Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Dispneia – “termo usado para caracterizar uma experiência (localizados nos fusos musculares, órgãos
subjetiva de desconforto respiratório que consiste em sensações tendinosos e articulações).
qualitativamente distintas e de intensidade variável.” – a • Quimiorrecetores: podem ser (1) periféricos
dispneia é um sintoma e só pode ser percecionada pelo (corpo carotídeo e arco aórtico), respondendo a
próprio, devendo ser diferenciada dos sinais de aumento alterações da Pao2, acidose e hipercapnia aguda
do trabalho respiratório. (não são os principais responsáveis pela resposta
a hipercapnia ou a acidose, mas são os primeiros
Mecanismos da Dispneia
a responder); (2) Centrais (tronco cerebral),
Sensações respiratórias são geradas por interações entre respondendo a alterações do pH e da PaCO2
os estímulos motores eferentes que partem do cérebro (muitas vezes associados entre si) – estimulação
para os músculos respiratórios e os estímulos sensoriais destes recetores é responsável pela sensação de
aferentes desencadeados por recetores presentes no falta de ar.
corpo (feedback). Não ocorre por estimulação de uma só
Integração: discrepância entre estímulos enviados aos
terminação nervosa, mas sim por vários mecanismos que
músculos ventilatórios e o feedback gerado nos recetores
podem atuar em diferentes circunstâncias. Por exemplo,
acima referidos aumenta a intensidade da dispneia.
dispneia de origem cardiorrespiratória (muito comum) é
despoletada pelo esforço. Quando a dispneia não é Fatores emocionais ou afetivos na dispneia: estados de
agravada por este fator, tem uma etiologia diferente: medo e ansiedade podem agravar a dispneia por
estados de ansiedade, anemia, intoxicação por salicilatos, alterarem a interpretação de estímulos sensoriais ou
intoxicação por psico-estimulantes, acidose metabólica gerarem padrões respiratórios que acentuam
tóxica por metanol. anormalidades do sistema respiratório.
Eferentes motores: aumento da resistência e Interpretação do Sintoma:
diminuição da complacência do sistema respiratório estão
associados a acentuação do trabalho da respiração. Para Diferentes distúrbios levam a diferentes qualidades de
que este aumento ocorra, é necessário que exista dispneia, no entanto, esta é muito difícil de avaliar uma
sinalização por parte do córtex motor tanto para o córtex vez que, regra geral, coexistem vários mecanismos e
sensorial como para os músculos efetores da respiração. sensações no mesmo doente.
Pieira:
Ruido de alta definição produzido pela passagem de ar
turbulento por vias aéreas de calibre reduzido (obstrução
parcial). É quase sempre expiratório, mas pode aparecer
também na inspiração e surge na maior parte das vezes
como sintoma associado à dispneia (se não houver
dispneia associada, é necessário investigar o sintoma).
Pode não ser facilmente identificado pelo doente.
Risco: variáveis demográficas e estado de saúde que
poderão ajudar no enquadramento do sintoma: Causas: todas as causas que originam obstrução parcial
podem dar origem a pieira:
Variáveis demográficas:
• Broncoespasmo
• Criança: aspiração de corpos estranhos, vias • Edema da mucosa
aéreas de menor calibre, atopia mais prevalente,
• Perda de suporte elástico
anamnese pouco informativa;
• Tortuosidades (da via aérea)
• Idoso: comorbilidades múltiplas, percepção
• Obstrução do lúmen.
alterada, anamnese difícil, apresentação atípica,
alterações degenerativas (sistema respiratório, Caracterização do sintoma associado: cronologia,
neurológicas, musculoesqueléticas); circunstâncias, fatores de alívio, sintomas associados,
• Mulher: isquemia SILENCIOSA, risco.
anticoncecionais, insuficiência venosa,
sarcoidose; Exame Objetivo (Exame físico)
• Homem: eventos CV, maioria das doenças Com a exacerbação do sintoma, a especificidade do
respiratórias. exame diminui.
Estado de saúde: Sinais de gravidade:
Não há investigação protocolada para a dispneia. • Asma e DPOC: caracterizam-se por obstrução
do fluxo expiratório, que causa hiperinsuflação
Objetivos:
dinâmica dos pulmões e distensão da parede
• Confirmação/exclusão de hipóteses formuladas torácica, levando a aumento da resistência e da
(confirmação – exame específico; exclusão – retração elástica dos músculos respiratórios que
exame sensível); tem de fazer mais esforço para que a respiração
• Avaliação de estrutura; ocorra. Podem causar hipoxia e hipercapnia
secundárias a desproporção V/Q e à limitação da
• Avaliação de disfunção;
difusão no caso de enfisema.
• Conhecimento dos mecanismos de lesão.
• Broncoconstrição aguda: doentes costumam
Ter em conta: cronologia da doença (agudo ou crónico?), apresentar taquipneia, o que também leva a
risco de complicações, desconforto e custo para o hiperinsuflação e provoca redução da
doente. complacência do SR, resultando em limitação do
VC.
Diagnóstico
2. Doenças da Parede Torácica: distúrbios que
Raciocínio dedutivo vs raciocínio intuitivo: enrijecem a parede torácica ou enfraquecem os músculos
Raciocínio dedutivo: respiratórios associam-se a aumento de esforço
respiratório. Derrames pleurais também podem
• Agudo ou crónico; provocar dispneia por aumentarem o esforço respiratório
• Clínica discriminativa de aparelho, órgão ou e estimularem recetores pulmonares.
sistémica? → importância de sinais, sintomas e 3. Doenças do parênquima pulmonar: causadas
exames complementares. por infeção, exposição ocupacional ou distúrbio AI, estão
• Sexo e idade; associadas a diminuição da complacência do pulmão e
• Risco. consequente acentuação do esforço respiratório.
Desproporção V/Q e alteração da interface alvéolo-
Raciocínio intuitivo: pode garantir maior
capilar podem provocar hipoxemia → aumento do drive.
segurança em situação de emergência, mas não
Estimulação de recetores pulmonares → intensificação
contempla as causas raras e apresentações atípicas que
da hiperventilação.
podem estar na origem da doença. Remete àquelas que
são as patologias mais comummente associadas ao
sintoma: asma, IC, pneumonia, DPOC agudizada, TEP,
pneumotórax, crise falciforme, acidose metabólica,
anemia, ansiedade.
• Infeção
• Bronquiectasia
• Asma
• Bronquite crónica.
Estímulos: Infiltração e compressão:
• Inflamatórios • Sarcoidose
• Mecânicos (tumor, secreções, corpo estranho). • Tuberculose
• Inalação (irritante químicos ou mecânicos) • Neoplasia/adenomegalias
• Congestão/Edema • Aneurisma da aorta
• Alterações do volume pulmonar.
Doença parenquimatosa:
Relevância:
• Edema pulmonar
• Sintoma muito frequente, com manifestação • Pneumonia
crónica em 11-18% • Abcesso pulmonar
• sintoma de apresentação de várias doenças • Doença do interstício.
(neoplasias, asma, DPOC).
Outros: 3. Crónica:
• IECAs (provocam acumulação de bradicina, que Duração superior a 8 semanas. Pode ser causada por
sensibiliza os sensores da tosse). grande variedade de doenças cardiorrespiratórias,
incluindo aquelas de caráter infecioso, inflamatório,
O objetivo principal da investigação clínica é a neoplásico ou cardiovascular. Em doentes com RX
procura de respostas – tanto para encontrar a doença que normal, não fumadores e que não usem IECAs, as
causa o sintoma, como para informar e responder ao etiologias mais comuns (99,4%) são escorrência nasal
doente. O plano de investigação e tratamento deve posterior (muito comum nas crianças), asma e refluxo
procurar definir a etiologia, avaliar a gravidade do gastro-esofágico, sendo que raramente a tosse tem uma
sintoma e discutir opções terapêuticas com o doente. causa única.
Questões ao doente na procura da etiologia Causas de Tosse Crónica:
Cronologia/modificadores: 1. Asma (variante tossica)
• Há quanto tempo Caracteriza-se por ter a tosse como sintoma isolado, sem
• Inicio súbito? manifestação de pieira, dispneia, espirro ou opressão
• Durante longos períodos? torácica. É comum nas crianças.
• Depois de comer? Na procura de diagnóstico deve ter-se em conta:
• Agrava em alguma posição?
• O que a alivia? • História clínica:
Atopia;
Expetoração? quantificação e caracterização. História Familiar de asma;
Sintomas associados? caracteriza-los. Tosse agravada por exercício físico, frio, ar
seco, beta bloqueadores, fumos, fragrâncias.
Avaliação de risco para facilitar o enquadramento:
Predomínio matinal/noturno.
• Fuma? (o quê, há quanto tempo, quanto) • Provas de função respiratória:
• Qual a ocupação Normais
• Contacto com aves Síndrome obstrutivo reversível
• Contacto com tuberculose. Teste de provocação brônquica positivo
• Prova terapêutica: alívio da tosse apos uma
Apesar de a tosse estar frequentemente associada a outros
semana de tratamento com broncodilatador.
sintomas que facilitam a procura do diagnostico, por
vezes a tosse apresenta-se como sintoma dominante ou 2. Refluxo gastro-esofágico:
único da doença. Nestes casos, a duração da tosse é a pista
para descobrir a sua etiologia. • Mecanismos: refluxo de conteúdo gástrico ao nível
do esófago inferior pode desencadear tosse por meio
Duração: de vias reflexas iniciadas na mucosa gástrica. Ao nível
da faringe, o refluxo com aspiração de conteúdos
1. Aguda:
gástricos origina uma inflamação nos brônquios e por
Duração inferior a três semanas, mais comumente vezes nos pulmões, que pode levar a ocorrência de
associada a infeções do trato respiratório, aspiração ou tosse com duração de dias.
inalação de agentes nocivos ou de fumo. • Manifestações: pirose após refeições ou em repouso
2. Subaguda: (ardor retrosternal que piora em decúbito), sabor
ácido na boca, eructação frequente, rouquidão e dor
Duração entre 3 e 8 semanas. Trata-se frequentemente de garganta. Maior parte são assintomáticos.
de uma tosse pós-infeciosa, asmática ou associada a • Diagnostico (sinais): deteção de inflamação da glote
sinusite bacteriana. por laringoscopia, endoscopia e monitorização do
pH esofágico nas 24h após evento.
3. Escorrência Nasal Posterior: muito comum em
crianças. Expetoração
• Fisiopatologia: estimulação de recetores da mucosa Substância proveniente dos brônquios que é expelida
faríngea e laríngea. com a tosse. Quantidade normal: 75-100 ml, sendo que
• Etiologia: rinite (alérgica, perenal ou vasomotora), um aumento deste valor representa um indício de
faringite aguda, sinusite bacteriana. bronquite. ´
• Sintomas: rinorreia, sensação de escorrência Constituição:
faríngea, variação sazonal, cefaleias.
• Sinais: inflamação da mucosa, secreções • Restos celulares
nasofaríngeas e mucosa granular. • Microorganismos
• Muco
4. Insuficiência Cardíaca:
• Sangue
Insuficiência no coração esquerdo leva a um aumento da • Pus
pressão capilar pulmonar que, por sua vez, resulta em
edema intersticial e peribrônquico (responsável pela Caracterização:
pieira). Edema tem dois efeitos: Mucoide – translúcida e fluída
• Cor
1. Diminuição da distensibilidade do pulmão • Consistência Purulenta – amarela/verde e espessa
levando a redução da CPT. • Quantidade
2. Redução do caibre das vias aéreas que resulta no
• Nr de expetorações
aumento da sua resistência.
• Sangue (presença/ausência)
5. IECAs:
Inibição da enzima de conversão da angiotensina
inibição do metabolismo da bradicina acumulação de Tipo de expetoração:
bradicina e substância P sensibilização de fibras Mucoide Mucopurulenta Purulenta
somatossensitivas TOSSE. Asma; Infeção; Bronquiectasias;
Tumor; Tumor; Bronquite
No caso de um doente que se apresente com tosse TB; DPOC; crónica;
inexplicada e que esteja a fazer terapia com IECAs é DPOC; Bronquiectasias Pneumonia.
recomendável a suspensão da terapêutica. Se não ICC.
existirem melhorias ao fim de 1 mês, considera-se que
não será esse o diagnostico provável.
