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RITMOS RESPIRATÓRIOS
A observação atenta dos pacientes, durante o exame físico do
tórax, pode revelar a presença de alterações do padrão do ritmo
respiratório (Figura 3).
Muito embora o surgimento de tais alterações não implique
obrigatoriamente na presença de sintomas de desconforto respiratório
e, portanto, na ocorrência de dispnéia, é conveniente comentá-las
devido à semelhança de muitos termos. Além disso, tais alterações
podem associar-se com distúrbios fisiopatológicos, específicos e
receber denominações especiais.
Taquipnéia - É o aumento do número de incursões
respiratórias na unidade de tempo (Figura 3). Em condições
fisiológicas de repouso, esse número, habitualmente, gira entre 12 e
20. A denominação taquipnéia, normalmente, implica também na
redução da amplitude das incursões respiratórias (volume corrente).
Diversas condições podem cursar com taquipnéia, tais como
síndromes restritivas pulmonares (derrames pleurais, doenças
intersticiais, edema pulmonar), febre, ansiedade, etc.
Hiperpnéia - É um termo, geralmente, usado para designar a
elevação da ventilação alveolar secundária,
não apenas ao aumento da freqüência respiratória, como, também, ao
aumento da amplitude dos movimentos respiratórios. Pode estar
presente em diferentes situações tais como acidose metabólica, febre,
ansiedade, etc.
Bradipnéia - Designa a redução do número dos movimentos
respiratórios, geralmente abaixo de oito incursões por minuto. Pode
surgir em inúmeras situações, tais como presença de lesões
neurológicas, depressão dos centros respiratórios por drogas
(opióides, diazepínicos), precedendo a parada respiratória em casos
de fadiga dos músculos respiratórios, etc.
BRONQUITE
A bronquite é uma inflamação dos brônquios causada,
geralmente, por uma infecção. A doença é, geralmente, ligeira e
costuma curar-se totalmente. No entanto, a bronquite pode ser grave
em pessoas com doenças crônicas que sofrem de afecções cardíacas
ou pulmonares e também em pessoas de idade avançada. Causas A
bronquite infecciosa manifesta-se com maior frequência durante o
Inverno. Pode ser causada por vírus, bactéria e, especialmente, por
germes semelhantes a bactérias, comoMycoplasma pneumoniae e
Chlamydia.
Podem sofrer de ataques repetidos os fumadores e as pessoas
que sofrem de doenças crônicas pulmonares ou das vias aéreas
inferiores, que dificultam a eliminação de partículas aspiradas nos
brônquios. As infecções recorrentes podem ser consequência de uma
sinusite crônica, de bronquiectasias, de alergias e, nas crianças, de
amídalas e de adenóides inflamados.
A bronquite irritativa pode ser causada por várias espécies de
poeiras, vapores de ácidos fortes, amoníaco, alguns solventes
orgânicos, cloro, sulfureto de hidrogênio, dióxido de enxofre e
brometo, substâncias irritantes da poluição. Sintomas e diagnóstico
Muitas vezes, a bronquite infecciosa começa com os sintomas de um
resfriado comum: nariz que pinga, cansaço, calafrios, dores nas costas
e nos músculos, febre ligeira e inflamação da garganta. O sintoma da
tosse assinala, geralmente, o começo da bronquite. No início, a tosse
é seca e pode continuar assim, mas, com frequência, ao fim de um ou
dois dias a pessoa expectora pequenas quantidades de expectoração
branca ou amarelada. Mais tarde, pode expulsar muito mais
expectoração, que pode ser de cor amarela ou verde. Em pessoas
com bronquite grave pode aparecer febre elevada durante 4 ou 5 dias,
ao fim dos quais os sintomas melhoram. No entanto, a tosse pode
persistir durante várias semanas. Quando as vias aéreas inferiores
estão obstruídas, a pessoa pode sentir falta de ar. Também são
frequentes os sibilos, especialmente depois de tossir. Pode
desenvolver se uma pneumonia.
ASMA
A asma é uma doença caracterizada pelo estreitamento dos
brônquios devido ao aumento da reatividade brônquica face a diversos
estímulos que produzem a inflamação; o estreitamento das vias
aéreas é reversível.
É uma doença inflamatória crônica com hiper-responsividade das vias
aéreas inferiores e limitação variável ao fluxo aéreo, reversível
espontaneamente ou com tratamento, manifestando-se por episódios
recorrentes de sibilância, dispneia, aperto no peito e tosse.
EPIDEMIOLOGIA: prevalência mundial 7=10%. No brasil estima-se
10% da população, com a maior parte nos grandes centros urbanos.
Pode aparecer em qualquer idade mas apresenta fraco predomínio na
infância, sendo diagnosticado até os 10 anos em cerca de 75% dos
casos e que pode regredir espontaneamente na fase adulta (30-50%
dos casos)
O principal fator de risco é a Atopia (predisposição alérgica ou
tendência familiar a produzir anticorpos IgE contra alérgenos
ambientais). Outros fatores são; a genética (se um dos pais apresenta
a doença, a chance do filho desenvolver a mesma chega aos 25%); a
vida urbana (devido ao confinamento e contato com alérgenos
ambientais e poluentes atmosféricos); e o tabagismo ativo ou passivo
PATOGENESE: O pensamento antigo de que a asma era considerada
apenas uma bronco constrição mudaram, Atualmente sabe-se que a
asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, de
intensidade variável, tanto nas vias superiores como nas vias
inferiores.
Há hiper-responsividade brônquica que quanto mais
inflamadas, mais reativas (desencadeados por um agente; alérgenos,
condições climáticas, exercício, agentes químicos, fármacos e estress
emocional) levando a uma obstrução aguda das vias e então à crise
asmática. Isso ocorre devido aos seguintes fatores: broncoespasmo
(contração da musculatura brônquica), edema da mucosa e formação
de tampões de muco e células epiteliais descamadas no interior do
brônquio.
A teoria mais aceita (atopica) é dada ao desequilíbrio
imunológico relacionada a diferenciação dos linfócitos T-helper. No
individuo normal temos 2 subtipos; TH1 e TH2 que se equilibram em
funções. O TH1 participa do equilíbrio de infecções enquanto o TH2 da
inflamação alérgica. Nos pacientes asmáticos há um predomínio de
linfócitos TH2 que são responsáveis pelo processo asmático, como:
● Proliferação de mastócitos (sinalizadores orgânicos de lesão
alérgica, liberando citocinas e promovendo a broncoconstricçao)
● Produção de IgE
● Recrutamento de eosinófilos na mucosa respiratória (o grande
marco histopatológico da asma)
Acredita-se que certas células das vias aéreas, particularmente os
mastócitos sejam a causa do estreitamento. Os mastócitos estão
distribuídos pelos brônquios e liberam substâncias como a histamina e
os leucotrienos que provocam a contração da musculatura lisa,
estimulam um aumento de secreção do muco e a migração de certos
glóbulos brancos. Os mastócitos podem libertar essas substâncias
como resposta a algum estímulo que reconheçam como estranho (um
alergeno), como o pólen, os ácaros presentes no pó da casa ou nas
escamas do pêlo dos animais. No entanto, a asma é também
frequente e grave em muitas pessoas sem alergias definidas.
Acontece uma reação semelhante quando uma pessoa com asma
faz exercício ou respira ar frio. Igualmente, o stress e a ansiedade
podem fazer com que os mastócitos liberem histamina e leucotrienos.
Os eosinófilos, outro tipo de células que se encontram nas vias aéreas
das pessoas que sofrem de asma, libertam substâncias adicionais,
que incluem os leucotrienos e outras substâncias, contribuindo assim
para o estreitamento da via respiratória.
FASES:
● Liberação de substancias pró-inflamatórias: histamina,
bradcinina, prostaglandinas, leucotrienos, PAF – estas substancias
produzem Vasodilataçao e edema de mucosa e broncoconstricçao,
os leucotrienos aumentam a produção de muco e reduzem a
atividade ciliar, esses mediadores também podem expor
terminações nervosas do sistema vagal (parassimpático),
desencadeando uma resposta neurogênica axonal que contribui
com ao edema e broncoespasmo.
● Quimiotaxia: leucotrienos B4 e eotaxina e o RANTES atraem os
eosinófilos somado a produção de citocinas; liberação de IL1, IL3,
IL4, IL6 e TNF_a
QUADRO CLINICO
Durante uma crise, as vezes o volume residual pode
aumentar até 400%. A capacidade total pulmonar (volume total de ar
do pulmão após inspiração máxima) pode estar normal ou elevada.
Durante a crise asmática, a gasometria geralmente esta
alterada. Devido a taquipnéia e hiperventilação, a eliminação de CO2
aumenta, provocando a hipocapnia e ALCALOSE RESPIRATORIA.
Em casos mais graves a redução da relação V/Q (ventilação/perfusão)
em varias unidades alveolares levando a hipoxemia.
Em casos muito graves, a obstrução é tao acentuada que
torna ainda maior o trabalho da musculatura acessoria culminando
com fadiga respiratória, com aumento dos níveis de CO2. Uma pCO2
em níveis normais já torna-se preocupante, mostrando incapacidade
do paciente em manter o trabalho respiratório elevado, como sinal de
fadiga, sendo responsável pelas maiores partes dos óbitos.
HISTORIA CLINICA: Dispneia, tosse e sibilância é a tríade
clássica, as vezes dor no peito, mais intensos à noite ou nas primeiras
horas da manha. Desencadeados por exposição a alergeno, infecção
viral, mudança climática, fumo, exercício físico, fármaco, estress.
Indivíduos que apresentem episódios desta tríade tem asma
brônquica ate que se prove o contrario.
ASMA SAZONAL: asma extrínseca, exacerbado com
alérgenos que aparecem em estações do ano. Ex; polen, fungos...
