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Economia Internacional

Ciências Econômicas – 7º semestre


Tópico 2 – Teorias Clássicas

Prof. Paulo C. de Sá Porto


saporto27@gmail.com
Bibliografia

➔ Appleyard, capítulos 2, 3 e 4
Agenda

2. Teorias Clássicas
2.1. Introdução: Teorias Explicativas
2.2. Mercantilismo
2.3. Teoria Clássica - Vantagens Absolutas
2.4. Teoria Clássica - Vantagens Comparativas
2.1 Introdução: Teorias Explicativas
• Teoria Pura do Comércio Internacional – lida com
fatores “reais” da economia, que determinam os
fluxos de comércio internacional no longo prazo;
busca responder as seguintes questões:
1. Existem e quais são os ganhos do comércio
internacional?
2. Qual o padrão dos fluxos de comércio internacional
(quem exporta e importa o quê) ?
3. Qual a quantidade de produtos exportados e
importados?
Introdução: Teorias Explicativas
• Teoria Pura: países comercializam porque têm:
1. Diferentes tecnologias ➔ diferentes produtividades do
trabalho (modelos clássicos: Adam Smith e David Ricardo) =
vantagens absolutas e vantagens comparativas
2. Diferentes dotações de fatores ➔ diferentes quantidades
de recursos naturais (modelos neoclássicos: Heckscher-Ohlin
e modelo de fatores específicos) = dotação de recursos
3. Economias de escala: economias internas, externas e
internacionais de escala permitem especialização e troca de
produtos quando os países têm recursos semelhantes
(modelos modernos: Modelo de Krugman e Modelo do Ciclo
do Produto) = economias de escala
2.2 Mercantilismo
• Predomínio da visão mercantilista no comércio
internacional (século 16 até a metade do século 18)
➔ Visão sobre a atividade econômica e o papel do
comércio internacional (“Estado em construção”):
1. Riqueza nacional e crescimento econômico e do bem-
estar se dão pela aquisição de metais preciosos e terras
2. Financiamento do Estado vem do excedente de metais e
do monopólio do comércio dado a companhias comerciais
3. Mercadorias valem pelo conteúdo de trabalho nelas
embutido (Teoria do valor-trabalho)
4. Comércio internacional é fonte de riqueza, pois permite
a acumulação de metais (terras ➔ através de guerras)
Mercantilismo
• Predomínio da visão mercantilista no comércio
internacional (século 16 até a metade do século 18):
5. Porém, o ganho de um país se dá às expensas dos outros
(jogo de soma zero): é preciso exportar (ganho de metais)
e evitar importar (perda de metais) ➔ ganhos vêm dos
superávits comerciais); abordagem mercantilista:
exportações são boas e importações são ruins !!
6. Papel do governo: promover exportações (subsídios
para produtos manufaturados) e inibir importações (cotas e
tarifas altas sobre produtos de consumo mas não para
matérias primas) ➔ comércio não pode beneficiar as duas
partes: visão protecionista
Mercantilismo
• Visão clássica: critica a visão mercantilista –
➔ Nova visão sobre a atividade econômica e o papel do
comércio internacional (“Estado consolidado”):
1. A motivação dos indivíduos não é a acumulação simples
de metais e terras mas sim a satisfação de suas
necessidades básicas
2. Assim, o foco de análise não é o poder ou objetivos dos
Estados mas sim a motivação dos agentes econômicos) ➔
visão liberal
3. Duas nações podem ambas ganhar com o comércio
internacional
Mercantilismo
• Críticas clássicas à visão mercantilsta –