6. Bronquiectasias:
Outras: groselha (infeção por Klebsiella pneumoniae),
Dilatação permanente das vias respiratórias com perda da Ferrugenta (pneumonia pneumocócica), Rósea
integridade da mucosa, que poderá ocorrer devido a (pneumonia estreptocócica/estafilocócica), odor
processos inflamatórios/infeciosos. fétido (abcesso pulmonar).
• Nasofaringe (epistaxe)
• Vias aéreas inferiores
• Trato GI (hematémese - origem provável
quando tosse ocorre com vómito).
Fisiopatologia: • Bronquiectasias
Comunicação entre o lúmen vascular e o lúmen das Diagnostico: Anatómico (de onde vem a hemorragia)
vias aéreas. vs. Etiológico (definir o que está subjacente à
Repercussões clínicas dependem de: hemorragia)
Anatómico:
• Extensão
• Causa • Endobronquica (lesão nos brônquios):
• Comorbilidades o Bronquite crónica
• Reserva cardiopulmonar o Corpo estranho
o Broncolito
Tendo em conta a sua extensão, pode ser classificada em: o Massa endobrônquica (tumor carcinoide)
Hemoptise Hemoptise Inundação Hemorragia • Circulação pulmonar:
crónica aguda alveolar capilar o TB cavitária
moderada moderada pulmonar o Malformações AV
Anemia Obstrução; Hipoxemia; ARDS-like; o Abcesso pulmonar
Tosse, Tosse, Hipoxemia; o Broncolito
dispneia, dispneia, Falência o Massa/neoplasia periférica
pieira. pieira respiratória o Radioterapia
o Iatrogénica
Classificação: • Circulação Brônquica:
o Bronquiectasias (devido a inflamação crónica e
• Expetoração hemóptica/hemoptise de pequeno a anormalidades anatómicas que aproximam
volume: pequena quantidade de sangue na ainda mais as artérias brônquicas da superfície
expetoração – pode significar doença grave. da mucosa).
• Hemoptise massiva – > 200-600 Ml/24h, o Bronquite crónica
representa risco de vida, devido a aspiração, asfixia o TB (se a infeção resultar em erosão, a
ou choque (por perda de sangue) probabilidade de hemoptise é maior devido à
o Muito rara – apenas 5% dos casos, mas com erosão dos vasos).
mortalidade de 60 a 70%. o Micetoma
o Hipertensão pulmonar venosa
Etiologia: A mais comum é infeção das vias aéreas de o Carcinoma brônquico
médio calibre - 90% deve-se a hemorragia de artérias • Capilar Difusa:
brônquicas, que é aquela que provoca hemoptise mais o Hemorragia alveolar difusa - de causa
significativa devido à proximidade anatómica com os
inflamatória ou não inflamatória. Inflamatória
brônquios. Para além disso, o facto de o sangramento está relacionada com vasculites/capilarites,
surgir de artérias que estão sob pressão sistémica e não não inflamatória ocorre por irritação alveolar
sob baixa pressão pulmonar (como os capilares
(devido a inalação de tóxicos, por exemplo).
alveolares), faz com que o sangramento seja de maior
o Lesão alveolar difusa
volume.
o Hemorragia alveolar idiopática
Causas mais frequentes de hemoptise ligeira a moderada: o Vasculites sistémicas
o Capilarites.
• Bronquite (aguda ou agravamento de crónica)
• Bronquiectasias
• Carcinoma brônquico
Causas mais frequentes de hemoptise moderada a grave
(hemoptise massiva):
Pleura parietal e diafragmática – inervadas pelos • Dor, por vezes de carater pleurítico (90%);
nervos intercostais, que causam dor na parede torácica • Dispneia. Nota: por vezes surge como mecanismo de
adjacente quando estimulados. proteção contra a dor. Ou seja, uma vez que a respiração
agrava a sensação de dor, o doente limita os movimentos
Região central do diafragma – inervada pelo nervo
respiratórios inconscientemente, ficando com sensação de
frénico, provoca dor referida ao ombro ipsilateral
falta de ar quando, na verdade, não se trata de verdadeira
quando estimulado.
dispneia.
Classificação quanto à extensão:
• Timpanimo à percussão;
• Diminuição/ausência de sons respiratórios.
4. Dor Músculo-esquelética:
Maior parte das doenças que a provocam são benignas.
Destaca-se o Tumor de Pancoast (neoplasia do ápice
pulmonar) que, devido ao seu crescimento, invade e
comprime estruturas ósseas e nervosas da região cervical,
provocando dor de carater constante que se localiza no
ombro ou no bordo interno da omoplata. Casos mais
graves podem originar síndrome de Horner que cursa
com miose, anidrose e ptose.
5. Dor Traqueobrônquica:
• Retroesternal
• Agrava com respiração e tosse (fluxos de ar mais
intensos provocam dor devido à presença de
inflamação)
• De caráter mal definido.
6. Pneumomediastino:
Surge quase sempre como complicação de pneumotórax.
Dor:
• Retroesternal
• Irradiação Cervical
Sinal de Hamman – som estridente que ocorre devido ao
contacto do coração com o ar presente no mediastino
durante o batimento cardíaco e que, por isso, se encontra
sincronizado com este. (patognomónico)
Enfisema subcutâneo.
Cianose
Cor azulada da pele e mucosas devido a aumento da Cianose Periférica:
quantidade de hemoglobina (desoxihemoglobina tem
tonalidade mais azulada) ou presença de derivados da • Extremidades e face externa dos lábios.
hemoglobina nos pequenos vasos. Pode ser um sinal ou • Deve-se a extração anormalmente elevada de O2 a
um sintoma. partir do sangue arterial com saturação normal,
diminuição do fluxo sanguíneo na periferia e
Grau de cianose é modificado por fatores como a cor e vasoconstrição.
espessura da pele e o estado dos capilares cutâneos. O
• Ocorre em situação de débito cardíaco
aumento da quantidade de hemoglobina reduzida pode
diminuído/choque (vasoconstrição para desviar o
ser provocado por um aumento da quantidade de sangue
sangue das extremidades para locais vitais),
venoso ou por uma diminuição da SaO2 no sangue
exposição ao frio, insuficiência congestiva, doença
capilar. É a quantidade absoluta, e não relativa, de
vascular periférica (por exemplo, obstrução por
hemoglobina reduzida que é importante na produção de
embolo nas artérias ou nas veias).
cianose – numa anemia, em que a quantidade total de
hemoglobina é acentuadamente baixa, a quantidade Nota: em situações como o choque cardiogénico com
absoluta de hemoglobina reduzida pode ser também edema pulmonar, pode haver mistura dos dois tipos.
baixa e o doente não apresentar cianose. Por outro lado,
Questões ao doente:
quando maior for a quantidade de hemoglobina total,
maior a tendência à cianose, por isso doentes com • Onde sente dor?
policetemia tendem a manifestar cianose em níveis mais • Há quanto tempo reparou na alteração de cor da
elevados e SaO2 do que um individuo com níveis pele?
normais.
• Tem conhecimento de sofrer de doença pulmonar?
Classificação: • Tem conhecimento de sofrer de doença do sangue?
Cianose Central • Em que situação é que a pele e a boca ficam mais
roxas?
• Ocorre na mucosa oral e nos lábios. • Sente dificuldade a respirar, cansaço, tosse ou
• Caracteriza-se por SaO2 reduzida (detetada com hemorragia?
segurança quando a SaO2 cai abaixo de 85%, em • Em que trabalha e com que materiais?
alguns casos apenas a partir de 75%) ou por presença • Mais alguém na família com este problema?
de derivado anormal na hemoglobina.
Tem várias causas:
• Acorda cansado
• Sente-se cansado durante o dia
• Cefaleia matinal
• Adormece facilmente durante o dia.
Polissonografia indicada se mais de 3 parametros forem
Suspeita de causa respiratória para as alterações:
positivos.
• Roncopatia (som produzido por vias aéreas
estreitadas durante o sono, pela posição e pela perda
de tónus muscular da região posterior da faringe que
acaba por colapsar e diminui de forma significativa o
fluxo de ar pelas vias aéreas superiores)
• Apneias
• Despertares
• HTA
Epworth Sleepiness Scale: mede a probabilidade de
um doente sentir sonolência ou adormecer em diferentes
situações do dia a dia. Maior pontuação significa maior
sonolência diurna e maior probabilidade de alteração do
sono. Não é específico para apneia.
Sintomas ORL
Podem manifestar-se por tosse ou dispneia.
1. Ouvidos:
A Marcha Atópica:
Manifestações Cardiovasculares:
• Cor pulmonale – aumento da pressão arterial
pulmonar devido a insuficiência cardíaca esquerda.
As primeiras manifestações de alergia são cutâneas, • Síndrome da Veia Cava Superior – também se
seguindo-se manifestações gastrointestinais (alergia traduz por aumento da pressão arterial, mas não é
alimentar), brônquicas (como é o caso da asma) e ORL tão evidente como o anterior. Deve-se a compressão
(como é o caso da rinite). As alergias são particularmente da VCS, de origem quase sempre neoplásica ou
graves em crianças, sendo que num quadro de alergia devido a presença de trombo. A obstrução leva a
alimentar concomitante com asma, a probabilidade de acumulação de sangue em veias colaterais do tórax.
crise anafilática é maior.
Sintomas Sistémicos:
Região do Corpo
Sintoma
Afetada Febre – sintoma altamente inespecífico, o que aumenta
Olhos Vermelhidão, inchaço, a importância dos sintomas associados:
comichão, lacrimejar.
Nariz Rinorreia, prurido, • Cardiocirculatórios – sensação de frio (devido a
congestão vasoconstrição) que se inicia na periferia, tontura
Boca Prurido, inchaço dos lábios e (devido a hipotensão), palpitações.
da língua • Respiratórios – dispneia (nomeadamente polipneia –
Garganta Aperto, disfonia ou disfagia respiração profunda e frequente).
Pulmão Dispneia, tosse, pieira
• Digestivos: Anorexia, polidipsia
Pele Rash, inchaço
Estomago Náusea, vómitos • Neuro psíquicos: arrepios, fadiga, adinamia, cefaleia,
delírio, convulsão.
Comportamento de doença: letargia, fadiga, sonolência,
distúrbios de humor, desleixo, anorexia, hiperalgesia,
incapacidade de concentração.
Hipersudorese (predomínio noturno pode sinalizar TB
ou doença linfoproliferativa.
Perda ponderal involuntária - > 5% em 6-12
meses.
SIRS
Resposta do nosso organismo a diversos estímulos, não
necessariamente de carater infecioso. Como os seus
sintomas são muito inespecíficos, é necessário fazer uma
interpretação cautelosa de forma a identificar a sua
presença, uma vez que no limite pode representar risco
de morte.
Sepsis é diferente de SIRS, por se tratar de uma doença
sistémica (disseminada através do sangue) de origem
infeciosa.
Inspeção:
• Morfologia estática
• Pele
• Esforço respiratório
• Frequência
• Padrão
• Expansão
• Ruído.
• Na percussão posterior:
o Hiperressonância deve-se ao aumento da
quantidade de ar no interior da víscera, sendo
mais marcada no pneumotórax do que no
enfisema. Pode ser ouvida também devido a Reparar no valor diagnostico, sobretudo na doença
hiperinsuflação dos pulmões em doença obstrutiva. Se aguda – permite, com pouco tempo, averiguar presença
for unilateral é mais indicativa de pneumotórax. de sons adventícios que auxiliam no diagnostico de
o Som maciço de um grande derrame pleural pode doença obstrutiva ou restritiva.
aproximar-se do pétreo.
Dificuldades da auscultação: sobreposição de sons
o Excursão diafragmática: comparar o ponto onde
(frequências baixas), grande variabilidade
começa o som maciço (que se deve à presença de
interobservador (diminui o valor da prática), tempo
estruturas sólidas abaixo do diafragma) em
escasso, ruido, falta de privacidade, imobilidade, falta
inspiração e em expiração. Macicez diafragmática é
de colaboração.
mais baixa (maior excursão) em doentes com DPOC
(uma vez que a hiperinsuflação desloca o bordo Preparação:
superior do fígado para baixo) e mais alta em derrames
pleurais e atelectasias/paralisia do nervo frénico Aspetos técnicos:
(diafragma em posição mais alta, menor excursão).
