Você está na página 1de 76

Capítulo 3

Produtividade
do trabalho e
vantagem
comparativa: o
modelo
ricardiano
slide 1 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.
Prévia
• Custos de oportunidade e vantagem comparativa
• O modelo ricardiano de um só fator
• Possibilidades de produção
• Ganhos do comércio
• Salários e o comércio
• Ideias equivocadas sobre vantagem comparativa
• Custos de transporte e bens não comercializáveis
• Constatações empíricas

slide 2 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


Introdução
• As teorias sobre por que o comércio ocorre podem ser
agrupadas em três categorias:
• O tamanho dos mercados e a distância entre eles determinam
quanto os países compram e vendem. Essas transações
beneficiam tanto os compradores quanto os vendedores.
• As diferenças em força de trabalho, qualificações, capital
físico, recursos naturais e tecnologia criam vantagens
produtivas para os países.
• As economias de escala (uma escala maior é mais eficiente)
criam vantagens produtivas para os países.

slide 3 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Segundo o modelo ricardiano (capítulo 3), as diferenças na
produtividade do trabalho entre os países acarretam
diferenças produtivas, levando a ganhos do comércio.
• As diferenças em produtividade são geralmente explicadas pelas
diferenças em tecnologia.
• No modelo Heckscher-Ohlin (capítulo 4), as diferenças em
força de trabalho, qualificações, capital físico, terras e outros
fatores de produção entre os países acarretam diferenças
produtivas, levando a ganhos do comércio.

slide 4 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


Vantagem comparativa e custo de
oportunidade
• O modelo ricardiano usa os conceitos de custo de
oportunidade e vantagem comparativa.
• O custo de oportunidade de produzir alguma coisa
mede o custo de não ser capaz de produzir outra
coisa porque os recursos já foram utilizados.

slide 5 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Um país enfrenta os custos de oportunidade quando emprega
recursos para produzir bens e serviços.
• Por exemplo, um número limitado de trabalhadores pode ser
empregado para produzir rosas ou computadores.
• O custo de oportunidade de fabricar computadores equivale à
quantidade de rosas não produzidas.
• O custo de oportunidade de produzir rosas equivale à quantidade de
computadores não fabricados.
• Um país enfrenta um dilema: quantos computadores ou rosas deve
produzir com os recursos limitados que possui?

slide 6 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Suponhamos que nos Estados Unidos 10 milhões de rosas
pudessem ser produzidas com os mesmos recursos para
fabricar 100.000 computadores.
• Suponhamos que no Equador 10 milhões de rosas pudessem
ser produzidas com os mesmos recursos para fabricar 30.000
computadores.
• Os trabalhadores equatorianos seriam menos produtivos do
que os norte-americanos na fabricação de computadores.
• Pergunta rápida: qual é o custo de oportunidade para o
Equador, se o país decidir produzir rosas?

slide 7 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• O Equador possui um custo de oportunidade mais baixo para
produzir rosas.
• O Equador pode produzir 10 milhões de rosas em comparação com
30.000 computadores, utilizando os mesmos recursos.
• Os Estados Unidos podem produzir 10 milhões de rosas em
comparação com 100.000 computadores, utilizando os mesmos
recursos.

slide 8 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Os Estados Unidos possuem um custo de oportunidade mais
baixo para fabricar computadores.
• O Equador pode produzir 30.000 computadores em comparação com
de 10 milhões de rosas, utilizando os mesmos recursos.
• Os Estados Unidos podem produzir 30.000 computadores em
comparação com 10 milhões de rosas, utilizando os mesmos recursos.
• Os Estados Unidos podem produzir 30.000 computadores em
comparação com 3,3 milhões de rosas, utilizando os mesmos recursos.

slide 9 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Um país possui uma vantagem comparativa na produção de
um bem, se o custo de oportunidade desse bem é inferior no
país do que em outros países.
• Um país com vantagem comparativa na produção de um bem
usa seus recursos com mais eficiência, ao produzir esse bem
em comparação com a produção de outros bens.