1. Nação que só acumula metais compromete a sua posição
competitiva (David Hume)
2. Duas nações podem ambas ganhar com o comércio
internacional em termos absolutos (Adam Smith)
3. Duas nações podem ambas ganhar com o comércio
internacional em termos relativos (David Ricardo)
Preço-fluxo-espécie
• Modelo de David Hume – mecanismo preço-fluxo-
espécie:
1. Aumento nas exportações faz com que aumentem o
fluxo de metais (espécie)
2. Porém, este aumento faz com que aumente a oferta de
dinheiro (moeda)
3. O aumento na oferta de dinheiro faz com que aumentem
os preços e as remunerações (salários)
4. O aumento nos preços faz com que as exportações
fiquem menos competitivas e as importações, competitivas
5. Assim, as exportações diminuem as importações
aumentam até que Exportações = Importações
Preço-fluxo-espécie
• Exemplo:
➔ Pressupostos do modelo:
1. Emprego total na economia é fixo
2. Velocidade moeda é fixa (tradição e acordos institucionais)
3. Moeda e preços são ligados pela teoria da quantidade de
dinheiro: MV = PY
M = oferta moeda, V = velocidade moeda, P = nível de preços,
Y = produtividade real; se V e Y são fixos ➔ ∆M = ∆P
4. Demanda por produtos comercializáveis é elástica
5. Competição perfeita
6. Existe um padrão ouro (moedas são fixadas em ouro e
livremente convertidas em ouro)
2.3 Vantagens Absolutas
• Modelo de Adam Smith – Vantagens Absolutas
(final do séc. 18); extensão do modelo clássico:
1. A riqueza da nação está em sua capacidade produtiva
(habilidade de produzir produtos)
2. Esta é mais bem sustentada em um ambiente em que as
pessoas buscam seus interesses livremente (laissez-faire)
3. Pelo interesse próprio as pessoas se especializam em
alguns produtos, e os trocam de acordo com suas habilidades
4. A competição regula de maneira automática os preços e as
quantidades produzidas (“Riqueza das Nações”)
5. Papel do governo: permitir que as pessoas buscassem suas
atividades nos limites da lei e da ordem e do respeito aos
direitos de propriedade
Vantagens Absolutas
• Modelo de Adam Smith – Vantagens Absolutas
(final do século 18):
6. Papel do governo: fazer com que o mercado fique livre
para funcionar, removendo barreiras para a operação da
“mão livre” do mercado (“laissez-faire”)
7. Ganhos se dão para ambas as partes no comércio
internacional (jogo de soma positiva): situação ganha-
ganha
8. Países se especializam na produção de mercadorias em
que o custo de trabalho por unidade de produto é menor
9. Vantagens absolutas nos custos de trabalho determinam
padrão do comércio internacional (exporta/importa o quê)
Vantagens Absolutas
• Exemplo:
➔ Pressupostos do modelo:
1. Economia de um fator só (trabalho) que é imóvel entre países
2. Dois produtos são produzidos (dois setores)
3. Dois países
4. Diferentes tecnologias = produtividade do trabalho no setor,
medida pelo número de horas necessárias para produzir uma
unidade de um produto
5. Recurso total da economia = L = total de trabalho ofertado,
totalmente empregado na produção (não há desemprego)
6. Não há comércio internacional (autarquia) ➔ os dois países
produzem os dois produtos e consomem a produção local
Vantagens Absolutas
• Exemplo:
➔ Dois países, Brasil (B) e EUA (E), dois produtos, café
(C) e máquinas (M)
➔ Número de horas de trabalho por unidade de
produto custo unitário da produção para cada país
(produtividade do trabalho):
Café Máquinas