• Doente sentado a abraçar os próprios joelhos –
• Na percussão anterior: omoplatas em abdução.
o Numa pneumonia do lobo médio, macicez geralmente • Respiração oral - maior velocidade de fluxo
encontra-se abaixo da mama direita. aumenta ligeiramente a intensidade do som,
o Relembrar que o coração provoca macicez na permitindo ouvi-lo melhor.
percussão anterior, à esquerda do esterno. Do 3º • Profundidade normal: movimento mais profundo se
ao 5º espaço intercostal. for necessário intensificar algum som – atenção para
não confundir com som adventício.
Auscultação: • Usar o diafragma uma vez que os sons pulmonares
são mais agudos. Não pressionar.
Objetivos:
• Não auscultar sobre a roupa (atenua sons e cria
• Auscultação dos sons provocados pela respiração – artefactos).
perceber presença dos sons normais e avaliar as suas
características.
• Procurar ruídos adventícios.
• Auscultação da voz (apenas se houver alterações que
o justifiquem).
Focos e sequência:
Sons anormais:
Os sibilos são sons musicais de alta frequência com
• Som em localização inesperada (por ex, som origem na vibração das paredes de vias aéreas de calibre
brônquico na face posterior das bases). reduzido. As características dependem da elasticidade da
• Ressonância vocal – corresponde ao som da voz na parede e da velocidade do fluxo – áreas diferentes
parede do tórax. Num pulmão normal, as ventilam e conduzem o ar de forma diferente, o que
frequências mais altas são filtradas. No entanto, provoca variações nas características do som.
patologias que provoquem consolidação pulmonar
(presença de líquido na pneumonia, por exemplo) Duração mais prolongada + timbre mais alto →
podem levar a situações em que frequências mais obstrução agravada.
altas são ouvidas através da auscultação: broncofonia Tratamento da Broncoconstrição leva a aumento do
(voz mais alta), pectoriloquia áfona (as palavras são fluxo de ar, tornando os sibilos mais graves (em termos
percetíveis), egofonia (som AH quando doente de timbre).
emite som EE).
Significado:
Alguns doentes com quadro de DP apresentam diminuição do
frémito com ressonância vocal anormal associados a diminuição • Podem ser elicitados em expiração forçada
da intensidade dos sons respiratórios devido a aumento da • 2,8x probabilidade de DPOC
distância entre o pulmão e a parede. • 6x probabilidade de asma
2. Alteração da duração: • 0,4x probabilidade de TEP
I/E baixo – aumento do tempo expiratório que indica Causas (todas as doenças que possam diminuir o calibre
aumento da resistência ao fluxo de ar (obstrução). das vias aéreas de pequeno/médio calibre):
• Pneumonia
• Bronquite crónica
• Traqueobronquite (viral ou bacteriana)
Protoinspiratórias:
• Crise asmática
• Bronquiectasias (roncos crónicos) • Atelectasia basal
• DPOC (roncos crónicos) • Bronquite crónica
Estridor: sibilo inspiratório focal de alta frequência e • Asma
timbre musical e constante, auscultado geralmente na • Enfisema
região cervical. É patognomónico de estenose da via Meso/teleinspiratórias:
aérea superior e surge tardiamente (calibre < 5 mm),
podendo preceder a obstrução total com falência • Bronquiectasias
respiratória. • Edema pulmonar (mais evidente nas bases)
• Doença parenquimatosa (Asbestose, fibrose
pulmonar, sarcoidose)
Localização:
Squawk
Traqueia Linha média
• Teleinspiratório Percussão Ressonante (com
• Musical possibilidade de
diminuição por aumento
Significado: do conteúdo líquido).
Sons Respiratórios MV, broncovesiculares
• Fibrose (se associada a crepitação) (podem estar
• Pneumonia ligeiramente
• Bronquiectasias. aumentados)
Frémito Normal
Atrito pleural (pouco frequente): Ruídos Adventícios Creps teleinspiratórias
nas zonas dependentes,
• Inspiratório e expiratório. sibilos
• Síncrono com respiração
• Intenso
Derrame Pleural:
• Ranger.
• Acumulação de
Padrões: fluido na cavidade
pleural.
Normal:
• Árvore
traqueobrônquica e
alvéolos – sem conteúdo.
• Pleura – sem
alterações. Traqueia Desviada para o lado
oposto
• Mobilidade da parede
Percussão Maciço a duro
torácica – normal.
Sons Respiratórios Diminuídos/ausentes;
pode ocorrer sopro tubar
no limite sup do derrame
Traqueia Linha média Frémito Diminuído/ausente, mas
Percussão Ressonante aumentado no limite sup
Sons Respiratórios MV, broncovesicular do derrame
Frémito Normal Ruídos Adventícios Não; pode ocorrer atrito
Ruídos Adventícios Não apresenta pleural se o derrame for
pequeno.
Consolidação: Traqueia Desvio ipsilateral
Percussão Ressonante (macicez?)
• Preenchimento Sons Respiratórios Diminuídos/ausentes –
alveolar (líquido, sempre
células) – Frémito Diminuído/ausente
pneumonia, edema, Ruídos Adventicios Não
hemorragias.
Notas importantes:
Pneumotórax:
• Ar no espaço pleural.
Atelectasia:
• Colapso
pulmonar/obstrução
brônquica.
DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS
A maioria das doenças do sistema respiratório pode ser o Bronquite crónica e Bronquiolite –
dividida em uma de três categorias: espessamento da mucosa e secreções espessas.
• Bronquiectasias – secreções espessas,
1. doenças pulmonares obstrutivas: são as mais
broncoconstrição, inflamação, fibrose e edema da
comuns e incluem distúrbios como a asma e a DPOC,
mucosa.
bronquiectasias e bronquiolite.
2. distúrbios restritivos: incluem doenças do Volumes pulmonares e índices respiratórios na
parênquima pulmonar, anormalidades da parede torácica doença obstrutiva:
e da pleura e doenças neuromusculares.
3. Distúrbios vasculares incluem embolia pulmonar,
hipertensão pulmonar e doença venosa-oclusiva Parâmetros a
pulmonar. avaliar:
• FVC
• FEV1/FVC
(normal =
75-85%)
• Pulmonares:
o Fibrose Trabalho e Frequência Respiratória:
o ICC Componentes do trabalho respiratório:
o Resseção cirúrgica
o Atelectasia • Retração elástica – minimizada por respirações
• Doença neuromuscular: frequentes, superficiais (taquipneia)
o ELA • Resistência das vias aéreas – minimizada por menos
o Traumatismo vertebromedular respirações com volumes maiores (mais profundas)
• Intratorácicas extrapulmonares:
o Cardiomegalia
o Paquipleurite
o Derrame pleural
o Tumor
• Alteração da parede do tórax:
o Cifoescoliose
o Obesidade
Volumes pulmonares e índices respiratórios na
doença restritiva:
FVC → diminuída
Insuficiência Respiratória
A Insuficiência Respiratória ocorre quando as trocas TROCAS COMPROMETIDAS
gasosas são inadequadas, resultando em hipoxia. Define- Se existir uma oxigenação insuficiente do sangue arterial, na
se como PaO2< 60 mmHg. gasometria de sangue arterial (GSA) observa-se:
• PaO2 < 60 mmHg ou 8kPa – INSUFICIÊNCIA
RESPIRATÓRIA HIPOXÉMICA (TIPO I)
CONCEITOS
O sistema respiratório, em conjunto com o Se existir uma remoção insuficiente do CO2 do sangue venoso,
cardiovascular, o sangue o metabolismo celular, são na GSA observa-se:
responsáveis pela manutenção do pH normal no sangue
• PaCO2 > 45 mmHg – INSUFICIÊNCIA
arterial e pelo fornecimento adequado de O2 aos tecidos,
RESPIRATÓRIA HIPERCÁPNICA (TIPO II)
mantendo desta forma:
• Função celular normal Se existirem as 2 alterações teremos uma
• Homeostasia do organismo INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA COMBINADA.
• Produção mitocondrial de energia
A interpretação dos dados laboratoriais deve ser sempre
Parâmetros da função respiratória enquadrada na informação clínica e nos dados do exame objetivo
PaO2 – pressão de O2 em solução no sangue arterial
SaO2 – saturação da hemoglobina no sangue arterial
Conteúdo de O2 no sangue arterial (CaO2)
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA TIPO I
• Compromisso das trocas gasosas
• Redução da transferência de O2 da atmosfera para o
sangue arterial
Pneumonia
• É principalmente provocada Atelectasias
CaO2 pode permanecer adequado perante por alterações do mismatch Doença Intersticial
hipoxemia moderada EAP cardiogénico
ventilação/perfusão ALI/ARDS
2.Shunt
Local: pulmonar/extrapulmonar
Causa possível: Pneumonia, Shunt intracardíaco
• não há oxigenação do sangue venoso sistémico
• não corrige com oxigenoterapia
Peribrônquico (aumento
da resistência)
Aumento do peso
pulmonar: diminuição
da compliance -
Alveolar (aumento da dificuldade respiratória
tensão superficial e
compromisso das trocas Cardiogénico – distensão dos vasos por aumento da
gasosas)
pressão hidrostática que leva a transudação.
Não cardiogénico – aumento de permeabilidade a
Diferentes fases do edema têm manifestações diferentes, proteínas e fluido.
podendo coexistir em áreas diferentes do pulmão, sendo
que aquelas onde ocorre edema intersticial serão
caracterizadas por crepitações e sibilos.
1. Intersticial:
• Ocorre quase sempre antes do edema alveolar;
• Escassa repercussão funcional;
Edema Hidrostático (“Cardiogénico”, “Alta o Aspiração de conteúdo gástrico
pressão”) o Pré-afogamento
• Aumento da pressão capilar hidrostática (eg. ICC) ou o Inalação de fumos/toxinas
diminuição da pressão oncótica (eg. Síndrome • Indireta quando ocorre na vertente endotelial
nefrótica ou cirrose hepática) determina transudação (manifestação sistémica de agressão):
para o interstício e para os alvéolos de um líquido o Sépsis
com baixo teor proteico e celular. o Politrauma
o Grandes queimados
Quase sempre tem origem em insuficiência cardíaca o Politransfusão
crónica: a falência ventricular esquerda provoca um o Pancreatite.
aumento da pressão nos capilares venosos pulmonares → Fatores circulantes podem agir diretamente sobre o
engurgitamento microvascular → transudação. endotélio ou podem afetá-lo via mediadores
O fluxo linfático encontra-se aumentado, de forma a imunológicos:
compensar a transudação. Quando esta supera a • Mediadores inflamatórios circulantes: que provocam
capacidade de clearance do sistema linfático, edema inflamação vascular e ativação do complemento e
alveolar perpetua-se, originando hipoxemia. cascata da coagulação;
• Mediadores vasoativos endoteliais que provocam
Manifestações clínicas: alterações de tónus, perda da vasoconstrição
• Inicialmente: hipóxica (com consequente perfusão de áreas não
o Dispneia (primeiro em esforço, evoluindo para ventiladas, o que agrava a hipoxemia),
repouso) microtrombose.
o Tosse não produtiva
• Com agravamento (edema alveolar) ALI (lesão pulmonar aguda) – exemplo
o Sintomas/sinais: DPN/ortopneia, expetoração, mais característico de edema pulmonar por aumento da
cianose associada a hipoxemia (na fase de permeabilidade. É uma doença pulmonar caracterizada
inundação alveolar, devido a diminuição da por uma maior sensibilidade para certos fatores que
compliance); causam aumento da permeabilidade da membrana,
o Rx: aumento do calibre dos vasos no lobo levando a exsudação dos capilares para os alvéolos e
superior (cefalização), acumulação de liquido no formação de edema. Várias doenças estão associadas ao
espaço peribrônquico, linhas B de Kerley e desenvolvimento de ALI mas a maioria é causada por
opacidades em vidro fosco (no edema alveolar) sépsis grave, pneumonia bacteriana, traumatismo,
o Auscultação: roncos e sibilos, crepitações transfusões, aspiração de conteúdo gástrico e overdose
inspiratórias bilaterais (nas bases). medicamentosa.