slide 10 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Os Estados Unidos possuem vantagem comparativa na
fabricação de computadores: o país utiliza seus recursos com
mais eficiência para fabricar computadores em comparação
com outros usos.
• O Equador possui vantagem comparativa na produção de
rosas: o país utiliza seus recursos com mais eficiência para
produzir rosas em comparação com outros usos.
• Suponhamos que inicialmente o Equador fabrique
computadores enquanto os Estados Unidos produzam rosas,
e que ambos os países desejem consumir tanto
computadores quanto rosas.
• Podem ambos os países se darem melhor?

slide 11 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


slide 12 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.
• Nesse exemplo simples, constatamos que, quando os países
se especializam na produção em que detêm vantagem
comparativa, mais bens e serviços podem ser produzidos e
consumidos.
• Inicialmente ambos os países só poderiam consumir 10 milhões de
rosas e 30 mil computadores.
• Se produzirem os bens em que possuem vantagem comparativa, eles
continuariam consumindo 10 milhões de rosas, mas podem consumir
100.000 – 30.000 = 70.000 mais computadores.

slide 13 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


O modelo ricardiano de um só fator
• O exemplo simples de rosas e computadores explica o
fundamento do modelo ricardiano.
• Formalizamos essas ideias construindo um modelo ricardiano
de um só fator ligeiramente mais completo, com base nas
seguintes premissas simplificadoras:

slide 14 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


1. A força de trabalho é o único recurso importante para a
produção.
2. A produtividade do trabalho varia de um país para outro,
geralmente devido a diferenças em tecnologia, mas em cada país
ela é constante ao longo do tempo.
3. A oferta de força de trabalho em cada país é constante.
4. Somente dois bens são importantes para produção e consumo:
vinho e queijo.
5. A competição faz com que os trabalhadores recebam um salário
‘competitivo’, em função de sua produtividade e do preço do
bem que podem vender, e faz com que eles trabalhem onde seja
pago o maior salário.
6. Somente dois países fazem parte do modelo: o Local e o
Estrangeiro.

slide 15 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Como a produtividade do trabalho é constante, define uma
necessidade unitária de trabalho como o número constante
de horas de trabalho necessárias para produzir uma unidade
de produção.
• aLV é a necessidade unitária de trabalho para vinho no país Local. Por
exemplo, se aLV = 2, são necessárias duas horas de trabalho para
produzir um litro de vinho no país Local.
• aLQ é a necessidade unitária de trabalho para queijo no país Local. Por
exemplo, se aLQ= 1, é necessária uma hora de trabalho para produzir
um quilo de queijo no país Local.
• Uma alta necessidade unitária de trabalho implica uma baixa
produtividade do trabalho.

slide 16 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Como a oferta de trabalho é constante, estipula o número
total de horas de trabalho utilizadas no país Local como um
número constante L.

slide 17 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


Possibilidades de produção
• A Fronteira de Possibilidade de Produção (PPF, do inglês, production
possibility frontier ) de uma economia demonstra a quantidade
máxima de bens que pode ser produzida por uma quantidade fixa de
recursos.
• Se QQ representa a quantidade de queijo produzido e QV , a
quantidade de vinho produzido, a fronteira de possibilidades de
produção da economia Local apresenta a equação:
Total de
Trabalho exigido recursos do
para cada
aLQQQ + aLVQV ≤ L
trabalho
unidade de
produção de Total de Trabalho exigido Total de
queijo unidades para cada unidades
da unidade de da
produção produção de vinho produção
de queijo de vinho
slide 18 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.
slide 19 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.
aLQQQ + aLVQV = L
• QQ = L/aLQ quando QV = 0
• QV = L/aLV quando QQ = 0
• QV= L/aLV – (aLQ /aLV )QQ: a equação para a PPF, com
inclinação igual a – (aLQ /aLV)
• Quando a economia utiliza todos os seus recursos, o custo
de oportunidade da produção de queijo é a quantidade de
vinho que é abandonada (reduzida) à medida que QQ
aumenta: (aLQ /aLV)
• Quando a economia utiliza todos os seus recursos, o custo
de oportunidade equivale ao valor absoluto da inclinação
da PPF e é constante, quando as necessidades unitárias de
trabalho são constantes.
slide 20 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.
• Para produzir um quilo adicional de queijo, são necessárias
aLQ horas de trabalho.
• Cada hora dedicada à produção de queijo poderia ter sido
usada para produzir certa quantidade de vinho, equivalente a
1 hora/(aLV horas/litro de vinho)
= (1/aLV) litro de vinho
• Por exemplo, se uma hora fosse transferida para a produção
de queijo, essa hora adicional de trabalho poderia produzir
uma hora/(2 horas/litro de vinho) = 1/2 litro de vinho.
• A compensação é a maior quantidade de queijo em relação à
menor quantidade de vinho: aLQ /aLV.