Brasil 2 6

EUA 6 2

➔ Pela Teoria do Valor-Trabalho:


Custo nos EUA é inferior em Máquinas
Custo no Brasil é inferior em Café
Vantagens Absolutas
• Exemplo:
➔ Remoção do pressuposto de autarquia - o que acontece
se os dois países começarem a comercializar entre si : qual
é o Padrão de Comércio Internacional? Quem exporta e
importa o quê?
➔ Os EUA vão se especializar na produção de máquinas
(menor custo absoluto); parte da produção é trocada com o
Brasil por café, e parte da produção é consumida
localmente
➔ Já o Brasil vai se especializar na produção de café
(menor custo absoluto); parte da produção é trocada com os
EUA por máquinas, e parte da produção é consumida
localmente
Vantagens Absolutas
• Exemplo:
➔ Produção e consumo mundial dos dois produtos
aumenta !
➔ Há ganhos do comércio internacional para os dois
países
➔ Entretanto, o comércio internacional só ocorrerá se uma
país tiver “vantagens absolutas” de custo em um produto e
o outro país tiver “vantagens absolutas” de custo no outro
produto
➔ E se um país tiver vantagens absolutas nos dois
produtos ? Não haverá comércio internacional entre eles !
2.4 Vantagens Comparativas
• Modelo de David Ricardo – Vantagens
Comparativas (séc.19); extensão do modelo clássico:
1. Ganhos do comércio internacional não estão confinados
ao caso de vantagens absolutas
2. Ganhos se dão para ambas as partes no comércio
internacional (jogo de soma positiva): situação ganha-
ganha
3. Países se especializam na produção de mercadorias em
que o custo de trabalho por unidade de produto é menor
4. Vantagens comparativas nos custos de trabalho
determinam o padrão do comércio internacional (quem
exporta/importa o quê)
Vantagens Comparativas
• Exemplo:
➔ Dois países, Brasil (B) e EUA (E), dois produtos, café (C) e
máquinas (M)
➔ Pressupostos do modelo: os mesmos do modelo de vantagens
absolutas
➔ Número de horas de trabalho por unidade de produto (custo
unitário da produção) para cada país (produtividade do trabalho):
Café Máquinas

Brasil 2 6

EUA 1 1

➔ Tecnologia dos EUA é superior nos dois setores (custo absoluto


menor para os dois produtos)
Vantagens Comparativas
• Exemplo:
➔ Seja a CB o custo unitário da produção de C no Brasil
(isto é, o número de horas necessárias no Brasil para
produzir uma unidade de C); da tabela, temos que a CB = 2.
B E E
➔ Similarmente, temos que M = 6, C = 1 e aM = 1.
a a
a CB
Vantagens Comparativas
• Custo de Oportunidade: custo de se produzir um
produto em termos de outro produto; o quanto
deixamos de produzir de um produto para produzir
uma unidade de um outro produto

M
M
aMB M a ME
C (Brasil) =
C B
= 6/2 = 3 C (EUA) =
C E
= 1/1 = 1
C aC aC

a CB C a CE
C MC (Brasil) = = 2/6 = 1/3 C (EUA) =
M
a ME
= 1/1 = 1
a MB
Vantagens Comparativas
• Vantagens Comparativas e Custo de
Oportunidade:
Vantagem Comparativa: um país tem uma
vantagem comparativa em um certo produto se ele
tem um custo de oportunidade menor (ou uma
eficiência maior) naquele produto em relação a um
outro país
Vantagens Comparativas
• Exemplo anterior:
➔ EUA: os EUA tem uma vantagem comparativa em M,
pois CCM (EUA) < CCM(Brasil), ou
a ME aMB
E
< B ➔ 1/1 < 6/2 ➔ 1 < 3
aC aC