Há determinados critérios necessários para diagnóstico
Edema Inflamatório: de ALI:
• Hipoxemia severa (de novo ou agravada):
Agressões à membrana respiratória vão desencadear um PaO2/FiO2 < 300;
processo inflamatório que, por sua vez, provoca aumento • Infiltrados pulmonares bilaterais difusos
da permeabilidade tanto para líquido como para • Pressão da aurícula esquerda normal
proteínas, formando-se um exsudado proteináceo que
passa dos capilares para o espaço intersticial/alveolar, Critérios foram alvo de várias críticas:
mesmo que a pressão hidrostática seja normal. Lesão
• Definição de “agudo”
membranar pode ser:
• Ventilação mecânica é grande determinante da
• Direta quando ocorre na vertente epitelial (70-
PaO2/FiO2 (e muitos destes doentes necessitam de
80%):
ventilação mecânica e por isso não se sabe até que
o Pneumonia (principal causa)
ponto o rácio representa um valor real).
o Contusão pulmonar
• Interpretação radiográfica falível, uma vez que as 1. Fase exsudativa é caracterizada por:
estruturas torácicas e pulmonares são diferentes de • Lesão epitelial e endotelial → Edema proteináceo
individuo para individuo. (predomínio nos campos inferiores):
o Intersticial e alveolar
Síndrome da Dificuldade Respiratória o Áreas de atelectasia
Aguda (ARDS) • Concentração de citocinas e mediadores lipídicos →
recrutamento de leucócitos (neutrófilos) para o
Corresponde a um agravamento da ALI, caracterizado interstício pulmonar.
por PaO2/FiO2 < 200 e que se manifesta por dispneia Nesta fase inicia-se:
intensa de instalação rápida, hipoxemia e infiltrados • Destruição dos pneumócitos I e formação de
pulmonares difusos que culminam em insuficiência membranas hialinas que revestem a membrana basal
respiratória. e são constituídas por:
• Processo agudo instalado até 7 dias depois o Proteínas plasmáticas
de: o Resíduos celulares
o Evento precipitante conhecido; o Surfactante desnaturado.
o Instalação/agravamento de sintomas. • Lesão Vascular:
• Infiltrados pulmonares: o Microtrombos
o Não atribuíveis a derrame, colapso ou nódulos; o Proliferação fibrocelular.
o Identificados em RX ou TAC. Aumento do trabalho respiratório devido ao aumento
• Exclusão de causa cardiogénica: do peso dos pulmões → dispneia;
o Na ausência de fatores de risco, requer Shunting que ocorre em áreas onde os alvéolos estão
demonstração objetiva da ausência de sobrecarga preenchidos/atelectásicos → hipoxemia
de volume (e.g. ecocardiografia) Aumento do espaço morto devido a microtrombos →
hipercápnia
Gravidade da ARDS define-se pela insuficiência
respiratória, ou seja, pela fração PaO2/FiO2:
2. Proliferativa:
• 300 – 200: Ligeira
• Se a causa de edema for controlada, a maioria dos
• 200 – 100: Moderada
doentes melhora. No entanto, muitos mantem
• <100: Grave disfunção significativa (dispneia, taquipneia,
Manifestações clínicas: hipoxemia)
• Inicialmente: dispneia e taquipneia (trabalho • Alguns desenvolvem lesão pulmonar progressiva →
respiratório aumentado) inicia-se processo fibrosante.
• Pode evoluir para: hipoxemia (devido a diminuição Histologia da regeneração pulmonar (sem fibrose):
progressiva da complacência e criação de áreas de • Exsudados alveolares organizados
shunt) e hipercapnia.
• Mudança de predomínio neutrofílico para linfocítico
• Rx: opacidades alveolares ou branquamento do
• Proliferação de pneumócitos tipo ll que secretam
pulmão.
surfactante e se diferenciam em pneumócitos tipo l
(regeneração da membrana alveolar).
Evolução clínica e Fisiopatologia: caracteriza-se
por três fases, cada uma com manifestações clinicas e 3. Fibrótica: muitos doentes recuperam após a fase
patológicas próprias. proliferativa sem passarem pela fase fibrótica!
• Fibrose extensa (ductal alveolar e intersticial) →
Fibrótica baixa compliance (sem recuperação do estado basal,
Exsudativa Proliferativa (a partir dos 21 muitos exigem ventilação mecânica)
(0 - 7 dias) (7 - 21 dias)
dias)
• Disrupção arquitetural: bolhas enfisematosas com
criação de grande espaço morto alveolar e aumento
do risco de pneumotórax.
• Proliferação fibroblástica microcirculatória:
hipertensão pulmonar → cor pulmonale (perda de
unidade microcirculatórias pulmonares que resulta
em insuficiência cardíaca direita).
Diagnóstico:
Anamnese:
• Dispneia
o Geralmente tardia (derrame de grande volume)
o Pode ser mais precoce: a dor pleurítica, que
agrava na inspiração, pode levar o doente a limitar
este movimento, obrigando-o a aumentar a
frequência respiratória e, consequentemente, o
trabalho respiratório → dispneia.
• Dor torácica
o Pleuritica – não depende do volume, sendo algo
expressiva numa fase inicial, mas perdendo
Classificação: feita com base no volume e na intensidade à medida que se acumula líquido no
espaço pleural, diminuindo o atrito.
etiopatogenia:
o Peso – surge apenas em derrames de médio ou
grande volume.
• Tosse seca: por tração da árvore brônquica devido a • Causa não é obvia
presença de atelectasia (ocorre em todos os • Pneumonia e/ou febre (prioridade é descobrir o foco
derrames, em grau variável). da infeção, averiguando para presença de empiema)
• Compromisso respiratório severo
Exame Objetivo: • Má resposta a diurético.
Inspeção:
• Desvio contralateral da traqueia em derrames Complicação principal – pneumotórax. Outra possível
massivos consequência é o edema de expansão – extração muito
Palpação: volumosa e rápida de liquido pode diminuir a pressão no
hemitorax ao ponto de determinar entrada de fluido nos
• Diminuição do frémito vocal (vibração diminuída
pulmões, comprometendo trocas gasosas.
por interposição de outras estruturas);
Percusssão:
Exsudado: definido pela presença de pelo menos um
• Submacicez dos Critérios de Light, que fazem comparação entre
Auscultação: concentrações de proteína e DHL no sangue e no líquido
• Diminuição dos sons respiratórios. pleural – quanto mais próximas do sangue, maior a
• Atrito pleural (ocasionalmente) – enquanto o probabilidade de ser um exsudado:
volume de derrame é menor.
Estudo Complementar:
Confirmação e caracterização: imagiologia
• Radiografia (massivos (quando não se observa
desvio contralateral num derrame massivo, é
sinal de presença de atelectasia, que repuxa a
traqueia, “equilibrando” a sua posição).
• TAC (observação de locas ou empiemas)
• Ecografia (avaliação da homogeneidade do
líquido e guia da toracocentese).
Hemotórax:
Líquido pleural sanguinolento é indicativo para medição
do hematócrito:
• Hematócrito > 50%: hemotórax é diferente de
derrame pleural serohemático, no qual o
PNEUMOTÓRAX: Epidemiologia:
Presença de ar no espaço pleural.
• Incidência: 7,4 – 37/100000, mais comum nos
homens do que nas mulheres.
Classificação: • Tipicamente no inicio da 3ª década (raro a partir dos
• Espontâneo (que ocorre sem história de 40 anos)
traumatismo torácico) vs. Traumático • Tabagismo: principal fator de risco (presente em
(traumatismos contusos ou perfurantes) 90% dos casos de PT)
• Espontâneo Primário (não está associado a • Recorrência em 50% dos casos de pneumotórax
qualquer doença pulmonar coexistente) vs. espontâneo, a maior parte no 1º ano.
COLAPSO PULMONAR:
Compromisso severo da função pulmonar: tórax
dismórfico e rígido incapaz de facilitar expansão Exsuflação do pulmão que pode resultar de vários
pulmonar. fenómenos – Atelectasia.
Fisiopatologia:
• Contração
• Obstrutiva
• Compressão
• Adesiva
1. Contração:
Espondilite Anquilosante:
Doença inflamatória crónica que provoca rigidez
extrema nas articulações devido a calcificação de
ligamentos. A diminuição da flexibilidade da coluna
provoca uma diminuição da elasticidade do tórax que se
traduz em redução da função respiratória. Tem uma
evolução rápida entre os 18 e os 40 anos. Pulmões muito rígidos – no processo de ventilação não
conseguem insuflar completamente, levando a défice de
Características: arejamento pulmonar (hipoventilação).
• Em rx: coluna de bambu
• Teste de schober negativo.
2. Compressão: Obstáculo endobrônquico leva a acumulação de ar no
interior dos alvéolos, que é então reabsorvido. Devido a
obstrução, este ar não pode ser renovado e, por isso, os
alvéolos colapsam.
Situações que a propiciam:
Diagnóstico:
Geralmente provocada por fenómenos como Sintomas:
pneumotórax ou derrame pleural, que ditam aumento da
pressão no interior da pleura. • Dispneia
• Tosse
3. Adesiva:
Sinais:
• Taquipneia
• Taquicardia
• Cianose
• Redução de expansão
• Redução dos sons (em atelectasia suficientemente
extensa)
• Tiragem intercostal focal
Em grandes atelectasias: desvio do mediastino e da
traqueia:
• Ipsilateral na obstrutiva
Muito comum nos RN prematuros, nos quais ocorre • Contralateral na compressiva – como esta ocorre
formação de membranas hialinas por défice de produção geralmente no contexto de DP ou PT, as estruturas
de surfactante. Aumento da tensão superficial leva a são empurradas para o lado contrário àquele onde
ocorrência de colapso alveolar. ocorrem (que coincide com lado atelectásico)
4. Obstrutiva:
Doenças da Via Aérea Superior
Síndrome – “conjunto de sinais e sintomas que não • Cefaleia pode ter origem em várias patologias, que
têm obrigatoriamente a mesma causa em todos os casos tanto podem ser banais como bastante graves: a
e que indicam um determinado estado patológico”. “um caracterização do sintoma é o que permite distinguir
conjunto de sinais e sintomas que tende a ocorrer estas situações. Quando associada a patologia das
simultaneamente e que reflete a presença de determinada VAS, cefaleia é geralmente causada por sinusite e
doença ou a probabilidade aumentada de desenvolver caracteriza-se por:
determinada doença”. ▪ Localização acima do olho ou sobre o maxilar
(geralmente não é uma dor muito focal, uma vez
Por vezes, é apenas possível detetar a síndrome e não a que vários indivíduos apresentam pansinusite)
doença à qual ele se associa. ▪ Moedeira continua ou pulsátil
Anamnese não é muito informativa: ▪ Intensidade variável
▪ Por períodos de várias horas ou ao longo de vários
Sintomas: dias.
▪ Pode agravar com tosse, espirros ou movimentos
• Tosse – o sintoma mais comum, que pode ser da cabeça.
gerado em qualquer ponto da via aérea superior. ▪ Pode aliviar com descongestionantes ou
Normalmente é pouco produtiva (expetoração tratamento antibiótico.
indica formação brônquica).
• Dispneia (principalmente em doentes com menor Exame Objetivo:
reserva respiratória).
• Palpar SPN com o objetivo de avaliar presença de
• Febre
secreções/inflamação. Realizar movimento
• Espirros ascendente com alguma pressão – dor durante o
• Lacrimejo movimento e sinal de inflamação dos SPN.
• Prurido nasal/ocular/faríngeo. • Inspeção da boca e orofaringe: permite detetar lesões
Certos sintomas podem ajudar a localizar a origem da e/ou presença de infeções víricas/bacterianas
infeção: (observar presença de exsudatos e pontos brancos na
orofaringe).
• Rinoscopia – sem complicações graves associadas.