slide 21 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Em geral, a quantidade da produção da economia Local é
definida por
aLQQQ + aLVQV ≤ L
• Isso descreve o que uma economia pode produzir, mas para
determinar a real produção de uma economia, devemos
determinar os preços dos bens.

slide 22 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


Produção, preços e salários
• Seja PQ o preço do queijo e PV o preço do vinho.
• Devido à concorrência,
• os salários dos produtores de queijo equivalem ao valor de mercado
do queijo produzido em uma hora: PQ /aLQ
• os salários dos produtores de vinho equivalem ao valor de mercado do
vinho produzido em uma hora : PV /aLV
• É evidente que os trabalhadores preferem trabalhar onde
recebem um salário mais alto.

slide 23 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Se PQ /aLQ > PV/aLV , os trabalhadores vão apenas fazer queijo.
• Se PQ /PV > aLQ /aLV , os trabalhadores vão apenas fazer queijo.
• A economia vai-se especializar na produção de queijo, se o preço
desse produto em relação ao do vinho exceder o custo de
oportunidade de produzir queijo.
• Se PQ /aLQ < PV/aLV , os trabalhadores vão apenas fazer vinho.
• Se PQ /PV < aLQ /aLV , os trabalhadores vão apenas fazer vinho.
• Se PV /PQ > aLQ /aLV , os trabalhadores vão apenas fazer vinho.
• A economia vai-se especializar na produção de vinho, se o preço desse
produto em relação ao do queijo exceder o custo de oportunidade de
produzir vnho.

slide 24 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Se o país Local deseja consumir tanto vinho quanto queijo (na
ausência de comércio internacional), os preços relativos
devem ajustar-se de modo que os salários sejam equivalente
nas indústrias do vinho e do queijo.
• Se PQ /aLQ = PV/aLV , os trabalhadores não terão nenhum incentivo para
trabalhar somente na indústria do queijo ou na do vinho, de modo
que a produção de ambos os bens poderá ocorrer.
• PQ /PV = aLQ /aLV
• A produção (e o consumo) de ambos os bens ocorre quando o preço
relativo de um bem equivale ao custo de oportunidade de produzi-lo.

slide 25 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


Comércio no modelo ricardiano
• Suponhamos que o país Local possui uma vantagem
comparativa na produção de queijo: seu custo de
oportunidade de produzir queijo é inferior ao daquele no país
Estrangeiro.
aLQ /aLV < a*LQ /a*LV
Quando o país Local aumenta a produção de queijo, ele
reduz menos a produção de vinho do que o país Estrangeiro
faria porque a necessidade unitária de trabalho Local da
produção de queijo é baixa, se comparada à da produção
de vinho.

• onde “*” indica as variáveis do país Estrangeiro

slide 26 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Suponhamos que o país Local seja mais eficiente
na produção de vinho e de queijo.
• Ele possui uma vantagem absoluta em toda a
produção: suas necessidades unitárias de trabalho
para a produção de vinho e queijo são inferiores
às do país Estrangeiro:
• aLQ < a*LQ e aLV < a*LV
• Um país pode ser mais eficiente na produção de
ambos os bens, mas terá uma vantagem
comparativa em somente um deles – aquele que
utilizar recursos de modo mais eficiente, em
comparação com a produção alternativa.
slide 27 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.
• Mesmo que um país seja o mais (ou menos) eficiente na
produção de todos os bens, ele ainda pode beneficiar-se do
comércio.
• Para verificar como todos os países podem beneficiar-se do
comércio, calculamos os preços relativos quando o comércio
ocorre.
• Sem comércio, o preço relativo de um bem equivale ao custo de
oportunidade de produzi-lo.
• Para calcular os preços relativos com comércio, primeiro
calculamos as quantidades relativas da produção mundial:
(QQ + Q*Q )/(QV + Q*V)