ASMA PERENE: asma relacionada a antígenos de todo o ano
(ácaros, animais, etc)
EXAMES
RADIOGRAFIA: pode ser solicitada visando afastar complicações
(pneumonia, pneumotórax). No asmático leve é sempre normal, no
asmático moderado e grave podemos notar sinais de hiperinflação
pulmonar (padrão semelhante a DPOC).
EXAME DO ESCARRO: pode revelar alterações sugestivas de asma:
cristais de Charcot-Leiden (precipitados contendo eosinófilos
degranulados), espirais de Curschmann (cilindros de muco formados
nos bronquíolos, envolto por fibrilas em forma de espiral, corpúsculo
de Creola (aglomerados de células epiteliais descamadas).
ABORDAGE
M
TERAPEUTIC
A – CRISE
ASMATICA
1. BETA2-
AGONISTA de Curta ação:
São as drogas de escolha no tratamento da crise. Agem
estimulando os receptores B2 da musculatura lisa brônquica, levando
a broncodilatação de inicio imediato, também inibem o edema e a
formação de muco. Devido a existência de receptores B2 em outros
tecidos, podem surgir efeitos adversos (taquicardia, taquiarritimias,
tremores musculares), quando administrado sob via oral ou parenteral.
Por esse fato deve ser utilizada a via inalatória, pois o fármaco pode
atingir altas concentrações nas vias respiratórias com mínimos níveis
plasmáticos, devida a pequena absorção. A duração de ação desses
fármacos é entre 3-6 horas. As vias inalatórias podem ser:
NEBULIZAÇÃO: algumas gotas do fármaco são adicionadas a 2-5ml
de soro fisiológico formando a solução pronta para nebulização. A
administração deve ser feita com mascara, ligada a fonte de O2 com
fluxo de 8 L/min.
MDI – AEROSOL DOSIMETRADO: expelem jatos contendo doses
fixas e determinadas do fármaco. O beta2agonista fica em suspensão
em um pequeno recipiente contendo gases propelentes. Quando o
paciente dispara o dispositivo, os gases se dispersam com alta
pressão, expelindo o jato de aerossol. Para otimizar a inalação, torna-
se necessário uma câmara espaçadora, na qual o aerossol se
concentra. O paciente faz um inspiração súbita e profunda e em
seguida prende o ar por 5-10 segundos antes de expirar.
DPI – AEROSSOL COM PÓ SECO: O beta2agonista esta na forma de
pó. Quando o paciente encosta a boca no dispositivo e inspira,
desencadeia a formação de aerossol que então é inalado. Este
método é mais confiável que os outros dois acima, porem é pouco
disponível para os beta2agonistas de curta ação.
Os B2-agonistas de curta ação existentes no brasil são:
● Salbutamol (ou albuterol)
● Fenoterol
● Terbutalina
FARMACOLOGIA
Receptores B-Adrenérgicos
Os receptores B-
adrenérgicos são divididos em
três subclasses, denominadas
B1, B2 e B3. Todas as três
subclasses ativam uma proteína
G estimuladora, Gs. A Gs ativa
a adenililciclase, resultando em
elevação dos níveis de cAMP
intracelular.
O aumento do cAMP
ativa proteinocinases
(particularmente a
proteinocinase A), que
fosforilam proteínas celulares,
incluindo canais iônicos. A
natureza exata das diferenças de sinalização entre os subtipos de
receptores B-adrenérgicos não está bem esclarecida, visto que todos
parecem acoplar-se de modo eficiente à Gs. Foi sugerido que a
especificidade pode ser conferida pela composição exata das
subunidades da proteína G encontrada no complexo receptor. Por
conseguinte, a seletividade farmacológica parece residir na
distribuição tecidual específica de cada subtipo de receptores B-
adrenérgicos e, possivelmente, na ativação das vias de sinalização
distais específicas de cada tecido.
Os receptores B1-adrenérgicos localizam-se primariamente no
coração e nos rins. Nos rins, são encontrados principalmente nas
células justaglomerulares renais, onde a ativação do receptor induz a
liberação de renina. A estimulação dos receptores B1 cardíacos
provoca aumento tanto no inotropismo (força da contração) quanto no
cronotropismo (frequência cardíaca). O efeito inotrópico é mediado
pela fosforilação aumentada dos canais de Ca2+, incluindo os canais
de cálcio no sarcolema e fosfolambam no retículo sarcoplasmático. O
aumento do cronotropismo resulta de um aumento mediado pelos
receptores B1 na taxa de despolarização da fase 4 das células marca-
passo do nó sinoatrial. Ambos os efeitos contribuem para um aumento
do débito cardíaco (lembre que o débito cardíaco = freqüência
cardíaca _ volume sistólico).
A ativação dos receptores B1 também aumenta a velocidade
de condução no nó atrioventricular (AV), visto que o aumento da
entrada de Ca2+ estimulado pelos receptores B1 aumenta da taxa de
despolarização das células do nó AV.
Os efeitos importantes dos receptores B-adrenérgicos sobre a
força da contração e a freqüência cardíaca fazem com que os
antagonistas desse subtipo de receptores constituam agentes de
interesse no tratamento da hipertensão e da angina. Os antagonistas
dos receptores B1-adrenérgicos também são utilizados na
prevenção de um segundo infarto do miocárdio em pacientes que já
sofreram infarto, bem como no tratamento da insuficiência cardíaca
leve a moderada.
Como os antagonistas dos receptores B-adrenérgicos reduzem
a velocidade de condução do nó AV, esses agentes são utilizados no
tratamento de algumas formas de taquicardia supraventricular.
Os receptores B2-adrenérgicos são expressos no músculo liso,
no fígado e no músculo esquelético. No músculo liso, a ativação dos
receptores estimula a Gs, a adenilil ciclase, o cAMP e a proteinocinase
A. A proteinocinase A fosforila diversas proteínas contráteis,
especialmente a cinase da cadeia leve de miosina. A fosforilação da
cinase da cadeia leve de miosina diminui a sua afinidade pela cálcio-
calmodulina, resultando em relaxamento do aparelho contrátil. As
evidências disponíveis também sugerem que a ativação dos
receptores B2-adrenérgicos pode relaxar o músculo liso brônquico
através de ativação dos canais de Gs independente da K+. O efluxo
aumentado de K+ leva à hiperpolarização das células musculares lisas
brônquicas e, portanto, opõe-se à despolarização necessária para
produzir contração. Devido ao profundo relaxamento do músculo liso
brônquico mediado pelos receptores B, os agonistas B2 inalados
constituem fármacos especialmente úteis no tratamento da asma. Nos
hepatócitos, a ativação da cascata de sinalização da Gs dá início a
uma série de eventos de fosforilação intracelulares, que resultam em
ativação da glicogênio-fosforilase e catabolismo do glicogênio. Por
conseguinte, o resultado da
estimulação dos hepatócitos pelos receptores B2-adrenérgicos
consiste em aumento dos níveis plasmáticos de glicose.
No músculo esquelético, a ativação dessas mesmas vias de
sinalização estimula a glicogenólise e promove a captação de K+.
Recentemente, foi descoberto que os receptores B3-
adrenérgicos são expressos especificamente no tecido adiposo. A
estimulação dos receptores B3 determina um aumento da lipólise.
Essa ação fisiológica levou à especulação de que os agonistas
B3 poderiam ser úteis no tratamento da obesidade e do diabetes
melito não-insulino-dependente, porém é preciso ainda desenvolver
esses agentes farmacológicos seletivos para uso clínico.
REGULAÇÃO DA
RESPOSTA DOS
RECEPTORES
A capacidade dos
agonistas dos receptores
de iniciar uma sinalização
distal é proporcional ao
número de receptores ativados.
Por conseguinte, a ocorrência de mudanças na densidade dos
receptores existentes sobre a superfície celular irá alterar a eficácia
aparente de um agonista. Assim, as alterações tanto a curto prazo
(dessensibilização) quanto a longo prazo (infraregulação) no número
de receptores adrenérgicos funcionais são importantes na regulação
da resposta do tecido.
Quando um agonista ativa o receptor adrenérgico, a
dissociação das proteínas G heterotriméricas leva a uma sinalização
distal, bem como a um mecanismo de retroalimentação negativa
que limita as respostas dos tecidos. O acúmulo das subunidades B na
membrana recruta uma cinase do receptor acoplado à
proteína G (GRK), que fosforila o receptor nos resíduos da
extremidade C-terminal, que atuam como importantes alvos de
proteínas inativadoras. Alternativamente, a proteinocinase A e a
proteinocinase C podem fosforilar as proteínas G. O estado fosforilado
de uma proteína G pode ligar-se a outra proteína, denominada _-
arrestina, que inibe estericamente a interação receptor-proteína G,
silenciando efetivamente a sinalização do receptor. Em uma escala
temporal maior, o complexo receptor–arrestina é seqüestrado, através
de um mecanismo dependente de clatrina, em um compartimento
endocítico para internalização, um processo denominado infra-
regulação.
Cada um desses processos é importante na regulação da
responsividade
do tecido a curto ou a longo prazo.
AGONISTAS B-ADRENÉRGICOS
A estimulação dos receptores B1-adrenérgicos provoca
aumento da freqüência cardíaca e da força de contração, resultando
em aumento do débito cardíaco, enquanto a estimulação dos
receptores B2-adrenérgicos causa relaxamento do músculo liso
vascular, brônquico e gastrintestinal. O isoproterenol é um agonista B
não-seletivo, que pode ser utilizado para aliviar a broncoconstrição.
Esse fármaco diminui a resistência vascular periférica e a
pressão arterial diastólica (efeito B2), enquanto a pressão arterial
sistêmica permanece inalterada ou ligeiramente elevada (efeito B1).