➔ Brasil: o Brasil tem uma vantagem comparativa em C,


pois C MC (Brasil) < C MC (EUA), ou
a CB E

B
< a C ➔ 2/6 < 1/1 ➔ 1/3 < 1
aM a ME
Vantagens Comparativas
• Ganhos do Comércio Internacional:
o comércio entre dois países pode beneficiar ambos
países se os custos de oportunidade nos dois
países forem diferentes, e se cada um produzir os
bens nos quais possui vantagens comparativas:
aMB a ME
CCM (Brasil) = aCB
> CCM(EUA) =
a CE
C
a CB C a CE
C (Brasil) =
M a MB < C (EUA) =
M a ME
Vantagens Comparativas
• Princípio da vantagem comparativa:
➔ Se custos de oportunidade em autarquia são
diferentes, então sob o livre comércio o padrão
de comércio internacional é o seguinte: os países
irão exportar o produto que é relativamente mais
barato em autarquia, e irão importar o produto
que é relativamente mais caro em autarquia.
Vantagens Comparativas
• Exemplo anterior:
➔ Brasil: como o Brasil tem uma vantagem comparativa
em C, ele vai se especializar na produção de café e exportar
para os EUA, trocando-o por máquinas
➔ EUA: como os EUA têm uma vantagem comparativa
em M, ele vai se especializar na produção de máquinas e
exportar para o Brasil, trocando-as por café
Vantagens Comparativas
• Vantagens comparativas com vários produtos:
➔ Temos dois países (Local e Estrangeiro), N produtos
que podem ser produzidos (N setores), e uma economia
com um só fator (trabalho), com salários wL e wE , taxa de
câmbio e = 1, e custos unitários para produzir o produto 1
igual a aL1e aE1
➔ Salário relativo: salário dos trabalhadores de um país
recebem por hora comparado com o salário no outro país
por hora, isto é, wL / wE
➔ Custo oportunidade: aL1 . wL . e = aL1 . wL
Há vantagem comparativa para o país Local em um
produto quando o custo oportunidade é menor naquele
produto, isto é, quando
aL1 . wL < aE1 . wE
Vantagens Comparativas
• Vantagens comparativas com vários
produtos:
a1E
a1L
a) Calcule o salário relativo wL / wE ;
a) Calcule a produtividade relativa de cada produto Local em relação ao
Estrangeiro, e ordene:
aE1 / aL1 > aE2 / aL2 > ... > aEi / aLi > ... > aEN / aLN
b) O país Local se especializa nos produtos em que aEi / aLi > wL / wE ;
o país Estrangeiro se especializa nos produtos em que aEi / aLi < wL / wE ;
se aEi / aLi = wL / wE , ambos países produzem o produto i
Vantagens Comparativas
• Índice de especialização no comércio
internacional:
Índice de Vantagem Comparativa Revelada (IVCR, ou
RCA, em inglês)
Exp. do Setor do País i p/ País j
IVCR = Exp. de Todos Setores do País i p/ País j
Exp. do Setor do País i p/ Todos Países
Exp. de Todos Setores do País i p/ Todos Países
onde o numerador representa a participação das exportações de um setor do país i
para um país j nas exportações totais para o país j, e o denominador representa a
participação das exportações de um setor do país i nas exportações totais do país i
➔ Quando IVCR > 1, o país i se especializa naquele setor em relação ao país j, isto é,
o país j revela uma vantagem comparativa no setor em relação ao país j; compara
a estrutura de um setor em um país com a estrutura deste setor no mundo
Vantagens Comparativas
• Índice de especialização no comércio
internacional:
Índice de Vantagem Comparativa Revelada (RCA):
modelo alternativo

onde Xi = exportações de um setor (produto) n, e Mi = importações de um


setor (produto) n

➔ O índice RCA varia entre –100 e +100. Quando RCA> 0, o país j se especializa
no setor i, isto é, o país j revela uma vantagem comparativa no setor i em
relação a outro país
Exercícios –Tópico 2
Exercício 1 - Comtrade: Calcular o IVCR da Suécia com
relação à Noruega em Veículos (SH=87), ano 2018
Exportações: Veículos (SH = 87), da Suécia para a
Noruega, e para todos os países do mundo; todos os
produtos, da Suécia para a Noruega, e para todos os países
do mundo; ano 2018

Exercício 2 – Comex Stat: Calcular o IVCR do Brasil com


relação à Itália em Veículos (SH=87), ano 2019
Exportações: Veículos (SH = 87), do Brasil para a Noruega,
e para todos os países do mundo; todos os produtos, do
Brasil para a Itália, e para todos os países do mundo; ano
2019
Exp. de Veículos da Suécia p/ Noruega
IVCR = Exp. de Todos Produtos da Suécia p/ Noruega
Exp. de Veículos da Suécia p/ Todos Países
Exp. de Todos Produtos da Suécia p/ Todos Países
Atividade – Tópico 2
• Cada grupo deve escolher um país do mundo:
Exercício 1 - Comtrade:
Calcular o IVCR do seu país com relação à Argentina
em Veículos (SH=87), ano 2019

• Cada grupo deve escolher um estado do Brasil:


Exercício 2 – Comex Stat:
Calcular o IVCR do seu estado com relação à
Argentina em Veículos (SH=87), ano 2019
Vantagens Comparativas
• Modelo de Ricardo – explicando as V.C. através da
Fronteira de Possibilidades da Produção (FPP)
Exemplo anterior:
➔ Estoque de trabalho: no Brasil temos 600
trabalhadores (LB); nos EUA temos 500 trabalhadores (LE)
➔ Número de trabalhadores no Brasil na produção de café
= LBC , e o número de trabalhadores no Brasil na produção
TCB

de máquinas = LBM = 600 - LBC


➔ Número de trabalhadores nos EUA na produção de café
= LEC , e o número de trabalhadores nos EUA na produção
de máquinas = LEM = 500 - LEC
Vantagens Comparativas
• Modelo de Ricardo - (FPP); Exemplo anterior:
➔ Condição 1: Pleno Emprego
Brasil: LBC + LBM = 600
E
EUA: C + LEM = 500
L

➔ Condição 2: Produção = Emprego / produtividade


B B

Brasil: CB = L = L2 ➔ 2CB = LBC ➔ 2CB + 6MB = 600


C
B
C

a C

LBM LBM
MB = a MB = 6 ➔ 6MB= LBM

EUA: CE = LEC = LEC ➔ CE = LEC ➔ CE + ME = 500


aCE 1

LEM LEM LEM


ME = a ME
= 1
➔ ME =
Vantagens Comparativas
• Fronteira de possibilidades de produção (FPP):
curva que relaciona a produção máxima de um
produto com a produção máxima de outro produto =
diferentes combinações que a economia pode
produzir; a declividade da curva é igual ao custo de
oportunidade de um produto em termos
E
do outro
B
LC aM
➔ FPP dos EUA: C = 500 - M = E - B ME ➔
E E
E E
aC aC
a C CE + aM ME = LE
B E
L a
➔ FPP do Brasil: CB = 300 - 3 MB = CB - aME MB ➔
B B
aC C
a C CB + aM MB = LB
Vantagens Comparativas
• Fronteira de possibilidades de produção (FPP) e
eficiência produtiva:
➔ Uma divisão da produção é chamada de eficiente se
nenhuma realocação produtiva pode aumentar a produção
de ambos produtos, isto é, não é possível aumentar a
produção de um produto sem diminuir a produção do outro
produto.
➔ Na FPP, todos os pontos na fronteira são eficientes
➔ Em autarquia, cada país produz em sua FPP e
consome em sua FPP, no ponto onde tangencia reta com
declividade = custo de oportunidade de um produto em
termos do outro
Vantagens Comparativas
Produção
Máquinas M
(tons) FPP: declividade = -3 ➔ C C (Brasil) = -3
B
100 G

E
83
H Brasil
Consumo
D
66

C F
50 U=15
U=10
A
Produção Café
50 100 150 300 (tons)
Vantagens Comparativas
• Preço e salário - análise de equilíbrio geral ➔
equilíbrio nos dois mercados em autarquia
Exemplo anterior: café e máquinas
➔Custo por unidade de produção = (custo unitário da
produção) x (salário)
➔ Lucro por unidade de produção = (Preço) – (Custo por
unidade de produção); em equilíbrio, lucro = zero
TCB

➔ Salário é o mesmo para os dois setores


Máq.: - wB = 0 B w B
B
a M a M M
Café: B B
- aC w = 0 = a B * w B = a B = CC (Brasil)
C C

» Preço Relativo (pB) = Custo Oportunidade no Brasil


Vantagens Comparativas
• Preço e salário - Exemplo anterior:
pM aM w E
E E
a ME
➔Nos EUA, temos: E = E * E = E = CCM (EUA)
pC aC w aC
» Preço Relativo (pE) = Custo Oportunidade nos EUA
➔ Em autarquia, ambos países produzem os dois
produtos e a relação entre os preços (ou preço relativo) é
igual ao custo de oportunidade
TCB