slide 28 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


Oferta relativa e demanda relativa

• Em seguida, consideramos a oferta relativa de queijo: a


quantidade de queijo oferecida por todos os países em
relação à quantidade de vinho oferecida por eles, a cada
preço de queijo relativo ao preço de vinho, PQ /PV.

slide 29 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


Preço relativo do
queijo, PQ/PV

a*LQ/a*LV RS

aLQ/aLV

L/aLQ Quantidade relativa


L*/a*LV de queijo, QQ + Q*Q
Q V + Q *V
slide 30 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.
• Não haverá oferta de queijo, se seu preço relativo ficar abaixo
de aLQ /aLV.
• Por quê? Porque o país Local vai se especializar na produção de vinho,
sempre que PQ /PV < aLQ /aLV
• E admitimos que aLQ /aLV < a*LQ /a*LV , de modo que os trabalhadores
estrangeiros também não se sentirão atraídos a produzir queijo.

• Quando PQ /PV = aLQ /aLV , os trabalhadores locais ficarão


indiferentes quanto a produzir vinho ou queijo, mas os
estrangeiros ainda produzirão somente vinho.

slide 31 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Quando a*LQ /a*LV > PQ /PV > aLQ /aLV , os trabalhadores locais
se especializarão na produção de queijo porque receberão
salários mais altos, mas os estrangeiros ainda produzirão
somente vinho.
• Quando a*LQ /a*LV = PQ / PV, os trabalhadores estrangeiros
ficarão indiferentes quanto a produzir vinho ou queijo, mas os
locais ainda produzirão somente queijo.
• Não haverá oferta de vinho, se o preço relativo do queijo ficar
acima de a*LQ /a*LV .

slide 32 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• A demanda relativa de queijo é a quantidade desse produto
demandada em todos os países em relação à quantidade de
vinho, a cada preço de queijo relativo ao do vinho, PQ /PV.
• À medida que aumentar o preço do queijo em relação ao do
vinho, os consumidores de todos os países tenderão a
comprar menos queijo e mais vinho, de modo a provocar
redução na quantidade relativa de queijo demandada.

slide 33 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


Preço relativo
do queijo, PQ/PV

a*LQ/a*LV RS

RD
aLQ/aLV

L/aLQ Quantidade relativa


L*/a*LV de queijo, QQ + Q*Q
Q V + Q*V
slide 34 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.
slide 35 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.
Ganhos do comércio
• Os ganhos do comércio decorrem da especialização no tipo
de produção que utiliza recursos de modo mais eficiente e do
uso da renda gerada por essa produção para adquirir bens e
serviços de que o país necessite.
• onde “que utiliza recursos de modo mais eficiente” significa produzir
um bem em que um país possua vantagem comparativa.
• Os trabalhadores do país Local recebem uma remuneração
mais alta na produção de queijo porque o preço relativo
desse produto aumenta com o comércio.

slide 36 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Os trabalhadores do país Estrangeiro recebem uma
remuneração mais alta na produção de vinho porque o preço
relativo do queijo diminui com o comércio (barateando o
produto) enquanto o preço relativo do vinho aumenta com
comércio.

slide 37 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Pode-se considerar o comércio como um método indireto
de produção ou uma nova tecnologia que converta o
queijo em vinho ou vice-versa.
• Sem a tecnologia, um país deve alocar recursos para
produzir todos os bens que necessita consumir.
• Com a tecnologia, um país pode especializar sua produção
e comercializar (‘converter’) os produtos pelos bens que
necessita consumir.