Como o isoproterenol é um agente inotrópico positivo (que aumenta a
contratilidade cardíaca) e cronotrópico (que aumenta a freqüência
cardíaca), ocorre aumento do débito cardíaco. O isoproterenol provoca
menos hiperglicemia do que a epinefrina, visto que ele estimula a
ativação B-adrenérgica da secreção de insulina. Como o isoproterenol
é um ativador não-seletivo dos receptores B1- e B2-adrenérgicos, e o
seu uso para alívio da broncoconstrição na asma é freqüentemente
acompanhado de
efeitos colaterais cardíacos indesejáveis, o uso desse fármaco foi
suplantado, em grande parte, por agonistas B2-seletivos mais novos.
A dobutamina tem sido classicamente descrita como agonista
B1-seletivo. Entretanto, sabe-se, hoje em dia, que o efeito global da
dobutamina depende dos efeitos diferenciais dos dois estereoisômeros
contidos na mistura racêmica. O isômero (–) atua como agonista B1 e
como agonista B1 fraco, enquanto o isômero (+) atua como
antagonista B1 e agonista B1 potente. As propriedades agonista B1 e
antagonista anulam-se efetivamente uma à outra quando se
administra a mistura racêmica, e o resultado clínico observado é
aquele produzido por um agonista B1-seletivo. A dobutamina possui
efeitos inotrópicos mais proeminentes do que cronotrópicos,
resultando em aumento da contratilidade e
do débito cardíaco. A dobutamina é utilizada clinicamente no
tratamento agudo da insuficiência cardíaca.
CORTICOIDES SISTÊMICOS
Inibem os processos imunológicos e inflamatorios. Inibem a
formação de citocinas e interleucinas pelas células inflamatórias,
especialmente os linfócitos T e eosinófilos, células centrais na gênese
da asma. A lipocortina, proteína produzida pela ação glicocorticoide,
inibe diretamente o metabolismo do acido aracdonico, bloqueando a
fosfolipase A2 (primeira enzima do processo). Com isso, a produção
de prostaglandinas e leucotrienos e bloqueada.
O uso da prednisona por via oral (40-60 mg VO/dia) nos
casos de crise asmática moderada e da metilprednisolona por via
venosa (40-60 mg IV 6/6h) na crise asmática grave tem mostrado
excelente ação no tratamento agudo. O efeito no entanto demora em
torno de 4-6 hrs para ocorrer, pois o mecanismo de ação
farmacológico dos corticoides é através da transcrição de novos genes
pelo DNA, estimulando a síntese de novas proteínas, entre elas a
lipocortina.
Os corticoides sistêmicos devem ser mantidos por cerca de 7-
10 dias, não havendo necessidade de suspensão paulatina. O risco de
insuficiência adrenal só ocorre após uso continuo por 3 semanas.
CORTICOIDES
INALATORIOS: São as drogas de
escolha no tratamento de
manutenção. Estão relacionados a
efeitos adversos como; osteoporose,
miopatia, hipertensão,diabetes, ulcera
péptica, imunodepressão, efeito
estético desagradável (edema e
catarata). Entretanto, se administrado
por via inalatória, coneguem-se
concentrações farmacológica eficazes
nas vias aéreas, sem elevar significativamente os níveis plasmáticos.
GASOMETRIA ARTERIAL
A interpretação da gasometria arterial, para a identificação de
distúrbios do equilíbrio ácido-base é feita em etapas sucessivas:
verificação do pH; verificação da PCO2; verificação das bases
(bicarbonato) e verificação da diferença de bases (excesso ou déficit).
VALORES NORMAIS
● Pressao parcial de oxígenio (PaO2) 96mmHg – 0,4x idade;
● Pressao parcial de dióxido de carbono (PaCO2) – 40+- 5
mmHg;
● PH fisiologico de 7,4 +- 0,05;
● Saturacao de oxígenio (SaO2) - >= 94%
● Bicarbonato (HCO3) – 24 +- 2 mEq/litro
Deste modo mostramos que o PH sanguineo é discretamente
alcalino, pois tem seus valores normais compreendidos entre 7,35 –
7,45. Alem disso, valores menores caracterizam as acidemias, ao
passo que os valores maiores caracterizam as alcalemias. Para a
manutensão do PH plasmático nestes restritos niveis sericos normais,
são utilizados largamente pelo organismo os chamados sietemas-
tampão. Evidente tambem a importancia das funções pulmonar e
renal, juntamente com a acão dos sistemas-tampão, na regulação dos
niveis plasmaticos do PH.
VERIFICAÇÃO DO Ph: O valor do pH da amostra indica o estado
do equilíbrio ácido-base. Um pH normal demonstra a ausência de
desvios ou sua completa compensação. Se o pH está abaixo de 7,35,
dizemos que existe acidose; quando o pH está acima de 7,45,
dizemos que existe alcalose.
VERIFICAÇÃO DA PCO2: O componente respiratório é avaliado
pela quantidade de ácido carbônico existente no sangue. O ácido
carbônico existe quase completamente sob a forma de CO2 + H2O. A
sua quantidade, portanto, pode ser determinada pela pressão parcial
do dióxido de carbono (PCO2). A pressão parcial do CO2 no sangue
arterial normal oscila entre 35 e 45mmHg. Um valor anormal da PCO2,
acima de 45mmHg ou abaixo de 35mmHg, indica a origem respiratória
do distúrbio.
Quando a PCO2 está acima de 45mmHg significa que há retenção
de CO2 no sangue, o que, em consequência reduz o pH. Existe,
portanto, acidose respiratória. Quando, ao contrário, a PCO2 está
abaixo de 35mmHg significa que há excessiva eliminação de CO2 do
sangue e, em consequência, o pH se eleva. Nessas circunstâncias,
estamos diante de um quadro de alcalose respiratória. A alcalose
respiratória é sempre consequência da hiperventilação pulmonar, tanto
na sua forma aguda como na crônica.
A hiperventilação pulmonar pode ser secundária a doença
pulmonar ou não.
A hiperventilação pode também ser devida à resposta
quimioceptora do organismo em consequência de hipoxemia,
disfunção do sistema nervoso central ou mecanismo de compensação
ventilatória, na presença de acidose metabólica.
A hiperventilação que acompanha certos quadros de agitação
psico-motora pode produzir alcalose respiratória aguda que leva a
tonteiras ou desmaios.
Em geral os quadros de alcalose respiratória ocorrem em
pacientes sob ventilação mecânica nas unidades de terapia intensiva.
São de instalação rápida e não há tempo para que os mecanismos de
compensação sejam eficazes.
O tratamento consiste em remover as causas da hiperventilação
porem quando o distúrbio é leve e persistente a compensação renal
consiste em reduzir a absorção dos íons bicarbonato do filtrado
glomerular, mantendo a relação do sistema tampão constante. A urina
se torna alcalina. Porem a acidose respiratória é consequência da
insuficiente eliminação do dióxido de carbono nos alvéolos
pulmonares. Como a eliminação do dióxido de carbono depende
fundamentalmente da ventilação pulmonar, as condições que geram
hipoventilação pulmonar, são causas de acidose respiratoria como:
traumatismos crânio-encefálicos, intoxicações exógenas, comas de
qualquer natureza, resíduo de drogas depressoras, obstrução das vias
aéreas altas, atelectasias, pneumonias extensas,etc.
Entretanto os quadros de acidose respiratória são de instalação
rápida; não há tempo para que os mecanismos de compensação
sejam eficazes. O tratamento da acidose respiratória consiste de
medidas destinadas a estimular a ventilação pulmonar e inclui
estímulo à tosse, toilete bronco-pulmonar, fisioterapia respiratória e
ventilação com respiradores mecânicos.
VERIFICAÇÃO DAS BASES; A quantidade de bases disponíveis
no sangue, indica o estado do componente metabólico do equilíbrio
ácido-base sendo disponíveis no organismo para a neutralização dos
ácidos. A relação entre o bicarbonato plasmático, controlado pelos
rins, e o ácido carbônico, controlado pelos pulmões, determina o pH.
Esse princípio permite o cálculo das bases, em função da sua relação
com o pH e a PCO2.
Existem diversos modos de expressar as bases existentes no
sangue. Os dois parâmetros mais correntemente utilizados na prática,
são o bicarbonato real e o base excess.
O bicarbonato real existente no sangue é calculado à partir do pH
e do CO2.
O valor normal do bicarbonato real (BR), oscila de 22 a 28mM/L.
Quando o bicarbonato real (BR) está baixo, inferior a 22mM/L, significa
que parte da reserva de bases foi consumida; em consequência o pH
do sangue se reduz, configurando o quadro de acidose metabólica.
Quando, ao contrário, o bicarbonato real (BR) está elevado, acima de
28mM/L, significa que há excesso de bases disponíveis no sangue.
O excesso das bases eleva o pH, configurando o quadro da
alcalose metabólica. A acidose metabólica é acompanhante comum
dos quadros de hipotensão arterial severa, choque de todos os tipos e
parada cardiorespiratória. Pode ocorrer ainda nas diarréias severas,
no diabetes descompensado e na obstrução intestinal alta.
O principal tratamento da acidose metabólica consiste na remoção
das causas do distúrbio. A alcalose metabólica ocorre quando há
excesso de bases, quando há perda de ácidos fixos, como pode
ocorrer na estenose pilórica em que o ácido clorídrico do estômago é
perdido através dos vômitos.
O mecanismo de compensação respiratória é pouco expressivo,
nas alcaloses metabólicas. A redução da eliminação de dióxido de
carbono produziria hipóxia concomitante; como o centro respiratório é
extremamente sensível ao teor de CO2, esta compensação é limitada.
Os rins diminuem a produção de amônia e trocam menos ión
hidrogênio por sódio, para permitir sua maior eliminação. A reabsorção
tubular do íon bicarbonato também fica deprimida. A urina resultante é
bastante alcalina.
VERIFICAÇÃO DA DIFERENÇA DE BASES: A capacidade total
de neutralização das bases é melhor refletida pelo cálculo da diferença
de bases (excesso ou déficit de bases existentes). Este parâmetro é
calculado à partir das medidas do pH, da PCO2 e da hemoglobina.
O resultado expressa o excesso de bases existentes nas alcaloses
metabólicas ou o déficit de bases existentes nas acidoses
metabólicas.
