... 6

SURFACTANTE ...................................................................................................... 6

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COMPLACÊNCIA PULMONAR movimento respiratório, com toda a mus-


culatura do paciente em relaxamento. Ela é
A complacência de um pulmão nada mais calculada através da divisão entre o vo-
é do que a medida (em graus) que aquele lume corrente (Vt) e o resultado da subtra-
determinado pulmão irá se expandir, para ção entre a pressão de platô (Pplatô) e a
cada aumento da pressão dentro dele. Em pressão positiva no final da expiração
outras palavras a pressão pulmonar é dire- (PEEP). A pressão de platô é aquela pres-
tamente proporcional ao volume que são que se gera a partir de uma interrup-
aquele pulmão conseguirá alcançar. É cal- ção da inspiração, após o ar inspirado já
culada através da razão entre a variação de estar dentro dos alvéolos. Pode-se defini-
volume e a variação de pressão. Com isso, la então como a pressão alveolar daquele
um pulmão que possua alto grau de com- indivíduo. Enquanto o volume corrente é o
placência, será facilmente distendido du- volume de ar que está circulando entre
rante o processo de inspiração. uma expiração e uma inspiração. Já a com-
placência dinâmica do sistema respiratório
Existem ainda situações que podem dimi-
(Cdyn) é aquela medida com o pulmão em
nuir essa capacidade de distensão do pul-
franco movimento respiratório, seja na ins-
mão. Dentre elas, as mais encontradas são:
piração ou na expiração. Ela é medida tam-
atelectasias, fibrose pulmonar e Síndrome
bém através de uma razão entre o volume
do Desconforto Respiratório agudo
corrente daquele pulmão (Vt) e o 3 resul-
(SDRA). Por outro lado, também há situa-
tado da subtração entre a pressão de pico
ções que são capazes de aumentar a com-
(Ppico) e a pressão positiva no final da ex-
placência pulmonar, que são a idade e pa-
piração (PEEP). A pressão de pico (Ppico)
cientes portadores de enfisema pulmonar.
é a pressão máxima que se consegue obter
Antes de entender os tipos de complacên- naquele pulmão após ser insuflado com
cia e como elas atuam no processo de res- um certo volume. Há também um outro
piração, alguns conceitos são importantes tipo de complacência, a complacência es-
para a continuidade do estudo. pecífica (Ceff), criada para driblar o valor li-
mitado que as complacências anteriores
Contudo, a complacência pulmonar pode possuem. Ela é muito utilizada quando há
ser dividida em duas: complacência pulmo- a necessidade de comparação entre a ca-
nar estática e complacência pulmonar di- pacidade de distensão entre dois pulmões
nâmica. A complacência estática do sis- que possuem tamanhos diferentes, como o
tema respiratório (Cest) é aquela que foi
medida durante a ausência de qualquer

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pulmão de um adulto já formado e evolu- fluxo aéreo, como ocorre nos casos de ins-
ído, com o de uma criança imatura. piração. E por outro lado, aquelas vias aé-
reas que possuem o menor diâmetro serão
ELASTICIDADE PULMONAR aquelas que irão possuir a maior resistên-
cia na passagem do fluxo, fato este que
Elasticidade ou resistência pulmonar é a
ocorre na fase expiratória do ciclo respira-
capacidade que um pulmão possui de re-
tório. Algumas situações podem aumentar
tornar ao seu estado inicial, após sofrer
essa resistência como pacientes com asma
uma deformação externa, ou seja, é a ca-
ou DPOC, pois irá ocorrer broncoconstric-
pacidade desses sistemas das vias aéreas
ção.
de resistirem ao fluxo. Com isso, ela reflete
a capacidade que os pulmões de um indi- ELASTICIDADE DAS VIAS RESPI-
víduo possuem de retornar ao seu estado
RATÓRIAS
base após o processo de inspiração. Essa
propriedade, por sua vez, irá dificultar a Ela irá depender basicamente do fluxo de
passagem do ar por dentro das vias aé- ar que se concentra dentro dos pulmões
reas. Ela é composta pela resistência dos daquele paciente, assim como de alguns
tecidos e pela resistência das vias aéreas outros fatores como: a conformação em
propriamente dita. A resistência pulmonar que a árvore brônquica se encontra, o vo-
pode ser calculada pela razão entre o re- lume pulmonar, a capacidade de compla-
sultado da subtração entre a pressão de cência das vias respiratórias, a densidade
pico (Ppico) e a pressão de platô (Pplatô), e a viscosidade e o sistema muscular liso
e o fluxo aéreo. daqueles brônquios. Todos esses fatores
irão contribuir para uma possível modifica-
Essa resistência pode ser determinada por
ção na resistência das vias respiratórias,
alguns fatores, como a velocidade que o
aumentando ou diminuindo-a. A confor-
fluxo aéreo adquire, o comprimento da-
mação em que a árvore brônquica se en-
quele sistema de condução (das vias aé-
contra pode variar de um indivíduo para
reas), as principais propriedades físicas do
outro, e isso vai depender também da
ar inspirado (como a viscosidade e a den-
idade do paciente e da sua superfície cor-
sidade) e o diâmetro interno das vias aé-
poral. Ela também vai variar de acordo com
reas.
a fase do ciclo respiratório que o paciente
Com isso, observou-se que aquelas vias se encontra, seja na fase de inspiração ou
aéreas que possuem o maior diâmetro, tem na fase de expiração. Em outras palavras,
uma menor resistência na passagem desse essa árvore traqueobrônquica vai ter um

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tamanho quando ocorre a inspiração e ou- uma expiração, quanto durante uma inspi-
tro tamanho na expiração. ração. Algumas doenças de base pulmo-
nares como a sarcoidose, fibrose e carcino-
À medida que as vias respiratórias se bi-
matose difusa, essa elasticidade tecidual
furcam e chegam aos terminais periféricos,
encontra-se comprometida, tendo seus
elas vão se tornando cada vez mais estrei-
valores basais aumentados.
tas e, por consequência, aumentam a sua
resistência, sendo os brônquios segmenta- SURFACTANTE
res e subsegmentares as estruturas pul-
monares que concentram a maior parte da O surfactante é uma substância que possui
resistência das vias respiratórias. propriedades tensoativas, e é produzido
pelos pneumócitos tipo II. Ele e suas prote-
Quanto ao volume pulmonar e a resistên- ínas possuem a função de reduzir a tensão
cia das vias aéreas, eles são inversamente superficial entre o líquido que está pre-
proporcionais, ou seja, à medida que o vo- sente na cavidade alveolar com o ar at-
lume pulmonar aumenta, a elasticidade mosférico. Além de reduzir a tensão super-
(resistência) dos pulmões irá diminuir. ficial, ele também evita o edema de inters-
tício. Quando o surfactante é perdido, ou
ELASTICIDADE TECIDUAL
ocorre alguma condição que impeça a sua

Nada mais é do que as perdas de energia produção, a complacência pulmonar tam-

que estão relacionadas à viscosidade do bém se reduz, formando assim áreas de

tecido pulmonar, como por exemplo o atelectasia e de edema no espaço intersti-

atrito decorrente de movimentos realiza- cial. Esta combinação de fatores forma

dos pelo pulmão em todo o ciclo respirató- uma síndrome denominada síndrome do

rio. A elasticidade tecidual irá depender da desconforto respiratório. Comum em cri-

velocidade com que esse deslocamento irá anças que tiveram um parto prematuro,

ocorrer, podendo 5 ser feito tanto durante não dando tempo para os pneumócitos
tipo II se amadurecerem.

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