slide 38 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Demonstramos como as possibilidades de consumo
expandem-se além da fronteira de possibilidades de
produção, quando o comércio ocorre.
• Sem comércio, o consumo restringe-se ao que é produzido.
• Com comércio, o consumo em cada país expande-se porque a
produção mundial é expandida quando cada país especializa-
se na produção do bem em que possui vantagem
comparativa.

slide 39 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


slide 40 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.
Exemplo numérico

• aLQ /aLV = 1/2 < a*LQ /a*LV = 2

slide 41 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• O país Local é mais eficiente em ambas as indústrias, mas
possui vantagem comparativa somente na produção de
queijo.
• O país Estrangeiro é menos eficiente em ambas as
indútrias, mas possui vantagem comparativa na produção
de vinho.
• Pergunta rápida: qual é o custo de oportunidade do país
Local na produção de vinho? Qual é seu custo de
oportunidade na produção de queijo?

slide 42 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Com comércio, o preço relativo de equilíbrio do queijo deve
estar entre aLQ /aLV = 1/2 e a*LQ /a*LV = 2.
• Suponhamos PQ /PV = 1 em equilíbrio.
• Ou seja, um quilo de queijo é comercializado por um litro de vinho.

slide 43 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Se o país Local não fizer comércio, poderá usar uma hora de
trabalho para produzir 1/aLV = 1/2 litro de vinho.
• Se o país Local fizer comércio, poderá usar uma hora de
trabalho para produzir 1/aLQ = 1 kg de queijo, vender essa
quantidade para o país Estrangeiro a preços correntes e obter
1 litro de vinho.
• Se o país Estrangeiro não fizer comércio, poderá usar uma
hora de trabalho para produzir 1/a*LQ = 1/6 kg de queijo.
• Se o país Estrangeiro fizer comércio, poderá usar uma hora de
trabalho para produzir 1/a*LV = 1/3 litro de vinho, vender essa
quantidade ao país Local a preços correntes e obter 1/3 kg de
queijo.

slide 44 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


Salários relativos
• Os salários relativos são os salários do país Local em relação
aos do Estrangeiro.
• Embora o modelo ricardiano pressuponha que os preços
relativos equalizem-se entre os países após o comércio, não
prevê que o mesmo ocorra com os salários relativos.
• As diferenças em produtividade (tecnológica) determinam as
diferenças salariais no modelo ricardiano.
• Um país com vantagem absoluta na produção de um bem proverá um
salário mais alto nessa indústria, após o comércio.

slide 45 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Admitamos que PQ = $12/kg e PV = $12/L

• Como os trabalhadores locais especializam-se na produção de queijo


após o comércio, seus salários (base hora) serão
(1/aLQ)PQ = (1/1)$12 = $12
• Como os trabalhadores estrangeiros especializam-se na produção de
vinho após o comércio, seus salários (base hora) serão
(1/a*LV)PV = (1/3)$12 = $4
• Logo, o salário relativo dos trabalhadores locais é
$12/$4 = 3

slide 46 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• O salário relativo está entre a razão das produtividades em
cada indústria.
• O país Local é 6/1 = 6 vezes mais produtivo na produção de queijo,
mas somente 3/2 = 1,5 vez na de vinho.
• O país Local possui um índice salarial três vezes mais alto do que o
Estrangeiro.
• Essas relações implicam que ambos os países possuem
vantagem de custo na produção.
• O custo de altos salários pode ser compensado por uma alta
produtividade.
• O custo de uma baixa produtividade pode ser compensado por baixos
salários.

slide 47 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Como os trabalhadores estrangeiros recebem remuneração
equivalente a somente 1/3 do salário dos trabalhadores
locais, eles conseguem atingir vantagem de custo (na
produção de vinho), apesar da baixa produtividade.
• Como os trabalhadores locais têm uma produtividade seis
vezes maior que a dos estrangeiros (na produção de queijo),
eles conseguem atingir vantagem de custo, apesar dos altos
salários.

slide 48 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


Os salários refletem a produtividade?
• No modelo ricardiano, os salários relativos refletem as
produtividades relativas de ambos os países.
• Essa premissa é acurada?
• Alguns argumentam que os países de baixo salário pagam
pouco apesar da crescente produtividade, colocando os
países de alto salário em desvantagem de custo.
• Mas há constatações de que os baixos salários estão
associados à baixa produtividade.