O valor aceito como normal para a diferença de bases é de
2mEq/L ou, em outras palavras: a diferença de bases oscila entre um
déficit (BD) de -2,0mEq/l e um excesso (BE) de +2,0mEq/l. Usa-se o
termo excesso de bases, do inglês "base excess" (BE) para exprimir o
resultado positivo e o termo déficit ou deficiência de bases, "base
deficit" (BD) para exprimir o resultado negativo.
Um déficit de bases indica a existência de acidose metabólica,
enquanto o excesso de bases indica alcalose metabólica. A diferença
de bases calculada, na realidade, representa o número de
miliequivalentes de bases que faltam ou que excedem para que o pH
do sangue seja normal (7,40).
AS VIAS AEREAS
Comparada ao resto do corpo, a cabeça da criança é
proporcionalmente maior do que a do adulto. O peso da cabeça pode
causar uma flexão aguda da coluna cervical em crianças com baixo
tônus, e esta flexão tende a obstruir a passagem de ar. Neste sentido,
é interessante saber que a hiperextensão cervical facilita a passagem
de ar. Por isso que bebês com esforço respiratório tendem a
hiperextender a cervical e algumas vezes até o tronco. Apesar da
cabeça ser maior, a passagem nasal é proporcionalmente menor do
que a de um adulto. Isto torna a entubação nasal em crianças mais
difícil e arriscada.
A laringe encontra-se anatomicamente mais superior no
pescoço do que nos anos seguintes, a glote localiza-se entre C3 e C4
e é mais afunilada do que a de um adulto. A epiglote infantil é mais
longa, menos flexível e mais horizontal. Desta forma, durante a
deglutição a laringe provê uma conecção direta com a nasofaringe.
Isto cria duas passagens praticamente separadas, uma para a
respiração e outra para alimentação, permitindo a criança que respire
e alimente-se ao mesmo tempo. É importante enfatizar que a mucosa
da via aérea superior da criança é fina e facilmente traumatizável.
Aspirações freqüentes e contínuas podem causar edema e obstrução
destas áreas. Além disto, a estimulação mecânica da laringe na
criança pode resultar em estimulação vagal e bradicardia.
VIA AEREA DE CONDUÇÃO: Estendendo-se da traquéia aos
Bronquíolos respiratórios.
As vias aéreas de condução na criança são menores e mais
estreitas do que as do adulto. A traquéia do recém-nascido tem
aproximadamente 5 a 6 cm de comprimento e 4mm de diâmetro,
enquanto em pretermos pequenos, ela pode medir apenas 2cm de
comprimento e 2-3mm de diâmetro. As vias aéreas aumentam de
largura e comprimento com a idade. No entanto, parece haver
evidências de que as vias aéreas distais têm um ritmo de crescimento
mais lento do que as durante os primeiros 5 anos de vida. Estas vias
relativamente mais estreitas até a idade de 5 anos é presumivelmente
responsável pela alta resistência periférica ao fluxo aéreo neste grupo.
A lei de Poiseuille estabelece que a resistência ao fluxo de ar em um
tubo é inversamente proporcional à quarta potência do raio (r) do tubo.
Portanto, uma pequena redução no calibre da via aérea da criança
devido à inflamação ou edema pode levar à um aumento muito grande
na resistência da via aérea periférica. Este fenômeno explica porquê
infecções virais das vias aéreas inferiores (periféricas) representa uma
grande ameaça à recém-nascidos e crianças pequenas.
O suporte cartilaginoso é essencial para a estabilidade das vias
aéreas de condução, desde a traquéia até o nível dos bronquíolos
segmentares. A fraqueza relativa da estabilidade cartilaginosa em
crianças comparada à de adultos leva ao fenômeno de compressão
dinâmica da trquéia em situações associadas à altos fluxos
expiratórios e aumento da resistência à passagem de ar, tais como
ocorrem na bronquilite, asma ou mesmo durante o choro. A árvore
traqueobrônquica de um recém nascido é mais complascente, e até a
idade de 5 anos, a estrutura bronquiolar tem poucas fibras elásticas.
Portanto, a via aérea da criança é mais propensa ao colapso
SOPROS
TIPOS DE SOPRO: A grande maioria dos sopros a serem
encontrados na avaliação inicial da criança são sistólicos e com
intensidade variável, na dependência da etiologia do ruído. O sopro
sistólico, mais freqüentemente encontrado, é o sopro inocente,
relatado a seguir. Entre os sopros sistólicos, patológicos, o mais
comum é aquele causado pela presença de uma comunicação
interventricular (CIV), com sua característica de alta freqüência,
dificilmente não percebido.
O sopro diastólico, isolado, na criança, é bastante raro, uma
das possibilidades sendo a presença de uma valva aórtica, bicúspide,
insuficiente e outra, a insuficiência aórtica, reumática. Outro tipo de
sopro possível de ser encontrado é o contínuo, sendo a causa mais
comum a persistência do canal arterial (PCA). Situações mais raras,
como fístulas arteriovenosas (cerebrais, pulmonares, coronárias)
costumam também se manifestar com esse tipo de sopro.
SOPRO INOCENTE
Esse ruído deve ser considerado como um capítulo especial
entre as cardiopatias, na criança. Sua incidência é bastante alta,
ocorrendo em aproximadamente 50% das crianças normais(2), na sua
grande maioria do tipo sistólico e apresentando características
clássicas de serem suaves, sem frêmito e poderem mudar de
intensidade com a movimentação do paciente. Esses números
encontram-se bem documentados na literatura e indicam a
importância de sua correta identificação. Sopro inocente, diastólico
não existe e há somente um tipo de sopro inocente, contí- nuo: o
“zumbido” (rumor) venoso, audível através da colocação do
estetoscópio suavemente, na região da veia jugular esterna.
Admite-se que a origem desse ruído seja o turbilhonamento
causado pela entrada do sangue da veia jugular esterna na veia cava
superior. Uma peculiaridade desse ruído é que ele pode ser abolido
pela compressão delicada da veia jugular esterna, logo acima do local
onde está aplicada a campânula do estetoscópio. São três os tipos de
sopro inocente, sistólico, mais freqüentes.
a) Sopro sistólico de Still: é um ruído muito interessante, que
freqüentemente preocupa o pediatra e mesmo o cardiologista, na
avaliação inicial. Audível na altura do 3º-4º espaço intercostal,
esquerdo, na linha paraesternal, apresenta uma característica sonora
peculiar, aguda, que chama a aten- ção, sugerindo um sopro
patológico. Pode, eventualmente, ser confundido com o sopro da CIV
pequena ou também com o sopro sistólico encontrado na estenose
subvalvar aórtica.
b) Sopro sistólico no foco pulmonar: é um sopro bastante
comum em crianças. Identificado no foco pulmonar, tem uma
característica suave à ausculta, sem provocar frêmito e, às vêzes,
diminuindo de intensidade com a mudança de decúbito ou simples
movimentação da cabeça. Pode ser confundi do com o sopro sistólico
encontrado em pacientes com comunicação interatrial (CIA),
lembrando que, nessa entidade, costuma ocorrer desdobramento fixo
da 2ª bulha.
c) Sopro supraclavicular: é um sopro também muito comum
em crianças, do tipo sistólico, podendo ser audível bilateralmente, na
região logo acima das clavículas e sem provocar frêmito. Pode ser
confundido com a irradiação do sopro encontrado na estenose aórtica,
chamando a atenção a ausência de sopro sistólico no foco aórtico,
característico dessa entidade.
TRATAMENTO
A maioria dos pacientes com bronquiolite viral aguda apresenta
a forma leve da doença, sendo tratada em nível ambulatorial.
Entretanto, cerca de 1 a 3% necessitam hospitalização e, destes, até
15% podem exigir cuidados em unidade de terapia intensiva
pediátrica.
Nenhum tratamento farmacológico estudado até o momento
tem sido efetivo em reduzir o número de hospitalizações ou a
necessidade de ventilação mecânica nos pacientes com bronquiolite
viral aguda.
Os antibióticos não devem ser prescritos, exceto para casos
que apresentem infecção bacteriana coexistente.
Não há evidências de que o uso de corticóides seja benéfico
para estes pacientes.
O uso de nebulização incluindo β2-agonistas ou adrenalina
pode ser tentado, com avaliação da resposta dos pacientes
individualmente, suspendendo sua prescrição se não houver melhora
clínica.
O tratamento indicado é de hidratação e, em casos mais
graves, oxigenoterapia ou mesmo, suporte ventilatório.
EXAMES COMPLEMENTARES
HEMOGRAMA: pode mostrar; eritrocitose (hematócrito> 55%), por
hipoxemia crônica estimuladora de eritropoietina.
GASOMETRIAL ARTERIAL: hipoxemia moderada ou grave (PaO2
<55mmHg ou SatO2 <88%). Hipercapnia com acidose respiratória
crônica marcada por aumento compensatório de HCO3 e do BE em
casos mais avançados da doença.
ELETROCARDIOGRAMA: deve-se procurar sinais do cor pulmonale;
sobrecarga cardíaca direita.
● Onda P alta e pontiaguda >2,5mm na amplitude, denotando
aumento atrial direito
● Desvio do eixo QRS para a direita
● Graus variados de bloqueio de ramo direito
● Relação R/S maior que 1 em V1
As taquiarritimias mais comuns são as extra-sistoles atriais, ritmo
atrial multifocal (conhecida como arritmia da DPOC), flutter e fibrilação
atrial.
RADIOGRAFIA DE TORAX: so tem alteração em quadros
avançados de DPOC; retificação das cúpulas diafragmáticas e
hiperinsulflaçao pulmonar, redução do diâmetro cardíaco,
espessamento brônquico.
PROVA DE FUNÇÃO PULMONAR: As medidas mais importantes
a serem avaliadas na expirometria são o VEF1 e a relação VEF1/CVF.