Permite ver os cornetos inferiores.
• Palpação das cadeias ganglionares – aumento do
tamanho dos gânglios linfáticos é normal numa
inflamação das VAS. No entanto, se gânglios
perderem a mobilidade, poderá sinalizar presença de
patologia maligna (aderem ao plano superficial e
profundo).
Infeções da VAS
Prevalência:
Principal causa de doença aguda, recurso a cuidados
As características dos sintomas podem ajudar-nos a médicos, absentismo laboral e escolar.
caracterizar a própria patologia que os origina: Grupos de risco:
• Rinorreia exsudativa – processe inflamatório agudo. • Crianças (uma vez que o seu sistema imunitário ainda
Em casos de rinite crónica, rinorreia não é tão não está completamente desenvolvido e as suas vias
expressiva (uma das causas pelas quais os doentes não aéreas são de menor calibre, o que facilita as
procuram tratamento). obstruções).
• Idosos sem que seja possível determinar uma localização
• Imunocomprometidos anatómica precisa.
• Resposta imunitária (quanto mais exuberante for a
Etiologia: geralmente vírica. resposta inflamatória, mais evidente será a
Gravidade: muito variável. manifestação).
• Ação das toxinas dos patogéneos (virulência do
Classificação anatómica das infeções agente infecioso).
respiratórias:
Diagnóstico: regra geral é clínico, raramente sendo
Trato superior Trato inferior necessários estudos complementares. São usados em
Rinite Bronquite situações em que há benefício na determinação rápida do
Sinusite Bronquiolite agente (por exemplo, na pneumonia estreptocócica).
Faringite Pneumonia
Epiglotite Tratamento:
Laringite
• Sintomático.
Laringotraqueíte
Traqueíte • Antibioterapia? → sintomas da infeção bacteriana e
da infeção vírica são praticamente indistinguíveis por
isso, não havendo um teste prático e rápido que as
A clínica das infeções do trato superior e do trato inferior distinga, os antibacterianos continuam a ser
é diferente. Porem, infeções na laringe e na traqueia prescritos no caso de infeção aguda, o que leva a
incluem-se nas infeções do trato superior, por aparecimento de resistência bacteriana. A atitude
apresentarem fisiopatologia semelhante. correta nos jovens saudáveis é a não prescrição inicial
– esperar pelo menos 3 a 4 dias, que é o tempo de
Fisiopatologia:
resolução de uma infeção vírica. Casos em que se
recorre a antibioterapia: otite média em criança e
situações de amigdalite ou faringite.
Distúrbios do olfato:
As substâncias químicas que possuem cheiro penetram na
parte anterior do nariz durante a inalação e inspiração
ativa e na parte posterior do nariz (nasofaringe) durante
a deglutição. Quando alcançam áreas mais elevadas da
cavidade nasal, dissolvem-se no muco e são transportadas
até às células recetoras olfatórias, cujos axónios vão
contactar com o bulbo olfatório onde estabelecem
sinapse com células mitrais/tufosas. Estas vão estabelecer
sinapse no córtex entorrino e piriforme.
Muito heterogéneos tendo em conta a origem: pode ir de
• Durante o período de incubação – há disseminação, psiquiátrica a oncológica.
mas não há apresentação de sintomas.
Grande variabilidade interindividual:
• Durante o período de contágio – há disseminação
(via espirros, tosse etc) com apresentação de • Idade (principal causa de diminuição do olfato –
sintomas. presbiosmia. Pode resultar em défice nutricional)
• Sexo (mulheres têm um olfato melhor e mais
Sintomatologia:
duradouro)
Formas de expressão clínica dependem de: • Nutrição
• Tabagismo (inflamação crónica contribui para
• Estruturas envolvidas. Por vezes a infeção pode ser
comprometer a perceção de olfato)
inespecífica, caso em que apresentará os mesmos
sinais e sintomas que uma infeção especifica da VAS,
• Estado reprodutivo (olfato melhora no período • Cavidade Oral
fértil). Muito graves por serem vias
• Faringe
únicas, sem alternativa ao fluxo
Conceitos: • Laringe de ar no caso de obstrução.
• Traqueia
• Anosmia – ausência de olfato.
Causas de obstrução:
• Hiposmia – diminuição da sensação olfativa, que
pode estar presente apenas para determinados • Infeção
cheiros. Pode estar relacionada com lesão talâmica. • Angioedema
• Hiperosmia – aumento da sensação olfativa. Pode • Neoplasias
estar relacionada com patologia do SNC ou desmame
• Trauma
de fármacos como benzodiazepinas.
• Lesão por inalação
• Parosmia – identificação da presença de u cheiro
• Corpo estranho
sem o conseguir identificar.
• Doenças neuromusculares.
• Fantosmia – perceção de um cheiro que não existe
(alucinação olfativa). Geralmente sinal de patologia • Tubos endotraqueais
neuropsiquiátrica. 1. Infeção:
Anosmia e Hiposmia Epiglotite Aguda:
Persistente Transitória
Presbiosmia Rinite alérgica Clínica:
Infeções graves da VAS Rinite infeciosa
(gripe, influenza, • Mais frequente em crianças (devido às vias aéreas de
pneumonia, HIV – calibre diminuído) e no inverno.
redução do nr de células • Sintomas: febre, dor faríngea, disfagia e dispneia
recetoras). (instala-se quando a obstrução é grave o suficiente
TCE (rutura dos Tóxicos. para determinar compromisso do fluxo de ar).
filamentos olfatórios na
placa cribiforme) Etiologia:
Rinossinusite crónica
(comum nos jovens) • Haemophillus influenza
• Pneumococo, estreptococo
• Estafilococo aureus.
História clínica geralmente é suficiente para estabelecer
a etiologia de m problema quimiossensorial: colocar Diagnóstico: raio x cervical e laringoscopia.
questões sobre natureza, aparecimento, duração e padrão
de flutuação. Perguntar sobre fatores precipitante
(infeções virais, TCE, tabagismo, abuso de drogas/alool,
exposições a pesticidas/tóxicos, intervenções médicas,
medicamentos). Questionar sobre historial de espistaxis,
secreções, obstrução nasal, alergias e sintomas sistémicos
(cefaleia ou irritações) podem auxiliar na localização do
problema. Exames: neurológicos e ORLs com exames de
imagem cerebral e nasossinusal. Exame ORL deverá
avaliar arquitetura intranasal e as superfícies nasais –
prourar pólipos, massas e adesões dos cornetos para o Sinal do polegar
septo.
Angina de Ludwig:
Obstrução da Via Aérea Infeção potencialmente fatal do pavimento bucal e região
Central: submandibular.
• Fossas Nasais
Clínica: penetrante, pode determinar compressão da laringe ou
da traqueia, com os seguintes sintomas:
• Edema e dor cervical
• Dor faríngea • Dispneia
• Disfagia • Estridor (muito sugestivo, mas tardio)
• Dispneia. • Disfonia/afonia
• Dor
Etiologia:
• Tosse/hemoptise (se houver continuação da lesão
• Doença dentária com a mucosa)
• Trauma facial • Disfagia
• Instrumentação orofaríngea • Enfisema subcutâneo.
Diagnóstico: MCD:
• Clínico • Rx
• Eco/TAC (partes moles). • TAC
• Laringoscopia
Pode ser causada por infeções simples na arcada inferior
ou por traumatismos faciais que permitam inoculação de • Broncoscopia.
agentes infeciosos. A infeção, geralmente causada por 5. Lesão por Inalação:
bactérias aeróbias, pode alastrar levando a formação de
abcesso com edema associado – ocorre compressão e Causas:
obstrução de estruturas que leva a dor, disfagia e dispneia
(falência respiratória eminente). • Fogo em espaços fechados
• Inalação de gases irritantes.
2. Angioedema:
Clínica:
Edema exuberante da face, lábios, língua e mucosas oral,
nasal e faríngea, que pode comprometer o fluxo de ar. • Rouquidão
• Dispneia
Clínica:
• Estridor
• Rash com prurido e elevação; Diagnóstico:
• Papiledema
• Dor abdominal • Clínico (geralmente a HC é suficiente para
determinar o diagnóstico).
• Dispneia
• Broncoscopia (estenoses tardias).
• Tonturas/síncope.
Etiologia: 6. Aspiração de Corpo estranho.
Estenose fixa: não sofre mudanças ao longo do ciclo. Pressões que determinam patência das vias aéreas fora do
Quanto mais rígida for a estrutura que causa compressão, tórax: pressão nas vias aéreas e pressão atmosféria.
maior a probabilidade de a estenose ser fixa. Durante a inspiração, Patm > Pva e, por isso, a
“colapsabilidade” das vias aéreas aumenta, levando a
• Bócio
restrição do fluxo aéreo nesta fase do ciclo (diminuição
• Estenose pós-intubação do fluxo inspiratório máximo). Durante a expiração, a
• Lesão tumoral pressão das vias aéreas aumenta, ultrapassando a pressão
atmosférica e equilibrando a compressão exercida pela
estenose, o que resulta numa manutenção do fluxo
expiratório máximo.
Estenose intratorácica:
• Traqueomalácia
• Lesão tumoral.
Hematogénea: agentes infeciosos em circulação são • Genéricos – aplicam-se a qualquer agente infecioso:
captados pela microcirculação pulmonar (bacteriémia). o Alcoolismo
o Asma
Direta:
o Imunossupressão
• Entubação traqueal o Idade
• Ferida torácica perfurante • Pneumoco:
• Transmissão por contiguidade. o Demência
o Convulsões
Fatores de proteção das vias aéreas: o ICC
o Doença CV
• Fatores mecânicos que retêm partículas inaladas de o Tabagismo
maiores dimensões. o Alcoolismo
• Arquitetura ramificada que retém microrganismos mais o DPOC
pequenos, eliminados pela atividade mucociliar e fatores • Gram negativos:
antibacterianos presentes na parede.
o Aspiração provável imunodeprimidos (compromisso da imunidade
o Internamento prévio celular, transplantado, insuficiência hepática,
o Antibioterapia recente (alteração da flora comensal insuficiência renal, diabetes, doença maligna não
pelos atb aumenta o risco de infeção por gram controlada).
negativo não coberto pelo agente usado).
o Bronquiectasias (risco para pseudomonas)
o Alcoolismo.
ALPS:
(alcoolismo + leucopenia + sepsis pneumocócica)
Taxa de mortalidade: 80%
Classificações
Pneumonia Grave:
Pneumonia de aspiração:
Manifestações Clínicas: muito variáveis! • Qualidade da amostra: uma boa amostra terá, por campo
de pequena ampliação, > 25 glóbulos brancos (PMNs) e
Anamnese: < 10 células epiteliais (maior número de células epiteliais
significa contaminação).
• Instalação: aguda ou insidiosa;
• Diplococo gram + (sensibilidade 100%, especificidade
• Gravidade: minor a fatal; 0). > 10 diplococos gram + (sensibilidade 55%,
• Sintomas: especificidade 85%).
• Microrganismos atípicos – não podem ser isolados em
Sistema Respiratório Outros (sintomas
meios convencionais.
sistémicos, mais comuns do
que os respiratórios nos Grande variabilidade na leitura!
idosos, principalmente
confusão). Sempre considerados patogéneos:
• Febre • Cefaleia • M. tuberculosis
• Tosse • Fadiga • Legionella spp
• (expetoração) – nem • Náuseas
sempre está presente, Hemoculturas:
• Quedas
mas aumenta muito a
suspeita de pneumonia. • Vómitos Tratamento em ambulatório:
• Dor torácica pleurítica • Confusão
• Se houver antibioterapia prévia
• Calafrios • Diarreia
• Hipertermia ou hipotermia
• Dispneia • Mialgias e artralgias.
• Contexto psicossocial – alcoolismo ou sem abrigo
Tratamento hospitalar: sempre antes do início do antibiótico.