slide 49 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


slide 50 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.
• Outra constatação indica que os salários aumentam à
medida que a produtividade aumenta.
• Em 2000, a produtividade do trabalho na Coreia do Sul era de 35%
do nível dos Estados Unidos e seus salários médios eram cerca de
38% da média salarial norte-americana.
• Após a Guerra da Coreia, a Coreia do Sul era um dos países mais
pobres do mundo, e sua produtividade do trabalho era muito
baixa. Em 1975, a média salarial sul-coreana ainda representava
somente 5% da dos Estados Unidos.

slide 51 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


1. O livre comércio gera benefícios somente se um país é
mais produtivo do que os estrangeiros.
• Mesmo um país não produtivo beneficia-se do lívre comércio ao
evitar os altos custos de bens que ele teria de produzir
localmente.
• Os altos custos derivam do uso ineficiente de recursos.
• Os benefícios do livre comércio não dependem da vantagem
absoluta, mas sim da vantagem comparativa: especialização nos
setores que utilizam os recursos de modo mais eficiente.

slide 52 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


2. O livre comércio com países que pagam baixos salários
prejudica aqueles de altos salários.
• Embora o comércio possa reduzir os salários de alguns
trabalhadores, dessa forma afetando a distribuição de renda em um
país, o comércio beneficia os consumidores e outros trabalhadores.
• Os consumidores beneficiam-se porque podem adquirir bens por um
preço mais baixo.
• Produtores/trabalhadores beneficiam-se ao obter uma renda mais
alta nos setores que usam os recursos de forma mais eficiente,
permitindo-lhes preços e salários mais elevados.

slide 53 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


3. O livre comércio explora os países menos produtivos.
• Embora os padrões do trabalho em alguns países sejam menos
exemplares, se comparados aos padrões ocidentais, isso ocorre com
ou sem comércio.
• Altos salários e práticas seguras de trabalho são alternativas ao
comércio? Mais pobreza e exploração (por exemplo, a prostituição
involuntária) pode ocorrer sem a exportação de produtos.
• Os consumidores beneficiam-se do livre comércio ao ter acesso a
bens produzidos de forma mais barata (eficiente).
• Produtores/trabalhadores beneficiam-se de lucros/salários mais
elevados – mais elevados em relação à alternativa.

slide 54 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


Vantagem comparativa com muitos bens
• Admitamos que existam N bens produzidos, indexados por i =
1,2,…N.
• A necessidade unitária de trabalho do país Local para o
produto i é aLi, e a do Estrangeiro é a*Li .

slide 55 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Os bens serão produzidos onde for mais barato produzi-los.
• Seja w o índice salarial no país Local e w* o do Estrangeiro.
• Se waL1 < w*a*L1, somente o país Local produzirá o bem 1, visto que o
total de pagamento de salários lá é menor.
• Ou de forma equivalente, se a*L1 /aL1 > w/w*
• Se a produtividade relativa de um país na produção de um bem é mais
alta do que o salário relativo, o bem será produzido nesse país.

slide 56 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Suponhamos que há cinco bens produzidos no mundo:

slide 57 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Se w/w* = 3, o país Local produzirá maçã, banana e caviar,
enquanto o Estrangeiro, tâmara e enchilada.
• As produtividades relativas do país Local na produção de maçã,
banana e caviar são mais altas do que o salário relativo.

slide 58 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Se cada país especializa-se nos bens que utiliza recursos de
modo produtivo e comercializa os produtos para obter
aqueles que necessita consumir, todos se beneficiam.
• Se um país tentar produzir todos os bens por si, os recursos serão
‘desperdiçados’.
• O país Local possui alta produtividade em maçã, banana e
caviar que lhe dá uma vantagem de custo, apesar de seus
altos salários.
• O país Estrangeiro tem baixos salários que lhe dão uma
vantagem de custo, apesar de sua baixa produtividade na
produção de tâmara.

slide 59 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Como se determina o salário relativo?
• Pela oferta relativa e a demanda relativa (derivada) do
trabalho.
• A demanda relativa (derivada) do trabalho Local cai
quando w/w* aumenta. À medida que esse serviço fica
mais caro em relação ao do Estrangeiro,
• os bens produzidos no país Local ficam mais caros, e a demanda
por esses bens e pelo trabalho para produzi-los cai.