PNEUMONIA
PNEUMONIAS
COMUNITÁRIAS: A
pneumonia adquirida na
comunidade é uma das
infecções do trato
respiratório inferior. Há um
processo inflamatório que é
a resposta do hospedeiro ao agente agressor. O quadro clínico é –
tosse, febre e dificuldade respiratória. Na suspeita clinica de
pneumonia, chamamos a atenção da necessidade da maior utilização
da radiografia de tórax, que pode confirmar o diagnóstico e melhorar a
decisão de tratamento.
A maior freqüência de acometimento por pneumonia é
observada nos extremos de idade, sendo a distribuição relativamente
homogênea entre 5 a sessenta 60 anos de idade, em indivíduos
previamente hígidos. A mortalidade por pneumonia se relaciona com a
faixa etária e com a presença de co-morbidade, atingindo cerca de
20% nos que necessitam internação e 46% nos idosos com mais de
80 anos.
FISIOPATOLOGIA: A infecção pulmonar ocorre após um
microorganismo ter vencido as barreiras de defesa do hospedeiro
(Tabela I).
A primeira barreira, a filtração aerodinâmica, é promovida pelas
mudanças no regime de fluxo das vias aéreas (turbilhoramento).
A segunda barreira é constituída pela mucosa e epitélio da
naso e orofaringe. Em conjunto, as duas barreiras favorecem, fazendo
com que os microorganismos sejam precipitados, deglutidos, ou
eliminados na expiração. Entretanto, se houver aderência do agente
ao epitélio, pode haver colonização da via aérea, isto é, a presença do
microorganismo no epitélio/mucosa, sem evidências de efeitos
adversos ou de reações do hospedeiro, fato que predispõe à infecção.
A depuração mucociliar, terceira barreira, promove o
aprisionamento do agente no muco e a sua eliminação através da
vibração ciliar. Quando a depuração mucociliar é insuficiente para
eliminar o agente, desenvolve-se a tosse, que é a quarta barreira.
Os componentes celulares (macrófagos e neutrófilos) e os
componentes funcionais do ambiente alveolar (imunoglobulinas,
complemento e surfactante) constituem a quinta barreira ao agente
infeccioso.
A pneumonia pode se desenvolver por diminuição da eficiência
dos mecanismos de defesa ou quando a quantidade do agente
infectante satura os mecanismos de defesa.
VIAS DE INFECÇÃO: Os agentes microbianos podem atingir o
parênquima por diferentes vias de acesso ao pulmão. A aspiração de
secreções das vias aéreas superiores é a via mais freqüente, e os
agentes mais comumente envolvidos são o Diplococcus pneumoniae e
o Haemophilus influenzae.
A via inalatória permite a instalação de pneumonias por
agentes, que ultrapassam a filtração aerodinâmica; são agentes
filtráveis, como micobactérias, micoplasma sp, fungos e vírus.
Através da corrente sangüínea, via hematogênica, o agente se
dissemina para o pulmão, a partir de um foco distante, em qualquer
outro tecido; o agente mais freqüente, nessa via de infecção, é o
Staphilococcus sp.
A infecção pulmonar por via de contigüidade ocorre devido à
presença de foco infeccioso em órgão próximo ao pulmão.
A infecção, via translocação, ocorre quando há passagem de
agentes a partir da luz do tubo digestivo, esta via de infecção pode ser
observada em indivíduos com co-morbidades, como hemorragia
digestiva, choque ou sepse
PATOLOGIA:A invasão bacteriana do parênquima pulmonar promove
solidificação exsudativa do tecido pulmonar (consolidação),
caracterizando a pneumonia bacteriana.
A consolidação focal é a característica fundamental da
broncopneumonia e, geralmente, representa a extensão de um
processo de bronquite ou bronquiolite.
A consolidação lobar, pneumonia lobar, constitui-se na infecção
bacteriana aguda, que compromete todo um lobo ou grande parte
dele.
O comprometimento focal (lobular), ou extenso (lobar), do
parênquima pulmonar depende das condições de defesa do
hospedeiro.
Morfologicamente, as pneumonias podem comprometer,
predominantemente, a luz alveolar, as vias aéreas e os alvéolos, e o
interstício. Nas formas de comprometimento predominantemente
alveolar, na pneumonia lobar, são descritos quatro estágios.
a) Congestão: o lobo apresenta-se pesado, úmido e
avermelhado, com ingurgitamento vascular, numerosas bactérias,
líquido e neutrófilos na luz alveolar.
b) Hepatização vermelha: o lobo apresenta-se avermelhado,
firme e desprovido de ar, devido à exsudação maciça e à presença de
hemácias, neutrófilos e fibrina na luz alveolar. Esses elementos
determinam a consistência endurecida do lobo, de onde provem o
termo hepatização vermelha.
c) Hepatização cinzenta: nesse estágio, ocorre desintegração
progressiva das hemácias e persistência do exsudato
fibrinossupurativo dentro da luz alveolar, o que dá ao lobo a aparência
macroscópica, cinza acastanhada e ressecada.
d) Resolução: estágio final, o exsudado consolidado na luz
alveolar sofre digestão enzimática progressiva, e os restos granulares
semilíqüidos, reabsorvíveis são eliminados pelos macró- fagos ou pela
tosse.
Nas formas em que há comprometimento predominantemente
das vias aéreas e luz alveolar, broncopneumonia, ocorre inflamação
supurativa, que pode ser focal unilobular ou, multilobar, bilateral e
basal, devido à tendência de as secreções se acumularem nas bases.
Tais focos são ricos em neutrófilos que preenchem brônquios,
bronquíolos e espaços alveolares. A reação inflamatória se localiza
nas paredes alveolares, os septos alveolares tornamse alargados e
infiltrados com células mononucleares (linfócitos, histiócitos e,
ocasionalmente, plasmócitos). Em casos agudos, os infiltrados
inflamatórios podem conter também neutrófilos. A luz alveolar é livre,
entretanto, pode haver comprometimento da luz alveolar por material
hemorrágico com restos celulares, fato que reflete a lesão alveolar.
ETIOLOGIA Inúmeros trabalhos epidemiológicos descrevem as
possíveis etiologias para pneumonias adquiridas na comunidade.
GRUPOS DE PENINCILINAS
1° GRUPO: Penincilina G (E.V), penincilina V (oral): são amplamente
utilizados porem podem apresentar tolerância. Eficacia: gram+.
Ineficaz conta S. AUREUS.
2º GRUPO: Penincilinas anti-stafilococus: oxacilina, meticilina.
Resistentes as beta_lactamases, hidrofóbicas (eficaz para Gram+),
mais usados para S. AUREUS.
3º GRUPO: Amplo espectro (gram+ e Gram-); ampicilina e amoxicilina,
porem limitados por sensibilidade B_lactamase. Utilizadas em
inflamações não complicadas.
4º GRUPO: amplo espectro e resistentes a algumas B_lactamases;
Carboxipenincilinas.
5º GRUPO: amplo espectro, mais potentes e menos sensíveis:
Ureidopenincilinas (para Klebsielas)
CEFALOSPORINA
GLICOPEPTIDIOS
São inibidores da síntese dos polimers de Mureina:
● VANCOMICINA (EV)
● TEICOPLAMINA (ORAL)
DIAGNOSTICOS DIFERENCIAIS
TUBERCULOSE
Bacilo Gram+; Mycobacterium tuberculose. Maior incidência
no gênero masculino, 45-59 anos
A probabilidade de infecção evoluir para doença
tuberculosa é regida por características do bacilo e fatores
imunológicos do organismo. A resistência adquirida é produto
de infecção tuberculosa anterior ou imunização, onde a
estrutura antigênica do bacilo passa a ser conhecida pelo sist..
imune, capacitando-o a agir de forma rápida e eficaz.
INFECÇÃO: inalatória; o individuo doente pode emitir
carga bacilar diluída num aerossol no ar ambiente, passiveis
da atingirem o pulmão de pessoas no ambiente. Se ocorre a
inalação; os indivíduos passa a ser chamados infectados
(comprovado pelo teste PPD positivo após 2-10semanas). A
probabilidade de doença depende de fatores imunes e carga,
sendo o risco maior nos 2 primeiros anos de infecção.
Assim o foco devem ser os portadores de doença
cavitaria fonte de infecção e disseminação:
● bacilíferos (B+) - a baciloscopia do escarro é positiva.
Nestes casos, o doente elimina uma quantidade de bacilos
superior a 5.000 por ml de escarro;
● não-bacilíferos - a baciloscopia do escarro é negativa. A
cultura pode ser positiva (C+) ou negativa (C-).
Em 3-4 semanas, pode surgir o foco pulmonar, em geral
único, pequeno e arredondado, com 1 a 2 mm de diâmetro. A
partir do foco (foco de Gohn), há uma disseminação linfática
até o gânglio satélite (foco ganglionar), de onde poderá haver
uma disseminação hematogênica para todo o organismo.
Formando um complexo (complexo de Ranke), podendo vir a
causar formas extrapulmonares da doença. Dado o pulmão ser
o primeiro órgão a ser atingido e possuir condições ideais para
o crescimento bacteriano, em cerca de 90% das vezes a
doença localizar-se-á nele. O processo infeccioso evolui com
aqueles bacilos que passaram pelas defesas inespecíficas do
trato respiratório. Nos primeiros dias o organismo ainda não
desenvolveu uma resposta imunológica específica que possa
bloquear o processo. Uma produção de TGF_b dininui a
ativação de macrófagos e linfócitos T; diminuindo a respota
citolitica e reduz as defesas contra o bacilo levando produção
de il_4, IL_6, IL_8 que ativam o linfócito T CD4 para
desenvolvimento de resposta TH2 e a formação de ACS.