Exame Físico: sensibilidade 58% e especificidade 67%
• Taquipneia
Complicações:
• Uso de músculos respiratórios acessórios Pulmonares:
• Macicez à percussão (variável, depende da consolidação e
da existência ou não de DP). • Pneumonia necrotizante
• Egofonia • Abcesso pulmonar
• Pectoriloquia áfona • Invasão vascular → enfarte (pode funcionar como
• Crepitações mecanismo de defesa, na medida em que a morte de
• Atrito pleural pulmão infetado evita o alastramento da infeção a
parênquima adjacente e aparecimento de zonas onde V/Q
se encontra elevado).
• Cavitação
• Extensão à pleura:
o Empiema – drenagem
o Fistula broncopleural (pode resultar em
pneumotórax).
BRONQUITE AGUDA
Considerada a infeção das vias aéreas inferiores menos grave, Período de incubação: 2-7 dias
uma vez que não há envolvimento do parênquima e, por isso, Vírus Influenza: há um período de incubação entre a
as trocas gasosas não estão tão comprometidas. No entanto, exposição e o início dos sintomas. No entanto, após o início, a
indivíduos com doença respiratória estão mais sujeitos a evolução é muito rápida (24h).
bronquite aguda, e esta pode agravar os sintomas da doença
subjacente. Bactérias:
Definição: • Agentes frequentemente associados a pneumonia
• Agentes atípicos: Bordetella pertússis (tosse convulsa);
Inflamação aguda das grandes vias aéreas pulmonares, mais Mycoplasma pneumoniae, Chlamydophila pneumoniae.
frequentemente provocada por infeção do epitélio brônquico.
Caracterizada por tosse sem pneumonia. Período de incubação: mais longo do que nos vírus. Um
início gradual (2-3 dias) da sintomatologia indica para infeção
Via de transmissão: aérea, com disseminação bacteriana.
descendente ao longo da via aérea.
Tratamento: não há estudos que estabeleçam benefício claro
• Reportada anualmente em 5% dos adultos da antibioterapia. No entanto, é recomendada em casos
• Predomínio sazonal – outono/inverno. agudos em idosos.
Etiologia: Manifestações:
Vírus mais comuns que bactérias! Manifestações dependem das características do próprio:
individuo com doença respiratória obstrutiva tem mais
Estudos comprometidos por: tendência a contrair infeção, que irá agravar a obstrução
subjacente. Por outro lado, as manifestações de bronquite
• Muitos casos menos graves não chegam a procurar
aguda serão mais graves num individuo com doença
cuidados médicos e os que procuram são aqueles
obstrutiva.
contaminados com infeção mais grave, o que acaba por
criar algum viés, uma vez que os agentes que possam Inicialmente é indistinguível de IVAS (muitas vezes pode até
provocar bronquites menos graves não são estudados. começar por ser uma IVAS), depende do grau de
• Ausência de indicação clínica para colheita de produtos: envolvimento do restante trato respiratório.
nas infeções menos graves, não há indicação para colheita
de amostra e, mais uma vez, os agentes responsáveis por Sintomas:
estas infeções não serão estudados. • Tosse:
• Contextos diferentes: extra-hospitalar e ambulatório. o Persiste mais de 5 dias (10-20), sendo que pode durar
• Elevados custos associados à pesquisa de vírus. mais de 4 semanas.
• Interpretação dúbia dos resultados: muitas vezes é • Expetoração purulenta em apenas 50% dos casos.
impossível determinar com certeza se um agente
encontrado é efetivamente o causador de infeção. PFR: espera-se hiper-reactividade brônquica, devido ao
processo inflamatório agudo que provoca espessamento da
Vírus: todos os anos surgem novas estirpes, por isso é difícil mucosa e hipertrofia glandular com hipersecreção de muco,
determinar um quadro clínico típico para estes agentes. que levam a uma diminuição do calibre da VA – resultado
anormal em 40% dos casos. No entanto, não estão indicados
nesta fase.
Diagnóstico: Risco de infeção:
Necrose do parênquima pulmonar, de etiologia infeciosa, com Doentes que desenvolvem abcesso apresentam grande carga
formação de cavidades contendo resíduos celulares necróticos de material aspirado ou são incapazes de eliminar a carga
ou fluídos. Podem ser únicos ou múltiplos, mas geralmente bacteriana. A infeção começa por ser uma pneumonite e, ao
são caracterizados por cavidade única > 2cm. A tuberculose é longo de um período de 7-14 dias, as bactérias anaeróbias
uma forma particular de abcesso pulmonar, na qual ocorre a produzem necrose e cavitação, cuja extensão varia em função
formação de cavidades denominadas tubérculos onde se da interação patogéneo-hospedeiro.
encontram aprisionados os BAAR em infeções latentes, No caso de abcesso secundário:
juntamente com leucócitos e resíduos necróticos.
• Se a doença subjacente for obstrutiva, a lesão impede a
Causa de 4-5/10000 internamentos. eliminação das secreções orofaríngeas tornando o
Pneumonia necrotizante: presença de vários pequenos hospedeiro mais suscetível.
abcessos (< 2mm). • Se for uma doença sistémica, principal fator de risco é a
fragilidade dos mecanismos imunitários.
Abcesso agudo: < 4-6 semanas vs. Crónico (40%)
Patologia:
Abcesso primário vs. abcesso secundário:
Abcessos pulmonares primários ocorrem geralmente no
• Abcesso primário (80%) é consequente de infeção de pulmão direito (brônquio menos angulado facilita a aspiração),
pulmão saudável por aspiração ou outro mecanismo. nos segmentos posteriores dos lobos superiores e nos
Geralmente são causados por bactérias anaeróbias. segmentos superiores dos lobos inferiores. Já os secundários
têm uma localização variável consoante a causa subjacente.
• Abcesso secundário é causado por doença estrutural
subjacente (obstrução brônquica, por exemplo), Etiologia: frequentemente polimicrobiana
disseminação de foco extrapulmonar,
Geralmente agentes bacterianos – anaeróbios orais (difícil
bronquiectasias e/ou imunodeficiência →
valorização do isolamento).
aproveitamento de vulnerabilidade orgânica.
• S. aureus
Prognóstico: • K. pneumoniae
Era pré-antibioterapia: • H. influenzae
• Actinomyces spp
• 1/3 – Morte
• Nocardia spp
• 1/3 – Sequelas crónicas
• Bacilos gram negativos
• 1/3 – Cura
Em imunocomprometidos:
Atualmente: taxa de cura = 90-95%.
• Parasitas
• Fatores de mau prognóstico:
• Fungos
o Idade avançada
o Debilidade física • Micobactérias
o Desnutrição
o VIH e outras imunodeficiências
Manifestações:
o Neoplasias
Anamnese: clínica depende do agente e do hospedeiro.
o Sintomas > 8 semanas
o Contexto nosocomial Inicialmente, apresentação semelhante a pneumonia (febre,
o Cirurgia (tratamento de 1ª linha → antibioterapia). tosse, expetoração, dor torácica); cavitação é subsequente.
Agentes anaeróbios – quadro frequentemente indolente, com
clínica sistémica bem definida, com duração de semanas-
meses:
• Febre
• Tosse
• Expetoração purulenta
• Sudorese noturna
• Anorexia
• Perda ponderal
Outros patogéneos – quadros mais agudos e fulminantes,
provocados por agentes mais virulentos (não anaeróbios).
Nocardia, fungos e mycobacteria – clínica indolente.
Exame Objetivo:
Diagnóstico:
Presença de abcesso é confirmada por imagiologia. RX revela
cavidade de parede espessada com níveis hidroaéreos, mas
TAC permite maior definição, mostra evidências precoces de
cavitação e dá informação sobre causa subjacente (no caso de
abcesso secundário).
Indicadas cultura de expetoração e hemoculturas quando há
abcesso pulmonar secundário ou quando a antibioterapia
empírica não é bem-sucedida.
ASMA
Doença respiratória obstrutiva caracterizada por hiper- Fatores de risco:
reactividade das vias aéreas a uma vasta variedade de
estímulos. Vários mecanismos desencadeados por estes Endógenos:
estímulos levam ao desenvolvimento de inflamação crónica • Predisposição genética (fatores ambientais são
das vias aéreas, que determina aumento da reatividade determinantes na expressão da doença)
brônquica e estreitamento das vias aéreas com redução do • Atopia (apenas pequena % de indivíduos atópicos
fluxo ventilatório e sinais e sintomas típicos do mesmo. A desenvolve asma) - IgE total ou especificas elevadas e
limitação reversível e variável do fluxo de ar provocada por testes cutâneos positivos
esta inflamação está na origem dos episódios sintomáticos • Testes de provocação positivos (hiper-reactividade das
recorrentes. Uma característica importante da asma é ser uma vias aéreas)
doença de sintomatologia intermitente e flutuante, ou • Obesidade
seja, o aparecimento dos sintomas é periódico e variável em • Sexo
intensidade. Sintomas que caracterizam a asma são: Ambientais:
• Alergénios do ambiente doméstico ou externo;
• Dispneia • Sensibilizantes ocupacionais (certas substâncias químicas
• Pieira podem provocar sensibilização independentemente da
• Tosse presença de atopia)
• Aperto torácico. • Tabagismo passivo
• Infeções respiratórias
Epidemiologia: • Dieta
• Fármacos (paracetamol na infância).
• Doença frequente (4 a 5% da população), com
prevalência crescente de acordo com o nível
socioeconómico.
• Predomínio infantil – 50% dos casos são diagnosticados
Estímulos Desencadeantes: diferem dos
antes dos 10 anos e 83% são diagnosticados até aos 40 fatores de risco na medida em que são fatores que pioram a
anos. asma em doente que já tenha doença estabelecida. O
desencadear da asma por estes estímulos é atualmente
• Primeira manifestação da criança alérgica costuma ser o
interpretado como um mau controlo da doença e indica
eczema, e só depois surgem sintomas de asma, muitas
necessidade de intensificar o tratamento.
vezes confundidos com bronquiolite. A doença atinge o
seu auge por volta dos 9-10 anos e, com tratamento 1. Alergénios:
adequado, as manifestações diminuem a partir desta idade
e a doença pode tornar-se assintomática. Quando a Resposta é mediada por IgE:
doença surge tardiamente, raramente o individuo se torna
assintomático, sendo que, em fumadores, os sintomas • Controlada por linfócitos T e B
podem evoluir para um DPOC. Na infância, a • Ativada pela interação Ag-Mastócito-IgE (Ag liga-se a IgE
prevalência é 2x maior nos homens do que nas mulheres, de alta afinidade presente na superfície dos mastócitos,
mas esta diferença desaparece ao longo dos anos (aos 30 levando à libertação de histamina, um mediador
anos, a prevalência é igual). inflamatório).
Asma alérgica:
• Vírus, que produzem sintomas constantes durante Reação precoce – exposição a alergénio (ou a outro agente
semanas, mesmo após ablação da infeção. desencadeante) leva a ativação de células inflamatórias locais
o Nos bebés: vírus sincicial respiratório e vírus (mastócitos, eosinófilos e as próprias células epiteliais) que,
parainfluenza; por sua vez, estimula a libertação de mediadores inflamatórios
o Nas crianças e adultos: rinovírus e vírus influenza que induzem rapidamente contração do musculo brônquico
• Alergia a microorganismos (broncoespasmo). Estes mediadores possuem atividade
quimiotática que promove o recrutamento e infiltração de
4. Ocupacionais: verifica-se melhoria dos sintomas mais células inflamatórias, determinando a ocorrência da
durante períodos em que o individuo não trabalhe. Mais de 6 reação tardia. Nesta, a libertação de mediadores inflamatórios
meses sem exposições poderá levar a uma recuperação total. como as citocinas e as interleucinas determina inflamação da
via aérea com agravamento da híper-responsividade brônquica
Compostos de elevado peso molecular: asma por mecanismo e limitação do fluxo aéreo.
imunológico:
• Agentes farmacêuticos
• Enzimas biológicas
• Restos, soros e secreções de animais e insetos
Compostos de baixo peso molecular: haptenos/libertação de
broncoconstritores (histamina):
Diagnóstico:
Subtipos:
Expressão Clínica:
Quadro típico:
Indivíduo com:
Aspetos histopatológicos refletem processos celulares
• Antecedentes de doença atópica
envolvidos:
• História familiar de atopia/asma.