• menos bens serão produzidos no país Local, reduzindo ainda mais


a demanda por trabalho Local.

slide 60 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


slide 61 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.
• Admitamos que w/w* aumente de 3 para 3,99:
• O país Local produziria maçã, banana e caviar, mas a demanda por
esses bens e o trabalho para produzi-los cairiam com o aumento do
salário relativo.
• Admitamos que w/w* aumente de 3,99 para 4,01:
• O caviar torna-se oneroso demais para ser produzido no país Local, de
modo que essa indústria é transferida para o país Estrangeiro,
provocando uma distinta (abrupta) queda na demanda de trabalho
Local.
• Consideremos efeitos semelhantes quando w/w* aumenta de
0,75 para 10.

slide 62 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


slide 63 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.
• Finalmente, suponhamos que a oferta relativa de trabalho
independe de w/w* e é fixa a uma quantia determinada pelas
populações dos países Local e Estrangeiro.

slide 64 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


Custos de transporte e bens
não comercializáveis
• O modelo ricardiano pressupõe que os países devem
especializar-se completamente na produção.
• Mas isso raramente ocorre, por três motivos principais:
1. Mais de um fator de produção reduz a tendência de
especialização (Capítulo 4).
2. Protecionismo (Capítulos 8–11)
3. Custos de transporte reduzem ou impedem o comércio, o
que pode fazer com que cada país produza os mesmos bens
ou serviços.

slide 65 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


• Bens e serviços não comercializáveis (como corte de cabelo e
reparos em automóveis) existem devido aos altos custos de
transporte.
• Os países tendem a gastar uma grande parcela da renda nacional com
bens e serviços não comercializáveis.
• Esse fato gera implicações para o modelo de gravidade e para os
modelos que levam em consideração como as transferências de renda
entre países afetam o comércio.

slide 66 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


Constatações empíricas
• Os países exportam os bens em que sua produtividade é
relativamente alta?
• A razão entre as exportações Estados Unidos/Inglaterra
em 1951 comparadas com a razão de sua produtividade do
trabalho em 26 setores manufatureiros sugere que sim.
• Nessa época os Estados Unidos possuíam vantagem
absoluta em todos os 26 setores, mas a razão de
exportações era baixa nos setores norte-americanos
menos produtivos.

slide 67 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


slide 68 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.
Resumo
1. Um país possuirá vantagem comparativa na produção de um
bem, se o custo de oportunidade de produzi-lo for inferior
no país do que em outros países.

• Um país com vantagem comparativa na produção de um bem utiliza


seus recursos de modo mais eficiente quando produz esse bem, em
comparação com a produção de outros.

2. O modelo ricardiano concentra-se somente nas diferenças


da produtividade do trabalho entre países e explica os
ganhos do comércio usando o conceito de vantagem
comparativa.

slide 69 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


3. Quando os países especializam-se e comercializam de
acordo com o modelo ricardiano, o preço relativo do bem
produzido aumenta, a renda dos trabalhadores que o
produzem aumenta e os bens importados custam menos
para os consumidores.
4. Considera-se que o comércio beneficie tanto os países de
alta produtividade quanto os de baixa produtividade,
embora ele possa alterar a distribuição de renda nos países.
5. Alta produtividade ou baixos salários proporcionam aos
países uma vantagem de custo que lhes permite produzir
de modo eficiente.

slide 70 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


7. Embora as constatações empíricas sustentem o comércio
baseado na vantagem comparativa, os custos de transporte
e outros fatores impedem a completa especialização na
produção.

slide 71 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


Capítulo 3

Apêndice do capítulo

slide 72 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.


slide 73 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.
slide 74 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.
slide 75 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.
slide 76 © 2009 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.

Você também pode gostar