FATORES QUE REDUZEM PROBABILIDADE DE
PARTICULAS INFECTANTES:
● Correntes de ar; dispersando partículas no ambiente
● Luz ultra-violeta (sol)
● Radiação gama (destruição do bacilo)
FORMAS:
1. PRIMO-INFECÇÃO: formas em que as defesas imunes
são vencidas após a primeira infecção e o paciente
adoece, de forma insidiosa e lenta. A forma mais grave
são:
● TUBERCULOSE MILIAR de disseminação
hematogenica, atingindo vários órgãos.
● MENINGO-ENCEFALITE TUBERCULOSA que acomete
o SNC
Nessa forma, o paciente, comumente uma criança, apresenta-
se irritadiço, com febre baixa, sudorese noturna, inapetência e
exame físico inexpressivo. Quando é conseqüente à
disseminação hematogênica, geralmente a doença é grave.
2. REINFECÇÃO ENDOGENA: Defesas eficazes com
detenção e foco latente. Formando cavitações e
fibroses em ápices devido a maior concentração
tecidual de O2, formando necrose caseosa e caverna
tuberculosa.
FORMAS EXTRA-PULMONARES: regiões/órgãos com maior
suprimento sanguíneo e O2.
● Córtex renal e cerebral
● Ossos longos
● Vértebras e as adrenais
● Pleura
● Sistema linfático
As formas extrapulmonares são resultado da disseminação do
BK pelo organismo através de quatro vias possíveis:
● via linfohematogênica - maioria uma vez que é o
caminho natural do bacilo após sua entrada no organismo
● via hematogênica - ruptura da lesão diretamente no
vaso, podendo ocasionar formas disseminadas agudas da
doença
● por contigüidade - responsável pelas formas pleural, a
partir do pulmão; pericárdica, a partir de gânglios
mediastinais; peritoneal, a partir de gânglios mesentéricos,
alças intestinais ou trompas (por ruptura de pequenos
divertículos)
● intra-canalicular - comprometimento de diferentes locais
do pulmão, através da árvore brônquica; trato urinário
inferior e sistema genital masculino, a partir do rim;
endométrio e peritôneo, a partir das trompas.
DIAGNOSTICO:
● Radiografia de tórax: PRIMARIA: opacidade do
parênquima; unifocal, tuberculomas circulares e calcificação
de lifonodos. Linfonodomegalia, atelectasia, padrão miliar;
pequenas opacidade 1-3mm, derrame pleural em forma
tardia
POS-PRIMARIA: alterações parenquimatosas tênues,
nodulares, agrupadas, em ápices. Cavidade única ou
múltiplas que após a cura tornan-se fibroticas e calcificadas.
● Pesquisa BAAR no escarro. Deve ser coletada 2
amostras (uma pela manha e outra no momento da procura
pelo serviço)
A cultura em meio sólido tem como limitação o tempo do
resultado (2-8 semanas). Por isso, quando possível, deve ser
utilizado o meio líquido através de sistemas automatizados
não radiométricos (resultados em 10-40 dias).
Indicações da realização de cultura:
• Suspeita clínica de TB e pesquisa negativa de BAAR
• Suspeita de TB pulmonar na radiografia de tórax
• Casos de retratamento
• Pacientes HIV positivos
• Populações vulneráveis (detentos, profissionais da área de
saúde, moradores de rua e populações institucionalizadas em
albergues, hospitais psiquiátricos e asilos)
• Suspeitos de resistência
• Suspeita de TB extrapulmonar
DOR TORACICA
A dor
torácica é um dos
problemas mais
comuns na clínica
médica, e uma das
causas mais prevalentes de internação. Cerca de 5 – 10 %
dos pacientes do total de atendimentos na emergência são
devido à dor torácica. Destes 20 – 35% têm uma SCA
(Síndrome Coronariana Aguda). Somente 10-15% dos
pacientes com dor no peito apresentam IAM e cerca de 2 a 5%
destes pacientes são liberados erroneamente sem diagnóstico.
Este grupo apresenta elevada taxa de óbito: 25%.
CAUSAS DE DOR
TORACICA
FATORES DE RISCO
PARA INFARTO
PROBABILIDADE
PARA SINDROME
CORONARIANA
AGUDA
SÍNDROME
CORONARIANA
AGUDA (SCA)
1. IAMCSST (IAM com
supra de segmento ST)
2. IAMSSST (IAM sem
supra de segmento ST)
3. Angina instável
AVALIAÇÃO IMEDIATA (< 10 MINUTOS)
• Anamnese e exame físico breves e direcionados
(identificar candidatos à reperfusão)
• Dados vitais / monitorização cardíaca contínua
• Saturação de oxigênio
• ECG de 12 derivações
• Acesso IV
• Exames
laboratoriais:
marcadores de
lesão miocárdica,
eletrólitos e
coagulação
• Rx de tórax
TRATAMENTO
GERAL
IMEDIATO
• Oxigênio 3 L/min
• AAS 100 mg
mastigados
• Isordil
(vasodilatador
direto da musculatura lisa) 5mg 01 cp SL podendo ser
repetido até um total de 3 doses, com intervalos de 5-10
minutos se não houver alívio da dor anginosa.
• Morfina 3-4 mg IV (se dor persistente após as 3 doses do
nitrato), podendo ser repetida a cada 10 minutos para o
alívio da dor caso não haja contraindicações (hipotensão,
insuficiência respiratória, sedação exagerada, sintomas de
intoxicação como náuseas/vômitos, etc).
ALGORITMO DE DOR TORÁCICA
2. Troponinas:
• Melhores marcadores de necrose miocárdica atualmente
• Fator prognóstico independente importante
• No Hospital de Clínicas dosa-se a Troponina I
ISQUEMIA MIOCÁRDICA
● Aumento do desnível de ST, da inversão da onda T ou
surgimento de bloqueio do ramo esquerdo.
● Surgimento de alteração de ST–T não pré–existente. −
Ecocardiograma com alteração contrátil nova
● Refratariedade ao tratamento clínico
EMBOLIA PULMONAR
É a obstrução dos vasos da circulação arterial
pulmonar. A maioria dos casos decorre do tromboembolismo
venoso (TEV), que tem como base a trobose venosa profunda
(TVP), e como complicação a TEP. Outras causas podem ser;
Bolhas de gas (de manipulação incorreta de equipo), corpos
estranho (ex; talco, em drogas ilícitas), gotículas de gordura,
embolos sépticos...
A circulação pulmonar atua como um filtro sanguíneo
de todo organismo.
EPIDEMIOLOGIA: é a terceira doença cardiovascular mais
comum (perdendo para doença coronariana e
cerebrovascular). É uma complicação da TVP em pacientes
hospitalizados, onde mais de 90% dos embolos se originam
dos membros inferiores de veias íleo-femoral e pélvicas.
FATORES TROMBOGENICOS – TRIADE DE VIRCHOW
Quanto ao 3º item, as TRMBOFILIAS HEREDITARIAS,
por mutações genéticas aumentam os riscos para TEV por;
Excesso de fatores pro-coagulantes, deficiência de fatores
anticoagulantes, alterações qualitativas dos componentes
hemostáticos, combinação dessas anomalias.
A síndrome mais comum é a resistência da PROTEINA
C ATIVADA (3-7% da população caucasiana, rara em negros e
orientais) resultante na presença do Fator V de Leiden
mutante que não consegue ser clivado pela proteína C
ativada, oque a impede de exercer seu papel anti-coagulante,
fazendo a balança pender para o lado da trombose.
Porem somente a trombofilias isolada seria um risco
baixo para a trombose, sendo na maioria das vezes
desencadeado por fator adquirido. Ex; uso de
anticoncepcionais orais aumentam risco de TVP em 4X.
Mutantes de fator V de Leiden tem risco de TVP 35X maior e
heterozigotos da mesma mutação 7x maior.
QUANDO SUPEITAR DE TROMBILIFIA HEREDITARIA?
TROMBOSE ADQUIRIDA
FISIOPATOLOGIA: A embolização ocorre quando o trombo se
desprende (geralmente face interna da uma valva venosa) e
viaja ate a circulação pulmonar. Os trombos que obstruem a
bifurcação da artéria pulmonar são chamados trombos em sela
ou cavaleiros, porem na maioria das vezes a embolização é
múltipla que passam desapercebidos e se alojam nos lobos
inferiores até o evento fatal.
Originam-se regiões bem ventiladas porem mal
perfundidas, aumentando-se o chamado espaço morto
fisiológico. A isquemia dos ácinos libera uma serie de
mediadores inflamatorios (serotonina e tromboxano) atuando
próximo ao segmento afetado, inibindo o pneumocito II
induzindo colabamento do alvéolo, atelectasia e
broncoespasmo difuso, piorando a ventilação como um todo.
Assim a principal consequência é a hipoxemia por
desequilíbrio da relação ventilataçao/perfusão. Ocorrendo o
SHUNT DIREITA-ESQUERDA pulmonar onde o sangue
desoxigenado atravessa o pulmão sem sofrer hematose.
DIAGNOSTICO:
Exames de sangue: Teste do D dímero circulante (derivado
específico da fibrina na ligação cruzada) tem acurácia superior
a 95% para EP aguda.
ELETRO CARDIOGRAMA: - anormalidade no segmento ST,
alterações de onda T e desvio do eixo para a direita ou
esquerda. Auxilia no diagnostico diferencial de IAM ou
pericardite.
RAIO X: anormal mas quase sempre inespecífico. Os achados
incluem derrame pleural, atelctasia, infiltrados pulmonares e
elevação discreta de um do hemidiafragmas.
Uma radiografia de tórax normal na vigência de dispneia
e hipoxemia sem evidência de broncoespasmo ou shunt
cardíaco anatômico é evidência de EP. Auxilia no diagnostico
diferencial de pneumonia, pneumotórax ou fratura de costela.
TOMOGRAFIA: Possui alta sensibilidade e especificidade.
Possui como vantagens a capacidade de definir causas
não vasculares, como linfadenopatias, tumores, enfisema ou
outras anormalidades parenquimatosas, além de ser de rápida
realização.