Exemplo anterior, pB = (Brasil) = 3 ; pE = (EUA) = 1


➔ O que acontece se os dois países iniciam comércio
entre si? Preço relativo ou (termos de troca) de equilíbrio
pM
de comércio internacional nos dois países = p =
pC
Vantagens Comparativas
• Preço e salário - Exemplo anterior:
➔ Para que haja produção mundial dos dois produtos, devemos ter:
pB ≥ p ≥ pE ; há três possibilidades:
a) p = pB = 3 ➔ ME = 500 ; CE = 0; MB > 0; CB > 0
➔ EUA se especializam, e obtêm ganhos do comércio
➔ Brasil se diversifica, e não obtém ganhos do comércio
b) p = pE = 1 TCB

➔ ME > 0 ; CE > 0; MB = 0; CB = 300


➔ EUA se diversificam, e não obtêm ganhos do comércio
➔ Brasil se especializa, e obtém ganhos do comércio
c) 3 > p > 1 ➔ ME = 500 ; CE = 0; MB = 0; CB = 300
• ➔ EUA se especializam, e obtêm ganhos do comércio
• ➔ Brasil se especializa, e obtém ganhos do comércio
Vantagens Comparativas
• Moral da estória:
1) Quanto mais o preço relativo de um país em autarquia
for próximo do preço internacional sob livre comércio,
menor é seu ganho obtido pelo livre comércio
2) Um país se especializa em um produto se seu preço
relativo exceder seu custo de oportunidade
3) Os dois países se especializam quando pB > p > pE ➔
ganho máximo com o comércio internacional (comércio
faz com que os países se especializem totalmente)
4) Os dois países ganham com o livre comércio – exemplo:
p=2
Vantagens Comparativas
Produção
Máquinas M
FPP: declividade = -3 ➔ C C (Brasil) = -3
(tons) B
100 G
Declividade = -2 ➔ P (Mundo) = -2
E
83

H Brasil
Consumo
D
66

C F
50 U=15
U=10
A
Produção Café
50 100 150 300 (tons)
➔ País consome além de sua FPP !!
Vantagens Comparativas
• Princípio da vantagem comparativa:
➔ Se os preços relativos em autarquia são
diferentes, então sob o livre comércio o padrão de
comércio internacional é o seguinte: os países irão
exportar o produto que é relativamente mais
barato em autarquia, e irão importar o produto
que é relativamente mais caro em autarquia. Se os
os preços relativos em autarquia forem os
mesmos, não há base para ganhos do livre comércio
Conclusões
• Considerações Finais
• Modelo Ricardiano - 1) Resultados:
1. Países se beneficiam do comércio
internacional
2. Países tendem a exportar os produtos cuja
produtividade relativa do trabalho (aEi /aLi) é alta
3. Há uma tendência a uma especialização
quando os países comercializam entre si
Conclusões
• Modelo Ricardiano - 2) Implicações:
1. Diferenças de produtividade do trabalho
desempenham um papel importante no
comércio internacional
2. Vantagens comparativas é que são
importantes, não as vantagens absolutas
Conclusões
• Modelo Ricardiano - 3) Problemas:
1. Prevê um grau de especialização extremo por não levar em
conta os outros fatores de produção, as práticas de
proteção (política comercial) e a presença de custos de
transporte
2. Assume que o comércio internacional não tem efeito sobre
a distribuição de renda dos países
3. Não leva em conta o papel da diferença de recursos entre
os países
4. Ignora o papel da economia de escala como uma causa do
comércio internacional
4. As vantagens comparativas de um país não são constantes
no tempo (estáticas), e sim variam no tempo (dinâmicas) ➔
é possível construir “vantagens competitivas” (Michael Porter)
Conclusões
• Modelo Ricardiano - 4) Evidência empírica:
➔ Há uma forte correlação entre as
exportações de um país em um produto e sua
produtividade do trabalho naquele setor; a
produtividade deve ser alta naquele setor e
deve ser alta em relação à produtividade
relativa dos outros setores
Conclusões
• Teorias Clássicas vs. Mercantilismo:
1. Teorias Clássicas: abordagem inicial (histórica) das
teorias do comércio internacional (vantagens absolutas e
vantagens comparativas)
2. Críticas à abordagem mercantilista
3. Comércio internacional pode beneficiar as duas partes
4. Certas atitudes protecionistas no mundo de hoje
(contemporâneo) são ainda permeadas por uma visão
mercantilista

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