• Mucosa espessa, edemaciada e infiltrada com células
Apresenta-se com episódios de:
inflamatórias (linfócitos, mastócitos e eosinófilos);
• Musculatura lisa das vias aéreas hipertrofiada e contraída; • Dispneia e opressão torácica – obstrução determina
• Células epiteliais danificadas, com função mucociliar aumento do esforço respiratório e hiperinsuflação com
diminuída; consequente distensão torácica;
• Hiperplasia glandular → hipersecreção de muco (pode • Pieira – provocada pelo fluxo de ar turbulento nas
levar à formação de rolhões de muco – asma agravada). vias aéreas de calibre reduzido.
Eventos celulares têm consequências importantes na função
• Tosse – resultante do estreitamento das vias aéreas
pulmonar: e hipersecreção de muco, fornece tensão suficiente
para limpar muco e partículas acumuladas nas vias
• Vias aéreas de pequeno calibre sofrem estreitamento e aéreas estreitadas.
passam a contribuir para a obstrução do fluxo de ar.
Aumento da obstrução leva a diminuição do fluxo Outras formas de apresentação:
expiratório, o que faz com que as VA colapsem antes de
• Episódios de tosse seca (variante tússica em que a tosse é
todo o ar ser expirado, resultando em hiperinsuflação.
o único sintoma de doença).
• Uma vez que a obstrução ocorre de forma difusa, a
• Dispneia de esforço persistente (verifica-se em casos de
ventilação torna-se não uniforme e o equilíbrio V/Q sofre
asma não tratada, devido à persistência da obstrução.
alterações (importante na asma agravada).
Porém, sintoma tem variações periódicas da sua
intensidade, respeitando a característica intermitente e
flutuante da asma).
Complicações da asma:
• Atelectasia
• Pneumotórax
• Pneumomediastino
Teste é considerado positivo (independentemente de se tratar
de asma) quando FEV1 ou FVC aumentam 200 mL e 12% em A falência respiratória por inatividade dos músculos
relação ao valor basal. No caso da asma, a recuperação nunca respiratórios em esforço é a consequência mais extrema da
será total (ver gráfico). asma, que pode resultar na necessidade de ventilação
mecânica.
2. Prova de provocação inalatória: espirometria após
administração de irritante brônquico. Usada em situações em
que o doente apresenta fluxos normais no momento da
avaliação (sem crise).
Positivo se se verificar uma redução do FEV1 de mais de 20%
relativamente a valor basal.
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA
CRÓNICA
É uma doença comum, prevenível e tratável, • Inflamação – predomina nas VA de menor calibre
caracterizada por sintomas respiratórios e obstrução ao Há infiltração celular (PMN e linfócitos) da mucosa que
fluxo de ar persistentes que resultam de anomalias nas leva a redução do lúmen, distorção bronquiolar e fibrose
vias aéreas e/ou alvéolos quase sempre provocadas pela peribrônquica ligeira
exposição a quantidades significativas de partículas ou • Hipertrofia da muscular lisa
gases nocivos.
• Hiperreatividade brônquica a estímulos
bronconstritores inespecíficos (histamina e
metacolina)
EPIDEMIOLOGIA
• Pico nas 7ª e 8ª décadas 2.Enfisema
• Mais prevalente nos homens O evento patológico principal no enfisema é o processo
• Mais prevalente nos estrados sociais inferiores destrutivo continuo resultante do desequilíbrio entre
• Maior probabilidade de vir a desenvolver se recém- uma lesão oxidante local e a atividade proteolítica
nascido com baixo peso causada por uma deficiência de inibidores da protéase.
As consequências fisiológicas resultam de:
• Mortalidade crescente (com mulheres a alcançarem
os homens) • Destruição de unidades respiratórias terminais
• 4ª causa de morte • Alterações na membrana alvelocapilar - redução
de superfície de trocas
• Atinge 4-6% dos europeus
• Perda de estruturas de suporte do pulmão,
inclusive fibras de tecido conjuntivo elástico
Ocorre diminuição do suporte normal às vias aéreas não
FISIOPATOLOGIA
cartilaginosas, com colapso expiratório das mesmas,
A DPOC é uma doença de fisiopatologia heterogénea.
levando a um pulmão com retração elástica diminuída e
Inclui:
compliance aumentada.
• Bronquite crónica – definida clinicamente por tosse
produtiva crónica e expetoração purulenta (3 meses Destruição focalizada no
do ano em 2 anos consecutivos) centro da unidade respiratória
terminal
• Enfisema – dilatação irreversível dos espaços aéreos
Bronquíolos respiratórios e
distais aos bronquíolos terminais, acompanhado por Centroacinar ductos alveolares poupados
destruição das suas paredes, sem fibrose significativa
Fumadores
1.Bronquite crónica
Enfisema
Destruição da unidade
Os principais aspetos patológicos da bronquite crónica respiratória terminal
globalmente
são: Panacinar
• Hipersecreção de muco – predomina nas VA de maior Deficiência de α1-antitripsina
calibre
Grandes espaços aéreos
Resulta da hipertrofia e hiperplasia de glândulas mucosas confluentes formados por
destruição local maior
das VA que leva à obstrução da VA por muco – redução
luminal causando impactação de muco. Bolhoso Distenção progressiva de
unidades pulmonares
A inflamação crónica provoca focos de metaplasia
pavimentosa que leva a perca de função cilicar, Enorme espaço morto fisiológico
comprometendo a função de limpeza da VA.
As alterações fisiopatológicas levam a alterações CONSEQUÊNCIAS DA DPOC
funcionais: A inflamação sistémica crónica com produção de
• Diminuição da recolha elástica citocinas (IL-1β, IL-6, TNF-α) e elevação da proteína C
• Aumento da resistência ao fluxo de ar reactiva, de proteínas de fase aguda (SAA) e SP-D que
• Mismatches V/Q levam a fraqueza muscular e caquexia.
• Aumento do trabalho ventilatório A elevação das citocinas leva ainda a:
• Diminuição da eficiência ventilatória • Doenças isquémicas do miocárdio
• Distúrbios nas trocas gasosas • Insuficiência cardíaca
• Aumento da compliance • Osteoporose
• Hiperinsuflação dinâmica – as expirações nunca são • Diabetes
suficientemente longas para esvaziar os pulmões, • Anemia normocítica
permanecendo volume de ar para a inspiração • Depressão
COMORBILIDADES FREQUENTES DA
DPOC
Obstrução ao fluxo
de ar
FACTORES DE RISCO
Fatores de
risco
Causas Causas
IRREVERSÍVEIS REVERSÍVEIS
Individuais Ambientais
Hiper-reactividade Desenvolvimento
Genéticos Fumo do tabaco
das VA do pulmão
Fibrose e Acumulação de
estreitamento das VA secreções
Défice em α1- Poeiras e químicos
antitripsina industriais
Adenovírus e Vírus
influenza
FISIOPATOLOGIA
A inflamação crónica dos brônquios e bronquíolos levam S. Aureus, Klebsiella,
anaeróbios
à dilatação permanente, que pode levar à destruição da
parede brônquica (causando hemoptise) destas VA.
Tuberculose
• Alterações inflamatórias e destrutivas das paredes
das VA de médio calibre Mycobacterium avium
complex
Infecções agudas, crónicas
Principais alterações: ou recorrentes
Imunodeficiências
• Tecido fibroso primárias
Aspergilose
ETIOLOGIA broncopulmonar alérgica
As bronquiectasias podem ter causas infeciosas ou não
Associação a doenças auto-
infeciosas. O padrão de envolvimento pulmonar muitas Outros mecanismos
imunes
vezes dá indícios sobre a etiologia subjacente.
Défice de α1-antitripsina
Bronquiectasias de tracção
APRESENTAÇÃO CLÍNICA ESTUDO COMPLEMENTAR
Sintomas:
• Tosse – persistente ou recorrente
• Expectoração – mais abundante e purulenta do que Raio-X toráx
Bronquiectasias
Estrutura
na DPOC
TC alta resolução
• Hemoptises – 50 a 70%
Citológico
• Dispneia Exame da
expectoração
• Pieira – sobretudo se bronquiectasias generalizadas Microbiológico
ou asma/DPOC associadas Estudos etiológicos
Síndrome
e funcionais*
Obstrutivo?
• Infeções frequentes
Estudo funcional Hiperreatividade
• Assintomáticos respiratório brônquica?
Reversibilidade?
Exame físico:
• Crepitações *permitem dirigir a investigação às suspeitas clínicas
• Roncos
• Sibilos 1.Raio-X do tórax
• Clubbing • Baixa sensibilidade - alterações frequentemente
• Cor pulmonale inespecíficas ou inexistentes
FISIOPATOLOGIA
Alterações
A FQ é uma doença autossómica recessiva que afeta o
parenquimatosas
gene da CFTR (regulador da condutância
transmembranar da fibrose quística). Este gene codifica
para uma proteína membranar que atua como canal
iónico de cloro e bicarbonato através das membranas
plasmáticas de tecidos epiteliais.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de FQ é baseado nos sintomas clínicos, na
história familiar e o rastreio no recém-nascido.
Deve-se suspeitar de FQ se:
• Doença pulmonar crónica
• Insuficiência pancreática
• Azoospermia
• História familiar
A análise da mutação no CFTR juntamento com as
avaliações de eletrólitos no teste do suor representam
testes diagnósticos fundamentais – confirmação do
diagnóstico.
DOENÇAS INTERSTICIAIS PULMONARES
As doenças intersticiais pulmonares (DIPs) são um grupo Também há redução da compliance, verificando-se um
heterogéneo de doenças não neoplásicas resultantes da padrão funcional restritivo nas provas de função
lesão do parênquima pulmonar por uma variedade de respiratória – para gerar uma mesma variação de volume
padrões de inflamação e fibrose. são necessárias pressões muito maiores.
Normalmente os doentes que sofrem de DIPs procuram
os cuidados de saúde devido à dispneia progressiva aos
esforços e tosse improdutiva persistente. Hemoptise,
respiração ofegante e dor torácica também podem estar
presentes. No raio-X são visíveis opacidades intersticiais.
FISIOPATOLOGIA
A membrana alveolocapilar é muito fina (8 a 12 µm) com
o intuito de facilitar as trocas gasosas. É composta por: EPIDEMIOLOGIA
epitélio alveolar, membrana basal epitelial, estroma
• Mais de 200 doenças
intersticial, membrana basal endotelial, endotélio
capilar, sendo que qualquer um destes componentes • Incidência – 30/100.000 ano
pode estar afetado nas DIPs. • Representam maior número de internamentos que
Desconhecem-se as vias exatas que levam da lesão à os asmáticos, apesar de existirem menos doentes
fibrose, mas normalmente as DIPs decorrem ou de uma • Sarcoidose é que representa maior %, das de causas
alveolite, de uma capilarite ou de uma combinação de ambientais
ambas. o Mais jovens
O pulmão está naturalmente exposto a lesões repetitivas o Mulheres
a partir de inúmeros estímulos exógenos e endógenos o Não fumadores
que causam quer alveolite (infeções, tóxicos como o • Das de causa conhecidas, as doenças do tecido
ozono, poeiras inorgânicas, poeiras orgânicas, radiação, conjuntivo/vasculites/pneumoconioses são as que
quimioterapia, oxigénio) quer capilarite (condições representam maior %
autoimunes, vasculite infeciosa). A falta de regulação da o Idade intermédia
reparação celular e tecidular leva a cicatrização o Mulheres
aberrante, resultando em fibrose pulmonar. Por outro o Não fumadores
lado, a lesão excessiva do pulmão pode mesmo • Dentro das idiopáticas a Fibrose Pulmonar Idiopática é
ultrapassar os mecanismos de reparação. a que representa maior %
Desta forma, há envolvimento do interstício pulmonar, o Mais velhos
do espaço aéreo, das vias aéreas periféricas e dos vasos o Homens
sanguíneos que levam: o Fumadores
• Aumento da espessura da MAC
• Preenchimento do espaço aéreo
• Colapso alveolar DIAGNÓSTICO
• Destruição de alvéolos Existem expressões clínicas, imagiológicas, funcionais e
patológicas, entre as diversas entidades, muitas vezes
Há um compromisso das trocas gasosas com redução da inespecíficas, porque o pulmão possui mecanismos
difusão e instalação de hipoxemia. O CO2 difunde muito limitados de regeneração: ou restabelece a arquitetura
bem, por isso, mesmo existindo algum problema na normal ou há a formação de uma lesão cicatricial
MAC só muito tardiamente existem alterações nos níveis definitiva.
do CO2.