Apresenta como desvantagem não encontrar coágulos
em pequenos vasos, não ser de fácil mobilidade e não ser
utilizada largamente em pacientes com IR.
Cintilografia de
ventilação-
perfusão: se
normal, exclui o
diagnostico de
embolia pulmonar.
ARTERIOGRAFIA
PULMONAR:-
PADRÃO OURO para diagnóstico de embolia pulmonar aguda.
Utilizada quando EP deve ser diagnosticada ou excluída
e os demais exames não foram conclusivos
PNEUMOTORAX
O pneumotórax é definido como a presença de ar livre
na cavidade pleural. É uma entidade clínica freqüente que
apresenta diversas peculiaridades, tanto em sua apresentação
clínica quanto no seu tratamento.
CLASSIFICAÇÃO: O pneumotórax pode ser classificado em
espontâneo e adquirido
FISIOPATOLOGIA: O pneumotórax espontâneo primário
ocorre em pacientes sem doença pulmonar evidente.
O pneumotórax espontâneo secundário ocorre como
complicação de doença pulmonar conhecida, como enfisema
bolhoso, asma, ou rolha de secreção em paciente com doença
pulmonar obstrutiva crônica.
No
pneumotórax
espontâneo primário,
são encontradas
bolhas ou lesões
subpleurais,
particularmente nos
ápices, em 76% a
100% dos pacientes
submetidos a cirurgia
torácica vídeo-assistida, e virtualmente em todos os pacientes
submetidos a toracotomia. Na tomografia computadorizada de
tórax, podem-se observar bolhas ipsilaterais na maioria dos
pacientes com pneumotórax espontâneo primário. A rotura
dessas bolhas subpleurais é o fator responsável por este tipo
de pneumotórax. Há ainda uma tendência familiar genética por
transmissão autossômica dominante.
O tabagismo aumenta muito os riscos de aparecimento
de pneumotórax espontâneo primário. Parece evidente que a
incidência de pneumotórax espontâneo primário é proporcional
ao grau de consumo de cigarro.
DIAGNÓSTICO: O diagnóstico do pneumotórax é baseado na
história e exame físico, e confirmado com a utilização de
métodos de imagem.
O pneumotórax espontâneo geralmente ocorre com o
paciente em repouso, raramente durante exercício. Dor
torácica e dispnéia são os sintomas mais freqüentes. A
dispnéia normalmente é proporcional ao tamanho e à
velocidade de acúmulo do pneumotorax e à reserva
cardiopulmonar do paciente. A dor torácica caracteriza-se por
ser aguda e ipsilateral. Ao exame físico, geralmente observa-
se redução do murmúrio vesicular e do frêmito tóraco-vocal,
diminuição local da expansibilidade torácica com aumento do
volume do hemitórax envolvido e timpanismo à percussão.
Não é rara a ocorrência simultânea de enfisema subcutâneo
e/ou pneumomediastino, dependendo da causa do
pneumotórax. Salientamos que, em muitas situações, os
achados clínicos não refletem o tamanho do pneumotórax.
A radiografia simples do tórax geralmente confirma o
diagnóstico através da presença de faixa de ar entre a parede
torácica e/ou diafragma e a pleura visceral. A radiografia com
incidência lateral é útil em algumas situações, podendo ser
complementada pela radiografia obtida durante expiração
forçada, que pode evidenciar pequenos volumes de ar no
espaço pleural, não visualizados na radiografia convencional.
A tomografia computadorizada de tórax pode ser útil em
situações clínicas especiais quando é necessária uma
avaliação mais cuidadosa da cavidade pleural, como nos
casos de enfisema de subcutâneo, ou em pacientes na
unidade de terapia intensiva, onde a radiografia realizada no
leito pode não demonstrar presença de ar na cavidade pleural
por septação ou por localização em posição anterior ao
pulmão.
Quando a pressão intrapleural do pneumotórax se eleva
para níveis acima da pressão atmosférica, o desvio de
mediastino contralateralmente pode causar pinçamento das
veias cavas e obstruir o retorno venoso ao coração, com
conseqüente diminuição importante do débito cardíaco. Neste
caso o paciente pode desenvolver dispnéia intensa e
instabilidade hemodinâmica grave. Esta condição constitui o
pneumotórax hipertensivo, uma verdadeira emergência médica
que necessita de intervenção rápida para aliviar a pressão
intrapleural (punção com agulha, por exemplo). É uma
entidade que deve ser reconhecida clinicamente, não se
permindo atrasos em decorrência da realização de exames
complementares.
ANEURISMAS E DISSECÇÃO DE AORTA
A perda da integridade da camada média pode ser
adquirida ou congênita. Todos os mecanismos que
enfraquecem esta camada aumentam o stresse parietal
induzindo a dilatação da aorta e formação de aneurisma
podendo resultar em hemorragia intramural, disseção ou
ruptura da aorta.
PERICARDITE:
Outro tipo
de estratificação de
risco hospitalar na
SCA é o escore de
TIMI risk. São 7
fatores de risco e a
pontuação é dada conforme o numero de fatores presentes.
A segundo a estratificação de risco da guideline AHA,
o paciente que chega ao hospital sem dor torácica (teve dor,
mas não no momento da asmissao) deve apenas tomar AAS e
ser observado ma sala de emergência ou numa “unidade de
dor torácica” enquanto permanece em repouso, repetindo-se o
ECG e coletando-se os marcadores de injuria miocárdica
(troponina, CPK-MB de massa), nos tempos 0 e 8H.
TERAPIA MEDICAMENTOSA
ANTIPLAQUETARIOS
ACIDO ACETILSALICILICO: Há evidencias de
redução do risco de IAM fatal e não fatal em 70%, na fase
aguda em 60% nos 3 primeiros meses, e em 50% nos
primeiros 2 anos. DOSE 150-200mg/dia. EFEITO: bloqueio
irreversível da COX, inibindo formação de tromboxano A2. O
tromboxano A2 é liberado pela plaqueta ativada e tem a
função de ativar novas plaquetas, para acelerar a agregação
plaquetária.
INDICAÇOES DE CORONARIOGRAFIA E
REVASCULARIZAÇÃO
ESTRATEGIA INVASIVA PRECOCE: pacientes com angina
instável de alto risco ou IAM sem supra de ST se beneficiam
de angioplastia precoce da artéria culpada (entre 4-48H do
inicio dos sintomas). Estes pacientes devem receber terapia
antitrombótica agressiva no pre e pos-angioplastia.
CONFIRMAÇÃO DIAGNOSTICA
ELETROCARDIOGRAMA: na apresentação, somente metade
dos pacientes apresentam alterações eletrocardiográficas
típicas. CRITERIO: supra de ST >1mm em 2 ou mais
derivações consecutivas que representam a mesma parede.
COMPLICAÇÕES
A mortalidade reduziu de cerca de 60% antes da
década de 60 até 6,5% após a era trombolítica. As principais
complicações serão enumeradas a seguir;
BRADIARRITMIAS NO IAM
A bradiarritmia sinusal é a mais frequente nas
primeiras 6h do IAM, especialmente no de parede inferior, por
oculsao da coronária direita ou circunflexa. A injuria ou a
distensão da parede inferior pode desencadear uma
hiperatividade Vagal, devido ao reflexo de bezold-Jarisch.
Podendo sofrer sincope vasovagal, levando a hipotensão,
bradicardia ou para sinusal transitória.
COMPLICAÇOES MECANICAS
ANEURISMA VENTRICULAR: fenômeno da expansão do
infarto, é uma consequência tardia e direta levando a
discinesia. Contribui significativamente para insulficiencia
ventricular esquerda, roubando o debito sistólico, contribui
para reentrada ventricular causando arritmias ventriculares
recorrentes e refratarias, culminando em FV e morte súbita.
Diagnostico deito pelo ecocardiograma. Tratamento é
feito com anticoagulação plena heparina + warfarina e
correção cirúrgica.
ACOMPANHAMENTO POS-IAM
Todos os pacientes devem ser acompanhados
ambulatorialmente, mantendo o uso das seguintes drogas para
redução do risco cardiovascular:
PACIENTES QUE EVOLUEM SEM COMPLICAÇÕES: pós-
IAM em KILLIP I, sem complicações isquêmicas ou arritmias,
apresentam mortalidade hospitalar < 3%, sendo considerados
de baixo risco. Devem permanecer pelo menos 3 dias na
unidade coronariana e ter alta hospitalar após 5-7dias, depois
do teste ergométrico com esforço submáximo.
TESTES PROVOCATIVOS DE ISQUEMIA: o teste de
escolha é o teste ergométrico. Outras opções é a realização
do teste ergométrico convencional no ambulatório após 15-21
dias, o paciente deve evitar esforço até a realização do teste.
A cintilografia e o ecocardiograma de estress podem ser
utilizados nos pacientes que não podem fazer teste
ergométrico por incapacidade de andar na esteira ou ECG
basal alterado.
RISCO PÓS-HOSPITALAR
Depende de 3 fatores:
● Função ventricular sistólica e sinais de insuficiência
cardíaca
● Isquemia residual
● Arritmogênese ventricular
INSULFICIÊNCIA CARDIACA
O paciente que apresenta IC em estagio avançado
possui uma sobrevida media comparável a um câncer
metastático, podendo, no entanto, ser prolongada por uma
correta e inteligente abordagem terapêutica.
Por trás da IC estão inúmeras entidades, entre elas a
hipertensão arterial sistêmica e a doença coronariana
aterosclerótica. Além de etiologias como o etilismo pesado,
disfunçoes valvares, infecções virais, diabetes, chagas, uso de
determinadas drogas e etc.
A sua prevalência vem aumentando nas ultimas
décadas, atingindo uma proporção de 2% da população geral.
FISIOPATOLOGIA
1- FUNÇÃO SISTOLICA E DIASTOLICA:
O coração é um órgão muscular encarregado de bombear
sangue, dependente da função dos ventrículos e em menor
grau dos átrios. Assim, como no funcionamento de uma
bomba hidráulica, denominamos de DIASTOLE a fase de
enchimento ventricular, e SISTOLE a fase de ejeção
ventricular.
