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MECÂNICA PULMONAR

Suzy Montenegro Pontes


Comportamento das
pressões
 O fluxo de ar nos pulmões diferença de pressão
 Região de maior pressão para região de menor pressão

 Os músculos inspiratórios expansão da caixa torácica


 Pressão pleural e da pressão alveolar fluxo inspiratório

 Os músculos respiratórios devem vencer a impedância do


sistema respiratório na fase inspiratória, representada pelo
componentes elástico e resistivo dos pulmões e parede
torácica
Em condições normais

Energia armazenada na inspiração é suficiente para garantir a


expiração.

Situações Patológicas

Poderá haver trabalho muscular adicional na fase expiratória na


presença de alteração da mecânica do sistema respiratório
(doença obstrutiva, por exemplo, com expiração forçada)
 Pressão na boca com as Vias
aéreas abertas (Pao):
Tem valor da pressão atmosférica
760 mmHg ou zero

Pressões  Pressão Pleural (Ppl)


 Pressão Alveolar (Palv)
Envolvidas  Pressão nas vias aéreas (Pva)
Comportamento da Pressão Pleural

Pressão Pleural - Espaço intrapleural (espaço virtual)

Pressão negativa (subatmosférica)

Inspiração - As costelas tracionam a superfície dos pulmões com


mais força, e a pressão pleural torna-se mais negativa

Expiração - Relaxamento gradativo dos músculos inspiratórios e


a pressão pleural se torna progressivamente menos negativa

A pressão do espaço pleural é transmitida das paredes dos


alvéolos às regiões mais centrais (mecanismo de interdepência)
Pressão Alveolar: Interior dos
alvéolos

Inspiração - Para que haja fluxo


Comportamento de ar para dentro dos alvéolos,
da Pressão a pressão intra-alveolar precisa
Alveolar
cair até um valor abaixo da
pressão atmosférica

Na expiração ocorre o inverso


e a pressão alveolar aumenta
Comportamento da Pressão
Transpulmonar

Pressão Transpulmonar: diferença entre pressão


alveolar e pleural (Palv – Ppl)

Representa a diferença de pressão entre os


alvéolos e a superfície externa dos pulmões

Constitui uma medida das forças elásticas


pulmonares que tendem a produzir colapso
pulmonar (retração elástica)
Inspiração Expiração
VC

Fluxo

Palv

Contração Retração
Contração Retração
diafragmática elástica
diafragmática elástica
Análise da Mecânica Pulmonar

Propriedades Propriedades
Elásticas Resistivas

Pulmão Pulmão

Caixa Caixa
Torácica Torácica
Elasticidade: Propriedade
da matéria que permite
ao corpo retornar à sua (Lei de Hooke)
forma original após ser
deformado devido à
aplicação de uma força

Os tecidos dos pulmões e Pressão mm.


parede torácica Respiratórios
Propriedades possuem propriedades
elásticas
Elásticas Volume Pulmonar

Os tecidos são
Na expiração - Força
distendidos na inspiração
cessa e ocorre a
- ação dos mm.
expiração
Inspiratórios
PROPRIEDADES ELÁSTICAS PULMONARES
 Principais componentes
Componente elástico no parênquima pulmonar + tensão superficial
(surfactante)

PROPRIEDADES ELÁSTICAS DA PAREDE TORÁCICA


 Principais componentes da parede torácica:
Diafragma + Parede torácica + Mediastino
Grau de distensibilidade
dos pulmões

É a pressão necessária
Propriedades
para introduzir um
Elásticas - determinado volume de
Complacência gás nos pulmões

C= VT/P
Pressão de Pico

Pressão Platô

Pressão
Alveolar

Mensuração da Pressão Alveolar –


Pausa Inspiratória (VM)
Complacência

 Complacência estática  Complacência


dinâmica
Considera somente as
É a distensibilidade do
características elásticas do
pulmão e da caixa
pulmão
torácica
 Cest. = VC
 Cdin = VC
Pplatô – PEEP
Ppico – PEEP
 60 a 100 ml/cmH2O
 50 a 80 ml/cmH2O