1.Anamnese 2.Exame objetivo
Como principais sintomas temos: Muitas vezes é pouco informativo porque os achados são
• Dispneia inespecíficos.
• Tosse seca • Taquipneia
• Dor torácica • Crepitações no final da inspiração
• Hemoptise – principalmente se existir vasculite • Roncos
• Hipertensão pulmonar – em estádios intermédios e
mais avançados
A duração dos sintomas (cronologia) é muito importante • Cor pulmonale – em – em estádios intermédios e mais
e pode dar mais indicação quanto à doença específica: avançados
• Cianose – em estádios mais avançados
Doença Aguda Doença Subaguda • Baqueteamento digital – em estádios mais avançados
(dias-semanas) e Crónica
5.Amostras Biológicas
O risco também é dado por: Efetua-se hemograma e bioquímica para verificar:
• Idade • Eosinofilia
• Sexo • Anemia
• História familiar • Leucopenia
• Tabaco • Trombocitopenia
• História ocupacional e ambiental Podem também fazer-se estudos imunológicos,
• Farmacológico serológicos e microbiológicos.
O lavado broncoalveolar e a biópsia pulmonar são
• Comorbilidades
exames mais dispendiosos e utilizados como fim da linha
• HIV no diagnóstico.
Antracose
Silicose
Pneumoconioses
Asbestose
Bissinose
Pneumonite de
Exposição Orgânica
Hiperssensibilidade
Causa Conhecida
Fármacos Alveolite
Artrite reumatóide
Pulmonares
Polimiosite/dermatomiosite
Granulomatosas Sarcoidose
Linfangioleiomiomatose
Vasculite
Poeiras Industriais
• Doença parenquimatosa difusa (a mais comum)
Sílica – tosse seca e dispneia indolente
Fracção grossa (2,5 a
Alumínio
10 µm) Agentes inorgânicos – distúrbios restritivos
Ferro Agentes orgânicos – distúrbios restritivos e/ou obstrutivos
<10 µm
Sulfatos
A avaliação do risco é importante e tem um papel
Fracção fina (< 2,5
Nitratos fundamental durante a anamnese. É importante saber:
µm)
Compostos
• As tarefas concretas que o doente realiza na sua
orgânicos profissão
• Com que substâncias está em contacto
• Proteção respiratória pessoal
Princípios: • Dimensão e ventilação do espaço de trabalho
• Todas as doenças respiratórias podem ter relação • Se há colegas de trabalho com sintomas semelhantes
com o ambiente.
• Uma substância pode causar mais que uma entidade A identificação da exposição pode ser feita através de
patológica. estudos complementares:
• A etiologia de muitas doenças respiratórias é • Metais pesados na urina – arsénio (fundição) e
multifatorial. cádmio (produção de baterias)
• A dose é determinante para o desenvolvimento da • Estudos microbiológicos – tuberculose (pessoal de
doença e pode determinar a gravidade. saúde)
• Há sempre suscetibilidade individual. • Biópsia pulmonar
• O período de latência é variável.
2.Silicose
PNEUMOCONIOSES Antracose • Doença pulmonar fibrótica crónica secundária à
exposição a cristais de sílica livre
Silicose • Resulta da proliferação de fibroblastos com
Exposição
Inorgânica produção de fibras de fibras de elastina e colagénio
Asbestose e infiltrado inflamatório (linfócitos), que levam à
formação dos micronódulos
Bissinose
Principais profissões em risco:
• Trabalhadores de pedra
1.Antracose • Fabrico de vidro
• Pneumoconiose do trabalhador do carvão • Fundições
• Podem ser assintomáticos, mas apresentar lesões • Mineiros
radiográficas (Mineiros – 12%; Mineiros antracite
durante mais de 20 anos – 50%) A patogénese depende da duração e intensidade da
exposição:
AGUDA ACELERADA CRÓNICA
Antracose (semanas a 5 anos) (4 a 8 anos) (latência >20anos)
• Dose de exposição • Dose elevada • Exposição menos
muito elevada intensa
Forma Simples Forma complicada • Fenómenos auto-
• Dispneia imunes
progressiva • Relacionada com
• Tosse seca infeção por
• Sintomas gerais micobactérias
Clínica Radiologia 5-15% dos casos
• Raio X e TC -
infiltrado miliar e
Nódulos >1 cm áreas de
Micronódulos consolidação
Bronquite crónica confinados à metade
esféricos
superior do pulmão (pavimento em
calçada
portuguesa)
A forma complicada da Antracose pode evoluir para • Evolução rápida
Fibrose Massiva Progressiva (FMP), que se para Insuficência
Respiratória e
caracteriza por disfunção pulmonar grave e está associada Morte
à morte prematura.
São extrapolados os
padrões para a TAC de
alta resolução, não
sendo necessário
sujeitar o doente a
biópsia.
DISTÚRBIOS DA VENTILAÇÃO
Num indivíduo normal, a PaCO2 varia entre 37 e 43 SÍNDROMES DE HIPOVENTILAÇÃO
mmHg, existindo um equilíbrio entre produção de CO2 • Conjunto de entidades clínicas que determinam
e ventilação (200 mL/min). redução da ventilação alveolar (aumento da PaCO2)
Todos os distúrbios de ventilação resultam em alterações
• Expressão analítica de hipercapnia
nas medições da PaCO2.
Todos os distúrbios na PaCO2 devem refletir alterações:
O sangue arterial é mantido num pH neutro
• na produção de CO2 (aumento)
principalmente devido ao tampão HCO3-, existindo uma
estreita colaboração entre sistema renal e respiratório. • na ventilação por minuto (diminuição)
• ou na fração de espaço morto (aumento do espaço
A PaCO2 é o principal determinante da ventilação. morto levam a desperdício crescente do trabalho
• CO2 é o estímulo respiratório através da ativação de respiratório e consequentemente a uma ventilação
quimioreceptores ineficiente)
O CO2 é transportado no sangue arterial sob 3 formas: As doenças que alteram a produção de CO2 são
normalmente situações críticas e agudas: sépsis,
• [HCO3-] (90%)
grandes queimados e febre.
• CO2 dissolvido (5%)
A diminuição da ventilação por minuto ou aumento da
• Compostos carbamino (5%) – ligado a ventilação do volume de espaço morto implica a
proteínas (grupos amina das proteínas têm disfunção de um ou mais componentes do aparelho
afinidade para o CO2; os mais importantes são ventilatório (sistema metabólico de controlo, sistema
os da Hb; Hb reduzida tem muito mais neuromuscular, pulmões).
afinidade para CO2)
O CO2 dissolvido (quer o que está livre na circulação,
VENTILAÇÃO DE ESPAÇO MORTO ALVEOLAR
quer o que vem da Hb) está livre para ir diretamente
• Ocorre quando regiões pulmonares são ventiladas mas
para os capilares pulmonares e participar nas trocas não são perfundidas (ex: embolia pulmonar, enfisema)
gasosas.
Como a perfusão do pulmão pára enquanto a ventilação
continua, a razão V/Q tende para o infinito. Em função disso,
o gás alveolar assume a composição do ar inspirado.
No pulmão contralateral (saudável) existe um aumento da
perfusão causando uma queda da razão V/Q – diminuição da
PaO2 e aumento PaCO2.
A hiperóxia, hipocápnia e alcalose em torno do músculo
bronquiolar levam a broncoconstrição. A hipoperfusão reduz
a produção de surfactante pelos pneumócitos tipo II, que leva
a menor compliance e redução da ventilação.
Agudas Crónicas
SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO
As hipoventilações agudas representam risco imediato de SONO (SAOS)
vida porque a acidose que causam, não tem compensação • Distúrbio ventilatório relacionado com o sono
renal adequada em tempo útil. Desta forma, quando
• Afeta cerca de 3-7% dos homens e 2-5% das
maior a hipoventilação, mais caí o pH, menor o pH em
mulheres
redor no músculo ao nível respiratório, menor a
neurotransmissão, agravando cada vez mais a ventilação.
1.Diagnóstico
As hipoventilações crónicas permitem compensações,
O diagnóstico de SAOS exige que o doente apresente:
dentro de certos limites. Na maior parte dos casos atinge-
• Sintomas de distúrbio ventilatório noturno,
se um limite a partir do qual existe uma hipoventilação
sonolência ou fadiga diurna que ocorre apesar de
crónica com acidose respiratória crónica, se não se
existir oportunidade suficiente de sono e que não é
corrigir o distúrbio ventilatório.
explicada por outros problemas clínicos
• Cinco ou mais episódios de apneia ou hipopneia
obstrutiva (os eventos têm que ser
demonstradamente obstrutivos) por hora de sono
documentados durante uma polissonografia (Índice
de Apneia-Hipopneia >5)
Durante uma apneia do sono obstrutiva existe colapso da É importante distinguir a SAOS de outras causas de
VA normalmente ao nível do palato mole (mais comum), sonolência:
base da língua, paredes faríngeas laterais e/ou epiglote. • Tempo de sono insuficiente
Este evento é diferente do que ocorre na roncopatia que • Trabalho por tunos
em apenas existe uma obstrução parcial ao fluxo de ar.
• Depressão
• Fármacos
Apneia – pausas ≥ 10 segundos
Hipopneia – redução ≥ 10 segundos da ventilação em • Narcolépsia
relação ao basal do sono • Hipersonolência idiopática
• Síndromes de atraso de fase
2.Fatores de risco
• IMC >30 km/m2 4.Estudo complementar
• Mandíbula e/ou maxilar curtos A avaliação da sonolência pode ser feita com duas escalas:
• Homens • Pictorial Epworth Sleepiness Scale – avalia a frequência
com que o doente adormece a fazer diversas
• 40-65 anos
atividades; >8 é suspeito de SAOS
• Hipotiroidismo
• Questionário STOP-BANG – permite selecionar as
• Acromegalia
pessoas à polissonografia; sensibilidade e VPN
• Distrofia miotónica >90% se score de alto risco; pontua-se 1 ponto por
• Ehlers-Danlos cada sim;
• Tabagismo? – não se sabe ao certo se configura um
fator de risco por si só ou se pelas doenças a que está
associado
3.Clínica
Associada à sonolência diurna vamos ter:
• Défice de vigília
• Prejuízo performance cognitiva
• Mau rendimento laboral
• Prejuízo social/relacional
Alto risco se 5-8 ou STOP2+ e B, N ou G
• Acidentes de viação
• Polissonografia
• Depressão
• Dificuldade de concentração
Quanto maior o compromisso cardiovascular e da
• Redução da líbido saturação de O2 dos eventos de apneia, mais importante
Podemos ainda ter um sono não repousante, o ressonar e é o tratamento.
apneias.
Normalmente, também estão associadas doenças:
hipertensão arterial, eventos cardiovasculares, diabetes
mellitus.
SÍNDROME DE HIPOVENTILAÇÃO POR 1.Diagnóstico
OBESIDADE (SHO) • Genético
• Consequência tardia da obesidade, quando há • Clínico – hipoventilação e hipoxemia episódicas ou
obesidade com predomínio central sustentadas nos primeiros meses de vida
• Afeta 0,6% da população • Exclusão – doença pulmonar, cardíaca, neurológica,
metabólica ou tóxica
1.Fatores de risco
• IMC > 40 kg/m2
• SAOS grave (IAH >30 episódios por hora) HIPERCÁPNIA PRECIPITADA PELA
OXIGENOTERAPIA NÃO TITULADA
2.Fisiopatologia NUM DOENTE COM EXACERBAÇÃO DA
DPOC
Ocorre principalmente devido a 3 fenómenos:
1.Hipoventilação
2.Mismatch V/Q
3.Efeito de Haldane
HIPERVENTILAÇÃO
• Ventilação além das necessidades metabólicas
(produção de CO2) levando à redução da PaCO2.