INSULFICIENCIA
CARDIACA
CONGESTIVA:
provem da
fisiopatologia da
insuficiência cardíaca, ocasionando o fenômeno da congestão
venocapilar. Se o coração não bombeia o sangue
adequadamente, uma parte dele fica estagnada no leito
venoso e capilar.
O aumento resultante da pressão venocapilar provoca
distensão venosa e extravasamento de liquido para o
interstício, determinando um acumulo de fluido (edema).
4. MECANISMOS COMPENSATORIOS
Explica os fenômenos dos pacientes assintomáticos,
porem com cardiomegalia ou aumento dos diâmetros
ventriculares e redução da FE nos exames radiológicos.
LEI DE FRANK-STARLING: quanto maior o volume
diastólico final (VDF), maior será o debito sistólico e a fração
da ejeção. Um maior volume diastólico distende mais os
sarcomeros (unidades contrateis dos miocitos) aumentando a
interação entre os filamentos de actina e miosina, o ventrículo
se dilata, aumentando o VDF evitando a queda do DC.
Após um déficit de contratilidade do miocárdio, a
dilatação ventricular se instala progressivamente, levando a 2
mecanismo de dilatação ventricular na IC sistólica:
● Esvaziamento incompleto do ventrículo
● Hipervolemia decorrente da retenção de sódio e agua
pelos rins
Este segundo mecanismo, decorrente da ativação do
sistema SRAA (sistema renina-angiostensina-aldosterona),
ativado pelo baixo DC, aumentando a reabsorção hidrossalina
pelos túbulos renais.
6.PÓS-CARGA CARDIACA
Conceito que expressa a dificuldade imposta ao
esvaziamento ventricular sistólico. O aumento da pós-carga
reduz diretamente o debito sistólico e eleva o consumo
miocárdico de O2.
Tudo que dificulta a ejeção ventricular faz parte da
pós-carga. O tonus, vasoconstricção arteriolar sistêmica
aumenta a pós-carga, enquanto a vasodilatação reduz. O
aumento da impedância aórtica (calcificação da sua parede) e
a estenose aórtica são também fatores de aumento à pos-
carga.
LEI DE LAPLACE: podemos entende-la da seguinte forma:
um ventrículo que apresenta um diâmetro cavitario muito
grande e uma espessura de parede fina precisa fazer um
esforço muito maior para ejetar o sangue do que um ventrículo
de cavidade menor e espessura de parede maior. Precisa-se
fazer um esforço maior, é porque a sua carga é bem maior.
MANIFESTAÇOES CLINICAS
Em gral permanecem assintomáticos durantes vários
anos, devido aos mecanismos adaptativos. Após algum perido
de tempo variável e imprevisível podem surgir os primeiros
sintomas decorrentes do baixo DC ou síndrome congestiva.
SINDROME CONGESTIVA PULMONAR: o comprometimento
do VE leva a estagnação sanguínea, tornando os pulmões
congestos por acumulo de liquido intersticial ou intra-alveolar,
aumentando o trabalho respiratório e provocando a sensação
de dispneia (estimulo dos receptores J pulmonares). Como a
pressão de enchimento ventricular eleva-se aos esforços, o
sinal inicial é a dispneia aos esforços.
A congestão mais acentuada pode manifestar
dispneia ao decúbito (ORTOPNEIA). Devido a maior
mobilização do sangue da circulação esplâncnica e dos
membros inferiores (facilitação do retorno venoso),
sobrecarregando o ventrículo. A queixa do paciente é a
necessidade de alguns travesseiros para conseguir dormir
Quando o paciente acorda no meio da noite com
dispneia, que melhora na posição ortostática, denominamos a
dispneia paroxística noturna, relacionada a congestão grave.
Outro sintoma associado é a tosse noturna, devido a
congestão da mucosa brônquica, podendo inclusive
desencadear crises semelhantes ao broncoespasmo – a
“asma cardíaca”.
EXAME FISICO
PULSO ARTERIAL: nas primeiras fase é normal, em
fases mais avançadas; tornan-se finos por redução do DC
PULSO VENOSO E TURGENCIA JUGULAR:
turgência jugular patológica à 45° é um sinal fidedigno e
precose de IVD. Uma manobra importante é pesquisa do
refluxo hepato-jugular. Comprimisse o quadrante superior do
direito do abdomem e observa-se almento da altura do pulso
jugular acima de 1CM.
PRECORDIO: ictus difuso, palpável (mais que 2
polpas digitais), fraco, desviado para a esquerda lateral a
clavícula.
AUSCULTA CARDIACA: B1 hipofonetica
(hipocontratibilidade do VE), e B2 hiperfonetica (hipertensão
arterial pulmonar)
B3, bulha acessoria da IC, produzido pelo
desaceleramento do fluxo de sangue no final da fase de
enchimento rápido da diástole (audível nas sobrecargas de
volume, mesmo na ausência de IC).
B4, mais comum na doença isquêmica cardíaca e na
cardiopatia hipertensiva. Pode estar acompanhada de um
sopro sistólico, mitral, irradiado para axila, causado por
insuficiência mitral secundaria a dilatação do VE. A dilatação
do VD também pode causa sopro tricúspide por insuficiência,
aumentando à inspiração profunda (manobra de RIVERO-
CARVALHO).
EXAME RESPIRATORIO: estertoraçao, predominante
a direita, por congestão e edema de pulmão. Pode haver
sibilos.
Pode haver anassarca (falência biventricular) e
hepatopatia congestiva.
Respiração de CHEYNES-STOKES: períodos de
apneia alternando-se com períodos de hiperpneia, pode
apresentar-se em 30% fos pacientes. O tempo de circulação
pulmão-centro respiratório pode estar lentificado, atrasando o
reconhecimento das alterações da capnia (PCO2).
ETIOLOGIAS
A IC sistólica geralmente associa-se a causas de
cardiopatia dilatada (geralmente secundarias a HAS, lesões
isquêmicas, valvulopatias).
Já os exames
inespecíficos além de
sugerir diagnósticos,
indicam complicações (raios X, ECG, ecocardiograma).
PROGNOSTICO
COMPLICAÇOES
TROMOEMBOLISMO PULMONAR: a estase venosa favorece
a formação de trombo nas veias íleo-femorais.
CAUSA DE MORTE
50-60% dos pacientes com ICC, principalmente
sistólica, morrem pro fibrilação ventricular (morte arrítmica) ou
bradiarritmia/assistolia. A outa maior parte morre por falência
ventricular progressiva, evoluindo para choque cardiogênico
ou edema agudo refratário. Uma minoria pode morrer de
outras eventualidades, como TEP ou tromboembolia sistêmica,
sepse e etc.
OS SOPROS CARDÍACOS
A presença de sopros cardíacos, durante a ausculta,
pode indicar diferentes tipos de lesão oro-valvular (na
passagem da válvula).
Um indivíduo que apresente uma estenose aórtica, ou
seja, um “estreitamento arterial”, vai experimentar, a cada ciclo
cardíaco, um aumento na velocidade do fluxo sanguíneo, que
faz com que o sangue sofra um turbilhonamento, produzindo,
conseqüentemente um som audível, denominado sopro. O
problema está na abertura da válvula, com diminuição de sua
área de secção transversa. O sopro da estenose aórtica ocorre
na sístole ventricular, quando se abre a válvula aórtica, ou
seja, entre B1 e B2. Observa-se, portanto, que, na ocorrência
de estenose das válvulas semilunares, o sopro será
auscultado durante a sístole (B1-B2); no caso das válvulas
atrioventriculares, o sopro acontecerá na diástole (B2-B1).
A insuficiência valvular caracteriza-se como um
distúrbio no fechamento das válvulas, permitindo uma
regurgitação do sangue; esse refluxo é que caracteriza o
sopro, na ausculta. De forma oposta à estenose, a
insuficiência das válvulas aórtica e pulmonar pode ser
detectada durante a diástole, enquanto que a das válvulas
mitral e tricúspide ocorre na sístole.
TRATAMENTO
MEDIDAS GERAIS
Dieta: De fundamental importância para controle dos sintomas
da ICC; controle do consumo de sal (quanto maior o consumo,
maior o acumulo de liquido e a volemia). No entanto, consumo
muito baixo de sal em pacientes com diuréticos, podem baixar
excessivamente a volemia, precipitando sintomas de baixo
debito cardíaco.
RECOMENDAÇÃO: 4-6g/sal/dia.
A restrição liquida (1,5-2 litros/dia) esta indicada
apenas em pacientes com hiponatremia (<130meq/l) ou com
retenção liquida não responsiva ao uso de diuréticos.
Suplementos calóricos são indicados em casos de
caquexia cardíaca e IC avançada.
MP (MARCA-PASSO) NA IC SISTOLICA
O MP BIVENTRICULAR (RESSINCRONIZAÇÃO):
promove a resincronizaçao ventricular em pacientes com
disfunção do VE e bloqueio de ramo completo. Indicado para
pacientes sintomáticos, classe III e IV, com disfunção de VE
(fe<35%) e bloqueio de ramo completo (QRS> 120ms).
FIBRILAÇÃO ATRIAL
É a arritmia mais frequente na IC (10-30%), o agente
mais utilizado é a digoxina, porem não é a melhor droga. Os b-
bloq são as drogas mais eficazes, a associação digitálico + B-
bloque é mais eficaz que o uso de b-bloq isolado. Na contra-
indicaçao do b-bloq, deve-se usar AMIODARONA. A fc deve
ser mantida em repouso; 70-90bpm, e no exercício entre 110 a
130 bpm.
TRATAMENTO CIRURGICO
O tratamento pode ser voltado para a etiologia da
ICC, ex; angioplastia, trombolise, valvuloplastia e etc. O
transplante cardíaco é considerado a cirurgia curativa para a
insuficiência cardíaca crônica.