Carvalho CRR, Franca SA, Okamoto


VN. III Consenso brasileiro de
ventilação mecânica. J Bras Pneumol.
2007;33(Suppl. 2):S54-S70.
PROPRIEDADES RESISTIVAS
DO PULMÃO

Resistência das vias aéreas +


Resistência Tecidual

PROPRIEDADES RESISTIVAS
DA PAREDE TORÁCICA

Decorrente do atrito entre as


moléculas de tecido, entre
as pleuras e articulações
Resistência

 Razão entre a diferença de pressão do começo e do


fim do tubo e o fluxo
 Patologias: Asma, Bronquite, pneumonia
 R = P1 - P2
Fluxo ( cmH2O / L / s )
No ventilador:

R = ΔP/Δ Fluxo

Resistência
das Vias R = Pico - P pausa (cmH2O)
Aéreas / Fluxo (L/s)

Valor normal, paciente


intubado = 4 a 8 cmH2O/L.s
Auto-PEEP ou PEEP intrínseca
(PEEPi)
 Durante a ventilação mecânica (ou em situações patológicas) pode
ocorrer um esvaziamento incompleto do sistema respiratório, o mesmo
pode não atingir o volume expiratório ao final da expiração (CRF)

Esvaziamento Auto-peep
Expiração (VM)
incompleto

• Geralmente essa situação na VM


ocorre quando existe um ajuste errado
da frequência respiratória
Identificação e mensuração da auto-PEEP ou PEEP
intrínseca (PEEPi) durante a ventilação controlada
em um paciente com DPOC
IMPORTANTE
Mecânica Pulmonar
Complacência
Resistência
Auto-peep
Particularidades
anatômicas e
fisiológicas em
pediatria e
neonatologia
Suzy Montenegro Pontes
Cabeça maior que do
adulto
(peso: flexão cervical,
obstrução de VAS)
Particularidades
anatômicas
Tecido linfático
aumentado e a língua
é relativamente grande
(obstrução de VAS)
Particularidades anatômicas

 Menor diâmetro das vias aéreas (alta


resistência ao fluxo aéreo), vias
aéreas mais curtas

 Estrutura da parede brônquica com


cartilagem menos firme e mais
glândulas mucosas (obstrução e
colapso da via aérea)
Particularidades anatômicas

Pequena área de superfície para


troca gasosa e menor número de
alvéolos

Canais ventilatórios colaterais


entre os alvéolos e bronquíolos são
pouco desenvolvidos até 2-3 anos
(colapso alveolar: atelectasia)
Particularidades anatômicas

As costelas estão posicionadas horizontalmente,


portanto não existe o movimento de “alça de balde”
da respiração

O formato circular dos arcos costais e sua inserção


perpendicular à coluna vertebral determinam menor
incremento no volume pulmonar durante a inspiração
Particularidades anatômicas

Costelas mais cartilaginosas:


complacência aumentada da
caixa torácica

Músculos intercostais mais


enfraquecidos. O lactente é mais
dependente do diafragma para
respirar
Particularidades anatômicas

As fibras do diafragma inserem-se


perpendicularmente nos arcos
costais, ocasionando retração dos
arcos costais na inspiração,
acarretando distorção da caixa
torácica

Zona de aposição mínima


Particularidades anatômicas
Particularidades fisiológicas

 Pulmões menos complacentes

 Padrão respiratório irregular – apnéia

 Menor volume corrente, quando em


dificuldades respiratórias
aumento da frequência respiratória
Particularidades fisiológicas

Maior parte do tempo em sono


REM (80%).
Diminuição do tônus postural
diminuição da CRF aumento
do trabalho respiratório

Respiração nasal até 4º ou 6º mês


 Fibras musculares do tipo I
(diafragma)

Adulto: 50%
Neonato: 25% Particularidades
Pré-termo < 10% fisiológicas
Particularidades fisiológicas

Hipóxia causa bradicardia

Lactentes e crianças ventilam,


preferencialmente, regiões mais
superiores do pulmão

Padrão de perfusão é similar ao


do adulto
IMPORTANTE

 O Pulmão do RN
não é
simplesmente a
miniatura do
Pulmão do adulto
 Várias mudanças
ocorrem durante e
após o nascimento

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